«Geny é um extremo de origem que Amorim idealizou como ala direito no seu cada vez mais maleável 3-4-3. Na realidade, o que vemos é o jovem moçambicano como peça essencial no desdobramento em 4-4-2 em momento ofensivo que temos observado com regularidade nesta versão de 23/24 do conjunto leonino. Esta solução transita do ano passado e inclusive Amorim testou Fatawu, o jovem ganês, nesse papel. Na minha opinião, Fatawu não quis esse papel na equipa, preferindo sair para jogar onde se sente confortável, em vez de se adaptar ao pretendido pelo treinador. Essa foi a grande diferença entre os dois jovens africanos. Um, viu uma oportunidade de ouro para jogar num grande clube europeu e está disposto a jogar onde o treinador quiser, pois percebe que faz parte de algo maior que ele. Outro, mais novo, preferiu rumar a outras paragens para brilhar na sua posição de origem e ganhar a sua transferência para um tubarão europeu.»
Um jogador de 19 anos que em 2023 brilhou na Liga Jovem marcando três golos ao Ajax, apontou um golaço ao serviço da selecção sub-23 do Gana contra a Argélia e com outro golaço salvou o Sporting B de cair para a quarta divisão do futebol português não está formado?
Arthur recebeu guia de marcha - ele e outros seis contratados em 2022 e já em 2023
Arthur (agora no plantel do Cruzeiro), Rochinha (emprestado a um clube do Catar), Bellerín (com entrada confirmada no Bétis), Marsà (prestes a sair porque não conta para Amorim), Sotiris (pronto a negociar, pois é carta fora do baralho), Tanlongo (também riscado pelo treinador, com empréstimo quase certo ao Estoril) e Fatawu (com veto do técnico, está no mercado para ser despachado do Sporting).
Sete jogadores.
Vou recordar quando chegaram e quanto custaram. Vale a pena, pois a memória dos adeptos nem sempre é forte.
Abdul Fatawu, internacional ganês de 18 anos, foi contratado ao Dreams FC, emblema do seu país, em Abril de 2022. Ficou ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Custou 1,2 milhões de euros. Jogou 143 minutos na equipa A.
José Marsà, 19 anos, foi contratado após cessar contrato com o Barcelona B em Julho de 2022. Fixaram-lhe cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 549 minutos na equipa A.
Rochinha, 27 anos, foi contratado ao V. Guimarães em Julho de 2022. Por 2 milhões de euros, ficando o clube minhoto com 10% dos direitos económicos do jogador, a quem foi fixada cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 487 minutos.
Sotiris Alexandropoulos, 20 anos, já internacional pela Grécia, foi contratado ao Panathinaikos em Agosto de 2022. Por 4,5 milhões de euros, ficando ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 314 minutos na equipa A.
Arthur Gomes, 24 anos, foi contratado ao Estoril em Setembro de 2022. Por 2,5 milhões de euros por metade dos direitos desportivos do jogador mais uma parte do passe de Tiago Santos, formado em Alcochete. Tinha uma cláusula de 60 milhões. Jogou 1516 minutos.
Mateo Tanlongo, 19 anos, veio para o Sporting, oriundo da formação do Rosario Central, em Janeiro de 2023. Internacional sub-20 pela Argentina, ficou vinculado por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 158 minutos.
Héctor Bellerín, 27 anos, chegou a Alvalade em Janeiro de 2023. Vindo do Barcelona, após ter cessado contrato com o Arsenal. Custando 1 milhão de euros até ao fim da época. Jogou 523 minutos.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre FATAWU:
- José Navarro de Andrade: «Tempo e paciência é o que faz falta a Essugo, Sotiris, Mateus Fernandes, Fatawu, Marsà, Israel para crescerem de pintainhos a galos de combate com esporão afiado. Se não lhos derem, não conseguirão cumprir o que prometem.» (20 de Dezembro)
- Luís Lisboa: «O futuro é deles. Do Fatawu é de certeza. Dum lado ou doutro do campo está encontrado o novo Nuno Mendes.» (1 de Março)
- Eu: «Um golaço de Fatawu, daqueles que merecem ser vistos e revistos, garantiu ontem a permanência do Sporting B na Liga 3.» (7 de Maio)
- Vítor Hugo Vieira: «Numa linha de jogadores para não vender já, porque têm margem para valer muito mais, coloco Diomande, Trincão, Arthur Gomes, St. Juste e Fatawu.» (11 de Maio)
Segundo o Record, de longe o jornal mais próximo da actual estrutura directiva do Sporting, Rúben Amorim já terá dado luz verde à saída de 16 jogadores do plantel leonino, deixando claro que não conta com eles para a temporada que irá iniciar-se.
