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És a nossa Fé!

Os melhores prognósticos

Foi uma jornada atípica. Na nossa ronda de prognósticos houve nada menos de seis vencedores, embora nenhum deles tenha antecipado os nomes dos marcadores dos golos do Sporting-Estoril: Bellerín - em estreia como artilheiro leonino - e Trincão.

Fica, portanto, uma distinta galeria de meia-dúzia, a quem aproveito para dar os parabéns. Ei-la: João RafaelJosé da XãLeão 79Leoa 6000Maximilien RobespierreMiguel.

Belo golo de Trincão e Bellerín já marca

Sporting, 2 - Estoril, 0

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Héctor Bellerín, autor do primeiro golo leonino: há dois anos que não marcava

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Há jogos assim: apenas para ver um golo - um grande golo - vale a pena ir ao estádio.

Aconteceu na passada segunda-feira, na recepção ao Estoril. Trincão pegou na bola na ala esquerda ofensiva, flectiu para o centro com ela dominada, colando-a ao pé esquerdo e fez uma incursão rápida pela área estorilista. Passou um, dois, três, quatro - e rematou de pé direito, sentando o guarda-redes. 

Era o nosso segundo golo, aos 51'. De antologia, fazendo lembrar alguns dos melhores de Messi nos seus anos áureos. Candidato desde já a golo do ano neste campeonato 2022/2023. Sinal inequívoco de que Trincão - que várias vezes tenho criticado - precisa de ser mais trabalhado não no plano técnico, mas no plano mental.

O mais importante está lá. Os números comprovam: faltam a Trincão dois golos para conseguir o seu melhor registo como artilheiro numa época. Precisa de maior acompanhamento no capítulo psicológico para aumentar os níveis de confiança. Será o principal problema dele.

 

Selava-se o resultado, confirmava-se a vitória leonina numa partida que dominámos do princípio ao fim. Infelizmente, perante o mais baixo número de espectadores para um desafio deste campeonato no Estádio José Alvalade: apenas 22.303 compareceram.

Foi pena, mas não admira muito: os horários têm sido péssimos, os preços mantêm-se desencorajadores, as fracas exibições da nossa equipa não têm ajudado a atrair o público. A SAD do Sporting tem de encarar este conjunto de questões muito a sério - cada qual na sua ordem de prioridades.

 

O que se retira desta vitória? Desde logo esta evidência: St. Juste e Bellerín são reforços, não enganam. Pena o espanhol ter vindo só por empréstimo. Mas parece estar a aproveitá-lo bem. De tal maneira que foi ele o autor do nosso primeiro golo, aos 40', aproveitando da melhor maneira um ressalto como se fosse interior direito, já longe da ala.

Há dois anos que não marcava. A última vez tinha sido num Arsenal-Leeds, quando integrava o plantel dos gunners. Esperemos que a quebra deste jejum indicie que outros golos dele virão aí. Porro parece ter um digno sucessor como ala direito na nossa equipa.

Bellerín, titular, combinou muito bem no seu corredor com Edwards. O inglês esteve quase a abrir o marcador, aos 39', num espectacular remate em arco que rasou a barra estorilista. Mais uns centímetros abaixo e teria entrado. Seria outro golo espectacular. 

 

Inversamente, Paulinho teve outra prestação muito apagada. Rematou uma vez, é certo: aos 18', após soberbo centro de Edwards, mas o cabeceamento foi bloqueado pelo guarda-redes. Depois o nosso avançado-centro sumiu-se da partida. Não sem antes tentar simular uma falta que não existiu - comportamento recorrente nele.

Várias vezes tenho apontado esta péssima característica de Paulinho. Há uma tendência no Sporting para criticar elementos de outras equipas que exibem os erros e defeitos evidenciados por alguns dos nossos, contestando muito os primeiros mas não os segundos, como se estes não fizessem o mesmo.

Prefiro ser mais exigente com os nossos. Daí considerar lamentável essas sessões de mau teatro.

 

Enfim, boa arbitragem do árbitro Manuel Mota, hoje um dos melhores em Portugal. Já foi um dos piores, o que comprova até que ponto o nível da arbitragem tem baixado.

Sem cartões, só 15 faltas, nenhum caso controverso. Mota é dos poucos que não confundem contacto físico com falta e não se deixam embarretar com os mergulhos para o relvado. Para termos futebol à inglesa precisamos de arbitragens à inglesa. Como esta foi.

Logo a seguir, no Vitória-Braga desse mesmo dia 27, apitado pelo famigerado senhor Luís Godinho, voltou tudo ao mesmo. Em vez de festa do futebol, festival de apito.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Foi uma das boas notícias do jogo frente ao Estoril: manteve as nossas redes intocáveis. Grande defesa aos 22'. Saiu muito bem dos postes aos 37'. Voltou a transmitir confiança à equipa.

St. Juste - Recuperou a titularidade revelando segurança e solidez a defender e capacidade de avançar no terreno com a bola controlada. Iniciou a construção do primeiro golo.

Coates - Tem revelado algum cansaço. Desta vez, felizmente, não foi necessário adaptá-lo a ponta-de-lança improvisado. Se fosse preciso, lá estaria ele. Já marcou 30 golos de Leão ao peito.

Matheus Reis - Regressou ao onze, mas parece longe da boa forma que evidenciou noutras partidas. Perdeu a bola em zona proibida, aos 22', e pareceu ficar marcado por esse lance.

Bellerín -  Revelou confiança e maturidade no lance do golo que desbloqueou o jogo. Confiança no domínio da bola e maturidade no disparo à baliza, sentando o guarda-redes. 

Morita - Foi campeão das recuperações neste jogo sem Ugarte, seu parceiro no meio-campo. Chegou e sobrou para as encomendas, batendo-se como um leão nessa zona nevrálgica.

Pedro Gonçalves - Novamente devolvido ao meio-campo, embora mais adiantado do que Morita, já próximo das linhas avançadas. Muito móvel, baralhando marcações. Faltou-lhe o golo.

Nuno Santos - Foi dele o primeiro remate perigoso (13') num remate cruzado rasteiro que passou perto do poste esquerdo. Dois bons centros para Paulinho (32' e 36'), ambos desaproveitados. 

Edwards - Ofereceu um golo a Paulinho e esteve a centímetros de marcar um golaço, ele próprio. Muito activo na ala direita, venceu no confronto com Joãozinho. Combinou bem com Bellerín.

Trincão - No primeiro tempo parecia alheado do jogo, mas regressou ao relvado com uma atitude totalmente diferente. Marcou um golão e podia ter marcado mais dois.

