Escrevo este post como escrevi o ultimo, sem ver na TV nem resumo nem os casos do jogo, mas na bancada sente-se o jogo muito mais do que frente a qualquer TV. Por isso não me perguntem sobre a justeza do penalti ou sobre as possíveis expulsões de jogadores do Eintracht, que não faço mesmo ideia.
O que posso adiantar é que ao intervalo, com o Sporting a ser competente no controlo do jogo e a ganhar merecidamente por 1-0 e com um ambiente magnífico nas bancadas, a confiança que eu devia ter não existia, tinha era um pressentimento que não sabia bem como mas a coisa ia acabar mal. Se calhar pela história próxima, se calhar por ver meia equipa a jogar muito mais do que a outra metade, ver um Nuno Santos aleijar-se sózinho, um Ugarte ao pé-coxinho, e assistir aos amarelos idiotas a Matheus Reis e Paulinho.
Veio a segunda parte e tudo o que havia para correr mal correu, dum lance caricato veio o penalti, dois jogadores importantes na 1.ª parte deram lugar a outros dois que entraram muito mal no jogo, quase do nada surgiu o desequilibrio que permitiu a cavalgada para o segundo golo dos alemães e o jogo aí terminou. Meter Jovane, adiantar Coates e até Adán nos cantos é acreditar na repetição de milagres passados que se calhar não surgem mais, a estrelinha migrou para outras paragens.
E assim perdemos em casa com uns alemães completamente ao nosso alcance, quando nos bastava o empate, e fomos eliminados da Champions depois de duas grandes vitórias iniciais, muito por causa dos dois suicídios seguidos frente ao Marselha, da responsabilidade de dois dos jogadores mais experientes do plantel.
Mais uma vez o goleador do plantel, Pedro Gonçalves, recuou para médio, mais uma vez o Sporting perdeu o jogo, o que não admira. Ficamos sem um goleador de excelência, ganhamos um médio trabalhador e pouco mais.
Que dizer de bom depois duma desilusão destas? Finalmente alinhou quase a tempo inteiro o melhor trio defensivo do Sporting e esteve bem, apesar dos dois golos. Ugarte foi o mouro de trabalho do costume e Arthur Gomes substituiu no plantel com vantagem Tabata. O mesmo obviamente não se pode dizer de Trincão relativamente a Sarabia.
Assim seguimos para a Liga Europa, ainda sujeitos a uma eliminatória de acesso. Fraca consolação para os adeptos, mas mesmo assim importante para a motivação de treinador e plantel.
E agora? Agora vem aí o V. Guimarães no próximo sábado, e sem Nuno Santos, Ugarte e Morita vai ser tudo menos fácil.
Depois pode-se então fazer o balanço mais exaustivo desta meia temporada.
Só peço ao Rúben Amorim que se foque no seu trabalho. Ele, treinador talentoso e ganhador que anda revoltado consigo mesmo, que faça a reflexão necessária, fale o mínimo possível para o público, porque qualquer coisa que diga será usada contra si, e nos deixe a nós mandar bitaites, que somos bons nisso. Cada macaco em seu galho.
Ugarte, aqui enfrentando o ex-campeão mundial Mario Götze, não merecia esta derrota
Gostei muito da exibição de Ugarte no jogo de ontem, em que recebemos o Eintracht no mais decisivo embate da Liga dos Campeões. Jogou à campeão: ele e Porro foram dos nossos raros jogadores que mereciam seguir em frente na prova milionária. Mesmo com notórios problemas físicos, aguentou-se durante mais de uma hora. Saiu aos 63', claramente diminuído mas como exemplo de robustez psicológica para alguns colegas. O melhor Leão neste jogo já de má memória, com mais de 41 mil espectadores nas bancadas. O jovem uruguaio ganhou confrontos, fez recuperações, bloqueou o acesso da equipa adversária ao nosso reduto defensivo. E ainda foi dele a assistência para o nosso golo solitário, marcado por Arthur aos 39' - havia 1-0 favorável ao Sporting quando soou o apito para o intervalo. Estivemos a vencer durante 23 minutos graças a esse golo - o segundo do brasileiro ex-Estoril na Champions, também ele com actuação positiva. Se o nosso médio defensivo pudesse continuar até ao fim, mas em boa forma física, talvez a sorte desta partida tivesse sido outra.