Aqui fica a lista, por ordem alfabética:
Arthur
Chermiti
Eduardo Henrique
Eduardo Quaresma
Fatawu
Gonçalo Esteves
Idrissa Doumbia
Jovane
Marsà
Nazinho
Rafael Camacho
Rochinha
Sotiris
Tanlongo
Tiago Tomás
Vinagre
Alguns nomes já eram esperados. Mas outros são surpreendentes, sem dúvida.
Por mim, assinalo estes: Fatawu, que participou em Novembro no Campeonato do Mundo pela selecção do Gana; Tanlongo, que acaba de participar no Mundial sub-20 pela Argentina; e Chermiti, que em Fevereiro mereceu rasgados elogios do nosso treinador.
Todos com 19 anos.
Margem de progressão enorme, em qualquer dos casos.
Tenho dificuldade em entender os critérios das eventuais dispensas, pelo menos nestes casos.
«Confesso que não percebi a gestão deste jogador [por] Amorim. Devem ter existido acontecimentos que nos escapam. Fatawu foi essencial para a manutenção da equipa B na Liga 3. Poderia ter sido essencial para a conquista da Youth League. Também peço que não se estrague este jogador com a sua adaptação a defesa direito.»
Não sei se alguma vez viram a série Mayday sobre desastres aéreos, se viajam muito de avião o melhor é mesmo não ver, mas o que fica óbvio é que esses desastres ocorrem na convergência de circunstâncias em que cada uma por si só não teria condições de produzir a catástrofe.
O jogo de hoje foi muito isso. Um Marítimo extraordinariamente agressivo a lutar pela manutenção ou algo mais, um Tiago Martins presunçoso e arrogante que decide antes de ver e dispensa ajudantes, e um Sporting que entre poupanças de uns e experiências com outros se esqueceu do essencial, jogar futebol.
Mesmo assim o Sporting ganhou ao cair do pano, com um autogolo e um desvio de Coates assistido por Paulinho, que assim se redimiu do falhanço que esteve na raiz do golo do Marítimo.
Esse golo, sofrido bem cedo, moralizou extraordinariamente o Marítimo, que sabia que tinha ganho na Madeira e em Alvalade podia ganhar de novo se disputasse cada bola como se náo houvesse amanhã.
E também colocou a nu a inteligência emocional ou o estofo futebolístico dos nossos jogadores. Se alguns lutaram na adversidade, outros afundaram-se por completo. Muito em particular Trincão, Bellerín e Arthur, que neste jogo tinham a oportunidade, cada um pelo seu motivo, de fazer pela vida. Além da capacidade técnica e táctica de cada um, existem a capacidade física e a psicológica. Talvez existam demasiados pianistas e poucos carregadores de piano no plantel..
Por outro lado, este Marítimo de José Gomes é a besta negra de Amorim, que nem no Funchal nem em Alvalade conseguiu montar um onze capaz de lidar simultaneamente com a capacidade de pressão a todo o campo e com o contra-ataque rápido do adversário. Foram talvez os dois piores jogos do Sporting na Liga: uma derrota merecida no Funchal e esta vitória de ontem obtida com muita sorte.
O que ficou de bom esta noite? Fatawu, que mostrou que está pronto para ser titular caso Edwards saia: finta, centra e remata com intenção. Tudo o resto, do lado do Sporting, uma lástima.
Mesmo assim, e como apesar de tudo o resultado foi favorável, o pior foi mesmo a expulsão de Adán por duplo amarelo que o coloca fora do dérbi. Tiago Martins devia ter vergonha de olhar para ele na próxima vez que apitar o Sporting.
Um golaço de Fatawu, daqueles que merecem ser vistos e revistos, garantiu ontem a permanência do Sporting B na Liga 3.
