Sp. Braga e Estoril vão ser os finalistas na Taça da Liga, para desconsolo de muitos Sportinguistas e Benfiquistas que já têm o bilhete na mão e não sabem o que lhe fazer.
E a verdade é que dos três grandes foi o Sporting que menos mereceu estar fora da decisão, não me recordo duma derrota com três bolas aos ferros e mais seis ou sete oportunidades flagrantes para marcar. Saiu a sorte grande ao clube minhoto.
Obviamente que todos os Sportinguistas ficaram desiludidos pela derrota, pelo desempenho de um ou outro, pelas substituições que nada acrescentaram, mas mais uma vez logo veio a corja do costume, alguma que se diz Sportinguista, achincalhar treinador e jogadores, falar em falta de estofo, nos resultados contra "as equipas mais difíceis", como antes do clássico contra o FC Porto vieram elencar estatísticas como se as mesmas ganhassem jogos.
A central de contra-informação dum rival continua a inovar, é a multiplicação de nicks para debitar as mesmas tretas, é a invocação de sportinguismo no nick nunca coincidente com o comentário, é a ignorância da realidade dos jogos mascarada por conhecimento de wikipédia, agora é o roubo canalha de identidade tendo como alvo os comentadores mais fiéis do blogue.
São eles os cães.
As hienas estão bem representadas na tasca do ex-candidato aos órgãos sociais do clube, numa lista com muitos admiradores do padrinho do norte, aquele da central de contra-informação acima referida.
Sobre o jogo, Hjulmand resumiu bem no Instagram tudo o que haveria por dizer. "Merecíamos mais. Estou muito orgulhoso de pertencer a esta equipa e a este clube."
Como eu tenho o maior orgulho de ser do Sporting, ter o Rúben Amorim como treinador e poder contar com este plantel e com um leão em campo como Hjulmand.
Os cães ladram, as hienas chiam e os leões passam.
O nosso Mateus Fernandes, agora emprestado ao Estoril, está de parabéns. Fez excelente exibição ontem, na meia-final da Taça da Liga, contribuindo para eliminar o Benfica. Neste sábado, vai defrontar o Braga. Estarei a torcer por ele, naturalmente.
Daí contarem com o meu apoio. Até porque a conquista desta taça valorizará muito Mateus Fernandes - que espero voltar a ver com a verde e branca novamente vestida na temporada 2024/2025. Há lugar para ele no principal plantel do Sporting, claro que sim.
P. S. - Um tal Marcos Leonardo, recém-contratado pelo Benfica e enaltecido pela imprensa colaboracionista da Luz como se fosse a última coca-cola no deserto, falhou ontem um penálti, contribuindo para a eliminação dos encarnados. Parece ser um "craque" à dimensão do Cabral dos 20 milhões.
Houve muitos prognósticos, mas ninguém acertou em cheio. Embora os meus amigos e colegas de blogue José da Xã e Edmundo Gonçalves tenham previsto o triunfo leonino por 5-0. Faltou-lhes prever o golo de honra já tardio da turma estilista. E também não acertaram nos marcadores dos golos.
Gyökeres assistiu, Edwards marcou: duas figuras em destaque máximo numa grande exibição leonina
Foto Lusa
Havia algum receio, entre os adeptos leoninos, em torno desta visita do Estoril a Alvalade. Com alguma lógica: os canarinhos já tinham vencido o FC Porto no Dragão (em Novembro) e eliminado os portistas da Taça da Liga (em Dezembro). Carrascos de Sérgio Conceição em duas provas diferentes.
Mas foi rebate falso: a turma orientada por Vasco Seabra vergou-se desde o primeiro minuto ao domínio absoluto do Sporting num jogo que se saldou pela nossa quinta vitória consecutiva. E nona em casa neste campeonato, em que ainda não perdemos qualquer ponto na condição de equipa visitada.
Este domínio, note-se, ocorreu mesmo estando desfalcados de três titulares habituais: Diomande, Morita e Coates. Os dois primeiros agora ao serviço das respectivas selecções, enquanto o internacional uruguaio recupera de uma lesão que ainda o impediu de actuar.
As notícias sobre as supostas dificuldades que o Estoril poderia criar-nos eram manifestamente exageradas. O que se reflectiu no marcador: 5-1, mais duas bolas aos ferros (por Edwards e Trincão) e um punhado de oportunidades desperdiçadas do nosso lado. Desde a vitória por 5-0 ao Braga há onze meses, no campeonato anterior, não criávamos um resultado tão desnivelado. Com sete flagrantes oportunidades de golo.
Foi a segunda maior goleada na Liga protagonizada por Rúben Amorim como treinador do Sporting. E a sua maior na prova agora em curso. Bem demonstrativa da saúde anímica de que a equipa goza quando falta apenas uma jornada para concluir a primeira volta da mais importante competição do futebol português.
Gyökeres desta vez não assistiu, mas fez três passes para golo e contribuiu para os dois restantes. Melhor jogador da LIga 2023/2024, vai construindo rapidamente a sua lenda em Alvalade. Quando partir, será lembrado por longos anos.
É ele quem municia Edwards nos dois primeiros - fixando o 2-0 ao intervalo. No terceiro, ao contrário do que alguns imaginavam, acelerámos ainda mais o ritmo e o caudal ofensivo. Com golos de Pedro Álvaro (autogolo, desviando remate de Nuno Santos), Pedro Gonçalves e Trincão (também este com assistência de Gyökeres).