Paulinho - Outro jogo sem marcar. Cabeceou com intenção, bem servido por Edwards, mas viu o guarda-redes negar-lhe o golo (18'). Foi-se apagando até ser substituído.

Chermiti - Entrou aos 67', rendendo Paulinho. Aos 90' recebeu a bola de costas, em posição frontal: rodopiou e rematou, para defesa apertada do guarda-redes. Merecia mais tempo.

Gonçalo Inácio - Substituiu Coates (67'). Desta vez no eixo da defesa, contribuiu para a construção a partir de trás e ajudou a manter a nossa baliza impermeável.

Esgaio - Rendeu Bellerín aos 77'. Manteve a solidez defensiva na ala direita numa fase da partida em que o objectivo principal era segurar a bola, sem facilitar.

Arthur - Substituiu Nuno Santos (77'). Extremo clássico, pouco vocacionado para defender. Sente-se melhor a atacar. Os números comprovam: já tem quatro golos e quatro assistências.

Tanlongo - Rendeu Pedro Gonçalves aos 82'. Ainda não foi titular desde que chegou ao Sporting. Demonstra boa técnica, mas precisa de refrear melhor as entradas mais ríspidas.

Rescaldo do jogo de ontem

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Trincão marcou o nosso segundo, autêntica obra de arte, rasgando a defesa do Estoril

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Gostei

 

Da vitória em casa frente ao Estoril. Domínio total do Sporting neste embate em Alvalade que só pecou pelo resultado escasso (2-0) face à exibição muito conseguida. Futebol de ataque, bem ligado, alternando a condução da bola pelos flancos e pelo espaço interior, baralhando as marcações estorilistas.

 

De Bellérin. Recém-chegado para substituir Porro, já marca. Titular ontem, assumiu-se como dono do flanco direito. Mas foi em incursão no corredor central que fez o golo inaugural da nossa equipa, em estreia absoluta como artilheiro de Leão ao peito - como se fosse um avançado, com toda a calma do mundo. Há dois anos que não marcava: na última vez, ainda actuava no Arsenal. No Barcelona e no Bétis ficou em branco. Em boa hora interrompeu o jejum. Ganhámos com  isso.

 

De Edwards. Grande partida do ex-Tottenham combinando muito bem com Bellerín no corredor direito: parece que jogam juntos há muito tempo. Vários dos nossos lances mais perigosos partiram dos pés dele: cruzamento perfeito para a cabeça de Paulinho (18'), outros centros dignos de nota aos 58' e aos 90'+3. Ele próprio esteve a centímetros de marcar um golaço num remate em arco para o canto superior direito da baliza estorilista (39').

 

Do golo de Trincão. Após onze jogos em branco, o ex-Braga mostrou enfim um rasgo de génio. Aos 51' pegou na bola junto ao flanco esquerdo, levou-a em progressão, foi rasgando a defesa, tirou quatro do caminho e deixou o guarda-redes pregado - num lance à Messi, com a diferença de ter marcado com o direito, que é o seu pior pé. Mas nem parecia. Só para ver esta obra-prima valia a pena ter ido ao estádio. Podia ter bisado aos 63' e colocou muito bem a bola em Chermiti aos 90'. Após uma primeira parte em que pareceu desaparecido, despertou no segundo tempo - e de que maneira. Melhor em campo.

 

De St. Juste. Após meses de inactividade forçada devido a uma série de quatro lesões, parece enfim totalmente recuperado. E vai agarrando a titularidade como central à direita. Seguro, confiante, exibiu-se em alto nível. Agora já podemos dizer que é reforço.

 

De não termos sofrido qualquer golo. Dos 22 desafios já disputados neste campeonato 2022/2023, só mantivemos as nossas redes intactas em oito. Este foi um deles. 

 

Da clara superioridade no nosso estádio. Até agora, onze jogos da Liga em casa com um balanço largamente positivo: nove vitórias. As partidas contra Chaves e FC Porto foram excepções à regra. Oxalá pudéssemos dizer o mesmo dos desafios já disputados longe de Alvalade.

 

Dos aplausos a Francisco Geraldes. O nosso antigo médio, formado na Academia de Alcochete, continua a ser muito estimado pelos adeptos. Aos 57', quando foi substituído, recebeu uma calorosa e espontânea salva de palmas. Merece este carinho.

 

Do árbitro Manuel Mota. Facto raríssimo no nosso campeonato: chegou ao fim do jogo sem exibir qualquer cartão. Critério largo, à inglesa, deixando a bola rolar sem interromper a partida ao menor contacto físico nem confundir futebol com festival de apito. É hoje dos poucos a mostrar-se assim em Portugal, valorizando o espectáculo e propiciando mais tempo útil de jogo. Ao contrário de Artur Soares Dias, João Pinheiro e mais uns quantos.

 

De termos vencido em três estádios nesta ronda. Continuamos em quarto lugar, mas agora mais perto dos postos que dão acesso à próxima Liga dos Campeões. Aproveitámos as derrotas do FC Porto no Dragão frente ao Gil Vicente (1-2) e do Braga em Guimarães (2-1). 

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Ugarte. O uruguaio ficou fora desta partida devido a uma falta totalmente escusada que lhe valeu um amarelo - o nono neste campeonato. Mas a posição 6 foi bem entregue a Morita, que desempenhou a tarefa sem problema e ainda arriscou várias incursões para zonas mais adiantadas do terreno. 

 

De ver Pedro Gonçalves fora do trio ofensivo. Após bisar em Chaves, jogando onde melhor exibe a sua veia como finalizador exímio, o maior marcador da Liga 2020/2021 voltou a ser remetido ao meio-campo. Ali parece escondido do jogo, mas está apenas a cumprir a missão táctica que o treinador lhe confia. Gostava de o ver de novo lá na frente nos próximos desafios.

 

Do tangencial 1-0 ao intervalo. Sabia a pouco após várias oportunidades que ficaram por concretizar. Pelo menos quatro. 

 

De Paulinho. Outro jogo em branco. Desta vez teve uma boa oportunidade, quando Edwards lhe pôs a bola na cabeça em posição frontal: o remate saiu forte, mas de modo a permitir uma boa defesa do guarda-redes. Ficou-se por aí. Mas só cedeu lugar a Chermiti aos 67'. Nos 89 desafios que já cumpriu de verde-e-branco nestes dois anos, marcou 28 golos atá agora. Número escasso para um avançado-centro.