Confirma-se a sábia decisão da SAD leonina de contratar o jovem avançado, já internacional pelo Gana, ainda antes de ter participado no Mundial do Catar. Aposta firme para a época que vai seguir-se, mas na equipa principal. Obviamente.
Sub-19 venceram o Liverpool após terem goleado o Ajax: somam e seguem
Passaram uma semana a falar no Fatawu. E a tentarem agredir Rúben Amorim com isso. Furiosos com o nosso empate frente ao Arsenal, equipa que lidera isolada o melhor campeonato de futebol do mundo, e com a nossa quase goleada três dias depois frente ao Boavista, apareceram aqui a falar muito do Fatawu.
Eles queriam lá saber do puto ganês. Só usaram isso para se dedicarem ao desporto favorito: o tiro ao inimigo interno.
Sendo que, neste caso, os "inimigos" são o treinador e o presidente do Sporting.
Fingiram-se escandalizados porque o Rúben usou Fatawu frente ao Arsenal, afastando-o assim do confronto com o Liverpool na Liga Jovem. Fingiram ignorar que o jovem extremo ganês, brilhante frente ao Ajax, não tinha participado nas partidas anteriores deste torneio.
Lá rasgaram eles as vestes e desataram aos gritos. Chamaram de tudo ao nosso treinador:
O que, desde logo, confirma esta evidência: a nossa formação está muito bem e recomenda-se. Também ao contrário do que alguns uivavam e ganiam por aí.
Lá tiveram os tais de meter a viola no saco.
Mas deixem-se de ilusões. Eles arranjarão sempre uma treta qualquer para deitar abaixo o treinador mais vitorioso e o presidente mais vencedor do Sporting deste século XXI.
Incansáveis no ódio a ambos.
Uns idiotas, portanto.
P. S. - No monturo habitual, as hienas de turno chamaram ontem «anormal», «burro» e «dito treinador» a Rúben Amorim, entre outros dislates, vários dos quais impublicáveis. Enfim, o cardápio completo. São da turma que há um ano foi goleada por Varandas nas urnas. Nunca falham: sempre letais ao Sporting
O Sporting qualificou-se ontem para os quartos-de-final da Liga Jovem. Goleando o Ajax por 5-1. Com golos de Fatawu (3), Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro - todos já rodados na nossa equipa principal.
Mais um dia muito triste para os verdes por fora e azuis por dentro que por aqui passam como as moscas no piquenique..
O Sporting hoje goleou o Ajax com um onze em que muitos andam na Liga 3 a ver o que custa o futebol profissional, a aprender com erros que custam golos e causam derrotas. Alguns têm uns fogachos na A para perceberem o que há pela frente, todos garantidos do ponto de vista contratual. O futuro é deles. Do Fatawu é de certeza. Dum lado ou doutro do campo está encontrado o novo Nuno Mendes.
O Porto lá lutou em Liverpool. Conseguiu levar aquilo a penáltis, depois parece que quando bastava marcar para ganhar, o puto parece que exagerou na dose de exigência e atitude e não acertou na baliza. Acontece. Acabaram os penáltis e veio o prolongamento, batalha campal, dois expulsos do lado do Porto e... apenas um do lado do Liverpool. E aí é que me indignei... Só um??? Perderam nas expulsões também? E os 3M€ serviram para quê? Quando é que a academia do Porto é inaugurada afinal?
E pronto, Sporting-Liverpool em Alcochete a não perder. Eu vou lá estar.
Desde sempre tenho sido um sócio/adepto atento e interessado pelos escalões de formação, e estive presente ao longo dos anos em muitos jogos da equipa B em Alcochete e em pequenos e médios estádios do país. Até no Seixal e no estádio municipal (já nem me lembra o nome) onde o Porto B joga naquela promiscuidade local bem conhecida que o isenta de gastar dinheiro em infraestruturas de formação próprias.
Tenho por isso alguma autoridade para dizer que passámos um período negro nessa área com Bruno de Carvalho e os seus ajudantes, Virgílio e Inácio, e que com Frederico Varandas e Tomaz Morais conseguimos reverter o processo de degradação existente e lançar as bases para recuperarmos a liderança de que dispunhamos nos anos seguintes ao arranque de Alcochete.
