Os tecnicistas
Pedro Gonçalves
Edwards
Trincão
Farão a diferença hoje?
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Pedro Gonçalves
Edwards
Trincão
Farão a diferença hoje?
Foi um jogo em que o Sporting demonstrou que é uma equipa doutro escalão deste Sp.Braga. Difícil mesmo de explicar a algum estrangeiro que por acaso tenha ido ver o jogo como é que ainda estamos com 5 pontos de atraso da mesma na Liga, concluída que foi a 1.ª volta. Mas o facto é que ainda estamos, e todos sabemos porquê.
Depois do 0-5 para a Taça da Liga o treinador do Sp.Braga esmerou-se e tentou anular o Sporting com um encaixe perfeito de sistemas tácticos, o 3-4-3 do Sporting contra o 3-4-1-2 do Sp.Braga, mas veio ao de cima a diferença de categoria individual e colectiva dos intérpretes.
A primeira parte foi toda do Sporting, muito pela acção conjugada dos dois médios Ugarte e Morita e dos dois interiores Pedro Gonçalves e Edwards. Marcou um golo numa magnífica assistência de St.Juste, podia ter marcado mais um ou dois, o resultado ao intervalo pecava por escasso.
Na segunda parte esperava-se que o Sp. Braga entrasse transfigurado, mas o jogo recomeçou igual, a equipa adormeceu a pedir uma falta inexistente e o Sporting marcou o segundo. Não contente com a sua responsabilidade na situação, o mesmo jogador que tinha caído a reclamar a referida falta foi por ali fora, sofreu desta vez mesmo uma falta, e não satisfeito com o apito do árbitro foi para cima dele reclamar forte e feio, levou swgundo amarelo e foi tomar banho.
Depois disso o Sporting ficou ainda mais confortável no jogo, foi refrescando a equipa e marcando mais golos. Acabou com cinco, podia ter acabado com sete ou oito, tantas foram as oportunidades.
Foi uma grande noite para Rúben Amorim, o arquitecto desta grande vitória, na prática uma dupla vitória:
1. O Sporting venceu de goleada o adversário que segue imediatamente à nossa frente na classificação, tornando mais próximo o objectivo de acesso à Champions. Um adversário que alguns diziam que tinha melhor plantel que o Sporting, que o seu presidente "trolha" é um génio do negócio, que isto e que aquilo. Nem o maior clube da cidade de Braga sabe os admiradores fervorosos que tem cá por baixo.
2. Num só jogo, o Sporting fez crescer o plantel duma forma que poucos conseguiriam prever, eu incluído. Esgaio fez a melhor exibição pelo Sporting desde que voltou do Braga, St.Juste esteve soberbo nos 90 minutos e teve uma assistência para golo, Fatawu demonstrou ser uma alternativa mais que válida para ala esquerdo, Chermiti esteve irreconhecível obviamente para melhor, pelo menos para mim. Grande trabalho de laboratório de Amorim nos últimos meses pós-lesão de que ninguém deu conta.
E como só o Paulinho é que tem de marcar golos para ser um bom ponta de lança, então temos ali um ponta de lança de qualidade que só mesmo Amorim sabia que existia.
Some-se a isto os bons desempenhos de Tanlongo no lugar de Ugarte e de Arthur no lugar de Edwards e temos mesmo de olhar para o plantel com outros olhos.
Melhor em campo? Marcus Edwards, pelo golo que marcou e pelas incursões em zonas interiores que protagonizou, extremamente perigosas para a defensiva contrária, e sempre solidário na acção defensiva (mais uma vez o dedo de Amorim a funcionar) mas todos os outros estiveram muito bem, com excepção dum tristonho Trincão. Que se passa contigo, rapaz, que estavas tão bem há um par de meses?
E agora? Agora é ir ganhar a Vila do Conde, tal como fizemos para a Taça da Liga. Mas não vai ser fácil.
Jogo a jogo lá chegaremos ao objectivo.
SL
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-FC Porto, da final da Taça da Liga, pelos três diários desportivos:
Edwards: 16
Porro: 15
Ugarte: 14
Gonçalo Inácio: 14
Matheus Reis: 13
Fatawu: 13
Pedro Gonçalves: 12
Trincão: 11
Nuno Santos: 11
Morita: 11
Coates: 11
Paulinho: 10
Adán: 10
St. Juste: 9
Tanlongo: 6
Arthur: 1
A Bola elegeu Edwards como melhor Leão em campo. O Jogo optou por Matheus Reis. O Record escolheu Porro.
GOLO DO ANO
Tirem o som deste vídeo, se quiserem, e concentrem-se nas imagens. Sobretudo entre os 35 e os 44 segundos. O tempo que demora a construir o excelente lance de golo convertido por Marcus Edwards. Em Londres, contra o Tottenham, para a Liga dos Campeões.
O nosso avançado marcava assim à equipa que o formou: foi a 26 de Outubro, aos 22', culminando uma jogada que começou a ser elaborada por ele e envolveu uma sucessão de tabelinhas até ser concretizada da melhor forma em remate cruzado e rasteiro, com o seu potente pé esquerdo, sem hipótese para Lloris.
