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És a nossa Fé!

A taça que o ex-treinador deu a Vítor Bruno, o problema lá atrás (e por que não Eric Dier?)

 

Muito se falou nas últimas semanas da saída do ex-treinador - com aquela mistura de mágoa e saudosismo tão pátria como os pastéis de nata. E, ao nível das televisões e colunas de jornais desportivos, com aquela tão mal fingida compaixão dos lampiões quando sentem o cheiro do "sangue" adversário. 

Eu tenho, confesso, sentido saudades, mas não da dentuça sorridente do ex-treinador. Aquela que nos fazia até perdoar quando se metia num avião à sorrelfa para ir negociar com o West Ham (!!) em vez de se concentrar no campeonato nacional que tinha para ganhar. Tenho sentido saudades sim daqueles que são para mim os dois melhores centrais que passaram pelo Sporting na última década: Mathieu e, sobretudo, Coates.

Comecei, aliás, a sentir saudades logo em agosto, na Supertaça, que o saudoso ex-treinador perdeu de maneira espectacular para o pior Porto de que me lembro, com uma defesa atarantada a consentir 4 (quatro) golos, cada um mais ridículo do que o outro, depois de estar a ganhar por três. Para o treinador do Porto, Vítor Bruno, é bem capaz de vir a ser o único troféu que ganha na carreira. Mas o ex-treinador era bom rapaz, sorria muito, e portanto estava tudo bem.  

Só que não estava. Curiosamente, no último jogo de Amorim para a Liga tivemos novo descalabro na defesa, com a equipa a consentir dois golos a um Braga fraquíssimo (desta vez antes de dar a volta para 2-4). Verdade que a média de golos sofridos entre o Porto e o Braga foi baixa, e a de golos marcados bastante alta.

Com a instabilidade após a saída abrupta do ex-treinador, e evidente efeito anímico nos jogadores, ficou mais ainda à vista o problema que temos lá atrás, sem a inteligência, serenidade e voz de comando de Coates. Os golos sofridos com o Boavista creio que nem os centrais da equipa B sofriam. Moreirense e Brugges idem. Com uma defesa eficaz, a nova equipa técnica teria ganho todos os jogos.

Debast é muito bom a lançar jogo, mas acumula erros posicionais. Quaresma idem. Diomande é excelente no corpo a corpo, mas falta-lhe alguma frieza. Inácio quando em boa forma acrescenta muito, mas tem sido muito inconstante. St. Juste parece receoso do contacto físico, talvez pela questão das lesões. Ou seja, não temos nenhum central completo como era Coates. Nem de perto, nem de longe.

Além disso, acho que nos falta um jogador de meio campo fisicamente muito forte, capaz de destruir jogo adversário (sobretudo quando é preciso segurar um resultado, como foi em Brugge). Alguém com as características do João Palhinha (ou, já agora, de um jogador que acho um erro enorme ter sido emprestado - Dário Essugo). 

Os guarda-redes também não dão qualquer tranquilidade à equipa. Chego a (quase) sentir saudades de Adán. Mais valia apostar no Diego Callai, de quem vi grandes jogos nos sub-23. Esse ao menos poderia tornar-se um GR de topo. Tenho pena, mas parece-me que Israel e Kovacevic nunca passarão de GR medianos. 

Há em Portugal uma tendência para fulanizar as questões. A culpa é de sicrano ou beltrano. Acho que tem a ver com o peso da culpa. Como o sentimos, descarregamos noutro. No futebol, isso é extremado pelas emoções que rodeiam o jogo. O ex-treinador deixa troféus ganhos - o que sempre foi e sempre será normal no Sporting. Mas deixa também os perdidos. E muitos problemas para resolver no plantel.

Talvez fosse melhor concentrarmo-nos também na resolução destes. Eric Dier, que encaixaria como uma luva na nossa defesa, está encostadíssimo em Munique e poderia bem vir terminar a carreira em Alvalade. 