Além do investimento a nível de infra-estruturas, a ideia basilar desta nova política é a centragem no jogador e não nos títulos nos diferentes escalões. Ideia que não é original, também é seguida no Seixal e em diferentes centros de formação internacionais, implicando a rotação dos melhores jogadores por diferentes equipas e grande articulação entre os diferentes treinadores. Dos iniciados à equipa A, temos seis equipas técnicas que devem estar sintonizadas e decidir sobre a situação de cada jogador.
Por outro lado, aos originários dos escalões mais baixos de Alcochete juntam-se (e bem) algumas promessas estrangeiras, também a formar-se, criando-se um espaço de competição interna essencial para o crescimento de todos.
Matheus Nunes e agora Marsà são os melhores exemplos da evolução de jovens promessas recrutadas já na passagem a sénior e desenvolvidas em Alcochete nas equipas de sub23 e B, o primeiro uma grande venda para a Premier League, o segundo poderá tornar-se num novo Porro. Mas Alcantar, Diogo Abreu ou Marco Cruz estão nessa linha de evolução, e vamos ouvir falar deles no futuro próximo.
Dário Essugo é talvez o melhor exemplo de evolução dum jogador de base dentro desse modelo, subindo e descendo de escalão conforme o momento, e cada vez mais capaz quando é chamado à titularidade da equipa A.
Mas nem todos têm a capacidade física e a inteligência emocional do Dário, do Nuno Mendes ou do Gonçalo Inácio, e demoram mais tempo a impor as suas qualidades. Chico Lamba, Nazinho e agora Mateus Fernandes não conseguiram demonstrar a qualidade que têm quando foram chamados à equipa A.
No meio disto, e além das vitórias e derrotas dos sub23 e da B, há duas situações que estranhamente não estão a funcionar:
1. A disparidade de modelos de jogo entre a A (3-4-3) e as equipas da formação (4-3-3) com implicações a nível do perfil do jogador. Um defesa central da defesa a 4 não é um defesa da defesa a 3, um defesa lateral não é um ala, um extremo não é um interior, um médio ofensivo não é um médio centro, etc. Faz algum sentido formar médios ofensivos (criativos levezinhos que só correm para a frente) quando a equipa A precisa de dois "cavalões" no meio? Algum dia o Daniel Bragança ou o Mateus Fernandes vão ter sucesso em 3-4-3? Rúben Amorim não quis mexer porque pensava que podia ele sair algum dia ou de mudar de sistema mais cedo ou mais tarde? Não sei.
2. O empréstimo de jogadores a equipas de nível superior à nossa equipa B, em particular da 1.ª Liga. Muitos jovens do passado, como Miguel Veloso, William, Cédric, Adrien, Rúben Semedo, João Mário ou Esgaio, cresceram através do empréstimo. Agora Catamo, Jovane e Gonçalo Esteves são emprestados para não jogar, os treinadores das equipas respectivas não estão comprometidos com o processo, preferem apostar em jogadores da casa.
Ora para mim a formação é uma sequência de etapas, Escolas - Iniciados - Juvenis - Juniores - Sub23 - B - Empréstimo - A. Uns entram na sequência na etapa inicial, outros mais tarde, uns saltam etapas outros percorrem a sequência, alguns retrocedem para avançar a seguir, muitos perdem-se no caminho, alguns vão chegar à equipa A e garantir o lugar no plantel principal. A evolução de cada um comanda o processo, a exposição a diferentes contextos competitivos, e aqui podíamos colocar também a Youth League, ajudam à evolução.
Porque é esse o principal objectivo da formação. Os títulos nos campeonatos de jovens apenas servem como comprovativo da qualidade da fornada, mas não garantem o objectivo principal.
Este empréstimo de que se fala do Fatawu deve ser visto nesse prisma. Veio no final da época passada, fez o seu percurso na B e pontualmente na A, na B já se evidenciou, na A já percebeu o que lhe falta para se impor, na A concorre um número excessivo de jogadores mais velhos com características de extremos, faz sentido que seja emprestado a um clube da 1.ª Liga onde ganhe outro andamento. Com as possíveis saídas de Edwards e Rochinha, e até Jovane, na próxima época terá outro espaço. O problema é saber qual o clube e o treinador que o podem acolher e contribuir para a sua evolução.
