Nem quero acreditar. Continuamos a formar jogadores que vão enriquecer os plantéis de outros clubes. Parece ser agora o caso de Matheus Pereira, que vários de nós sempre aplaudimos neste blogue.
Espantosamente, a SAD leonina prescindiu deste valioso extremo formado em Alcochete, que tanta falta agora nos faria face à súbita ausência de Raphinha, optando por emprestar o jogador ao West Bromwich Albion. A excelente prestação de Matheus leva agora responsáveis do clube inglês a admitir pagar por ele nove milhões de euros daqui a três meses. Accionando assim uma cláusula que levará o Sporting a dizer adeus ao talentoso brasileiro.
Com dois golos e cinco assistências em dez jogos, Matheus é um elemento fundamental nos objectivos do WBA, que ambiciona subir à Premier League no fim desta época. Por lá, apreciam as qualidades dele. Em Alvalade, pelo contrário, nunca dispôs de uma verdadeira oportunidade para se afirmar no plantel principal.
Não tenho a menor dúvida: se estivesse neste Sporting 2019/2020, seria titular absoluto. Infelizmente não é nem será. Ao que tudo indica, vai engrossar a lista dos transferidos em definitivo por decisão de gestores que insistem em dizer que apostam na formação mas continuam a fazer o contrário do que apregoam.
Quase todos os comentadores de futebol elegeram João Palhinha como melhor jogador em campo no desafio Wolverhampton-Braga, de quinta-feira, que terminou com a vitória da equipa braguista por 1-0.
Escreveu A Bola sobre a exibição do médio defensivo:
«Onde havia um jogador do Wolverhampton havia também Palhinha. Incrível como o médio do SC Braga se multiplicou no terreno, revelando qualidades quase inumanas, como se a sua omnipresença e omnipotência tivessem algo de profundamente sobrenatural. Força de bloqueio maior à quantidade absurda de ataques adversários vislumbrados no segundo período, acabou o jogo como começou.» Dando-lhe nota 8 (em 10).
Escreveu o Record:
«O melhor em campo a par de Ricardo Horta. O médio-defensivo minhoto esteve em todo o lado e foi o pêndulo do meio-campo.» Dando-lhe nota 4 (em 5).
Andamos carecidos, em absoluto, de um verdadeiro médio defensivo - um trinco, como antes se dizia. Um jogador posicional com as características de Palhinha, capaz de aliar a técnica ao rigor táctico e à excelente condição física, funcionando como o elemento mais avançado da linha defensiva e primeiro construtor do processo ofensivo.
Em Alvalade, Palhinha estava remetido para o banco - ou para a bancada. No Verão do ano passado, foi emprestado ao Braga, por duas épocas e sem cláusula de resgate antes de esgotado esse prazo. Logo ao Braga, espantosamente - uma espécie de sucursal minhota do Benfica. Sem que ninguém no Sporting corasse de vergonha.
Andamos desde então a experimentar jogadores nesse lugar tão decisivo. Enquanto o jogador que formámos brilha noutro clube, que usa o nome Sporting embora equipe de vermelho.
Se isto não é uma indesculpável estupidez, não sei que outro nome lhe devo chamar.
Não há que esconder, a combinação entre a derrota caricata em casa que nos custou a liderança da liga, as últimas notícias de entradas e saídas de jogadores, e o silêncio ensurdecedor da comunicação do clube, colocaram-me em estado de choque, já nem sei se devo rir ou chorar quando oiço sobre titulares a sair e emprestados a entrar. A minha vontade de ir a Eindhoven acompanhar a equipa foi por água abaixo. Mas a minha Gamebox ninguém ma tira, estarei lá para o bom e para o mal.
Não entendo porque Keizer não foi prontamente demitido após a derrota e em vez disso saem jogadores muito apreciados pelo mesmo Keizer, Raphinha, Diaby e mesmo Thierry Correia. Se Keizer com eles não conseguiu, com novos jogadores para integrar vai conseguir?
