À medida que o campeonato se aproxima do fim, a pontaria de quem responde vai-se afinando. De jornada para jornada.
A prova está à vista. Desta vez houve cinco vencedores: Edmundo Gonçalves, Leoa 6000, Leão 97, Maximilien de Robespierre e Paulo Batista. Acertaram no resultado do Estrela da Amadora-Sporting (0-3), antecipando também Gyökeres como marcador de dois dos golos (o outro foi de Quenda).
Duas menções honrosas: Leão do Xangaie Manuel Parreira. Anteviram o resultado e mencionaram o craque sueco, mas apenas com um disparo certeiro à baliza adversária.
É verdade que o corredor central do Sporting foi guardado com duplo ferrolho: Debast e Felicíssimo compuseram uma original dupla de médios defensivos, improvisada por motivo de força maior. Nenhum dos nossos habituais médios estava disponível para este embate na Reboleira.
Quem não tem cão, caça com gato: Debast, central de raiz, voltou a avançar uns largos metros no terreno, instalando-se no meio-campo interior.
A seu lado, o jovem Felicíssimo, recém-chegado de três partidas como internacional sub-19. Costuma ser presença assídua na equipa B, mas a necessidade levou-o de novo ao onze titular dos "adultos".
Tivemos o jogo controlado desde o minuto inicial, logo com uma oportunidade de golo aos 32 segundos, construída pelo suspeito do costume: Viktor Gyökeres, novamente o melhor em campo. Podia ter aberto o marcador logo ali, num forte disparo que o guardião do Estrela impediu com notória dificuldade.
Qual o plano de jogo da turma anfitriã? Não se vislumbrou. A menos que fosse distribuir sarrafada.
Aí excederam-se, há que reconhecer. Aos 21' o argentino Montóia viu o primeiro cartão por derrube ostensivo a Fresneda. Insistiu em jogar à margem das leis repetindo a graça aos 34'. O árbitro, atento, cumpriu o regulamento: segundo amarelo e consequente vermelho.
Passámos a jogar contra dez, o Estrela fechou-se no último reduto.
Isto ajuda a explicar o nulo que se mantinha ao intervalo.
O jogo reatou-se com mais do mesmo: sarrafada dos da casa. Destaque para o ex-sportinguista Alan Ruiz, que não deixou saudades em Alvalade. Em disputa de bola na nossa área, atingiu ostensivamente Diomande com uma cotovelada na garganta.
Parecia penálti - e foi mesmo. Gustavo Correia, o senhor do apito, não vacilou.
Convocado a marcá-lo, aos 52', Gyökeres cumpriu a missão com o brilho habitual. Continua sem falhar um penálti de leão ao peito.
Seguiu-se um período algo incaracterístico, faltando do nosso lado um médio com vocação ofensiva para municiar a linha dianteira. No corredor direito, Fresneda já não voltou do intervalo: foi rendido por Geny, que passou a manobrar na ala esquerda com Quenda transferido para a direita.
Trincão demasiado discreto: mal se deu por ele.
Foi Quenda quem desfez as incertezas. Num remate cruzado, rasteiro e muito bem colocado: golaço que empolgou as bancadas. Corria o minuto 81', já ninguém duvidava da nossa vitória. Nem os mais pessimistas.
Faltava o terceiro para a tranquilidade final. Partiu de Gyökeres, noutro penálti a castigar derrube do próprio sueco, agarrado sem cerimónia em zona proibida por um central do Estrela - punido com vermelho directo.
Aos 89', Viktor tomou balanço e meteu-a lá dentro.
O jogo terminou pouco depois.
Vamos com 65 pontos.
Vinte vitórias em 27 jornadas.
Só duas derrotas, no triste interregno João Pereira. Rui Borges mantém-se invicto no campeonato.
Faltam sete rondas, que serão sete finais. Jogo a jogo, sem queimar etapas.
Desfrutando os desafios. Sem necessidade de sofrer.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (5) - Sem uma defesa. Foi praticamente só um espectador.
Eduardo Quaresma (5). Cumpriu no essencial, sem rasgos nem lapsos.
Diomande (5) - Conquistou um penálti ao ser agredido por Alan Ruiz aos 47'.
Gonçalo Inácio (5) - Capitão por ausência de Morten. Atento como central à esquerda.
Fresneda (5) - Bom centro para Matheus Reis (6'). Sofreu duas faltas de Montóia, que acabou expulso.
Debast (6) - Seguro e sólido no meio-campo interior. Até já ganha duelos aéreos.
Felicíssimo (5) - Certinho nesta segunda vez como titular. Falta-lhe ousadia no passe para a frente.
Matheus Reis (5) - Bola ao ferro (6'). Depois retraiu-se. Atento a defender na ala esquerda.
Quenda (7)- Exibição em crescendo. Grande passe para Gyökeres aos 30'. Marcou o segundo: um golaço (81').
Trincão (4) - Expectativas altas após brilharete na selecção. Mas goradas: passou ao lado do jogo.
Gyökeres (8) - Marcou o primeiro (52'). Assistiu no segundo. Marcou o terceiro (89'). Melhor em campo.
Geny (6) - Jogou todo o segundo tempo, rendendo Fresneda. Acutilante na ponta esquerda. Quase marcou aos 60'.
Harder (5) - Rendeu Trincão (84'). Remate fortíssimo (87'). Na recarga, Viktor foi carregado em falta para penálti.
Esgaio (-) - Substituiu Matheus Reis aos 84'. Mal se deu por ele.
Arreiol (-) - O jogo estava mais que decidido quando entrou por troca com Felicíssimo (90').
Biel (-) - Entrou para o lugar de Quenda aos 90'. O jogo acabou logo a seguir.
Só ontem pude ver o Estrela da Amadora-Sporting na TV. Em directo apenas o relato da rádio no primeiro tempo, e depois a partilha na mesa de Sportinguistas - onde estava do outro lado da fronteira - no segundo.