Já marcámos 37 neste campeonato - mais seis do que o Benfica, mais 14 do que o FC Porto. Revelando a maior veia goleadora à 16.ª jornada em campeonatos deste século. Só no de 1995/1996 conseguimos mais nesta fase da competição.
Tudo estaria perfeito se não tivéssemos sofrido um golo, aos 82' em lance de bola parada. O Estoril ficou-se por aí, mas há certamente algo a rever na nossa organização defensiva em jogadas como esta.
Não deixa de ser mero pormenor quando se triunfa por margem tão categórica como anteontem nos aconteceu. Com uma nota de optimismo suplementar: esta é apenas a oitava vez em que contamos só por vitórias os desafios disputados em casa para o campeonato. Em seis das anteriores ocasiões conquistámos o título: aconteceu em 1947, 1949, 1954, 1970, 1974 e 1980. Vai sendo tempo de voltar ao mesmo.
Desenha-se uma tendência. Em que todos acreditamos cada vez mais. Até alguns cépticos que aqui apareciam no início da época a resmungar com quase tudo. Esses ou mudaram de opinião ou foram pregar para outras paragens. Sem deixar saudades.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Atento, com bons reflexos, fez defesas seguras aos 20' e aos 70'. Negou o golo aos 78'. Nada podia fazer na recarga de Cassiano que aos 82' fixou o 5-1 final, reduzindo para o Estoril.
Eduardo Quaresma - Titular como central à direita, decidiu tudo com processos simples. Muito concentrado, respondeu com eficácia às investidas estorilistas pelo seu corredor.
Gonçalo Inácio - Supriu ausência de Coates, voltando ao onze. Assumiu-se sem complexos como patrão da defesa. Cortes preciosos. Só lhe faltou o golo, que tentou duas vezes (2' e 42').
Matheus Reis - Mais discreto mas não menos eficaz do que os seus colegas no trio de centrais. Melhor momento, aos 42': centro quase junto à linha final, para Gonçalo, com selo de golo.
Geny - Titular antes de rumar a Moçambique, ao serviço da selecção. Grande recuperação aos 47'. Desperdiça ao atirar por cima (57'). Aos 71', passou da ala direita para a esquerda.
Morten - Outro regresso após um jogo de castigo. Passes a rasgar, verticais, de olhos lá na frente. Chegou para as encomendas como médio defensivo, desta vez sem Morita ao lado.
Daniel Bragança - Com o colega nipónico a representar a selecção do seu país, saiu-se bem como médio ofensivo titular. Grande desmarcação para Nuno Santos (26'). Não falhou um passe.
Nuno Santos - Impetuoso, às vezes em excesso. Nele, a emoção sobrepõe-se à razão. Provocou dois cantos disparatados (24' e 43'). Mas interveio, com sorte, na jogada do terceiro golo.
Edwards - Assistido a dobrar por Gyökeres, não vacilou: marcou os dois primeiros (21' e 45'+2). Rasou o poste num remate cruzado (33'). Mandou um petardo ao poste (75'). Grande exibição.
Pedro Gonçalves - Tirou do chapéu toda a construção do quarto golo, aos 69', conduzindo a bola muito bem dominada durante 25m. Quando já tinha recuado, actuando como médio.
Gyökeres - Assistiu (21', 45'+2 e 78'). Serviu num lançamento lateral Nuno Santos no que viria a ser o golo 3. E arrastou marcações no quarto. É já o rei das assistências do campeonato.
Trincão - Entrou aos 52', substituindo Bragança. Jogou na meia esquerda do ataque, posição em que mais rende. Marcou o golo mais vistoso, o quinto. Em estreia como artilheiro nesta Liga.
Neto - Substituiu Quaresma aos 71'. Manteve a nossa defesa isenta de sobressaltos usando a veterania como factor de segurança. Grande abertura para Paulinho aos 84'.
Dário - Rendeu Morten aos 71'. Vem exibindo mais confiança e maior destreza técnica. Grande recuperação aos 76', sublinhada com aplausos dos 37.400 espectadores.
Esgaio - Substituiu Nuno Santos aos 71'. Ajudando a fechar o nosso corredor direito, enquanto Geny transitava para a esquerda. Seguro, sem inventar nem improvisar.
Paulinho - Saltou do banco aos 81' para render Edwards. Aos 84' desperdiçou flagrante oportunidade de marcar, muito bem servido por Neto.
Da goleada de ontem em Alvalade. Recebemos o Estoril, que estava em nono no campeonato. Mas não lhe demos a menor hipótese, mesmo tratando-se da mesma equipa que, com toda a justiça, venceu o FC Porto no Dragão em Novembro e no mês seguinte eliminou os portistas da Taça da Liga, sem margem para discussão. Mostrando ser de uma fibra muito diferente, o Sporting cilindrou ontem a turma estorilista, vencendo por 5-1. Foi, até agora, o resultado mais volumoso neste campeonato da nossa equipa, que respira e transmite confiança.
Da superioridade leonina. Entrada de leão do onze comandado por Rúben Amorim: começámos logo de pé no acelerador e mostrámos desde o primeiro lance ter enorme vontade de vencer para manter pressão máxima sobre os emblemas rivais - e resultou, pois logo a seguir o FC Porto voltou a tropeçar, desta vez empatando no Bessa. Tudo está resumido neste excelente título do SAPO Desporto: «Sporting passeia classe, goleia Estoril e segue firme no topo». Domínio absoluto à 16.ª jornada.