Gostei do jeito que nos deu o Tottenham ao apontar o golo da vitória (1-2) em Marselha, no último lance do desafio, já com sete minutos extra de jogo. Golo que ocorreu escassos minutos após o fim do Sporting-Eintracht, com a nossa equipa fora das competições europeias quando havia entrado para a segunda parte em primeiro lugar no grupo D. Mas derrapámos ao permitirmos o empate (62', de penálti) e o triunfo da turma germânica (72', com Gonçalo Inácio batido em corrida numa fracassada tentativa de travar cavalgada de Muani). Dez minutos que nos levaram do céu estrelado ao fundo do poço, tombando do primeiro para o último posto. O golo salvador da equipa londrina colocou-nos no terceiro lugar, que dá acesso ao playoff da Liga Europa. Do mal, o menos.
Gostei pouco de confirmar que a nossa equipa só dura 45 minutos. Depois rebenta, no plano físico e anímico. Voltou a acontecer, mesmo tendo desta vez o treinador apostado num inédito onze titular (Adán; St. Juste, Coates, Gonçalo Inácio; Porro, Ugarte, Pedro Gonçalves, Nuno Santos; Edwards, Arthur e Paulinho). Daí a desorganização táctica em que mergulhou o Sporting após sofrer o segundo golo, nuns penosos 20 minutos finais em que o lema parecia ser «tudo ao molho e fé em Deus». Coates lá foi picar o ponto à frente, em desespero, como ponta-de-lança improvisado, e até Adán lhe imitou o exemplo no minuto que antecedeu o fim do jogo. Uma caricatura de futebol.
Não gostei do árbitro, que assinalou penálti a Coates aos 60' num lance em que o nosso capitão sofreu falta de Kamada - que viria a converter o castigo máximo. E permitiu que Jakic continuasse em campo mesmo tendo cometido segunda falta para cartão amarelo - que lhe valeria a consequente expulsão. Mas há que reconhecer: o Eintracht foi superior, sobretudo na segunda parte, que dominou por completo. Após o intervalo, o Sporting concedeu toda a iniciativa de jogo aos alemães, recuando 30 metros e remetendo-se como equipa pequenina ao reduto defensivo, procurando aliviar a bola de qualquer maneira. Uma vez mais, pecámos no capítulo ofensivo: só três remates, dois enquadrados, em toda a partida - nenhum na segunda parte. Incapazes de aproveitar um canto ou um livre. Sempre a perder no jogo aéreo. Alguns jogadores passaram ao lado da partida, com destaque novamente para Trincão: entrou aos 63' (rendendo um Edwards bastante apagado) e voltou a ser uma nulidade. Amorim insistiu em remeter Pedro Gonçalves ao meio-campo, retirando dele todo o potencial como goleador. Paulinho esteve quase a marcar... na própria baliza, logo aos 12', mas felizmente Adán impediu a bola de entrar com a melhor defesa da noite. Destaque ainda, pela negativa, para Nuno Santos. Mas só porque saiu lesionado, aos 32'. Outro jogador leonino no estaleiro.
Não gostei nada de vermos fugir mais um objectivo da época com esta derrota (1-2) em Alvalade frente à equipa de Frankfurt. Ao contrário do que sucedeu na temporada anterior, caímos na fase de grupos da Liga dos Campeões. Aqueles adeptos que adoram assobiar o hino da Champions devem estar felizes: não o ouviremos no nosso estádio durante o resto da temporada e provavelmente na próxima também não. Este tombo sucede após termos sido eliminados pelo Varzim da Taça de Portugal e quando a conquista do campeonato não passa de miragem, com o Benfica 12 pontos acima de nós e quatro outras equipas agora à nossa frente. Pior ainda: registámos esta noite o oitavo desaire da temporada em 18 jogos. Balanço: oito vitórias, dois empates, oito derrotas. Com 29 golos marcados e 24 (!) sofridos. É mau? Não: é péssimo.
Se calhar para o ano, é o mais certo, não vamos à Liga dos Campeões.
Mas melhor ainda, terei mais tempo para treinar aquele assobio estridente que até fere os tímpanos, que o gajo que está na fila atrás de mim faz soar aqui junto da minha orelha direita quando começa o hino da champions.
