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És a nossa Fé!

O dia seguinte

Estrelinha de campeão. Não existem campeões sem ela, e o Sporting contou com ela ontem à noite em Alvalade para vencer o dérbi já nos descontos, num jogo muito equilibrado que podia ter caído (pela sorte do jogo ou empurrado pelo maior árbitro do planeta) para qualquer dos lados. E com ela não contou naquele outro dérbi em que Bryan Ruiz falhou um golo de baliza aberta a 1m da linha de golo como Bragança falhou ontem um nos minutos finais da partida. O que seria se o Benfica marcasse logo depois? Escapou de boa.

O Sporting iniciou o jogo com o onze que eu tinha previsto e Pedro Gonçalves logo mostrou a sua classe oferecendo o golo a Catamo com um ressalto pelo meio. Podia ter partido daí para uma exibição convincente, mas deixou que o Benfica reagisse com base na pressão alta e na intensidade ofensiva de Di María e dos dois nórdicos. Não era o dia de Morita: o Benfica fazia do meio-campo a zona de aceleração para o ataque à defesa do Sporting, os cantos e livres sucediam-se. Mesmo em cima do intervalo, dum livre de excelência do Di María, surgiu a cabeçada nas costas do último homem da linha defensiva e foi empate. Entretanto o Sporting tinha desperdiçado ingloriamente dois livres frontais de alto perigo, nem sequer acertando na baliza. 

 

Na segunda parte, com a entrada de Bragança, o Sporting cresceu. O desgaste de ambos os lados começou a sentir-se e os disparates também, como um de Inácio que ia sendo fatal não fosse a magnífica defesa de Israel ou os de Catamo e Edwards a desperdiçar dois contra-ataques em superioridade númerica. Hjulmand tem uma entrada que podia ter dado expulsão forçando Rúben Amorim a meter Koba por volta dos 80 minutos.

Temia-se o pior. Mas os jogadores frescos ajudaram a pôr o Sporting de novo por cima do jogo e dum ataque banal a bola sobrou para Catamo que marcou com um balázio do "pé cego". Depois, mais uns minutos de sofrimento, com uma grande oportunidade do Benfica pelo meio, para segurar o triunfo.

 

Foi mesmo um jogo de sofrimento. Os pontos fracos habituais vinham todos ao de cima: desperdício de livres frontais, desperdício de contra-ataques em superioridade numérica, debilidade defensiva nas bolas paradas ao segundo poste. Enquanto os pontos fortes, como as arrancadas de Gyökeres e as chegadas à area pelas alas, estavam a dar muito pouco.

Mas o que importa é que ficámos na liderança a 4 pontos do Benfica, com mais um jogo para disputar e em vantagem no desempate. E com o Benfica ainda envolvido na Liga Europa.

Não podíamos desejar melhor, mas temos de fazer o resto. Para a semana, três jogos complicados: Gil Vicente, Famalicão e V.Guimarães. E muitos castigos e desgastes para gerir.

 

Melhores em campo? Coates, o baluarte da defesa. Catamo pelos golos. Israel pela grande defesa a remate do Di María. St. Juste, Hjulmand e Gyökeres muito bem também.

Arbitragem? Arrogância e prepotência, o jogo é dele e faz o que quer, não há VAR nenhum que se atreva a opinar seja o que for. Começa pelo amarelo a Catamo: bastava uma advertência pública. Os amarelos a Otamendi e Hjulmand, a mesma coisa. Continua pelo fechar de olhos à agressão do Di María e acaba na não-amostragem do segundo amarelo ao mesmo Hjulmand. Pelo meio uma falta anedótica marcada a Gyökeres quando Otamendi, limitado pelo amarelo, se deixa cair.

E agora? Uma semana muito complicada a próxima, mas os Sportinguistas vão esgotar os estádios e levar a equipa ao colo rumo ao título. Eu vou procurar lá estar também.

Falta muito ainda? Já faltou mais. Toda a confiança no Amorim e na equipa.

Viva o Sporting !!!

