Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Não gostei

 

De perder dois pontos fora de casa. Em Vila das Aves, frente ao antepenúltimo da classificação - uma "coisa" que nem é clube: é uma SAD, praticamente condenada à descida. Deixámos seis pontos a voar nas últimas três partidas. Inadmissível. 

 

De nos deixarmos empatar a minuto e meio do fim. Repetiu-se quase ao segundo o que já sucedera no nosso empate (1-1) no Dragão. Equipa incapaz de segurar a bola em linhas avançadas, perdendo-a em zona proibida, acometida por tremideira geral. Cada lance de bola parada defensiva parece semear o pânico nos nossos jogadores, algo incompreensível.

 

Da segunda parte. O onze leonino veio irreconhecível do intervalo. Com vantagem confortável mas sempre arriscada (vencíamos 2-0 nos primeiros 45 minutos), deixámos deliberadamente a turma anfitriã assumir a iniciativa do jogo, recuámos a linha média em cerca de 30 metros e apenas mantivemos um solitário Gyökeres lá na frente, na vã esperança de que alguma bola lhe fosse despejada de chutão. Comportamento de equipa que luta para não descer - nada a ver com uma equipa que sonha conquistar o bicampeonato nacional de futebol. Neste período fomos incapazes de fazer um só remate à baliza adversária.

 

De Diomande. Comportamento calamitoso do nosso defesa, que até foi um dos heróis da primeira parte ao inaugurar o marcador, de cabeça, na sequência de um canto. Infelizmente, descarrilou no segundo tempo. Aos 67', agride à chapada um adversário dentro da área - o que nos custou um penálti e o primeiro golo do AVS, aos 71'. Abusando da sorte (o marfinense devia ter visto o vermelho, e não apenas o amarelo), Rui Borges manteve o central em campo. Deu asneira: aos 77', junto à linha do meio-campo, Diomande volta a cometer falta absolutamente desnecessária: um pisão que lhe valeu o segundo cartão - e consequente expulsão. Volta a ficar de fora: outra baixa importante na nossa equipa. Actuámos só com dez durante meia hora.

 

Da ausência de Morten. Ausente por castigo, pela primeira vez neste campeonato, fez-nos falta. Sem ele, o nosso meio-campo não tem, nem de longe, a mesma eficácia. Aliás toda a nossa linha média interior era adaptada, com Debast e Alexandre Brito nos lugares habitualmente ocupados pelo internacional dinamarquês ou pelos lesionados Morita e Daniel Bragança.

 

Da ausência de Biel. Sentou-se no banco, mas não calçou. Estranhamente, parece que o treinador não conta com ele. Como se não tivesse sido o mais propalado "reforço de Inverno" do Sporting.

 

De outro lesionado. Não há jogo do Sporting sem vermos sair um futebolista mais cedo, rumo à enfermaria de Alvalade. Desta vez foi Eduardo Quaresma, que só durou 45 minutos. Já não regressou para a segunda parte, sendo substituído por Matheus Reis. Novo período de lesão, ainda incerto, para o jovem central, tão combativo quanto azarado.

 

Da infeliz estreia de Felicíssimo. O jovem médio defensivo, presença habitual na Liga 3 como titular do Sporting B, foi promovido por mérito (e devido à extensa onda de lesões) à equipa principal. Mas não lhe correu bem este "baptismo de fogo". Nervosíssimo, perdeu a bola no início da construção, dando origem ao golo do empate do AFS. Assim deixámos fugir mais dois pontos.

 

De Rui Borges. Quinto jogo seguido sem ganhar. Muito passivo no banco, incapaz de dar resposta aos problemas em tempo útil e até de antecipá-los. Assistiu impávido ao recuo das linhas, pairando a sensação de que os jogadores obedeciam a insólitas instruções suas. Fez quatro alterações no onze: nenhuma melhorou a equipa. Esperou até aos 90'+2 para mandar Harder saltar do banco, talvez esquecido de que o dinamarquês tinha sido o melhor em campo no desafio anterior, contra o Arouca. E não esgotou as substituições no longo tempo extra (9 minutos da etapa final), nem sequer para queimar tempo. Algo também incompreensível.