 

Das enormes clareiras nas bancadas. Apenas 22.300 espectadores viram ao vivo este Sporting-Estoril, iniciado às 19 horas de ontem, segunda-feira. Muito poucos: há cada vez mais gente a perder o hábito de ir ao estádio. Foi a mais fraca assistência para o campeonato nesta época.

O dia seguinte

Foi duma forma competente e eficaz que o Sporting derrotou o Estoril, poucos dias depois da Dinamarca e de Chaves, e beneficiando das derrotas de Porto e Braga se aproxima dos lugares de acesso à Champions.

Competente e eficaz porque conseguiu colocar sempre o Estoril junto à sua área, num desgaste permanente de basculações defensivas que tornava difícil partir para o contra-ataque em boas condições, e calmamente foi criando oportunidades de marcar, embora falhando no último passe ou remate.

A chave para a vitória foi a ala direita, com St. Juste, Bellerín e Edwards a combinar bem e a criar movimentos inesperados para o adversário. Dum deles surgiu o golo de Bellerín em posição central.

Depois dum princípio de jogo a claudicar, Trincao abriu o livro e marcou um golo à Messi. 

E com esse golo o jogo ficou resolvido. Vieram as substituições, veio a anarquia táctica e o desperdício.

Foi a terceira vitória consecutiva com poucos dias de intervalo e viagens pelo meio, grande rotação de jogadores, muitos golos marcados e poucos sofridos. A ideia que fica é dum plantel mais forte e equilibrado, o que deixa boas perspectivas para o resto da época.

Melhor em campo? Trincão pelo grande golo e segunda parte.

E agora? Ir ganhar a Portimão, conto lá estar. Depois logo se vê.

SL

Os melhores prognósticos

Desta vez as vitórias foram femininas. A cem por cento. Com a leitora Leoa 6000 e a minha colega Cristina Torrão a vaticinarem o resultado do Estoril-Sporting (0-2) e a apontarem Edwards como marcador de um dos golos.

Merecido destaque para elas, portanto.

Registo igualmente quem além delas adivinhou o desfecho desta partida, embora sem antecipar quem marcaria: AHRBruno MatiasCarlos Estanislau AlvesFernando, João GilJosé Lima CurralMadalena Dine e Maximilien Robespierre.

Parabéns a todos.

Ainda do Estoril

Estive na Amoreira e confirmo, como sempre: gosto muito de jogos fora, sobretudo em estádios mais pequenos. Estamos com a nossa tribo e há um comportamento grupal diferente. Não tem a ver com ser melhor ou pior que em Alvalade, é a nossa casa e não a troco por nada, mas num jogo fora, sentimos mais "os nossos", estamos ali juntos, reconhecem-se os cânticos - não tendo a melhor acústica, pouco se ouvia de um lado ao outro na mesma bancada, mas cada lado se organizou da melhor forma - e parece haver mais vontade geral em participar. Além do bom apoio à equipa, foi também divertido, há sempre bons momentos na bancada.

Era necessária, vital quase, uma vitória. Para andar em frente, para a nuvem negra se ir afastando, para os arautos da desgraça sossegarem. Ganhou-se e bem. Prossigamos.

Dois golos na Amoreira para espantar a crise

Estoril, 0 - Sporting, 2

Voltámos às vitórias, após dois jogos de jejum. Voltámos a marcar, bisando. Voltámos a concluir uma partida sem sofrer golos. Tudo isto no Estoril-Sporting, disputado na noite de sexta-feira.

O resultado (0-2) foi construído ainda no primeiro tempo, com entrada dominadora, cheia de ímpeto ofensivo e muito confiante dos nossos jogadores. St. Juste, em estreia como artilheiro verde e branco aos 13', e Edwards', aos 21, construíram o resultado.

Ambos com assistências de Pedro Gonçalves, que regressou à posição em que mais rende, do lado esquerdo do tridente atacante. Desfazendo qualquer dúvida que Rúben Amorim pudesse manter em colocá-lo mais recuado, como acontecera na anterior jornada, com derrota frente ao Chaves.

 

Merece elogio o nosso futebol praticado nesta primeira parte. O trio móvel, lá na frente, fez realmente a cabeça em água à defesa adversária. Dinâmica permanente ao longo desse período. Resultou no par de golos e ainda numa bola à barra.

O meio-campo da equipa visitada foi estancado. Francisco Geraldes, cérebro da construção ofensiva estorilista, viu-se manietado pela dupla Ugarte-Morita - parceria muito recente mas que parece funcionar. O uruguaio e o japonês completaram-se bem, actuando em linha no corredor central, enquanto o Sporting atacava pelos flancos.

 

A segunda parte, estragada pelo árbitro Manuel Oliveira com um alucinante carrossel de 12 cartões amarelos exibidos, já foi de contenção pela nossa parte. A pensar no jogo europeu de quarta-feira em Frankfurt.

Mas o domínio, no bom relvado da Amoreira, permaneceu quase sempre nosso. O que ficou demonstrado no facto de o Estoril não ter feito um só remate enquadrado em todo o jogo.

O Sporting garantiu sem grande esforço os três pontos no mesmo estádio onde em 2021 vencemos com imensa dificuldade (1-0) e em 2018 fomos derrotados (0-2), nos gloriosos tempos do fabuloso "mestre da táctica".

Desta forma, demos um pontapé na mini-crise que se vinha esboçando. Aliás, demos um pontapé (Edwards) e uma cabeçada (St. Juste).

 

Seguem-se seis semanas alucinantes até à longa pausa de meados de Novembro para o Mundial do Catar. Com desafios em várias frentes.

Entretanto, esta péssima exibição do apitador no estádio do Estoril serviu para explicar, ao vivo e a cores, por que motivo os árbitros portugueseses ficaram excluídos do Campeonato do Mundo. Como aconteceu no Euro-21, como aconteceu no Mundial anterior.

Simplesmente porque não têm categoria para isso. Vão ficando só por cá, a estragar mais espectáculos de futebol. E talvez a ver qual deles consegue conquistar o Prémio Calabote de 2022.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Outra actuação a provocar alguns calafrios. Saiu duas vezes mal da baliza, originando perigo para as nossas redes, felizmente sem aproveitamento pelo Estoril.

St. Juste - Estreia absoluta como titular no Sporting. Passou no teste. Pelo golo que marcou, pela precisão no passe e pela segurança evidenciada. Melhor em campo.

Coates - Oscilou entre passes mal medidos, sobretudo na saída em construção, com a habitual eficácia no nosso reduto defensivo. Alguns cortes oportunos.

Matheus Reis - Amorim apostou nele, deixando Gonçalo Inácio no banco. O ex-Rio Ave cumpriu. Desequilibrou em lances ofensivos e até cabeceou à trave (11').