A voz do leitor

«É uma hipótese muito condicionada. Para já o ordenado do Dier... teria de vir com espírito de missão. Estará disposto? Depois, teria de vir sem a pele de indiscutível e lutar por um lugar... com Amorim é assim. Nomes não contam. Satisfeitas as condições, era uma bomba. Resolvia uma sempre possível lesão ou baixa de forma do Morten e garantia o nível de experiência no centro da defesa. Nada é impossível.»

 

Manuel Beites, neste meu texto

A voz do leitor

«[Eric Dier é] um substituto natural de Coates no centro da defesa (e na liderança da equipa) mais uma solução nas várias posições da defesa com Diomande de fora no CAN. Faz de médio defensivo, tem cultura Sporting e já manifestou publicamente ser a sua casa. A ordem pela qual explanei as minhas razões não será a mais lógica, mas, sim, o regresso de Dier deve ser um objectivo prioritário para Janeiro ou para a próxima época.»

 

Luís Ferreira, neste meu texto

Eric Dier: é desta que regressa?

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Será desta? Está escrito na estrelas - acredito - que Eric Jeremy Edgar Dier regressará ao Sporting, a casa que o formou. 

Talvez o cenário mais adequado seja este. O valioso defesa, 49 vezes internacional por Inglaterra, termina no final da época o seu prolongado vínculo contratual ao Tottenham. Tem a idade certa - 29 anos. Tem experiência, maturidade, currículo. Tem forte ligação afectiva à massa adepta leonina. E tem possibilidade de vir a "custo zero", como agora se diz. Com um valor de mercado que ronda os 18 milhões de euros. Já em Janeiro, muito a tempo de dar o seu contributo para mais de metade do campeonato em curso.

Além de tudo, nove anos depois, Dier sente vontade de voltar a Portugal - que é seu país também, pois tem dupla nacionalidade. Lembrando os 12 anos em que actuou de Leão ao peito, desde menino. É ele quem o confessa: «O Sporting é a minha casa.»

Aqui poderia jogar de novo com regularidade: recordo que nesta época ainda só participou em duas partidas pelo emblema londrino. Sendo útil, como sabemos, não apenas como central mas também como médio defensivo, posição que não lhe é estranha. 

Eis a pergunta que hoje faço aos leitores: veriam com bons olhos este regresso de Eric Dier?

Joelson: eu já vi este filme

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Pelo que vou lendo nas notícias da imprensa especializada, Joelson Fernandes corre o risco de deixar o Sporting sem ter feito sequer meia parte de um jogo na primeira divisão do futebol. Tem contabilizados 37 minutos na Liga 2019/2020 e já chegam a Alvalade apelos cobiçosos ao "rapto" do jogador, que conta apenas 17 anos e quatro meses.

Destaca-se nesta corrida o Arsenal, que andou a jogar às escondidas com o Sporting nos casos de Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, acabando por ser fintado pelo Manchester United. Ao que parece, o clube londrino não quer agora ficar para trás na corrida ao passe de Joelson, avaliado em 45 milhões de euros (quantia fixada por contrato de Março de 2019). E contará, para o efeito, com o apoio expresso do empresário Kia Joorabchian, e do próprio pai do miúdo, que funciona como tutor de Joelson por este ser menor, mas em articulação directa com o referido indivíduo. 

 

É uma história velha como o mundo, esta dos pais que contam facturar com o talento e o suor dos filhos. O Sporting está doutorado nesta matéria, como sabemos.

Até por isso, não consigo compreender como se incorporam na equipa principal miúdos da formação sem as devidas salvaguardas contratuais para o Clube. Os precedentes nos casos Eric Dier, Bruma e Ilori - lançados na equipa principal durante a malfadada época 2012/2013 - deviam funcionar como alerta permanente em Alvalade para que nada disto se repita.

