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És a nossa Fé!

Na "vuelta", os beijos

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A volta à Espanha em bicicleta, "La Vuelta", começa daqui a pouco.

Ciclistas são, como a palavra indica, efeminados, se não seriam ciclistos.

Será que eles gostam daqueles beijos, não consentidos, no final de cada etapa?

Será que os e as feministas de serviço não têm nada a dizer/escrever sobre isto? 

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O texto original não tinha nada a ver com este caso.

Afinal as imagens estão aí para quem as quiser interpretar.

Adenda efectuada em 2023.08.29 às 22h15.

Parabéns, Morita!

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A partir de hoje, a cotação do nosso Morita passa a valer bastante mais no mercado futebolístico internacional - bem acima dos 7 milhões de euros que agora lhe atribuem. Motivo: foi titular no surpreendente jogo de ontem em que a selecção nipónica derrotou a super-favorita Espanha repetindo o triunfo da jornada inaugural, frente à Alemanha.

Actuando como médio interior, o jogador leonino teve um desempenho muito positivo neste desafio, mantendo-se em campo até ao apito final. Elogio merecido para ele e vários dos seus colegas de selecção, como Doan, Tanaka (marcadores dos golos), Ito, Mitoma, Kamada, Asano e Itakura. Obreiros desta proeza inédita: o Japão transita para os oitavos do Campeonato do Mundo classificando-se em primeiro no seu grupo após neutralizar a propalada "fúria espanhola". A selecção roja, orientada por Luis Enrique, não conseguiu melhor do que quatro pontos (uma vitória, um empate, uma derrota).

Pior esteve a Alemanha, campeã mundial em 2014, já afastada do Catar. Tal como as selecções da Bélgica (segunda na tabela da FIFA), da Dinamarca e do México. Todas de malas feitas. 

 

E Portugal? Jogamos contra a Coreia do Sul mais logo, a partir das 15 horas (portuguesas). Mas isso é outra história.

Agora o que importa é isto: parabéns, Morita!

Os sete pecados de Fernando Santos

Liga das Nações: Portugal, 0 - Espanha, 1

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Bastava-nos um empate para chegar lá. Às meias-finais da Liga das Nações, que já conquistámos em 2019. Recebíamos a Espanha em Braga, entre o nosso público. Os espanhóis vinham muito afectados por uma derrota em casa frente à Suíça e precisavam de vencer para seguir em frente.

"Bastar um empate" funciona como maldição para nós. E como pretexto para Fernando Santos montar a sua tão apreciada táctica do ferrolho - com jogadores sem vocação para tal - à espera do sempre ansiado deslize alheio para cumprir os mínimos.

Podia ter acontecido por três vezes ainda na primeira parte, que terminou empatada a zero. A segunda, com o mesmo onze intocável até ao minuto 72' (Diogo Costa; Cancelo, Danilo, Dias, Nuno Mendes; William, Rúben Neves, Bruno Fernandes; CR7, Bernardo, Diogo Jota), foi péssima: concedemos dois terços de terreno e toda a iniciativa aos espanhóis, que marcaram aos 88', por Morata. Sentenciando a partida e a eliminatória.

Estarão nas meias-finais da prova, em Junho de 2023, com Croácia, Holanda e Itália. Nós tivemos o pássaro na mão e deixámo-lo voar. Por falta de ousadia, de rasgo, de atitude.

 

Seguem-se os sete pecados de Fernando Santos.

 

Primeiro. Ir recuando no terreno, concedendo iniciativa de jogo à Espanha - uma das selecções do país vizinho menos fortes dos últimos anos, alvo de contestação dos seus adeptos, e que vinha de uma derrota em casa frente à Suíça.

Segundo. Assistir impávido às perdas de bola dos nossos frente à baliza espanhola sem tomar a iniciativa de introduzir mudanças na dinâmica ofensiva para redobrar as oportunidades. Rúben Neves (23'), Diogo Jota (23') e Bruno Fernandes (38') tiveram os golos nos pés, mas foram incapazes de a meter lá dentro.