Porro - Regressou após castigo, incutindo acutilância e velocidade ao nosso corredor direito. Ia marcando de livre directo (70'). É, pelo terceiro ano, titular indiscutível.

Ugarte - Fez parceria bem articulada com Morita no miolo do terreno. Cabendo-lhe o pelouro das recuperações na divisão de tarefas. Quase ninguém passou por ele.

Morita - Complementa o trabalho do uruguaio atacando com destemor o portador da bola e passando-a com critério e segurança. Vai crescendo de jogo para jogo.

Nuno Santos - Pouco influente neste desafio. Os centros saíram-lhe mal medidos, quase sempre de bola levantada, sendo facilmente anulados pelo adversário.

Trincão - Ainda à procura do registo adequado no Sporting. Bom no drible, mas falta-lhe confiança no último passe. Parece dar sempre um toque a mais na bola.

Pedro Gonçalves - Saiu com queixas físicas num jogo em que teve enorme utilidade. Duas assistências para golo, pormenores de classe, bem entrosado com os colegas.

Edwards - Fixou o resultado num lance em que marcou com enorme frieza depois de sentar o guarda-redes. Tem apetência pelo golo e não se inibe perante as redes.

Rochinha - Entrou aos 57', rendendo Edwards - poupado já a pensar na Champions. Desta vez sem nenhuma intervenção digna de registo. Passou ao lado do jogo.

Neto - Substituiu St. Juste aos 77'. Vinha com a missão de reforçar a solidez defensiva, ajudando a reter a bola. Foi bem-sucedido.

Esgaio - Entrou só aos 89', no lugar de Porro. Sobretudo para dar alguns minutos de descanso ao espanhol. Tempo para fazer dois cortes.

Sotiris. Em campo desde o minuto 89, rendendo Ugarte. Estreia absoluta do reforço grego de verde e branco. Entrou com atitude, o que é desde já um ponto a seu favor.

Fatawu. O jovem ganês substituiu Pedro Gonçalves aos 89'. Mal tocou na bola, mas não escapou ao amarelo do árbitro que adora interromper o jogo e exibir cartões.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da vitória sem espinhas frente ao Estoril. Fomos à Amoreira, estádio tradicionalmente difícil, vencer por 2-0 a equipa que joga de amarelo, impondo-lhe o primeiro tropeção deste campeonato. Vingando de algum modo a derrota sofrida, pelos mesmos números, numa noite ventosa que nos afastou da disputa pelo comando da Liga 2017/2018.

 

Da fortíssima entrada leonina. À meia hora de jogo, já tínhamos fixado o resultado, com golos de St. Juste (13') e Edwards (21'), além de um cabeceamento de Matheus Reis à trave (11'), na sequência de um canto. Foi óbvia a intenção de marcar cedo: havia instruções nesse sentido de Rúben Amorim aos jogadores. Era o que se pretendia na sequência das duas derrotas antes sofridas, contra o FC Porto no Dragão e contra o Chaves em Alvalade. E assim foi: primeira parte de domínio absoluto do Sporting.

 

Da estreia de St. Juste a titular. O central holandês não podia desejar melhor. Figurou pela primeira vez no onze inicial, ficando Gonçalo Inácio no banco, e bastaram-lhe 13 minutos para se estrear também como artilheiro de verde e branco. Cabeceando livre de marcação, na sequência de um canto. Foi também o nosso primeiro golo em lance de bola parada nesta Liga 2022/2023. É quanto basta para o eleger como melhor em campo.

 

De Pedro Gonçalves. A primeira boa notícia, mal foi conhecido o onze titular, foi perceber que o rei dos marcadores do campeonato 2020/2021 recuperava a posição em que mais rende: lá na frente, integrando o trio do nosso ataque móvel. Produziu efeito: foram dele as assistências para os dois golos - a primeira na conversão de um pontapé de canto, a segunda desmarcando Edwards com notável precisão. Tem mesmo de jogar naquela zona do terreno e não mais atrás.

 

De Edwards. Se o tridente ofensivo desta vez foi eficaz, baralhando por completo as marcações da defesa estorilista, deve-se em larga medida ao desempenho do inglês, que criou desequilíbrios graças à sua boa técnica e ao sentido posicional de que dá mostras. Foi ele a bater o canto que originou a primeira grande oportunidade (bola à barra, por Matheus Reis) e a marcar o segundo, com notável frieza, driblando o guarda-redes. Missão cumprida.

 

De Matheus Reis. Titular como central à esquerda, deixando o corredor entregue a Nuno Santos, foi o elemento da nossa defesa que mais vezes se evidenciou na criação de desequilíbrios em situações de ataque. Revelou confiança, grande pujança física e elevados índices de concentração. Parece ter lugar garantido no onze titular, sem qualquer espécie de dúvida.

 

Da estreia de Sotiris. O jovem reforço grego jogou muito pouco, entrando só aos 89'. Mas revelou atitude, alinhando como interior esquerdo. Veremos se é mesmo candidato à sucessão de Matheus Nunes.

 

Do regresso de Porro. Após um jogo afastado, a cumprir castigo, o ala espanhol voltou em grande forma, vencendo quase todos os duelos individuais no seu corredor. Não tem concorrente sério para aquele lugar, está comprovado. Desta vez só lhe faltou o golo. E não foi por falta de tentativa: remate a rasar a trave aos 36'; livre muito bem marcado, a meia altura, levando a bola quase a raspar o poste esquerdo da baliza estorilista aos 70'.

 

Do apoio do público. Vibrante incentivo, durante todo o jogo, à nossa equipa pelos adeptos leoninos, contribuindo em larga medida para quase encher o estádio, que apresentou excelente relvado. Só faltou haver um árbitro à medida destes condimentos para que houvesse verdadeira festa do futebol. 

 

Que não tivéssemos sofrido golos. Após levarmos cinco nos dois desafios anteriores, desta vez as nossas redes ficaram intocáveis. Levamos agora tantos marcados como sofridos: oito.

 

 

Não gostei

 

De Adán. Que se passa com o nosso guarda-redes, peça vital para a conquista do título nacional em 2021? O espanhol parece desconcentrado e pouco confiante. Ontem cometeu dois lapsos que nos poderiam ter dado prejuízo. Ambos ao sair da baliza de forma precipitada - aos 18' e aos 25'. No primeiro lance, a falta de coordenação com St. Juste não foi a melhor, cabendo-lhe a ele a principal responsabilidade pois naquela zona é a vontade do guarda-redes que prevalece e é natural que o holandês ainda não tenha criado automatismos pois só ontem se estreou a titular.