 

De termos perdido a liderança isolada. Após este terceiro empate (2-2), vimos o Benfica igualar-nos na pontuação da Liga 2024/2025. A onze jornadas do fim.

 

 

Gostei

 

Do primeiro tempo. Bom futebol, dinâmico, veloz, com os flancos a funcionarem e a bola a sair dominada ao primeiro toque. Pressão alta sobre a saída da equipa da casa, que raras vezes se libertou para a manobra de construção e dispôs apenas de uma oportunidade de golo neste período - grande defesa de Rui Silva, aos 14', a remate de Zé Luís.

 

De Gyökeres. Recuperou a boa forma e voltou a exibir os dotes de goleador, que não demonstrava há cerca de um mês. Protagonizou duas arrancadas, aos 18' e aos 21', desposicionando por completo a defesa, na segunda culminando em remate com selo de golo que só uma enorme defesa do internacional mexicano Ochoa impediu. Meteu-a mesmo lá dentro aos 33', coroando brilhante jogada colectiva. Na segunda parte ninguém o serviu: não teve culpa. Cada vez mais isolado na lista dos artilheiros deste campeonato: são já 23 golos a seu crédito. Melhor em campo.

 

De Trincão. Jogador mais utilizado do plantel, continua a ser útil. Esteve nos dois golos. No primeiro, aos 8', é dele o passe certeiro para a cabeça de Diomande. O segundo começa a ser construído por ele: soberba variação de flanco para Maxi assistir o sueco. E ainda foi ele a isolar Gyökeres no lance que quase deu golo aos 21'. Líder das assistências na Liga: são já 12.

 

De Maxi Araújo. Cada vez mais útil, cada vez mais acutilante, cada vez mais imprescindível na ala esquerda. É dele o passe para o segundo golo. Foi dos poucos que não naufragaram no segundo tempo. 

 

De continuarmos no comando. O Benfica conseguiu igualar-nos, dois meses depois, mas mantemos a liderança da Liga devido ao critério de desempate. E o FC Porto - que ainda não ganhou em casa neste ano de 2025 - mantém-se seis pontos atrás de nós após ter empatado no Dragão (1-1) com o V. Guimarães.

Ousmane Diomande

Ousmane Diomande tem 21 anos e 1,90m. Internacional A pela Costa do Marfim, o seu valor de mercado no TM é de 40M€ (4.º mais valioso do plantel, depois de Gyökeres, Hjulmand e Inácio), foi eleito o defesa do mês da Liga Betclic no mês de Janeiro, em votação levada a cabo entre os treinadores principais das equipas participantes.

Ontem marcou mais um golo de cabeça na área contrária. São agora dois golos marcados na Liga.

Para mim é claramente o melhor defesa central do Sporting, no conjunto de capacidade de comando, jogo aéreo, intensidade no corpo-a-corpo, passe curto e longo. Mas tem 21 anos, carrega o futebol de onde veio com ele, usa o corpo como foi habituado a usar. Não tem 35 anos, não se chama Coates ou Mathieu, não nasceu no Uruguai nem em França.

Diz o Duarte Gomes: "O avançado costa-marfinense, já demasiadamente sinalizado por uso recorrente de mãos e braços sobre adversários, atingiu..." . Pelos vistos Diomande está sinalizado, pela APAF e pelos adversários, até pelos concorrentes ao título. Se calhar expulsá-lo dá prémio.

 

Reafirmo que Rui Borges tem culpas no que aconteceu ontem. Primeiro na alteração ao intervalo que retirou Diomande da sua posição natural, de comandante da defesa. Depois, da sua não substituição imediata após o penálti.

