Pedro Gonçalves festeja com os adeptos em Alvalade: golo do título foi dele, oito meses depois
Foto: Lusa
Gostei
Da vitória categórica do Sporting em Alvalade, sagrando-se campeão. Cumpriram-se as expectativas: não iríamos perder este jogo em casa, frente ao sexto classificado da Liga, numa partida em que precisávamos mesmo de derrotar o V. Guimarães para conquistarmos o título. Assim foi: a turma minhota perdeu 0-2, disse adeus à Liga da Conferência e ficou até atrás do Santa Clara. E nem precisaríamos de ter vencido, pois à mesma hora o Benfica encalhou na Pedreira: 1-1 frente ao Braga, confirmando-se que terá de ir à pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Do bicampeonato agora conquistado. A última vez que tínhamos alcançado dois títulos consecutivos de campeão foi nas temporadas 1952/1953 e 1953/1954. Há 71 anos que não repetíamos esta proeza. Já muito poucos, entre os vivos, puderam testemunhar tal feito, agora justamente celebrado por adeptos de todas as idades nas mais diversas parcelas do mundo, não apenas em Portugal. É uma estreia para quase todos nós.
De Pedro Gonçalves. Foi ele o desbloqueador do jogo. Melhor em campo. Marcou o golo inicial do Sporting, aos 55' - um golaço coroando da melhor maneira excelente lance colectivo. Já tínhamos saudades de o ver meter a bola no sítio certo: desde 13 de Setembro que não marcava. E ainda é dele o passe para golo no segundo. Temos enfim de volta, em excelente forma, o nosso n.º 8 - pedra essencial do plantel leonino e (assim o exigimos) também da selecção nacional nos tempos que vão seguir-se.
De Gyökeres. Despediu-se do campeonato - e talvez também do público de Alvalade - fazendo o gosto ao pé, à sua maneira, marcando o segundo e último nesta partida frente à turma vimaranense. Excelente finalização, aos 82', dissipando as últimas dúvidas que restavam: o título seria mesmo nosso. Conclui assim o campeonato com 39 golos em 33 jogos. Desde que chegou ao Sporting, marcou 96 em 101 partidas. E ainda falta disputar a final da Taça. Inesquecível.
De Eduardo Quaresma. Símbolo da raça leonina. Exibição irrepreensível do jovem central, que bem merece ser convocado para a equipa das quinas. Não apenas cumpriu no plano defensivo mas foi também ele a protagonizar vários movimentos de ruptura, queimando linhas com a bola bem dominada. Num destes lances começou a construir o nosso primeiro golo. Merece um prolongado aplauso.
Do meio-campo. Morten ficou de fora, por acumulação de cartões, mas a dupla Morita-Morten deu boa conta do recado, controlando o corredor central com eficácia: impediu o fluxo ofensivo do Vitória, quase inexistente. Destacaram-se ambos nas recuperações, acentuando a estabilidade do onze leonino. Não era fácil, mas cumpriram.
De ver a nossa baliza intacta. Total inoperância ofensiva do V. Guimarães. Rui Silva não teve de fazer qualquer defesa digna desse nome.
Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo. Cumpriu, fazendo aquilo que se esperava dele: geriu a partida sem falhas relevantes nem qualquer interferência no resultado.
Do incessante apoio dos adeptos. Começou logo com as bancadas repletas de público: 49.144 pessoas assistiram ao jogo no estádio. A festa começou ali.
Do treinador. Rui Borges manteve-se invicto como responsável máximo da equipa leonina em competições nacionais. Cinco meses e dezanove jornadas sem perder. Mesmo com vários jogadores lesionados, com ele ao leme nunca a equipa deixou de pontuar. Dos 82 pontos conquistados pelo Sporting, 45 têm a marca dele.
De todo este percurso percorrido. Foi o Sporting que esteve à frente durante quase toda a época: 30 das 34 jornadas no comando. Indiscutível supremacia sobre o Benfica. E já nem falamos do pobre FC Porto, que chega ao fim com menos 11 pontos que nós.
Deste justíssimo título.Equipa mais pontuada, com mais golos marcados, menos golos sofridos, o maior goleador da Liga (e neste momento da Europa) e o rei das assistências. Vitória em toda a linha, indiscutível. Confirmando o Sporting como força dominante do futebol português nesta década de 20: três campeonatos ganhos, contra apenas um para o Benfica e outro para o FC Porto.
Não gostei
Da ausência de Morten. O nosso capitão, que cumpria castigo por ter visto o nono cartão amarelo, merecia ter participado neste desafio do título. Ele é um dos grandes obreiros do bicampeonato verde-e-branco.
Da lesão de Diomande. O central marfinense, magoado num joelho, teve de abandonar o campo aos 25': resta saber se recupera a tempo de disputar a Taça. Mas St. Juste jogou bem no lugar dele.
Do 0-0 registado ao intervalo. Sabia a pouco.
Do V. Guimarães. Alguns, mais temerosos e sempre a prever o pior, receavam que os minhotos pudessem dar-nos luta. Não deram nenhuma. Totalmente apagados no momento ofensivo, nunca chegaram à frente com perigo. Ficam fora das competições europeias na próxima época: nem isso conseguiram. Perderam muito com a saída de Rui Borges.
Craque sueco soma e segue: 47 golos e 11 assistências em 46 jogos de leão ao peito nesta época
Foto: Lusa
Vingança consumada. Esperámos quatro meses, mas valeu a pena. Após termos sido injustamente derrotados em Dezembro pela equipa de Moreira de Cónegos, mostrámos o nosso verdadeiro valor na desforra ocorrida Sexta-Feira Santa, há quatro dias, em Alvalade.