A gente não joga nada, é certo; Jogamos sempre com um a menos (hoje foram o Edwards na primeira parte e o Trincão na segunda), também é verdade, mas de vez em quando calha-nos um artista que nos faz a folha com uma limpeza das antigas. Hoje o Pinheiro que nos calhou inventou um penalti, perdoou um segundo amarelo a um alemão a meia hora do final e nas faltas e faltinhas foi condicionando o jogo.
Não me apetece falar das deficiências da equipa, nem das mais uma vez más substituições de Amorim.
Hoje falo de um filho da puta que a UEFA nos atravessou no caminho.
E eu vou lá estar, doido da cabeça... desta vez, a cores e ao vivo.
Francamente não consigo perceber o aparente desprezo com que alguns Sportinguistas encaram a Champions e assobiam o hino. Estar na Champions e passar a fase de grupos é essencial para a saúde financeira do Sporting e pela sua capacidade para competir com Benfica e Porto. Falhar a Champions, seja quem for o presidente, é ver cavar-se um fosso com os dois rivais que ficam com outros meios para investir e começar a ver os clubes regionais a morder-nos os calcanhares. É na Champions que o Sporting tem de estar todos os anos, e tem de poder e saber investir para isso mesmo, mas a história deste século é a seguinte:
00/01 - 4.º Lugar no Grupo (Augusto Inácio)
01/02 - NP
02/03 - NP
03/04 - NP
04/05 - NP
05/06 - NP
06/07 - 4.º Lugar no Grupo (Paulo Bento)
07/08 - 3.º Lugar no Grupo (Paulo Bento)
08/09 - 2.º Lugar no Grupo, eliminado nos Oitavos de Final (Paulo Bento)
09/10 - NP
10/11 - NP
11/12 - NP
12/13 - NP
13/14 - NP
14/15 - 3.º Lugar no Grupo (Marco Silva)
15/16 - NP
16/17 - 4.º Lugar no Grupo (Jorge Jesus)
17/18 - 3.º Lugar no Grupo (Jorge Jesus)
18/19 - NP
19/20 - NP
20/21 - NP
21/22 - 2.º Lugar no Grupo, eliminado nos Oitavos de Final (Rúben Amorim)
22/23 - Logo à noite saberemos
O Sporting vai ter hoje o primeiro "match-point" da época. Vitória ou empate significa a passagem pelo segundo ano consecutivo da fase de grupos da Champions e a terceira na história do clube, muitos milhões arrecadados, e mais uma subida no ranking europeu (somos o 33.º), uma injecção de ânimo importante para a luta pelo 2.º lugar da Liga. Derrota, significa morrer na praia, tudo o resto é incomparavelmente inferior e seguir numa época com grandes hipóteses de seguir ainda pior do que está a acontecer e ficarmos fora da Champions no próximo ano.
O confronto é com um Eintracht de Frankfurt que acabou de perder em casa com o Borussia de Dortmund, exactamente a equipa que vencemos no "match-point" análogo da época passada. E não pode contar nesse jogo por lesão com jogadores importantes (no caso quatro), como o Sporting não pôde contar com alguns no desaire em Arouca.
Pelo que vão ser duas equipas feridas no seu orgulho e debilitadas no seu plantel aquelas que se vão defrontar mais logo em Alvalade, um jogo em que a experiência europeia pode ser determinante para saber gerir o jogo e o resultado.
Na equipa do Sporting a grande questão é quem vai ser o "n.º 8", o médio-centro mais ofensivo. Não é que existam muitas opções fiáveis para a posição, mas a escolha de Amorim vai ser determinante para a definição do onze. As alternativas penso que são três: Ugarte com um trinco atrás, Pedro Gonçalves ou Sotiris (pode não ter estado bem em Barcelos, mas tem mais presença física que Mateus Fernandes). Para mim, seria Ugarte com Essugo (muito boa primeira parte em Arouca) nas costas, com Trincão a sair do onze, mas com todo o investimento feito em Pedro Gonçalves para a posição (que sempre considerei um desperdício sem sentido), chegar aqui e não ser ele, não acredito que Amorim o faça.
Paulinho fez um bom jogo em Londres enquanto foi aguentando as patadas dos defesas do Tottenham. E é essencial no controlo do meio-campo, com os recuos dele o 3-4-3 transforma-se num 3-5-2 que abre espaço para os slaloms dos dois interiores. E é importante também nas bolas paradas e nas duas áreas, não só na ofensiva, também na defensiva.