SL

Acompanhar a estrelinha

Deixem-me cá escrever, que os meses passam, não sabemos o que vem por aí e depois não me lembro, ou tenho pena de não deixar registos.

É a busca de emoções que me leva ao estádio e ao pavilhão, é o Sporting com tudo que contém. São as referências, da época ou de anos, o culto, hábitos e superstições ("a ola dá golo dos outros"). São golos e memórias de jogadores, as homenagens, os minutos de silêncio, tudo isto também emoção. 

Durante os jogos de futebol no estádio, gosto de acompanhar os cânticos, de os conhecer, rir com alguns, estar solidária com outros, e enquanto os canto não roo as unhas. Desde criança sempre gostei de saber o que se canta em Alvalade. Alguns acompanham-nos desde pelo menos os meus anos de adolescente - e já lá vão trinta -, outros são mais recentes, mas marcaram o seu tempo. Como esquecer que "Só eu sei por que não fico em casa", tão verdadeiro e sentido, para bem e para menos bem, que surgiu depois de tantos anos sem um campeonato. Só nós sabemos, pois.

Mas o que me traz hoje, voltei a ouvir domingo passado, vindo da superior norte, cantado por mais gente do que julguei sabê-lo. Levou-me a um passado recente, em que estávamos desta vez sim, em casa, não de livre vontade, a ver a nossa equipa sénior masculina triunfar semana após semana, "de três em três a somar", quando nasceu o "onde vai um vão todos" e a bendita "estrelinha a acompanhar". Foi muito bem conseguido e ao ouvi-lo agora ali viajei até essa altura, em que ver o Sporting, mais uma vez, foi, mais que um consolo, uma alegria, nesses dias que demoravam a passar.

Nós não sabemos, estamos ainda em Novembro, mas se não é neste estádio (ou onde jogue o Sporting) que se canta a esperança interminável, não sei onde será.

Deixo a letra:

Allez allez Sporting allez
De 3 em 3 a somar
Onde vai um vão todos
E a estrelinha a acompanhar
Façam-nos acreditar
Que no fim vamos vencer
Onde vai um vão todos
Vamos sem nada a temer

 

PS: quem não quer não canta, é simples.

Isolados no comando 862 dias depois

Farense, 2 - Sporting, 3

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Gyökeres voltou a ser o melhor Leão em campo: marcou dois golos e foi ele quem mais lutou

Foto: Luís Forra / Lusa

 

Os leitores do És a Nossa Fé, sempre muito optimistas em matéria de prognósticos, vaticinaram uma vitória clara - e nem faltaram previsões de goleada. Contra o Farense, anteontem, no sempre difícil estádio de São Luís. 

É verdade que esta equipa andou pela Liga 2 e só no início desta época retomou o convívio com os chamados grandes. Mas não é menos factual que constitui sempre um adversário duro.

Já tinha derrotado, ali mesmo, o Braga por 3-1.

Já quase tinha imposto um empate ao FC Porto no Dragão, em desafio que chegou aos 12 minutos de tempo extra: só um golo mesmo ao cair do pano permitiu aos portistas amealharem três pontos nessa partida.

 

Manda a prudência não embandeirar em arco, atendendo sobretudo a estes precedentes que não podem ser ignorados. No entanto, pareceu-me ver alguma sobranceria do Sporting em campo. Talvez devido ao facto de termos iniciado a jornada no comando do campeonato - em igualdade pontual com o FCP, é certo, mas com maior vantagem em golos marcados e sofridos.

Sobranceria que se ampliou com a vantagem por duas bolas conseguida muito cedo.

Primeiro golo na conversão de um penálti, por Gyökeres, aos 21' - acrescido do bónus de termos passado a jogar com um a mais devido à expulsão do defesa da turma algarvia que travou a bola com o braço.

Segundo golo - um golaço - marcado aos 35' por Pedro Gonçalves, que parece ter recuperado a boa relação com a baliza adversária. 

