Este foi, para mim, o nosso melhor golo da temporada que findou. Com marca de um artilheiro improvável: Eduardo Quaresma. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Golo espectacular de um dos maiores talentos da nossa formação, que esteve quase a ser dispensado do Sporting. Em boa hora se manteve. Contamos muito com ele para a temporada prestes a começar.
«Eduardo Quaresma, mais um jovem jogador lançado pelo o nosso treinador que fala por si mesmo com maturidade de campeão. É sem dúvida uma aposta ganha e uma motivação extra para um futuro promissor do nosso clube, cada vez mais forte e distante das quezílias internas dos nossos principais rivais.»
«A direcção do Sporting fez muito bem em renovar o contrato ao jovem barreirense [Eduardo Quaresma]. A mensagem que o Sporting quis transmitir não foi, tão-somente, que aposta em jovens produtos da sua Academia. Quis transmitir também a todos os jovens que anseiam integrar o plantel da primeira equipa leonina que mesmo que a primeira experiência não seja completamente alinhada com os requisitos que o clube exige aos seus atletas há sempre uma segunda oportunidade e o sucesso dessa apenas depende do empenho, brio e profissionalismo do próprio.»
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre EDUARDO QUARESMA:
- Luís Lisboa: «Temos finalmente Edu? É como Amorim diz, o que fez neste jogo tem de fazer sempre, nos treinos e nos jogos. Sempre concentrado, sempre a jogar simples, sempre eficaz.» (19 de Dezembro)
- Eu: «Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes» (12 de Fevereiro)
- Pedro Boucherie Mendes: «A redenção deste defesa feito de Sporting é umas das histórias mais bonitas da temporada.» (6 de Maio)
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-FC Porto, da final da Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:
Eduardo Quaresma: 17
Coates: 17
Gonçalo Inácio: 16
Pedro Gonçalves: 15
Morten: 15
Nuno Santos: 14
Daniel Bragança: 13
Diomande: 12
Morita: 12
Gyökeres: 12
Trincão: 11
Diogo Pinto: 11
St. Juste: 10
Koba: 10
Esgaio: 10
Geny: 9
Paulinho: 6
A Bola elegeu Gonçalo Inácio como melhor Leão em campo.O Jogo optou por Coates. O Record escolheu Eduardo Quaresma.
1. Nuno Santos É provável que seja impossível ter sucesso sem um jogador com esta fibra, tarimba e sabedoria de como estar no campo. Espero que vá ao Europeu.
2. Quaresma A redenção deste defesa feito de Sporting é umas das histórias mais bonitas da temporada.
3. Departamento médico A ciência tem sido um dos principais aliados dos treinadores e jogadores, em todos os clubes. Este ano, os nossos discretos médicos, massagistas e fisioterapeutas estiveram à altura.
4. Os fãs Por todo o lado, em especial nas redes, no estádio e pelo país. Acredito que o apoio seja importante para os atletas, técnicos e dirigentes, muitos dos quais não sabem que nos anos 80 nos chamavam a “melhor massa associativa do mundo”.
O que fãs e adeptos têm feito é um justo legado aos sofredores do antigamente.
5. Os outros Como Matheus Reis, Israel, Esgaio, Geny, St. Juste. Em muitas fases da época, o Sporting foi uma equipa com 15 ou 16 titulares.
6. O VAR Falo por mim, mas tão importante como Varandas, Viana e Amorim, tem sido o VAR.
Não que o Sporting precise do empurrão do VAR, mas não há êxito possível sem que o jogo seja igual para todos. Para ganhar, o Sporting precisa de equidade. Por exemplo, desde que há VAR, tornou-se muito mais difícil invalidar golos limpos.
Noutro tempo, e falando do jogo com o Portimonense, nos velhos tempos seria simples anular o primeiro golo (“por fora-de-jogo”) e o terceiro (por “pé em riste do Bragança” ou "falta do Viktor sobre o defesa"). Quem viveu o futebol dos 80 e 90, sabe bem do que eu estou a falar. Aliás, basta lembrar o soco que um jogador nosso levou num jogo recente e que não foi ao VAR para se perceber como o “não haver VAR” pode influir.
Quantos atletas, dirigentes e treinadores do Sporting dos oitenta e noventa não teriam tido palmarés diferentes se o VAR existisse no tempo deles?