O comandante da defesa do Sporting, legítimo sucessor de Coates, chama-se Ousmane Diomande. Ele, com Hjulmand e Gyökeres, talvez agora com Rui Silva também, constituem a coluna vertebral da equipa, aqueles que jogam no meio e fazem jogar todos os outros ao lado. Como Pedro Gonçalves, o mágico do plantel.

Esteve muito mal ontem o Diomande? Esteve. Como Hjulmand esteve também contra o Arouca, o Rui Silva idem no mesmo jogo. Gyökeres também tem falhado uns golos que seriam determinantes para o resultado final.

 

Depois de três empates na Liga, no primeiro com dois penáltis claros por marcar, no segundo com penálti contra e expulsão por duplo amarelo, no terceiro com penálti contra e expulsão por duplo amarelo outra vez, com muitas lesões pelo meio. Com Benfica e Porto a lamberem os beiços com os acepipes oferecidos pela APAF, é triste ver muitos por aqui que se dizem Sportinguistas malhar no presidente, malhar no treinador, malhar nos jogadores, os mais antigos e os que agora chegaram.

Querem o quê afinal? Voltar ao Marquês, isso se alguma vez lá foram como eu, ou festejar a derrota de Varandas, de Rui Borges, de Diomande? Ou o Esgaio também?

 

Vamos com calma. Está tudo em aberto e todos vamos ser poucos para triunfarmos contra tudo contra todos.

Ousmane Diomande é um excelente jogador, é um excelente rapaz pelo que vi na Sporting TV. Estamos todos com ele neste momento. Quinta-feira, em Barcelos, muito precisamos que ele lá esteja também.

SL

E primeiras partes de 90 minutos?

Screenshot 2025-02-23 at 23-57-16 Randall Ball The

Este é um Leão com nome. Chama(va)-se Scarface, morreu em 2021 na reserva queniana de Maasai Mara, com 14 anos bem vividos, muitas lutas ganhas e inúmeros adversários mortos, coisa do dia-a-dia da selva. Reparem que tem uma cicatriz peculiar na zona do olho direito, daí o ápodo, resultado da sobrevivência a uma qualquer luta com uma presa ou com um outro macho pela liderança do clã. O que importa aqui, para o post, é que este Leão foi resiliente, foi o verdadeiro rei da selva, foi longevo e ao que consta respeitado pelos seus pares.

Este Leão, apesar das adversidades (ser ferido em combate para um animal selvagem é uma quase sentença de morte) foi reinante por longos anos, vencendo alguns jovens aspirantes a alfa do grupo. Nunca se rendeu aos percalços que a vida exigente na selva lhe ergueu pela frente. Morreu de velho, orgulhoso do seu passado.

Já o nosso Leão, ultimamente alvo de muitas adversidades, roturas, fracturas, montes de ligaduras, tem feito pela vida, movendo-se numa selva que lhe tem sido adversa. Tem dado para o gasto, poderá dizer-se, mas do ultimamente recente o que me preocupa é que este nosso Leão só tem dado para meia parte, ou seja, 45 minutos mais os descontos.

O nosso presidente veio pedir que o VAR varasse as suas incongruências e parece que logo hoje passou a haver o critério que o senhor pediu, que exigências não são para nós, isso é coisa de clubes da treta (a lampionage já começou a barafustar e vai ser "lindo" até ao fim, digo eu). Acho alguma piada ao Manel Oliveira, VAR do jogo de hoje, ter arranjado um novo protocolo "varal". Não é falta de Diomande para vermelho, mas como já tem um amarelo, o gajo chama o árbitro dizendo-lhe que há um potencial vermelho. Como para vermelho não dá e já que estamos com a mão na massa, lá vai o segundo amarelo quépáprenderes, ó diamante, ninguém te mandou meteres-te num dos quinhentos lances que se passam todos os fins de semana só nos jogos disputados no pré-fabricado do Colombo. Duma coisa podemos estar descansados, depois da veemente arrochada do nosso presidente ao concelho de arbitargem (sim, concelho, que aquilo tem presidente e vereadores e gajos que também se metem em negócios pouco claros como acusam por aí a alguns autarcas) a partir de agora este vai ser o critério.