Foi talvez a melhor primeira parte do Sporting sob o comando de Rui Borges, que sucedeu ao infortunado interregno de João Pereira: era este o treinador quando perdemos em Moreira. Desde então, a equipa parece ter mudado da noite para o dia.
Numa partida bem arbitrada por Fábio Veríssimo, os 45 minutos iniciais foram todos nossos. Pressão sufocante sobre o portador da bola, blindagem às saídas do Moreirense, domínio absoluto nos corredores, supremacia indiscutível nos duelos. Tabelinhas constantes entre os três da frente: Geny, Trincão e Gyökeres.
Ao intervalo vencíamos por 2-0. Sabia a pouco: tivemos pelo menos quatro outras hipóteses de golo. Infelizmente o internacional moçambicano e o virtuoso minhoto estiveram perdulários: na hora da decisão, permitiam a defesa ou atiravam para a bancada.
Valeu-nos, como quase sempre, o craque sueco. Enquanto os colegas exibiam pontaria desafinada, ele acertava no alvo. Foi assim aos 12', começando bem cedo por tranquilizar os adeptos. Num belo lance de futebol colectivo iniciado por Eduardo Quaresma, prosseguido junto à lateral direita por Quenda, que a passou a Morten e este, como se fosse avançado, colocou-a na zona de rigor ao alcance de Geny que, estando em noite não, ficou sem ela. Felizmente Viktor estava mesmo ao lado e não perdoou.
Repetiu a dose aos 25'. Em lance de fulminante contra-ataque dos leões. Trincão fez tudo bem na condução da bola, só claudicando no remate que embateu na perna de um adversário. Mas Viktor, ali bem perto, tratou do assunto: remate bem colocado, desferido a meia altura ao ângulo mais distante do guardião - e lá foi ela, aninhar-se nas redes.
No segundo tempo tirámos o pedal do acelerador. Mas, mesmo com linhas mais recuadas, mantivemos o domínio da partida. Coroado com o terceiro - nosso e do avançado sueco, autêntica galinha dos ovos de ouro deste Sporting 2024/2025 que sonha ser bicampeão nacional de futebol.
Foi aos 52'. Gyökeres, carregado em falta quase à entrada da área, na meia esquerda, encarregou-se da marcação do livre. E tão bem o fez que o guarda-redes mal a viu passar. Viktor está a tornar-se especialista na conversão de livres directos. Ainda bem: não tínhamos nenhum desde a partida de Bruno Fernandes, que tantas saudades deixou.
Chegávamos ao 3-0. Até os adeptos mais pessimistas suspiravam de alívio.
Mas quatro minutos depois, num lance fortuito, a equipa visitante chegou ao golo solitário. De modo mais simples do mundo: extremo cruza do lado esquerdo, avançado infiltra-se na área e dispara, solto de marcação. Maxi Araújo chegou tarde ao lance. Rui Silva pareceu hesitar entre sair dos postes ou ficar. Dois segundos depois estava lá dentro.
E o pior foi ver quase tudo repetido aos 60', com a pequena diferença de ter sido a partir do corredor direito do Moreirense. O ala cruza, sem intercepção de Gonçalo Inácio, e o avançado cabeceia, vencendo Eduardo Quaresma no jogo aéreo. Felizmente não conseguiu melhor do que fazer a bola roçar o poste.
Não havia necessidade.
Voltámos a pisar no acelerador. Já com Pedro Gonçalves de regresso a Alvalade, cinco meses depois, entre aplausos vibrantes das bancadas. Fez logo a diferença, numa tabelinha com Trincão aos 82' que merecia ter dado em golo.
Fresneda, recém-entrado, ainda tentou um chapéu aos 90'+2: não entrou por pouco, teria sido um dos golos do ano.
Quando soou o apito final, estávamos por cima. Mais perto do 4-1 do que do 3-2.
Quase 45 mil adeptos ovacionaram a equipa. Crentes, mais que nunca, que o título será nosso. A esperança é verde - e, como sabemos, é a última a morrer.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (5) - Poderia ter feito melhor no golo sofrido? Fica a incógnita. No resto, mostrou-se sempre seguro.
Eduardo Quaresma (5). Interventivo, voluntarioso. Inicia primeiro golo. Só demonstra ainda lacunas no jogo aéreo: aconteceu no golo deles.
Diomande (6) - Viu cartão amarelo logo aos 3'. Mas não ficou afectado: exibição em bom nível no comando da defesa.
Gonçalo Inácio (5) - Poderia ter fechado o ângulo no lance do golo sofrido. Mas cumpriu no essencial.
Quenda (6)- Marcou muito bem livre aos 5'. Interveio no primeiro golo, dando largura. Compromisso defensivo.
Debast (7) - Agarrou a posição de médio-centro. Segundo golo começa com recuperação dele. Bom no passe e nas recuperações.
Morten (8) - Intervenção decisiva no primeiro golo. Garantiu controlo do corredor central. Ganhou nas divididas.
Maxi Araújo (5) - Oscilante. Bons apontamentos técnicos, dignos de aplauso. Falhou marcação no golo sofrido.
Geny (4) - Prometeu muito, cumpriu quase nada. Falhou golos aos 15', 23', 44', 77' e 79'. Péssimas decisões.
Trincão (5) - Muito bom a conduzir, fraco a decidir. Golos falhados aos 9', 18' e 25' - no último, Viktor emendou.
Gyökeres (9) - Melhor em campo, melhor da Liga. Leva 47 golos marcados em 46 jogos - três agora. E ainda 11 assistências.
Pedro Gonçalves (5) - Substituiu Quenda aos 69'. Brilhou em tabelinha com Trincão aos 82'. Fazia-nos falta.
St. Juste (6) - Substituiu Quaresma aos 69'. Destacou-se num corte aos 79'. Trouxe tranquilidade e segurança.