Da goleada de ontem ao Braga em Alvalade. Aplicámos uma manita à turma braguista: terceira seguida na deslocação desta equipa ao nosso estádio. Num jogo que dominámos do princípio ao fim. Aproveitamento de quase todas as oportunidades de que dispusemos. Os golos foram surgindo em cadência alucinante para os minhotos de visita a Lisboa: por Trincão aos 8', por Eduardo Quaresma aos 18', por Gyökeres aos 71', por Daniel Bragança aos 73' e por Nuno Santos aos 85'. A melhor equipa em Portugal é hoje a nossa, sem a menor dúvida. Como esta partida comprovou: quinta goleada em 2024.
Da atitude da nossa equipa. A cada jogo, o Sporting mostra-se ainda mais consistente, confiante, motivadíssimo. Tanto no processo defensivo como ofensivo. Um colectivo cheio de força, cheio de vontade, cheio de energia anímica. Inquebrantável.
De Gyökeres. Muito marcado na primeira parte, em que raras vezes conseguiu exibir a qualidade do seu futebol, o sueco soltou-se na meia hora final e voltou àquilo que melhor sabe: marcar. Assinou o terceiro, num remate a meia altura que desfez por completo qualquer veleidade do Braga em conseguir levar um ponto de Alvalade. Tem números impressionantes: este foi o seu 16.º golo no campeonato e o 27.º em todas as competições da temporada. Consolida a sua posição, já indiscutível, de melhor jogador da Liga 2023/2024.
De Trincão. O melhor em campo. Grande exibição do avançado que teve formação futebolística em Braga (e por isso não festejou o golo) e confirma agora todas as qualidades que levaram à sua contratação. Voltou a marcar num lance iniciado por ele próprio com uma recuperação muito oportuna, abrindo caminho à goleada. E foi dele a assistência para o terceiro, num magnífico trabalho na meia-direita ofensiva, sentando dois adversários antes de cruzar para Gyökeres. Já leva seis golos marcados nos últimos cinco desafios do campeonato.
De Eduardo Quaresma. Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Mais do que merecido. Ao ser substituído, no minuto 75, recebeu calorosa ovação no estádio.
De Nuno Santos. O corredor esquerdo foi todo dele. Tanto a atacar (quase sempre) como a defender. Anda a mostrar, de jogo para jogo, que tem valor para estar entre os pré-convocados para o Europeu de França. Exibição coroada com o quinto golo - um golaço, de trivela. Justificando aplauso.
De Gonçalo Inácio. Será talvez a última época dele no Sporting: vai deixar saudades. Outra exibição de grande nível. Controlou por completo a manobra defensiva da nossa equipa, acorrendo às dobras dos colegas sempre que necessário, vencendo todos os duelos individuais, destacando-se na precisão do passe na fase de construção. Num desses passes, deu início ao quarto golo. Cortes fundamentais aos 15' e aos 62'. Neutralizou Djaló no seu sector.
De ver o Sporting transformado numa poderosa máquina de fazer golos. Somos, de longe, a equipa mais concretizadora: média de 2,79 golos por jogo na temporada. Reforçamos a primeira posição com o melhor ataque do campeonato: 58 golos marcados nas 20 jornadas que disputámos. Marcámos em todas as rondas da prova. E continuamos invictos no nosso estádio: 11 jogos, 11 vitórias. Melhor ainda: há um ano que não perdemos em casa para a Liga - desde 12 de Fevereiro de 2023.
De termos mantido as nossas redes intactas. Terceiro jogo consecutivo sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal e contra o Casa Pia em Alvalade (8-0). Balanço destas três partidas em números: 16 marcados, nenhum sofrido. É obra.
Do árbitro. Boa actuação de António Nobre, que valorizou o espectáculo evitando ser a figura mais em foco no relvado. Aplicou o chamado critério largo, à inglesa, sem exibir nenhum cartão. Gostava que no futebol português houvesse mais árbitros como ele.
Da festa nas bancadas. Quase 40 mil pessoas presentes nas bancadas do nosso estádio: 39.851. Quarta maior afluência de público da temporada, apesar da forte chuva que foi caindo, quase todo o tempo, nesta partida iniciada às seis da tarde de ontem - enfim um horário decente, com reflexo óbvio na bilheteira. Exceptuando as escassas centenas de adeptos do Braga, todos saíram satisfeitos.
Não gostei
Do Braga. Equipa vulgar, sem criatividade, sem intensidade nem chama. Parece ter entrado em campo já derrotada. Criou uma única oportunidade de golo, que Adán impediu, aos 62', com magnífica defesa a remate de Álvaro Djaló. Nada mais.