Também deverá ser critério não despenalizar castigos a jogadores. Esta despenalização de Diomande foi claramente para nos prejudicar. Leva dois jogos, é dois jogos que fica parado, era dois em um, descansava e não fazia merda!

Ah, dava jeito também olhar para o banco e ver jogadores, mas a gente olha e só vê o Esgaio, como é que queremos depois substituir o inútil do Trincão? Esperem, havia o Biel que já foi Gabriel, mas que me parece que de bola não vê um pincel. Parece que não havendo dinheiro para bons, se compram os que calhar. Se vierem por mão amiga, tanto melhor.

Outra coisa a que nos tem habituado este novo Leão, é a jogar decentemente apenas a primeira parte. Será que o nosso presidente, que apoiou a eleição da corja de lampionagem que tomou conta da FPF, pode pedir ao "querido" que arranje primeiras partes apenas, nem que elas durem 90 minutos?

E era só isto, queria homenagear um Leão que lutou até ao fim.

 

A foto é de Randall Ball, fotógrafo norte-americano. A história de Scarface podem googlar.

O dia seguinte

Custa muito perder assim dois pontos. Foram muitos e muitos anos a ver jogos como este, em que ao intervalo estava ganho, mas que uma sucessão decisões arbitrais infelizes, erros próprios, golos improváveis dos adversários, ditam a perda de pontos, senão a derrota.

Outra primeira parte de grande qualidade, com a equipa num 3-4-3 "Amorim" em que Quenda era a peça móvel que possibilitava as maiorias nos diferentes espaços, a equipa pressionava alto, atacava em combinações bem conseguidas pelas alas, Gyökeres sempre muito apoiado, o 2-0 era curto para o domínio do jogo registado. O segundo golo resulta duma grande jogada colectiva, digna do melhor Sporting dos últimos anos.

 

A segunda parte começa estranhamente com a defesa alterada em todas as posições, de Quaresma-Diomande-Inácio para Diomande-Inácio-Matheus Reis. Isso foi determinante para o que se passou a seguir. Com o adversário a fazer pela vida, carregando no acelerador e provocando o contacto, a equipa foi baixando linhas, os alas passaram a ser defesas laterais,  deixando Gyökeres e Trincão bem longe lá na frente.

Mesmo assim, normalmente isso seria suficiente para conquistar os três pontos.

Se não fosse... o Diomande insistir em usar os braços de forma que os adversários podem aproveitar para simular agressões, e sofrermos um golo de penálti escusado. Borges não o ter substituido de imediato pelo perigo de acontecer o que aconteceu a seguir, ou pelo menos o ter mantido a defesa direito na linha de três muito mais propenso ao choque do que na posição central. Depois, com o jogo a ferver, ter mandado para o terreno dois jogadores pouco utilizados, Esgaio e o Felicissimo, que nada acrescentaram. Este último, que eu muito aprecio, entrou pilha de nervos e falha o alívio, o adversário ataca e surge o canto fatal. Depois... o golo improvável, se tentar aquilo dez vezes, acerta na bancada em nove.

 

O desgaste da Champions está a fazer-se sentir, no corpo e na cabeça, os jovens e muito jovens predominam, e faltam experiência e voz de comando dentro do campo. Com o decorrer do jogo, cada um vai ficando mais preso ao seu lugar de conforto, e cada vez menos a equipa tem capacidade para controlar a partida. Os choques vão acontecendo e as faltas também perto da nossa área, cantos contra também, lances sempre perigosos em que tudo pode acontecer como aconteceu hoje.

Agora pouco há a fazer do que ganhar os dois jogos da próxima semana, e entrar numa nova fase da temporada menos intensa, com mais tempo para recuperar e treinar.

