Oito anos depois
Há oito anos, o capitão, Nani liderou Portugal rumo à vitória, tinha 29 anos.
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Há oito anos, o capitão, Nani liderou Portugal rumo à vitória, tinha 29 anos.
Mais importante que saber estar em palco, é saber sair de cena, deixar outros actores brilharem.
Grande Nani, o capitão do triunfo mais importante (até agora) da selecção nacional de futebol.
Penso como Nani, o Sporting é o clube perfeito.
Nani foi o Garrincha de 1962, o jogador que para além de o ser, foi, também, Pelé.
Foi-o na final de 2016, outros eram atormentados por borboletas gigantes, choravam, atiravam com a braçadeira de capitão para o chão, entravam em campo, saíam de campo, enervavam os campanheiros, os adversários, os milhões de pessoas que assistiam ao jogo no campo ou na transmissão televisiva, às vezes como diz o povo: "não podes, arreia".
Arriou.
Nani nesse jogo foi o capitão de Portugal, foi-o desde os 24 minutos de jogo, foi-o em toda a segunda parte, foi-o no prolongamento, foi-o sempre, até o jogo acabar, depois passou a ser aqueles dois olhos que espreitam sob o sovaco de Fonte, o palco era de outros.
Como prémio da sua liderança, do seu querer, da sua capacidade de ser não só ele mas mais do que ele, como prémio, dizia, Nani; foi excluído. Jogadores como William Carvalho (suplente do Bétis) ou João Félix (suplente do Atlético de Madrid [lesionado]) foram convocados mas o capitão dos leões de Orlando City ficou no sofá a assitir pela televisão.
Com Nani em campo a selecção portuguesa teria sido goleada pela Alemanha?
Com Nani em campo a selecção portuguesa teria empatado com a Framça?
Com Nani em campo a selecção portuguesa teria sido eliminada pela Bélgica?
Ficam as dúvidas e uma certeza, gostaria de ver Nani a erguer mais uma Taça da Liga dos Campeões (já levantou uma pela Manchester United) desta vez sem estar escondido sob o sovaco de ninguém, na linha da frente com o leão rampante no peito e a braçadeira amarela de capitão bem ajustada no braço.
Festejámos agora o quarto aniversário da maior proeza de todos os tempos do futebol português: a conquista do Campeonato da Europa em 2016, proeza engrandecida por ter sido alcançada numa final épica, contra o onze do poderoso país anfitrião e com o nosso melhor jogador inutilizado logo no primeiro quarto de hora.
Recapitulando tão saborosa conquista, reafirmo que o facto de dez desses campeões europeus - que continuam a sê-lo em título - terem sido formados no nosso clube constitui motivo de legítimo orgulho para todos os adeptos do Sporting. Orgulho ainda mais justificado por sabermos que quatro deles (Adrien, João Mário, Rui Patrício e William Carvalho) integravam, à época, o plantel leonino.
Tentei lembrar-me qual foi o contributo do Benfica para essa magnífica proeza do futebol nacional. Ficou difícil. Socorri-me, portanto, de um meritório trabalho jornalístico - intitulado "Que aconteceu em quatro anos aos 23 do Europeu de França", publicado na passada sexta-feira e assinado por Rogério Azevedo, talvez a melhor pena do momento no jornal A Bola - para me avivar a memória.
Dos 23 jogadores portugueses que participaram nessa proeza em França, apenas três estavam associados ao SLB: Eliseu (entretanto retirado), André Gomes e Renato Sanches.
Gomes completou a formação enquanto jogador nos encarnados, embora seja essencialmente produto da escola boavisteira, e Sanches é o único verdadeiro "menino da Luz" inserido neste lote. Integrava aliás o plantel benfiquista por alturas do Euro-2016.
O que têm feito Gomes e Sanches de então para cá? Recorro ao referido trabalho jornalístico para fornecer a resposta.