O modelo de jogo deverá ser decalcado da 1.ª parte do Tottenham-Sporting. Construir desde trás com calma, fazer a bola chegar a um dos interiores para ele tabelar com o Paulinho e sair em slalom. Quando em ataque continuado, explorar as combinações entre interior/ala do mesmo lado. Para marcar primeiro é preciso não sofrer um antes. E marcar primeiro é crucial.
Aposto por isso no seguinte onze,
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Porro, Ugarte, Pedro Gonçalves e Nuno Santos; Trincão, Paulinho e Edwards.
Com Nazinho, St.Juste, Essugo, Sotiris, Arthur GomeseFatawu os candidatos mais fortes para o banco a poderem ir a jogo depois.
Em tempo de guerra não se limpam armas, confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
Por razões pessoais que não interessam, tenho sido pouco assíduo por aqui.
Reconheço que felizmente, que às vezes no calor do momento vou sendo caustico e não estando e não escrevendo, pelo menos não erro.
Isto para dizer que mal vai um sócio ou adepto do Sporting que, mesmo numa situação de enfrentar uma equipa de um clube supostamente mais poderoso (vencedor da Liga Europa, sem derrotas, do ano transacto), não tenha a esperança, mínima que seja, de que os seus rapazes conseguirão ganhar e neste caso particular, matar o borrego, que era vencer pela primeira vez na Alemanha.
E eu tinha essa esperança, como tenho sempre. Mais esperançado estava/fiquei, quando vi a conferência de imprensa de lançamento do jogo e ouvi o treinador do Sporting. Pela enésima vez, eu sou um apoiante de Ruben Amorim e essa é uma premissa incondicional, mas por vezes critico-o (faz parte...). Ontem vi um rapaz, posso tratá-lo assim, é da idade do meu mais velho, com a maior calma do mundo dizer, com toda a convicção, que iria a Dortmund para ganhar. E fê-lo de uma forma que até a mim me deu mais uma injecção de confiança.
Assim, a vitória de hoje (ontem) começou a ser construída ontem (anteontem). A preparação deste jogo com os jogadores foi perfeita. Não sou mosca, não tenho informação do balneário, mas adivinho as palavras de Amorim, não ipsis verbis mas o seu conteúdo e o que é certo é que o plano traçado para a "batalha" de Frankfurt, foi cumprido quase na perfeição, já que nos momentos iniciais houve uns deslizes que não faziam parte da pauta e que nos poderiam ter saído caros. Mas deixando os "ses", o que aconteceu foi que os alemães não deram nem eine traque e nós demos, alto e em som estéreofónico, drei traques no seu salão de festas. E que festa fizeram os que lá estavam no estádio e todos os outros sportinguistas pelo mundo fora.
Obviamente que grande parte da "culpa" deste resultado histórico cabe também aos jogadores, que cumpriram o plano traçado e sem a sua perfeita actuação nada teria sido conseguido, mas se me desculparem eu direi que esta foi uma vitória com assinatura, por extenso. Uma vitória de/com autor.
O nome que lá está, sublinhado e a negrito, é: Rúben Amorim!
Gostei muito da nossa vitória neste jogo de estreia na Liga dos Campeões, ontem, em Frankfurt. Derrotámos o Eintracht por 3-0, com todos os golos a serem marcados na segunda parte, e amealhámos 2,8 milhões de euros para os cofres leoninos graças a este triunfo. Iniciamos assim da melhor maneira a nossa campanha europeia da nova temporada, conseguindo enfim vencer na Alemanha - meta nunca alcançada nos 14 anteriores desafios que ali disputámos. Acresce que não se trata de uma equipa qualquer, mas da detentora da Liga Europa 2021/2022. É um jogo que vai perdurar na memória da massa adepta sportinguista - sobretudo a segunda parte, que teve diversos momentos a roçar a perfeição, com inequívoca classe, incluindo nos três lances de golo.
