Até que enfim
Esta época estava a ser monótona. Finalmente uma cabazada!
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Esta época estava a ser monótona. Finalmente uma cabazada!
Cheguei a Alvalade by noon e votei cerca das 13.30h, perto do presidente, que chegou um pouco depois de moi même.
Dei conta de centenas de sócios na fila que dava quase volta ao estádio, dentre eles Filipe Soares Franco, que chegou só e só continuou na fila (apenas a constatação do facto, sem outra qualquer interpretação), Vicente Moura que encontrei no parque de estacionamento e claramente esperava o presidente, José Eduardo, um pouco à minha frente, Daniel Sampaio, Marta Soares preocupado perguntando aos sócios se estava tudo a correr bem (e estava) e o semblante de sportinguismo que se via na face de todos os que ali estavam.
Provavelmente será batido o record de presenças em actos eleitorais.
Melhor demonstração de que o clube voltou a ser grande certamente não haverá.
Viva o Sporting!
E agora é a vossa vez de dizer "ouve lá meu, és parvo ou quê?"
- Ou quê, respondo-vos eu.
Anda por aí um candidato que não apresentou uma ideia, uma novidade, um arremedo de programa e pediu-me, por e-mail e sms que votasse nele. Atenta a falta de sumo da sua candidatura, só posso presumir que me tenha pedido o seu voto porque sim.
Em contrapartida, há outro candidato que para além de obra feita, surpresa! ainda se atreve a apresentar um programa credível. Se outro motivo não houvesse, este bastaria. Porquê? Ora, porque sim!
Depois de amanhã, voto Trump, quer dizer, Carvalho. Sobretudo por duas razões:
Uma: há muito que não era tão entusiamante ser-se do Sporting. Do fundo do poço de 2013 (culminar de uma longa decadência vinda de 2005) até ao pequeno milagre de 2014 e ao quase campeonato de 2016, fez-se um bom caminho. Depois de uns tropeções, a formação parece estar a endireitar-se. As modalidades mais importantes mantiveram-se a nível elevado, melhorando (futsal, andebol, atletismo...), ou ressuscitaram (hóquei, ciclismo...). O pavilhão vai abrir. As finanças saíram do estado de calamidade das últimas décadas. Falta juntar a isto um conjunto consistente de títulos. Depois do que foi feito até agora, acho que Bruno de Carvalho merece a oportunidade de outro mandato para os alcançar. A borrar esta pintura, aparece sobretudo o colapso do futebol nesta época. Sobre isto, direi mais qualquer coisa adiante.
A outra: o candidato alternativo. Podiam ter aparecido candidatos capazes de me convencer a votar neles. Em vez disso, apareceu este. Não sei bem o que dizer de uma pessoa que se revelou de uma inépcia extraordinária durante toda a campanha. Mas talvez valha a pena começar pelos tiques: o beto que julga que é bom só porque é beto, que monta um teatrinho lá em casa e ao qual os tios e as tias acham "o máximo, sei lá", que não se apercebe das figuras ridículas que faz ("dei uma sova ao seu amigo, pá!"). Continuando pela incompetência: durante este tempo todo, revelou-se incapaz de ser convincente sobre qualquer dossier (obras no estádio, fim do contrato de Jesus, novo treinador...). De repente, vi-me transportado ao pior do Sporting no passado: o amadorismo presunçoso, que faz tudo mal achando que está a fazer tudo bem, desse modo destruindo o património e a história do clube.
Dito isto, o novo mandato de Bruno de Carvalho deveria servir para corrigir os seus piores defeitos. Julgo que o principal desses defeitos é um ego pouco disciplinado. O ego é importante, mas se não for disciplinado pode ser pernicioso. Parece-me que o colpaso do futebol neste ano se deve em grande parte a isso. O seu ego, junto com o do teinador (de proporções semelhantes ou até maiores), deve tê-lo feito acreditar que este ano eram favas contadas. Daqui resultou um desleixo (seu e do treinador) na abordagem à época e aos jogos que foi trágica. É preciso mais método e mais atenção ao detalhe. Nesse sentido, a má época talvez até tenha servido de lição, revelando a Bruno de Carvalho (e a Jorge Jesus) que é preciso mais do que a vontade para triunfar. Se não serviu, então estamos mal: tudo o que de bom foi feito pode ruir de um momento para o outro. Por mim, dava já um pequeno conselho: que deixe de achar que o Sporting começou consigo (não se dizem coisas como "desde o Visconde que não se aumentava o património do clube" ou "o que era o Sporting antes de nós"?) - conselho que é aliás extensível ao treinador.
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