De chegarmos ao intervalo só a vencer por 2-0. Sabia a pouco.
Do primeiro canto a nosso favor ter ocorrido apenas aos 54'. Podia e devia ter acontecido mais cedo.
De voltar a ver Moutinho em Alvalade. Justamente assobiado cada vez que tocou na bola. Não merece outro tratamento, por ter feito o que fez. Ao contrário de outros jogadores agora no Braga que vestiram as nossas cores, como José Fonte (que fez sete anos da formação leonina), Borja e Paulo Oliveira, profissionais dignos de respeito.
Este Sporting-Braga mais uma demonstração cabal da enorme diferença que existe entre as duas equipas e os dois clubes, que só mesmo num dia muito estranho, ou pela arbitragem ou pela sorte, resulta num desaire para as nossas cores. Coisa que alguns papagaios que por aqui aparecem fazem por esquecer. Nestas duas épocas foram 3V 2E 1D, 18-4 em golos, as 3 vitórias foram por 5-0 "sem espinhas", os empates e derrotas foram o que sabemos. No ano passado o peso da Champions do nosso lado abriu-lhes a oportunidade do 3.º lugar. Este ano, com o peso do lado deles, já estão a perder de vista.
Se antes lá fomos buscar Amorim, Palhinha, Paulinho e Esgaio, e todos deram muito jeito, agora mesmo nem para suplentes serviriam. Enfim, com boa vontade o Djaló, para juntar a Trincão, Edwards e Catamo.
Uma primeira parte completamente dominada pelo Sporting, uma lição muito bem estudada, a equipa criava perigo pela direita, com Catamo a passar "de mota" por Borja, pela esquerda com Nuno Santos e Pedro Gonçalves, e por todo o lado onde o sueco se resolvesse desmarcar. Trincão era o "joker", tão depressa na esquerda como no centro do ataque confundindo as marcações da defesa do adversário. Na defesa, Quaresma em grande e Coates a voltar ao seu melhor, no meio-campo Hjulmand patrão, Morita na triste forma com que sempre volta da selecção. Nenhum remate enquadrado do Braga na 1.ª parte.
Na 2.ª parte o Braga subiu linhas, arriscou no ataque, Moutinho nem sempre marcado em cima pelo sueco foi determinante nessa subida, e começou a criar perigo. Falhou uma oportunidade, o Sporting marcou o terceiro golo e resolveu o encontro. Depois foi refrescar a equipa e aproveitar a desorientação do adversário para chegar à "manita". Mais uma.
Melhor em campo? Trincão, sempre a correr, atacando e defendendo, rematando e desarmando, muito menos agarrado à bola, muito mais procurando assistir colegas desmarcados. Mas Quaresma esteve enorme em tudo, e não só no golo marcado, aquele corte na 1.ª parte dum centro que poderia apanhar um adversário solto nas costas foi excepcional. Diomande está a voltar da CAN, mas há muitos jogos para jogar e lugar para todos.
Arbitragem? O árbitro é o mesmo daquela canalhice em Alvalade em que até expulsou o Diomande ou é o irmão gémeo? Levou alguma lavagem cerebral entretanto? Hoje até parecia um árbitro europeu.
E agora? Bom, agora que o Benfica, mesmo com mais uma expulsão do adversário (devem ter um acordo com a APAF e pagam ao vermelho), deixou 2 pontos em Guimarães, o que o Sporting tem de fazer é... ir ganhar ao Moreirense. E depois se verá.
Grande vitória do Sporting ontem em Alvalade, num jogo em que foi muito superior ao adversário e que só a arbitragem por um lado anulando dois golos de forma mais do que discutível e a precipitação ofensiva por outro, quando em vantagem numérica, impediram a goleada.
O que desde logo só pode significar um trabalho muito bom de Rúben Amorim, mas quando a equipa entra em campo sem o capitão que se lesionou no final do último treino e em vez dele alinha um colega com menos minutos na época, e esse faz uma enorme exibição, então é mesmo um trabalho excepcional, se calhar a melhor noite de Amorim de sempre ao comando do Sporting, vulgarizando o malcriado batoteiro Conceição. Vá lá que desta vez não ajudou a roubar a carteira e o telemovel de ninguém, ficou-se por ameaçar o árbitro com aquilo que aconteceu ao careca Godinho.