Não entendo como tendo Battaglia e Rosier ainda sem condições físicas para jogar se pensa em jogadores que registaram lesões igualmente graves há pouco tempo.
Não entendo quando se liberta Bas Dost para poupar no salário e se vai pagar pouco menos a um sucessivamente emprestado "Matheus Pereira" do PSG que poucos golos marca.
Não entendo o empréstimo de Bruno Gaspar (mais um protegido de Keizer) ao Olympiakos sem ficar bem claro para os sócios o acordo sobre a questão Podence.
Não entendo se o problema são as heranças do passado (com muitas contas para acertar com jogadores e empresários), se o problema é o aperto financeiro, se o problema é a falta dum profissional competente à frente do futebol profissional, se o problema é dar o braço a torcer no que respeita ao treinador e equipa técnica.
O que entendo é que os objectivos do clube para esta temporada estão a ser postos seriamente em causa, felizmente o Braga e o Guimarães vão andar distraidos por causa da Europa, mas a oportunidade para ultrapassar pelo menos um dos rivais e chegar à Champions está a perder-se por completo. E não são os Pedros Brazes deste mundo que me vão pôr a pensar o contrário.
Sete golos em 26 jogos no Rio Ave na época passada não impressionaram os responsáveis leoninos: Gelson Dala vai estar outro ano fora de Alvalade, desta vez bastante mais longe.
Volto a possíveis caras novas para o plantel leonino, no dia que se fala no jovem francês Rosier. Pergunto:
1. Que jovens da Academia devem subir ao plantel principal? (Considero que Diogo Sousa ou Max devem integrar o plantel para começarem a subir na hierarquia e que Thierry Correia, Abdu Conté, Pedro Marques e Pedro Mendes devem ser observados ainda mais de perto).
2. Que emprestados devem integrar o grupo? (A meu ver Domingos Duarte e Mama Baldé são opções obrigatórias e Ivanildo Fernandes, Daniel Bragança, Elves Baldé, Gelson Dala e Matheus Pereira devem pelo menos seguir para estágio).
A equipa técnica do Sporting prepara-se para dispensar Carlos Mané e Matheus Pereira. Lá irão eles, recambiados para longe de Alvalade. Depois de terem sido despachados Geraldes, Palhinha, Demiral e Domingos Duarte. Tudo em escassas semanas.
Resta Jovane, solitário sobrevivente desta expulsão em massa dos jogadores formados na nossa Academia. Haverá alguém capaz de me explicar o que se passa? Eu, por mais que tente, não consigo perceber.
O Benfica, com Rui Vitória, lançou já nesta época três jovens na sua equipa principal: Gedson, Alfa Semedo e João Félix (que nos marcou um golo na Luz).
O FC Porto, com Sérgio Conceição, lançou entretanto o jovem Diogo Leite (que já marcou um golo no campeonato) e reforçou a aposta em André Pereira.
O Sporting, que sempre se orgulhou de estar na vanguarda da formação e de saber colher frutos desta aposta, tem remado na direcção oposta. Só neste mês prestes a terminar já despachámos, por empréstimo, Francisco Geraldes a um clube alemão, Domingos Duarte a um clube espanhol, Demiral a um clube turco (com opção de compra deste), João Palhinha ao Braga (ondé ficará por duas épocas e logo se estreou a marcar). Entretanto, Iuri Medeiros permanece emprestado ao Génova e já se fala nas saídas de Matheus Pereira e Carlos Mané.
Resta Jovane para salvaguardar os mínimos - resta ver por quanto tempo - enquanto continuam a chegar pseudo-craques do estrangeiro ao mesmo ritmo a que desembarcavam nos outros anos. Este não é o Sporting que eu quero.
