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És a nossa Fé!

Espera por Mourinho, Eduardo

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O obtuso seleccionador Martínez deixou-te fora da convocatória para a Liga das Nações. Indiferente ao facto de teres acabado de te sagrar pela terceira vez campeão nacional pelo Sporting. Indiferente ao facto de teres um percurso digno de aplauso ao serviço das selecções jovens, com 48 internacionalizações.

Só lhe fica mal a ele, ninguém duvida.

Deixa estar, meu caro Eduardo Quaresma: esta injustiça será reparada pelo próximo seleccionador da FPP. Não terás de esperar muito. José Mourinho está quase a chegar.

Eduardo resolveu: alegria para todos nós

Sporting, 2 - Gil Vicente, 1

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Quaresma acabou de marcar o golo decisivo e inicia festejos: explosão de júbilo em Alvalade

Foto: Lusa

 

O futebol é assim: montanha-russa de emoções. Em menos de duas horas experimentamos todo o tipo de sensações: vamos da alegria à tristeza e regressamos ao sentimento inicial. A ansiedade domina-nos, a fúria por vezes assalta-nos, as dúvidas persistem até ao apito final.

Há os eternos optimistas, que não chegam a preocupar-se: têm a certeza antecipada de que tudo terminará bem. Confesso incluir-me nesse lote, que admito ser minoritário. A larga maioria de adeptos do Sporting é pessimista militante. Eu que o diga: enfrento-os há treze anos e meio por cá, sei bem como é muito mais difícil arrancar-lhes uma palavra de esperança do que centenas de frases a puxar para baixo. 

Costumo dizer-lhes que acreditam sempre mais nas equipas adversárias do que na própria equipa que dizem apoiar. Muitos, ao cantarem «Farei tudo o que puder / pelo meu Sporting», depressa esquecem estes versos para se porem a criticar duramente os nossos jogadores enquanto o jogo decorre.

 

Voltou a acontecer neste Sporting-Gil Vicente, domingo à noite, faz hoje três dias: começou mal mas acabou bem. Muito bem. 

Aos 26', perdíamos. No único verdadeiro remate da turma visitante à nossa baliza: de Félix Correia, convertendo um penálti totalmente desnecessário cometido por St. Juste quatro minutos antes. O jovem extremo, de apenas 24 anos, não festejou. Por respeito digno de aplauso: lembrou-se que esteve dez anos na Academia de Alcochete, onde cumpriu todos os escalões de formação.

Gostava muito de voltar a vê-lo de leão ao peito. Anda a perder os melhores anos da carreira profissional a jogar em equipas como a de Barcelos.

 

Falava eu da impaciência dos adeptos. Foi algo que neste jogo deu nas vistas. E nos ouvidos. Tornou-se notória a insatisfação e o nervosismo nas bancadas, ainda antes de soar o apito para o intervalo. A cada passe falhado, a cada entrega mal medida, a cada duelo perdido, a cada ofensiva abortada. 

Valha a verdade: alguns jogadores pareciam fazer tudo para exasperar a massa adepta. Destacou-se Gonçalo Inácio, protagonizando um festival de passes longos para terra de ninguém. Desperdício completo: o Gil Vicente agradecia. Enquanto ia dominando Gyökeres com dois patrulheiros incansáveis: o artilheiro sueco, tolhido por esta apertada vigilância, quase não dispôs de uma oportunidade.

 

Reatada a partida, mais do mesmo. Gil Vicente trancado, vedando os acessos à baliza, em defesa intransigente da vantagem mínima caída quase do céu. Teríamos de fazer pela vida se quiséssemos rumar à Luz, no sábado que vem, em igualdade pontual com o Benfica mas com melhor registo de golos, o que nos confere vantagem.

Aos 64', Rui Borges fez as mudanças que se impunham. A triplicar. Entraram Morten (para o lugar de Morita), Harder (substituindo Pedro Gonçalves) e Quenda (com a saída de St. Juste). Logo se notou a diferença: equipa virada para o ataque contínuo, explorando todos os corredores, mais veloz, mais intensa, mais objectiva. 

Só poderia traduzir-se em golos. E assim aconteceu. Por Maxi Araújo, num remate de primeira, sem preparação, aproveitando da melhor maneira um ressalto.

Bola no local adequado: o fundo das redes.

 

Terminou a sensação de intenso nervosismo que pairava nas bancadas. E despertaram os rugidos de leão, ecoando por todo o estádio, empurrando a equipa para diante. O Gil Vicente defendia-se como podia: pontapé para cima, para longe, para o lado, para fora. Nós acentuávamos a pressão, que não diminuiu com a troca de Geny por Biel aos 83'. 