Gomes, agora no plantel do Everton, após uma passagem falhada pelo Barcelona, marcou apenas quatro golos em clubes (à média de um por ano) e nenhum pela selecção.
Sanches, hoje a actuar pelo Lille após prolongadas passagens pelos bancos de suplentes do Bayern e do Swansea, tem exactamente a mesma marca do seu antigo companheiro do Benfica: quatro golos nos clubes por onde passou nestes quatro anos e nem um só para amostra ao serviço da selecção.
Números esclarecedores, como se percebe. Mas ninguém diria, se déssemos crédito à propaganda encartilhada. Que transforma qualquer fracasso no maior sucesso, com alguns basbaques a bater palminhas.
Portugal sagrou-se campeão europeu a 10 de Julho de 2016, vencendo a selecção anfitriã em Paris. Com uma equipa em que se destacavam dez jogadores formados no Sporting: Adrien, Cédric, Cristiano Ronaldo, João Mário, João Moutinho, José Fonte, Nani, Ricardo Quaresma, Rui Patrício e William Carvalho.
A maior proeza de sempre do futebol nacional e uma das páginas mais emocionantes do nosso percurso como adeptos desta modalidade desportiva que move paixões em todo o mundo. A recordar para sempre.
Excelente o trabalho da RTP no aniversário da conquista do Euro 2016.
Deve estar disponível no site da estação (RTP Play), para quem não teve oportunidade de ver.
Nunca esqueceremos a vitória da selecção portuguesa no Campeonato da Europa - conquista máxima do futebol português. Foi há um ano exacto. Continuamos campeões em título e prontos a festejar novos triunfos.
Desde o Euro 2016 deixou de haver impossíveis.
Sagrámo-nos campeões da Europa com o nosso guarda-redes titular e o meio-campo do Sporting, potenciado por Jorge Jesus.
E manteremos o título pelo menos até 2020.
Daí o desprezo deles pela selecção nacional, bem evidente nas inacreditáveis lamúrias e birrinhas dos últimos dias.
Nunca a cotovelite foi tão aguda.
VITÓRIA DO ANO: FINAL DO CAMPEONATO DA EUROPA
Tínhamos tudo contra nós. Jogávamos em casa da selecção adversária, perante um público maioritariamente hostil e tradicionalmente muito arrogante. Éramos apontados como “patinho feio” em todas as casas de apostas desportivas. Para cúmulo, vimos o nosso melhor jogador – e melhor jogador do mundo – inutilizado a partir do minuto 8 por falta que o árbitro entendeu não assinalar.
Mas soubemos resistir a todas as adversidades. Abdicámos do tradicional futebol-espectáculo que durante décadas nada mais nos trouxe senão umas quantas “vitórias morais” e trouxemos para Portugal o mais cobiçado troféu até hoje conquistado pelo futebol português: o Campeonato da Europa ao nível de selecções seniores, arrebatado na épica final do Parque dos Príncipes, em Paris.
Como de costume, não faltaram desde o início os profetas da desgraça ao nível do comentário desportivo, prontos a vaticinar o desaire da equipa das quinas. Um desses comentadores destacou-se mesmo por ir criticando sempre a exibição dos jogadores comandados por Fernando Santos.
”A selecção nacional está transformada no clube do Ronaldo”, começou por dizer (19 de Junho) o tal comentador, corporizando todos os Velhos do Restelo cá do burgo. Uma semana depois (26 de Junho) proclamava com gravidade perante das câmaras da estação televisiva que lhe serve de palco: “Nós ainda não entrámos no campeonato da Europa! Nós ainda não entrámos no campeonato da Europa!» Dias depois (2 de Julho), assinalava: “Nada do que aconteceu neste Campeonato da Europa deve ser considerado um êxito, bem pelo contrário.” A uma semana do jogo decisivo (3 de Julho), não encontrou nada melhor para dizer senão isto: “Eu só dou grande mérito a Portugal quando ganhar a final.” Ainda antes da final (6 de Julho), torcia pelos nossos adversários: “A França é uma equipa que me encanta.» No fim de tudo (11 de Julho), lá teve de meter a viola no saco, mas resmungando ainda: “A selecção nacional, na final, foi melhor sem Ronaldo do que com Ronaldo.”
