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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Deste regresso da nossa equipa a casa. Mais de três meses depois (o jogo anterior tinha sido a 8 de Março, vitória por 2-0 contra o Aves), o Sporting voltou ao seu estádio, com relvado impecável. Infelizmente sem público: apesar de ser um espectáculo ao ar livre, as autoridades sanitárias e o poder político insistem em manter os portugueses longe dos recintos desportivos. Enquanto nos chamam para teatros, cinemas, salas de concerto, museus, restaurantes, centros comerciais e casinos - tudo à porta fechada. Alguém entende isto? Eu não.

 

Dos três pontos conquistados. Vitória leonina por 1-0, frente ao Paços de Ferreira agora treinado por Pepa - um técnico que costuma mostrar uma animosidade muito especial sempre que defronta o Sporting, vá lá saber-se porquê. Vitória sem contestação da que foi a melhor equipa em campo. Com uma exibição ao nível da conseguida na jornada anterior, em Guimarães (2-2). Vale a pena registar: este foi o nosso sexto triunfo consecutivo em Alvalade.

 

De Jovane. Já tinha sido crucial na jornada anterior, com uma assistência para golo e ao sofrer uma falta que fez expulsar um adversário. Desta vez não teve rival em campo: foi mesmo ele o melhor, fazendo a diferença. Marcou um golão, de livre directo, aos 65': a bola embateu na barra, cheia de colocação e força, entrando de seguida. No último minuto do tempo extra (97') esteve quase a repetir a proeza, mas em lance corrido. No entanto a bola, caprichosamente, voltou a embater na trave, agora sem entrar. Ainda (48') ofereceu um golo a Sporar que o esloveno desperdiçou.

 

De Max. Redimiu-se da pálida exibição em Guimarães com uma actuação de grande nível, impedindo o Paços de pontuar. Destaque para quatro grandes defesas, todas na segunda parte: aos 67'; duas vezes aos 79', na marcação de um livre e respectiva recarga; e aos 86'. Impecável, desta vez, a jogar com os pés.

 

De Eduardo Quaresma. Segunda partida de grande nível do benjamim da equipa, o mais jovem central titular de sempre no Sporting. Impecável no desarme, sempre atento e concentrado, resolveu vários lances sem nunca recorrer à falta e demonstrou capacidade também na construção de lances ofensivos pelo corredor direito. Rúben Amorim só pode estar satisfeito com a prestação deste jovem: ainda júnior, Eduardo integra-se bem no sistema de três centrais, ombreando com o veterano Coates (Borja foi desta vez o terceiro elemento, por ausência de Mathieu).

 

De Wendel. Longe ainda da melhor forma, neste seu regresso à equipa após lesão, fez uma dupla bem mais consistente com o jovem Matheus Nunes do que a anterior parceria Battaglia-Matheus (o argentino nem chegou a ser convocado para esta partida). Desequilibra, constrói jogo e abre contínuas linhas de passe no corredor central. Numa destas arrancadas, aos 63', foi ceifado em falta - e da cobrança do livre nasceu o nosso golo. Esteve em campo até ao minuto 83', quando cedeu lugar a Francisco Geraldes.

 

Da aposta na formação. Parece consistente e promete dar bons frutos. Rúben Amorim - ao contrário de técnicos anteriores, que apregoavam as virtudes da formação mas não demonstravam confiar nos jovens - fez desta vez alinhar oito sub-23. Seis de início: Max, Eduardo Quaresma, Matheus Nunes, Wendel, Rafael Camacho e Jovane. E mais dois como suplentes utilizados: Plata (que rendeu o lesionado Vietto aos 43') e o júnior Nuno Mendes, em estreia absoluta na equipa principal (aos 73', e logo com a responsabilidade de substituir Acuña. O caminho faz-se caminhando. Isto é, jogando.