Chegou aureolado dos maiores elogios. Houve hossanas em Alvalade quando foi convocado para o Mundial do Catar, em representação da selecção do Gana.
Desembarcou em Abril de 2022, aos 18 anos. Custou 1,2 milhões de euros e ficou logo seguro com uma cláusula de rescisão fixada em 60 milhões de euros e um contrato válido por cinco temporadas.
Extremo direito de raiz, pode também jogar do lado esquerdo e como médio ofensivo.
Nove meses depois, porém, Fatawu vai ser dispensado. Por empréstimo, alegadamente «para jogar». Na verdade, de verde e branco praticamente não teve oportunidade de mostrar o que vale: participou apenas em sete jogos, todos como suplente utilizado, permanecendo só 151' em campo (três desafios do campeonato, dois da Liga dos Campeões, um da Taça de Portugal e outro da Taça da Liga).
Irá agora actuar com outra camisola, alegadamente por «excesso de extremos no Sporting». Como se a administração da SAD não soubesse, já em Abril, que não necessitávamos de adquirir um extremo. Apetece-me perguntar: então contrataram-no para quê?
De qualquer modo, espero que este empréstimo seja mais bem-sucedido do que o anterior, de Gonçalo Esteves ao Estoril: só cinco jogos (três no campeonato) e 276 minutos.
Se era para rodar, o plano falhou em toda a linha: Gonçalo, também com 18 anos, está de regresso a Alvalade. Resta saber até quando e quantas vezes irá jogar.
Para que seja viável um plantel curto na equipa principal é indispensável dispor duma retaguarda de jovens de grande potencial, capazes de substituir com sucesso os mais velhos em momentos de aperto e explodir de rendimento durante a temporada.
Ora, se na época passada essa retaguarda deixava muito a desejar. Bastava olhar para a falta de qualidade da equipa B. Esta época, com a dispensa de muitos, a promoção dos melhores juvenis e juniores e a contratação de alguns estrangeiros de grande qualidade, tudo é diferente.
Mas a verdade é que nesta meia temporada nenhum dos jovens que entrou em campo na equipa principal, e estamos a falar de jogadores que se treinam regularmente nessa equipa embora jogando muitas vezes pela B, se fixou na mesma, antes foram aparições esporádicas e muitas vezes mal conseguidas.
Então como explicar isso?
Em primeiro lugar gostava de saber se os lançamentos na equipa A têm alguma coisa a ver com recompensas pela assinatura do contrato "de adulto", resistindo a promover quem ainda não o assinou por não ter a idade necessária ou resistir à assinatura. Porque é que o Chico Lamba, que nem é opção na B, foi lançado contra o Casa Pia ou o Mateus Fernandes contra o Tottenham?
Em segundo, não consigo entender porque é que a B joga num sistema táctico diferente da A. Só conseguiria entender se Amorim estivesse de saída do Sporting ou estiver nos seus planos voltar aos quatro defesas.
O onze habitual da equipa B, que tem feito boa campanha na complicada 3.ª Liga e é a base da equipa que ficou em primeiro lugar no seu grupo na Youth League e também da selecção portuguesa de sub20, é o seguinte:
Callai; Travassos, Marsà (Gilberto), Alcantar (Veiga) e Nazinho (Marsà); Essugo (Veiga), Diogo Abreu e Mateus Fernandes; Fatawu, Rodrigo Ribeiro e A. Moreira (D. Cabral).
Então é fácil ver que nenhum dos jovens da B foi lançado na A na posição em que joga habitualmente. Então os casos de Marsà e Mateus Fernandes são flagrantes.
Falando de Mateus Fernandes, para mim é outro que, tal como Daniel Bragança, nunca será titular neste sistema táctico de Amorim. Se a equipa B jogasse nesse sistema, o onze titular teria provavelmente Essugo e Diogo Abreu no meio-campo, os mais parecidos que existem com Ugarte e Morita. E ainda lá está o Marco Cruz nos sub23. Claro que em 4-3-3 ou 3-5-2 já existe espaço para um médio ofensivo "levezinho" como os dois que referi.