Gostei da exibição de Edwards, o melhor em campo. Foi ele a marcar o primeiro, aos 65', rasgando a linha defensiva germânica, e o autor da assistência no segundo, dois minutos depois, num passe lateral para Trincão, que se estreou a marcar de Leão ao peito. Também Morita se destacou nesta sua estreia na Liga dos Campeões: mesmo amarelado aos 5', não se deixou condicionar e foi fundamental na construção dos dois primeiros golos. Destaque ainda para Adán, que regressou às grandes exibições, logo com uma enorme defesa aos 2', revelando-se muito seguro entre os postes. Porro, que aos 83' constrói o lance do terceiro golo, assistindo Nuno Santos após galgar 50 metros com a bola dominada junto à linha, foi outro herói do jogo. Destaque enfim para a maturidade de Coates, a combatividade de Ugarte e o regresso de Paulinho (só aos 79') após um mês de ausência por lesão.
Gostei poucoda primeira parte, em que segurámos bem os caminhos para a nossa baliza, mas só fizemos um remate, desperdiçando demasiado tempo em trocas de bola no nosso meio-campo defensivo e abusando de passes à queima que causam sempre sobressaltos, sobretudo nas linhas recuadas. Faltou baliza nesse primeiro tempo e alguma ousadia táctica assim que se percebeu que o Eintracht estava longe de ser a equipa dominadora e até avassaladora que alguns temiam. Felizmente Rúben Amorim soube dar um saudável abanão aos jogadores, motivando-os na conversa que travou com eles ao intervalo. Como se percebeu mal a partida foi reatada.
Não gostei do desempenho de Gonçalo Inácio, que continua a entrar em campo intranquilo e a errar passes em doses inaceitáveis - mesmo a jogar na sua posição natural, que é a de central à esquerda. Trincão ficou aquém do exigível na primeira parte, mantendo a tendência para adornar lances em excesso e revelando algum défice de intensidade no ataque ao portador da bola, embora acabasse por redimir-se quando marcou o golo.
Não gostei nada da lesão de St. Juste, ocorrida aos 50'. O central holandês, que foi titular em Frankfurt e estava a ter uma exibição muito positiva, viu-se forçado a abandonar o campo, cedendo lugar a Neto (que se mostrou à altura). Parece andar em onda de pouca sorte: viu-se impedido de actuar na pré-época por uma lesão traumática contraída num treino, atrasando a sua integração no grupo. Agora volta a parar, esperemos que não por muito tempo. Porque faz falta.
Antes de tudo o mais, ontem na capital financeira da Alemanha verificou-se uma grande vitória do Sporting Clube de Portugal face ao campeão da "Europe League" da época passada.
Disse o nosso treinador na conferência de imprensa: "O Eintracht tem muita qualidade técnica. Se partirmos o jogo todo de cima a baixo será difícil acompanhar o ritmo. (...) Queremos começar melhor, ter bola e ir directo para o golo. Não ter receio e fazer o que queremos."
E foi isso que o Sporting fez durante o jogo, impedir aquelas cavalgadas em que as equipas alemãs são mesmo demolidoras, baralhá-los nos esquemas de ataque que tinham pensado, deixar os espaços aparecerem com o tempo a passar, e com isso vir ao de cima a virtualidade dos jogadores mais adiantados.
As únicas oportunidades relevantes que o adversário teve resultaram de ofertas decorrentes de más decisões no processo de construir desde trás, passes péssimos de Ugarte e Neto, mas esse processo foi fundamental para construir a teia onde o adversário se enredou.
Por detrás da vitória claro que estiveram desempenhos individuais muito elevados. Finalmente tivemos o grande Adán da época passada, um trio de defensores de alto nível, mesmo Neto, que entrou a render um infeliz e grande jogador St.Juste, esteve muito bem tirando aquele passe sem nexo, os dois alas muito bem especialmente Porro naquele terceiro golo, nunca pensei que Ugarte e Morita conseguissem fazer na totalidade aquela fenomenal segunda parte, especialmente o japonês, já com um amarelo às costas, e aquele ataque móvel que a partir do momento em que o espaço apareceu, partiu tudo.
Foram 3-0 e até podiam ter sido mais.
Realmente aquele "soneca" inglês que Amorim escolheu e conseguiu no V. Guimarães, em que eu francamente não investia "5 tostões", esteve francamente soberbo naquela posição que não é nenhuma, é andar por lá, receber a bola e fazer o seu slalom, parando e arrancando como quem não quer a coisa, até alguma coisa acontecer de bom, remate ou assistência para golo.
Penso que foi a primeira vitória de sempre do Sporting em terras alemãs para as competições europeias, e logo por 3-0, mas foi a segunda do Sporting com Rúben Amorim frente a equipas alemãs, depois do 3-1 contra o Borussia de Dortmund em Alvalade.