 

Do vídeo-árbitro. Aos 67', o árbitro Rui Costa assinalou uma grande penalidade inexistente favorável ao Paços de Ferreira por alegada falta que Borja não cometeu. Alertado pelo VAR, foi ver as imagens do lance e reconheceu que se tinha equivocado. Sem este recuo ter-se-ia cometido uma enorme injustiça em Alvalade, distorcendo a verdade desportiva. 

 

Da "estrelinha" do treinador. Rúben Amorim, técnico com fama de sortudo, soma agora doze jogos sem perder no campeonato. Só é pena que nove desses doze tenham sido ao serviço do Braga. No Sporting, regista duas vitórias (Aves e Paços) e um empate (em Guimarães).

 

 

Não gostei
 
 

Do empate a zero ao intervalo. Os jogadores recolheram aos balneários deixando uma impressão geral de falta de intensidade, falta de velocidade e falta de perícia no último passe. Desenvolvendo um jogo mastigado, com muita "posse de bola" mas longe da baliza. A pausa fez-lhes bem: o melhor período do Sporting foram os 20 minutos iniciais da segunda parte, coroados no golo de Jovane.

 

De ver a equipa recuar após o 1-0. Em vez de prosseguir o ímpeto ofensivo, procurando de imediato ampliar a vantagem, o Sporting concedeu a iniciativa de jogo ao adversário, que a partir daí se instalou no nosso meio-campo, procurando o empate. Que só foi impedido pela boa actuação de Max. 

 

Da lesão de Vietto.  O argentino saiu aos 42', com fortes dores numa clavícula, após ter sido derrubado em falta num lance em que o árbitro deixou o cartão por mostrar e nem sequer sancionou com livre. Momentos antes, o avançado leonino protagonizara um excelente lance, com um passe a rasgar a defesa, oferecendo de bandeja a Sporar um golo que este desperdiçou.

 

De Sporar  Do oito para o oitenta: de uma eficácia extrema em Guimarães, passou ao lado deste desafio. E nem sequer pode queixar-se de não lhe terem feito chegar a bola em condições. Vietto encarregou-se disso aos 37', Jovane fez o mesmo aos 48' e a seguir foi Acuña a centrar para ele. Esforço escusado: o esloveno parecia não estar lá.

 

Das exibições apagadas de Camacho e Plata.  O primeiro, actuando como um lateral avançado no corredor direito neste sistema posto em prática por Amorim, parece ainda desconfortável nas missões defensivas e ontem foi demasiado trapalhão na metade dianteira do terreno. O segundo entrou desconcentrado e com falta de atitude competitiva, parecendo em má forma física. Passaram ambos ao lado do jogo.

 

De Eduardo. Suplente utilizado, em campo desde o minuto 73', ocupou o lugar de Matheus Nunes, que já tinha visto um cartão (por falta inexistente). Revelou-se uma autêntica nulidade: foi amarelado mal entrou em jogo e distinguiu-se apenas pelos passes errados, que nele são uma espécie de marca autoral. Confirma-se: não tem qualidade mínima para jogar no Sporting.

 

Da ausência de público. Futebol sem assistência ao vivo não chega a ser espectáculo. É uma espécie de atentado ao futebol. De positivo, desta vez, só encontro isto: ao menos não se ouviram assobios aos nossos jogadores num período nada entusiasmante da partida. Se houvesse adeptos nas bancadas, as vaias eram garantidas. Dirigidas sobretudo aos jogadores mais jovens, cumprindo assim uma lamentável tradição em Alvalade. Se assobios ajudassem a vencer jogos, o Sporting era campeão todos os anos.

Os jogadores de Varandas (10)

image.jpg

 

EDUARDO

Um dos erros mais recorrentes no Sporting é haver quem não resista a contratar um jogador que faça um brilharete ocasional contra nós. Ou, pior ainda, contratá-lo porque se destacou num determinado jogo contra o Benfica - cenário ainda mais absurdo. Há vários exemplos clássicos. No primeiro caso, basta lembrar Rúben Ribeiro, que fez uma exibição de grande nível enfrentando o Sporting ao serviço do Rio Ave na época 2016/2017: ficou logo "sinalizado" pela prospecção leonina - com as consequências que sabemos.