 

Afinal o erro volta a ser cometido. Joelson entra no "clube dos grandes" sem ter dado aval, através do pai-tutor, à renovação do contrato. Que inicialmente lhe fixava uma cláusula de 100 milhões de euros, tendo baixado para 80 milhões. O pré-acordo não foi honrado e nem sequer a hipótese alternativa de 60 milhões parece de momento em equação. O que nos pode privar de um inegável talento da Academia de Alcochete que mal chegou a dar contributo desportivo ao clube que o formou.

Espero, sinceramente, que os meus receios não se confirmem e que o desfecho desta história seja o melhor. Mas os maus exemplos do passado fizeram-me muito desconfiado em tudo quanto se relaciona com Joelson. Porque eu já vi este filme. E sei que nunca acaba bem para o Sporting.

Eric Dier, Zlatan Ibrahimovic e algumas ideias mais ancoradas à realidade

Este jogo com o Santa Clara demonstra que precisamos de um avançado que seja aquilo que Sporar não consegue ser e Pedro Mendes precisaria de um tirocínio numa equipa de meio da tabela para conseguir vir a ser. A este último, recomendaria um regresso às origens, num ano de empréstimo ao Moreirense, levando consigo, nas mesmas condições, Tomás Silva, com quem formou uma excelente dupla no arranque dos sub-23.

O sonho seria Zlatan Ibrahimovic (sonhar não custa) mas na nossa realidade triste já não espero melhor do que um "anjo caído" como Balotelli ou então um veterano como o retornado Slimani ou o emblemático Eder. Mais lúdico do que isso só forçar o miserável Rafael Leão a resolver o imbróglio da indemnização com uns bons anos de trabalhos forçados a marcar golos... Ou, lá está, convencer o empresário que mais lucrou com o ataque a Alcochete a convencer o AC Milan a pagar dois anos de salários ao astro sueco para seguir as pisadas de Schmeichel numa reforma gloriosa em Alvalade.

No meio-campo, como Palhinha aparenta ter a guia de marcha carimbada – juntando-se a Matheus Pereira, Demiral ou Domingos Duarte entre os escorraçados –, há que ter alguém capaz de ser o que Idrissa, Matheus e Battaglia não são: um muro dinâmico que faça acontecer e impeça que aconteça. Adrien Silva? Não sei se não será demasiado tarde, embora seja um jogador admirável. Sonho impossível? Eric Dier, mesmo que por empréstimo com ou sem opção de compra. Solução plausível? Não vender Palhinha ou apostar todas as fichas em Daniel Bragança.


E ainda mais um extremo. Ou uma oportunidade de “scouting” do género Gonzalo Plata ou então o regresso de Nani ou de Wilson Eduardo, para juntar experiência à miudagem. 

São os casos mais gritantes, mas outras trocas haveria para fazer: Beto Pimparel por Renan, um objectivo lateral não identificado (não digo que não ao espanhol Pedro Porro, ainda que seja ciência que desconheça...) por Rosier (fazendo o francês rodar em França e evitando dar meia-dúzia de milhões por Ricardo Esgaio depois de o termos oferecido ao Braga), em vez do marroquino sevilhano Feddal já apalavrado talvez José Fonte ou Marcos Rojo para apadrinharem o crescimento de Gonçalo Inácio ou o regresso de Ivanildo Fernandes, a contratação de Gonda do Portimonense ou o regresso de Lumor em caso de saída de Acuña (sendo a aposta em Nuno Mendes tão assumida quanto a feita em Eduardo Quaresma), Kraev como alternativa a Wendel se este sair ou Francisco Geraldes desistir de lutar, e a reintegração de Gelson Dala no plantel.