E a primeira coisa a dizer é que a Sofia Oliveira devia estar a ver outro jogo, que apenas existia na cabeça dela, bem diferente do que vi depois.
Quando o Sporting se confrontava com vários problemas (lesões, castigos, regressos das selecções), quase sem poder treinar, Rui Borges montou uma equipa sólida e focada que conseguiu ultrapassar um adversário programado para bater com fé, esperança e sem caridade.
Na prática foi um onze sem médios: Rui Silva, sete defesas e três avançados. Assim, foi defender bem e pôr a bola em Gyökeres, que ele resolve. Claro que muitas bolas ganhas se perdiam pelo caminho, não havia capacidade para as segurar e aguardar o melhor momento, o jogo directo favorecia o adversário.
Mas a dureza excessiva (a tal atitude que alguns muito gabam) do adversário com um árbitro que não era o Malheiro logo começou a redundar em cartões amarelos que depois conduziram a vermelhos. A tarefa do Sporting foi ficando mais facilitada à medida que os jogadores do Estrela iam tentando partir algum pé aos nossos.
Rui Silva chegou ao final sem ter feito uma defesa digna desse nome.
Quanto aos pianistas, Gyökeres teve pormenores de grande classe, Quenda fez pela vida e marcou um grande golo, Trincão correu imenso. Todos os outros foram os incansáveis e fiáveis carregadores de piano.
Melhor em campo? Gyökeres, sempre o mesmo.
Arbitragem? Nível Champions, provavelmente o melhor árbitro português, com uma postura profissional e assertiva, muito acima do enfastiado e comprometido Pinheiro. Obviamente recebeu má nota do Duarte Gomes com o pretexto da não expulsão do Alan Ruiz. Não pertence à pandilha, pelos vistos. Que não se estrague, é o que eu lhe desejo.
E agora? Quinta-feira em Alvalade, frente ao Rio Ave, lá estarei. Espero que o Pote também.
De outra vitória do Sporting.Triunfo justissimo na Amadora, perante um Estrela que luta para não descer (antepenúltimo). Com melhor resultado (0-3) do que o alcançado no campeonato anterior, também na Reboleira (1-2), faz amanhã um ano.
De Gyökeres. É uma máquina de marcar golos, mestre na arte de jogar futebol. Um dos melhores avançados do longo e prestigiado historial leonino. A grande figura da partida, melhor em campo uma vez mais. Interveio nos três golos - marcando dois de penálti (52') e 89'), assistindo no restante e tendo ele próprio conquistado a segunda grande penalidade, tão indiscutível como a primeira. Apresenta números extraordinários: 42 golos em 42 jogos nesta época desportiva, elevando-se a 51 golos em 48 partidas se contarmos com a sua prestação ao serviço da selecção sueca. Extraordinário.
Do golaço de Quenda. Bem servido por Gyökeres na ponta direita, rematou de ângulo já muito apertado encaminhando a bola na direcção certa, vencendo com inegável classe o duelo com o ex-benfiquista Ferro, agora lateral esquerdo na Reboleira. Aconteceu aos 81', carimbando já sem lugar a dúvidas a vitória do Sporting na Amadora. Um dos mais belos golos do mês de Março em Portugal.
Das nossas redes invioladas. Rui Silva não teve necessidade de fazer qualquer defesa digna desse nome. Desde 25 de Janeiro, na recepção ao Nacional, que não mantínhamos a nossa baliza a zero.
De Rui Borges. Quinta vitória consecutiva - quarta no campeonato. Continua sem perder na Liga como treinador do Sporting, mesmo com a equipa sempre desfalcada de alguns dos melhores elementos.
De rever Jovane. Formado em Alcochete, joga agora pelo Estrela mas continua a merecer o respeito e a consideração da massa adepta leonina.
Da arbitragem. Bom desempenho de Gustavo Correia, que soube impor-se no capítulo disciplinar. Merece elogio.
Da nossa liderança reforçada. Continuamos isolados em primeiro. Com 65 pontos. Conseguimos 20 vitórias nestas 27 rondas. Só faltam sete para concretizarmos o maior sonho: a conquista do bicampeonato que nos foge há 74 anos.
De mantermos o melhor ataque da Liga. Já com 73 golos registados. Mais onze do que o Benfica, mais vinte (!) do que o FC Porto.
Não gostei
Das ausências. Morten e Maxi Araújo castigados. Morita e Pedro Gonçalves ainda lesionados. Nuno Santos, João Simões e Daniel Bragança impossibilitados de dar contributo ao clube até à próxima temporada. Demasiadas ausências no onze titular, ainda muito longe do ideal.
Do zero-a-zero ao intervalo. Merecíamos ter chegado ao descanso já a vencer, após duas grandes oportunidades por concretizar: um disparo de Gyökeres logo aos 32 segundos travado in extremis por João Costa e uma bola rematada ao ferro por Matheus Reis, aos 6'.
De termos mantido dois médios defensivos (Debast e Felicíssimo) até ao minuto 90. Não havia necessidade de manter uma linha média tão recuada perante a total inoperância ofensiva do Estrela e quando já jogávamos com mais um desde os 34', por expulsão de Montóia.
Dos incendiários das claques. Voltou a acontecer, desta vez aos 72': dez tochas arremessadas da bancada, três das quais atingiram o relvado. Estes energúmenos continuam a passear impunemente de estádio em estádio, causando prejuízos crescentes ao clube, que é nosso e não deles. Letais ao Sporting, como sempre.
Do amarelo a Matheus Reis. Impede-o de actuar na próxima jornada, contra o Braga.
De Alan Ruiz. Agora no Estrela, passou há uns anos pelo Sporting sem deixar saudades, numa fase de má memória. Avançado, só conseguiu marcar sete golos em 34 jogos. Não melhorou nada de então para cá.