 

Tínhamos dupla vantagem: onze contra dez no relvado e dois de avanço no marcador. Durou pouco, muito pouco: aos 36', sofremos um golo, de livre directo, punindo falta totalmente desnecessária cometida por um Morten em noite não. O dinamarquês foi poupado a um segundo amarelo por entrada imprudente que poderia - e talvez devesse - ter-lhe valido a expulsão. Fez bem Rúben Amorim em deixá-lo de fora ao intervalo.

O segundo tempo voltou à toada mole, pastosa e previsível evidenciada pelo Sporting noutras partidas. Apenas Nuno Santos e Gyökeres pareciam cheios de vontade de sair de Faro com os três pontos.

No meio-campo, Morita não chegava para as encomendas. À frente, Paulinho tentava marcar sem conseguir. O nosso corredor direito não funcionava: Esgaio teve fraca prestação e Geny, que o substituiu, conseguiu fazer pior.

Para cúmulo, tínhamos perdido o nosso capitão logo aos 11': Coates saiu com queixas musculares. 

 

Mas estava escrito nas estrelas (a tal estrelinha) que não era dia para perdermos pontos. Aos 90', Edwards introduziu-se na grande área e sacou o segundo penálti da noite - logo assinalado pelo árbitro Luís Godinho sem que o VAR, Manuel Mota, o contrariasse. 

Chamado a batê-lo, Gyökeres voltou a brilhar fixando o resultado: 2-3. Saiu do São Luís com o seu segundo bis de verde e branco, subiu para o topo da lista dos nossos melhores artilheiros desta época e devolveu a alegria aos adeptos que já desesperavam com a desinspirada exibição do colectivo leonino.

A verdade é que reforçámos a nossa posição no comando do campeonato, que agora lideramos isolados beneficiando da derrota do FCP na Luz. Algo que não sucedia desde 19 de Maio de 2021 - data em que terminou o campeonato de melhor memória dos últimos 20 anos.

Estamos por cima, com todas as outras equipas atrás de nós, 862 dias depois. Motivo mais do que suficiente para haver alegria. Excepto entre aqueles que fazem questão de andar com o passo trocado: celebram quando perdemos, entristecem-se quando ganhamos.

Felizmente são muito poucos. Autêntica minoria absoluta.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Mattheus Oliveira, ex-Sporting, derrubou-o com dois livres directos (36' e 55'): o espanhol é já o guarda-redes que mais sofre golos destes na Liga. Fez boa defesa aos 81', mas soube a pouco.

Diomande - Não comprometeu, mas foi incapaz de marcar a diferença num dos seus trunfos: o início de construção progredindo com a bola controlada. Grande desarme aos 79'.

Coates - Integrou o onze, mas parou de súbito aos 10' sem conseguiu jogar mais. Talvez devido a sobrecarga muscular. Forçou o treinador a mudar bem cedo o trio defensivo. 

Gonçalo Inácio - Central à esquerda, passou para o meio com a saída de Coates. Desta vez não se distinguiu com os seus passes longos. Amarelado, está à bica: já é o quarto.

Esgaio - Actuação insuficiente. Não apenas no capítulo ofensivo, com pouca eficácia nos cruzamentos que foi tentando, mas também nos confrontos individuais: nem um só duelo ganho.

Morten - De longe a pior exibição de Leão ao peito. Amarelado aos 36', por falta inútil de que resultou o livre e o primeiro golo do Farense, reincidiu seis minutos depois. Podia ter sido expulso.

Morita - O desnorte do dinamarquês, seu parceiro no meio-campo, prejudicou o nipónico, chamado a apagar fogos num raio de acção demasiado longo. A equipa perdeu com isso.

Nuno Santos - Um dos mais inconformados. Tentou marcar, sem sucesso (24'' e 50'). Impecável a servir Paulinho (69'). Amarelado por jogo perigoso, aos 55': esse livre contra nós gerou golo.

Edwards - Após ter brilhado no jogo anterior, baixou neste - devido à forte marcação de que foi alvo. Grande cruzamento para Paulinho (57'). É ele a sacar o penálti que nos valeu a vitória (87').