Terceiro. Mandar a selecção recuar na segunda parte, remetendo-a ao meio-campo defensivo, para "segurar o resultado". Manobra táctica de equipa pequena, frente à turma espanhola, que só fez o primeiro remate enquadrado aos 70'.

Quarto. Manter Palhinha no banco. Se a prioridade máxima era bloquear os caminhos para a nossa baliza, tornou-se incompreensível manter um William a meio-gás e deixar o nosso médio defensivo a ver o desafio sentado entre os suplentes.

Quinto. Esperar até aos 73' para mexer na equipa. Bernardo Silva, novamente sem préstimo na selecção, andou a fazer inúteis reviengas no relvado até finalmente receber ordem de saída. Demasiado tarde.

Sexto. Tocar na tecla da pausa em vez de accionar o acelerador. Incompreensível, a entrada de João Mário por troca com Bernardo quando ainda havia 20 minutos para disputar e precisávamos de um criativo para o contra-ataque, aliviando a pressão espanhola, e não de quem a segurasse no meio-campo.

Sétimo. Cristiano Ronaldo não pode cumprir a pré-época que deixou por fazer no United - onde até agora só marcou uma vez, de penálti - como titular da selecção. Sem dinâmica, sem golo, devia ter saído. Como saiu Sarabia, ontem muito apagado, logo aos 60', na selecção espanhola. Permitir a existência de intocáveis é um dos pecados do seleccionador. Terá de cumprir penitência por isto.

Liga das Nações: Wembley é na "Pedreira"

Mais logo, às 19h 45m (hora portuguesa), a Inglaterra recebe a Alemanha em Wembley. Amanhã, à mesma hora, Portugal recebe a Espanha em Braga. Dir-se-ia que os holofotes estariam apontados ao clássico de Londres. Na verdade, trata-se de um jogo entre duas equipas humilhadas, só serve para cumprir calendário. Já da "Pedreira" vai sair um dos semi-finalistas da Liga das Nações.

Como o Pedro Correia aqui disse, a Inglaterra já caiu para a Liga B. Quanto à Alemanha, falhou a hipótese de passar às meias-finais, ao perder com a Hungria, em Leipzig, por 1:0, na passada sexta-feira. Uma derrota humilhante, à semelhança do que aconteceu com a Espanha.

Ao contrário da Alemanha, porém, nuestros hermanos ainda se mantêm na corrida. Espero que só até amanhã, ao serão.

Força, Portugal!

 

Nota: A Alemanha nunca logrou atingir a meia-final da Liga das Nações. Nem à terceira foi de vez.

Liga das Nações: Portugal soma e segue

Goleada aos checos em Praga (0-4)

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A selecção portuguesa soma e segue. Lidera agora o Grupo 2 na Liga das Nações após a goleada ontem imposta ao onze checo em Praga: fomos lá vencer 4-0, com dois golos de Diogo Dalot (de longe o melhor em campo), Bruno Fernandes e Diogo Jota.

Cristiano Ronaldo também tentou metê-la lá dentro mas ficou em branco. Partida infeliz para o nosso craque, afectado logo aos 12' num choque com o guarda-redes checo que durante minutos o fez sangrar abundantemente do nariz.

 

O jogo valeu sobretudo pela primeira parte: exibição de luxo da equipa das quinas, com William Carvalho a destacar-se como médio de construção, compondo com Dalot (marcou o primeiro aos 33' e o terceiro aos 52', assistou no quarto, aos 82') e Bruno (uma assistência, além do segundo golo, aos 45'+5) o trio dos melhores de Portugal neste desafio fora de casa.

Ao intervalo vencíamos por 2-0. No segundo tempo, dobrámos os golos e gerimos bem o resultado. A partir dos 82', com as saídas de Bruno e William, oportunidade para ver em campo os "nossos" Matheus Nunes e João Palhinha.

 

Com este triunfo (o terceiro em cinco partidas, após as vitórias domésticas contra os checos e os suíços, ambas em Alvalade), a equipa nacional soma dez pontos.

Mais dois do que a Espanha, com quem disputaremos o desafio decisivo, terça-feira em Braga. Mais quatro do que a Suíça. Mais seis do que a República Checa - agora denominada Chéquia.