Excelente exibição do Pepe. Compensa a natural falta de velocidade e os efeitos das pomadas milagrosas com uma atitude e ambição notáveis, ao dar cabo de qualquer um que lhe apareça à frente, ao pontapé, ao murro ou à estalada, tudo serve para agradar a alguns Sportinguistas que se queixam da falta desses valores no nosso plantel. Para eles seriam sempre onze Pepes.
Adán, com uma excelente defesa, foi decisivo antes do intervalo, enquanto antes o Diogo Costa sofreu um golo do mesmo jeito que ele tinha sofrido em Guimarães. Pelo que só mesmo não percebendo grande coisa de futebol se pode dizer que uma e outra sejam frangos do guarda-redes. Cada um procurou cobrir a área mais provável para o avançado rematar, mas o avançado arriscou pelo buraco da agulha e teve sucesso.
Falando agora mais do jogo, arbitragem à parte, o 3-4-3 assimétrico de Amorim realmente funcionou. Catamo muito mais projectado do que Matheus Reis, Quaresma caía em cima do Galeno e Catamo do Zaidu, destruindo completamente o lado esquerdo do Porto. E defendendo bem, sabendo alternar entre saída a jogar e lançamentos em profundidade, sempre apareciam situações de lançamento do Gyökeres, para fazer miséria lá na frente. A única oportunidade do Porto no final da 1.ª parte resulta da equipa do Sporting não ter conseguido digerir no momento a anulação do golo por pseudo-falta de Quaresma.
Na 2.ª parte o Pepe quis resolver o jogo ao murro e depois de ter sido expulso tudo ficou mais fácil. O Porto tinha de atacar e foi levando com bolas nas costas dos defensores que podiam e deviam ter dado mais golos, o Diogo Costa fez outra enorme defesa, Nuno Santos centrava de olhos fechados, e Pedro Gonçalves mais uma vez não acertava na baliza.
Todas as substituições foram lógicas. Foram saindo os mais desgastados por menor utilização, e entrando aqueles que tinham sido titulares na última quinta-feira. Paulinho e Gyökeres garantem logo que a defesa começa no ataque, porque correm para trás como correm para a frente e não dão um lance por perdido.
Melhor em campo? Gyökeres.
Melhor exibição de sempre pelo Sporting? Eduardo Quaresma, mesmo com o cartão amarelo escusado. Temos finalmente Edu? É como Amorim diz, o que fez neste jogo tem de fazer sempre, nos treinos e nos jogos. Sempre concentrado, sempre a jogar simples, sempre eficaz.
E agora? São apenas 3 pontos, ainda nem sequer terminámos a 1.ª volta, mas sabe muito bem seguirmos em primeiro. Mesmo com o amargo de boca dos últimos dois minutos na Luz. Seriam mais três pontos nossos e menos três deles. Mas enfim...
E sobre a azia dos ressabiados sempre a clamar pelo "rabolho Amorim"? Aguentem e não chorem.
Bom jogo do Sporting hoje num Alvalade bem composto, mais de 18 mil espectadores para um jogo da Taça com uma equipa da 4.ª divisão nacional.
E com muitas famílias e miudagem, avós com filhos e netos, com todos incrivelmente a pagar desde tenra idade, o que deu um colorido completamente diferente a uma bancada central mais "histórica".
Bom jogo desde logo porque o Sporting respeitou público e adversário entrando em campo com um onze rotinado como entraria contra a Atalanta, com o habitual 3-4-3 um pouco assimétrico pela vagabundagem consentida de Nuno Santos, controlando o jogo, rodando a bola pelos corredores e desgastando o adversário que se focalizou na marcação apertada a Hjulmand e Bragança e dava espaço nas alas. Mas por más decisões no último passe ou remate no jogo corrido os golos só acabaram por aparecer na sequência de cantos muito bem marcados por Nuno Santos.
Na segunda parte obviamente que o Dumiense se iria ressentir pelo esforço de marcação realizado e foi só uma questão de acelerar o ritmo "pondo carvão na fornalha" com as entradas de Edwards e Gyökeres para a goleada acontecer. Foram oito, podiam ter sido menos ou mais. Umas entraram, outras não.
Até deu para Essugo e Quaresma terem minutos, e a verdade é que os mereceram, entraram concentrados, a jogar simples e também eles souberam contribuir para a goleada. Um e outro de toscos não têm nada, a capacidade técnica está lá, precisam é que a cabeça ajude o resto. Recordemo-nos que há quatro anos, quando Rúben Amorim chegou ao Sporting, a aposta primeira parecia ser Quaresma e não Inácio. Quanto valem um e outro hoje? E onde está a diferença? Mas ainda vai a tempo o Quaresma, assim ele queira.