Viemos de Londres com um precioso ponto que acabaria por nos dar esperanças de seguir em frente na Champions e - do mal o menos - nos conduziu aos oitavos da Liga Europa. E Edwards veio de lá com uma reputação ainda mais consolidada como um dos três elementos mais valiosos do nosso plantel actual (juntamente com Pedro Porro e Pedro Gonçalves).
Com apenas 24 anos, é craque. Dificilmente permanecerá em Alvalade após o desfecho da presente temporada, em que já leva nove disparos vitoriosos à sua conta.
Outro dos melhores golos leoninos no ano civil que há dias terminou foi também dele: a 19 de Março, contra o Vitória (seu anterior clube), em Guimarães. O primeiro que marcou de Leão ao peito.
Esperemos que ainda marque muitos mais.
Vale a pena destacar três menções honrosas de 2022, todas para lembrar também:
- O golo de Tabata no Leça-Sporting a 11 de Janeiro (vencemos 0-4);
- O golo de Matheus Nunes no Sporting-Rio Ave, a 13 de Agosto (ganhámos 3-0);
- O golo de Nuno Santos no Sporting-Casa Pia, a 22 de Outubro (ganhámos 3-1).
Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City
Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina
Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor
Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal
Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid
Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães
Golo do ano em 2018: Jovane, contra o Rio Ave
Golo do ano em 2019: Bruno Fernandes, contra o Benfica
Golo do ano em 2020: Nuno Mendes, contra o Portimonense
Golo do ano em 2021: Paulinho, contra o Boavista
CONFIRMAÇÃO DO ANO: EDWARDS
Se há jogador que é craque sem margem para dúvida, neste plantel leonino 2022/2023, é o n.º 10. O inglês Marcus Edwards, que o Sporting contratou há quase um ano ao V. Guimarães. Com apenas 24 anos, o extremo esquerdino impôs-se naturalmente como titular da equipa sob o comando de Rúben Amorim, que lhe confia boa parte das tarefas ofensivas do lado direito em incursões da ala para o interior.
Reservado, pouco expansivo e nada falador, este avançado exprime-se da melhor maneira quando tem uma bola nos pés. Sabe tratá-la como poucos na sua posição: exímio na finta, quase imbatível nos confrontos individuais, muito engenhoso na forma como varia a velocidade de jogo e confunde as defesas adversárias com súbitas aceleradelas de olhos fitos na baliza. Gosta de marcar golos e não costuma pedi licença para esse efeito.
Edwards não engana: teve excelente aprendizagem no Tottenham, um dos principais emblemas da Premier League. Fez toda a formação nos spurs e chegou a estrear-se na equipa A, em desafio da Taça da Liga, decorria a temporada 2016/2017. Aposta sem sequência: no Verão de 2019 chegou a Guimarães, onde rapidamente deu nas vistas. Em Janeiro de 2021, a administração leonina pagou 7,5 milhões de euros para contratá-lo e fixou a cláusula de rescisão de 60 milhões. Sabendo que o Tottenham mantém metade do passe do jogador.
Só por miopia do seleccionador Gareth Southgate Edwards não foi chamado ao Mundial do Catar, onde a equipa nacional inglesa caiu nos quartos-de-final. Os números da presente temporada ao serviço do Sporting dizem muito: o ex-vimaranense actuou 1493 minutos em 24 jogos, registando nove golos marcados. Mais seis do que os obtidos em 15 desafios de Leão ao peito na meia-época anterior.
Imprescindível nas competições nacionais, brilhou sobretudo em dois confrontos da nossa equipa para a Liga dos Campeões precisamente contra o clube que o formou. Primeiro no embate em Lisboa (vitória leonina por 2-0), depois em Londres, ao marcar o golo do empate (1-1) que lá fomos arrancar e nos valeu merecidos elogios na imprensa britânica.
No desafio de Alvalade, protagonizou uma jogada excepcional, aos 45'+2, em que parecia imitar Maradona ou Messi ao entrar como faca por manteiga pela defensiva do Tottenham. Lance que só não deu golo (tal como outro, aos 67') devido a magnífica defesa de Lloris.
Edwards tem sido um dos artífices das melhores exibições leoninas: Amorim não esconde que quer mantê-lo pelo menos até ao final da temporada. Resta ver se a administração liderada por Frederico Varandas conseguirá resistir ao crescente assédio ao jogador, que tem contrato até 2026. Por vontade dos adeptos, irá cumpri-lo até ao fim.
Confirmação do ano em 2012: André Martins
Confirmação do ano em 2013: Adrien
Confirmação do ano em 2014: João Mário
Confirmação do ano em 2015: Paulo Oliveira
Confirmação do ano em 2016: Gelson Martins
Confirmação do ano em 2017: Podence
Confirmação do ano em 2018: Bruno Fernandes
Confirmação do ano em 2019: Luís Maximiano
Confirmação do ano em 2020: Palhinha
Confirmação do ano em 2021: Matheus Nunes
Como é que Gareth Southgate, o seleccionador de Inglaterra (que se mantém em funções), e Luis Enrique, o seleccionador de Espanha (que já foi destituído), não convocaram Edwards e Porro para o Mundial do Catar?
Ainda estou para saber.
Se há verdadeiros craques, nesta equipa leonina da temporada 2022/2023, são precisamente estes dois.