 

Basta um empate neste Portugal-Espanha para conquistarmos o acesso às meias-finais da Liga das Nações, prova que já vencemos em 2019, logo na edição inaugural. Totalmente ao nosso alcance.

A fase final decorrerá em Junho de 2023.

Os espanhóis foram ontem derrotados em casa pela Suíça (1-2).

«Não me lembro de nada assim desde que sou seleccionador», reagiu um desolado Luis Enrique, timoneiro da turma espanhola, após este humilhante desaire em Saragoça, com Sarabia no onze titular.

Pior está a Inglaterra, no Grupo 1: derrotada em Itália, já caiu para a Liga 2, com o seleccionador Gareth Southgate a ser muito contestado apesar de ter uma selecção recheada de vedetas. Há cinco jogos que não ganha (pior palmarés desde 2014) e não marca um golo há 450 minutos.

Joga enfim - e marca

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Ostracizado durante longo tempo sem explicação plausível pelo seleccionador nacional apesar de ser um dos melhores jogadores portugueses actuais, Ricardo Horta foi enfim chamado à equipa das quinas. No jogo de estreia da nossa participação na Liga das Nações, contra a Espanha, ontem em Sevilha.

Jogou - e marcou. O único golo português, que nos valeu o empate (1-1) e o consequente ponto conseguido fora de casa.

Tenho razões acrescidas para reiterar o que escrevi há dias: gostaria muito de vê-lo no Sporting.

Continuo a crer que não sou o único a pensar assim.

Grande filho da puta

Foi com um golo dum filho da puta que Portugal conseguiu um empate sofrido com a Espanha.

Pelo menos foi o que aquele trauliteiro naturalizado a martelo publicou da festança, aquele que foi substituído sem nada acrescentar à selecção no jogo de hoje em Sevilha.

E o que cantou o guarda-redes tripeiro na emoção dos festejos.

Entre os filhos da puta e a puta desta máfia que controla tudo e todos, fica uma selecção cada vez mais divorciada de todos nós.

Digo eu, que sempre soube separar clube e selecção, e que na campanha de França vibrei com Renato Sanches e muitos outros que de Sportinguistas não tinham nada.

SL

Prioridades

A liga espanhola celebrou um acordo com um fundo, em que cede cerca de 10% do capital da própria liga, onde estão centralizados os direitos televisivos, por cerca de dois mil milhões de euros. No contrato estão bem explícitas as percentagens onde pode ser investido o montante que cabe a cada clube. 70% do valor será para infraestruturas dos clubes, 15% para compra de jogadores e os restantes 15% para redução de dívida. Para os pequenos e médios clubes este acordo é visto como a grande oportunidade para a sua consolidação nas suas áreas, a construção de novos campos de futebol, que vão permitir uma muito maior aposta no futebol de formação. Esta aposta será a melhor forma destes clubes poderem crescer e também para os grandes clubes é uma oportunidade, pois permite elevar a competição interna levando à sua valorização. 

Por cá e numa notícia não relacionada, a liga de clubes investiu 18 milhões de euros na construção da sua nova sede.

A ver o Europeu (27)

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MUITA LUTA, POUCOS GOLOS

Era uma espécie de final antecipada: Itália e Espanha defrontaram-se esta noite em Londres. Num jogo muito táctico, em que houve muita luta mas poucos golos. Apenas dois - ambos marcados na segunda parte. No prolongamento, as duas selecções - à beira da exaustão - ficaram também em branco. 

Espanha entrou em campo, espantosamente, sem ponta-de-lança. O seleccionador, Luis Enrique, só preencheu esta lacuna aos 62', quando mandou entrar Morata. Já os espanhóis perdiam 0-1, com um grande golo de Chiesa coroando um ataque muito rápido.

 

As duas equipas exibiram modelos de jogo muito diferentes. Espanha sempre com futebol apoiado, transportando a bola. Itália consentindo domínio do adversário e apostando tudo na qualidade do passe de Jorginho e Barella, no meio-campo e em transições muito rápidas pelos corredores laterais, a cargo de Insigne e Chiesa. Para servirem Immobile, em noite pouco inspirada.