De Gyökeres. Novamente o homem do jogo, novamente o melhor em campo. Começam a estar gastos os adjectivos que definem cada actuação do avançado sueco, sem discussão a grande figura desta Liga 2023/2024. Desta vez não marcou nenhum dos nossos cinco golos, mas assistiu em quatro - num deles com as mãos, em lançamento da linha lateral (o terceiro, para Nuno Santos, aos 51'). Extraordinária exibição, extraordinário desempenho: é a pedra angular deste Sporting que vai caminhando, jornada a jornada, para se sagrar campeão nacional de futebol. Segue com 18 golos e oito assistências: é um craque.
De Edwards. Marcou o primeiro (e também o segundo) golo do futebol português neste ano civil recém-inaugurado. Estava lá, no momento certo e no local certo. Para encaminhar a bola na direcção correcta. Em ambas, assistido por Gyökeres (21' e 45'+2, no último lance da primeira parte). Alguns dirão que bastava empurrar, mas quantas vezes outros falharam golos cantados como estes? Esteve muito perto do terceiro em duas ocasiões: num remate cruzado a rasar o poste direito (33') e num embate ao ferro (75'). Justíssimo destaque.
De Gonçalo Inácio. Patrão da nossa defesa, impondo-se naturalmente como líder alternativo na ausência do capitão Coates, ainda lesionado. Logo aos 2' transmitiu aos adeptos o sinal do que iria passar-se ao cabecear em mergulho dentro da área estorilista em lance que poderia ter gerado golo. Preciosos cortes aos 3', 9'', 18', 38' e 45'+1. Impondo o físico e sobretudo a técnica, aliados à precisão exacta do momento da intervenção. Esperemos que permaneça em Alvalade após o mercado de Inverno: é um elemento fundamental no nosso onze nuclear.
De Eduardo Quaresma. Integrou um inédito trio de centrais titulares - com Matheus Reis à esquerda e Gonçalo ao meio. Passou com distinção no teste, confirmando que não necessitamos de reforçar a ala direita defensiva: ele próprio é o reforço. Limpou muito bem a área após canto que podia gerar perigo aos 25'. Cortes oportuníssimos aos 54' e aos 57'. Também se distinguiu no passe longo: excelente abertura para Nuno Santos, no flanco oposto, aos 34'.
De Pedro Gonçalves. Grande jogo sem bola, arrastando defesas e baralhando marcações no seu constante vaivém entre linhas. Primeiro à frente e a partir dos 52', com a saída de Daniel Bragança, em missão mais recuada, complementando a acção de Morten como médio mais ofensivo. Foi já nesta posição que protagonizou fantástica arrancada no corredor central e disparou de meia distância, traindo o guarda-redes Carné: a bola roçou no poste esquerdo da baliza e encaminhou-se para as malhas estorilistas. Foi o nosso quarto golo, aos 69'. E o quinto dele nesta Liga 2023/2024.
Do regresso de Trincão aos golos. Parecia estar novamente em maré de azar quando fez a bola embater no ferro aos 75'. Mas marcou mesmo, três minutos depois (com assistência de Gyökeres) num soberbo remate cruzado, indefensável. Protagonizou dois outros lances de inegável classe, aos 77' e aos 90'+1. Temos o goleador de volta.
Do árbitro Cláudio Pereira. Se todos actuassem como ele ontem, a qualidade do futebol português seria claramente superior.
De ver o Sporting marcar em todos os jogos da Liga. Não apenas nesta: levamos 60 jogos seguidos sempre a facturar. Extraordinário registo, bem revelador da vocação ofensiva verde-e-branca. Por isso levamos já mais 14 golos marcados do que o FC Porto, que também disputou 16 partidas.
Da nossa folha limpa como equipa visitada. Nono jogo em Alvalade para o campeonato, nona vitória da temporada, desta vez com 37.400 espectadores nas bancadas. Não é fruto do acaso: somos ainda mais fortes em nossa casa.
De somarmos 40 pontos em 16 rondas. Apenas oito pontos perdidos - nas deslocações a Braga, Guimarães e Luz. A nossa segunda melhor classificação do século nesta fase da competição. Excelente augúrio para o que vai seguir-se.
Não gostei
De ver várias baixas na equipa. Sem Diomande e Morita (ausentes durante algumas semanas nas respectivas selecções) nem Coates (ainda com queixas físicas). Isto já sem falar no eterno lesionado St. Juste, novamente a passar à margem de uma época desportiva.
De Nuno Santos. Sobra-lhe em "atitude" (algo que por vezes parece o que não é) o que lhe falta em discernimento pontual. Aconteceu ontem, em duas ocasiões, ao provocar cantos de forma totalmente desnecessária, aos 24' e aos 43', quando nem estava pressionado por adversários. É verdade que após um remate seu a bola encaminhou-se para as redes estorilistas, mas apenas graças ao desvio no infortunado defesa Pedro Álvaro, aos 51', em autogolo. Exibição insuficiente em noite de gala leonina.
Do golo solitário que sofremos. Cassiano, livre de marcação, concretizou em recarga após embate na barra. Único lapso da nossa defesa em todo o encontro. Aconteceu aos 82', repondo alguma justiça no marcador: o Estoril mereceu este golo.