Bastou uma vitória caseira por 5-0 contra um clube que é o melhor de Portugal tirando os 3 grandes para que tudo o que de pior aconteceu até agora nesta temporada fosse esquecido, para que o Paulinho fosse o maior e não importasse o que custou, para que o Trincão afinal até seja um bom jogador, para que Amorim seja um génio táctico do 3-4-3 e não o burro e teimoso doutros momentos.
E no entanto o que aconteceu nesse e nos últimos jogos apenas reflecte o tempo e a tranquilidade que existiu para treinar, e a evolução dos jogadores dentro do modelo de jogo e de treino, especialmente daqueles que chegaram esta temporada. E como Trincão e Edwards já conquistaram o seu espaço, também outros lá chegarão.
Mas tudo o que de bom aconteceu não pode servir para esquecer os problemas que continuam a afectar o plantel, nomeadamente a escassez de soluções para determinadas posições e a falta global de envergadura física. Basta tentar alinhavar um onze alternativo ao que entrou em campo em Alvalade no último jogo para perceber quais as posições em causa.
Bragança infelizmente parece que perdeu a época, e logo esta que poderia ter sido a da sua afirmação. Neto também a perdeu naquela entrada descuidada do jogador do Portimonense. Quanto a St.Juste, a lesão sofrida na pré-época condicionou tudo o resto, e agora tem de ser gerido "com pinças".
Depois há aqueles como Esgaio, Jovane e Rochinha, que quanto mais querem menos conseguem. Algum deles poderá dar a volta, mas duvido.
Valores emergentes para o resto da temporada, sempre disponíveis para aproveitar da melhor forma as oportunidades que surgirem, parecem-me Marsà, Essugo, Fatawu e Arthur.
Quem poderia vir no mercado de inverno para reforçar o plantel? Para mim o principal problema está no eixo central e nas posições 6, 8 e 9, os seja os 2 médios-centros e o ponta de lança, pela falta de alternativas válidas para as posições de alto desgaste de Ugarte, Morita e Paulinho. Virá mesmo alguém? Não sei.
O futebol é o momento. Vem aí um conjunto de desafios muito complicados, outra vez as competições europeias no meio da semana, e podemos depressa voltar a uma situação pouco desejável e nessa altura lá virão os bota-abaixo do costume, os ressabiados com contas para saldar, os candidatos da treta, as claques a insultar os jogadores, etc.
Importa ter confiança mas importa também cuidar do escoamento de águas da casa enquanto não chove...
SL
Ontem à noite em Alvalade o Sp.Braga foi literalmente atropelado na 1.ª parte do jogo por um Sporting que finalmente teve tempo para treinar aquele quarteto ofensivo. Defesa muito concentrada, equipa sempre com o pé no acelerador, aproveitamento da largura pelos alas, os dois interiores a recuar para pegar na bola e fazer miséria na área adversária, Paulinho com ordem para rebentar com aquilo tudo, sempre com um olho na baliza e outro em Musrati.
No primeiro golo Paulinho assistiu, no segundo marcou, no terceiro Edwards foi rasteirado na área e deu penálti marcado por Pedro Gonçalves, no quarto marcou Trincão, no quinto Edwards foi de novo rasteirado na área e desta vez marcou.
Pelo meio, duas grandes oportunidades perdidas por Paulinho e Pedro Gonçalves.
Nos primeiros 45 minutos do Sp.Braga nada, coisa nenhuma. Como é que esta equipa está à frente do Sporting na Liga eu até percebo porque estive a cores e ao vivo em quase todas as derrotas do Sporting. Mas por amor da Santa, quem compara este Sporting Clube de Portugal com este Sporting Clube de Braga deve andar a abusar da bagaceira de vinho verde. Mesmo boa, mas depois não se pode confiar no que se diz.
Não é vergonha nenhuma para o Sp.Braga levar 5 do Sporting dada a diferença de capacidade entre os dois clubes. Como o não é quando o Sporting perde por números idênticos com Ajax ou Man.City, e nem me vou dar ao trabalho de pesquisar com quem Benfica e Porto já levaram cabazadas.
Na 2.ª parte veio a chuva, o terreno foi ficando cada vez mais pesado e as duas equipas começaram a abusar dos lances individuais, todos condenados ao insucesso. O tempo foi passando até ao final sem muito para destacar.
Enquanto o Braga foi refrescando a equipa ao longo do jogo, Rúben Amorim resistiu imenso às substituições. E a verdade é que todos os que entraram, Essugo, Arthur, Sotiris, Jovane e Esgaio, nada fizeram de registo. No caso do Jovane, o que fez foi mesmo uma sucessão de disparates.
Curiosamente, do onze inicial de Amorim, dois vieram do Famalicão, dois vieram do Sp.Braga (um via Barcelona), um veio do V. Guimarães, dois vieram do Rio Ave. Seria alguma vez isso possível há uns anos? Duvido. Mérito de quem?
Melhor em campo? Todo o onze inicial esteve a nível excelente, mas diria Edwards ou Paulinho. Entre os dois não sei dizer.
E agora? Ganhar ao Paços de Ferreira.