 

Melhor em campo? No tempo todo talvez Quenda. Na primeira parte todos estiveram num plano elevado.

Arbitragem? O VAR morcão Manuel Oliveira esteve em grande, até conseguiu fazer expulsar um jogador chamando o árbitro a ver aquilo que ele não viu e que não aceitou que existisse.

E agora? Recuperar, focalizar e ganhar. Conviria recuperar a figura do assessor de arbitragem, porque o plantel tem de estar informado e precavido não só sobre as regras do futebol mas também sobre as "modas" da APAF. Não podem os jogadores dar o flanco da maneira que Diomande fez hoje ou o que Hjulmand fez contra o Arouca.

SL

Inaceitável

Voltou a acontecer. Depois de uma primeira parte em que dominámos por completo, culminando com o 2-0 registado ao intervalo, entrámos em derrocada nos 45 minutos posteriores. Recuámos linhas, concedemos toda a iniciativa de jogo à equipa adversária, descansámos em cima do resultado - a gerir aquela vantagem ilusória. Nessa segunda metade abdicámos por completo do ataque: nem um remate à baliza anfitriã em Vila das Aves. 

Atitude de equipa pequena.

Inaceitável.

 

Pior ainda: continuamos a tremer em cada lance de bola parada. Num desses lances, aos 70', Diomande - desnorteado - provoca um penálti escusado. Sete minutos depois - de cabeça perdida - o central marfinense comete falta óbvia, que lhe valeu o segundo amarelo, e consequente expulsão. O que impõe esta pergunta: por que motivo o treinador não o tirou de campo mal ele foi amarelado na primeira vez? Inexplicável.

Assim, durante 20 minutos, tivemos um a menos. Lance muito semelhante ao protagonizado no desafio anterior por Morten, hoje ausente precisamente por estar castigado.

Rui Borges fez quatro substituições: nenhuma delas surtiu efeito. A entrada de Esgaio aos 84' - com o "reforço" Biel no banco - é inexplicável.

Aos 90'+6, num pontapé de canto, sofremos o golo que nos custou dois pontos. Com a defesa aos papéis e Rui Silva mal batido: fez-se tarde ao lance.

 

Balanço: três jornadas seguidas, três empates. Primeiro FC Porto-Sporting (1-1). Depois, Sporting-Arouca (2-2). Hoje, mais um. Frente ao modestíssimo AVS, no 16.º lugar da Liga.

Os seis pontos que tínhamos de vantagem face ao Benfica há 20 dias foram anulados. A onze jornadas do fim do campeonato.

Custa ver a equipa baixar os braços desta maneira.

Assim, só a jogarmos metade, tudo se torna mais difícil.

O melhor defesa da Liga em Janeiro

Diomade2.jpg

O nosso Diomande foi eleito o Defesa do Mês da Liga Betclic no mês de Janeiro, em votação levada a cabo entre os treinadores principais das equipas participantes.

Pelos vistos só alguns sportinguistas e os pseudo-sportinguistas albergados algures (dizem que são adeptos, sócios não são e Alvalade não frequentam) duvidam da valia do jovem sucessor do melhor defesa central dos ultimos 50 anos como patrão da defesa do Sporting, o Seba Coates.

Diomande chegou ao Sporting oriundo duma equipa da 2. ª Liga, o Mafra, onde estava por empréstimo dos dinamarqueses do Midtjylland. Uma contratação de alto risco pelo valor envolvido que se revelou tiro certeiro.

Não merecia o Diomande a canalhice dum colega de profissão, Fábio Vieira flop do Arsenal, que encenou mal e porcamente o efeito duma cabeçada, nem a do apitador Pinheiro manso (como o tratou o nosso sócio Carlos Barbosa da Cruz no Record) que logo aproveitou para acrescentar mais uma linha ao extenso cadastro de ladrão do Sporting.