Rúben Amorim apostou num onze de elevado risco contra uma boa equipa da Liga que atravessava o melhor momento da época e ganhou completamente a aposta. Bragança e Quaresma tiveram o seu dia em que quase tudo correu bem, e assim nem se notou a falta de Morita e Diomande. Da ausência do Coates tratou e bem Inácio. E esteve de volta o "Beckenácio".
Depois mais uma vez houve um Gyökeres doutra galáxia. Não existe futebolista como ele a actuar em Portugal que combine físico com técnica e com inteligência: ele apoia, ele assiste, ele marca, ele faz isso tudo durante os 90 minutos e tal do jogo. Depois o árbitro apita para o final e ele cai redondo no terreno, deu tudo o que tinha.
O Sporting sem ponta de lança não é Sporting. Não vale a pena pensar em três baixinhos e falsos pontas de lança, isso não existe. Sporting é agora Gyökeres, como foram antes Bas Dost, Slimani, Liedson, Jardel, Acosta e muitos outros, muito em especial o "meu" Hector Yazalde, todos eles "abonos de família" da equipa em seu tempo. Com um ponta de lança como o sueco tudo é mais fácil para todos os outros.
Primeira parte de domínio total do Sporting, com dois golos marcados em lances de sonho do sueco que puseram Edwards de frente para o golo e alguns outros desperdiçados. Segunda parte onde o golo de Nuno Santos apareceu cedo e logo aí a vitória ficou atribuída.
A partir daí, com 3-0 no marcador e Trincão em vez de Bragança, o Estoril reagiu em força e o jogo partiu-se, às tantas mais parecia futsal, os ataques rápidos geravam contra-ataques rápidos, as oportunidade sucediam-se em ambas as balizas, umas bolas entravam outras esbarravam nos postes ou eram defendidas em cima da linha. O resultado final foi 5-1, podia ser ter sido 8-3 ou 10-4. Dois belos golos de Pedro Gonçalves e Trincão, ambos a precisar de serem felizes.
Nota negativa apenas para mais um golo sofrido dum canto do lado esquerdo defensivo, o quarto da época. Neste houve desvio de Paulinho para o lado contrário e para uma zona em que não existia ninguém do Sporting. Como na Luz não havia ninguém aquando do desvio de cabeça dum jogador adversário. Uma questão a rever. Um, dois, três e agora quatro: é de mais, alguma coisa está mal.
Melhor em campo? Gyökeres, obviamente. Mas logo depois Edwards pelos dois primeiros golos e depois os outros que entraram de início, todos estiveram mesmo muito bem.
Arbitragem? Excelente, dum árbitro que muito insultei no início quando o vi a "ganhar os galões" prejudicando alarvemente o Sporting mas que tem sabido eliminar os seus tiques autoritários e encontrar o seu caminho na linha da arbitragem da Champions e não da medíocre nacional dos Pinheiros, Manueis Oliveiras e muitos outros.
Afinal a ausência de Morita, Diomande e Catamo deixou de ser drama e tragédia? Afinal Quaresma, Bragança e Essugo contam? Sempre contaram, por isso mesmo é que lá estão. Por decisão e aposta de Rúben Amorim.
E agora? Quem ganha ao Estoril, ganha ao Tondela. Vamos tratar deles na próxima terça-feira. Depois se verá o resto.
É uma sexta e o jogo é cedo, trouxe o equipamento na mochila (ainda está a valer usar Natal pelo menos até amanhã, dia de Reis). Terça será igual.
No último Sporting - Estoril fomos felizes, com golos de Trincão (um belíssimo golo) e Bellerín, um rapaz que usava - e usa - os calções à antiga. Gostei muito, que seja parecido hoje.
Recebemos amanhã o Estoril, a partir das 18.45. Na invejável posição de liderarmos o campeonato nacional de futebol, isolados, três anos depois.
É o jogo inaugural da jornada 16. Há um ano vencemos sem espinhas, por 2-0. Com golos de Bellerín (que estava de empréstimo. em fugaz passagem pelo Sporting) e Trincão, melhor em campo.
Como será desta vez? Venham daí os vossos prognósticos.
O alarme social propagandeado por papagaios azuis mascarados de verde aqui no blogue sobre o cansaço decorrente da pré-eliminatoria da Liga Europa que o Sporting irá ter em Fevereiro aparentemente teve eco no David Carmo, que já em tempo de descontos ofereceu dois golos ao Estoril.
Logo dois para ter a certeza de que não haveria nenhum mergulho do Taremi que levasse aquilo a penáltis.
E assim já não há cá Taças da Liga para cansar a rapaziada.
Conceição e Carmo derrotados pelo Estoril na Amoreira: FC Porto fora da Taça da Liga
O FC Porto acaba de saltar fora da Taça da Liga. Eliminado pelo Estoril, que derrotou sem espinhas a turma de Sérgio Conceição por 3-1.
Com actuação calamitosa de David Carmo, o mais caro "reforço" da história portista (20 + 2,5 milhões de euros). E excelente exibição do nosso Mateus Fernandes, com assistência para o segundo golo estorilista. Que volte depressa ao Sporting, são os meus votos.
«Ele fez um jogo fantástico», disse o treinador do Estoril, Vasco Seabra. Falando do nosso Mateus Fernandes, emprestado ao meio-campo daquela equipa, que anteontem foi ao Dragão derrotar o FC Porto.
Aprecio muito Vasco Seabra. E gostei ainda mais do que ele disse. Faz bem o Sporting em ter Mateus a rodar no Estoril.