 

Da lesão de Pedro Gonçalves. O nosso criativo foi atingido duas vezes durante a partida, chegando a assustar. Na segunda, já perto do fim do jogo, Amorim decidiu retirá-lo, trocando-o por Fatawu. Ficará agora sob observação. Esperemos que recupere a tempo do nosso primeiro compromisso europeu, contra o Eintracht, na próxima quarta-feira.

 

Dos assobios a Francisco Geraldes. O nosso ex-jogador, que hoje actua no Estoril, foi vaiado por parte da massa adepta leonina ao ser substituído, num desafio em que se destacou como principal organizador do jogo da equipa da casa. É uma estupidez tratar assim os profissionais formados em Alcochete que sempre honraram o símbolo do Sporting. Estupidez maior ainda porque Geraldes é Leão do coração.

 

Do árbitro Manuel Oliveira. Numa partida que estava a ser correcta, sem problemas disciplinares, decidiu ser o "rei do relvado" na segunda parte, apitando a torto e a direito e exibindo um festival de cartões totalmente absurdo: doze no total - sete para futebolistas do Sporting e cinco para os do Estoril. Dos nossos, viram o amarelo Edwards (57'), Adán (66'), Rochinha (78'), Coates (83'), Porro (86'), Ugarte (88') e Fatawu (90'+3). Árbitros como este senhor originam permanentes interrupções, diminuem o tempo útil de jogo e conseguem estragar qualquer espectáculo. Desrespeitando as instruções da Liga, este ano, para "apitar à inglesa", com critério largo e sem perder a noção de que o futebol é um desporto de contacto físico.

O dia seguinte

Depois da derrota com o Chaves em casa por 2-0, uma vitória com o Estoril fora por 2-0 também. Dois jogos em que o Sporting dominou completamente o adversário na 1.ª parte com base no tal ataque móvel, dois jogos onde perdeu esse domínio na 2.ª parte e complicou as coisas desnecessariamente. A grande diferença foi que desta vez na 1.ª parte marcou dois golos e teve a sorte de não sofrer nenhum nas duas oportunidades do Estoril, as duas muito da responsabilidade de Adán, que não grita a St.Juste que vai intervir, e assim, mesmo jogando mal na 2.ª parte, pode sempre ter o resultado do seu lado.

Obviamente que a entrada na Champions teve muito a ver com isso. Houve que tirar o pé do acelerador por parte do Sporting e uma atitude de combate do Estoril a explorar isso e a lutar por um golo que abrisse caminho a outro resultado.

 

No melhor Sporting, o da 1.ª parte, vimos finalmente um ataque móvel em condições, com os três avançados em permamente troca de posições, e cada um a percorrer toda a largura do campo. O segundo golo é um belo exemplo de ataque móvel. No meio-campo Ugarte e Morita estiveram bem num duplo pivot que tapou caminhos, roubou bolas e pontualmente esticou o jogo.

Na defesa, St. Juste dá uma saída de bola incomparavelmente superior a Neto e a articulação com Porro foi perfeita. Do outro lado Matheus Reis esteve muito bem também, a falta de Gonçalo Inácio não se fez sentir. Coates bem também, mas percebe-se bem que numa defesa a quatro passaria por grandes tormentos.

Fatawu e Sotiris entraram bem no jogo, Rochinha nem por isso.

 

Nuno Santos anda órfão dum ponta de lança. Se antes, quando recebia a bola, sabia que tinha de correr e centrar, num poste estava o Paulinho e no outro um dos dois interiores, agora tem de ter tempo para pensar e ver o que pode fazer. E muitas vezes o que faz é não conseguir dominar o passe longo ou mesmo voltar para trás. Assim pouco produz no ataque, além de ser pouco fiável a defender.

Na posição, Matheus Reis tem outros argumentos: quando lá chega tenta o centro rasteiro atrasado para convidar ao remate à entrada da área.

 

Concluindo, o Sporting não podia deixar de ganhar na Amoreira depois de duas derrotas e ganhou sem espinhas. Isso é o mais importante. Depois as contratações deste ano começam a mostrar o que valem, com St.Juste à cabeça. Também é importante.

Só foi pena a lesão do Pedro Gonçalves, espero que não seja impeditiva de jogar na Alemanha.

 

A arbitragem? À antiga portuguesa, tripas à moda do Porto.

Se não consegues impedir a vitória, carrega-os com cartões que a malta agradece, quando te reformares tens um cargo garantido no CA.

SL

É dia de jogo

O Sporting vai jogar, e eu vou lá estar, louco da cabeça... desta vez apenas em frente à TV.

Quase podia repetir o que escrevi na semana passada. A dificuldade do jogo, as más recordações do adversário e da Amoreira (do tal estádio "de muito vento" do tempo do Jesus), e muito em especial o que dizia do ataque móvel. "É isso que espero que aconteça: segurança defensiva, dois alas que passem rasteiro para a área em vez de centrar por alto, um Morita muito assertivo no passe em profundidade, um trio atacante muito móvel e sem cerimónias no remate, e Ugarte a segurar as pontas todas."

Contra o Chaves tivemos metade disso. A segurança defensiva desapareceu com a substituição ao intervalo, os alas bombeavam bolas, primeiro para um ponta de lança inexistente, depois para um desinspirado pinheiro. Morita entrou apenas para substituir um exausto e amarelado Ugarte, e a pontaria do trio que foi quarteto atacante foi nula.

 

Não é hoje, dia de jogo, que farei a análise do plantel depois do fecho do mercado, até porque não consigo mesmo perceber o que vai na cabeça de Amorim para o Sporting ter ido contratar mais um Tabata em vez dum Palhinha ou dum Slimani. 

Salta à vista de todos que esta equipa fica bem mais fraca sem a presença de Paulinho em tudo o que dá ao jogo, porque depois são todos "Braganças" lá na frente e falta altura nas bolas paradas defensivas e ofensivas. Quando estiver bem, é titular. Até porque não há outro.

Não estando bem, vamos voltar ao tal ataque móvel que pouco aprecio com jogadores muito iguais que jogam muito, marcam pouco, e cabecear não é com eles. A questão principal é onde joga Pedro Gonçalves: a médio, como contra o Chaves, a interior esquerdo ou a falso ponta de lança?

 

Para mim, deveria sempre jogar na posição em que foi o melhor marcador do campeonato. Até porque Rochinha, Edwards e Trincão (este particularmente) marcam muito pouco para as oportunidades que têm.