Do Estrela da Amadora. Bons na sarrafada, péssimos no futebol: nem um remate à nossa baliza fizeram. Não admira que continuem sem vencer uma partida desde 23 de Dezembro. Se descerem de divisão ninguém se admira. Nem eles.
Diz o meu colega Luís Lisboa no post imediatamente abaixo que há por aí uma maltinha que só sabe exigir.
Apesar de não ser hábito publicarmos comentando os posts de outros autores, devo dizer que subscrevo tudo o que ele diz.
Acho até uma atitude de duvidoso sportinguismo saber-se que jogámos na Porcalhota com um meio-campo inventado, por ausência forçada dos titulares e suplentes, e exigir-se ópera e ballet.
Com um adversário que teve como único objectivo lesionar jogadores do Sporting (à meia-hora já tinha um enviado a tomar banho por caceteirice aguda), é difícil com pesos plumas arrancar exibição superlativa, no entanto quem tem Gyökeres, um peso pesado de qualidade superior, tem meio caminho andado para a vitória. Foi o que aconteceu, de forma merecidíssima. Ganhou a equipa que, com mais ou menos dificuldades, fez por isso e quando assim é, o que é que se pode exigir mais?
Até parece que há gente que se esqueceu que ontem faltou à chamada, por lesão ou castigo, quase uma equipa completa. Os dois médios titulares, o 8/10 titular, o 6/8 titular, o DE titular e por aí fora.
Não houve ópera? Quero lá saber, compro todos os jogos até final com exibições como aquela de ontem e com o mesmo resultado. O resto é dor de corno dos adversários e alguma canhestrice de quem só vive criando confusão, porque só sobrevive se houver confusão.
E como se prova pelo meu comentário a este post do Pedro Correia, não "precisámos" de meio campo para ganhar ao Estrela, quot erat demonstrandum.
Eis a jornada 27 do campeonato. Iremos jogar este sábado, a partir das 18 horas, em casa do Estrela da Amadora. Com o Sporting no comando da prova.
Na primeira volta, em Alvalade, goleámos por 5-1. Ainda com Ruben Amorim ao leme da equipa. E Gyökeres a subir ao Olimpo dos goleadores: foi ele o autor de quatro desses cinco. O outro ficou a cargo de Maxi Araújo, em estreia como artilheiro de leão ao peito.
No campeonato anterior, fomos à Reboleira vencer por 2-1, já em plena contagem decrescente rumo ao título de campeão nacional. Com Paulinho e Nuno Santos - agora ausentes - a facturarem.
Como será depois de amanhã? Quero registar os vossos prognósticos desde já.
Parabéns ao leitor Marrocos: só ele acertou no resultado do Sporting-Estrela da Amadora (5-1). Noite de glória de Viktor Gyökeres, que marcou quatro dos cinco golos. Foi só há oito dias, mas parece já ter sido há mais tempo.
Gyökeres brilhou perante mais de 40 mil em Alvalade marcando quatro ao Estrela da Amadora
Foto: EPA
Uma vez mais, os profetas da desgraça ficaram a ver navios. Anteviam uma partida muito complicada, "nervosismo em campo", divisões nas bancadas, vaias ao treinador prestes a sair e talvez até ao presidente. Um cenário catastrófico que afinal só existou na delirante imaginação desses idiotas.
De tudo quanto vaticinaram sobre esta recepção do Estrela em Alvalade ocorrida anteontem, só acertaram nisto: foi, como agora já sabemos, o último desafio do Sporting em nossa casa, para o campeonato, sob a orientação de Rúben Amorim. Haverá outros dois jogos, com ele ainda ao leme, mas o de terça em Alvalade, frente ao Manchester City, insere-se na Liga dos Campeões, e o do domingo que vem realiza-se em Braga.
Dois desafios muito importantes, por motivos diversos. Mas concentremo-nos agora nesta goleada imposta pelo nossa equipa ao Estrela da Amadora.
Ao contrário das partidas anteriores, frente ao Casa Pia em casa e ao Famalicão fora, desta vez os da Amadora não estacionaram um autocarro defronte da baliza. Durante cerca de meia hora até fizeram pressão intensa, em largura e em comprimento, procurando explorar espaços atrás da linha defensiva leonina.
Causaram três ou quatro calafrios aos nossos centrais criando desequilíbrios nas faixas laterais. Em evidente aproveitamento da falta de vocação defensiva dos alas titulares, Quenda à direita e Maxi Araújo à esquerda. O jovem guineense, sobretudo, perdeu duelos com Nilton Varela. Uma dessas ocasiões custou-nos um golo - o terceiro que sofremos em dez jornadas da Liga, primeiro com Israel entre os postes.
Foi aos 35': alguns dos mais de 40 mil espectadores em Alvalade sentiram este golo como duche de água gelada. Mas - como se viu - não havia motivo para isso em termos estritamente racionais. Desde logo, porque já vencíamos desde o minuto 19; depois, porque nunca o domínio leonino esteve sob amaeaça directa e concreta, além de umas ocasionais investidas do Estrela - uma das quais só não deu golo graças a enorme defesa de Israel.
Mas nem foi preciso esperar pelo intervalo para a reviravolta acontecer e a goleada começar a ser construída. Sétima goleada em dez jornadas já decorridas desta Liga 2024/2025. Alguma vez fizemos melhor? Não me recordo, sinceramente.
O maior contributo para esta cabazada à turma da Amadora veio de Viktor Gyökeres. Com o primeiro póquer da sua carreira como goleador. Abriu o activo aos 19', após recuperação de Pedro Gonçalves. Ampliou aos 31', com um tiro a passe de Trincão. Disparou o terceiro de penálti, aos 42'. Fixando o resultado ao intervalo: 3-1.