Os italianos acusaram a ausência do lesionado Spinazzola, talvez o melhor ala esquerdo deste Europeu. Os espanhóis - superiores na primeira parte - tiveram em dois médios ofensivos, Pedri e Olmo, os melhores elementos. Mas o guarda-redes Unai Simón, que já protagonizara o maior frango deste Euro-2021, voltou a não convencer. Com pelo menos duas saídas em falso.

O empate surgiu aos 80', precisamente por Morata, saído do banco para render o apagado Ferran Torres. Espanha - após dois prolongamentos sucessivos nas partidas anteriores - tentou resolver o desafio no tempo regulamentar, mas faltou-lhe pontaria e critério para derrubar a muralha defensiva italiana, onde Chiellini e Bonucci ainda pontificam.

 

Na chamada "roleta dos penáltis", os italianos - com a esmagadora maioria dos 60 mil espectadores presentes no estádio de Wembley a puxar por eles do princípio ao fim - converteram quatro. O último, e decisivo, com Jorginho a dar espectáculo com um penálti à Panenka. Vale a pena rever. Os espanhóis só marcaram metade: Moreno e Thiago Alcântara meteram-na lá dentro, Olmo falhou e Morata permitiu a defesa de Donnarumma, um dos heróis da noite.

Espanha cai nas meias, Itália segue em frente. Cada vez mais favorita para a conquista deste Europeu.

 

Espanha, 1 - Itália, 1 (Itália venceu por 4-2 nos penáltis)

A ver o Europeu (25)

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SORTE ESPANHOLA, MÉRITO ITALIANO

Itália mereceu passar às meias-finais, Espanha nem por isso. É a diferença entre uma selecção que deslumbra pelo seu futebol alegre e criativo e outra que se limita a picar o ponto neste irregular Euro-2021 num continente ainda marcado pela pandemia.

Os primeiros a entrar ontem em campo foram os espanhóis. Em Sampetersburgo, contra a Suíça estreante em quartos-de-final de uma grande competição futebolística. Seriam favas contadas, para muitos adeptos do país vizinho. Mas não foram. A "fúria" espanhola parece ter migrado para parte incerta: restou uma equipa desinspirada, incapaz de aproveitar um golo oferecido pelos suíços e a vantagem de jogarem com um a mais durante 48', o que faz uma diferença enorme nesta fase da competição.

Aos 120 minutos, esgotado o prolongamento, mantinha-se o 1-1 do tempo regulamentar. Nos penáltis, brilhou o réu da partida anterior, contra a Croácia: o guarda-redes Unai Simón, que defendeu dois. Destacou-se também Oyarzabal, que não vacilou quando chamado a converter - ao contrário de Rodri, médio do Manchester City, e do veterano capitão Sergio Busquets, único campeão mundial de 2010 que resta no plantel. Jordi Alba, campeão europeu por Espanha em 2012 tal como Busquets, apontara o golo do tempo regulamentar, beneficiando de um desvio de Zakaria.

Foi o único remate espanhol à baliza no primeiro tempo. Por parte da Suíça, nem isso.

A injusta expulsão de Freuler por acumulação de amarelos, aos 77', somada à lesão de Embolo antes da meia hora de jogo, virou o campo a favor de Espanha. Mas nem assim resultou, desde logo por uma exibição de luxo do guardião Sommer, sobretudo no prolongamento. Foi preciso muita incompetência suíça (só um penálti convertido em quatro marcados) na roleta das grandes penalidades para carimbar o passaporte do trajecto espanhol às meias-finais. Com muita sorte e pouco mérito.

 

Espanha, 1 - Suíça, 1 (vitória espanhola 3-1 no desempate por penáltis)

 

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Futebol do bom, só aconteceu à noite. Em Londres, no Bélgica-Itália. Os primeiros tinham eliminado Portugal num jogo em que não conseguiram ser melhores em campo. Os segundos haviam afastado a Áustria num desafio muito sofrido. 

