A liga espanhola celebrou um acordo com um fundo, em que cede cerca de 10% do capital da própria liga, onde estão centralizados os direitos televisivos, por cerca de dois mil milhões de euros. No contrato estão bem explícitas as percentagens onde pode ser investido o montante que cabe a cada clube. 70% do valor será para infraestruturas dos clubes, 15% para compra de jogadores e os restantes 15% para redução de dívida. Para os pequenos e médios clubes este acordo é visto como a grande oportunidade para a sua consolidação nas suas áreas, a construção de novos campos de futebol, que vão permitir uma muito maior aposta no futebol de formação. Esta aposta será a melhor forma destes clubes poderem crescer e também para os grandes clubes é uma oportunidade, pois permite elevar a competição interna levando à sua valorização.
Por cá e numa notícia não relacionada, a liga de clubes investiu 18 milhões de euros na construção da sua nova sede.
Na próxima quarta-feira o Sporting Clube de Portugal vai jogar contra um ectoplasma denominado B SAD, espécimen único no futebol europeu, e talvez mundial, e evidência viva da asquerosa impostura que é o futebol em Portugal. Esta coisa B é uma entidade sem adeptos nem instalações, que roubou a posição ao venerável Belenenses. Ora um clube é suposto ter uma base social de apoio e estar domiciliado numa comunidade. Este é o primeiros escândalo do B, o segundo é que no mundilho peçonhento do futebol português, no qual obviamente se deve incluir a comunicação social que nele se pendura, ninguém se escandalize com isto e exija a erradicação desta abencerragem para dar lugar a um clube normal.
Mas se o B não tem adeptos então praticamente não tem rendas de bilheteira a não ser a fornecida pelos adeptos dos clubes que o visitam. Sem adeptos também seria suposto não ter qualquer capacidade de atrair investimento publicitário. Portanto a primeira coisa que o B prova, pelo simples facto de continuar a existir, é que no futebol português os adeptos não valem um caracol. Os que vão ao estádio são apenas elementos cenógraficos para dar ambiente aos jogos e os outros reduzem-se à condição de consumidores de TV e daquelas folhas de couve que por aí andam, ou seja, meros dados estatísticos para audiências.
Então o B vive de quê? Vive da tranche que lhe cai no colo dos direitos televisivos geridos pela Liga e das transações de activos, isto é, de jogadores. Que o B continue a existir prova que este modelo de negócio é minimamente interessante. Não tem é nada a ver com futebol... Assim sendo é forçoso concluir que o B não passa de um parasita. Na verdade são os grandes (Sporting, SLB, FCP e Guimarães, os clubes com adeptos a sério, e um pouco o Braga, famoso por ter adeptos em "segunda mão"), aqueles que geram de facto receitas, os que têm capacidade de atracção de investimento, que alimentam o B. À primeira vista pareceria justo e equitativo que os direitos televisivos estivessem centralizados na Liga para melhor os distribuir pelos clubes ditos pequenos, assim alavancando o seu valor e torná-los mais competitivos o que teria o efeito virtuoso de melhorar a qualidade do espectáculo futebolístico português. Como todas as ideias feitas isto é uma aldrabice. Centralizar os direitos é de facto espoliar os clubes de verdade para tornar os B da vida mais rentáveis, logo mais propícios à captura das SADs por corsários de meia-tigela. Em resumo: centralizar os direitos televisivos é injusto (o futebol a quem trabalha!), perverso porque alimenta ténias como o B e, sobretudo, muito suspeito.
A Liga alemã vendeu os direitos televisivos por um valor record de 1,4 mil milhões de Euros.
«[A venda dos direitos] É um passo importante para garantir a viabilidade do futebol alemão. A Bundesliga tem agora condições para continuar a ser uma das três ligas mais fortes da Europa em termos de receitas», afirmou Christian Seifert, diretor da Bundesliga.
Mais uma vez e tendo em conta as diferentes realidades, o que fez o Benfica?
Com as devidas distâncias e adaptações à realidade, era isto que o Sporting defendia para a Liga e que o Benfica, vá-se lá saber porquê, furou:
"...Refira-se que todos os clubes ingleses receberam esta época 28,3 milhões de euros de parcela igual das transmissões televisivas, mais 38 milhões de euros de direitos televisivas pelos jogos que passam no estrangeiro, mais 5,8 milhões de euros de direitos comerciais. Por isso todos os clubes recebem de imediato 72,1 milhões de euros.
Depois há as variáveis, que têm que ver com o mérito (lugar na classificação) e com o números de jogos transmitidos para o Reino Unido.
Ora como o Arsenal foi o clube que teve mais jogos transmitidos no Reino Unido (27 jogos), foi o que recebeu mais. Em segundo lugar ficou o Manchester City, com 125 milhões de euros de receitas totais, e em terceiro o Manchester United, com 124 milhões de euros."
Posição
Clube
Jogos transmitidos
Receita total
1
Leicester
15
120 milhões de euros
2
Arsenal
27
130 milhões de euros
3
Tottenham
21
123 milhões de euros
4
Manchester City
25
125 milhões de euros
5
Manchdster United
26
124 milhões de euros
6
Southampton
12
109 milhões de euros
7
West Ham
15
110 milhões de euros
8
Liverpool
23
116 milhões de euros
9
Stoke City
10
102 milhões de euros
10
Chelsea
22
112 milhões de euros
11
Everton
18
107 milhões de euros
12
Swansea
10
97 milhões de euros
13
Watford
10
96 milhões de euros
14
West Bromwich Albion
10
94 milhões de euros
15
Crystal Palace
10
93 milhões de euros
16
Bournemouth
10
90 milhões de euros
17
Sundelard
13
92 milhões de euros
18
Newcastle
16
94 milhões de euros
19
Norwich
10
86 milhões de euros
20
Aston Villa
11
86 milhões de euros
In Mais Futebol
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