Pedro Gonçalves - Assinou um golão, num disparo rasteiro e muito bem colocado, pondo o SCP a vencer por 2-0 em Faro. O nosso primeiro penálti nasceu de um remate dele à baliza. 

Gyökeres - O mais batalhador dos nossos: nunca desiste de um lance, mesmo a lutar contra dois ou até três. Irrepreensível na marcação das grandes penalidades, ambas indefensáveis.

Matheus Reis - Entrou aos 12', substituindo Coates mas jogando como central à esquerda. Demasiado contido, sem fazer a diferença. Parece atravessar uma crise de confiança.

Paulinho - Fez toda a segunda parte, colmatando a saída de Morten. Podia ter marcado em duas ocasiões: numa cabeceou por cima, noutra viu a bola travada pelo guarda-redes Ricardo Velho.

Geny - Entrou aos 58', rendendo Esgaio. Sem benefício para a equipa. Demasiado colado à linha, demasiado agarrado à bola, demasiado permeável no confronto com os adversários.

Daniel Bragança - Substituiu Nuno Santos aos 83'. No minuto seguinte já estava a ver o amarelo por falta desnecessária. Incapaz de se evidenciar no controlo, transporte e passe de bola.

Ganhar pontos em três frentes

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Andei aqui durante três dias a aturar alguns chatos sempre prontos a rasgar a nossa equipa e a desancar o nosso treinador.

Valeu-me ter tempo e alguma paciência - que não é inesgotável. 

Esses tais vieram comentar a nossa vitória em Alvalade (3-2 contra o Vizela) em atmosfera derrotista. Só faltou tocarem a Marcha Fúnebre.

Quem não soubesse, imaginaria que tínhamos empatado ou perdido nesta ronda inaugural.

 

No sábado, saí feliz do Estádio José Alvalade - como quase todos quantos lá estivemos. Com bons motivos para isso.

Em Agosto de 2022, perdemos dois pontos no início da Liga. Agora vencemos em três tabuleiros - o equivalente a nove pontos ganhos. Superámos o nosso adversário enquanto o Braga perdia em casa com o Famalicão (1-2) e o Benfica foi derrotado no Bessa (3-2). 

 

Chamem-lhe estrelinha, se vos apetecer. Interessam-me pouco os rótulos, desde que sigamos em frente.

Os tais chatos agora que apareçam: não me importo nada.

É lidar.

Quase tudo está bem quando acaba bem

Rio Ave, 0 - Sporting, 1

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A alegria de Chermiti depois de se estrear a marcar pela equipa principal do Sporting

Foto: Lusa

 

Tudo está bem quando acaba bem. Ou quase. É assim que podemos definir o nosso desafio de anteontem em Vila do Conde - no mesmo estádio onde em Agosto o FC Porto foi derrotado (1-3) pela equipa local. O Rio Ave, mesmo tendo subido recentemente ao primeiro escalão do futebol português, é tradicionalmente um onze difícil de enfrentar.

Voltou a acontecer.

 

Um jogo que muitos adeptos pensaram ser de desfecho fácil por seguir-se à goleada leonina frente ao Braga, na jornada anterior. O problema é que existem dois Sportings nesta Liga 2022/2023: o que joga em casa, onde tem obtido triunfos folgados, e o que actua fora de portas, onde já tropeçou várias vezes. Não apenas contra o FCP: também contra o Boavista, o Arouca e o Marítimo. Demasiados desaires para uma época só.

Desta vez a vitória andou tremida. E só aconteceu ao minuto 84, devido ao pontapé bem-sucedido do jovem Chermiti, que neste seu segundo jogo a titular - colmatando a ausência de Paulinho, castigado - se estreou a marcar. Um disparo (facilitado por um erro defensivo clamoroso de Patrick William e pelo guarda-redes Jhonatan, mal batido) que projectou para as manchetes da imprensa o avançado de 18 anos em quem o nosso treinador confia.