Minuto 90 esgotado: cinco minutos de tempo extra. 

Estava escrito nos astros que o desafio não terminaria sem conquistarmos os três pontos.

Aconteceu aos 90'+3, na conversão de um canto por Debast. Bola rechaçada de qualquer maneira pelos defensores gilistas. Sobrou para Eduardo Quaresma, que resolveu o problema de fora da área: pontapé fortíssimo, a redondinha ainda resvalou num adversário e foi aninhar-se, cheia de efeitos, no ângulo mais longínquo para o incrédulo guarda-redes Andrew. 

 

Cumpria-se o destino do Leão: comparecer na Luz em vantagem.

Queremos muito o bicampeonato que nos foge há 74 anos. E merecemos muito essa conquista. 

Eduardo Quaresma chorou de emoção: tinha sido protagonista, pelo melhor motivo, naquele que até agora foi o desafio da sua vida. Lágrimas de alegria compartilhadas por imensos adeptos. Milhares, talvez milhões.

 

Breve análise dos jogadores:

 

Rui Silva (6) - Sofreu o penálti: ainda adivinhou para onde a bola iria, mas sem hipóteses. Seguro, atento e concentrado no resto do jogo.

Eduardo Quaresma (9). Competente trabalho defensivo, nas recuperações e no passe. Coroa de glória: o golaço da vitória, aos 90'+3. Melhor em campo.

Sr. Juste (3) - Substituiu Diomande, ausente por castigo. Sem cumprir como central do meio. Cometeu penálti aos 22'. Sem necessidade.

Gonçalo Inácio (4) -  Capitão inicial, com Morten ausente do onze. Nervoso, protagonizou um festival de passes falhados. Arriscou amarelo aos 90'+1.

Geny (5) - É capaz de bem melhor. Foi dele a primeira tentativa de rematar ao alvo (33'), acertando na malha lateral. Pouco mais fez, pouco mais tentou.

Debast (7) - Destacou-se nas recuperações (34', 75'). Grande passe para Harder aos 80'. Tentou marcar de longe (90'+2). Bateu o canto de que nasceu o golo decisivo.

Morita (5) - Regressou a titular mês e meio depois. Ainda longe da melhor forma física, faltou-lhe o suplemento de qualidade que bem lhe conhecemos.

Maxi Araújo (7) - Travou duelos com Félix Correia na ala esquerda, nem sempre levando a melhor. Crucial ao marcar o primeiro, de ressalto, aos 81'.

Trincão (6) - Assinalou o primeiro sinal de perigo, aos 2'. Quase marcou aos 14': grande defesa de Andrew. Atirou ao ferro na marcação de um livre (87').

Pedro Gonçalves (5) - Ainda preso de movimentos: nota-se que esteve cinco meses parado. Grande lance aos 53': recebeu, rodou e rematou fazendo-a roçar o poste.

Gyökeres (4) - Irreconhecível. Muito marcado. Só uma vez a bola lhe chegou em condições (aos 59', por Trincão) mas decidiu mal. E falhou vários passes.

Morten (7) - Substituiu Morita aos 64'. Em benefício da equipa: arrumou o meio-campo, impôs ali a sua autoridade. Interveio no primeiro golo.

Harder (6) - Substituiu Pedro Gonçalves aos 64'. Dinâmico, com vontade de facturar. Fez remate inicial no primeiro golo leonino. Cabeceou com perigo aos 88'.

Quenda (5) - Entrou aos 64', rendendo St. Juste (Debast recuou para central, Geny foi para ala esquerdo). Ficou aquém das expectativas.

Biel (4) - Entrou aos 83', substituindo Geny. Tentou integrar-se bem no ataque, nem sempre com sucesso.

Matheus Reis (-) - Entrou aos 90+7', rendendo Trincão. Só para podermos queimar uns segundos e amarrar o triunfo.

Pódio: Eduardo Quaresma, Maxi, Debast

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Gil Vicente (2-1) por quatro diários desportivos:

 

Eduardo Quaresma: 28

Maxi Araújo: 25

Debast: 24

Harder: 21

Morten: 21

Geny: 21

Trincão: 21

Rui Silva: 20

Gonçalo Inácio: 18

Pedro Gonçalves: 17

Morita: 17

Gyökeres: 17

Quenda: 15

St. Juste: 12

Biel: 6

Matheus Reis: 1

 

Todos os jornais elegeram Eduardo Quaresma como melhor em campo.