Já agora a mesma coisa mas noutro nível relativamente a Trincão. Um Porsche com rendimento de VW.
Melhor em campo? Paulinho: três bons golos e uma assistência para o golo de Trincão. Foram 13M€ mais o Borja? Uma das melhores decisões do presidente no que respeita ao futebol. As bancadas mais uma vez cantaram o seu nome, e com Gyökeres ao lado está nas suas "sete quintas".
Outros merecem referência:
- Coates passou a ser o estrangeiro com mais jogos no Sporting? O melhor central dos últimos 50 anos do Sporting, antes não faço ideia. E hoje com mais um golo "à ponta de lança".
- Neto marcou o primeiro golo ao serviço do Sporting? O "avô" do balneário já merecia e há muito. Hoje deu o corpo ao manifesto, cortando um remate que podia ter dado golo, acudindo prontamente ao lapso dum Bragança ainda combalido por uma situação anterior.
- Com um ou outro desperdício pelo meio, Nuno Santos marcou três cantos para golo e converteu impecavelmente o penálti.
Arbitragem de categoria, oxalá o rapaz não se perca nas malhas mafiosas que dominam a arbitragem.
E agora? Ir ganhar a Bérgamo, vingando a derrota de Alvalade onde o poste impediu a reviravolta no marcador.
Gyökeres: melhor em campo no Sporting-Arouca e melhor jogador do campeonato português
Foto: Manuel de Almeida / Lusa
Gostei
Da vitória sofrida mas justíssima do Sporting. Derrotámos o Arouca por 2-1 em Alvalade. A mesma equipa que não conseguimos vencer nas duas voltas do último campeonato, a mesma equipa que já impôs um empate ao FC Porto no Dragão. Um triunfo alcançado em circunstâncias difíceis, pois jogámos só com dez desde o minuto 42.
De Gyökeres. Simplesmente o melhor futebolista do campeonato 2023/2024 - alguém duvida? À oitava jornada, segue com seis golos marcados (mais dois na Liga Europa). Foi ele a inaugurar ontem o marcador, aos 31', à ponta-de-lança. Mas também fez de extremo, à esquerda e à direita, durante o jogo todo - correu quase 11km neste Sporting-Arouca. Ajudou no processo defensivo: desarme espectacular aos 85'. E ainda fez expulsar um adversário aos 87'. Melhor em campo? Claro que sim.
De Edwards. Foi ele a criar o maior número de desequilíbrios enquanto esteve em campo. Exibição muito positiva, culminando na assistência para o golo inicial, com passe de ruptura milimétrico para o internacional sueco. Foi sacrificado, já não regressando ao relvado após o intervalo, porque Rúben Amorim precisava de dispor a equipa de outra forma após a expulsão de Diomande, mas merece nota muito positiva sem favor algum.
De Pedro Gonçalves. Desta vez não marcou, mas deu a marcar: foi ele a inventar o segundo golo, que nos valeu os três pontos, num belíssimo lance individual em que desbaratou metade da defesa arouquense. Contribuiu também para abrir espaços lá na frente e nunca descurou o trabalho colectivo, pressionando o portador da bola, condicionando a manobra de penetração dos adversários, pausando o jogo quando era necessário. Está a voltar à boa forma que lhe conhecemos de outros campeonatos.
De Morita. Muito útil como elemento de ligação entre o meio-campo e a linha ofensiva. Não perdeu um duelo individual: dotado de uma técnica muito acima da média, o internacional nipónico nunca dá descanso às equipas adversárias - voltou a acontecer esta noite frente ao Arouca. E deu enorme alegria aos adeptos quando marcou o golo decisivo, que fixou o resultado, aos 68'. Carregador de piano e virtuoso do violino em simultâneo.
De Geny. Voltou a entrar muito bem, pelo segundo desafio consecutivo. Desde o minuto 58 em campo, abanou o jogo, acelerou o ritmo no corredor direito e esteve quase a marcar o terceiro golo, num forte disparo em arco com o seu potente pé esquerdo que o guarda-redes Arruabarrenna impediu rubricando a defesa da noite.
Da homenagem a Laszlo Bölöni antes do jogo. O último treinador que nos deu a dobradinha, em 2002, estava visivelmente emocionado ao ver quase 37 mil espectadores nas bancadas a aplaudi-lo em pé. A gratidão é bonita na vida - e no futebol também. Foi bom rever em Alvalade o técnico romeno que nos deixou saudades.