Foi uma jornada atípica. Na nossa ronda de prognósticos houve nada menos de seis vencedores, embora nenhum deles tenha antecipado os nomes dos marcadores dos golos do Sporting-Estoril: Bellerín - em estreia como artilheiro leonino - e Trincão.
Fica, portanto, uma distinta galeria de meia-dúzia, a quem aproveito para dar os parabéns. Ei-la: João Rafael, José da Xã, Leão 79, Leoa 6000, Maximilien Robespierre e Miguel.
Héctor Bellerín, autor do primeiro golo leonino: há dois anos que não marcava
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Há jogos assim: apenas para ver um golo - um grande golo - vale a pena ir ao estádio.
Aconteceu na passada segunda-feira, na recepção ao Estoril. Trincão pegou na bola na ala esquerda ofensiva, flectiu para o centro com ela dominada, colando-a ao pé esquerdo e fez uma incursão rápida pela área estorilista. Passou um, dois, três, quatro - e rematou de pé direito, sentando o guarda-redes.
Era o nosso segundo golo, aos 51'. De antologia, fazendo lembrar alguns dos melhores de Messi nos seus anos áureos. Candidato desde já a golo do ano neste campeonato 2022/2023. Sinal inequívoco de que Trincão - que várias vezes tenho criticado - precisa de ser mais trabalhado não no plano técnico, mas no plano mental.
O mais importante está lá. Os números comprovam: faltam a Trincão dois golos para conseguir o seu melhor registo como artilheiro numa época. Precisa de maior acompanhamento no capítulo psicológico para aumentar os níveis de confiança. Será o principal problema dele.
Selava-se o resultado, confirmava-se a vitória leonina numa partida que dominámos do princípio ao fim. Infelizmente, perante o mais baixo número de espectadores para um desafio deste campeonato no Estádio José Alvalade: apenas 22.303 compareceram.
Foi pena, mas não admira muito: os horários têm sido péssimos, os preços mantêm-se desencorajadores, as fracas exibições da nossa equipa não têm ajudado a atrair o público. A SAD do Sporting tem de encarar este conjunto de questões muito a sério - cada qual na sua ordem de prioridades.
O que se retira desta vitória? Desde logo esta evidência: St. Juste e Bellerín são reforços, não enganam. Pena o espanhol ter vindo só por empréstimo. Mas parece estar a aproveitá-lo bem. De tal maneira que foi ele o autor do nosso primeiro golo, aos 40', aproveitando da melhor maneira um ressalto como se fosse interior direito, já longe da ala.
Há dois anos que não marcava. A última vez tinha sido num Arsenal-Leeds, quando integrava o plantel dos gunners. Esperemos que a quebra deste jejum indicie que outros golos dele virão aí. Porro parece ter um digno sucessor como ala direito na nossa equipa.
Bellerín, titular, combinou muito bem no seu corredor com Edwards. O inglês esteve quase a abrir o marcador, aos 39', num espectacular remate em arco que rasou a barra estorilista. Mais uns centímetros abaixo e teria entrado. Seria outro golo espectacular.
Inversamente, Paulinho teve outra prestação muito apagada. Rematou uma vez, é certo: aos 18', após soberbo centro de Edwards, mas o cabeceamento foi bloqueado pelo guarda-redes. Depois o nosso avançado-centro sumiu-se da partida. Não sem antes tentar simular uma falta que não existiu - comportamento recorrente nele.
Várias vezes tenho apontado esta péssima característica de Paulinho. Há uma tendência no Sporting para criticar elementos de outras equipas que exibem os erros e defeitos evidenciados por alguns dos nossos, contestando muito os primeiros mas não os segundos, como se estes não fizessem o mesmo.
Prefiro ser mais exigente com os nossos. Daí considerar lamentável essas sessões de mau teatro.
Enfim, boa arbitragem do árbitro Manuel Mota, hoje um dos melhores em Portugal. Já foi um dos piores, o que comprova até que ponto o nível da arbitragem tem baixado.
Sem cartões, só 15 faltas, nenhum caso controverso. Mota é dos poucos que não confundem contacto físico com falta e não se deixam embarretar com os mergulhos para o relvado. Para termos futebol à inglesa precisamos de arbitragens à inglesa. Como esta foi.
Logo a seguir, no Vitória-Braga desse mesmo dia 27, apitado pelo famigerado senhor Luís Godinho, voltou tudo ao mesmo. Em vez de festa do futebol, festival de apito.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Foi uma das boas notícias do jogo frente ao Estoril: manteve as nossas redes intocáveis. Grande defesa aos 22'. Saiu muito bem dos postes aos 37'. Voltou a transmitir confiança à equipa.
St. Juste - Recuperou a titularidade revelando segurança e solidez a defender e capacidade de avançar no terreno com a bola controlada. Iniciou a construção do primeiro golo.
Coates - Tem revelado algum cansaço. Desta vez, felizmente, não foi necessário adaptá-lo a ponta-de-lança improvisado. Se fosse preciso, lá estaria ele. Já marcou 30 golos de Leão ao peito.
Matheus Reis - Regressou ao onze, mas parece longe da boa forma que evidenciou noutras partidas. Perdeu a bola em zona proibida, aos 22', e pareceu ficar marcado por esse lance.
Bellerín - Revelou confiança e maturidade no lance do golo que desbloqueou o jogo. Confiança no domínio da bola e maturidade no disparo à baliza, sentando o guarda-redes.