Nesse caso são precisos dois médios que distribuam tarefas e não obriguem Ugarte ao esgotamento. Com Morita e Ugarte mais lado a lado do que um atrás e outro à frente, teríamos um duplo pivot, que permitiria maior liberdade ao trio da frente.

É isto que espero que aconteça na Amoreira, e que o trio de defensores se mantenha de princípio ao fim do jogo, porque já se viu mais do que uma vez que mexer nisso facilmente conduz ao descalabro.

SL

Os melhores prognósticos

Três vencedores na anterior ronda de prognósticos: Madalena Dine, Orlando Santos e Paulo Batista. Todos acertaram no resultado do Sporting-Estoril (3-0), com a minha colega de blogue a antever Sarabia como um dos marcadores e estes nossos leitores a anteciparem que um dos artilheiros seria Pedro Gonçalves.

Os leitores João Gil e Leão 79 acertaram também no resultado, mas não nos marcadores.

O dia seguinte

Quem se tenha limitado a conhecer o resultado e a ver o resumo do jogo, um confortável 3-0 com Sarabia a marcar um e assistir (com uma defesa incompleta do guarda-redes adversário no meio) noutro, Pedro Gonçalves a marcar nessa assistência e Paulinho a assistir noutro, depressa ficava com a ideia da "Grande resposta à goleada com o City" que vinha na primeira página de "A Bola".

Mas para quem como eu esteve num Alvalade com muito boa assistência, repleto de famílias e juventude para grande desgosto dos autoproclamados "candidatos da bancada" e dos ressabiados do sofá, a coisa foi bem diferente.

A primeira parte mostrou o que temia, um Sporting falho de ideias e intensidade, com pouca articulação nas duas alas, um Paulinho que em vez do influente pivot era um inútil ponta de lança e um Matheus Nunes a agarrar-se demasiado à bola em prejuízo da fluidez do jogo atacante. Com dois remates pífios de Pedro Gonçalves a falhar o alvo, o único remate enquadrado da primeira parte à baliza do Estoril foi mesmo o de Sarabia que esteve na origem do golo.

Veio a segunda parte, o Estoril tentou discutir o resultado e o jogo alterou-se. Os espaços foram aparecendo, a troca de Matheus Nunes por Daniel Bragança melhorou muito o futebol do Sporting, pouco depois o "Pepe" ex-Braga fez-se expulsar estupidamente, Amorim foi pondo carvão na caldeira e as oportunidades foram surgindo, com um Slimani em franca recuperação de forma e um Edwards a querer demonstrar a sua utilidade.

Mais que a grande resposta, foi a resposta possível, e ainda assim penalizada pelos três cartões amarelos de mais um apitador medíocre e corporativista, com ordem para entalar o Sporting. Quem vê estes heróis a apitar jogos do Sporting e os mesmos nos jogos do Porto (recuso-me a falar do jogo de ontem em Moreira de Cónegos) não acredita que sejam os mesmos. Mas as coisas são assim, e isto não muda com as medidas "para boi dormir" do tal "candidato de bancada". Mudará apenas quando o Sporting tiver influência efectiva nos órgãos de decisão do futebol português.

Assim vamos ao Funchal defrontar uma equipa em crescendo sem Matheus Reis, Sarabia, Palhinha e Tabata, e teremos muito que sofrer para regressarmos com os 3 pontos, mas confio que uma semana de treinos possa fazer a equipa recarregar as baterias.

Entretanto, a equipa B, com muitos juniores e juvenis e desfalcada de Gonçalo Esteves e Dário Essugo, presentes em Alvalade, quando Catamo e Benny já se foram, e ganhou também por 3-0 ao O. Hospital para a Liga 3, ocupando o 8.º lugar no grupo de 12 da Zona Sul. Uma situação a rever para a próxima época, se calhar fixando os melhores na B e pondo fim à participação nos jogos de "solteiros&casados" dos sub23.

 

#JogoAJogo

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da nossa vitória categórica frente ao Estoril. Grande exibição no regresso - que já tardava - dos jogos no José Alvalade ainda com horário solar. Vencemos um emblema que impôs um empate ao Benfica e esteve a vencer o FC Porto por 2-0 antes de uma reviravolta de contornos duvidosos. A superioridade leonina foi indiscutível: o 1-0 que se registava ao intervalo só pecava por escasso. Consumou-se assim o 18.º triunfo do Sporting nesta Liga 2021/2022. Num embate em que a equipa adversária não fez um só remate à baliza leonina.

 

Do resultado. Não esperava menos que isto: derrotámos a equipa que joga de amarelo por 3-0. Igualando assim a nossa melhor marca deste campeonato alcançada nos desafios em casa. E levamos 46 remates vitoriosos - mais um do que os da Liga 2020/2021 nesta mesma fase.

 

Do regresso de Pedro Gonçalves aos golos. Foi só encostar, é verdade, mas revelou reflexos muito rápidos e concentração total para marcar o nosso primeiro. Estavam já decorridos 40', aproveitando da melhor maneira um mau alívio do guarda-redes Dani Figueira, que largou a bola em zona frontal. O melhor artilheiro do campeonato 2020/2021 confirma-se assim como primeiro goleador do Sporting também nesta temporada. Esperemos que este jogo tenha contribuído para o vermos recuperar confiança em si próprio.

 

De Sarabia. Não faz malabarismos em campo para suscitar o aplauso fácil das bancadas nem se perde em rodriguinhos com a bola. Mas o internacional espanhol tem uma extraordinária capacidade técnica que põe sempre ao serviço da equipa. Foi dele o fortíssimo remate rasteiro, de meia-distância, que provocou uma defesa incompleta e a consequente recarga originando o nosso primeiro golo. E marcou essa obra-prima que foi o nosso terceiro, aos 81' - um disparo fabuloso, ao ângulo mais distante, que fez levantar o estádio. Soma e segue: foi o melhor em campo. Infelizmente não o veremos em acção na próxima jornada: ficará de fora por ter visto o quinto amarelo.

 

De Matheus Reis. Outra magnífica exibição. Regressou à ala esquerda, da qual foi dono e senhor, e destacou-se sobretudo na manobra ofensiva, nunca deixando os créditos por pés alheios. Fez excelentes cruzamentos aos 12' e 24' (dois) que mereciam ter sido mais bem aproveitados. E encarregou-se ele próprio de marcar o segundo, beneficiando de uma primorosa assistência de calcanhar de Paulinho, rematando sem hipótese de defesa aos 76'. Quase bisou dois minutos depois. Parece crescer de jogo para jogo, sempre em benefício do colectivo leonino.