Acho mal o Francisco Geraldes ser emprestado pois é melhor do que alguns que estão no plantel, que porventura vão ficar, e começamos a descaraterizarmo-nos sem jogadores da formação. E era mais que tempo para ter uma oportunidade a sério, até porque já é o 3.º ano em que enriquece a prestação de outras equipas (ao menos neste ano o mutuário não é do nosso campeonato). Mas já está e não tenho muito interesse em saber se se sentiu indesejado ou pouco desejado, ou o treinador não teve interesse nele. A diferença está em que nos 2 empréstimos anteriores ninguém se incomodou, quase não se viu uma linha a contestar essa política (quando havia um resultado menos conseguido do Sporting ou o jogador fazia um bom jogo, lá se ouviam umas vozes isoladas) e nem li nada do próprio como agora, que escreveu um texto cheio de mensagens. Porquê? Talvez por no Moreirense e no Rio Ave se ter sentido desejado ou o Presidente e treinador serem outros... o que é facto é que não teve a dimensão agora atingida em termos de “barómetro” de sportinguismo e crítica à SAD por parte dos entusiastas da discussão (chamar discussão é assim uma espécie de bondade...) nas redes sociais.
Na verdade, pressinto que isto é mais um episódio da divisão em que estamos. E, no fundo, é o Sporting que sai prejudicado pois começa a perder élan quanto ao tradicional aproveitamento de jogadores da formação. Vá la que deu para perceber que Jovane, por exemplo, deve ser acarinhado pois tem grande potencial. Mas a futura direção tem que fazer reflexão séria e profunda sobre o modelo de formação que temos, construir um percurso para os jovens em que não se cometam erros de avaliação, designadamente quando atingido o patamar competitivo mais elevado. Para isto há que ter colaboradores com elevado grau de conhecimento e profissionalismo, não nos devendo limitarmos apenas ao cv de quem foi jogador do clube há uns anos ou velha glória. São precisas equipas multidisciplinares, que façam o acompanhamento desportivo mas também escolar e acompanhem de perto a própria situação familiar dos miúdos. A Academia precisa de ser refundada através duma espécie de regresso às origens, formando jogadores e homens e dotando o Sporting de ativos, quer em termos de desempenho desportivo quer depois em termos de sustentabilidade do clube com a sua valorização e reconhecimento pelo mercado.
Por tudo isso desejo rapidamente o 9 de setembro, o regresso em definitivo à normalidade com nova direção democraticamente eleita e posto fim ao verdadeiro estado de exceção que vivemos há meses.
Leio na imprensa desportiva que Bruno de Carvalho quer três regressos ao plantel para a próxima temporada, não admitindo sequer discussão neste tema: Domingos Duarte, Francisco Geraldes e Matheus Pereira devem voltar a Alvalade, onde o primeiro nunca teve sequer oportunidade de se estrear na equipa principal.
Faz todo o sentido.
Temos neste momento apenas três defesas centrais no plantel (e um deles, André Pinto, contratado ao Braga, já revelou muitas limitações de ordem técnica) quando um dos melhores a jogar nesta posição em todo o campeonato, Domingos Duarte, foi formado em Alcochete e pertence aos quadros leoninos.
Uma das posições em que estamos mais desguarnecidos é a de ponta direita, à guarda exclusiva de Gelson. Em casos de lesão ou sanção disciplinar há que adaptar sempre um jogador àquela zona do terreno. Acontece que essa é a posição natural de Matheus, que se tem evidenciado como emprestado do Sporting ao Chaves.
O caso de Geraldes nem merece discussão. Como organizador e pensador de jogo, actuando no corredor central ou na faixa direita, é um dos talentos indiscutíveis da I Liga. Emprestado ao Rio Ave, depois de ter conquistado na época anterior a Taça da Liga ao serviço do Moreirense, também emprestado. É mais que tempo de fazê-lo regressar.
Mas para jogarem, todos eles.
Não para serem remetidos ao banco ou relegados para a bancada, à mercê dos caprichos de um treinador que tem demonstrado muito pouco apreço pela formação leonina.