Morita - Foi campeão das recuperações neste jogo sem Ugarte, seu parceiro no meio-campo. Chegou e sobrou para as encomendas, batendo-se como um leão nessa zona nevrálgica.
Pedro Gonçalves - Novamente devolvido ao meio-campo, embora mais adiantado do que Morita, já próximo das linhas avançadas. Muito móvel, baralhando marcações. Faltou-lhe o golo.
Nuno Santos - Foi dele o primeiro remate perigoso (13') num remate cruzado rasteiro que passou perto do poste esquerdo. Dois bons centros para Paulinho (32' e 36'), ambos desaproveitados.
Edwards - Ofereceu um golo a Paulinho e esteve a centímetros de marcar um golaço, ele próprio. Muito activo na ala direita, venceu no confronto com Joãozinho. Combinou bem com Bellerín.
Trincão - No primeiro tempo parecia alheado do jogo, mas regressou ao relvado com uma atitude totalmente diferente. Marcou um golão e podia ter marcado mais dois.
Paulinho - Outro jogo sem marcar. Cabeceou com intenção, bem servido por Edwards, mas viu o guarda-redes negar-lhe o golo (18'). Foi-se apagando até ser substituído.
Chermiti - Entrou aos 67', rendendo Paulinho. Aos 90' recebeu a bola de costas, em posição frontal: rodopiou e rematou, para defesa apertada do guarda-redes. Merecia mais tempo.
Gonçalo Inácio - Substituiu Coates (67'). Desta vez no eixo da defesa, contribuiu para a construção a partir de trás e ajudou a manter a nossa baliza impermeável.
Esgaio - Rendeu Bellerín aos 77'. Manteve a solidez defensiva na ala direita numa fase da partida em que o objectivo principal era segurar a bola, sem facilitar.
Arthur - Substituiu Nuno Santos (77'). Extremo clássico, pouco vocacionado para defender. Sente-se melhor a atacar. Os números comprovam: já tem quatro golos e quatro assistências.
Tanlongo - Rendeu Pedro Gonçalves aos 82'. Ainda não foi titular desde que chegou ao Sporting. Demonstra boa técnica, mas precisa de refrear melhor as entradas mais ríspidas.
Trincão marcou o nosso segundo, autêntica obra de arte, rasgando a defesa do Estoril
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Gostei
Da vitória em casa frente ao Estoril. Domínio total do Sporting neste embate em Alvalade que só pecou pelo resultado escasso (2-0) face à exibição muito conseguida. Futebol de ataque, bem ligado, alternando a condução da bola pelos flancos e pelo espaço interior, baralhando as marcações estorilistas.
De Bellérin. Recém-chegado para substituir Porro, já marca. Titular ontem, assumiu-se como dono do flanco direito. Mas foi em incursão no corredor central que fez o golo inaugural da nossa equipa, em estreia absoluta como artilheiro de Leão ao peito - como se fosse um avançado, com toda a calma do mundo. Há dois anos que não marcava: na última vez, ainda actuava no Arsenal. No Barcelona e no Bétis ficou em branco. Em boa hora interrompeu o jejum. Ganhámos com isso.
De Edwards. Grande partida do ex-Tottenham combinando muito bem com Bellerín no corredor direito: parece que jogam juntos há muito tempo. Vários dos nossos lances mais perigosos partiram dos pés dele: cruzamento perfeito para a cabeça de Paulinho (18'), outros centros dignos de nota aos 58' e aos 90'+3. Ele próprio esteve a centímetros de marcar um golaço num remate em arco para o canto superior direito da baliza estorilista (39').
Do golo de Trincão. Após onze jogos em branco, o ex-Braga mostrou enfim um rasgo de génio. Aos 51' pegou na bola junto ao flanco esquerdo, levou-a em progressão, foi rasgando a defesa, tirou quatro do caminho e deixou o guarda-redes pregado - num lance à Messi, com a diferença de ter marcado com o direito, que é o seu pior pé. Mas nem parecia. Só para ver esta obra-prima valia a pena ter ido ao estádio. Podia ter bisado aos 63' e colocou muito bem a bola em Chermiti aos 90'. Após uma primeira parte em que pareceu desaparecido, despertou no segundo tempo - e de que maneira. Melhor em campo.
De St. Juste. Após meses de inactividade forçada devido a uma série de quatro lesões, parece enfim totalmente recuperado. E vai agarrando a titularidade como central à direita. Seguro, confiante, exibiu-se em alto nível. Agora já podemos dizer que é reforço.
De não termos sofrido qualquer golo. Dos 22 desafios já disputados neste campeonato 2022/2023, só mantivemos as nossas redes intactas em oito. Este foi um deles.
Da clara superioridade no nosso estádio. Até agora, onze jogos da Liga em casa com um balanço largamente positivo: nove vitórias. As partidas contra Chaves e FC Porto foram excepções à regra. Oxalá pudéssemos dizer o mesmo dos desafios já disputados longe de Alvalade.
Dos aplausos a Francisco Geraldes. O nosso antigo médio, formado na Academia de Alcochete, continua a ser muito estimado pelos adeptos. Aos 57', quando foi substituído, recebeu uma calorosa e espontânea salva de palmas. Merece este carinho.
Do árbitro Manuel Mota. Facto raríssimo no nosso campeonato: chegou ao fim do jogo sem exibir qualquer cartão. Critério largo, à inglesa, deixando a bola rolar sem interromper a partida ao menor contacto físico nem confundir futebol com festival de apito. É hoje dos poucos a mostrar-se assim em Portugal, valorizando o espectáculo e propiciando mais tempo útil de jogo. Ao contrário de Artur Soares Dias, João Pinheiro e mais uns quantos.