SL
Porro, um dos dínamos da nossa equipa na goleada de ontem ao Braga
Foto: Tiago Petinga / Lusa
Gostei muito da goleada desta noite em Alvalade. Houve manita: o Sporting fulminou o Braga por 5-0. Passámos às meias-finais da Taça da Liga, afastando a turma minhota da competição. Resultado construído ao intervalo. Com golos de Gonçalo Inácio (5'), Paulinho (7'), Pedro Gonçalves (20'), Trincão (41') e Edwards (45'+3). Um festival de futebol de ataque, com excelentes passes, recepções orientadas, assistências e golos numa partida em que todo o nosso onze titular esteve em alta rotação, exibindo intensidade e classe. Nada fácil escolher o melhor em campo: elejo Edwards por ter conquistado dois penáltis - o primeiro convertido por Pedro Gonçalves, o segundo por ele próprio - e protagonizado os momentos mais vistosos de futebol ofensivo com o seu inegável virtuosismo técnico como interior direito, marcando o compasso do nosso ataque. Também Paulinho, Trincão, Porro e Nuno Santos justificam destaque numa partida em que o colectivo leonino funcionou como raras vezes temos visto nesta temporada. Correspondendo ao apelo que aqui lhes fiz.
Gostei que tivéssemos terminado mais um jogo sem sofrer golos. Foi o sexto consecutivo a vencer, para duas competições: registamos 23 golos marcados e apenas um sofrido nestas partidas. Só na Taça da Liga, título de que somos detentores há duas temporadas, levamos agora o melhor registo de sempre: quatro vitórias, com 18 marcados e nenhum sofrido. Demonstração inequívoca de saúde animica da nossa equipa. Conclusão óbvia: fez-nos muito bem esta interrupção do campeonato imposta pelo calendário do Mundial.
Gostei pouco da chuva muito forte que caiu ontem em Alvalade durante toda a segunda parte, prejudicando o espectáculo e contribuindo para a quebra de rendimento do Sporting, que no entanto foi superior ao Braga, sem a menor contestação, até ao apito final. Adán limitou-se a duas defesas, uma em cada parte do jogo. Não era preciso carregar mais no acelerador: o resultado estava construído ao intervalo. Também é verdade que nenhum dos suplentes esteve ao nível dos titulares: Jovane (por Paulinho, 71'), Dário (por Ugarte, 71'), Esgaio (por Porro, 76'), Arthur (por Trincão, 76') e Sotiris (por Edwards, 86').
Não gostei da fraquíssima assistência, com pouco mais de vinte mil espectadores nas bancadas - mas o alerta das autoridades para outra noite de temporal em Lisboa - embora sem impor a realização do jogo à porta fechada, como tinha sucedido no Sporting-Marítimo - contribuiu decerto para desmobilizar muita gente. Foi pena: esta goleada leonina merecia ter sido testemunhada por muito mais adeptos ao vivo.
Não gostei nada dos "olés" soltados por certos membros das claques e da habitual javardice a que alguns chamam "cânticos". Nada disto tem a ver com o espírito leonino. Alguns imbecis teimam em copiar os piores modelos. Acabam por não se distinguir deles - e talvez a intenção seja mesmo essa. Deviam todos juntar-se num recinto qualquer e entoarem os tais "cânticos" uns para os outros. Tão distantes de nós quanto possível.
Imagem que reflecte bem esta partida: pressão alta leonina do princípio ao fim
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Mais vale tarde que nunca. Regressámos às vitórias, após três derrotas consecutivas para duas competições diferentes. Perante o nosso público, com fraca afluência nas bancadas (pouco mais de 27 mil espectadores), o Sporting teve um triunfo concludente, sem a menor contestação, num desafio de sentido único. Sempre com pressão alta leonina, de olhos fitos na baliza vitoriana. Procurando dois objectivos: marcar cedo e ultrapassar a turma minhota na classificação. Ambos foram concretizados.
Logo nos primeiros 20 minutos, três oportunidades desperdiçadas: Pedro Gonçalves, em excelente posição, atirou ao lado, Morita rematou forte mas permitiu a defesa de Bruno Varela e Porro cabeceou a rasar o poste.
Seria mais do mesmo? Não. Desta vez houve uma inegável diferença de atitude: nada a ver com o estilo pastoso e molengão da jornada anterior, em Arouca, onde deixámos três pontos. A equipa mostrou-se veloz e acutilante, com Matheus Reis a desenhar sucessivos passes de ruptura e Arthur muito dinâmico nas transições, confirmando que tem valor para ser titular. Porro desequilibrava à direita, Morita apoiava o ataque avançando vários metros para além de Ugarte. Pequenas alterações no sistema do treinador que deram fruto.
O Vitória ajudou quando Afonso Freitas, já amarelado, fez segunda falta para cartão em lance que até poderia merecer vermelho. Manuel Mota, anteontem com boa actuação em Alvalade, não hesitou, expulsando o jogador faltoso. Era o minuto 27': a partir daí jogámos sempre em superioridade numérica, o que muito nos ajudou neste triunfo robusto.
Vendo este Sporting tenaz e confiante faz-nos concluir que o potencial está lá, apesar dos desaires já registados. Nem podia ser de outra forma: no sábado à noite havia seis campeões nacionais 2021 entre os nossos onze que entraram de início. Toda a diferença esteve na energia posta em campo por quase todos.