 

De Slimani. O treinador mandou-o entrar aos 70', quando Ugarte se lesionou, dando instruções a Paulinho para se fixar na ala esquerda do nosso ataque. O argelino cumpriu, deixando bem evidente a sua vontade de ser útil à equipa. E foi. Primeiro como um dos intervenientes do segundo golo, iniciando o ataque no corredor central com um passe para Matheus Reis, que corria junto à linha. Depois, servindo Sarabia no terceiro. Foi a sua primeira assistência neste regresso ao Sporting, incentivado pelos 35.270 espectadores ali presentes.

 

De Porro. Muito dinâmico, sempre inconformado. Conduziu numerosos ataques pela ala direita, sempre encostado à linha, e destacou-se por cruzamentos bem medidos aos 28', 61' e 68'. O nosso segundo golo tem início nos pés dele, com uma longa diagonal de 30 metros. Com algumas queixas físicas, agravadas após ter sofrido um pisão, foi substituído aos 82' por Gonçalo Esteves. Sob merecidos aplausos.

 

Do reencontro com alguns jogadores que passaram pelo Sporting. Cinco, nesta partida: Francisco Geraldes, André Franco, Joãozinho, Leonardo Ruiz e Romário Baró. Gostei mais de rever uns do que outros, como é natural.

 

De termos reforçado o nosso estatuto de melhor defesa do campeonato. Apenas 15 golos sofridos em 23 jogos. Todos merecem elogio - incluindo Neto, ontem nosso capitão: não falhou qualquer passe na primeira parte contra o Estoril.

 

 

Não gostei

 

Das ausências. Entrámos desfalcados para este jogo, com quatro futebolistas castigados em simultâneo: Coates, Palhinha, Esgaio e Tabata. Pode ser coincidência, mas não parece.

 

De Matheus Nunes. Ter-lhe-á feito mal o rasgado elogio que lhe tributou Pep Guardiola? A verdade é que esteve muito apagado no meio-campo, errando passes, travando o ritmo de jogo e agarrando-se em excesso à bola quando lhe competia conduzir ali a manobra ofensiva num dueto que partilhou desta vez com Ugarte (Palhinha não jogou por estar castigado). Rúben Amorim trocou-o aos 60' por Daniel Bragança, muito mais acutilante e objectivo. Não por acaso, o segundo e o terceiro golos ocorreram já com o substituto em campo.

 

Da lesão de Ugarte. Após a disputa de uma bola, caiu desamparado e esteve dois minutos estendido no relvado. Acabou por sair, visivelmente aturdido, e foi de imediato conduzido ao balneário para um exame clínico. Esperemos que o jovem internacional uruguaio recupere depressa. 

 

De Raul Silva. Emprestado pelo Braga ao Estoril, o maior sarrafeiro da equipa minhota confirmou a sua péssima fama mal foi lançado no jogo, aos 60': três minutos depois, na disputa de uma bola com Porro, aplicou-lhe um pisão que poderia tê-lo lesionado gravemente, acabando expulso aos 65' por Helder Malheiro - com desempenho competente como juiz da partida, sobretudo quando comparado com a maioria dos seus colegas que já apitaram jogos do Sporting.

Amanhã à tarde em Alvalade

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O Sporting Clube de Portugal entra amanhã em campo em Alvalade para conquistar mais 3 pontos no campeonato e se possível encurtar a distância para o primeiro classificado. Do outro lado vai estar um Estoril tranquilo na tabela, mas sem um ou outro jogador que foi importante na primeira volta para chegar a essa tranquilidade.

Este início de 2022 tem sido extremamente exigente para um plantel curto e fustigado por castigos e lesões. Amanhã vamos mais uma vez entrar em campo sem alguns jogadores que muita falta irão fazer: Coates, Palhinha, Esgaio e Tabata.

Por outro lado, o confronto com o Man.City evidenciou alguns pontos fracos da equipa no momento actual que para quem a acompanha a cores e ao vivo eram já evidentes nas competições internas, a começar pela falta de frescura generalizada, mais gritante ainda no trio atacante, o que torna a equipa mais desligada e descompensada, com os jogadores mais distantes uns dos outros, incapaz de acompanhar um ritmo superior de jogo. 

Importa então que os mais folgados se assumam e façam a despesa do jogo, ou seja, que jogadores como Porro, Ugarte, Nuno Santos e Daniel Bragança criem a intensidade necessária para que depois os avançados resolvam. E, resolvendo, moralizam-se. E, moralizados, resolvem mais.

 

Sendo assim, prevejo que Amorim escolha o seguinte onze para iniciar a partida:

Adán; Neto, Inácio e Matheus Reis; Porro, Ugarte, Daniel Bragança e Nuno Santos; Sarabia, Paulinho e Pedro Gonçalves.

 

Concluindo,

Amanhã o Sporting entra em campo em Alvalade para conquistar mais 3 pontos contra o Estoril.

Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?

 

#JogoAJogo

SL

Prognósticos antes do jogo

Agora é mesmo a sério, sem soar a lugar-comum: cada jogo, para nós, passa a ser final. Começando pelo próximo - a disputar este domingo, a partir das 18 horas, contra o Estoril no nosso estádio.

No desafio da primeira mão, a 19 de Setembro, conseguimos na Amoreira uma vitória tangencial. Com golo solitário de Porro, na conversão dum penálti.

E agora, como será? Aguardo os vossos prognósticos.

Os melhores prognósticos

Dois palpites acertaram em cheio no resultado e no marcador do golo do Estoril-Sporting. E foram ambos cá da casa, comprovando que o olho clínico de quem escreve no És a Nossa Fé consegue superiorizar-se ao dos nossos comentadores. Nada de surpreendente, se me permitem a imodéstia. Por isso felicito a Cristina Torrão e o José da Xã.

Mas valha a verdade: houve dois leitores que também anteciparam a nossa vitória por 1-0 contra a turma estorilista, embora sem mencionarem Porro como marcador de serviço. Fica registado. Com os merecidos parabéns para ambos, AHR e Alfredo Pereira.

E tudo o vento levou

Depois da trágica jornada europeia de que já falámos de sobra, fomos a casa do segundo (entretanto relegado para terceiro pouco antes do jogo, na sequência da vitória do Porto) numa noite extremamente ventosa como é costume no Coimbra da Mota, que nos poderia prejudicar.