O pavor

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Vamos ter a equipa na máxima força no decisivo clássico da tarde de sábado.

Diomande limpou cartões, estará de volta. Morten, com irrepreensível profissionalismo, rumou ao balneário mal soou o apito final do Sporting-Gil Vicente, não fosse algum pupilo do benfiquista César Peixoto envolvê-lo em escaramuças que pudessem custar-lhe um amarelo - e a falta de comparência na Luz. Harder evitou gritar «ié!», o que também o salvaguardou de eventual punição disciplinar, ao contrário do que aconteceu após o recente jogo com o Santa ClaraGyökeres começou a ser cercado por elementos do Gil Vicente com a clara intenção de o provocarem para que fosse admoestado, mas mal chegou a correr tal risco devido à pronta intervenção de elementos da estrutura técnica do Sporting, que o encaminharam de imediato para fora dali. 

Peixoto pode desejar imenso que o amigo Lage seja campeão, como já lhe confidenciou com o País inteiro a perceber, mas a ajuda que tentou dar-lhe anteontem em Alvalade de nada serviu. 

 

Volto ao mesmo: vamos lá na máxima força. Já recuperados Pedro Gonçalves e Morita, e com o nosso Eduardo Quaresma mais moralizado que nunca.

Há pavor do lado de lá. Daí tentarem tudo, começando por estas provocações. Bem os compreendo. É caso para isso.

Rescaldo do jogo de ontem

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Eduardo Quaresma no momento em que marcava o golo da nossa alegria: valeu três pontos

Foto: Lusa

 

Gostei

 

Da reviravolta no marcador. Teve um sabor épico, o nosso triunfo da noite passada em Alvalade. Perante um Gil Vicente que parecia apostado em fazer o melhor jogo da temporada, virámos o resultado desfavorável, cerrámos fileiras, fomos para cima deles, agimos com inegável dinâmica colectiva, acentuada após Rui Borges ter refrescado a equipa e corrigido erros de posicionamento. Conseguimos os três pontos. Nem por terem sido arrancados a ferros foram menos saborosos, muito pelo contrário. E demos uma lição ao treinador da equipa adversária, que havia confessado sem rodeios desejar ver o seu Benfica campeão. 

 

De Eduardo Quaresma. Herói da noite leonina. Foi ele a apontar o golo da vitória - seu primeiro golo da temporada - num magnífico pontapé de ressaca, aproveitando da melhor maneira uma bola que sobrara da marcação de um canto. De fora da área, municiou o pé-canhão para um remate indefensável que fez levantar o estádio ao minuto 90'+3. Depois correu para os festejos e chorou lágrimas de genuína alegria. Melhor em campo: bem merece aplauso em uníssono da massa adepta. É com futebolistas como ele que se conquistam campeonatos.

 

De Maxi Araújo. Não teve actuação perfeita, longe disso. Mas foi ele a quebrar o enguiço quando o nervosismo e a ansiedade já se instalavam nas bancadas. Ao marcar o nosso primeiro golo, num remate por instinto, sem preparação, de posição quase acrobática com o seu acutilante pé esquerdo. Virou a corrente do jogo, que não voltou a ser a mesma. A partir daí tomámos de assalto a grande área da turma de Barcelos: queríamos conseguir. E conseguimos.

 

De Debast. Marcou o canto que originou o golo. Mas fez muito mais. Recuperou bolas. Fez um passe primoroso para Harder aos 88'. Tentou o golo de meia-distância com um remate cheio de intenção (90'+2) já prenunciando o que se seguiria um minuto depois. Cumpriu com distinção em duas posições: primeiro como meiocampista e a partir dos 64' como central ao meio. Ganhou lugar cativo no onze titular.

 

De Morten. Rui Borges poupou-o de início, procurando gerir o internacional dinamarquês, que está tapado com cartões amarelos, por recear vê-lo de fora no desafio seguinte, frente ao Benfica. Mas, passada uma hora, deu-lhe ordem para entrar. E fez muito bem. Porque o Sporting melhorou muito com o capitão em campo - em organização, em intensidade, em robustez psicológica. Interveio no primeiro golo e escapou incólume, sem advertência disciplinar: contaremos com ele na Luz.

 

De Harder. Saltou do banco para ajudar a construir a vitória. Dinâmico, foi um dos obreiros destes três pontos. Esteve no primeiro golo, ao fazer o remate inicial que daria a bem-sucedida recarga. Tentou o golo com um remate em arco aos 75' com a bola a passar ligeiramente ao lado. Cabeceou com perigo aos 88'.