De termos vencido em três estádios nesta ronda. Continuamos em quarto lugar, mas agora mais perto dos postos que dão acesso à próxima Liga dos Campeões. Aproveitámos as derrotas do FC Porto no Dragão frente ao Gil Vicente (1-2) e do Braga em Guimarães (2-1).
Não gostei
Da ausência de Ugarte. O uruguaio ficou fora desta partida devido a uma falta totalmente escusada que lhe valeu um amarelo - o nono neste campeonato. Mas a posição 6 foi bem entregue a Morita, que desempenhou a tarefa sem problema e ainda arriscou várias incursões para zonas mais adiantadas do terreno.
De ver Pedro Gonçalves fora do trio ofensivo. Após bisar em Chaves, jogando onde melhor exibe a sua veia como finalizador exímio, o maior marcador da Liga 2020/2021 voltou a ser remetido ao meio-campo. Ali parece escondido do jogo, mas está apenas a cumprir a missão táctica que o treinador lhe confia. Gostava de o ver de novo lá na frente nos próximos desafios.
Do tangencial 1-0 ao intervalo. Sabia a pouco após várias oportunidades que ficaram por concretizar. Pelo menos quatro.
De Paulinho. Outro jogo em branco. Desta vez teve uma boa oportunidade, quando Edwards lhe pôs a bola na cabeça em posição frontal: o remate saiu forte, mas de modo a permitir uma boa defesa do guarda-redes. Ficou-se por aí. Mas só cedeu lugar a Chermiti aos 67'. Nos 89 desafios que já cumpriu de verde-e-branco nestes dois anos, marcou 28 golos atá agora. Número escasso para um avançado-centro.
Das enormes clareiras nas bancadas. Apenas 22.300 espectadores viram ao vivo este Sporting-Estoril, iniciado às 19 horas de ontem, segunda-feira. Muito poucos: há cada vez mais gente a perder o hábito de ir ao estádio. Foi a mais fraca assistência para o campeonato nesta época.
Foi duma forma competente e eficaz que o Sporting derrotou o Estoril, poucos dias depois da Dinamarca e de Chaves, e beneficiando das derrotas de Porto e Braga se aproxima dos lugares de acesso à Champions.
Competente e eficaz porque conseguiu colocar sempre o Estoril junto à sua área, num desgaste permanente de basculações defensivas que tornava difícil partir para o contra-ataque em boas condições, e calmamente foi criando oportunidades de marcar, embora falhando no último passe ou remate.
A chave para a vitória foi a ala direita, com St. Juste, Bellerín e Edwards a combinar bem e a criar movimentos inesperados para o adversário. Dum deles surgiu o golo de Bellerín em posição central.
Depois dum princípio de jogo a claudicar, Trincao abriu o livro e marcou um golo à Messi.
E com esse golo o jogo ficou resolvido. Vieram as substituições, veio a anarquia táctica e o desperdício.
Foi a terceira vitória consecutiva com poucos dias de intervalo e viagens pelo meio, grande rotação de jogadores, muitos golos marcados e poucos sofridos. A ideia que fica é dum plantel mais forte e equilibrado, o que deixa boas perspectivas para o resto da época.
Melhor em campo? Trincão pelo grande golo e segunda parte.
E agora? Ir ganhar a Portimão, conto lá estar. Depois logo se vê.
Conseguiremos outra vitória? Mais logo, a partir das 19 horas, o Sporting recebe o Estoril. Depois do 2-3 arrancado em Chaves, precisamos de outro triunfo para continuarmos a sonhar, mesmo em contagem decrescente, com um lugar de acesso à próxima Liga dos Campeões.
Desta vez as vitórias foram femininas. A cem por cento. Com a leitora Leoa 6000 e a minha colega Cristina Torrão a vaticinarem o resultado do Estoril-Sporting (0-2) e a apontarem Edwards como marcador de um dos golos.
Merecido destaque para elas, portanto.
Registo igualmente quem além delas adivinhou o desfecho desta partida, embora sem antecipar quem marcaria: AHR, Bruno Matias, Carlos Estanislau Alves, Fernando, João Gil, José Lima Curral, Madalena Dine e Maximilien Robespierre.
Estive na Amoreira e confirmo, como sempre: gosto muito de jogos fora, sobretudo em estádios mais pequenos. Estamos com a nossa tribo e há um comportamento grupal diferente. Não tem a ver com ser melhor ou pior que em Alvalade, é a nossa casa e não a troco por nada, mas num jogo fora, sentimos mais "os nossos", estamos ali juntos, reconhecem-se os cânticos - não tendo a melhor acústica, pouco se ouvia de um lado ao outro na mesma bancada, mas cada lado se organizou da melhor forma - e parece haver mais vontade geral em participar. Além do bom apoio à equipa, foi também divertido, há sempre bons momentos na bancada.
Era necessária, vital quase, uma vitória. Para andar em frente, para a nuvem negra se ir afastando, para os arautos da desgraça sossegarem. Ganhou-se e bem. Prossigamos.
Voltámos às vitórias, após dois jogos de jejum. Voltámos a marcar, bisando. Voltámos a concluir uma partida sem sofrer golos. Tudo isto no Estoril-Sporting, disputado na noite de sexta-feira.