Um expoente do segundo caso é Eduardo Henrique, ex-internacional sub-20 brasileiro, contratado por cinco épocas ao Internacional de Porto Alegre poucos meses após ter-se destacado como melhor em campo numa rara vitória do Belenenses (onde actuava por empréstimo) frente ao Benfica. A 2 de Julho, era anunciado como reforço em Alvalade, a troco de nada módicos 3,5 milhões de euros a pagar ao clube gaúcho.

Prometia dar solidez e criatividade ao meio-campo leonino, oscilando entre as posições 6 e e 8, mais como distribuidor de jogo do que como transportador da bola. Afinal acabou por não revelar utilidade em qualquer missão no campo, apesar de contar com o apreço público e notório de Silas, que tudo fez para o fixar no onze-tipo do Sporting. Sem sucesso. Faltou sempre a Eduardo a solidez de um Battaglia e a técnica de um Wendel, por exemplo. Acabou por cumprir apenas onze partidas como titular. 

Com 25 anos recém-completados, Eduardo integrará provavelmente as próximas listas de elementos a dispensar do plantel, embora pareça ser mero sonho (ou delírio) os anunciados sete milhões de euros que alguma imprensa tem associado a uma possível venda deste jogador que no Sporting jamais conseguiu transpor o patamar da mediania, roçando a mediocridade. Apático, sem fibra nem garra. Como se tivesse esgotado quase todas as energias naquela vitória contra os encarnados em Outubro de 2018.

 

Nota: 4

Pódio: Eduardo, Bolasie, Coates

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Aves-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Eduardo: 17

Bolasie: 17

Coates: 16

Bruno Fernandes: 15

Renan: 15

Vietto: 15

Acuña: 14

Mathieu: 14

Wendel: 12

Luis Phellype: 12

Idrissa Doumbia: 12

Borja: 11

Rosier: 11

Jesé: 10

 

A Bola  elegeu   Coates  como melhor jogador em campo. O Record  optou por  Bolasie. O Jogo escolheu Eduardo.

Rumo ao Mundial (20)

 

 

EDUARDO

Este guarda-redes parece o vinho do Porto: quanto mais os anos passam, melhor fica. Assim o demonstrou há dias, no segundo jogo de preparação da selecção portuguesa para o Mundial do Brasil, frente ao México: salvou três golos quase inevitáveis e chegou ao fim da partida com a baliza invicta, permitindo que a equipa das quinas saísse vitoriosa deste embate.

Eduardo dos Reis Carvalho, transmontano de 31 anos, ex-vice-campeão nacional ao serviço do Sp. Braga (na época 2009/10, quando foi o guarda-redes com menos golos sofridos na Liga), volta a ser convocado para um Campeonato do Mundo depois de ter sido guardião titular da "equipa de todos nós" no Mundial da África do Sul, em que sofreu apenas um golo em quatro jogos (marcado pela selecção de Espanha, que alcançaria o título) e foi considerado um dos melhores atletas na sua posição. Antes do nosso jogo inaugural nesse certame, que se saldou com um empate a zero contra a Costa do Marfim, alguns críticos diziam que Eduardo não estava ao nível da equipa. Depois do jogo, deram o braço a torcer dizendo que afinal era a equipa que não estava ao nível do guarda-redes...

Esse foi, até agora, o ponto culminante de uma carreira que o levou já a vestir as camisolas de vários clubes: Beira-Mar, Vitória de Setúbal, Benfica e Génova. Mas nunca brilhou tanto como na equipa bracarense, onde continua a ser um elemento imprescindível. Pela maturidade competitiva, pela capacidade de concentração, pelos óptimos reflexos que evidencia entre os postes.

É um valor seguro, indiscutivelmente. Também pela experiência, pela maturidade, pela força interior que é capaz de transmitir aos seus colegas. Está pronto a confirmar estes atributos, agora em solo brasileiro.

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