 

Do treinador. Rui Borges completou uma volta inteira ao serviço do Sporting e pode gabar-se desta proeza: com ele no comando, nunca sofremos uma derrota em competições nacionais. Ontem, quando o resultado se mantinha desfavorável, soube detectar os problemas e encontrar soluções adequadas. Com três trocas simultâneas aos 64': Morita por Morten, St. Juste por Quenda e Pedro Gonçalves por Harder. A equipa melhorou de imediato. O resultado viu-se.

 

Da estrelinha. Não era exclusiva de Ruben Amorim. Ontem voltou para iluminar-nos.

 

Da homenagem inicial a José Carlos. Saudoso capitão leonino, há dias falecido com 83 anos. Como defesa central, conquistou a Taça das Taças em 1964, dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal pelo Sporting. Foi também exemplar ao serviço da selecção nacional, que representou por 36 vezes, tendo-se destacado como titular da equipa das quinas que subiu ao pódio no Mundial de 1966. Mereceu por inteiro este reconhecimento póstumo.

 

De mantermos a liderança. Temos agora 78 pontos quando faltam só duas rondas para o fecho do campeonato - correspondentes a 24 vitórias em 32 desafios. Faltam jogar 180 minutos, cruciais para a conquista do bicampeonato que nos foge há mais de 70 anos. Duas finais em perspectiva: a primeira no sábado, perante o Benfica; a outra em nossa casa, na recepção ao V. Guimarães. 

 

 

Não gostei

 

Da nossa primeira parte. Nem um remate enquadrado à baliza adversária. Daí o resultado desfavorável (0-1) registado ao intervalo. 

 

Do golo sofrido. De penálti, aos 26'. Marcado por um antigo jogador nosso, Félix Correia, que eu bem gostaria de voltar a ver de leão ao peito.

 

De St. Juste. Muito nervoso, deixou-se dominar pela ansiedade. Aos 22' provocou um penálti totalmente desnecessário que o árbitro Tiago Martins só assinalou após alerta do vídeo-árbitro. 

 

De Gonçalo Inácio. Capitão, por ausência de Morten, o central canhoto esteve em noite não. Protagonizando um festival de passes falhados - aos 20', 35', 37', 43', 45+3', 48' e 70'. Pelo menos estes. Dele exige-se bem mais. E melhor.

 

De Morita e Pedro Gonçalves. Ambos ainda longe da melhor forma, após lesões prolongadas - mês e meio no caso do internacional nipónico, cinco meses no caso do craque transmontano.

 

Da ausência de Diomande. Excluído desta partida por acumulação de cartões, notou-se bem a falta dele no eixo da nossa defesa. Substituído por St. Juste, ficou evidente que a equipa nada ganhou com a troca.

 

Da inoperância de Gyökeres. Raras vezes o melhor artilheiro da Liga 2024/2025 vem mencionado na secção "Não gostei". Desta vez justifica-se por ter sido incapaz de se libertar das marcações: teve sempre dois adversários a condicionar-lhe a manobra, policiando-o com rigor. A chuva copiosa que caiu durante grande parte da partida também nada ajudou as suas habituais arrancadas. Desta vez nem os passes lhe saíram bem. 

A taça que o ex-treinador deu a Vítor Bruno, o problema lá atrás (e por que não Eric Dier?)

 

Muito se falou nas últimas semanas da saída do ex-treinador - com aquela mistura de mágoa e saudosismo tão pátria como os pastéis de nata. E, ao nível das televisões e colunas de jornais desportivos, com aquela tão mal fingida compaixão dos lampiões quando sentem o cheiro do "sangue" adversário. 

Eu tenho, confesso, sentido saudades, mas não da dentuça sorridente do ex-treinador. Aquela que nos fazia até perdoar quando se metia num avião à sorrelfa para ir negociar com o West Ham (!!) em vez de se concentrar no campeonato nacional que tinha para ganhar. Tenho sentido saudades sim daqueles que são para mim os dois melhores centrais que passaram pelo Sporting na última década: Mathieu e, sobretudo, Coates.

Comecei, aliás, a sentir saudades logo em agosto, na Supertaça, que o saudoso ex-treinador perdeu de maneira espectacular para o pior Porto de que me lembro, com uma defesa atarantada a consentir 4 (quatro) golos, cada um mais ridículo do que o outro, depois de estar a ganhar por três. Para o treinador do Porto, Vítor Bruno, é bem capaz de vir a ser o único troféu que ganha na carreira. Mas o ex-treinador era bom rapaz, sorria muito, e portanto estava tudo bem.  