Previa-se confronto intenso entre dois assumidos candidatos ao título europeu. E assim foi. Com predomínio italiano na primeira parte e ligeiro ascendente belga na segunda, em que os italianos pareceram sempre mais preocupados em defender a vantagem (2-1) alcançada ao intervalo.

O triunfo foi construído nesse primeiro tempo. Com o trio composto por Insigne, Immobile e Chiesa a brilhar nas rápidas incursões à grande área belga e Jorginho a pautar as operações no meio-campo.

O primeiro golo surgiu aos 31', pelo capitão do Inter, Barella, numa jogada de insistência, fuzilando Courtois após ter driblado três adversários. O segundo - um dos mais espectaculares deste Euro-2021 - surgiu dos pés de Insigne, fazendo jus ao nome: magnífico remate em arco, a meia-distância, aos 44'. Courtois nada podia fazer. 

Com um futebol sempre muito apoiado, abrindo sucessivas linhas de passe e garantindo equilíbrio no meio-campo, os italianos confirmaram-se como a selecção com melhor média de remates neste Europeu. Exibições de luxo do guarda-redes Donnarumma, de Chiesa e Spinazzola - este, infelizmente, forçado a abandonar aos 77', de maca, com lesão grave. O Campeonato da Europa terminou para ele.

Os belgas, com o lesionado Eden Hazard fora do onze titular, podiam ter marcado por De Bruyne aos 22' e Lukaku aos 26' e aos 61'. Mas só o fizeram graças a um penálti convertido por Lukaku, aos 45'+2, a castigar derrube de Doku à margem das regras. 

A Itália apenas conseguiu ser campeã europeia em 1968 e parece seriamente apostada em repetir essa proeza, 53 anos depois. Quanto à Bélgica, que tomba nos quartos-de-final após ter sido afastada pela França nas meias-finais do Campeonato do Mundo de 2018, continua sem justificar o absurdo destaque que a FIFA lhe atribui como selecção mais cotada do planeta futebol. Que raio de trono é este, alcançado sem uma só vitória até hoje num Mundial ou num Europeu?

 

Bélgica, 1 - Itália, 2

A ver o Europeu (22)

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ADEUS FRANÇA, ADEUS CROÁCIA

Depois do campeão europeu, também o campeão do mundo e o vice-campeão mundial caíram neste Euro-2021, ficando-se pelos oitavos-de-final. Comprovando que a realidade do futebol jogado é muito mais complexa do que as teorias de café ou de sofá.

Este foi um dia de festa para o futebol. Um dia em que se marcaram 14 golos, em Bucareste e Copenhaga.

Um dia com dois jogos de resultado incerto até ao fim. 

 

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Um desses desafios, o França-Suíça, só ficou decidido após o prolongamento, por pontapés de grande penalidade: persistia o 3-3 aos 90 minutos. Aqui a sorte sorriu aos suíços, que aliás fizeram por merecê-la: no momento decisivo, o do quinto penálti, um dos melhores jogadores do mundo, Mbappé, permitiu a defesa de Sommer, esta noite com uma exibição de luxo na capital romena.

O resultado foi oscilando. A Suíça marcou primeiro, por Seferovic, fixando o resultado ao intervalo. No recomeço, os suiços tiveram uma flagrante oportunidade de ampliar a vantagem para 2-0. Mas o lateral Ricardo Rodríguez, chamado a converter, viu a bola ser travada pelo experiente Lloris.

A França embalou então para a reviravolta. Com dois golos em dois minutos apontados por Benzema, regressado após cinco anos fora da selecção, e um monumental golo de Pogba - desde já candidato a um dos mais belos do torneio. Estavam decorridos 75', os franceses venciam 3-1, o desfecho parecia garantido. Mas houve combate até ao fim: Seferovic marcou o segundo aos 81' e Gavranovic fixou o empate aos 90'. Confirmando que o futebol pode ser um dos espectáculos mais emocionantes do mundo. 

Destaque na Suíça - além dos jogadores já mencionados - para o médio defensivo Xhaka, jogador do Roma, e o excelente ala esquerdo Zuber, do Eintracht Frankfurt. Merecem esta passagem da Suíça aos quartos-de-final, o que acontece pela primeira vez num Europeu.