Depois do apito que assinalou o recomeço, mais do mesmo. Ou antes: domínio ainda mais evidente do Sporting, à medida que as fragilidades físicas do onze visitante vinham à superfície. Aí foram brilhando outros dos nossos jogadores, como Daniel Bragança (o grande pensador da equipa) e Trincão (incansável causador de desquilíbrios e protagonista de alguns dos lances mais vistosos).
Mas seria Gyökeres - melhor em campo - a evidenciar-se de novo. Marcando o quarto neste embate da décima ronda, algo que jamais conseguira na sua carreira de futebolista profissional e lhe garante o primeiro lugar entre os artilheiros europeus na temporada em curso. Foi aos 70', novamente com passe para golo de Francisco Trincão, outro dos "violinos" deste Sporting da terceira década do século XXI.
E para que a festa terminasse em beleza ainda apareceu um estreante como goleador de leão ao peito: Maxi Araújo, ocupando no onze titular o posto antes entregue a Nuno Santos, gravemente lesonado na ronda anterior. Servido por Bragança, o jovem internacional uruguaio encaminhou-a para o sítio certo aos 85'. Selando o resultado: 5-1.
Animosidade? Nenhuma. Derrotismo? Nem sombra dele. Houve, isso sim, palmas e mais palmas para estes bravos jogadores que em dez desafios já contabilizam dez triunfos, nem um ponto perdido até agora. Eles bem merecem o carinho, o incentivo e a gratidão dos adeptos.
Dos verdadeiros adeptos: os outros não importam.
Breve análise dos jogadores:
Israel (7) - Agarrou a titularidade: é dele a posição n.º 1. Sofreu o primeiro golo no campeonato pelo Sporting, aos 35', mas fez três defesas cruciais.
Debast (5) - Exibição que foi evoluindo de menos para mais. Faltou-lhe estar mais atento às perdas de bola pelo corredor direito, dobrando Quenda.
Diomande (4) - Passivo no lance do golo: deixou Rodrigo Pinho movimentar-se à vontade. Falta-lhe ainda energia, colocação e concentração para fazer esquecer Coates.
Gonçalo Inácio (5) - Excelente corte aos 10': equivaleu a um golo. Aos 18', cabeceou às malhas laterais. Queixando-se de uma perna, já não voltou do intervalo.
Quenda (5)- Tem ainda muito trabalho a desenvolver antes de ser um ala como o Sporting exige. Três grandes passes para Gyökeres compensaram o seu défice defensivo.
Morten (6) - Acusou alguma ansiedade, talvez já a pensar na recepção ao Manchester City da próxima terça-feira. Resguardou-se um pouco mais do que é costume.
Daniel Bragança (7) - Continua pendular, a fazer competente ligação entre o meio-campo e o ataque. Culminou exibição muito positiva na assistência ao golo de Maxi.
Maxi Araújo (7) - Outro jogador que foi de menos a mais nesta estreia como ala esquerdo. Destacou-se também como estreante a marcar de leão ao peito, aos 85'.
Trincão (7) - Virtuoso. Foi desenhando lances ofensivos de qualidade, abrindo linhas, criando desequlíbrios. Com nota artística. Assistiu em dois golos: no segundo e no quarto.
Pedro Gonçalves (5) - Ainda algo preso de movimentos, foi crucial na recuperação que originou o primeiro golo. Quase marcou em remate rasteiro, aos 37'. Teria merecido.
Gyökeres (10)- É um prazer vê-lo jogar. Mais quatro golos para a sua conta, superando recorde pesoal. Aconteceu em ritmo pendular aos 19, 31', 37' e 70'. Um craque.
St. Juste (5) - Substituiu Gonçalo Inácio durante toda a segunda parte. Deu sempre boa conta do recado.
Morita (5) - Substituiu Morten aos 68'. A ideia era estancar contra-ataques e apoiar o ataque. Cumpriu no essencial.
Edwards (3) - Entrou aos 73', substituindo Pedro Gonçalves. Desconcentrado, algo apático, nada lhe saiu bem mesmo quando foi servido com inegável competência.
Matheus Reis (5) - Substituiu Debast no minuto 73, mas com a missão de patrulhar o lado esquerdo dos centrais. Desempenhou a tarefa sem qualquer reparo.
Harder (4) - Entrou aos 80', substituindo Trincão. O jogo estava quase arrumado, havia só que fazer gestão de esforço. Ainda marcámos um golo, mas sem intervenção dele.
De outra goleada. A sétima em dez jornadas da Liga 2024/2025. Ontem a vítima foi o Estrela da Amadora, que teve a pretensão de "discutir o jogo" em Alvalade, abrindo espaços à retaguarda que foram aproveitados da melhor maneira pelo nosso ataque letal, com um Viktor em forma estratosférica. Assim, a equipa visitante, em vez de perder apenas por 0-2, como sucedeu ao Casa Pia com autocarro estacionado frente à baliza, saiu ontem de Alvalade vergada ao peso dum 5-1.
De Gyökeres. Está "intratável", como gostam de dizer alguns comentadores, incapazes de usar adjectivos mais fortes e expressivos para qualificar as actuações do grande goleador leonino. Ontem, pela primeira vez na sua carreira, Viktor marcou quatro num só jogo - merecido póquer para aquele que foi, de longe, o melhor em campo. Marcou aos 19', após rápida tabelinha com Pedro Gonçalves, fuzilando as redes em remate corrido: era a primeira oportunidade, não a desperdiçou. O segundo foi aos 31': tiro com assistência de Trincão. O terceiro aos 42', de penálti. O quarto aos 70', novamente com Trincão a assistir. Leva 16 golos no campeonato, 20 no total das provas Tornou-se o maior goleador do momento no futebol europeu e é já o quinto estrangeiro com mais golos facturados no Sporting (após Yazalde, Bas Dost, Iordanov e Jardel). E tem ainda sete assistências. Vale cada cêntimo dos 24 milhões que custou ao Coventry, de onde o Sporting o trouxe há pouco mais de um ano. Quando sair, renderá quatro vezes mais.