Diomande faz 22 anos em Dezembro, é internacional A pela Costa do Marfim, vale 40M€ segundo o TM, a cláusula deve andar pelo dobro. Por mim, seria sub-capitão do Hjulmand e ficaria até a oferta ser mesmo irrecusável. 

Parabéns, Ousmane Diomande.

Vale a pena rever um excelente programa da Sporting TV sobre o Diomande, onde se percebe bem a qualidade humana do rapaz. Já agora rever a do Hjulmand também, outro rapaz 5 estrelas.

 

PS: Quando é que calha o Ramadão este ano?

O dia seguinte

Ontem em Alvalade, mesmo sem metade dos jogadores titulares e alinhando com seis jogadores sub21, tivemos a melhor primeira parte do Sporting de Rui Borges na Champions. Um 4-4-2 que distribuiu muito bem os jogadores pelo terreno a toda a largura do mesmo, controlo do jogo, saída a jogar com critério variando sempre a zona de ataque, zonas de pressão bem definidas, procura da profundidade, resultando em três remates bem perigosos, um na trave, e zero oportunidades de golo do adversário.

Mas na 2.ª parte o muito mais alto e forte Borussia Dortmund (quem não percebe a importância da dimensão física no futebol de alto nível é melhor dedicar-se ao... basquetebol? andebol? voleibol? hóquei em patins? se calhar à maratona) carregou no acelerador e tudo ruiu como monte de cartas. A equipa trocou a lição que tinha estudada pela tentativa de jogar no contragolpe, as bolas recuperadas transformavam-se em passes perdidos que davam oportunidades ao adversário para correrias e centros. E assim aconteceram três golos sofridos e podiam ter acontecido mais.

Curiosamente, a igualdade a zeros subsistia até à entrada de Gyökeres. Talvez o João Simões não tivesse arriscado aquele passe se ele não tivesse entrado. A verdade é que as entradas de Gyökeres, Bragança, Morita, Quaresma e até Biel soaram muito mais a preparação do jogo com o Arouca do que a armas para ganhar ao Borussia. Nenhum deles esteve à altura dos jogadores que foram substituir.

 

E assim provavelmente ficaremos por aqui na Champions. Com Amorim foram quatro jogos com três vitórias e um empate. Sem ele foram cinco jogos com quatro derrotas e um empate. Faz a sua diferença, mas as coisas são como são. A falta de Pedro Gonçalves foi decisiva, a lesão / quebra física de Gyökeres também.

Agora o importante é juntar tudo o que de bom aconteceu na 1.ª parte com o regresso da maior parte do núcleo duro da equipa, Hjulmand, Gyökeres, Morita e Inácio, e vencer os dois próximos desafios da Liga. Para a Alemanha pode seguir o onze inicial de ontem, mais alguns da equipa da Youth League que hoje, orientada por João Pereira, esmagou o Mónaco por 4-0.

 

Melhor em campo? Diomande, claramente o melhor defensor no tempo todo, sem qualquer responsabilidade nos golos e à beira de marcar um grande golo na 2.ª parte. Rui Silva e Maxi estiveram igualmente muito bem, Fresneda e Matheus Reis não deram qualquer motivo para a substituição. 

Arbitragem? Nível Champions, deixar jogar castigando as faltas tácticas. Pode ter interpretado mal a entrada que originou o amarelo a Trincão.

E agora? Ganhar na Liga e prosseguir na liderança. A 4 pontos do Benfica e a 8 do Porto. Sábado há jogo em Alvalade.

 

PS: Os jornalistas querem mesmo saber onde são as lesões deste e daquele? Perguntem ao Inácio. Nada escapa ao Inácio no que respeita a médicos e a clínicas ligados ao Sporting. Perguntem também como é que o lesionado crónico St. Juste aguentou 90 minutos. Ele deve saber.