Indiferente a esta e muitas outras aves agoirentas, a selecção trilhou a sua rota ascendente, passo a passo, com persistência, sem nunca perder: 1-1 com a Islândia, 0-0 com a Áustria, 3-3 com a Hungria, 1-0 com a Croácia, 1-1 com a Polónia (vitória no desempate por penáltis), 2-0 com o País de Gales e 1-0 na final de 10 de Julho frente à anfitriã, França.
Cristiano Ronaldo (3), Nani (3), Renato Sanches, Quaresma e Éder marcaram os golos portugueses. Rui Patrício foi designado melhor guarda-redes deste torneio que nos encheu de orgulho e júbilo.
E por que motivo o Euro 2016 figura aqui? Porque nos 23 seleccionados de Fernando Santos havia quatro jogadores do Sporting (todos titulares) e dez formados na nossa Academia.
Motivos redobrados para festejarmos o maior título de sempre do futebol português.
Vitória do ano em 2012: meia-final da Liga Europa (19 de Abril)
Vitória do ano em 2013: 5-1 ao Arouca (18 de Agosto)
Vitória do ano em 2014: eliminação do FCP da Taça no Dragão (18 de Outubro)
Vitória do ano em 2015: conquista da Taça de Portugal (31 de Maio)
Nós temos um elenco de tricampeões. Adrien Silva, Rui Patrício, William Carvalho - todos campeões europeus, todos bem activos na Liga 2016/17.
Eles tinham só um. E acabam de riscá-lo do mapa: o homem não calça.
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Faz hoje apenas um mês, a selecção nacional conquistou a nossa maior proeza de sempre no futebol. Uma vitória há décadas sonhada por milhões de portugueses apreciadores da modalidade que mais apaixona o planeta desportivo. E no entanto parece ter já acontecido há bastante mais tempo. E poucas lições terão sido extraídas deste feito inédito, conseguido com dez jogadores formados na Academia de Alcochete, incluindo quatro do actual plantel leonino.
Como se fosse algo banal. Como se isto estivesse sempre ao nosso alcance.
Num país que andou meio século a entoar hossanas a um terceiro lugar num Mundial como se fosse a última coca-cola no deserto, verdadeiro paradigma das "vitórias morais", confesso o meu espanto por esta tentativa de esquecer tão depressa uma vitória bem real.
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Lamento, mas eu não esqueço.
Fernando Santos não teve arbitragens isentas no Campeonato da Europa. Ver surripiados três penáltis em sete jogos e ver ainda o melhor jogador inutilizado ao minuto 8 do jogo mais decisivo, sem o agressor ter visto um cartãozinho amarelo, sem sequer ter sido assinalada falta nesse lance, demonstra bem como a arbitragem, fora ou dentro de Portugal, actua cada vez mais como factor lesa-futebol.
E mesmo assim conquistámos o título. Esta foi também uma das lições que o Euro 2016 nos deu: é possível vencer a jogar contra doze. Mesmo que o 12.º jogador use apito.
Quando faltam poucas horas para vermos em acção o mais importante reforço para a equipa de futebol de 2016/2017, à semelhança de Pedro Correia, deixo aqui o meu voto para esta época futebolística.
Esqueçam a forma empatativa como a selecção de futebol foi campeã europeia e imitem antes a selecção de hóquei em patins.
Um futebol onde se joga para o empate e se espera que um milagre resolva pode ser suficiente para vencer uma competição a eliminar (quando as equipas mais fortes se vão eliminando entre elas. Itália elimina Espanha. Alemanha elimina Itália. França e arbitragem eliminam Alemanha) mas é, manifestamente, insuficiente para se vencer um campeonato.