Ainda sobre esta questão do 4-3-3 vs 3-4-3, as duas últimas contratações, Tanlongo e Sotiris, parecem "clones" do Palhinha e do Matheus Nunes, ajustam-se ao 3-4-3 que Amorim tem utilizado.
O caso de Fatawu também é curioso. Na pré-temporada foi testado a ala esquerdo e para mim estava ali de caras o titular. Mas não, voltou a jogar como extremo direito de pé trocado. Aí concorre com Trincão e Edwards pela titularidade, ou seja, não tem grandes hipóteses. Isso deveu-se a Amorim não lhe querer quebrar as rotinas da selecção para ele poder render o máximo no Catar?
Concluindo, por uma razão ou por outra a verdade é que a tal retaguarda de jovens não tem funcionado nada bem nesta meia-temporada, fico a aguardar a próxima Taça da Liga para rever este meu pensamento.
E eu vou lá estar, doido da cabeça... no lugar certo, na bancada, chova ou troveje.
No rescaldo da derrota com o Varzim, referi que se tivéssemos entrado com a nossa equipa B talvez o resultado fosse diferente. Ou talvez não. Ontem no Restelo, mesmo desfalcados de três titulares, demos um banho de bola ao Belenenses na primeira parte: Fatawu destruia a esquerda adversária, Afonso Moreira a direita, as oportunidades de golo claro sucediam-se umas atrás das outras, a bola não entrava por milagre ou falhanço clamoroso. Depois foi preciso um penálti e só mesmo na recarga a bola acabou por entrar. 1-0 foi o resultado que coloca o Sporting B no topo da série B da 3.ª Liga. Foi uma primeira parte de futebol de luxo, claro que à escala da 3.ª Liga, mas a verdade é que a falta de eficácia na concretização foi confrangedora.
A equipa A está com o mesmo problema, que tem muito a ver com a opção do Rúben pelo ataque móvel, muito à medida da Champions, que desmanchou rotinas instaladas, tornou os alas inoperantes e colocou o peso todo na inspiração dos três avançados para desequilibrar em espaços curtos. Mesmo o regresso de Paulinho não resolveu o problema, porque as movimentações dele em jeito de pivot ofensivo no tempo de Pedro Gonçalves e de Sarabia já não existem, ele mete-se na molhada à espera da bola que obviamente não chega. Enquanto Porro ainda consegue centrar sem perder tempo na diagonal entre a linha dos defensores e o guarda-redes, Nuno Santos demora uma eternidade para mandar a bola para parte nenhuma.
A equipa, com os jogadores que tem e não com aqueles que devia ter, precisa de reinventar-se de acordo com a primeira metade da época passada, deixar Edwards ou Trincão no banco, e dar espaço a Paulinho para recuar no terreno para próximo de Morita e organizar o ataque. E depois jogar bem mais depressa, do centro meter na ala e o centro surgir de imediato para Pedro Gonçalves facturar. Se o Casa Pia recuperar a bola e atacar tanto melhor, para haver espaço para o contra-golpe. Se o resultado estiver de feição será uma boa oportunidade para lançar Mateus Fernandes.
Na defesa, com tantas lesões, pouco há a fazer. O trio central Inácio-Marsà-Matheus Reis tem de aguentar com a falta dum trinco e com dois alas que defendem mal. Sobra Ugarte, mas sobre esse não merece a pena dizer nada, temos uma jogadora de voleibol também assim, "alma até Almeida", correr e jogar nos limites até cair para o lado.
Dito isto, toda a confiança em Rúben Amorim. Nota-se que está verdadeiramente incomodado com o que se está a passar e também ele a dar tudo o que tem para reverter a situação.
Se calhar hoje vamos ter o princípio disso. Jogo a jogo lá iremos.
PS: O Porto, desfalcado daquele João Pinheiro sempre decisivo nos jogos com o Sporting, lá perdeu o clássico. Conceição fez a sua rábula de malcriado acompanhado do presumivel ladrão de carteira e telemóvel e foi naturalmente expulso, agora é o Catão ou o Macaco tratarem do assunto com o Pinheiro. Com isso, ganhando ao Casa Pia, ficamos a 3 pontos do segundo lugar.
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.