 

França, 3 - Suíça, 3 (vitória suíça 5-4 no desempate por penáltis)

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Emocionante também o Croácia-Espanha, disputado a meio da tarde na capital dinamarquesa. Com um lance caricato do guarda-redes Unai Simón, que aos 20' deixou a bola atrasada por Pedri encaminhar-se lentamente para o interior da baliza, tentando pontapeá-la sem conseguir. Uma cena digna dos "apanhados".

Mas Sarabia - médio do PSG, um dos melhores em campo - repôs a igualdade aos 38'. Depois do intervalo, os espanhóis carregaram no acelerador e viram-se recompensados com dois golos - de Azpilicueta (57') e Ferran Torres (76'). O triunfo parecia garantido no tempo regulamentar, mas era engano: a Croácia conseguiu repor o empate. Com golos de Orsic (construído por Modric) aos 85' e de Pasalic aos 90'+2.

Foi-se para prolongamento, com vários jogadores à beira da exaustão. Aqui foi Morata - o patinho feio da selecção espanhola - a fazer a diferença, marcando o quarto da sua equipa, aos 100'. Belíssimo golo: recebeu a bola em zona frontal com o pé direito e rematou forte com o esquerdo. Oyarzabal confirmaria o triunfo aos 103'.

Mas os croatas, vice-campeões mundiais, não baixaram os braços. Saem de cabeça erguida: lutaram até ao fim. Confirmando que este dia merece ficar inscrito na história do futebol.

 

Croácia, 3 - Espanha, 5

A ver o Europeu (15)

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LEWANDOWSKI, GRIEZMANN, GREALISH

Queixamo-nos - e com razão - da nossa exibição de ontem contra a Alemanha. Pois os espanhóis estão pior que nós: dois jogos, apenas dois pontos. Só um golo marcado até agora. Empataram a zero com a Suécia e ontem registaram novo empate (1-1), desta vez contra a Polónia.

Em alta competição, não se pode falhar nos momentos decisivos. Morata, que já tinha desperdiçado uma oportunidade soberana na partida inaugural, ontem voltou a ser protagonista pela negativa. Aos 83', assistido por Sarabia, foi incapaz de a meter lá dentro. É verdade que foi ele a marcar o golo solitário dos espanhóis, aos 25', mas soube-lhes certamente a pouco. E os adeptos do país vizinho não lhe perdoam decerto ter falhado a recarga após uma grande penalidade que Moreno - também pouco inspirado - dirigiu ao poste, aos 58'.

A Polónia arrancou um precioso ponto (primeiro até agora) graças ao talento ímpar de Lewandowski, que marcou de cabeça aos 54'. O seu primeiro neste Euro-2021. E ainda - já no segundo tempo - registou a estreia do mais jovem jogador de sempre num Campeonato da Europa: o jovem Kacper Kozlowski, com apenas 17 anos e 245 dias.

A selecção polaca, comandada pelo nosso Paulo Sousa, viu-se muito pressionada no primeiro tempo desta partida, disputada em Sevilha. Mas a etapa complementar foi equilibrada: o resultado acabou por ser justo. Agora fazem-se muitas contas no Grupo E, que a Suécia comanda com 4 pontos (venceu anteontem a Eslováquia por 2-1).

 

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Quem disse que a Hungria é a pior selecção deste Europeu? Tal dislate, papagueado após Portugal a ter derrotado na primeira ronda, ficou ontem desmentido no empate imposto pelos húngaros à França, campeã mundial, com a Arena Puskás repleta de adeptos a puxarem pelo onze da casa. 

Os franceses dominaram - uma vez mais com Pogba e Mbappé como motores do ataque. Mas foram os húngaros a adiantar-se no marcador, aos 45'+2, com um grande golo de Attila Fiola. Havia cinco jogos que a selecção gaulesa mantinha as suas redes intactas.