Fresneda (5) - Substituiu Debast aos 84'. Tentou marcar de chapéu aos 90'+2. Um "quase golo" de belo efeito.
Esgaio (5) - Rendeu Trincão aos 84'. Jogou a médio-centro. Grande passe longo (87'). Boa recuperação (90'+1).
Matheus Reis (5) - Entrou aos 87', rendendo Maxi Araújo. Contribuiu para refrescar e estabilizar ainda mais a equipa.
Da estreia de Rui Borges ao leme da equipa. Entrada à campeão, vencendo o Benfica em nossa casa (1-0). Depois de apenas três sessões de treino com a equipa, que correspondeu da melhor maneira ao desafio de trabalhar com o terceiro técnico da temporada. Após Ruben Amorim (onze jogos, onze vitórias) e João Pereira (quatro jogos, uma vitória, um empate e duas derrotas).
Da adaptação táctica. Durante cinco anos vimos a equipa organizada a partir de uma linha de três centrais. Mas o novo treinador não hesitou em impor as suas ideias, claramente bem acolhidas. Com Diomande e St. Juste no centro, Eduardo Quaresma e Matheus Reis como defesas laterais. Lá na frente, os médios-ala projectados em extremos - Quenda pela esquerda, Geny pela direita. Com sucesso. Confirmando que Rui Borges é um profissional com personalidade e tem plena confiança no seu critério.
De Geny.Tornou-se o nosso talismã nos chamados "jogos grandes". Bisou na recepção aos encarnados no campeonato anterior e marcou ao FC Porto já na Liga 2024/2025. Anteontem à noite foi ele a desfazer as dúvidas ao marcar um golaço quando decorria o minuto 29'. Culminando excelente jogada colectiva do Sporting iniciada com um lançamento lateral de Quenda e prosseguida por Gyökeres, que sentou Tomás Araújo, competente defesa benfiquista mas que neste clássico esteve irreconhecível. O craque moçambicano foi o melhor em campo, ganhando sucessivos duelos com Carreras, o lateral adversário que tentou travá-lo, quase sempre sem sucesso.
De Gyökeres. Não marcou, mas continua a trabalhar imenso para a equipa. E voltou a contribuir para um golo, com o passe para o centro da área a solicitar a bem-sucedida desmarcação de Geny. Ainda tentou o golo por duas vezes, aos 40' e aos 88': só não aconteceu devido a grandes defesas de Trubin, o melhor da turma visitante.
De Morten. Impõe-se cada vez mais como esteio no meio-campo leonino. Grande recuperador e distribuidor de jogo, exibe resistência sem limites. Vulgarizou completamente Florentino, que foi acumulando disparates, ofuscado pelo nosso capitão no confronto a meio-campo.
De Diomande. Mostrou-se à altura de Coates, como seu sucessor enquanto patrão da defesa, sem acusar a súbita mudança operada no sistema táctico. Fez eficaz parceria com St. Juste e soube manter sob vigilância o mais imprevisível dos benfiquistas, Di María. Só uma vez foi ultrapassado, mas acelerou ainda a tempo de anular o lance ofensivo, aos 67'. Um corte que mereceu aplauso das bancadas como se tivesse sido golo.
De Eduardo Quaresma. Trabalhador incansável. É um dos símbolos deste Sporting que sonha com o bicampeonato e vai fazer tudo para que esta meta se torne realidade. Pelo menos três cortes preciosos, no momento exacto - aos 43', 52' e 54'. E atreveu-se um par de vezes a progredir com a bola, queimando linhas, semeando o pânico no meio-campo defensivo dos encarnados.
Do regresso de Morita. O internacional nipónico voltou após lesão. E comprovou-se em toda a primeira parte - totalmente dominada pelo Sporting - a falta que fazia. A abrir espaços, a ligar linhas, a colocar a bola com precisão cirúrgica. Quando começou a claudicar, por cansaço físico, a equipa ressentiu-se.
Da lotação esgotada. Mais de 48 mil espectadores em Alvalade na noite de domingo. Casa cheia para ver um bom espectáculo. A maior afluência de público da temporada ao nosso estádio.
Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo. Deixou jogar, aplicando critério largo sem apitar por tudo e por nada. E manteve critério uniforme, o que merece registo.
Da homenagem a Nani antes do jogo. Formado em Alvalade, grande figura do futebol internacional, o campeão europeu não esquece as raízes. Foi brindado com merecida e sentida ovação. Aos 38 anos, certamente ainda gostaria de calçar num clássico como este.
Da subida do Sporting na classificação. Entrámos para este jogo em terceiro lugar, com o FC Porto no comando à condição, saímos em primeiro. De novo no topo, retomando a liderança que tínhamos até há escassos dias.
Não gostei
Da saída de Quaresma, com lesão muscular. Teve de abandonar o relvado amparado, aos 71', após ter dado tudo em campo. Felizmente parece ser lesão sem gravidade.
De Fresneda. Entrou aos 71', substituindo Quaresma. Fez um corte providencial aos 83'. Mas perdeu-se em acções inconsequentes, atirando duas vezes a bola para fora, oferecendo-a uma vez a Carreras (81') e claudicando no início da construção. Tarda em impor-se no plantel leonino.
Da frase batida "dérbi eterno". Os comentadores e relatores usam e abusam deste chavão, que se tornou insuportável lugar-comum. O Sporting é de Portugal inteiro, não é clube de Lisboa. Dérbi é um Benfica-Casa Pia ou um Benfica-Oriental. E nada em futebol é eterno.
Para mim o branco e alto Sebastián Coates foi o mehor defesa central do Sporting, pelo menos nos últimos 50 anos. Estão aí os números de jogos, títulos e golos para o demonstrar.
Mas o facto é que teve de sair, pelas razões que se conhecem.
