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És a nossa Fé!

Cinco Violinos

Nos poisos do costume, o habitual coro de órfãos e viúvas apressou-se a celebrar com júbilo a derrota do Sporting, por 1-2, frente ao Valência, vangloriando-se de ver na televisão o «estádio vazio» por alegada ausência de adeptos em Alvalade nesta mais recente edição do Troféu Cinco Violinos.

Um desses órfãos até veio aqui lembrar, por alegado contraste, as putativas «casas cheias» de outros tempos. 

A este e outros desmemoriados, lembro os números de espectadores presentes no nosso estádio nas últimas seis edições deste troféu.

2014: 31 mil espectadores
2015: 38 mil espectadores
2016: 30 mil espectadores
2017: 37 mil espectadores
2018: 18 mil espectadores
2019: 32 mil espectadores

Breves conclusões:

  • Este ano estiveram (estivemos) mais 14 mil do que no ano passado. Quase o dobro.
  • No tempo anterior, nunca se registou «casa cheia» no Cinco Violinos.
  • Desta vez houve mais espectadores nas bancadas do que em 2014 e 2016, anos ainda sem órfãos nem viúvas.
  • Mesmo em tempo de "pós-verdade", convém não formular opiniões com base em aldrabices nas redes que são facilmente desmentidas pelos factos.

Hoje giro eu - Selecção: a ponta do iceberg do futebol luso

Portugal é campeão da europa de futebol e tem os melhores jogadores do mundo em futebol, futsal e futebol de praia. Factos destes deixam felizes os portugueses e, em particular, a Federação Portuguesa de Futebol, mas reflectirão o verdadeiro nível global do nosso futebol, e o seu peso social e económico, à escala europeia e mundial? 

 

Em contrapeso, Portugal ocupa a sétima posição no Ranking UEFA de clubes - onde só está representada a elite do futebol luso -  e tem vindo a descer, perdendo recentemente posições, primeiro para a França, depois para a Rússia, facto que nos custou já um lugar na Champions. Adicionalmente, um estudo da Associação das Ligas Europeias Profissionais coloca a nossa 1ª Liga apenas em 12º lugar no que respeita a média de assistências nos estádios, com um número médio de 11838 espectadores, onde só Benfica, Sporting, Porto e Vitória de Guimarães têm assistências superiores a esse valor. Por outro lado, no referido estudo apresentado em Janeiro deste ano, a nossa 2ª Liga encontra-se na 46ª posição (em 47 alvo do estudo), com médias de assistências inferiores a 1000 espectadores por jogo. Paralelamente, ontem soubemos que os árbitros principais e os árbitros auxiliares portugueses não estarão representados no Mundial de Selecções, não constando de um elenco que inclui 99 árbitros provenientes de 46 países.

 

Estamos perante uma enorme divergência de dados, onde se nota uma gradual perda de competitividade interna que parece estar mascarada pelas competências e experiência que os nossos principais futebolistas têm vindo a adquirir externamente e que têm contribuido para o sucesso internacional das nossas selecções.

 

Perante estas duas realidades paralelas, como podem as autoridades competentes ajudar a construir o novo edifício do futebol português? A ideia que me dá é que o nosso futebol necessita urgentemente de maior equidade entre as equipas (a negociação em bloco dos DireitosTV teria ajudado a isso), maior transparência (é só estar atento às televisões, jornais e blogues, faz falta um Código de ética que vincule todos os agentes desportivos), mais e melhor formação de árbitros, uma maior promoção do espectáculo desportivo e regras que garantam a defesa do jogador made-in Portugal e que assegurem a continuidade do trabalho feito na Formação. Em suma, uma muito melhor Organização, que dê resposta às alterações demográficas, sociais, culturais e económicas do meio envolvente, assegurada por verdadeiros decisores e estrategos que saibam pensar o futebol nas suas multiplas vertentes.

 

Eu noto muito pouco a ser feito ao nível das reformas que se impõem e, principalmente, não vejo acento tónico na assumpção de erros e na necessidade de mudança. Quem passa a vida a resistir à mudança, um dia acaba por ter de resistir à extinção. Têm a palavra a FPF/ Liga de Clubes/ APAF e outros agentes do fenómeno desportivo, sem esquecer o papel do governo e do poder judiciário, este último enquanto segunda derivada da garantia do cumprimento das regras, que deveria, em primeira mão, ser assegurado por Federação e Liga.

 

{ Blogue fundado em 2012. }

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