Houve estrelinha neste lance que redimiu um jogo medíocre de parte a parte, em que se chegou ao intervalo sem um só remate enquadrado em qualquer das balizas. Gonçalo Inácio - que falhou numerosos passes - desta vez fez chegar a bola ao alvo sem ser interceptada e Chermiti rematou sem muita força mas com instinto de goleador, metendo-a lá dentro. É disto que vivem os pontas-de-lança: avançado sem golos é como jardim sem flores.

Bastou este (0-1) para nos garantir três pontos.

 

Quase tudo o resto esteve mal durante os 96 minutos desta partida, disputada num "ervado" impróprio para a prática desportiva. O nosso corredor direito, de luto pela partida de Porro, não existiu. Esgaio e Edwards apareciam lá, mas mostraram-se inoperantes, incapazes de articular um só lance com princípio e fim. Na ala oposta, Nuno Santos andava aos solavancos, muito receoso: era óbvio que temia ser amarelado e falhar assim o clássico de domingo, em Alvalade, frente ao FCP. Rúben Amorim podia tê-lo substituído mais cedo.

O nosso meio-campo surgiu quase sempre em desvantagem numérica. O treinador do Rio Ave, Luís Freire, povoou-o com quatro elementos liderados pelo ex-benfiquista Samaris que fizeram a cabeça em água ao duo Ugarte-Morita. Passámos assim uma hora atolados num dilema: ou "saíamos em construção" desde trás, com a bola controlada, sem transpor a linha divisória, ou ensaiávamos passes longos que quase sempre resultavam em entrega ao adversário.

Difícil dizer qual dos nossos andou pior neste capítulo, incluindo Adán.

 

Felizmente o colete de forças foi afrouxando a partir do minuto 60, quando os do Rio Ave começaram a acusar fadiga. Alguns atiravam-se para o chão, simulando lesões, mas o árbitro Manuel Mota - talvez o melhor em campo - não foi na cantiga, deixando o jogo fluir. O tal "critério largo" que devia ser regra mas é excepção no futebol português.

Em noite de estreias, destaque - além do Chermiti goleador - para os primeiros minutos de dois reforços com a camisola do Sporting: o espanhol Bellerín e o marfinense Diomande. Prometem. Resta ver se cumprem.

Jogámos mal? Sim. Pouco importa: a verdade é que conquistámos os três pontos. Tantas vezes tem sucedido ao contrário: boas exibições, até show de bola com nota artística, mas sem o triunfo em campo.

Haverá quem pense o contrário. Eu prefiro assim.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Capitão, em vez de Coates - ausente por castigo. Só uma grande defesa, aos 53', mas conseguiu evitar um golo de Boateng que se isolara à sua frente. De resto, pouco trabalho. 

St. Juste - O mais veloz e voluntarioso dos nossos centrais. Funcionou várias vezes como lateral e até como ala, para compensar os frequentes eclipses de Esgaio. 

Gonçalo Inácio - Abusou dos passes na direcção errada: quase nenhum a mais de 10m lhe saiu bem. Excepto o que serviu de assistência para o golo da vitória. Redimiu-se ali.

Matheus Reis - Assobiadíssimo pela claque do Rio Ave, seu antigo clube, cada vez que tocava na bola. Tentou o golo de meia distância, como contra o Braga, mas não lhe saiu.

Esgaio - Voltou à apagada rotina de outros tempos. Lateral subido, muito colado à linha, mas incapaz de progredir em posse, de arriscar um desequilíbrio ou de centrar com critério.

Ugarte - Poço de energia, trabalhador incansável. Muito útil a anular o jogo alheio, desta vez em posição mais recuada. Menos eficaz na ligação ao ataque. Amarelado aos 77'.

Morita - Desta vez não chegou para as encomendas: os adversários tinham a missão de anular as suas incursões ofensivas. Foi o mais marcado dos nossos, a par de Pedro Gonçalves.

Nuno Santos - Demasiado contido. Percebeu-se que receava ver o quinto cartão que o afastaria do clássico. Esgotou a sua prestação útil num par de bons centros (23' e 24').