De termos conquistado 22 pontos em 24 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 16 jornadas seguidas a marcar.
De termos cumprido outro jogo sem perder na Liga. Se somarmos as 14 rondas finais do campeonato anterior às oito decorridas deste, são já 22 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota. Venham mais assim.
De ver o Sporting no topo do campeonato. Terceira jornada no comando da prova, segunda como líderes isolados. Tendo como meta reeditar a cavalgada heróica que nos conduziu ao título máximo do futebol português em 2021. Após esta quarta vitória consecutiva na Liga, seguimos com mais um ponto do que o Benfica (que tem 21) e mais três do que o FC Porto (que tem 19). Enquanto estes nossos adversários tiveram vitórias ainda mais suadas do que a nossa, ambas conseguidas mesmo ao cair do pano - o SLB venceu o Estoril por 1-0 com golo aos 90'+3, o FC Porto não conseguiu melhor do que uma vitória caseira contra o Portimonense, também por 1-0.
Não gostei
Da expulsão de Diomande. Viu o segundo amarelo - e consequente vermelho, sem possibilidade de intervenção do VAR - aos 42', por conduta "negligente" que só o árbitro António Nobre enxergou. Decisão errada deste apitador que tudo fez para ser a estrela da noite, distribuindo 13 cartões amarelos (que geraram dois vermelhos) com critério disciplinar mais do que duvidoso. Percebe-se cada vez melhor por que motivo as equipas de arbitragem portuguesas têm ficado fora das grandes competições internacionais.
Da falha da nossa defesa no golo sofrido. Aos 52', Mújica movimentou-se inteiramente à vontade entre os centrais, Coates e Matheus Reis, já depois de o extremo esquerdo, Jason, ter centrado sem oposição. Um lance que nos impediu de chegar ao fim desta partida com folha limpa e manteve em dúvida o resultado durante os 16' seguintes, até a dupla Pedro Gonçalves-Morita construir o golo do triunfo.
De Eduardo Quaresma. Teve a primeira oportunidade de actuar nesta época na equipa principal: o treinador deu-lhe ordem para entrar aos 58'. Esteve apenas meia hora em campo: perdeu vários duelos, foi permeável como lateral direito e viu um amarelo logo quatro minutos após ter entrado. Podia ter visto um segundo pouco depois, sobretudo atendendo ao critério disciplinar do árbitro. Já com o resultado em 2-1, Amorim trocou-o por Neto aos 88'. Oportunidade perdida para o jovem defesa formado em Alcochete. Falta saber quando haverá a próxima. Talvez não esteja para breve.
O nosso Eduardo Quaresma ajudou o Tondela, clube onde actua por empréstimo do Sporting, a qualificar-se para a final da Taça de Portugal - estreia absoluta para o clube beirão.
É um justo incentivo na carreira do jovem defesa, formado na Academia de Alcochete e agora com 20 anos. Espero vê-lo muito em breve novamente equipado de verde e branco.
Eduardo Quaresma pode voltar a Alvalade. Este cenário estará a ser ponderado por Rúben Amorim, sabendo-se que o nosso defesa, de 19 anos, tem vindo a ser mal aproveitado no Tondela, onde joga por empréstimo, e sentimos necessidade de um reforço ao nível dos centrais. Neste momento há apenas cinco jogadores para seis posições, sabendo-se que o calendário nos meses mais próximos será muito complicado.
Eu aplaudo este regresso, esperando que se concretize. E vocês?
Foi uma das melhores exibições de sempre da selecção sub-21. Acabo de ver o jogo, transmitido pelo canal 11: uma lição de futebol. Com desenvoltura, compromisso e alegria.
Vencemos Chipre 6-0 nesta partida, disputada em Faro. Estivemos mais perto de fazer o sétimo do que os cipriotas de conseguirem o primeiro.
Vamos muito bem lançados para carimbar o apuramento para o Europeu sub-21. Cem por cento vitoriosos até agora: cinco jogos, cinco triunfos, nem um golo sofrido.
Parabéns ao técnico Rui Jorge (hoje ausente do banco, por ter Covid-19), parabéns a todos os jogadores. Em especial aos nossos meninos: Eduardo Quaresma e Gonçalo Inácio, defesas centrais titulares. Eduardo inicia o lance de que resulta o quarto golo e Gonçalo marcou o segundo, de cabeça, à Coates, na sequência de um canto. O seu primeiro golo pelos sub-21, logo à segunda internacionalização.