SL

O dia seguinte

Se calhar Frederico Varandas devia ser destituído. Um presidente que obriga os sócios a ter de gramar com Jorge Silas para ter Rúben Amorim, ou com João Pereira para ter Rui Borges, ou é um sádico perigoso ou um idiota romântico que pensa que algum tipo de amor ao Sporting serve de alguma coisa no momento de escolher um treinador.

Com dois ou três ajustamentos, Rui Borges transformou o 3-4-3 de controlo de Rúben Amorim num 4-4-2 de intensidade, em vez do abraço mortal da jibóia agora temos a caça igualmente mortal do leão.

 

Com Catamo e Quenda a darem largura a um meio-campo comandado por Hjulmand e Morita, Gyokeres e Trincão tiveram todo o espaço e tempo para destruir a defesa do Benfica. O primeiro tempo foi do melhor que o Sporting conseguiu esta temporada, Trubin safou três golos feitos. A defesa a quatro, brilhantemente comandada por Diomande, mostrou-se intransponível.

Na segunda parte, a perder por 1-0, o Benfica jogou com o desgaste do Sporting. A fluidez de jogo foi-se perdendo, o meio-campo implodiu e foi preciso saber sofrer muito para assegurar a vitória. Se a 1.ª parte foi completamente do Sporting, a 2.ª foi do Benfica, tirando dois contra-ataques de golo muito mal desperdiçados na parte final.

Quando foi preciso ir ao banco, Maxi entrou bem, Harder fez o possível, mas Fresneda mostrou os pecadilhos habituais. Porque não entrou Debast ? Não entendi.

 

Assim o campeão nacional renasceu das cinzas, o bicampeonato deixou de ser uma miragem, estamos na luta. Que vai ser muito dura, não nos iludamos. Os 8 pontos estupidamente perdidos vão fazer muita falta.

Melhor em campo? Diomande. Coates deve ter orgulho no sucessor que ensinou e deixou no Sporting. Depois dele, Quaresma: deixou a pele em campo. Mas todos os titulares estiveram a um nível muito alto.

Arbitragem? Impecável, nem o idiota Malheiro como 4.º árbitro inventou porcaria.

E agora? Jogo a jogo, onde vai um vão todos. E quando não houver inspiração, a atitude não pode falhar.

SL

O dia seguinte

Penso que foi a melhor exibição do Sporting com João Pereira, competente a defender sob a liderança de Diomande, mas não chegou para ganhar em Barcelos. 

Não chegou porque a equipa está visivelmente cansada,  porque não existem rotinas atacantes nem combinações entre o ala e o interior do mesmo lado, porque não existe aquele sentido de contra-golpe que existia anteriormente com Amorim, porque o banco foi ocupado pelos miúdos da equipa B devido a lesões e castigos.

A equipa muitas vezes acelera desde trás e trava logo a seguir, deixando a equipa contrária posicionar-se e tornar tudo mais difícil. Em vez de atacar a profundidade e procurar o centro tenso, passa para trás e para o lado. Uma equipa previsível e fácil de anular.

Primeira parte desperdiçada pela circulação de bola lenta, com o defesa com melhor saída de bola fora de posição, João Simões muito abaixo do que já mostrou, e os dois alas desastrados na definição dos lances.

Segunda parte muito melhor com Debast na direita e Matheus Reis na esquerda, e é nestes pormenores que o João Pereira complica a sua vida e a vida do Sporting (porque insiste no Quaresma à direita à custa do Debast?), mais bolas em profundidade, mais ocasiões de golo, mais tudo. 

Mas não chegou. Catamo entrou e foi melhor que Quenda, mesmo com aquele livre disparatado no final, Mauro Couto também, mas quando Edwards fica no banco e entra Mauro Couto, alguma coisa se deve passar. Ou então João Pereira ainda pensa que é o treinador da equipa B, os dois pontos não fazem falta, o objectivo é mesmo dar minutos aos miudos.