De Trincão. Já ficou registado acima: assistiu em dois dos nossos cinco golos. Foi também ele o autor do cabeceamento que deu origem ao desvio com o braço de Bucca, originando o penálti. Merecia golo aos 60', ao desferir um remate em arco que fez saltar a tinta de um dos postes. Destacou-se ainda em várias recuperações. Continua em excelente forma.
De Israel. Sofreu um golo - apenas o terceiro do Sporting em dez jornadas do campeonato e o primeiro com ele entre os postes na Liga. Mas foi gigante na baliza. Enormes defesas aos 26' e aos 35' (esta, infelizmente, sem conseguir travar a recarga perante a apatia dos centrais), grande saída aos 48'. Temos guarda-redes de qualidade: quem resistia a concluir isto até ontem, terá de o reconhecer a partir de agora. Vladan pode esperar: o lugar pertence ao jovem internacional uruguaio.
Da estreia de Maxi Araújo a marcar. Alinhando pela primeira vez no Sporting como ala esquerdo, cumpriu no essencial embora sem fazer esquecer o ausente Nuno Santos. Mas destacou-se ao apontar o quinto golo, com assistência de Daniel Bragança: aconteceu aos 85', já com o Estrela de rastos, num remate cruzado sem hipóteses de defesa. Tem qualidade técnica, é inegável. Com o tempo pode tornar-se dono do nosso flanco esquerdo. Está a fazer por isso.
Do ambiente no estádio. Mais de 40 mil pessoas (número oficial: 41.282) compareceram em Alvalade apesar da noite com chuva. Incentivando sem reservas a equipa e prestando tributo grato - na esmagadora maioria, com fortes aplausos silenciando alguns assobios iniciais - ao treinador, que compareceu no estádio acompanhado do presidente Frederico Varandas. Rúben Amorim deixará o Sporting após mais dois desafios - um contra o City na terça-feira para a Champions, outro contra o Braga no domingo seguinte para o campeonato - mas a massa adepta leonina não esquece que foi ele quem pôs fim ao maior jejum do título de campeão da nossa história e valorizou como nenhum outro o plantel leonino, virando de vez a negra página iniciada com o assalto a Alcochete.
Dos regressos muito aplaudidos. Nani e Jovane voltaram ontem a Alvalade. Desta vez na condição de adversários, o que não os impediu de ouvir muitas palmas. Sobretudo o primeiro, inesquecível campeão europeu por clubes (em 2008, pelo Manchester United) e pela selecção nacional (no Euro-2016). Deu nas vistas o forte abraço antes do jogo trocado entre ele e Amorim, também prestes a rumar ao United. Nani (que ontem alinhou pelo Estrela a partir do minuto 52) será sempre um dos nossos. Passou três vezes pelo Sporting. Talvez passe uma quarta, ainda como jogador ou como já como elemento de uma futura equipa técnica.
Dos sentidos aplausos a Nuno Santos. Ocorreram ao minuto 11 - número da camisola do nosso ala esquerdo, agora com lesão que deverá afastá-lo até ao fim da temporada. Nesse minuto o estádio levantou-se ovacionando o craque ausente. Um dos momentos mais bonitos da noite.
De termos disputado 31 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 19 triunfos nas últimas 20 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
De ver o Sporting marcar há 52 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
Da nossa 22.ª vitória consecutiva em Alvalade. Todo o campeonato anterior, mais cinco rondas da Liga 2024/2025: há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante.
De continuarmos inexpugnáveis, tanto em casa como fora. Sem uma derrota no ano civil em curso, já a escassas semanas do fim.
Do balanço após mais de um quarto da prova. Melhor ataque (35 golos), melhor defesa, melhor goleador: Gyökeres, agora com mais golos do que 15 equipas da Liga. Comando isolado. Desde 1973/1974 que não facturávamos tanto nas primeiras dez rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, cem por cento vitoriosa. Perseguimos um objectivo que nos foge há sete décadas: a conquista do bicampeonato. Acreditamos nele com mais força do que nunca. Pelo menos eu acredito. E tenho a certeza de que não estou só.
Não gostei
De termos sofrido o terceiro golo neste jogo n.º 10. Mas as nossas redes, para o campeonato, permaneceram invioladas durante 715 minutos. Outra marca leonina nesta Liga 2024/2025.
Da apatia do nosso sector mais recuado. Lapsos defensivos raras vezes vistos no Sporting. Debast tardou em acorrer às dobras de Quenda no lado direito. Gonçalo - tocado numa perna e substituído por St. Juste ao intervalo - esteve longe do acerto a que nos habituou. Mas o pior foi Diomande, que revelou desconcentração e falta de reflexos. Deixou Danilo movimentar-se à vontade dentro da área aos 26' e nove minutos depois foi incapaz de travar a incursão de Rodrigo Pinho, autor do golo do Estrela.
Da ausência de Geny. Nem no banco se sentou. Terá sido por gestão de esforço, já a pensar na recepção ao Manchester City, para a Champions, do próximo dia 5.
Da ausência de Nuno Santos. Mas todos acreditamos na sua recuperação. E desejamos muito que regresse, em devida forma, tão cedo quanto possível.
De Edwards. Outros jogadores têm altos e baixos, mas o inglês, nesta temporada, teima em não sair da maré baixa. Entrou aos 73', substituindo Pedro Gonçalves. Aos 83', falhou intervenção ao segundo poste com a bola bombeada na sua direcção. Aos 90', atirou ao lado. Com bola e sem ela, pareceu sempre algo perdido em campo.
Da nostalgia antecipada. Foi o último jogo de Rúben Amorim para o campeonato em Alvalade, como treinador principal do Sporting. Um ciclo prestes a fechar-se, outro vai começar. Este durou quase cinco anos e teve nota muito elevada. Inesquecível.