Vejamos em 7 jogos em França, Fernando Santos conseguiu 9 pontos, vitória com o País de Gales e empates com a outra meia dúzia de equipas que defrontámos; Islândia, Áustria, Hungria, Croácia, Polónia e França.
Como seria num campeonato com 34 jornadas se os resultados fossem iguais?
Ora bem, conseguiria, 43.71 pontos, vá 44, para facilitar as contas, ficaria em nono lugar à frente do Belenenses, atrás de clubes como o Arouca, o Estoril, o Rio Ave e o Paços de Ferreira, com menos 44 pontos (metade, portanto) que o Benfica e com menos 42 pontos que o Sporting.
O importante reforço que referi acima, é o relvado. Espero que, finalmente, tenhamos um relvado à altura do futebol que gosto de ver praticado, um futebol rápido, com passes de risco, com a bola a ir para extremos colados à linha, mas que não tenham medo de arriscar no um para um, que driblem para o meio e rematem, que não tenham medo de correr com a bola, que não tenham medo de ser felizes. Um futebol bem jogado em todo o campo, na horizontal e não na vertical como os comentadeiros apregoam (a única coisa vertical num campo de futebol são as bandeirolas de canto e os postes de iluminação).
Parafraseando o meu colega Pedro "Quero jogadores que conquistem o campeonato."
Mesmo a jogar bonito.
(ao fim ao cabo todos os sportinguistas querem o mesmo: o Sporting campeão).
Há por aí um senhor que responde pelo nome de Carlos Janela. Ignoro se foi um futebolista conceituado ou se é um treinador com mérito. A falha só pode ser minha: apenas muito recentemente ouvi falar dele. Não por qualquer mérito revelado no campo desportivo, mas por marcar presença assídua nos estúdios televisivos, sobretudo em dois canais.
Geralmente não presto a menor atenção ao que diz. Mas a insistência dele em bater na selecção nacional - talvez para se fazer mais notado - foi tão forte que tomei a devida nota do que afirmou, na SIC Notícias, em duas ocasiões sucessivas: imediatamente antes da meia-final contra o País de Gales e na véspera da final.
Chamou-me a atenção o tom peremptório em que garantiu aos telespectadores que Pepe jogaria a meia-final. Esta presença seria obrigatória, assegurou, pois o central do Real Madrid é o único elemento do nosso reduto defensivo com "capacidade e velocidade para acompanhar as movimentações do ataque de Gales".
Tamanha sabedoria parecia digna de ser assinalada.
O problema, como sucede a tantas personagens que se pavoneiam nas pantalhas a propósito do futebol, é que os factos não se dignaram ajustar às sábias palavras do professor doutor Janela. Pepe, com dores musculares, não jogou. E mesmo assim os seus colegas mantiveram a baliza portuguesa invicta, travando todas as investidas galesas.
Deixo-vos o conjunto das afirmações que anotei. Chamando desde já a atenção para uma notável incongruência: segundo o autor das declarações, em apenas quatro dias a selecção portuguesa deixou de "defraudar expectativas" por não exibir um "modelo de jogo bem definido" para se tornar na principal candidata à conquista do Campeonato Europeu de Futebol.
Bastou esse curto intervalo para os jogadores deixarem de permanecer "divididos em vários pensamentos", sem saber se haveriam de "atacar pela direita ou pela esquerda", tornando-se afinal "muito fortes em termos mentais".
É obra.
5 de Julho
«Pepe vai jogar. (...) A ausência de Pepe implicaria uma diminuição da velocidade de reacção da nossa defesa muito complicada. Diminuiria a nossa capacidade de uma forma perigosa porque o Pepe é o nosso único defesa que tem capacidade e velocidade para acompanhar todas aquelas movimentações do ataque de Gales.»