Só que não estava. Curiosamente, no último jogo de Amorim para a Liga tivemos novo descalabro na defesa, com a equipa a consentir dois golos a um Braga fraquíssimo (desta vez antes de dar a volta para 2-4). Verdade que a média de golos sofridos entre o Porto e o Braga foi baixa, e a de golos marcados bastante alta.

Com a instabilidade após a saída abrupta do ex-treinador, e evidente efeito anímico nos jogadores, ficou mais ainda à vista o problema que temos lá atrás, sem a inteligência, serenidade e voz de comando de Coates. Os golos sofridos com o Boavista creio que nem os centrais da equipa B sofriam. Moreirense e Brugges idem. Com uma defesa eficaz, a nova equipa técnica teria ganho todos os jogos.

Debast é muito bom a lançar jogo, mas acumula erros posicionais. Quaresma idem. Diomande é excelente no corpo a corpo, mas falta-lhe alguma frieza. Inácio quando em boa forma acrescenta muito, mas tem sido muito inconstante. St. Juste parece receoso do contacto físico, talvez pela questão das lesões. Ou seja, não temos nenhum central completo como era Coates. Nem de perto, nem de longe.

Além disso, acho que nos falta um jogador de meio campo fisicamente muito forte, capaz de destruir jogo adversário (sobretudo quando é preciso segurar um resultado, como foi em Brugge). Alguém com as características do João Palhinha (ou, já agora, de um jogador que acho um erro enorme ter sido emprestado - Dário Essugo). 

Os guarda-redes também não dão qualquer tranquilidade à equipa. Chego a (quase) sentir saudades de Adán. Mais valia apostar no Diego Callai, de quem vi grandes jogos nos sub-23. Esse ao menos poderia tornar-se um GR de topo. Tenho pena, mas parece-me que Israel e Kovacevic nunca passarão de GR medianos. 

Há em Portugal uma tendência para fulanizar as questões. A culpa é de sicrano ou beltrano. Acho que tem a ver com o peso da culpa. Como o sentimos, descarregamos noutro. No futebol, isso é extremado pelas emoções que rodeiam o jogo. O ex-treinador deixa troféus ganhos - o que sempre foi e sempre será normal no Sporting. Mas deixa também os perdidos. E muitos problemas para resolver no plantel.

Talvez fosse melhor concentrarmo-nos também na resolução destes. Eric Dier, que encaixaria como uma luva na nossa defesa, está encostadíssimo em Munique e poderia bem vir terminar a carreira em Alvalade. 

O dia seguinte

Afinal os resultados são o mais importante do futebol. A vitória sofrida de ontem em Alvalade significou 3 pontos na classificação, confiança dos jogadores e nas bancadas, o desarmar da enorme "mina" que estava montada na A14, uma oportunidade para reverter o ciclo negativo e chegar a 2025 no topo da Liga.

Mas os resultados não fazem esquecer as competências ou falta delas de treinador e jogadores no jogo, e muita coisa ocorreu que faz duvidar que João Pereira esteja ao nível do plantel do Sporting e dos objectivos a alcançar.

De qualquer forma ele pode capitalizar em seu proveito não só a vitória mas uns primeiros 30 minutos exemplares naquilo que tem de ser a abordagem ao jogo do Sporting em casa perante equipas inferiores. E também de ter feito isso utilizando um onze com apenas quatro ou cinco titulares indiscutíveis e dois miúdos de 17 anos da formação.

 

O pior do jogo foi o desempenho do tridente defensivo. No primeiro golo Quaresma mais uma vez sai "à maluca" no encalço a um adversário e perde-se na recuperação, no segundo golo  mais uma vez Quaresma completamente desalinhado do eixo Debast-Catamo e a não perceber o que estava a acontecer. Poderão dizer que no primeiro Matheus Reis deixa centrar e no segundo Catamo perde na disputa aérea, mas isso tem de ser acautelado por quem está atrás.

Rúben Amorim demorou muito tempo até encontrar o melhor compromisso entre controlo do jogo e intensidade ofensiva, e muitas vezes perdeu um em benefício doutro. Mas nesta época tinha a questão resolvida. João Pereira ainda está bem atrás. Quando quer dominar sujeita-se ao contra-golpe, quando quer controlar torna-se estéril no ataque. Também se pode dizer que o desgaste da Champions se fez sentir na fase final do jogo.