O Sporting-Estrela da Amadora foi um jogo completamente diferente do habitual na Liga. Um adversário que veio discutir o jogo no campo todo, os ataques sucediam-se dos dois lados, nunca o nosso guarda-redes teve tanto trabalho, e o resultado final (5-1) é muito enganador.
Quando um jogo fica assim descontrolado quem resolve o jogo são os guarda-redes e os pontas-de-lança dos dois lados. Israel e Gyökeres resolveram. O sueco aproveitou todo o espaço disponível para um poker de golos, o uruguaio fez a sua melhor exibição de sempre com a camisola do Sporting com algumas intervenções assombrosas.
Na primeira parte a produtividade de Gyökeres compensou o buraco defensivo do lado direito, onde Jovane brilhava à custa de Quenda, e a inoperância dos dois interiores, Pote e Trincão.
Na segunda parte, com a equipa mais compensada e a ganhar, safou-se por detalhe dum golo contrário e depois veio a factura do desgaste e o Estrela foi ao tapete.
Assim foi o segundo jogo de quatro do "tarefeiro" (foi ele que disse) Amorim e correu muito bem, com esperamos que corram os outros dois. A equipa está empenhada, a equipa está oleada, rumo ao bicampeonato.
Melhor em campo? Gyökeres, obviamente.
Arbitragem? Fraquinha, tentou deixar jogar sem saber como.
E agora? Desfrutar com o Man.City.
PS: Assunto Amorim está resolvido. Ele falou e explicou, o presidente falou e explicou, agora é seguir em frente. A vitória em Braga é crucial.
Acabamos de cumprir a jornada n.º 10. Nova goleada, desta vez em Alvalade: derrotámos o Estrela da Amadora por 5-1. Com um póquer de Gyökeres - o primeiro da sua carreira - e a estreia de Maxi Araújo como goleador leonino.
Reforçamos a liderança do campeonato, isolados. Temos 30 pontos. Levamos 35 golos marcados, apenas três sofridos. Cumprimos o 22.º jogo seguido na Liga a ganhar. O 29.º jogo consecutivo do campeonato sem perder. Seguimos sem derrotas no ano civil em curso que se aproxima do fim. Como equipa inexpugnável.
Melhor ataque e melhor defesa do campeonato. Melhor goleador da prova: o nosso craque sueco, agora com 16. E 20 no conjunto da temporada - além de sete assistências. Hoje artilheiro máximo da Europa.
«Nós e vocês focados no Marquês», lia-se numa enorme tarja da Juve Leo exibida no fim desta recepção ao Estrela. O espírito é este.
Nove jornadas decorridas. Balanço do desempenho do Sporting: nove vitórias, liderança isolada do campeonato, com 30 golos marcados e apenas dois sofridos.
Melhor defesa, melhor ataque, melhor marcador.
Amanhã, às 20.15, recebemos o Estrela da Amadora. Em circunstâncias especiais, de todos conhecidas.
Nuno Santos, em destaque na Reboleira, numa das suas ofensivas em velocidade na ala esquerda
Foto: António Cotrim / EPA
Outra vitória inequívoca do Sporting. Outra exibição de classe. Mais três pontos conquistados, desta vez na Reboleira, onde não íamos desde 2006. O tal "período mais complicado da temporada" não deixou marcas negativas na nossa equipa, muito pelo contrário. Vendo este onze leonino em campo, esteja quem estiver nos convocados iniciais, percebemos que estamos perante uma equipa que tem tudo para ser campeã. Reeditando a saga de 2021. Desta vez sem pandemia.
Mesmo sem cinco titulares habituais (Adán e Pedro Gonçalves lesionados, Coates afastado por indisposição ligeira, Gonçalo Inácio e Morten no banco), voltámos a ser indiscutivelmente superiores. Com Israel na baliza; um trio defensivo composto por St. Juste, Diomande e Matheus Reis; Geny e Nuno Santos evoluindo nas alas; Morita e Daniel Bragança no meio-campo interior: e uma competente linha avançada composta pelo trio Trincão, Paulinho e Gyökeres.
Começando pelo menos bom - ou pior, consoante os ângulos de análise. Voltámos a sofrer um golo. E ainda na metade inicial do primeiro tempo, quando Israel teve saída precipitada, propiciando dois remates sucessivos da turma adversária, o segundo dos quais foi lá para dentro, numa recarga.
Alguns imaginariam que a nossa equipa iria abanar ou até tremer ao sofrer um golo frente ao Estrela da Amadora - 13.º classificado do campeonato - logo aos 17'. Enganaram-se redondamente: nada disso aconteceu. Seis minutos depois, iniciava-se a reviravolta. Desta vez sem o suspeito do costume: Gyökeres, sempre muito policiado e começando a acusar alguns sinais de fadiga física, não foi o protagonista desta vitória. O que só aumenta o mérito do colectivo verde-e-branco.
Tudo funcionou na perfeição naquele corredor direito: Geny fez um passe vertical muito bem medido para lançar Trincão, que segurou a bola quase junto à linha final e a colocou ao jeito da cabeça de Paulinho. Este, avaliando na perfeição o tempo de salto e soltando-se das marcações, não perdoou. Belo golo, a justificar aplausos.
O Sporting continuou a carregar, acentuando a pressão sobre o Estrela, em lances de desgaste contínuo sobre a equipa adversária, forçada a recuar em alteração evidente do seu plano inicial de jogo. Tanto fluxo ofensivo teria de dar frutos, segundo as leis da lógica. E assim foi, ao minuto 40. Nova jogada em que Trincão - melhor em campo - fez toda a diferença. Com uma recuperação de excelência, progressão em posse e remate bem colocado. Brígido, guarda-redes anfitrião, não conseguiu melhor do que uma defesa incompleta. Aí apareceu Nuno Santos para o empurrão que faltava.
Outro golo português do plantel leonino.