Rúben Amorim foi arguto na leitura do jogo. Nomeadamente ao trocar Nazinho por Edwards aos 33': o inglês foi a figura da partida, com dois golos marcados e assistência para um terceiro. É agora o nosso principal artilheiro, destronando Pedro Gonçalves.
O V. Guimarães, sempre pressionado, mal conseguiu sair do seu reduto. E nem um remate enquadrado conseguiu fazer: Adán teve uma noite tranquila. O Sporting esteve sempre mais perto do 4-0 do que os minhotos do 3-1.
Menos positivo foi o trabalho de alguns dos suplentes. Rochinha, Sotiris e Trincão, cada qual a seu modo, tardam a vingar como verdadeiros reforços leoninos.
De qualquer modo, o principal foi feito: nossa segunda vitória mais expressiva no campeonato - dois meses após a goleada ao Portimonense, por 4-0, em Alvalade - e regresso que já tardava a um desfecho sem golos sofridos. Prenúncio de mudança de ciclo, no melhor sentido do termo? É cedo para dizer.
O facto é que subimos na classificação, ultrapassando o Vitória: estamos agora em quinto lugar. E só não ascendemos ao quarto posto porque o Casa Pia - equipa sensação desta Liga 2022/2023, venceu ontem o Braga como visitante. Estamos, à 12.ª jornada, a três escassos pontos do terceiro posto, ocupado pela turma braguista. Que, não esqueçamos, ainda terá de se deslocar ao nosso estádio.
Só dependemos de nós para atingir o pódio
Breve análise dos jogadores:
Adán - Noite de pouco trabalho: não fez uma defesa digna desse nome. Tranquilo entre os postes, recebeu de Coates a braçadeira de capitão aos 64'. Distinção merecida.
Gonçalo Inácio - Voltou a fazer duas posições, primeiro como central à direita, depois no eixo. Vital no lance em que foi carregado em falta, deixando o Vitória só com dez.
Coates - Atento, com rigor posicional, o internacional uruguaio liderou a manobra defensiva até aos 64', quando saiu - já com 3-0 - para ser poupado a sobrecarga muscular.
Matheus Reis - Talvez a sua melhor partida desta época. Como central mais incursor. Deu a Porro hipótese de marcar (20'). Isolou Pedro Gonçalves (31'). Assistiu no primeiro golo (34').
Porro - Deu suplemento de vitalidade à equipa. Destacou-se sobretudo nos cruzamentos (18', 51', 55'). É dele o remate que, com emenda de Edwards, originou o primeiro golo.
Ugarte - Chegou e sobrou para travar as raras incursões ofensivas minhotas, instalando um tampão na linha do meio-campo. Missão cumprida: aos 64' deu lugar a Sotiris.
Morita - Veio de lesão em boa forma. Tentou o golo com remate forte (20') e meteu-a lá dentro, à ponta-de-lança (40'). Só fez a primeira parte, por precaução: estava amarelado.
Nazinho - Voltou a ser aposta como titular, na lateral esquerda. Vai ganhando experiência de jogo para jogo. Substituído cedo, logo aos 33', quando já jogávamos com um a mais.
Pedro Gonçalves - Regressou ao tridente ofensivo, alternando de ala com Arthur. Apático, continua sem se reencontrar com os golos. Teve a baliza à mercê (18'), mas atirou ao lado.
Arthur - Parece tão dinâmico à esquerda como à direita, como interior móvel. Manteve o reduto defensivo vitoriano em sobressalto, sobretudo no primeiro tempo.
Paulinho - Arrasta marcações, abre espaços lá na frente, mas continua a faltar-lhe o essencial: o golo. Desta vez até marcou, com um remate rasteiro, mas estava deslocado.
Edwards - Foi ele quem mais fez a diferença. Entrou aos 33' - no minuto seguinte abriu o marcador. Assistiu no segundo golo e marcou o terceiro. De longe o melhor em campo.
Rochinha - Substituiu Morita na segunda parte. Perdeu-se em acções inconsequentes. Protagonizou uma cena caricata ao colidir com Paulinho (85') à entrada da grande área.
Sofiris - Rendeu Ugarte aos 64'. Muito impulsivo, nota-se que anda cheio de vontade de mostrar serviço. Mas precisa de maior disciplina táctica e maior ponderação em campo.
St. Juste - O melhor dos suplentes. Bom no passe, na recuperação, no controlo posicional. Substituiu Coates aos 64', ajudando a fechar o caminho para a nossa baliza.
Trincão - Entrou aos 64', rendendo Porro. Mantém exibições muito abaixo das expectativas que gerou. Bom lance individual aos 69', mas insuficiente para merecer nota positiva.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-V. Guimarães pelos três diários desportivos:
Edwards: 20
Porro: 19
Matheus Reis: 18
Morita: 16
Arthur: 16
Ugarte: 15
Coates: 15
Paulinho: 15
St. Juste: 14
Adán: 14
Gonçalo Inácio: 14
Pedro Gonçalves: 14
Trincão: 13
Nazinho: 12
Sotiris: 11
Rochinha: 10
Os três jornais elegeram Edwards como melhor em campo.