 

Melhor em campo? Trincão pelos golos, mas Debast esteve muito bem na saída de bola no primeiro tempo, os dois míudos, Quenda e João Simões, estiveram muito bem também. Gyokeres marcou um, falhou três ou quatro, mas assistiu para o golo que decidiu o encontro.

Arbitragem? Fábio Veríssimo "superstar" com decisões muito discutíveis, mas a verdade é que os jogadores do Boavista não lhe facilitaram  a vida com simulações constantes.

E agora? Seria o momento ideal para apresentar o novo treinador e devolver João Pereira à equipa B, com agradecimento pela sua competência e empenho numa missão muito difícil. Em vez  de o deixar voltar às derrotas, comprometer a época do Sporting  e com isso deixar de ter interesse aos olhos de muitos para treinador.

SL

Balanço (28)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - V

Eduardo Quaresma, no Sporting-Braga

(11 de Fevereiro de 2024)

 

Este foi, para mim, o nosso melhor golo da temporada que findou. Com marca de um artilheiro improvável: Eduardo Quaresma. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Golo espectacular de um dos maiores talentos da nossa formação, que esteve quase a ser dispensado do Sporting. Em boa hora se manteve. Contamos muito com ele para a temporada prestes a começar.

A voz do leitor

«A direcção do Sporting fez muito bem em renovar o contrato ao jovem barreirense [Eduardo Quaresma]. A mensagem que o Sporting quis transmitir não foi, tão-somente, que aposta em jovens produtos da sua Academia. Quis transmitir também a todos os jovens que anseiam integrar o plantel da primeira equipa leonina que mesmo que a primeira experiência não seja completamente alinhada com os requisitos que o clube exige aos seus atletas há sempre uma segunda oportunidade e o sucesso dessa apenas depende do empenho, brio e profissionalismo do próprio.»

 

António Goes de Andrade, neste meu postal

Balanço (9)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre EDUARDO QUARESMA:

 

Luís Lisboa: «Temos finalmente Edu? É como Amorim diz, o que fez neste jogo tem de fazer sempre, nos treinos e nos jogos. Sempre concentrado, sempre a jogar simples, sempre eficaz.» (19 de Dezembro)

Eu: «Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes» (12 de Fevereiro)

- Pedro Boucherie Mendes: «A redenção deste defesa feito de Sporting é umas das histórias mais bonitas da temporada.» (6 de Maio)

Pódio: Eduardo, Coates, Gonçalo Inácio

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-FC Porto, da final da Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:

 

Eduardo Quaresma: 17

Coates: 17

Gonçalo Inácio: 16

Pedro Gonçalves: 15

Morten: 15

Nuno Santos: 14

Daniel Bragança: 13

Diomande: 12

Morita: 12

Gyökeres: 12

Trincão: 11

Diogo Pinto: 11

St. Juste: 10

Koba: 10

Esgaio: 10

Geny: 9

Paulinho: 6

 

A Bola elegeu Gonçalo Inácio como melhor Leão em campo. O Jogo optou por Coates. O Record escolheu Eduardo Quaresma.

Seis destaques sobre o título.



1. Nuno Santos
É provável que seja impossível ter sucesso sem um jogador com esta fibra, tarimba e sabedoria de como estar no campo. Espero que vá ao Europeu. 

 

2. Quaresma
A redenção deste defesa feito de Sporting é umas das histórias mais bonitas da temporada.

 

3. Departamento médico
A ciência tem sido um dos principais aliados dos treinadores e jogadores, em todos os clubes. Este ano, os nossos discretos médicos, massagistas e fisioterapeutas estiveram à altura.  

 

4. Os fãs
Por todo o lado, em especial nas redes, no estádio e pelo país. Acredito que o apoio seja importante para os atletas, técnicos e dirigentes, muitos dos quais não sabem que nos anos 80 nos chamavam a “melhor massa associativa do mundo”.

O que fãs e adeptos têm feito é um justo legado aos sofredores do antigamente.

 

5. Os outros
Como Matheus Reis, Israel, Esgaio, Geny, St. Juste. Em muitas fases da época, o Sporting foi uma equipa com 15 ou 16 titulares.

 

6. O VAR
Falo por mim, mas tão importante como Varandas, Viana e Amorim, tem sido o VAR.

Não que o Sporting precise do empurrão do VAR, mas não há êxito possível sem que o jogo seja igual para todos. Para ganhar, o Sporting precisa de equidade. Por exemplo, desde que há VAR, tornou-se muito mais difícil invalidar golos limpos.