Chegámos assim ao intervalo: 1-2. Os três pontos tão ambicionados pareciam garantidos. E estavam mesmo. A segunda parte só acentuou a diferença entre as equipas, mesmo após o treinador do Estrela ter esgotado as substituições, muito antes do fim.
No nosso banco, Amorim soube interpretar o que se passava e agir em conformidade. Ao intervalo, decidiu trocar Matheus - já amarelado e revelando intranquilidade como central à esquerda - por Gonçalo Inácio. Decisão correcta. O jovem internacional leonino trouxe o suplemento de consistência que faltava ao trio da retaguarda e um reforço de qualidade na fase inicial de construção.
Podíamos ter ampliado a vantagem: estivemos sempre muito mais perto do terceiro do que o Estrela de empatar. A gestão do esforço físico, quatro dias antes do embate com o Benfica na Luz para a Taça de Portugal, esteve longe de ser prioridade: nunca deixámos de procurar a baliza adversária. Gonçalo cabeceou a pouca distância do ferro (47'). Paulinho falhou emenda por centímetros ao segundo poste (75'). Gyökeres, na conversão de um livre, teve pontaria e força, mas Brígido estava atento. Trincão esteve perto de ampliar a vantagem num remate rasteiro que merecia ter sido golo (84').
Tudo isto na noite de Sexta-Feira Santa. Ontem foi Páscoa, mas em relação ao Sporting não podemos falar em ressurreição. Porque lideramos o campeonato desde a sexta jornada, agora isolados mesmo com um jogo a menos. Porque estamos nas meias-finais da Taça de Portugal, com vantagem na eliminatória após o desafio já disputado em Alvalade.
Todos os sonhos são possíveis. Só dependemos de nós para que se tornem realidade.
Breve análise dos jogadores:
Israel - Esteve mal no golo sofrido: saiu com imprudência, facilitando a tarefa do Estrela. Mas protagonizou duas grandes defesas, aos 16' e aos 35'. Balanço positivo.
St. Juste - Maturidade competitiva. Guardou bem o sector que lhe estava confiado, como central à direita. Sem arriscar manobras ofensivas, mas sem deslizes defensivos.
Diomande- Com Coates ausente, comandou a defesa. Seguro, como sempre. É já imprescindível. Ganhou todos os duelos, impôs-se no jogo aéreo.
Matheus Reis - O menos bom do Sporting na Reboleira. Central adaptado, enfrentou com nervosismo Leo Jabá, o melhor do Estrela. Amarelado cedo (22'). Saiu ao intervalo.
Geny - Não receia os duelos individuais, até os procura. Venceu vários, dominando no corredor direito. Iniciou assim o primeiro golo, num passe magistral para Trincão.
Morita - Sempre batalhador, nunca baixa os braços. Esteve longe do seu melhor, mas foi útil na construção e nas recuperações enquanto não lhe faltou o fôlego.
Daniel Bragança - Mais discreto na primeira parte, brilhou na segunda, soltando toda a qualidade do seu futebol. Sempre em jogo, com visão panorâmica. Melhora quando avança no terreno.
Nuno Santos - Um dos magníficos. No transporte da bola, nos centros bem medidos, na entrega ao jogo. E a marcar: foi dele o golo decisivo, aos 40'. Soma já 12 (e seis assistências) nesta época.
Trincão - Herói do jogo, mesmo sem a meter lá dentro. Fez quase tudo bem, baralhando marcações, abrindo linhas de passe. Assistiu no primeiro (23'), deu início ao segundo. Incansável.
Paulinho - Interveio pouco sem bola, mas quando foi necessário acorreu à chamada para o que era mais necessário: marcar. Assim fez, de cabeça, iniciando o nosso triunfo.
Gyökeres- Nunca desistiu do golo, desta vez sem o conseguir. Esteve muito perto aos 11' e aos 83'. É o nosso jogador mais utilizado na Liga, mas continua em alta rotação.
Gonçalo Inácio - Fez a diferença ao entrar no segundo tempo, substituindo Matheus Reis. Sendo um dos mais jovens, impôs maturidade na defesa. Muito atento às coberturas.
Morten - Estava quase tapado com cartões, Amorim poupou-o o mais que pôde. Entrou só aos 80', rendendo um esgotado Morita. Grande recuperação lá na frente aos 87'.
Esgaio - Substituiu Geny, muito desgastado, aos 80'. Protagonizou movimento de ruptura aos 84'. Pouco tempo em campo, mas nas duas alas: primeiro à direita, depois à esquerda.
Eduardo Quaresma - Entrou aos 90'+2, rendendo Nuno Santos. Só para ajudar a congelar o jogo e travar incursões da turma adversária, aliás já quase esgotada.
O Sporting foi à Reboleira vencer o Estrela da Amadora por 2-1. Resultado banal, dir-se-ia. No entanto apenas dois leitores acertaram no resultado: José Silva e Luís Ferreira. São eles os vencedores desta ronda, mesmo sem terem previsto quem marcaria os nossos golos (Paulinho e Nuno Santos).
Exibição tremendamente competente na deslocação à Reboleira, semelhante à de Arouca, mesmo com ausências importantes no onze titular.
Este Estrela da Amadora pode jogar menos do que o Arouca mas luta e bate muito mais. Morita, Bragança e Catamo que o digam.
Primeira parte de muita dificuldade perante a pressão alta do Estrela, a tentar ganhar bolas na intermédia e partir depressa para o golo. O que não conseguiram assim conseguiram num canto muito bem marcado, tenso e a cair no sítio certo facilitando o erro de Israel.
Mas com as deambulações de Trincão, e o bom desempenho de todos, tanto apoiando os dois médios como carregando sobre a defesa contrária, o Sporting ganhou vantagem no jogo e no resultado.
Veio a segunda parte e foi aguardar que o desgaste nos jogadores do Estrela fizesse efeito. Infelizmente o Sporting foi desperdiçando golos e deixando o desfecho em aberto.
Melhor em campo? Trincão. Depois Bragança e St. Juste.