Edwards - Não combinou com Esgaio na ala direita. Foi-se alheando do jogo, revelando-se apático. Ou recebe a bola no pé, pronta para o drible, ou fica impávido, sem reacção.

Pedro Gonçalves - Condicionado pelas marcações, foi um dos que mais se ressentiram com o péssimo estado do terreno. Inventou um lance de golo aos 65': a bola rasou a barra.

Chermiti - Movimentou-se bem na área, procurando abrir linhas de passe. Amarelado cedo (18'), não se atemorizou. Noite memorável, em que se estreou a marcar na equipa principal.

Arthur - Substituiu Edwards (55'). Actuando como extremo esquerdo, procurou levar acutilância ao nosso ataque, mas também teve muita dificuldade em soltar amarras.

Trincão - Entrou aos 55', substituindo Nuno Santos. De novo incapaz de ser mais-valia. Complica os lances e demora a soltar a bola, parecendo não saber o que fazer com ela.

Jovane - Entrou aos 75', rendendo Esgaio. Fez mais passes errados do que certos. Única nota positiva: o amarelo que recebeu (90'+4) por falta táctica, impedindo ataque perigoso.

Bellerín - Substituiu Pedro Gonçalves aos 88'. Tempo insuficiente para se perceber o que realmente vale. Mas pareceu movimentar-se com desenvoltura no corredor direito.

Diomande - Saltou do banco aos 88' para render Matheus Reis. É central mas mostrou-se sobretudo junto da ala esquerda, com boa estampa física. Oxalá singre no Sporting.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Dos três pontos conquistados em Vila do Conde. Foram arrancados a ferros, é um facto. E aconteceram já no final do encontro perante um adversário que vinha de cinco partidas sem vencer mas soube organizar-se no terreno de modo a condicionar o nosso jogo. Mas não valeram menos por isso. De saudar também o facto de termos voltado a vencer fora, o que não acontecia desde Novembro, em Famalicão. Num campeonato em que já perdemos 16 pontos longe de Alvalade.

 

De Chermiti. Foi o herói da noite frente ao Rio Ave. Ao segundo jogo como titular, marcou o primeiro golo na nossa equipa A. E meteu-a lá dentro na primeira - e única - oportunidade de que dispôs, aos 84'. Aproveitamento total, beneficiando de um erro primário do defesa vilacondense Patrick William num lance em que o guarda-redes Jhonatan foi mal batido. Mas a verdade é que estava lá, no sítio certo, aproveitou e passa a integrar a lista dos goleadores leoninos. Nunca esquecerá esta partida, que terminou 0-1.

 

De Pedro Gonçalves. Outra boa exibição. Coube-lhe boa parte do chamado trabalho "invisível", sem bola, abrindo linhas de passe, desgastando a defesa adversária, procurando inventar lances capazes de desbloquear o jogo. Assim aconteceu aos 65', num remate muito bem colocado, com o pé esquerdo, em que fez a bola tocar na barra: esteve a centímetros de a mandar para o fundo das redes. Crucial também a sua intervenção no lance do golo, arrastando Nóbrega numa movimentação na área que abriu caminho a Chermiti.

 

Da estreia dos dois reforços. Mesmo ao cair do pano, Rúben Amorim fez entrar o espanhol Bellerín, lateral direito (substituiu Pedro Gonçalves aos 88'), e o central marfinense Diomande (substituiu Matheus Reis também aos 88', alinhando no corredor esquerdo). Tempo insuficiente para tirar conclusões sobre o desempenho de ambos, mas é importante saber que já podemos contar com eles.

 

De ver Neto de regresso ao banco. O veterano defesa leonino, que se lesionou com gravidade, não era convocado desde 10 de Setembro. Ainda não jogou, mas sabê-lo entre os suplentes já é boa notícia.

 

De ver Nuno Santos poupado ao quinto amarelo. Tapado com cartões pelo sexto jogo, o ala esquerdo pareceu sempre algo condicionado por este facto. O treinador não arriscou em excesso: deu-lhe ordem de saída aos 55', trocando-o por Trincão. Assim poderá contar com ele no importante desafio do próximo domingo, em Alvalade, frente ao FC Porto.