Ainda não foi desta que Rúben Amorim engrossou a lista dos treinadores despedidos no Sporting, e por mim nunca o será. A forma como soube encarar esta crise de resultados da qual ele é o primeiro responsável apenas fez reforçar esta minha convicção. Mas para isso acontecer é preciso que os jogadores continuem a acreditar no treinador e no modelo de jogo proposto, e ontem eles demonstraram mais uma vez isso mesmo, correndo e lutando os 90 minutos com enorme garra.
Como podem comprovar aqueles que vão lendo o que escrevo, nunca concordei com aqueles que dizem que Amorim é teimoso e não tem plano B. Seguindo a ideia do Sporting ser cada vez mais uma equipa grande no terreno de jogo, o treinador tem ido atrás de variantes do 3-4-3 bem diferentes umas das outras, do malfadado ataque móvel de Arouca com Pedro Gonçalves no meio-campo para este de Alvalade com Morita a encostar-se à linha ofensiva, a forma de atacar foi bem diferente.
Grande jogo ontem em Alvalade. Muita pena de não ter podido lá estar, ver na TV não é a mesma coisa. Equipa muito bem distribuída no terreno, intensidade, velocidade de execução, desmarcações constantes na linha ofensiva, centros em diagonal bem feitos, perigo constante na pequena área adversária.
Claro que a expulsão mais que justa do jogador do V.Guimarães aos 22 minutos, ainda com 0-0, a que Amorim reagiu trocando Nazinho, que até estava em bom plano, e a passagem de Arthur para ala, tornou tudo mais fácil, mas só mesmo um grande falhanço de Pedro Gonçalves e muito azar de Morita não tinham já dado golo.
E logo depois veio um grande golo, com Matheus Reis a entrar nas costas de Arthur, a sentar o defesa contrário e a centrar excelentemente ao segundo poste para Porro concluir de cabeça.
A partir daí o jogo não teve história. O V.Guimarães defendia com nove junto ao seu guarda-redes, o Sporting atacava sem cessar, os cantos sucediam-se, dum deles a bola sobrou para Edwards que progrediu muito bem naquele seu jeito que ninguém entende o que dali vai sair e assistiu excelentemente o Morita ao segundo poste para novo golo.
Com o jogo resolvido ao intervalo, Amorim aproveitou a 2.ª parte para moralizar algumas das aquisições mais criticadas esta época. Assim Rochinha, Trincão, Sotiris e St.Juste tiveram oportunidade para se destacar. Não que o tenham conseguido. Trincão ofereceu um golo desperdiçado a Pedro Gonçalves, mas apenas isso.
O jogo não terminou sem um remate feliz de Edwards que deu o terceiro golo, e mais um golo invalidado a Paulinho por 43 cms, que seria o tal "golo à ponta de lança" que teimam que ele é incapaz de fazer.
Belo jogo, bom resultado, sem lesões a assinalar, tudo bem menos a falta de golo de Pedro Gonçalves, da qual se calhar o maior culpado é Amorim pelas razões conhecidas. A polivalência é um conceito muito interessante, mas a especialização também, e trocar o "pote de ouro" da equipa por mais um "pote de cobre" não faz sentido nenhum.
Melhor em campo? Edwards, obviamente.
E agora? Foi a quarta vitória nos últimos cinco jogos para a Liga, temos de ir à procura da quinta, em casa do sempre difícil Famalicão, para chegarmos à pausa a 4 ou menos pontos do Porto.
Depois se verá. Jogo a jogo iremos lá chegar.
SL
Matheus Reis e Porro festejam o primeiro golo
(Foto: José Sena Goulão / Lusa)
Gostei
Do triunfo em casa frente ao V. Guimarães. Vitória concludente contra a equipa minhota, que vinha de sete jogos sem perder (seis para a Liga, um para a Taça) e estava à nossa frente no campeonato. Resultado: 3-0, com 2-0 ao intervalo. Domínio total do onze leonino, sem que Adán necessitasse de fazer uma só defesa. Teremos mesmo dado um pontapé na crise após três jogos seguidos sem vencer?
De Morita. Regressou à equipa após breve afastamento por lesão. E veio em boa forma. Foi um dos mais acutilantes no primeiro tempo. Marcou o segundo golo, rematando com o pé esquerdo. Já aos 20' propiciara a defesa da noite a Bruno Varela com um tiro fortíssimo que levava selo de golo. Amarelado aos 15', saiu ao intervalo por precaução. Exibição muito positiva do internacional japonês, já convocado para o Mundial - onde defrontará Alemanha, Espanha e Costa Rica.
De Porro. Sempre um dos mais inconformados. Joga no limite, procurando acelerar o jogo. Foi dono e senhor no flanco direito. Bom desempenho, coroado com o pontapé que levou à marcação do primeiro golo, aos 34', que Edwards desviou para a baliza. Grandes cruzamentos aos 18', 51' e 55'. Um dos obreiros desta vitória.