O empate surgiu aos 56', num grande trabalho colectivo da selecção azul: o veterano guardião Lloris repôs muito bem a bola num passe longo, seguiu-se uma grande movimentação de Mbappé e o remate forte e bem direccionado de Griezmann a metê-la lá dentro. O avançado do Barcelona, que foi o rei dos marcadores no Euro-2016 (com seis golos), estreou-se agora como artilheiro neste confronto em Budapeste. Mas foi insuficiente para desfazer o empate. 

Os franceses farão tudo para vencer Portugal na quarta-feira: só assim confirmarão o passaporte para os oitavos.

 

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Se houve jogo que merecia golos, foi o Inglaterra-Escócia, disputado sob chuva intensa em Wembley, na sexta-feira. 

Foi um jogo disputadíssimo. Não faltou caudal ofensivo de parte a parte. Os escoceses parecem ter surpreendido os ingleses, que não vencem um grande torneio desde o Mundial de 1966. Kane, o rei dos avançados da selecção inglesa, continua em branco neste Europeu. 

Do lado da Escócia, realço as exibições de Billy Gilmour, Callum McGregor e Stephen O'Donnelll (que quase marcou na primeira parte). Pelos ingleses, merece destaque Grealish, que entrou talvez demasiado tarde (63'): tecnicista requintado, venceu todos os confrontos individuais. Também gostei de Rashford, que rendeu Kane aos 74': a partir daí, o corredor direito foi todo dele. 

Mas não bastou aos ingleses para conseguirem mais do que um ponto. E a Escócia foi até a selecção com mais remates, algo que poucos imaginariam antes do jogo.

 

Espanha, 1 - Polónia, 1

Hungria, 1 - França, 1

Inglaterra, 0 - Escócia, 0

A ver o Europeu (9)

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UM EXEMPLO DE POSSE ESTÉRIL

Tivemos hoje um exemplo claro de posse de bola estéril - desmentindo a tendência dos maníacos das estatísticas, que cultivam uma espécie de fetiche pela aritmética aplicada ao futebol. Como se os restantes aspectos (técnicos, tácticos, estratégicos físicos e psicológicos) não fossem mais importantes.

Neste Espanha-Suécia disputado em Sevilha, nuestros hermanos chegaram ao fim com 85% de posse de bola. De pouco lhes serviu: o empate a zero valeu-lhes o mesmo pontinho amealhado pela turma nórdica, remetida quase todo o jogo ao seu meio-campo defensivo, como se fosse um Arouca ou um Vizela a enfrentarem o Sporting no campeonato nacional.

Morata, aos 38', protagonizou a perdida da noite, num remate cruzado que passou ao lado, já com a defesa adversária fora de combate. De resto, a excelente organização defensiva sueca travou Espanha, onde apenas resta Jordi Alba daqueles gloriosos plantéis que entre 2008 e 2012 venceram um Mundial e dois Europeus.

Entre os suecos, destaque para o guarda-redes Olsen, intransponível. E para o jovem Isak (21 anos), protagonista do melhor lance ofensivo de todo o desafio, aos 41', fazendo a bola embater caprichosamente nos dois postes. Aos 61', noutra brilhante incursão na área espanhola, ofereceu de bandeja um golo que um colega perdulário viria a desperdiçar.

Ibrahimovich, ausente da convocatória por lesão, faz ainda falta à selecção sueca - mesmo aos 39 anos. O futebol é um desporto colectivo onde os talentos individuais continuam a fazer a diferença, digam o que disserem os papagueadores de estatísticas.

 

Espanha, 0 - Suécia, 0

Só estas duas

À medida que o tempo passa, nesta segunda semana de reclusão forçada de milhões de portugueses em suas casas, torna-se cada vez mais evidente que as provas desportivas ficarão "congeladas", sem que se cumpra o que faltava do calendário. O precedente do país vizinho indicia que acontecerá o mesmo em Portugal. «Não é o momento de pensar em futebol», declara o presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, em entrevista ao diário desportivo As.

Traduzindo: esta época chegou ao fim. Lá e cá. O que invalida por completo as pretensões daqueles que ainda sonhavam concluir este campeonato de futebol.

O que fazer neste cenário? Das duas, uma: ou o FC Porto é proclamado vencedor ou não haverá título de campeão nacional na temporada 2019/2020.