Há pelo menos três jogadores nossos emprestados a outros clubes que têm vindo a confirmar as melhores expectativas. Francisco Geraldes, no Rio Ave. Jefferson, no Braga. Matheus Pereira, no Chaves.
É bom que o treinador leonino tenha isto bem presente antes de implorar ao presidente novas fornadas de brasileiros ou argentinos.
O Pai Natal é verde, meu caro Jorge Jesus. E - se reparares bem - a cor do teu sapatinho também.
Grande partida de Ryan Gauld esta noite na vitória do Aves sobre o Belenenses. O jovem escocês, emprestado pelo Sporting, marcou o golo do triunfo (2-1) e destacou-se como o melhor em campo.
Este é outro campeonato que vale a pena acompanhar. O campeonato dos nossos jogadores que actuam por empréstimo noutros clubes.
Alguns poderão voltar a jogar de verde e branco num futuro próximo.
Sai Paulo Oliveira, Adrien parece já uma carta fora do baralho, Domingos Duarte volta a ser dispensado. O mesmo deverá acontecer a Tobias Figueiredo, João Palhinha, Matheus Pereira, Francisco Geraldes e Iuri Medeiros.
Hão-de vir ainda um extremo-esquerdo, um novo defesa central, um lateral direito, um novo médio defensivo e talvez outro avançado. Quase meia equipa, o que torna este estágio na Suíça pouco menos que inútil para criar automatismos e fomentar espírito de grupo.
Eis o Sporting neste início do terceiro ano do reinado de Jorge Jesus.
Hoje fala-se no regresso de Carlos Mané a Alvalade. Espero que não aconteça. O dinheiro da sua venda (15 milhões de euros) dará mais jeito do que o seu contributo em campo e o rapaz, que parece boa pessoa e verdadeiro sportinguista, merece jogar e não ficar no banco como penso que aconteceria. Aliás, Jesus bloqueou a sua saída em janeiro de 2016 e depois pouco o utilizou.
Carlos Mané, emprestado pelo Sporting ao Estugarda, brilha na selecção sub-21, marcando dois dos três golos da vitória portuguesa frente à República Checa.
...a bela exibição de Carlos Mané, pelo Estugarda, ontem na Taça da Alemanha, ante do Borussia M´gladbach. O extremo fez um jogo de sacrificio, correndo quilómetros, ajudando a defender e sendo dos melhores a atacar. Não chegou para seguir em frente, mas a atuação do camisola 15 ficou na retina.
Francisco Geraldes, jogador do Sporting emprestado ao Moreirense, destacou-se na vitória de ontem da equipa de Moreira de Cónegos ao Feirense, em Vila da Feira (0-3). Desenhou o primeiro golo, assistiu no segundo e marcou o terceiro.
Depois de ter brilhado ao serviço do Sporting B na época passada, o nosso médio criativo - com apenas 21 anos - promete dar nas vistas no campeonato nacional de futebol 2016/17.
Um percurso a seguir com atenção.
ADENDA: Francisco Geraldes integra o onze da semana europeia, segundo a Gazetta dello Sport.
Na sequência de um fim de semana em que os meninos da B se exibiram a grande nível, e em que o nosso adversário não contou com 2 dos seus melhores jogadores, por estarem emprestados por nós, dei por mim a pensar:
"Quem das nossas promessas merece estar na equipa A?"
"Quem das nossas promessas deveria rodar e ganhar experiência numa equipa de primeira liga?"
Gostei de ver aquele moço formado na escola do Dragão, o Tiago Rodrigues, batendo-se há pouco em campo contra o Sporting como se não houvesse amanhã. O mesmo que, coitado, teve de falhar há escassas semanas o jogo do Nacional contra o FCP por motivos de natureza gastro-intestinal.
Felizmente já se mostrou curado da diarreia e esfarrapou-se em Alvalade, talvez para compensar a inactividade forçada do tal jogo que falhou. Fez bem. O Nacional perdeu na mesma, mas o espectáculo desportivo ganhou com isso.
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