 

De termos concluído outro jogo com as redes intactas. É sempre um indicador relevante. Adán, aliás, teve pouco trabalho: apenas uma grande defesa, aos 53'. Perante um adversário que neste campeonato já venceu o FC Porto. Não por acaso, já somos neste momento a terceira equipa com menos golos sofridos.

 

De Manuel Mota. Nota muito positiva para o árbitro bracarense: deixou jogar, sem interromper o tempo todo nem exibir-se como vedeta em campo. Ao contrário de vários outros, que transformam cada partida num penoso festival de apito. 

 

Da estrelinha. Acompanhou-nos em 2020/2021, quando fomos campeões após um penoso jejum de quase duas décadas. Parece ter regressado, após ausência em parte incerta, numa partida em que só fizemos um remate enquadrado - o do golo. Sem ela, será sempre mais difícil vencer jogos e ultrapassar obstáculos.

 

De ver o Casa Pia perseguir-nos a maior distância. O quinto classificado está agora oito pontos abaixo do Sporting.

 

 

Não gostei

 

Do jogo. Medíocre, quase sem balizas, num relvado impróprio para a prática de bom futebol, com ambas as equipas deixando passar largos períodos sem sequer tentarem a aproximação ao golo. O zero-a-zero ao intervalo castigava tanto o Sporting como o Rio Ave: nem um remate enquadrado, para qualquer dos lados, nesses 45 minutos iniciais. 

 

Do horário. Novamente em noite de Inverno, durante a semana, com início às 21.15, pela terceira jornada consecutiva. O Sporting continua a ser fortemente prejudicado com estes horários, que se reflectem no número de espectadores nos estádios e na receita de bilheteira. Motivos mais que suficientes para protestar. A menos que se pretenda mesmo jogar com os estádios vazios, como se ainda estivéssemos no tempo da pandemia.

 

Da ausência de Coates. Afastado por acumulação de cartões, para poder estar presente no clássico de domingo, o nosso capitão fez falta neste jogo. Sem ele, a defesa não demonstra a mesma personalidade, embora no essencial St. Juste (à direita), Gonçalo Inácio (ao centro) e Matheus Reis (à esquerda) tenham dado conta do recado. E foi até Gonçalo a assistir no golo, embora só depois de ter desperdiçado uma mão-cheia de passes longos.

 

Do nosso corredor direito. Pura e simplesmente não funcionou. Esgaio e Edwards não combinaram, um foi-se alheando do jogo e o outro fazia passes inconsequentes, mais para trás do que para diante. Não admira que tivessem sido ambos substituídos - o inglês aos 55', por Arthur; o português aos 75', pelo regressado Jovane. 

 

De Trincão. Continua sem se reencontrar. Umas vezes parece perdido, outras parece não saber o que fazer com a bola a não ser rodopiar com ela. Em campo desde o minuto 55, nada fez de relevante: limitou-se a ser mais um a empastelar o jogo.

 

De ver ainda três equipas à nossa frente. Continuamos abaixo do Benfica (15 pontos com mais um jogo para os encarnados), do FC Porto (sete pontos) e do Braga (cinco pontos). Prioridade absoluta, agora, é encurtarmos distância face ao FCP, nosso próximo adversário.

É para ganhar e seguir em frente

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A estrelinha terá regressado a Alvalade? Fomos bafejados pela sorte no sorteio da eliminatória que dará acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa - para a qual nos qualificámos por via indirecta, graças a um golo marcado pela equipa inglesa no último lance do Marselha-Tottenham, aos 97 minutos desse jogo.

Agora ficámos a saber que iremos defrontar o Midtjylland numa ronda já marcada para 16 e 23 de Fevereiro de 2023. Equipa totalmente ao nosso alcance: atravessa um mau momento, encontra-se em oitavo lugar no modesto campeonato da Dinamarca. Em Agosto, sofreu dupla derrota frente ao Benfica, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões: perdeu 1-3 em casa e 1-4 no estádio da Luz. 