Noutro tempo, e falando do jogo com o Portimonense, nos velhos tempos seria simples anular o primeiro golo (“por fora-de-jogo”) e o terceiro (por “pé em riste do Bragança” ou "falta do Viktor sobre o defesa"). Quem viveu o futebol dos 80 e 90, sabe bem do que eu estou a falar. Aliás, basta lembrar o soco que um jogador nosso levou num jogo recente e que não foi ao VAR para se perceber como o “não haver VAR” pode influir.

Quantos atletas, dirigentes e treinadores do Sporting dos oitenta e noventa não teriam tido palmarés diferentes se o VAR existisse no tempo deles?  

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada de ontem ao Braga em Alvalade. Aplicámos uma manita à turma braguista: terceira seguida na deslocação desta equipa ao nosso estádio. Num jogo que dominámos do princípio ao fim. Aproveitamento de quase todas as oportunidades de que dispusemos. Os golos foram surgindo em cadência alucinante para os minhotos de visita a Lisboa: por Trincão aos 8', por Eduardo Quaresma aos 18', por Gyökeres aos 71', por Daniel Bragança aos 73' e por Nuno Santos aos 85'. A melhor equipa em Portugal é hoje a nossa, sem a menor dúvida. Como esta partida comprovou: quinta goleada em 2024.

 

Da atitude da nossa equipa. A cada jogo, o Sporting mostra-se ainda mais consistente, confiante, motivadíssimo. Tanto no processo defensivo como ofensivo. Um colectivo cheio de força, cheio de vontade, cheio de energia anímica. Inquebrantável.

 

De Gyökeres. Muito marcado na primeira parte, em que raras vezes conseguiu exibir a qualidade do seu futebol, o sueco soltou-se na meia hora final e voltou àquilo que melhor sabe: marcar. Assinou o terceiro, num remate a meia altura que desfez por completo qualquer veleidade do Braga em conseguir levar um ponto de Alvalade. Tem números impressionantes: este foi o seu 16.º golo no campeonato e o 27.º em todas as competições da temporada. Consolida a sua posição, já indiscutível, de melhor jogador da Liga 2023/2024.

 

De Trincão. O melhor em campo. Grande exibição do avançado que teve formação futebolística em Braga (e por isso não festejou o golo) e confirma agora todas as qualidades que levaram à sua contratação. Voltou a marcar num lance iniciado por ele próprio com uma recuperação muito oportuna, abrindo caminho à goleada. E foi dele a assistência para o terceiro, num magnífico trabalho na meia-direita ofensiva, sentando dois adversários antes de cruzar para Gyökeres. Já leva seis golos marcados nos últimos cinco desafios do campeonato.

 

De Eduardo Quaresma. Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Mais do que merecido. Ao ser substituído, no minuto 75, recebeu calorosa ovação no estádio. 

 

De Nuno Santos. O corredor esquerdo foi todo dele. Tanto a atacar (quase sempre) como a defender. Anda a mostrar, de jogo para jogo, que tem valor para estar entre os pré-convocados para o Europeu de França. Exibição coroada com o quinto golo - um golaço, de trivela. Justificando aplauso.

 

De Gonçalo Inácio. Será talvez a última época dele no Sporting: vai deixar saudades. Outra exibição de grande nível. Controlou por completo a manobra defensiva da nossa equipa, acorrendo às dobras dos colegas sempre que necessário, vencendo todos os duelos individuais, destacando-se na precisão do passe na fase de construção. Num desses passes, deu início ao quarto golo. Cortes fundamentais aos 15' e aos 62'. Neutralizou Djaló no seu sector. 

 

De ver o Sporting transformado numa poderosa máquina de fazer golos. Somos, de longe, a equipa mais concretizadora: média de 2,79 golos por jogo na temporada. Reforçamos a primeira posição com o melhor ataque do campeonato: 58 golos marcados nas 20 jornadas que disputámos. Marcámos em todas as rondas da prova. E continuamos invictos no nosso estádio: 11 jogos, 11 vitórias. Melhor ainda: há um ano que não perdemos em casa para a Liga - desde 12 de Fevereiro de 2023.

 

De termos mantido as nossas redes intactas. Terceiro jogo consecutivo sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal e contra o Casa Pia em Alvalade (8-0). Balanço destas três partidas em números: 16 marcados, nenhum sofrido. É obra.

