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És a nossa Fé!

"Ti amo anche se vinci"

Sem querer meti-me num beco de superstições que nem importam muito explicar, nem eu sei bem como o fazer, e só agora cá venho escrever.
 
Ainda não acabou, mas esta pode ter já sido a época mais longa das nossas vidas. Pelo menos entre aquelas em que chegamos até aqui com um sorriso de campeão, de bicampeão. Da saída de Amorim, à perda de pontos, a esperança no derby, as lesões que foram a prolongamento e tudo, a vitória ao Gil Vicente já num limite em que ninguém queria crer que se ficava por ali, mas ao mesmo tempo já vimos parecido, o segundo derby onde podia acontecer tudo, o útimo jogo que nos sorria, mas havia contas e continhas possíveis. Foi muito duro e difícil, é o mínimo que se pode dizer. Mas saímos vencedores, é o importante agora, é o que fica.
 
Revi-me recentemente nas palavras de Frederico Varandas, nomeadamente:
"para que não passassem aquilo que a minha geração passou: não festejar campeonatos durante 18 anos e, depois, 19 anos."
Ora, eu sou precisamente desta geração, apenas dois anos me separam do presidente do Sporting. Estes 18 e 19 anos acompanharam-me quase uma, ou mesmo duas vidas (dos 5 aos 23 e dos 25 aos 44). Não vou dizer que estranho muito vencer, que a isso é fácil acostumar-me, mas há necessariamente uma sanduíche de gerações em que a minha é talvez o mais melancólico dos queijos ou paios no que toca a expectativas. Involuntariamente somos muitas vezes irónicos, sarcásticos, antecipamo-nos no humor com os nossos desaires para rirmos de nós próprios antes que outros o façam, mesmo que desfeitos por dentro. Dividimo-nos entre esperançosos até ao fim, e cautelosos não vá a coisa dar para o torto e assim poder dizer "eu até já sabia".
 
Estamos entalados entre duas travessias do deserto, assistimos enquanto adolescentes a tragédias dentro e fora do campo, apanhámos chuva no estádio antigo, abrigámo-nos no novo, sempre de esperança e leão rampante ao peito. Não somos intencionalmente pessimistas, temos traumas, dêem-nos um desconto. Não queremos derrotas e estivemos sempre cá.

Invejo de certa forma quem viveu o antes e quem vive só o agora, mas sou de quando sou, tudo bem. Pelo menos a esperança, sempre ela, atravessou gerações e agarrou-se-nos ao coração.
 
"Ti amo anche se vinci" representa-me mais do que gostaria. Mas já vejo o bem que sabe vencer.

Desilusão e esperança

Estamos no intervalo entre a desilusão e a esperança. 

Desilusão pela época desportiva no futebol e na generalidade das modalidades. 

Esperança pela nova época e de que tudo será diferente, para melhor.

Factos, só os da desilusão. Ilusão, o que me anima para os próximos tempos.

Daqui a um ano saberemos se o intervalo nos fez bem e fomos melhores na 2.ª parte (esperança) do que na 1.ª (desilusão).

Esta é a vida do Sportinguista, sendo certo que cá estamos ano após ano.

E assim, como desabafo revelador do estado de alma, retomo a colaboração no "És a nossa fé".

Surpreendam-nos!

O Sporting entrou para os confrontos com o Arsenal vindo da sua melhor série da época. A equipa respirava confiança e isso passou para os adeptos. A eliminatória confirmou esse bom momento.

O Sporting aborda agora os confrontos com a Juventus entre resultados menos conseguidos, exibições desinspiradas e, pior, privado de alguns jogadores nucleares que estavam no pico da forma (Paulinho e St. Juste).

Não é, por isso, difícil imaginar que o contexto para 5.ª feira é muito pior do que há apenas 3 semanas.

Acresce, por outro lado, que a história e a estatística não jogam a nosso favor. Da história, a nossa incapacidade para eliminar equipas italianas. Da estatística, o facto de, frente às principais equipas italianas (Milão, Inter e Juventus), nunca termos marcado mais do que um golo em nossa casa (OK, marcámos dois contra a Roma, mas esses não estão no top-3 do calcio). Ora, na 5.ª feira, precisaremos de marcar, pelo menos, dois golos...

Repito-me: não é, por isso, difícil imaginar que o contexto para 5.ª feira é muito, mas muito pior, do que há algumas semanas.

Aos jogadores do Sporting, o meu modesto conselho / pedido é apenas este: surpreendam-nos!

A culpa de Esperança Campeona

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Olhava a escuridão, pensava em São Miguel e em Santa Clara os seus santos de devoção.

Esquecida que a fé não move montanhas, a fome, sim. Foi a fome que a moveu das montanhas, das fragas, foi a fé que a fez regressar.

O quotidiano é como o lenço que nos tapa a cabeça.

Nasceu em Parambos, no dia 7 de Janeiro de 1924, a certidão de nascimento diz que foi no dia 11.

Esperança sorri, lembra-se da meninice, na casa onde serviu, com piano, onde se falava francês, recorda a frase: "Laissez faire, Leça passer", o sorriso encurva-se na direcção dos pés, os cantos dos lábios apontam para o chão.

Esperança Campeona sabia que a distração, com o dia do aniversário verdadeiro, fora fatal, quem a manda estar a assistir, no "tablet", via Inácio TV, ao jogo nos Açores, de lenço posto?