Qualquer coisa como isto:

Luís MaximianoBeto Pimpapel e Diogo Sousa (B e/ou sub-23)

OLNI/Pedro Porro, Ristovski, Coates, Neto, Eduardo Quaresma, Feddal/José Fonte/Marcos Rojo, Ivanildo Fernandes/Gonçalo Inácio, Nuno Mendes e Acuña/Gonda/Lumor

Dier/Adrien Silva/Palhinha, Matheus Nunes/Idrissa Doumbia, Daniel Bragança, Wendel, Francisco Geraldes/Kraev

Jovane Cabral, Gonzalo Plata, Nani/Wilson Eduardo e Joelson Fernandes/Bruno Tavares

Ibrahimovic/Balotelli/Slimani/Eder, Sporar, Vietto, Gelson Dala


Chegaria para o título? Talvez só com Dier e Ibrahimovic. Mas seria um início.

O árbitro estragou a festa

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A final da Liga dos Campeões, que ontem à noite opôs em Madrid o Liverpool ao Tottenham, foi das mais fracas que tenho visto. Numa demonstração clara de que o futebol inglês já não é o que era. Desde logo porque a esmagadora maioria dos jogadores nem são ingleses: dos 22 que iniciaram a partida, só havia seis súbditos de Sua Majestade ontem em campo, três para cada lado. E também porque um treinador inglês vai-se tornando raridade: o Liverpool é orientado pelo alemão Jürgen Klopp e o clube londrino tem como técnico o argentino Mauricio Pochettino. 

Confesso que torcia pelo Tottenham: basta ser o clube actual do nosso Eric Dier para tomar esta opção, embora Pochettino tenha deixado no banco o excelente defesa (agora mais médio defensivo) formado em Alvalade: quando entrou para render Sissoko, aos 74', já a sorte do jogo parecia quase lançada - ainda assim, correspondeu ao melhor período da sua equipa, que viria a sofrer o segundo golo em contra-corrente, aos 87', marcado por Origi. Também me pareceu demasiado tardia a entrada de Lucas Moura, um dos melhores brasileiros a actuar em Inglaterra.

Outro brasileiro, o guarda-redes Alisson, foi a figura da noite ao defender pelo menos dois disparos dos spurs que levavam selo de golo - primeiro do coreano Son, depois do dinamarquês Eriksen. Outra estrela em foco foi o holandês Virgil van Dijk, a quem o Liverpool muito deve nesta final: é talvez hoje o melhor central do mundo. Mas foi quase sempre uma partida muito táctica, em diversos momentos bastante mal disputada, com a bola sempre no ar, num desmentido vivo da festa do futebol. Uma partida em que o Tottenham teve a posse do esférico durante cerca de dois terços do tempo, o que desmente (uma vez mais) aqueles que adoram analisar os jogos apenas em função das estatísticas.

Uma festa que começou a ser estragada aos 28 segundos, quando o árbitro esloveno Damir Skomina assinalou grande penalidade contra o Tottenham por bola na mão (e não mão na bola) de Sissoko. Chamado a convertê-lo, o egípcio Salah não falhou. O destino compensou-o após a final do ano passado em que se viu forçado a abandonar mais cedo devido à lesão que lhe foi provocada pelo sarrafeiro Sergio Ramos no confronto com o Real Madrid.

Fica a lição para todos aqueles que em Portugal suspiram pela importação de árbitros estrangeiros. Como se lá fora não houvesse roubos de catedral nos campos de futebol. 

Fica a nota

RWZKL9ZB.jpg

Um "produto" das nossas escolas está a brilhar na melhor liga do mundo e este fim-de-semana até marcou o golo da vitória da Inglaterra sobre a Alemanha, na sua estreia pela equipa A do seu país. É pena a forma como saiu mas é mais um jogador de sucesso a sair de Alcochete. E ainda tem muitos anos pela frente.

Só faz falta quem está

Manchester United 3 - 0 Tottenham

 

No Sporting, é difícil alguns perderem a mania de gostarem sempre mais de quem esteve do que de quem está. Viu-se isso muito bem ao longo desta época com os suspiros de saudades que a partida de Eric Dier foi provocando em certas franjas de adeptos, transformando tal despedida em arma de arremesso contra Bruno de Carvalho. Isto apesar de o presidente do Sporting ter tentado dissuadir o jovem inglês de rumar ao futebol do seu país de origem após uma década de permanência no nosso clube, onde transitou desde os iniciados até à equipa principal.