«Nós não temos apresentado qualidade de jogo.»
«Portugal não tem um modelo de jogo bem definido. Nós olhamos a França, olhamos a Itália, vemos os jogos da Alemanha, vemos os jogos de Espanha, e no final do jogo qualquer comentador consegue definir o estilo de jogo dessa selecção. Na nossa ficamos sempre na dúvida.»
«Durante os jogos sentimos que no momento ofensivo não controlamos o adversário e no momento defensivo não dominamos o adversário.»
«A selecção só tem conseguido os objectivos à custa de situações excepcionais.»
«Mesmo com adversários de menor dimensão - porque não apanhámos Espanha, Inglaterra, Itália e França - não conseguimos realizar uma boa exibição em cinco jogos, ficámos a dever aos analistas internacionais alguma coisa.»
«O problema somos nós próprios. Nós não fizemos o nosso trabalho. Nós é que temos defraudado expectativas.»
«Nós estamos a jogar muito abaixo das nossas capacidades. Eu sinto que nalguns momentos do jogo a equipa está dividida em vários pensamentos, em várias emoções, não sabe se há-de atacar pela direita ou pela esquerda.»
9 de Julho
«Neste Europeu as arbitragens têm tido um nível de excelência, a grande maioria delas. (...) A arbitragem neste Europeu só merece elogios.»
«O perfil do jogador português é muito mais forte em termos mentais.»
«Amanhã vamos ganhar à França e vamos ser campeões europeus. É uma conclusão lógica de todo este percurso.»
Temos quatro campeões europeus no nosso plantel. Podem portanto chamar-nos tetracampeões.
Andei aqui muito caladinha, muito distraída com o euro e umas coisinhas mais, mas tropecei agora mesmo nesta capa e queria só dizer que o Ronaldo é O MELHOR JOGADOR PORTUGUÊS DE SEMPRE! Custa muito a uns e a outros, eu sei, mas é preciso ter total falta de noção e ser-se muito pouco inteligente para não perceber que este é o pior momento para mostrar tamanha pequenez. Porque os factos falam por si. Os troféus, as conquistas, as vitórias, a persistência, a dedicação, as lágrimas (sim, também), a entrega, a vontade.
Esforço, dedicação, devoção e glória. Sempre!
Ah e tal, porque no meu tempo só podia comprar um carro por ano e agora eles podem comprar casas todos os dias! Ah e tal, porque nem o Maradona fazia isto! Haja paciência, que a mim me falta. Que gentinha, pá!
O que fui escrevendo aqui sobre a campanha vitoriosa de Portugal no Campeonato da Europa de Futebol:
10 de Julho: Portugal-França (1-0). «É uma vitória de Portugal, sim. Mas é antes de mais nada a vitória de um grupo de trabalho muito bem comandado por um homem - Fernando Santos - que revelou ambição desde o primeiro instante e soube incuti-la na selecção, que jogou unida como raras vezes a vimos, com uma maturidade táctica inegável e um ânimo que não claudicou quando Cristiano Ronaldo se lesionou hoje gravemente num embate com Payet, iam decorridos apenas 8', e deixou de poder dar o seu contributo para esta final, acabando por ser rendido aos 25'. As lágrimas que lhe caíam pelo rosto enquanto era retirado em maca farão parte a partir de agora da inapagável iconografia do desporto-rei.»
Marcador do golo português: Éder.
Melhor português: Rui Patrício.
Observações adicionais:
«Felizmente Éder marcou enfim o primeiro golo pela selecção num jogo oficial ao fim de 29 internacionalizações. E logo no jogo mais importante.»
«Não perdemos uma só partida nesta fase final do Europeu, em que eliminámos a Croácia (uma das selecções apontadas como favoritas antes do torneio), o País de Gales (equipa sensação durante dois terços da prova) e a campeoníssima França, anfitriã e principal candidata à vitória desde o apito inicial do Euro 2016.»