Na defesa a três de Amorim, quem é mais parecido e tenta fazer o mesmo que Coates é um preto e alto chamado Diomande. Para mim é o novo Coates, aquele que não pode mesmo sair seja por que razão for. E se ficar no Sporting os anos que o Coates ficou até poderá superar os números dele. Classe não lhe falta, mas duvido.
Ao lado de Diomande, existem várias opções. À frente Hjulmand, lá na frente Gyökeres, atrás Kovacevic. Será esta a coluna vertebral da equipa do Sporting para a próxima temporada.
Depois existem os Veríssimos desta vida, atrevidos e incompetentes em doses iguais, peões de brega para quem os saiba controlar. Como o fizeram no Jamor. Olé!!! Se o vermelho o retirar da Supertaça então é mesmo caso para investigar.
De resto este Sporting-Sevilha foi um jogo por demais táctico: marcações em cima, poucas oportunidades de golo e essas a surgir de lances casuais.
O resultado de 2-1 contra o Sevilha apenas reflecte a actual inteligência táctica deste Sporting de Amorim.
Com Fernando Gomes a fazer de presidente da Federação Portuguesa de Futebol, com Roberto Martinez a fazer de seleccionador, com Pinto da Costa a fazer de presidente do FC Porto (na tribuna) e com Fábio Veríssimo a fazer de árbitro no relvado, está tudo preparado.
Os dados estão lançados.
Vamos ver se vencerá o futebol antigo, da fruta, do chocolate e dos apitos de ouro ou se vencerá o trabalho, a competência, o esforço, a dedicação e a devoção.
Vamos tentar vencer as duas equipas, domingo, vamos tentar conquistar a glória.
O jogo Paços de Ferreira-Braga contou com um ingrediente inédito: foi arbitrado por um francês, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Federação Portuguesa de Futebol e a sua congénere gaulesa.
Willy Delajod: assim se chama o chefe da equipa de arbitragem desse desafio, que terminou empatado a zero.
Ao abrigo do mesmo protocolo, a FPF enviou para França o árbitro Luís Godinho. Que apitou o Bordéus-Lens (1-2), com videoarbitragem de Bruno Esteves. Um desafio que terminou envolto em polémica: os adeptos da equipa visitada acusam Godinho de ter inventado o penálti que permitiu a vitória dos visitantes.
É absolutamente incompreensível a escolha do juiz francês para o irrelevante jogo em Paços de Ferreira na mesma jornada em que se disputou o primeiro dos seis clássicos da Liga 2021/2022. Com miserável arbitragem de Nuno Almeida, um apitador que já devia estar reformado pois atingiu a data limite para o exercício da actividade na temporada anterior mas acabou repescado para esta época.
A pergunta tem de ser feita: por que motivo não foi escolhido o árbitro francês para apitar o Sporting-FC Porto?
O senhor Almeida, "coadjuvado" pelo inefável João Pinheiro na vídeo-arbitragem, assassinou o clássico desde o apito inicial. Com três cartões exibidos em menos de quatro minutos e 40 faltas assinaladas ao longo de toda a partida. Em total antítese com os critérios adoptados no recente Campeonato da Europa e contrariando as próprias recomendações dos responsáveis da arbitragem portuguesa, aconselhando menos interrupções de jogo no nosso campeonato, o oitavo com mais faltas em 35 Ligas europeias.
Como assinalava ontem Daniel Sá no Record, «raramente conseguimos assistir a mais de um minuto de futebol contínuo» neste primeiro clássico da temporada. O que só acelera o desinteresse das novas gerações pela modalidade: em vez de um jogo, há meio-jogo.
«Os 90 minutos de futebol de 40 faltas serão cada vez menos apelativos para o público em geral», acentuando a tendência para só ver resumos em vez da transmissões integrais das partidas. Com a queda de receitas daí decorrente.
Faz hoje um ano, perdíamos o nosso melhor jogador da década: Bruno Fernandes deixava o Sporting, rumo ao Manchester United, onde não tardou a fazer sucesso e a tornar-se ídolo nesse emblema.
Foi um momento triste para nós. Mas que soubemos aproveitar da melhor maneira: quando um leão cai, logo outro se levanta; quando um leão sai, logo outro chega.
Perdemos Bruno Fernandes, como depois perderíamos Mathieu e Acuña, por exemplo. Mas ganhámos Porro, Pedro Gonçalves, Nuno Mendes, Adán, Matheus Nunes, Tiago Tomás, Nuno Santos.
No Sporting-Benfica da próxima segunda-feira não contaremos com João Palhinha, vergonhosamente amarelado por Fábio Veríssimo numa autêntica declaração de guerra ao Sporting. Este afastamento compulsivo, sem qualquer motivo que o justificasse, só beneficia o Benfica - clube do coração do árbitro - pois Palhinha é um dos elementos nucleares do onze leonino.
Mas tal como nos reconvertemos há um ano sem Bruno Fernandes, também o Sporting saberá demonstrar em campo tudo quando vale mesmo sem Palhinha. Para dedicarmos a vitória nesse clássico ao jogador que saiu do Bessa lavado em lágrimas, revoltado com o atentado à verdade desportiva que Veríssimo acabara de cometer.
Esta é a força do Sporting: a força que assenta num verdadeiro colectivo. A força de uma equipa em que o todo ultrapassa largamente a soma das partes.
Da nossa concludente vitória sobre o Boavista. Domínio total do Sporting do princípio ao fim da partida do Bessa, quase sempre de sentido único. Com Adán a fazer apenas uma defesa digna desse nome (82'). O resultado ao intervalo (1-0) era muito lisonjeiro para a equipa da casa. No mesmo estádio onde o Boavista vencera o Benfica por 3-0.