Não foi possível fazê-lo mudar de ideias. Dier queria partir, o seu pai (e empresário) fazia força por isso e acima de tudo a anterior direcção tinha descurado os interesses do clube ao admitir por via contratual que um clube inglês pudesse resgatá-lo por apenas cinco milhões de euros. A menos que o Sporting cobrisse a parada salarial, algo impossível dado o precário estado das finanças leoninas.

Lá foi portanto o jovem para o Tottenham, onde tem feito uma época muito desequilibrada. Falando-se já do interesse do clube em prescindir dele na próxima temporada.

Nem isso, no entanto, calou os nostálgicos de serviço.

Mas vejamos estas imagens do jogo Manchester United-Tottenham, que os "red devils" venceram ontem por 3-0. Dier alinhou como titular, com a camisola número 15. E esteve, com manifesta infelicidade, em pelo menos dois dos golos. Sobretudo no terceiro, festejado por Rooney com a exuberância que a imagem mostra.

Interrogo-me: o que não se diria dele se cometesse estes erros ao serviço do Sporting?

Moral da história, como não me canso de repetir: só faz falta quem está.

2014 em balanço (5)

Eric-Dier1[1].jpg

 

DECEPÇÃO DO ANO: ERIC DIER

Era um dos mais promissores defesas formados na última década em Alcochete. E ascendeu mais cedo do que se previa à formação principal do Sporting, pela mão do efémero treinador Vercauteren, em Novembro de 2012. A tal ponto que o elegemos aqui como promessa do ano. Sob a batuta de Jesualdo Ferreira, chegou a dizer-se que o Sporting jogava com ele "e mais dez", o que era um manifesto exagero.

Eric Dier - jovem de nacionalidade inglesa mas residente desde criança em Portugal - trocou inesperadamente Lisboa por Londres, fazendo accionar uma cláusula a seu favor que constava do contrato que o ligava ao nosso clube. À luz dessa cláusula, um clube inglês que quisesse contar com ele teria apenas de pagar cinco milhões de euros ao Sporting.

Conclui-se agora que Dier nunca devia ter sido lançado na primeira equipa sem a anulação daquela cláusula contratual que lesou os interesses leoninos. Bruno de Carvalho tentou modificar o contrato, mas esbarrou sempre com a recusa do pai de Eric, que funcionava como seu agente e pretendia afinal colocar o filho na Premier League.

Assim sucedeu, no Verão passado: o Tottenham pagou os cinco milhões e o jovem voou para Londres sem bilhete de regresso. Desperdiçando assim, aos 20 anos, uma excelente oportunidade de se afirmar sob o comando de Marco Silva como titular no eixo da nossa defesa (o que nunca sucedeu com Leonardo Jardim), colmatando a vaga que se abriria com a partida de Rojo também para Inglaterra - a segunda maior transferência na história do Sporting. Pouco depois deu uma lamentável entrevista ao Record em que se queixava de ter sido "muito maltratado" em Alvalade, onde estava desde os oito anos.

Eric estreou-se da melhor maneira no campeonato inglês, marcando o golo da vitória tangencial do Tottenham frente ao West Ham, a 16 de Agosto. Mas foi-se apagando com o decorrer das jornadas. De titular passou a suplente. De defesa central - sua posição preferida - passou a defesa direito. Nos últimos dois meses só jogou 155 minutos. A imprensa britânica já admite que venha a ser cedido por empréstimo em Janeiro.

Aconteceu a Eric o que sucedeu a outros antes dele: sonhou demasiado alto demasiado cedo. A estas horas arrependeu-se certamente de ter dito que o Sporting o maltratou.

 

Decepção do ano em 2012: Elias

Decepção do ano em 2013: Bruma 

Aonde é que anda o Dier?