«Foi com indescritível alegria que vi o nosso capitão Cristiano Ronaldo acabar de erguer o troféu conquistado com tanto suor e tanto sofrimento pela selecção nacional no Stade de France, silenciando a arrogância, a pesporrência e o chauvinismo gaulês.»
Todas as gerações têm os seus heróis. Estes tornaram-se heróis de todas as gerações de portugueses.
O que fui escrevendo aqui sobre a campanha vitoriosa de Portugal no Campeonato da Europa de Futebol:
6 de Julho: Portugal-País de Gales (2-0). «Portugal dominou em duas partes diferentes. Prioridade ao rigor defensivo nos primeiros 45 minutos, acautelando todas as vias de acesso à nossa baliza pelas faixas laterais, com controlo absoluto do centro do terreno. No segundo tempo o nosso domínio foi ainda mais evidente, sobretudo a partir do golo inicial, construído com um cruzamento perfeito de Raphael Guerreiro e concluído da melhor maneira com um cabeceamento fortíssimo de Cristiano Ronaldo, numa impulsão que deixou os centrais galeses no andar de baixo. Um golo excepcional.»
Marcadores dos golos portugueses: Cristiano Ronaldo e Nani.
Melhor português: Cristiano Ronaldo.
Observações adicionais:
«Nós, portugueses, adaptamo-nos com facilidade: é o tradicional desenrascanço lusitano. Mas no bom sentido. Porque todas as equipas vinham bem estudadas e nunca fomos apanhados de surpresa. O jogo contra a Croácia deixou isso bem claro. E agora isso ficou outra vez bem evidente contra Gales.»
«Globalmente falando, todos os jogadores portugueses estiveram em plano positivo. João Mário podia e devia ter feito melhor naquela recarga. Renato Sanches teve de encostar à linha a fazer marcação individual: competia-lhe, tal como ao colega no flanco oposto, estorvar as investidas laterais de Gales.»
«Ronaldo continua a ser um caso à parte. Vão três golos e duas assistências neste Europeu, iguala o recorde de golos estabelecido há 32 anos por Platini (só num torneio), suplantou Bale neste duelo de gigantes, foi crucial para que Portugal não tombasse na fase de grupos, frente à Hungria, e o golo que agora marcou é de uma execução técnica excepcional.»
O que fui escrevendo aqui sobre a campanha vitoriosa de Portugal no Campeonato da Europa de Futebol:
27 de Junho: Portugal-Polónia (1-1, e 5-3 após os penáltis). «Portugal podia ter resolvido o jogo na segunda parte, sem se sujeitar ao desgaste físico provocado por meia-hora suplementar nem ao desgaste emocional que a marcação de penáltis finais sempre suscita. Mas faltou intensidade e ousadia. Faltou também frescura muscular. (...) O melhor estava para vir. E veio no fim. Os nossos cinco jogadores chamados a converter as grandes penalidades cumpriram a missão com brilhantismo. Primeiro o capitão, Cristiano Ronaldo. Depois Renato. Seguiram-se Moutinho, Nani e Quaresma. É fundamental assinalar também a extraordinária defesa de Rui Patrício, que evitou a conversão do quarto penálti polaco.»
Marcador do golo português: Renato Sanches.
Melhor português: Pepe.
Observações adicionais:
«Ronaldo teve três brindes - um do Nani, outro do Moutinho, outro do Eliseu. Não aproveitou nenhum. No primeiro, é verdade, foi carregado em falta nítida que só o árbitro não viu. Mas falhou nos outros dois.»
«Missão comprida, missão cumprida. Estamos nas meias-finais do Campeonato da Europa, o que nos acontece pela quinta vez. Vamos defrontar a Bélgica ou o País de Gales.»
«O seleccionador merece parabéns: sou daqueles que acreditam que o mérito acompanha a sorte e a sorte acompanha o mérito.»
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