O resultado (0-2) foi construído ainda no primeiro tempo, com entrada dominadora, cheia de ímpeto ofensivo e muito confiante dos nossos jogadores. St. Juste, em estreia como artilheiro verde e branco aos 13', e Edwards', aos 21, construíram o resultado.
Ambos com assistências de Pedro Gonçalves, que regressou à posição em que mais rende, do lado esquerdo do tridente atacante. Desfazendo qualquer dúvida que Rúben Amorim pudesse manter em colocá-lo mais recuado, como acontecera na anterior jornada, com derrota frente ao Chaves.
Merece elogio o nosso futebol praticado nesta primeira parte. O trio móvel, lá na frente, fez realmente a cabeça em água à defesa adversária. Dinâmica permanente ao longo desse período. Resultou no par de golos e ainda numa bola à barra.
O meio-campo da equipa visitada foi estancado. Francisco Geraldes, cérebro da construção ofensiva estorilista, viu-se manietado pela dupla Ugarte-Morita - parceria muito recente mas que parece funcionar. O uruguaio e o japonês completaram-se bem, actuando em linha no corredor central, enquanto o Sporting atacava pelos flancos.
A segunda parte, estragada pelo árbitro Manuel Oliveira com um alucinante carrossel de 12 cartões amarelos exibidos, já foi de contenção pela nossa parte. A pensar no jogo europeu de quarta-feira em Frankfurt.
Mas o domínio, no bom relvado da Amoreira, permaneceu quase sempre nosso. O que ficou demonstrado no facto de o Estoril não ter feito um só remate enquadrado em todo o jogo.
O Sporting garantiu sem grande esforço os três pontos no mesmo estádio onde em 2021 vencemos com imensa dificuldade (1-0) e em 2018 fomos derrotados (0-2), nos gloriosos tempos do fabuloso "mestre da táctica".
Desta forma, demos um pontapé na mini-crise que se vinha esboçando. Aliás, demos um pontapé (Edwards) e uma cabeçada (St. Juste).
Seguem-se seis semanas alucinantes até à longa pausa de meados de Novembro para o Mundial do Catar. Com desafios em várias frentes.
Entretanto, esta péssima exibição do apitador no estádio do Estoril serviu para explicar, ao vivo e a cores, por que motivo os árbitros portugueseses ficaram excluídos do Campeonato do Mundo. Como aconteceu no Euro-21, como aconteceu no Mundial anterior.
Simplesmente porque não têm categoria para isso. Vão ficando só por cá, a estragar mais espectáculos de futebol. E talvez a ver qual deles consegue conquistar o Prémio Calabote de 2022.
Breve análise dos jogadores:
Adán- Outra actuação a provocar alguns calafrios. Saiu duas vezes mal da baliza, originando perigo para as nossas redes, felizmente sem aproveitamento pelo Estoril.
St. Juste- Estreia absoluta como titular no Sporting. Passou no teste. Pelo golo que marcou, pela precisão no passe e pela segurança evidenciada. Melhor em campo.
Coates - Oscilou entre passes mal medidos, sobretudo na saída em construção, com a habitual eficácia no nosso reduto defensivo. Alguns cortes oportunos.
Matheus Reis- Amorim apostou nele, deixando Gonçalo Inácio no banco. O ex-Rio Ave cumpriu. Desequilibrou em lances ofensivos e até cabeceou à trave (11').
Porro - Regressou após castigo, incutindo acutilância e velocidade ao nosso corredor direito. Ia marcando de livre directo (70'). É, pelo terceiro ano, titular indiscutível.
Ugarte- Fez parceria bem articulada com Morita no miolo do terreno. Cabendo-lhe o pelouro das recuperações na divisão de tarefas. Quase ninguém passou por ele.
Morita- Complementa o trabalho do uruguaio atacando com destemor o portador da bola e passando-a com critério e segurança. Vai crescendo de jogo para jogo.
Nuno Santos- Pouco influente neste desafio. Os centros saíram-lhe mal medidos, quase sempre de bola levantada, sendo facilmente anulados pelo adversário.
Trincão- Ainda à procura do registo adequado no Sporting. Bom no drible, mas falta-lhe confiança no último passe. Parece dar sempre um toque a mais na bola.
Pedro Gonçalves - Saiu com queixas físicas num jogo em que teve enorme utilidade. Duas assistências para golo, pormenores de classe, bem entrosado com os colegas.
Edwards- Fixou o resultado num lance em que marcou com enorme frieza depois de sentar o guarda-redes. Tem apetência pelo golo e não se inibe perante as redes.
Rochinha- Entrou aos 57', rendendo Edwards - poupado já a pensar na Champions. Desta vez sem nenhuma intervenção digna de registo. Passou ao lado do jogo.
Neto- Substituiu St. Juste aos 77'. Vinha com a missão de reforçar a solidez defensiva, ajudando a reter a bola. Foi bem-sucedido.
Esgaio- Entrou só aos 89', no lugar de Porro. Sobretudo para dar alguns minutos de descanso ao espanhol. Tempo para fazer dois cortes.
Sotiris.Em campo desde o minuto 89, rendendo Ugarte. Estreia absoluta do reforço grego de verde e branco. Entrou com atitude, o que é desde já um ponto a seu favor.
Fatawu. O jovem ganês substituiu Pedro Gonçalves aos 89'. Mal tocou na bola, mas não escapou ao amarelo do árbitro que adora interromper o jogo e exibir cartões.
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