Recomendo a todos os leitores: se puderem, vejam todo o lance do nosso sexto golo. Antecedido de 30 passes seguidos sempre com posse de bola do nosso lado. Digno de antologia.
Eis a diferença entre uma selecção e uma equipa. Estes sub--21 formam uma verdadeira equipa.
À sétima jornada, estamos com mais dois pontos do que na época anterior, em jogos homólogos com equipas adversárias, e derrotámos duas entretanto promovidas: Vizela e Estoril.
Já fomos a Braga, já recebemos o FC Porto.
Preocupante é termos perdido entretanto o nosso goleador da época passada. Pedro Gonçalves pode ficar até dois meses parado, devido a lesão que aparenta ser grave: uma inflamação no pé esquerdo, que já o fez ficar de fora em quatro jogos, incluindo no clássico, e pode vir a necessitar de cirurgia.
Preocupante também é a nossa escassa produção de golos: temos de momento menos oito marcados do que o Benfica e menos cinco do que o FCP.
Escasso poder ofensivo. Muito escasso.
João Mário e Nuno Mendes, dois elementos fundamentais na conquista do título, saíram - e o primeiro, infelizmente para nós, é hoje titular absoluto no Benfica.
Gonçalo Inácio está parado, também devido a lesão.
Mas a diferença principal em relação à última temporada é que agora jogamos duas vezes por semana, devido à nossa presença na frente europeia. Veremos se isto não desequilibra o plantel, que é manifestamente curto. Dois jogadores que deviam integrá-lo jogaram ontem à noite, por empréstimo, no Tondela-Famalicão: Eduardo Quaresma e Pedro Marques. Cada qual com a sua camisola.
Por sinal foi um dos desafios que mais gostei de ver nas últimas semanas. Com golos, incerteza no resultado e emoção até ao fim.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre EDUARDO QUARESMA:
- Filipe Arede Nunes: «Talvez Quaresma possa ter uma oportunidade, embora não resolva o problema para uma equipa que tem muitas dificuldades em sair a jogar a partir da defesa.» (9 de Novembro)
- Luís Lisboa: «Está a voltar ao seu normal.» (16 de Dezembro)
- Francisco Vasconcelos: «Gosto muito de Eduardo Quaresma mas parece que deixou de contar para Rúben Amorim.» (13 de Janeiro)
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre EDUARDO QUARESMA:
- Luís Lisboa: «Nuno Mendes e Eduardo Quaresma são valores seguros a médio prazo.» (5 de Agosto)
- José Cruz: «Que jogão de Eduardo Quaresma, diga-se!» (5 de Junho)
- Leonardo Ralha: «Integrar uma linha defensiva que sofreu dois golos não é propriamente sinónimo de estreia de sonho? Talvez assim seja, mas o jovem de 18 anos assumiu como um mestre a missão de ser o central descaído para a direita, demonstrando segurança no desarme dos adversários e uma capacidade de saída com bola que só surpreendeu quem nunca tinha visto as suas arrancadas na equipa de sub-23.» (7 de Junho)
- Eu: «Terceira partida completa deste central, ainda júnior mas que não se atemoriza por integrar um trio defensivo com um colega que tem o dobro da idade dele (Mathieu, com 36). Impecável no passe, na dobra, no desarme - sem nunca recorrer à falta. Impressiona a maturidade do jovem que há poucos meses dava nas vistas só na Liga Revelação. Em boa hora foi promovido à equipa principal.» (19 de Junho)
- Pedro Bello Moraes: «Essa mina de coisa preciosa achada em Alcochete e que põe ainda em campo craques como Eduardo Quaresma, Matheus Nunes ou Nuno Mendes.» (11 de Julho)
- Eduardo Hilário: «Para mim é a grande revelação. Fico impressionado com a qualidade e maturidade deste jovem jogador.» (5 de Agosto)
Mais uma boa exibição só se não se traduziu no proverbial lençol limpo porque alguém se lembrou de cometer uma grande penalidade e permitir que um fulano de cabelo oxigenado sem dotes de rapper fizesse mais em Alvalade do que quando foi assalariado do Sporting. Certo é que o jovem guarda-redes esteve à altura com uma série de defesas, uma das quais a evitar um espectacular golo olímpico, que asseguraram sossego num jogo em que Coates e Wendel foram os únicos titulares que restaram da equipa-base do início da temporada.