Do golo marcado cedo. Marcador inaugurado aos 22', por Nuno Santos, correspondendo da melhor maneira a um soberbo cruzamento de Nuno Mendes. Com notável sentido de posicionamento e desmarcação.
De Porro. Para mim, o melhor em campo. Pelo extraordinário golo que marcou aos 77', fixando o resultado (2-0) e comprovando a sua inegável mais-valia neste plantel leonino. Pega na bola e à meia volta, a 30 metros da baliza, faz um disparo fortíssimo, indefensável. Desde já candidato a um dos melhores golos da Liga 2020/2021. E deste ano civil há pouco iniciado.
De Nuno Mendes. Temos de volta o nosso ala esquerdo após algumas semanas de menor brilho. Exibição de luxo coroada por três soberbos centros que levavam selo de quase-golo, aos 18', 22' e 33'. Infelizmente só um encontrou o melhor desfecho.
De Matheus Nunes. De jogo para jogo revela-se um dos jogadores mais consistentes deste Sporting 2020/2021, mesmo quando lhe cabe uma missão de especial dificuldade, como foi neste caso a de render Palhinha na posição de médio defensivo titular. Deu boa conta do recado, tanto no capítulo das recuperações de bola como na qualidade de passe. Nunca dá um lance por perdido: é um Leão da cabeça aos pés.
De Nuno Santos. Outro golo para a sua contabilidade pessoal. Aos 53' assistiu Sporar, entregando-lhe a bola de bandeja com um passe cirúrgico: só a inépcia do esloveno o impediu de empurrá-la lá para dentro. Jornada após jornada, vai-se confirmando como um dos elementos mais influentes do plantel.
De continuarmos invictos. Somos a única equipa da Liga que prossegue sem derrotas, o que faz toda a diferença.
De ver a nossa liderança reforçada. Somamos já 39 pontos, em 45 possíveis. Estamos há nove jornadas consecutivas no primeiro posto - e assim continuaremos pelo menos até à entrada na segunda volta desta Liga 2020/2021. Continuamos a marcar em todas as partidas do campeonato. Conservamos a vantagem de quatro pontos face ao segundo classificado, o FC Porto, e ampliámos para seis pontos a distância que nos separa do Benfica, que empatou em casa com o Nacional. Se vencermos o SLB no dérbi de segunda-feira em Alvalade, passaremos a ter mais nove do que o nosso mais velho rival.
Não gostei
De Sporar. Exibição péssima do ponta-de-lança esloveno, que continua divorciado do golo. Desta vez não pode queixar-se de não ter sido servido pelos colegas, que lhe puseram a bola nos pés só para ele empurrar. Aos 33', falhou a emenda, a passe de Nuno Mendes. Aos 53', voltou a ser desastrado, desperdiçando uma quase-assistência de Nuno Santos. Não ataca a profundidade, não antecipa os movimentos dos companheiros, reage quase sempre tarde às solicitações que lhe fazem. É hoje, claramente, o principal ponto fraco da equipa.
Dos falhanços de João Mário. Também o campeão europeu mantém uma relação muito problemática com o golo, desperdiçando oportunidades sucessivas. Desta vez mais duas para a sua conta pessoal: aos 43', em posição frontal, optou pelo tiro-ao-boneco; aos 60', com Jovane desmarcado, atirou para a bancada. Além disso também não lhe saiu nada bem a marcação de um livre.
Do "critério largo" do árbitro Fábio Veríssimo. Deixou os jogadores do Boavista "distribuir fruta" desde o início do jogo, com 20 faltas deixadas impunes - metade das quais sobre Jovane, que passou grande parte do primeiro tempo estendido no relvado transformado em lamaçal. Aos 79', subitamente, decidiu mudar de critério, amarelando Palhinha - entrado três minutos antes - num lance de bola dividida, similar a dezenas do género que ocorrem em qualquer jogo. Por causa deste injustíssimo cartão, o nosso médio defensivo será em princípio excluído do Sporting-Benfica - um dos jogos grandes da temporada. Um acto de lesa-futebol. As imagens de Palhinha abandonando o campo lavado em lágrimas já fazem parte da iconografia leonina.
Marco Ferreira na edição impressa do Record de hoje [ontem]:
«EMPURRÃO. João Palhinha empurra o adversário com o braço direito no momento em que este se preparava para rematar à baliza. Livre directo e cartão amarelo bem exibido.»
O mesmo árbitro no fórum on-line do mesmo jornal esta tarde [ontem à tarde]: «Em relação a este lance em particular, a infracção técnica não é motivo para amarelo, foi um empurrão imprudente e nada mais.»
O mais incrédulo é o texto a seguir a este último:
«O amarelo foi exibido porque o árbitro entendeu que era uma jogada prometedora, sendo uma questão de interpretação eu acompanho sempre a decisão tomada em campo. Realço que qualquer decisão disciplinar seria sempre acompanhada por mim, exibir ou não o amarelo.»
Ou seja, para Marco Ferreira, ele escreverá sempre "certo" o que o árbitro decidir sobre cartões amarelos MESMO QUE NÃO CONCORDE! E agora que o Fábio Veríssimo disse que se tinha enganado... como é que vai ser?
TRAPALHADA: Por aqui se vê: corporativismo mesmo quando despromovidos... E são estes os árbitros chamados a dar opinião especializada em jornais de referência?
E se a Direcção não tivesse anunciado logo que iria pedir a despenalização? E se o universo leonino em peso tivesse antes ficado calado perante mais um atentado à verdade desportiva?
A verdade é esta, se não formos nós a defendermo-nos poucos o fazem.
Relator e narrador da partida na Sport TV foram incapazes de rejeitar e condenar a decisão do árbitro. E a seguir, entre o infindável cortejo de comentadeiros, a esmagadora maioria deles, viram falta de Palhinha e muito poucos criticaram a amostragem do cartão amarelo. Uns e outros cúmplices da incompetência, na melhor das hipóteses, alimentadores de um polvo que abraça e chupa o sistema de forma tentacular, na pior delas.