Não estou a ver uma terceira hipótese.

Coronavírus pára o futebol

A federação espanhola tomou a iniciativa que se impunha: suspendeu a principal competição de futebol devido à pandemia do coronavírus. La Liga vai parar.

A UEFA acaba de decidir também a suspensão imediata dos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa.

Este é o caminho correcto, não o da via seguida pelos responsáveis federativos portugueses - organizar jogos à porta fechada

Caso para perguntar, portanto, quando iremos acertar o passo pela Europa do futebol.

Lá como cá

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Tomba-gigantes na Taça do Rei: o modestíssimo clube Cultural Leonesa, da terceira divisão espanhola, acaba de eliminar o Atlético de Madrid, por 2-1, seguindo para os oitavos-de-final da competição. A turma de Simeone ficou pelo caminho.

Faz-me lembrar o Sporting, quando caiu perante o Alverca, em Outubro. A diferença é que nós, em Alvalade, não temos nenhum jogador como o astro-rei do Atlético madrileno, contratado por alegados 126 milhões de euros.

Tanto dinheiro para deitar fora...

Algo que gostaria de entender

O início da época futebolística em Itália é só no próximo fim de semana. Já em Espanha o início da época é como a hora de jantar: no início de Setembro. São dois países produtores de azeite e vinho como Portugal. Por que razão cá se segue um calendário à inglesa, com as primeiras jornadas do campeonato a decorrerem com a maioria dos portugueses de férias? (Já referi neste blogue a minha proposta: em Agosto deveria jogar-se a fase de grupos da Taça da Liga.)

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Ronaldo unlimited

Estava o jogo na sua alvorada e já Cristiano Ronaldo "comia" Nacho(s) como aperitivo para o que viria a seguir. Finta, falta, penálti e primeiro golo. De seguida, servido por Bruno Fernandes, CR7 assistiu auspiciosamente Gonçalo Guedes mas ao valenciano faltou espontaneidade. Portugal era mais perigoso mas a Espanha marcou numa jogada atípica, que foi uma traição ao seu tiki taka: lançamento longo para Diego Costa e este, sozinho contra três defesas, conseguiu empatar.

 

Os "nuestros hermanos" ficaram por cima do jogo e Portugal não mais conseguiu atinar com o passe/repasse espanhol. Acontece que o futebol é imprevisível e após um remate forte de Cristiano, De Gea abriu a capoeira, permitindo aos lusos irem para o intervalo na frente. 

 

No segundo tempo intensificou-se a pressão espanhola. Os portugueses defenderam um livre como se fossem uma equipa dos regionais e de uma forma simples a Espanha chegaria a nova igualdade. Quase de seguida, os comandados de Fernando Santos mostraram falta de intensidade defensiva, desperdiçaram duas/três oportunidades de aliviarem a bola das imediações da sua área e esta sobrou para Nacho que marcou um golaço. 

 

Subitamente, estávamos pela primeira vez em desvantagem no marcador e a Espanha parecia uma Armada Invencível. Mas, o nosso Francis Drake, o capitão Cristiano Ronaldo não dorme em serviço. O madeirense ganhou uma falta à entrada da área e ele próprio a converteu, aplicando um remate potente com a parte de dentro do seu pé direito que contornou sublimemente a barreira espanhola e entrou junto ao ângulo superior da baliza espanhola. De Gea, colocado do outro lado, permaneceu imóvel, olhando, qual controlador aéreo. O mundo inteiro pôs as mãos na cabeça, Florentino Perez colocou as mãos na carteira. É que tudo leva a crer que este "hat-trick" lhe vai sair muito caro.

 

E assim terminaria um jogo em que, se a Espanha foi como o ferro (Hierro, em castelhano), Ronaldo foi como o aço.

 

Portugal revelou desinspiração na frente (Guedes e Bernardo), falta de intensidade no miolo (William e Moutinho) e fragilidade na zona central (Pepe e Fonte). É justo dizer que hoje (ou quase sempre?) Cristiano foi o salvador da pátria.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Cristiano Ronaldo

portugalespanha.jpg

 

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