Não sendo o Estoril o Ajax, mas estando para consumo interno a praticar um futebol muito agradável e consistente e onde pontificam alguns ex-jogadores do Sporting que o treinador soube aproveitar muito bem, Amorim conseguiu em três dias reparar os danos emocionais causados na Quarta-feira e este foi um Sporting mais parecido consigo próprio, apesar da falta que sempre faz a ausência de Pedro Gonçalves, perdoem a redundância.

Ao contrário do que era de esperar, o vento não nos prejudicou e curiosamente, apesar de dominarmos durante todo o tempo de jogo, foi na segunda parte, contra ele, que a equipa esteve melhor e causou mais perigo junto da baliza adversária. Caso para dizer que depois duma bela exibição, com uma vitória escassa para o futebol produzido, a equipa recuperou bem duma situação complicada e que afinal tudo o vento levou.

 

PS: Já encomendei que fosse tirado o cobranto ao Paulinho, que aquilo já lá não vai com patas de coelho e afins. Se correr bem, vão vir charters de golos, vocês vão ver! E se o rapaz merece, caramba.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Do nosso regresso às vitórias. Após dois empates seguidos no campeonato, contra Famalicão e FC Porto, voltámos a amealhar três pontos. E num campo tradicionalmente difícil: o do Estoril, de onde saímos derrotados (0-2) no último confronto que lá travámos, para a Liga 2017/2018. Um triunfo ainda mais importante por ocorrer quatro dias após a goleada sofrida em Alvalade frente ao Ajax, para a Liga dos Campeões. Soubemos dar a volta e mostrar que estamos apostados, mais que nunca, em revalidar o título conquistado em Maio.

 

Do nosso domínio de jogo. Sem qualquer discussão, este nosso triunfo no Estoril, que só peca por ser escasso (vencemos 1-0). Muito maior volume ofensivo leonino durante quase toda a partida, controlo de jogo com posse de bola, segurança a defender e acutilância a atacar. Fomos forçando a equipa anfitriã - que vinha de três vitórias consecutivas - a recuar as linhas e até os nossos centrais passaram a linha divisória, envolvendo-se na manobra atacante. 

 

De Palhinha. Melhor em campo. Um poço de energia: concentrado, com capacidade atlética e pleno domínio técnico. Foi dono e senhor do corredor central, abortando lances do Estoril e construindo jogo. Serviu Paulinho numa quase-assistência aos 29'. Excelentes recuperações aos 41', 57', 73', 74'. Cortes decisivos aos 31', 76' e 90'+6. Já no tempo extra, aos 90'+3, disparou um tiro com selo de golo, travado muito a custo pelo guardião do Estoril. 

 

De Porro. Jogou como tem habituado os adeptos: entrega total à partida. Começou a fazer a diferença logo aos 2', com um magnífico passe a isolar Sarabia. Excelente centro para Paulinho, aos 28'. Belo lance individual, tirando vários adversários do caminho, aos 60'. E aos 67' foi ele a converter a grande penalidade que nos valeu três pontos. Sem hipóteses para Daniel Figueira. O primeiro golo do internacional espanhol nesta temporada. Ficamos a esperar por mais.

 

De Paulinho. Não marcou, mas esteve quase. E bem merecia, sobretudo naquele remate em arco aos 48' que fez a bola, sem defesa possível, embater no poste. Teve duas outras grandes oportunidades de inaugurar o marcador: aos 28', num disparo à meia-volta, a passe de Porro, e aos 29', num cabeceamento muito bem colocado - travados in extremis por Figueira e um defesa. Desforrou-se aos 65': foi ele a sofrer o penálti, cometido pelo guarda-redes, do qual resultaria o nosso golo da vitória.

 

De Neto. Exibição muito positiva do nosso central, regressando à titularidade colocado mais à direita (Matheus Reis estava à esquerda, com Coates ao centro). Muito atento, foi impecável no domínio da sua zona, revelou-se quase perfeito no passe e envolveu-se sem complexos no processo ofensivo. Podia ter marcado num remate rasteiro, em zona frontal, aos 61' - a bola só não entrou por desvio de Soria a dois metros da linha de golo.

 

De Adán. Mais discreto do que noutros jogos, foi ainda assim fundamental para impedir por duas vezes o golo do Estoril. Em lances sucessivos, logo aos 15'. A recente derrota frente ao Ajax não lhe parece ter deixado marcas.

 

Do apoio incondicional dos adeptos. Bancadas na Amoreira muito bem compostas de apoiantes leoninos, que não cessaram de incentivar os nossos jogadores com cânticos e aplausos do princípio ao fim. 

 

Da arbitragem de Tiago Martins. Deixou jogar, não apitou por tudo e por nada, mostrou-se indiferente às fitas e queixinhas dos jogadores. Só mostrou o primeiro amarelo aos 65', pelo penálti que o guarda-redes cometeu. Actuação na linha do que costumamos ver na Premier League ou observámos no recente Europeu de futebol. Custará assim tanto outros árbitros portugueses procederem desta forma?

 

De termos subido ao terceiro lugar. Antes desta partida, o Estoril estava à nossa frente. Já não está: seguimos agora em igualdade pontual com o FC Porto, continuando a depender apenas de nós próprios, mesmo que o Benfica vença a partida ainda por disputar nesta jornada. E permanecemos invictos no campeonato.

 

 

Não gostei

 

Dos golos desperdiçados. Da nossa parte, foram cinco. Três por intervenção do guarda-redes ou dos defensores do Estoril (Paulinho por duas vezes e Neto), outro porque a bola foi embater no ferro (ainda Paulinho), outro ainda porque Nuno Santos, isolado por Paulinho aos 37', permitiu que a bola fosse desviada por Patrick Willliam. Nada disto fez esmorecer o caloroso apoio dos adeptos.

 

De Sarabia. Rúben Amorim concedeu-lhe a estreia como titular. Mas o internacional espanhol que nos foi emprestado pelo PSG continua a parecer um peixe fora de água no onze leonino. Mesmo tendo usufruído de bastante espaço de manobra no flanco ofensivo direito, raras vezes fez a diferença - excepto no passe vertical lançando Paulinho que culminaria no penálti. Importante, mas escasso para um futebolista com o seu currículo. Percebe-se que lhe falta ainda articulação com os colegas. Saiu aos 82', dando lugar a Tiago Tomás.

 

Das ausências de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves. Dois titulares indiscutíveis que continuam fora da equipa por lesão. Mas desta vez fizeram menos falta do que se poderia supor.

 

Do resultado ao intervalo. Mantinha-se o nulo inicial apesar de várias oportunidades que já tínhamos construído. Sabia a pouco e causava alguma apreensão para o segundo tempo. Felizmente nenhum mau augúrio se confirmou.

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