Ser-se incapaz de chamar aberração arbitral àquilo a todos assistimos, além da cumplicidade já referida, será sempre servir interesses que não os do desporto.
Terá o apitador vergonha na cara e coragem para voltar atrás no roubo que nos fez?
Teremos de esperar para ver se o escândalo prevalece incólume. Resta-nos o consolo que nos dá o choro de Palhinha no final do jogo. A certeza de que a nossa equipa é feita de uma força e de um querer ir à luta. E nós estamos na luta, contra tudo e contra todos. E ontem, o que aconteceu no Bessa mais uma vez mostrou que onde vai um vão todos.
Ou "Os filhos da Puta", versão revista, actualizada e o que mais vos aprouver.
Sabem que eu sou pouco de rodriguinhos, por isso não vou perder muito tempo com isto e então cá vai: Este filho da puta mostrou deliberada e conscientemente um cartão amarelo numa jogada onde nem existe qualquer falta, a um jogador que sabia que se o visse, falharia o próximo jogo.
Trabalho encomendado, trabalho executado! Tal qual como seu competentíssimo tio, que lhe terá ensinado que só se progride na carreira com coluna de minhoca, este merdas saiu do Bessa com o sentimento de dever cumprido. Esperou 79 minutos pela presa, dando um baile de apitadeiro com um "critério largo", deixando o desgraçado do Jovane fazer de saco de porrada até o treinador o ter feito sair, sob risco de ficar todo negro (sem piada, forma de expressão). Esperou acoitado numa arbitragem que tudo permitiu ao adversário, com um único fito, o de prejudicar um clube e o de beneficiar outro, o adversário do jogo seguinte. Sim, o Benfica.
Foi o Vieira que lhe untou as unhas? Não! O gajo não recebeu um pacote de coca saído pela porta 18 e transportado no carro conduzido pelo Zé. O que acontece é que este árbitro de proveta, proveniente dos cursos do Inatel patrocinados pelo Benfica, promovido a internacional sem o mínimo de jogos obrigatórios para tal nas divisões inferiores, sabe que se não apitar desta forma não progride na carreira, nem é preciso dizer-lhe nada, a notinha boa que é precisa, no final da época lá estará.
Triste futebol este em que os adeptos de um clube criticam o treinador por colocar em campo um jogador "à bica" com os cartões amarelos, porque toda a gente sabia que isto ia acontecer. E não devia, o treinador meteu quem entendeu, a estratégia de um treinador nunca pode ser condicionada pela previsível amostragem de um cartão a um seu jogador. Mas é! Infelizmente neste futebolzinho de merda em que se tornou o futebol português, o treinador não só precisa de se preocupar com a sua missão, como também tem que estar preocupado com o gajo que vai apitar o jogo. Será certamente caso único no Mundo.
A questão é esta, meus caros: O futebol está podre! Tudo fede, inclusive o que gravita à sua volta, observadores, delegados, árbitros, a maior parte dos comentadeiros, a maior parte dos "jornalistas" desportivos (peço desculpa aos jornalistas verdadeiros), tudo, enfeudado a dois emblemas que querem de qualquer forma aceder ao bolo da Liga dos Campeões. Foi ver o Mota em Faro todo acagaçado reverter uma raquetada com a mão dum gajo do Porto, porque sabe que o macaco lhe ia tratar das montras dos talhos e foi ver este lambuças, no primeiro lance em que Palhinha interveio, três minutos depois de estar em campo, mostrar-lhe um cartão amarelo, injustificado à luz de qualquer das leis do futebol, que o atira para a bancada na recepção ao Benfica.
Era um pau enfiado pelo fundo das costas! Não por castigo, apenas para lhe endireitar a coluna.
Adenda: A coisa foi tão evidente, tão comentada por todos, toda a gente se referiu ao lance como normal (excepto o inconfundível Leirós, conselheiro de arbitragem do... Benfica), que o larápio sobrinho já reconheceu que errou. Valha-nos isso, mas ainda falta a despenalização.
Eis outro árbitro-proveta com insígnias FIFA sem a menor categoria para apitar nos estádios portugueses. Ficou bem evidente esta noite: João Palhinha entrara em campo minutos antes, mal tocara ainda na bola, há um lance dividido, com carga de ombro de ambos os lados, o jogador do Boavista atira-se ao chão e logo Fábio Veríssimo puxa do amarelo e exibe-o sem pudor ao nosso médio defensivo. Que assim falhará a presença no clássico Sporting-Benfica, da próxima segunda-feira.
Nem falta foi. E, se fosse, jamais seria lance para amarelo. A disputa de bola ocorre em zona lateralizada, longe da grande área e com ambos de costas para a nossa baliza, não havendo ali qualquer indício de ataque prometedor do Boavista. Mas Veríssimo nem hesitou: aquele era o primeiro cartão do jogo, já estavam decorridos 79', o "critério largo" do árbitro era afinal uma treta urdida para melhor apanhar o nosso jogador na sua teia. E deixá-lo de fora no dérbi lisboeta. Faz sentido: ninguém ignora que este apitador, sobrinho do imarcescível Olegário Benquerença, é um fervoroso adepto do Benfica.
Palhinha saiu de campo em lágrimas. Revoltado por ser injustamente impedido de participar num dos jogos grandes da temporada. Numa partida em que o Boavista fez o dobro das faltas do Sporting (25 contra 13) e viu o mesmo número de cartões (dois). Nada de novo: é mais do mesmo. Estes são os critérios de quem insiste em inclinar o campo, manchando uma vez e outra e outra a verdade desportiva.