Confiara na sorte.

Confiara na fé.

Antes do jogo, sorrira ao ler os disparates do Pedro Oliveira no És a Nossa Fé, facilitara.

O tempo não está para confianças, para disparates, nem para fézadas, está para fome (mais uma vez recordou a meninice) fome de bola, fome de lutar, fome de vencer.

Viu a lenha que ardia, sentiu as lágrimas que caíam, a sulcarem-lhe o rosto (seria do fumo?).

Assumiu a culpa, nos jogos do Sporting a comunhão ser e natureza, mulher e infinito, tem de ser total, o pedaço de pano, que se esquecera de tirar da cabeça, estragou tudo.

Dia onze, Esperança Campeona faz anos, novamente, lenço fora da cabeça, sorriso nos beiços, rugas vincadas para o céu, a certeza que o mesmo erro não se repete.

Campeona fará o que lhe compete, assistirá ao jogo, em cabelo, os outros, dentro do campo só têm de conseguir que a Esperança continue viva.

Vencendo.

Esperança ainda mais reforçada

O nosso regresso a Alvalade e a nossa incontestável vitória reforçam o título deste texto, mas o que gosto de Rúben Amorim à frente da equipa, também. Convenço-me que finalmente temos treinador. Que de uma vez por todas preenchemos o vazio deixado pela saída de JJ (ganhou bola, sim, mas sabia bem o que fazer com ela).

Depois, comparando os dois, Rúben Amorim é mais... mais caro, sim, a sua aquisição foi muito mais cara, pois foi, mas ele é mais construtivo. RA dá-nos garantias - já certezas - de que vai construir uma equipa tendo por base aquilo em que o Sporting se diferencia e superioriza em relação aos rivais: as jóias da formação.

Rúben Amorim é consistente na aposta que faz nos nossos craques em crescimento. Diz que o faz e fá-lo. Isto tem um valor inestimável. O resultado é visível. Objectivo. Temos um treinador que, finalmente, volta a potenciar jovens em Alvalade. Jovane, Eduardo Quaresma, Matheus Nunes são disso exemplo. 

É este o caminho. Estamos no bom caminho. Numa aparente contradição, esta certeza foi confirmada pelo erro logo assumido por RA, quando confessou ter errado ao tirar Matheus Nunes para dar lugar a Eduardo. É que foi mesmo quando entrou o entulho comprado sem critério no passado, e saiu uma das nossas mais brilhantes pérolas, que a equipa se foi abaixo.

Além da competência técnica que lhe reconheço, constato em Rúben Amorim liderança. A começar pela assunção da culpa, sem procura de bodes expiatórios, passando pela política em curso de que não há lugares cativos no 11, como o sabe, melhor que ninguém, Mathieu. Uma liderança que aposta nos seus. Como comprova a inclusão de Matheus Nunes ontem na equipa titular, depois de um jogo pouco promissor na jornada anterior. 

Tendo por base a evidência matemática de não poder aspirar a mais, espero terminar a época no pódio, pelo menos. Mas tenho sobretudo esperança de que o caminho para alcançar esse lugar seja consistentemente a preparação da próxima temporada.

A melhor preparação possível, para a melhor época que possamos fazer. E podemos aspirar a muito!

Esperança reforçada

Encheram-me a alma sportinguista e os olhos, o emblema do leão a cintilar e as listas verdes e brancas a brilhar. Um reforçado orgulho leonino que cedo transformou o estádio vazio numa enchente das antigas.

Podemos sorrir. Hoje e, seguramente, amanhã. É a minha convicção. Podemos esperar por vitórias. Muitas. Podemos, sobretudo, acreditar que vamos reconciliar-nos com a nossa equipa. No sentido em que vamos deixar de esperar dela o que ela não nos pode dar; porque dela receberemos o que ela nos pode e poderá dar. E isso é muito. Proporcional à dimensão dos talentos que temos na equipa e na academia é imenso. Estamos cheios de talento. Temos futuro.

Rúben Amorim é bom treinador e é um líder. Os jogadores gostam dele. Foi com ele, finalmente, que as palavras passaram aos actos e jogámos com as pérolas. Com os nossos verdadeiros activos. E eles, tal como o emblema leonino e as listas verdes e brancas, brilharam no Minho. 

Em crescendo (porque assim vamos ver a nossa equipa) alinharam ontem em Guimarães: Eduardo Quaresma (18), Gonzalo Plata (19), Rafael Camacho (20), Matheus Nunes (21), Jovane Cabral (21), Max (21). Seis craques. Mais de metade de um onze!

Se isto não dá razão para esperança, não sei o que dará. 

Acredito que Rúben Amorim vai formar uma grande equipa porque saberá potenciar o nosso DNA que, vimos ontem, está vivo e faz viver!

É a dar apoio a essa crença que dedicarei o meu sportinguismo. Quando houver eleições farei o meu juízo. Até lá não lutarei para que haja um sufrágio antecipado.

Antecipar, hoje, prefiro antecipar as vitórias.

Sabe bem

Hoje sabe bem ler, aqui no blogue, que a esperança é a nossa bandeira. Por momentos, até nos abstraimos de outros assuntos que nos têm entretido e,  pelo menos por um dia, acreditamos que somos capazes de ser dos melhores da Europa. E isso sabe inequivocamente bem. 

Eu acredito e vou lá estar!

{ Blogue fundado em 2012. }

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