O Tottenham vs Chelsea de hoje foi glorioso (bom, para o Mourinho não foi, mas para o espectador imparcial foi do melhor); só me pergunto aonde é que pára o jovem Dier, porque nem no banco esteve (e os comentadores ingleses, obviamente com mais que fazer, não estiveram a fim de explicar). Alguém sabe?

É preciso ter calma

Para alguns sportinguistas, melhor treinador é sempre quem não está e melhor jogador é sempre quem já foi. Tenho pensado nisto a propósto de alguns nostálgicos de Dier e Rojo andarem por estes dias a suspirar por eles, reivindicando-os para o eixo da nossa defesa. Esquecidos já porventura do Sporting-Benfica, no campeonato 2012/13, quando o Benfica veio humilhar-nos a Alvalade num jogo em que o argentino fez autogolo (e Boulahrouz, seu colega na defesa, foi expulso). Esquecidos já porventura do Benfica-Sporting, no campeonato 2013/14, em que Eric Dier falhou por completo a aposta que nele fez Leonardo Jardim, por ausência de William Carvalho.

Tudo isto a propósito de quê?

Do Tottenham-Liverpool de há três semanas, em que Dier provocou uma grande penalidade, logo convertida por Gerrard, no segundo golo da copiosa derrota em casa (0-3) contra os reds (Tottenham que voltou este fim de semana a perder em casa, desta vez contra o West Bromwich, o que não sucedia desde 1984).

Do Leicester-Manchester United desta jornada, em que Rojo fez uma péssima exibição, falhando marcações e oferecendo um dos cinco golos sofridos pela sua equipa, que continua a somar desaires.

Conclusão?

A de sempre: é preciso ter calma.

It's all about money

Na essência, o que distingue a tão pouco criticada saída de Leonardo Jardim da tão criticada saída de jovens jogadores como Dier, Ilori e Bruma?

Nada.

Pode-se discutir a forma como agiram, a integridade das declarações, os comportamentos mais ou menos adequados, e afins, mas no fim de contas, todos sairam pelo mesmo motivo. Dinheiro!

Inclusivamento considero que qualquer um dos três jogadores referidos tomou uma melhor opção de carreira que Leonardo Jardim (que neste momento treina um plantel de qualidade inferior ao do Sporting). Se foi enganado só tem que se demitir.

O grande mundo da bola

Quem estiver ainda preocupado ou apenas incomodado com o caso Dier, pode olhar para o lado e ver o que diz Samir Nasri a propósito da reacção dos adeptos do Arsenal à sua saída para o City: “They see it as treason or that I betrayed them [but] it’s not like that. I just look at what is best for me.” Toda uma filosofia. Aliás, se o jovem Eric dá entrevistas ao Record a queixar-se da frieza do presidente do SCP, a namorada de Nasri, mais a quente, manda "f*** France and f*** Deschamps" porque o seleccionador francês não convoca o namorado para a Copa. A jovem modelo (de lingerie, era preciso investigar a afinidade electiva que une jogadores de futebol e modelos de lingerie) tem origens portuguesas, e deve ter sido a paixão nacional pelo jogo da bola que levou Anara Atanes a acumular no seu currículo casos com Freddie Ljungberg, Ashley Cole, Darren Bent, Jermaine Pennant ou Kieran Richardson. Todo um mundo, feito de elegância e desportivismo. Estavam à espera de quê?

Os nossos comentadores merecem ser citados

«Se o Dier foi tão mal-tratado pelo presidente Bruno Carvalho, por que é que se incomoda tanto com o facto de aquele não lhe ter dado uma palavra a desejar-lhe boa sorte? Eu se estivesse no lugar dele e tivesse sido assim "tão mal tratado", não quereria que quem me fez "tão mal" falasse comigo e muito menos deixaria que tal pessoa me cumprimentasse.»

Marco Lopes, neste meu texto.

{ Blogue fundado em 2012. }

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