De Edwards. Melhor em campo. Entrou aos 33, substituindo um inócuo Nazinho, e logo no minuto seguinte o Sporting abriu o marcador, com a bola cabeceada por Porro a tabelar nele e a entrar. Aos 40', assistiu Morita no segundo. E aos 55' voltou a marcar, coroando uma jogada individual de insistência contra a muralha vitoriana. Assim fixou o resultado, com um potente remate em arco que ainda embateu num defesa, traindo Bruno Varela. O inglês, ex-jogador do Vitória, não festejou. Mas nota-se que é cada vez mais influente de Leão ao peito. Oxalá permaneça na equipa após o mercado de Inverno.
De Matheus Reis. Desempenho irrepreensível do brasileiro, que entrou como central à esquerda mas actuou principalmente como lateral ou até médio-ala, ajudando a esticar e alargar o jogo leonino. Foi ele, de longe, o defesa mais incursor no meio-campo adversário com diversos passes de ruptura (20', 29', 31') e assistência no primeiro golo.
De St. Juste. Continua sem fazer um jogo completo de verde e branco. Mas voltou a demonstrar talento ao substituir Coates, iam decorridos 64'. Atento nas coberturas, veloz na recuperação do espaço, capaz de romper linhas com passes bem medidos. Merece mais tempo de jogo. A equipa beneficiará com isso.
De Rúben Amorim. No dia em que cumpriu 100 jogos como treinador na Liga - e 125 jogos ao serviço do Sporting - viu a estrelinha voltar a brilhar quando o árbitro Manuel Mota decidiu expulsar o vitoriano Afonso Freitas, com segundo amarelo, logo aos 27'. Jogar contra dez a partir daí foi decisivo para dar inspiração e confiança à nossa equipa. O treinador recebeu mensagens de incentivo no estádio, por escrito e verbalmente, e desta vez as suas apostas foram bem-sucedidas. Quando urgia rectificar, não hesitou em fazê-lo (troca de Nazinho por Edwards, saída de Morita para evitar um segundo amarelo, substituição de Coates já com o jogo em 3-0 para poupar o capitão ao acréscimo de fadiga muscular). Esta noite terá bons motivos para dormir tranquilo.
De não termos sofrido golos. Há quase dois meses que não sucedia. Desde a goleada (4-0) ao Portimonense em casa, em 10 de Setembro. Vínhamos de dez jogos para todas as provas sempre com as nossas redes devassadas.
De subirmos na classificação. Éramos sextos no início desta partida, ultrapássamos o V. Guimarães, que estava à nossa frente. E para já também o Casa Pia, que amanhã enfrenta o Braga. Tendência ascendente, agora com 22 pontos: é disto que precisamos.
Não gostei
De ver o estádio com pouco mais de metade da lotação. Desta vez só compareceram 27.324 espectadores nas bancadas de Alvalade. Consequência directa do mau momento que tem atravessado a nossa equipa, já afastada da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, e com fraquíssimo desempenho neste primeiro terço do campeonato 2022/2023.
De Sotiris. O treinador voltou a mostrar-lhe confiança, fazendo-o entrar aos 64', para poupar Ugarte a maior desgaste. Mas o médio grego ainda está longe de justificar a presença na equipa principal. Falta-lhe concentração, discernimento e disciplina táctica. Aos 85' precipitou-se e entregou a bola ao adversário. Noutro contexto, de maior responsabilidade e frente a uma equipa mais perigosa, poderia ter causado dano.
De Rochinha. Fez toda a segunda parte, substituindo Morita, mas foi muito inferior ao japonês. Inofensivo nas incursões atacantes, improdutivo na manobra colectiva, incapaz de se revelar um verdadeiro reforço.
De não termos marcado mais um golo. Foi só quanto faltou para que esta expressiva vitória se transformasse em goleada.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Tottenham-Sporting, para a Liga dos Campeões, pelos três diários desportivos:
Edwards: 18
Adán: 17
Gonçalo Inácio: 17
Ugarte: 17
Arthur: 16
Paulinho: 16
Coates: 16
Matheus Reis: 16
Porro: 16
Nuno Santos: 15
Trincão: 14
St. Juste: 12
Fatawu: 12
Mateus Fernandes: 11
Morita: 11
Nazinho: 9
O Jogo e A Bola elegeram Edwards como melhor em campo. O Record optou por Ugarte.
«Marcus Edwards, o pequeno grande homem que ilude as defesas adversárias com a fantasia genial dos verdadeiros desequilibradores. Não vai ser nada fácil ter de enfrentar um endiabrado destes, que de jogo para jogo está mais resoluto em visar a baliza.»
Tiago Oliveira, neste meu postal
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Eintracht Frankfurt-Sporting, da Liga dos Campeões, pelos três diários desportivos:
Edwards: 21
Coates: 20
Adán: 19
Porro: 19
Nuno Santos: 18
Gonçalo Inácio: 18
Trincão: 18
Neto: 17
Morita: 17
St. Juste: 16
Pedro Gonçalves: 16
Matheus Reis: 15
Ugarte: 14
Rochinha: 12
Paulinho: 11
Os três jornais elegeram Edwards como melhor em campo.
