Só conhecia João Lobo Antunes de entrevistas. Pessoas haverá muito mais habilitadas do que eu para recordarem o ilustre e notável neurocirurgião. Mas eu gostaria de recordar justamente uma entrevista – não sei onde, não sei a quem (teria sido ao DNa, suplemento do Diário de Notícias?) –, a primeira que dele li, já lá vão mais de 20 anos. Vivia-se o prolongado jejum de títulos do Sporting, e uma das perguntas da entrevista dizia respeito justamente ao sportinguismo de João Lobo Antunes, nascido e criado em Benfica e numa família de benfiquistas, alguns deles ferrenhos. A pergunta era algo como “O seu Sporting não lhe tem dado muitas alegrias...”, e a resposta, que eu nunca esqueci: “A mim o Sporting só me dá alegrias. Quando ganha é uma alegria. Quando perde é um hábito.” Pode parecer pateta recordar João Lobo Antunes por isto, mas só um homem muito sábio encara o futebol desta maneira.
Fernando Santos não teve arbitragens isentas no Campeonato da Europa. Ver surripiados três penáltis em sete jogos e ver ainda o melhor jogador inutilizado ao minuto 8 do jogo mais decisivo, sem o agressor ter visto um cartãozinho amarelo, sem sequer ter sido assinalada falta nesse lance, demonstra bem como a arbitragem, fora ou dentro de Portugal, actua cada vez mais como factor lesa-futebol. E mesmo assim conquistámos o título. Esta foi também uma das lições que o Euro 2016 nos deu: é possível vencer a jogar contra doze. Mesmo que o 12.º jogador use apito.
Hoje conheci uma apaixonada pelo Sporting com quase 80 anos. Sócia há 48!
Avó de um antigo jogador do Sporting de nome Poejo, actual treinador adjunto dos sub-15, esta idosa tem mais garra do que o Quaresma atrás de um jogador do Nacional.
Sabe sempre bem encontrarmos sportinguistas deste calibre. Uma incrível força da natureza.
Da boca dela ouvi dizer: o Sporting é a minha segunda casa.
Isto é um verdadeiro exemplo de sportinguismo!
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