Os mesmos comentadores que nas pantalhas debitam a cartilha do ódio ao Sporting, acusando-o de beneficiar dos favores da arbitragem, fecharam os olhos aos dois penáltis perdoados ao Braga no jogo de sábado contra a nossa equipa. Um empurrão pelas costas de Rolando a Feddal e um derrube de Raul Silva a Tiago Tomás, que as imagens tornam evidente. O primeiro foi transformado pelo árbitro Fábio Veríssimo em... falta atacante do Sporting. O segundo ocorreu quando o vídeo-árbitro João Pinheiro estaria a pairar em meditação transcendental lá nos confins da "cidade do futebol".
No empurrão a Feddal, dizem eles, nada se passou: tudo depende da intensidade. São os mesmos, em vários casos, que vislumbraram fúria intensiva no involuntário toque de Coates ao guarda-redes do Famalicão, justificando a anulação do nosso terceiro golo nesse jogo pelo árbitro Luís Godinho que nos impediu de ali conquistar os mais que merecidos três pontos e valeu a Rúben Amorim a segunda expulsão na sua carreira, a segunda ao serviço do Sporting (a primeira, por mera coincidência, foi também ditada por Godinho).
São os mesmos, exactamente os mesmos. E, do nosso lado, ainda há por vezes quem acredite neles.
Do triunfo do Sporting sobre o Braga. Vitória leonina em Alvalade, por 2-0, contra um dos nossos mais temíveis adversários na Liga 2020/2021. Não esqueçamos que os vermelhos do Minho, há cerca de dois meses, venceram o Benfica na Luz (2-3). Superado este obstáculo, estamos agora oito pontos acima dos braguistas, que na época passada ficaram um lugar à nossa frente.
De Porro. Melhor em campo: o jovem internacional espanhol superou com distinção o confronto individual com Galeno. Distinguiu-se nos desarmes, nas acções ofensivas pela ala direita, nos cruzamentos lá à frente. E com uma condição física invejável. É, naquele corredor, o melhor lateral do Sporting neste século. E nunca dá um lance por perdido. Quase no fim do jogo, celebrou com um punho no ar quando ganhou uma bola dividida que resultou em lançamento. Mal soou o apito final, foi exuberante e contagiante a sua alegria. À Leão.
De Adán. Grande exibição do nosso guarda-redes, que foi decisivo para bloquear o fluxo atacante do Braga nos momentos mais complicados da partida, nos últimos 15 minutos da primeira parte e no início da segunda. Duas enormes defesas, aos 32' e aos 63'. É um dos pilares desta equipa, que se apresenta em campo cada vez mais coesa e motivada.
De João Mário. Pura classe: fez o melhor jogo desde que regressou ao Sporting, imperando no meio-campo - tanto na construção ofensiva como no apoio à manobra defensiva. Superiorizou-se nos duelos com Musrati, incapaz de lhe travar o passo. Atravessa um excelente período também do ponto de vista físico: chegou ao fim do jogo sem acusar cansaço.
De Matheus Nunes. É um dos mais combativos jogadores leoninos, o que voltou a confirmar-se nesta partida. Entrou aos 72' para reforçar o nosso meio-campo e desta vez foi ainda mais eficaz do que já nos habituou: seis minutos depois, marcava o segundo golo, aparecendo com muita oportunidade em posição frontal. Ganhou o ressalto após excelente lance individual protagonizado por Sporar no corredor esquerdo e meteu-a lá dentro. Merecida estreia como goleador pela nossa equipa principal.
De mais um golo de Pedro Gonçalves. O médio ofensivo, alvo de marcação cerrada, teve uma primeira parte apagadíssima. Mas bastou-lhe uma oportunidade para aproveitá-la da melhor maneira, metendo a bola na baliza - o que já não sucedia há três jogos. Foi aos 54', convertendo em golo uma bola que vinha dos pés de Nuno Santos, já em desequilíbrio. Com este, já leva 11 marcados. Reforça assim a liderança na lista dos goleadores da Liga.
Do nosso bloco defensivo. Funcionou em sincronia perfeita, deixando os jogadores adversários em constante fora-de-jogo e neutralizando Paulinho, principal artilheiro do Braga. Qualquer dos centrais - Coates, Feddal e Neto - fez cortes providenciais e cirúrgicos. Não é por acaso que o Sporting mantém a melhor defesa da Liga: apenas oito golos sofridos em 12 jogos. Também não é por acaso que somos a única equipa invicta no campeonato nacional de futebol.
Da nossa eficácia. Tivemos três oportunidades de golo, convertemos duas. Equipa com fome de títulos é mesmo assim: aproveita o que houver, sem desperdícios.
Da nossa sorte. Rúben Amorim costuma dizer que é um técnico "com estrelinha". Voltou a acontecer neste jogo: aos 40', na jornada mais perigosa do Braga, Musrati fez a bola embater no poste. Se entrasse, a história deste desafio teria sido diferente.
Da forma como Amorim mexeu na equipa. Mal marcámos o primeiro golo, o treinador trocou um desgastado Tiago Tomás por Sporar e Nuno Santos por Tabata aos 57'. A mudança produziu efeito, dando consistência à equipa: o Sporting passou a assumir o controlo definitivo do jogo, o que ainda mais se acentuou com a troca de Pedro Gonçalves por Matheus Nunes aos 72'.
De saber que nenhum dos jogadores tapados com cartões viu o amarelo. Coates, Feddal, Neto, Nuno Santos e Palhinha vão poder jogar contra o Nacional.
De ver sete portugueses no nosso onze titular. De início alinharam Neto, Palhinha, João Mário, Nuno Mendes, Pedro Gonçalves, Nuno Santos e Tiago Tomás. Em nítido contraste com Benfica e FC Porto, que têm entrado em campo com equipas quase só compostas por jogadores estrangeiros.