Eduardo Quaresma (3,5)
Mostrou que os deslizes frente ao Belenenses SAD foram apenas um contratempo, revelando-se uma muralha intransponível com notável “timing” nos desarmes e com visão de jogo necessária para passes de ruptura de longa distância. Na segunda parte deu um ar da sua graça na condução de um contra-ataque que deveria servir de exemplo para jogadores pouco mais velhos e que custaram um punhado de milhões de euros.
Coates (3,0)
Novamente patrão de uma linha defensiva que começa a estabilizar, procurou sempre descomplicar e impôs a sua qualidade,sendo digno do apelido Stromp que carregava na camisola. Pena que tenha sido menos eficaz a ajudar o ataque do que no jogo anterior.
Borja (2,5)
Cada bola que lhe vai parar aos pés é encarada pelo colombiano como se fosse uma mina anti-pessoal que ameaça rebentar-lhe as pernas. Dito isto, poderia ter feito bem pior.
Ristovski (3,0)
Esteve muito activo no apoio ao ataque, mas também fez sentir a sua presença nas missões defensivas, como poderá comprovar um ex-colega de balneário de cabelo oxigenado e sem dotes de rapper.
Matheus Nunes (2,5)
Ainda não foi desta que deslumbrou, limitando-se a pressionar os adversários e a garantir circulação de bola. Mas com demasiados passes errados.
Wendel (3,5)
Muitíssimo oportuno no lance do primeiro golo, no qual acorreu ao cruzamento atrasado de Gonzalo Plata, desperdiçou uma excelente oportunidade para bisar, novamente servido pelo equatoriano, mas permitiu a defesa do guarda-redes e falhou a recarga de cabeça. No resto do jogo procurou controlar as operações no meio-campo desguarnecido pelas opções tácticas de Ruben Amorim.
Nuno Mendes (3,0)
O jovem lateral-esquerdo é outro que não engana, conjugando velocidade de execução e inteligência táctica. Quando engrenar no um-contra-um poderá ser um caso muito sério.
Gonzalo Plata (3,5)
Um golo e uma assistência foram a resposta do adolescente equatoriano ao desafio de substituir o lesionado Jovane Cabral como acelerador do futebol leonino. Particularmente oportuno no lance do 2-0, que se deve à sua rapidez e perseverança, também cometeu umas quantas parvoíces, a maior das quais um passe de calcanhar quando Wendel lhe passou a bola de modo a que pudesse seguir isolado para a baliza.
Rafael Camacho (1,5)
Titular na ala esquerda, na sequência de mais um azar de Francisco Geraldes - ressentiu-se de um toque pouco antes de assumir a titularidade -, o fugitivo de Alcochete resgatado ao Liverpool por não querer ser lateral-direito voltou a demonstrar uma desconcertante apetência para as perdas de bola, passes disparatados e deficiência na atitude competitiva. É um crime de lesa-simbolismo atribuir-lhe a camisola 7, mas ainda fica mais aberrante com o nome de Luís Figo nas costas.
Sporar (2,5)
Embora tenha “lutado muito pela equipa” e todos os chavões do género, é bastante preocupante que um ponta-de-lança do Sporting, num jogo em casa, contra uma equipa de fundo da tabela, não faça um único remate à baliza.
Idrissa Doumbia (1,5)
Entrou para segurar a vantagem de 2-0 e não se lembrou de melhor do que cometer uma grande penalidade que deu um mínimo de “frisson” aos derradeiros minutos de jogo.
Battaglia (2,0)
Voltou a entrar para ganhar ritmo. E, provavelmente, para dar prova de vida na esperança de uma transferência que garanta alguma entrada de dinheiro e alivie a folha salarial.
Tiago Tomás (2,0)
O avançado com idade de junior estreou-se na equipa principal e procurou integrar-se na manobra ofensiva.
Joelson Fernandes (2,0)
O extremo com idade de juvenil estreou-se na equipa principal já nos descontos e assumiu a cobrança de um livre directo que saiu ao lado da baliza do Gil Vicente. Ainda bem. Se tivesse sido golo talvez tivesse já embarcado para um país com menos sol.
Ruben Amorim (3,0)
Muitas ausências dificultaram a convocatória e a escolha do onze titular. Mas a equipa-base está escolhida, a aposta na juventude é assumida e vai dando frutos, e o Sporting voltou a aproximar-se de quem está à frente e a afastar-se de quem está atrás. Com os verdadeiros testes – as deslocações ao Dragão e à Luz – cada vez mais próximos, o treinador ainda sem derrotas na Liga NOS precisa de aprimorar aspectos importantes como os livres indirectos.