 

Do árbitro. Boa actuação de António Nobre, que valorizou o espectáculo evitando ser a figura mais em foco no relvado. Aplicou o chamado critério largo, à inglesa, sem exibir nenhum cartão. Gostava que no futebol português houvesse mais árbitros como ele.

 

Da festa nas bancadas. Quase 40 mil pessoas presentes nas bancadas do nosso estádio: 39.851. Quarta maior afluência de público da temporada, apesar da forte chuva que foi caindo, quase todo o tempo, nesta partida iniciada às seis da tarde de ontem - enfim um horário decente, com reflexo óbvio na bilheteira. Exceptuando as escassas centenas de adeptos do Braga, todos saíram satisfeitos. 

 

 

Não gostei

 

Do Braga. Equipa vulgar, sem criatividade, sem intensidade nem chama. Parece ter entrado em campo já derrotada. Criou uma única oportunidade de golo, que Adán impediu, aos 62', com magnífica defesa a remate de Álvaro Djaló. Nada mais.

 

De chegarmos ao intervalo só a vencer por 2-0. Sabia a pouco.

 

Do primeiro canto a nosso favor ter ocorrido apenas aos 54'. Podia e devia ter acontecido mais cedo. 

 

De voltar a ver Moutinho em Alvalade. Justamente assobiado cada vez que tocou na bola. Não merece outro tratamento, por ter feito o que fez. Ao contrário de outros jogadores agora no Braga que vestiram as nossas cores, como José Fonte (que fez sete anos da formação leonina), Borja e Paulo Oliveira, profissionais dignos de respeito.

O dia seguinte

Este Sporting-Braga mais uma demonstração cabal da enorme diferença que existe entre as duas equipas e os dois clubes, que só mesmo num dia muito estranho, ou pela arbitragem ou pela sorte, resulta num desaire para as nossas cores. Coisa que alguns papagaios que por aqui aparecem fazem por esquecer. Nestas duas épocas foram 3V 2E 1D, 18-4 em golos, as 3 vitórias foram por 5-0 "sem espinhas", os empates e derrotas foram o que sabemos. No ano passado o peso da Champions do nosso lado abriu-lhes a oportunidade do 3.º lugar. Este ano, com o peso do lado deles, já estão a perder de vista.

Se antes lá fomos buscar Amorim, Palhinha, Paulinho e Esgaio, e todos deram muito jeito, agora mesmo nem para suplentes serviriam. Enfim, com boa vontade o Djaló, para juntar a Trincão, Edwards e Catamo.

 

Uma primeira parte completamente dominada pelo Sporting, uma lição muito bem estudada, a equipa criava perigo pela direita, com Catamo a passar "de mota" por Borja, pela esquerda com Nuno Santos e Pedro Gonçalves, e por todo o lado onde o sueco se resolvesse desmarcar. Trincão era o "joker", tão depressa na esquerda como no centro do ataque confundindo as marcações da defesa do adversário. Na defesa, Quaresma em grande e Coates a voltar ao seu melhor, no meio-campo Hjulmand patrão, Morita na triste forma com que sempre volta da selecção. Nenhum remate enquadrado do Braga na 1.ª parte.

Na 2.ª parte o Braga subiu linhas, arriscou no ataque, Moutinho nem sempre marcado em cima pelo sueco foi determinante nessa subida, e começou a criar perigo. Falhou uma oportunidade, o Sporting marcou o terceiro golo e resolveu o encontro. Depois foi refrescar a equipa e aproveitar a desorientação do adversário para chegar à "manita". Mais uma.

 

Melhor em campo? Trincão, sempre a correr, atacando e defendendo, rematando e desarmando, muito menos agarrado à bola, muito mais procurando assistir colegas desmarcados. Mas Quaresma esteve enorme em tudo, e não só no golo marcado, aquele corte na 1.ª parte dum centro que poderia apanhar um adversário solto nas costas foi excepcional. Diomande está a voltar da CAN, mas há muitos jogos para jogar e lugar para todos.

Arbitragem? O árbitro é o mesmo daquela canalhice em Alvalade em que até expulsou o Diomande ou é o irmão gémeo? Levou alguma lavagem cerebral entretanto? Hoje até parecia um árbitro europeu.

E agora? Bom, agora que o Benfica, mesmo com mais uma expulsão do adversário (devem ter um acordo com a APAF e pagam ao vermelho), deixou 2 pontos em Guimarães, o que o Sporting tem de fazer é... ir ganhar ao Moreirense. E depois se verá.

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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