De ver a liderança reforçada. Somamos já 32 pontos, em 36 possíveis. Cumprimos a quinta vitória consecutiva, há 15 jogos que não perdemos em casa para a Liga. Vencemos dez dos últimos 11 jogos do campeonato. Estamos há seis jornadas consecutivas no primeiro posto. E continuamos a marcar em todas as partidas já cumpridas desde o início da temporada.
Não gostei
Da nossa primeira parte. Entrámos bem, com aparente intenção de resolver cedo o desafio, mas por volta dos 20 minutos deixámos o Braga avançar no terreno e assumir o domínio do jogo, o que nos provocou alguns calafrios. Foi o período menos bem conseguido do Sporting. Ao intervalo, registava-se um empate a zero que castigava sobretudo o nosso desempenho, só com dois remates nesse período da partida - e nenhum deles enquadrado com a baliza.
Da arbitragem. Fábio Veríssimo foi complacente e conivente com o comportamento antidesportivo de jogadores como Raul Silva (que fez várias faltas duríssimas mas só viu o amarelo aos 59'), Galeno (que rasgou propositadamente a sua camisola, quando já estava amarelado, e regressou ao campo vestindo a camisola de um colega, provocando duas paragens consecutivas no jogo sem receber sanção disciplinar) e o guarda-redes Matheus (que devia ter recebido vermelho directo quando entrou de sola às pernas de Sporar, junto à linha lateral, pondo em risco a integridade física do esloveno).
Da vídeo-arbitragem. João Pinheiro, com os ecrãs à sua frente na chamada "cidade do futebol", não viu um empurrão de Rolando a Feddal, uma mão na bola de Fransérgio e um derrube de Tiago Tomás, sem bola, na grande área braguista. Três penáltis que ficaram por assinalar - dois dos quais, o primeiro e o terceiro, sem qualquer margem para dúvida. O VAR volta a inclinar o campo contra o Sporting. Já começamos a estar habituados.
De ver o nosso estádio sem público. Este Sporting-Braga merecia assistência ao vivo em Alvalade. Nem que fosse apenas 10% ou 20% da lotação habitual das bancadas. Lamentavelmente, as autoridades sanitárias que continuam a autorizar todo o género de espectáculos mantêm em quarentena sine die o futebol. É algo cada vez mais inaceitável.
Depois do esforço de Terça-feira, mais uma jornada complicada, hoje, no Bessa.
Num jogo que começámos claramente por dominar e que poderíamos ter matado por quatro ou cinco vezes, acabámos a defender três pontos mais que justos, outra vez contra catorze.
Para aqueles que nos virão aqui chatear a moleirinha com aquilo a que irão chamar anti-jogo, a minha resposta em gargalhada é: Finalmente aprenderam a defender um resultado. Contra tudo e contra todos!
Para aqueles que ainda aqui aparecem com a estória do Slimani, serve aquela cotovelada do rapaz axadrezado na cara de Coates.
Muito Bom - Adrien, William, Coates, Gelson (melhor em campo mais uma vez) e Dost.
Bom - Bruno César.
Suficiente - Os restantes.
Rui fez uma defesa, em cima do risco. Aposto que a partir de hoje teremos aí um camião de defensores do vídeo-árbitro e da tecnologia da linha de baliza, vai uma aposta?
Bom - O domínio do jogo na primeira parte e algumas boas jogadas.
Mau - Os cruzamentos (o único que "entrou" foi o do golo) e (a falta dos) os remates.
Os jornais de hoje produzem um veredicto unânime: a equipa de arbitragem dirigida por Fábio Veríssimo anulou ontem, aos 99', um golo limpo a Slimani por fora de jogo que nunca existiu.
Jogava-se então o prolongamento do Braga-Sporting. E este jogo colocaria a nossa equipa a vencer 4-3.
A decisão da equipa de arbitragem teve influência directa no desfecho do desafio. Prejudicando - e de que maneira - o Sporting.
Ficam as opiniões hoje emitidas nos diversos jornais:
Almiro Ferreira (Jornal de Notícias): «O assistente Paulo Soares anulou mal um golo a Slimani, já no prolongamento. O argelino estava em linha.»
Carlos Nogueira (Diário de Notícias):«Slimani ainda marcou um golo, anulado pelo árbitro por fora de jogo... uma decisão errada, pois o argelino estava em linha.»
Carlos Rias (A Bola): «Bryan Ruiz dá um toque subtil para Slimani, isola-o e o argelino faz golo. O árbitro anula o lance por pretenso fora de jogo. Não há irregularidade. Erro grave do juiz de partida.»
Jorge Coroado (O Jogo): «No momento em que a bola foi passada, Slimani estava em posição legal, não sei se justificando o fora de jogo assinalado. Precipitação do árbitro assistente que se revelou desatento, eventualmente já saturado pela extensão do encontro.»
José Leirós (O Jogo): «Slimani, por gestos, disse "talvez sim, talvez não". Mas o jovem árbitro assistente errou. O avançado do Sporting não estava em fora de jogo, tinha o penúltimo defesa a colocá-lo em posição legal. O golo foi mal anulado.»
José Ribeiro (Record):«O árbitro auxiliar anulou o segundo golo a Slimani por fora de jogo... inexistente, já que o avançado leonino está atrás do penúltimo defesa bracarense. Era o 3-4.»
Octávio Lopes (Correio da Manhã): «Islam Slimani marca um golo que é mal anulado por um fora de jogo inexistente.»
Pedro Henriques (O Jogo):«Golo mal invalidado, pois, com acesso à repetição de que o assistente não dispõe, verifica-se que Slimani está em linha com o penúltimo adversário no momento do passe do seu colega.»
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.