De termos superado mais um obstáculo.Ontem à noite derrotámos o Estrela por 2-1 num estádio tradicionalmente difícil. Há quase 16 anos (desde Dezembro de 2006) que não enfrentávamos esta equipa na Reboleira. Deram boa réplica, tal como já tinham feito em Alvalade, na primeira volta do campeonato: nessa altura vencemos também por resultado tangencial (3-2).
De Trincão. O melhor em campo. Recuperado da lesão num pé, que infelizmente o impediu de marcar presença em dois desafios da equipa das quinas após ter sido chamado pelo seleccionador Roberto Martínez. Há males que vêm por bem: o minhoto fez excelente partida. Participa nos dois golos - no primeiro, aos 23', com impecável cruzamento junto à linha assistindo Paulinho, que marcou de cabeça; no segundo, aos 40', protagonizando a recuperação de bola que lhe permitiu o disparo bem colocado, para defesa incompleta do guarda-redes e consequente recarga de Nuno Santos. Quase marcou, ele próprio, aos 84': o remate rasou o poste.
De Daniel Bragança. Novamente capitão da equipa. Encheu o campo com o seu futebol requintado, distribuindo jogo, sempre de cabeça bem levantada: raros jogadores como ele têm uma noção tão clara do espaço disponível para a progressão e do tempo necessário para colocar a bola. Sempre muito marcado, "conseguiu" amarelar dois adversários que lhe travaram o passo à margem das regras. Nota artística num toque de calcanhar para Trincão (47') e num espectacular passe picado para Gyökeres (59').
De Nuno Santos. Marcou pelo segundo jogo consecutivo: há cerca de ano e meio que não lhe sucedia algo semelhante. Fez muito por isso: foi dos mais combativos, nunca dando um duelo por perdido. Sentenciou a partida, garantindo os três pontos, ao marcar o segundo, pouco antes do intervalo. Quase bisou com um disparo bem colocado aos 50' - travado só com defesa apertadíssima de Bruno Brígido.
De Paulinho. Trabalhou muito para a equipa, sem se esconder do jogo. Foi recompensado com enorme ovação ao marcar o nosso primeiro - fuzilando as redes de cabeça, num disparo indefensável. E vão três golos seus nos dois mais recentes jogos, primeiro com o Boavista e agora frente ao Estrela.
Do nosso colectivo. Mesmo com cinco titulares habituais fora do onze, demonstrámos indiscutível superioridade. Dominando a partida em todas as parcelas do terreno. Fazendo pressão constante sobre o portador da bola. Empurrando o Estrela para o seu reduto. E resolvendo o jogo ainda na primeira parte, embora sem desistirmos de ampliar a vantagem.
De ver poupados a cartões os nossos jogadores que estavam em risco. Dos que integraram o onze inicial, eram Diomande e Nuno Santos - ambos já com quatro amarelos. Aos 80' ainda entraram Esgaio (também com quatro) e Morten (com oito, faltando-lhe só mais um para ficar de fora). Passaram imunes: Matheus Reis, que não estava à bica, foi o único dos nossos a ser admoestado pelo árbitro Fábio Veríssimo.
Do apoio vibrante dos adeptos. Grande parte dos 6764 adeptos presentes nas bancadas da Reboleira puxaram pelo Sporting do princípio ao fim. Quase parecia que jogávamos em casa.
De ver o Sporting marcar há 35 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos 77 marcados, mais 16 do que o Benfica, com menos um jogo disputado. E cumprimos ontem o 13.º desafio consecutivo sem perder na Liga 2023/2024.
De mantermos a liderança isolada. Agora com 68 pontos. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Cada vez estou mais convicto de que vamos lá chegar.
Não gostei
Do golo sofrido, aos 17'. Na sequência de um canto, após saída em falso de Israel (que falhou aqui mas tinha feito excelente defesa pouco antes e voltaria a destacar-se noutra, aos 35'). Balde de água fria, ainda na fase inicial do encontro. Mas fomos para cima deles e protagonizámos rápida reviravolta: sete minutos depois já empatávamos.
Da ausência de golos na segunda parte. Tentámos bastante, sem conseguir. E desta vez nem Gyökeres - sempre muito marcado por Miguel Lopes, ex-defesa leonino - fez o gosto ao pé. Faltou-nos o terceiro golo que sossegaria os adeptos sem necessidade de aguardar pelo apito final.
Da ausência de Pedro Gonçalves. O melhor jogador português do plantel leonino nem no banco se sentou: continua ausente, devido a lesão. Também Coates não foi à Amadora, neste caso devido a indisposição passageira que não o impedirá certamente de alinhar na terça-feira, contra o Benfica, para a Taça de Portugal.
Do desgaste físico dos jogadores. Vários deles saíram com aparentes queixas musculares após duelos mais intensos na disputa de bolas divididas naquele relvado muito pesado: aconteceu com Morita, Geny, Paulinho e Nuno Santos, por exemplo. Terão três dias para recuperar a boa forma antes do embate para a Taça na Luz.
Regressamos ao campeonato nacional de futebol. Depois de amanhã, Sexta-Feira Santa, a partir das 20.30. Vamos ao estádio do Estrela da Amadora, defrontar a equipa local, que muito trabalho nos deu na primeira volta.
Com arbitragem de Fábio Veríssimo. Rui Costa é o vídeo-árbitro.
Em Alvalade, em Novembro, a nossa vitória foi apertada. Por 3-2, com golos de Daniel Bragança, Edwards e Paulinho. Mas a verdade é que superámos também esse obstáculo.
E agora, como será? Venham daí os vossos prognósticos.
Desta vez, para variar, ninguém acertou. Muitos prognósticos, vários a anteverem goleadas, mas nenhum previu o 3-2 final do Sporting-Estrela da Amadora.
Na próxima (espero) correrá melhor.
{ Blogue fundado em 2012. }
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