Depois do mau arranque na Liga, depois das últimas alterações do plantel decorrentes do mercado de Verão, depois de todas as nossas dúvidas e de todas as nossas reservas (sem falar dos insultos dos ressabiados nas tascas do costume), Amorim consegue um feito que vai ficar na história do nosso clube por muitos anos.
Pelos troféus que já ajudou a conseguir para o museu e agora por este feito inédito na história do clube, merecia também lá uma estátua, como a daquele (nem vale a pena qualificar, coitadinho que lhe expulsaram o seu Taremizinho por ter feito um mergulhozinho, que injustiça...) treinador do FC Porto que já tem uma no museu do Dragão, mas aqui no Sporting não há estátuas para ninguém, só mesmo para o Leão, quando muito há uma frase idiota dum ex-presidente na base da mesma que teima em não desaparecer dali.
Rúben Amorim mostrou-nos ontem em Frankfurt o caminho que serve para todas as épocas no Sporting. Não é a "jogar como nunca e perder como sempre", como alguns parecem sempre desejar, mas saber jogar com as limitações e virtudes próprias e alheias, e partir daí para as grandes conquistas.
Foi realmente uma vitória "made by Amorim".
E que tal renovar-lhe o contrato? Estão à espera de quê? É para ontem...
Depois lá o convencemos sobre o ponta de lança bom de cabeça... Com jeitinho vai lá...
PS: Clube grande é assim, e o Eintracht é um campeão europeu. Perdem em casa por 0-3 e os adeptos cantam no final com o cachecol ao alto, demonstrando o seu maior amor ao clube. Também no Sporting aconteceu isso no final do jogo com o Man.City em Alvalade, onde ainda perdemos por mais. Clube pequeno é aquele em que sócios e adeptos assobiam a equipa e insultam jogadores depois das derrotas. Ou então o clube é grande e pequenos são mesmo eles.
Rubino Amorini armou a equipa à italiana antiga, a fazer ronha no vem-cá-vem e quando já nada se espera, um golpe cínico, aliás três. O minúsculo homem-que-não ri mostrou ser capaz de fintar uma defesa inteira de alemães pernaltas em cima de um guardanapo e no fim acabou por ser um jogo igual ao contra o Chaves mas exactamente ao contrário: em dois minutos demos cabo daquele que parecia estar por cima.
Ó senhores treinadores de bancada, que como os relógios parados conseguem ter razão duas vezes ao dia: pode-se dar a crise como suspensa, ou querem continuar a dizer como é que o Sporting devia alinhar?
Apoiante fervoroso de qualquer equipa do Sporting, fã da qualidade técnica-táctica de Rúben Amorim, da sua inteligência e liderança; admirador da gestão de Frederico Varandas, que lidera o clube sem ruído e, manifestamente, com rumo, capaz de criar núcleos coesos e equipas que tão bem representam o nosso emblema; sendo eu tudo isto e mais ainda no que ao Sporting diz respeito, findos os 90 e tal minutos jogados em Frankfurt, dei por mim olhando para o espelho e dizendo: Ó homem de pouca fé!
Confesso, esperava que os nossos fizessem boa figura na Alemanha, mas não acreditava que pudesse ser tão boa, tão superiormente melhor que a do adversário. Fomos categoricamente melhores. E isso deve-se à belíssima equipa que temos, à inteligência técnica-táctica de Amorim e à sua fortíssima liderança e, claro, à Direcção que em boa hora o contratou e tem conseguido contratar os jogadores que ele quer, e que mais uma vez, e desta vez de forma indiscutível, aspiracional e inspiradora, nos fazem sonhar e, sobretudo, acreditar que a Liga dos Campeões é o nosso palco nas competições externas e que por cá seremos campeões.
Obrigado, equipa por esta jornada europeia histórica que, tenho a certeza, marcará a viragem de toda a época para glórias futuras.
Noite negra para os velhos do Restelo e para os profetas da desgraça pintalgados de verde: o Sporting estreou-se em grande na Liga dos Campeões, arrasando o Eintracht em Frankfurt. Por três golos sem resposta. De Edwards, Trincão e Nuno Santos.
Foi a primeira vitória leonina de sempre na Alemanha.
Calculo que seja uma noite de pesadelo para os letais. É lidar, camaradas, é lidar.