Gostei muito da nossa vitória neste jogo de estreia na Liga dos Campeões, ontem, em Frankfurt. Derrotámos o Eintracht por 3-0, com todos os golos a serem marcados na segunda parte, e amealhámos 2,8 milhões de euros para os cofres leoninos graças a este triunfo. Iniciamos assim da melhor maneira a nossa campanha europeia da nova temporada, conseguindo enfim vencer na Alemanha - meta nunca alcançada nos 14 anteriores desafios que ali disputámos. Acresce que não se trata de uma equipa qualquer, mas da detentora da Liga Europa 2021/2022. É um jogo que vai perdurar na memória da massa adepta sportinguista - sobretudo a segunda parte, que teve diversos momentos a roçar a perfeição, com inequívoca classe, incluindo nos três lances de golo.
Gostei da exibição de Edwards, o melhor em campo. Foi ele a marcar o primeiro, aos 65', rasgando a linha defensiva germânica, e o autor da assistência no segundo, dois minutos depois, num passe lateral para Trincão, que se estreou a marcar de Leão ao peito. Também Morita se destacou nesta sua estreia na Liga dos Campeões: mesmo amarelado aos 5', não se deixou condicionar e foi fundamental na construção dos dois primeiros golos. Destaque ainda para Adán, que regressou às grandes exibições, logo com uma enorme defesa aos 2', revelando-se muito seguro entre os postes. Porro, que aos 83' constrói o lance do terceiro golo, assistindo Nuno Santos após galgar 50 metros com a bola dominada junto à linha, foi outro herói do jogo. Destaque enfim para a maturidade de Coates, a combatividade de Ugarte e o regresso de Paulinho (só aos 79') após um mês de ausência por lesão.
Gostei pouco da primeira parte, em que segurámos bem os caminhos para a nossa baliza, mas só fizemos um remate, desperdiçando demasiado tempo em trocas de bola no nosso meio-campo defensivo e abusando de passes à queima que causam sempre sobressaltos, sobretudo nas linhas recuadas. Faltou baliza nesse primeiro tempo e alguma ousadia táctica assim que se percebeu que o Eintracht estava longe de ser a equipa dominadora e até avassaladora que alguns temiam. Felizmente Rúben Amorim soube dar um saudável abanão aos jogadores, motivando-os na conversa que travou com eles ao intervalo. Como se percebeu mal a partida foi reatada.
Não gostei do desempenho de Gonçalo Inácio, que continua a entrar em campo intranquilo e a errar passes em doses inaceitáveis - mesmo a jogar na sua posição natural, que é a de central à esquerda. Trincão ficou aquém do exigível na primeira parte, mantendo a tendência para adornar lances em excesso e revelando algum défice de intensidade no ataque ao portador da bola, embora acabasse por redimir-se quando marcou o golo.
Não gostei nada da lesão de St. Juste, ocorrida aos 50'. O central holandês, que foi titular em Frankfurt e estava a ter uma exibição muito positiva, viu-se forçado a abandonar o campo, cedendo lugar a Neto (que se mostrou à altura). Parece andar em onda de pouca sorte: viu-se impedido de actuar na pré-época por uma lesão traumática contraída num treino, atrasando a sua integração no grupo. Agora volta a parar, esperemos que não por muito tempo. Porque faz falta.
Rubino Amorini armou a equipa à italiana antiga, a fazer ronha no vem-cá-vem e quando já nada se espera, um golpe cínico, aliás três. O minúsculo homem-que-não ri mostrou ser capaz de fintar uma defesa inteira de alemães pernaltas em cima de um guardanapo e no fim acabou por ser um jogo igual ao contra o Chaves mas exactamente ao contrário: em dois minutos demos cabo daquele que parecia estar por cima.
Ó senhores treinadores de bancada, que como os relógios parados conseguem ter razão duas vezes ao dia: pode-se dar a crise como suspensa, ou querem continuar a dizer como é que o Sporting devia alinhar?
Apesar da obra-prima de Pedro Porro no lance do terceiro golo, para ver e rever, Marcus Edwards foi considerado muito justamente o homem do jogo, pelo golo e assistência que resolveram o jogo.
Nascido em Londres, internacional sub20 por Inglaterra, formado no Tottenham, está avaliado em 15 milhões de Euros no site Transfermarkt.
Sabemos que os clubes ingleses sobrevalorizam os jogadores nacionais, chegando a pagar muito acima do valor de mercado, exemplos não faltam, basta pesquisarem.
O SCP tem nesta altura apenas metade do passe, que irá seguramente valorizar, se repetir a exibição de hoje, num dos próximos jogos da UCL. Seria inaceitável vir a receber uma verba pífia, na reabertura do mercado em Janeiro ou mesmo no próximo Verão, após oferta mediana de qualquer Wolverampton da vida, proporcionando chorudas comissões ao suspeito do costume, apesar do empresário do jogador ser o inglês Jonathan Beckett.
Marcus Edwards tem potencial para ir mais além, a todos os níveis...
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no FC Porto-Sporting pelos três diários desportivos:
Edwards: 15
Morita: 15
Ugarte: 14
Gonçalo Inácio: 14
Pedro Gonçalves: 14
Trincão: 13
Matheus Reis: 13
Coates: 13
Neto: 14
Fatawu: 11
Adán 11
St. Juste: 10
Nuno Santos: 9
Rochinha: 9
Porro: 7
Esgaio: 1
A Bola elegeu Trincão como melhor Leão em campo. O Record optou por Ugarte. O Jogo escolheu Edwards.