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És a nossa Fé!

Triste dirigismo

As polémicas no nosso futebol existem porque há muitos (demasiados) interesses escondidos. O caso do jogo Estoril-Porto vai dar muita água pela barba e irá com toda a certeza ser o fiel da balança para este campeonato.

Se no próximo dia 21 o Porto acabar por dar a volta ao resultado e conseguir assim ganhar o jogo tudo ficará naturalmente sanado. Se, ao invés, perder ou empatar surgirão novos eventos com direitos a contestação.

Entretanto a pergunta foi ontem à noite feita por um comentador: se o Porto estivesse a ganhar haveria esta polémica?

Eu respondo com a certeza de que se estivesse a ganhar por duas ou três bolas o Porto certamente faria o jogo nas 30 horas subsequentes, como mandam os regulamentos.

É por estas e por muuuuuuuitas outras que o nosso dirigismo desportivo é aquilo que todos sabemos. Não se sabem impor, atemorizam-se a uma turba que lhes é, quase sempre, hostil e acima de tudo não têm coragem de assumir as suas acções, tentando sempre agradar a gregos e a troianos de modo a não perderem posição e estatuto.

Por fim, e num exercício quiçá simples, gostaria de saber o que se faria na Inglaterra, se houvesse um caso destes.

Mas claro que estamos a falar de outra civilização futebolística.

Nem com a morte chegou o silêncio

Permito-me transcrever na íntegra o artigo do director do Mais Futebol, Luís Mateus, com o qual concordo em absoluto, como pode ser constatado aí pelo blogue em vários pronunciamentos sobre o assunto.

 

"Morreu uma pessoa.

Antes de ser adepto, antes de carregar um cachecol, uma bandeira, antes de participar num cântico ou vibrar com um golo, foi uma pessoa que morreu.

Perdeu-se uma vida.

Matou-se uma pessoa, e sim não foi a primeira.

De pouco adianta agora, mas o Estado português deve desculpas à sua família. Mais que não seja pelo estado a que isto chegou.

O futebol cá do burgo também. Os dirigentes, da Liga, da Federação, todos os que ainda forem vivos e os de agora, que peçam perdão. Os não-jornalistas que incendeiam com gozo programas de televisão de entretenimento grotesco, os jornalistas e os meios que lhes dão voz. Os adeptos que insultam toda a gente, e as suas famílias. As claques. Todas. Os clubes que lhes abrem as portas sem critério. Os pais que não educaram os seus filhos.

Eu também peço desculpa.

Não basta silêncio num minuto de silêncio nos estádios. Ou aplausos em 60 segundos de aplauso. É necessário o silêncio de todos, de uma ponta a outra do futebol português. Que se calem e ouçam. Que aprendam a respeitar o próximo, e respeitarão o jogo.

Todos os que falaram depois da madrugada de sábado calados seriam uns poetas. Que necessidade há de aproveitar politicamente uma morte? Para um lado ou para o outro. Que se ouçam primeiro antes de abrir a boca. Se não em mais nenhuma altura, que se calem agora. Por respeito.

Se as claques de clubes portugueses servem para isto acabem-se com as claques. Legalizadas ou não, não há inocentes. Se não se registam todos os membros de que vale legalizar? Se não se pune quem deve ser punido de que vale ter uma lista com uns nomes no papel? Se não estão legalizadas porque têm o seu lugar nos estádios e bilhetes mais acessíveis? Há um pouco mais de controlo por parte da polícia, mas estará longe de ser suficiente.

Se é para isto, para combates de madrugada agendados às portas dos estádios, para gerar o pânico um pouco por todo o lado, desmembrem as claques. Descaracterizem os seus elementos. Tornem-nos iguais aos outros. Deixem tarjas, bandeiras, tochas e privilégios do lado de fora dos estádios.

Se não puderem ser claques durante os jogos, a sua razão primária para existir, dificilmente poderão continuar a sê-lo nos outros dias. Se não mantiverem o apoio dos clubes, oficial e oficioso, irão fragilizar-se e perder poder. Não virá nenhum mal ao mundo com isso, bem pelo contrário. Menos poder, menos potencial violento, que é o que se pretende.  

Os outros, por sua vez, que os tornem desnecessários! Que façam a festa, que devolvam o jogo aos verdadeiros adeptos e às famílias! Que façam com que os clubes não precisem deles em lado nenhum!

Se apontamos tanto para Inglaterra por que não agora outra vez? Têm os ingleses um problema de ambiente nos estádios?

No dia em que se voltar a gostar do jogo não haverá mais violência. Essa será a cura, mas ainda parece muito distante de chegar, e os últimos sintomas têm sido preocupantes. 

O futebol português está doente, e deve ser colocado de quarentena."

 

Vale a pena ler também isto.

Tempo de reflexão!

O caso do fim-de-semana não foi o clássico, nem o Arouca-Sporting, mas estupidamente o jogo de uma divisão inferior, onde um atleta agrediu barbaramente, com uma joelhada, um árbitro de campo. Simplesmente lamentável! E evitável…

Só que se olharmos bem para o futebol da primeira liga e respectivos adeptos, quantos de nós já tivemos vontade de fazer o mesmo a um árbitro? Sinceramente… respondam lá!

Esta ideia ou vontade, como lhe queiram chamar, não é nada que me orgulhe, mas, bolas, também sou humano…

Só que a génese deste problema não está certamente só nos adeptos ou nos jogadores. Creio mesmo que o nosso dirigismo é, indirectamente, hiper-culpado neste tipo de situações. Primeiro são alguns presidentes de clubes que, de forma velada ou mais evidente, tentam controlar diversos sectores do futebol, de forma a recolher os maiores benefícios. Depois são os próprios líderes das claques que se deixam envolver em relações (muito) pouco transparentes.

Se somarmos a isto as apostas clandestinas e outras, temos um sector profundamente dividido para não dizer vendido, à mercê de quem pagar mais… Com as respectivas consequências. E nem é necessário vir para a rua dizer que um dia alguém matará um árbitro. Já todos sabemos que esse risco é cada vez maior.

Ora como se resolve então esta espécie de guerrilha sem sentido? Não será com uma varinha mágica, como é óbvio, mas com profilaxia… prevenir antes de acontecer. Ou, dito de outra forma, procuremos as verdadeiras origens do problema e cortemos-lhe o mal pela raiz.

Talvez assim consigamos evitar males maiores para o nosso futebol.

{ Blogue fundado em 2012. }

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