São motivos mais que suficientes para estarmos confiantes. O Sporting tem tudo para dar um passo em frente na Liga Europa. Nós, adeptos, não exigimos menos que isso.

Quais são as vossas perspectivas para esta eliminatória? Há ou não optimismo por aí?

Annus Horribillis

Ano decisivo na carreira de Ruben Amorim. Há uns meses juraríamos que meia Europa o queria, Manchester, PSG, etc. Hoje, parece mais um treinador português num barco que mete água, daqueles que prometeram muito, muito, muito, mas ao primeiro ciclo negativo foram engolidos pela terra e para sempre.

O que aconteceu? Não faço ideia, mas somo a falta de maturidade própria da sua idade à falta de sorte.

Quando somos mais velhos, e se tivermos lucidez, percebemos que muitas vezes  exigimos dos outros e das coisas o melhor e só o melhor, quando chegava e sobrava o suficiente. Quanto tinha a idade de Ruben se calhar só bebia whisky velho, hoje nem whisky bebo, mas se for Cutty Sark está ótimo.  

Mas parece-me que o principal do que está a acontecer é RA não estar a saber lidar com a falta da estrelinha. Estrelinha é o Porto estar a ganhar por um lance espetacular, mas raríssismo e ver o seu GR defender o penalty que podia virar o tabuleiro. Estrelinha é Messi e Nuno Mendes não jogarem e estrelinha maior é na (quase única) vez em que o SLB ataca em Paris, um defesa ter feito um penalty estúpido. Por favor, não me entendam mal, FCP e SLB mereceram sair com os resultados que saíram e jogaram muito bem. Mas sem a little star connosco de vez em quando, nada se consegue.

Estrelinha teve o Marselha, porque tanto Adán, como Esgaio, como Pote, tiveram lances estúpidos, próprios de escola secundária. Atrevo-me a dizer que deveriam ser multados (para que percebam que a concentração é sempre para estar a 100%). E estrelinha tivemos quando Matheus Nunes meteu aquele golo em Braga, que nos daria o título. 

Admitir que a estrelinha faz falta é prova de maturidade. Muito do fizemos na vida têm a sorte, o acaso ou a circunstância em lugar de destaque.

No pensamento de Ruben, e a bem do seu futuro, devem estar menos lugares comuns que denotam insegurança e uma certa juventude (do tipo defender os jogadores até à morte, como se fossem filhos) e mais compreensão da importância da estrelinha. E depois, ir à procura dela, claro está. 

Tantas lesões

Quatro jogadores lesionados, em contexto de treino, na pré-temporada que agora terminou.

Primeiro St. Juste, que ainda não vimos jogar um só minuto. Parece estar enfim pronto para a competição já neste início de campeonato.

Depois Daniel Bragança, com gravidade. Vai permanecer vários meses parado.

A seguir, Ugarte. Esperemos que regresse sem demora.

Agora, Adán. Cerca de dois meses sem competir. 

 

Lesões a mais para tão pouco tempo. Ou azar em excesso.

O que se passa com a "estrelinha" de Rúben Amorim? Terá ido iluminar outras paragens?

Espero que não. Desejo muito que não. Precisamos dela também.

Dizem que é "estrelinha"...

Lampiões e morcões, com alguns letais a fazer coro, procuram desvalorizar as proezas do futebol leonino nesta Liga 2020/2021 dizendo que tudo se deve à "estrelinha" do técnico.

 

A inveja e a raiva impede uns e outros de encarar os factos como eles são.

Eis alguns dos factos mais relevantes:

- O Sporting tem a melhor pontuação de sempre à 30.ª jornada;

- O Sporting comanda o campeonato há 24 rondas seguidas, algo jamais ocorrido em toda a sua história;

- O Sporting permanece invicto há 30 jornadas, feito inédito neste nosso Clube.

 

Nada disto tem a ver com sorte.

Tem tudo a ver com mérito.

{ Blogue fundado em 2012. }

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