Depois veio o Tiago Teixeira e a impressão é a mesma. Dois pontos perdidos, devemos entrar no dérbi a perder com o Benfica, mas tudo calmo e tranquilo, sem stress. Também ainda não percebeu que não está na equipa B. E é assim que lida com os jogadores no dia a dia?

 

Enfim, muitas lesões, alguns castigos, más decisões. Faz pena ver tanto esforço para tão pouco.

Melhor em campo? Diomande, no seu melhor, e com ele não sofremos golos. Esteve no banco nos ultimos jogos porquê, João Pereira?

Arbitragem? Quando um árbitro corre a marcar um penálti quando a bola segue para remate para golo, e a decisão é revertida, vamos dizer o quê? São aquelas coisas APAF que só acontecem ao Sporting.

E agora? Ganhar o dérbi em Alvalade, o que sinceramente não vai ser fácil.

 

PS: Com João Pereira, e sem contar com o jogo contra o Amarante,  foram 2V 1E 4D, 8-13 em golos. A melhor exibição foi a de hoje. Não chega. Uma enorme desilusão. Treinador precisa-se.

SL

O dia seguinte

Para mim é impossível analisar este jogo com o Lille sem me recordar dos jogos com o Marselha na Champions de há dois anos, ambos com um jogador expulso, naquela época em que ficámos em 4.º lugar na Liga muito por culpa... desse mesmo Marselha. Fomos perder então a Arouca poucos dias depois da derrota inglória em Marselha numa noite muito infeliz de Adán (e de Israel também que o substituiu), agora viemos da vitória em Arouca para uma vitória facilitada pela... expulsão dum jogador do Lille.

Mas além disso uma enorme distância entre a equipa de há dois anos e esta. Nem Israel é o mesmo, hoje teve uma defesa que define um grande guarda-redes, da selecção do Uruguai, tal como Maxi Araújo.

Sobre o jogo, e defrontando uma equipa mais forte fisicamente, sempre a meter o pé e a fazer estrago, foi preciso a equipa ser muito competente em campo, e bem diferente do que costuma fazer na Liga interna. Mais vertical, bola depressa no trio atacante, para encostar o adversário atrás e libertar espaço nas alas para os avanços de Catamo e Quenda. Que com mais sorte tinham marcado dois ou três golos na 2. ª parte, quando o adversário queria fazer pela vida em inferioridade numérica.

Inácio lesionado cede o lugar a Matheus Reis, Gyokeres marca um golo "à ponta de lança" na 1.ª parte, Morita é trocado por Bragança ao intervalo apenas porque mais vale prevenir que remediar, mas a máquina continuou a carburar sempre bem oleada.

O golão de Debast que decidiu o resultado fez esquecer as quatro ou cinco oportunidades desperdiçadas, hoje por mais falta de sorte no remate do que por outra coisa qualquer. Depois ainda tivemos direito àquela grande defesa de Israel, a colocar justiça mínima no resultado final.

O pior do jogo foram mesmo as mazelas e as lesões. Inácio teve mesmo de sair, no final e a coxear estavam vários: Diomande, Bragança, Gyokeres, Catamo...

Vamos ver quem está disponível para domingo. A Champions começa a "passar factura".

Melhor em campo? Diomande. Imperial, inteligente na leitura, eficaz na acção. Se todos ficámos traumatizados com o abandono justificado de Coates, agora o problema é ficarmos também no dia em que Diomande tenha de sair do Sporting. Depois dele todos merecem distinção, mas aquele golão do Debast deixou-nos com água na boca...

Arbitragem? Categoria Champions, sempre a deixar jogar mas a conseguir distinguir o jogo duro casual do intencional. 

E agora? O AVS domingo em Alvalade. Não vai ser fácil, pelos motivos que indiquei.

SL

O dia seguinte

The king is dead. Long live the king!

Para mim o branco e alto Sebastián Coates foi o mehor defesa central do Sporting, pelo menos nos últimos 50 anos. Estão aí os números de jogos, títulos e golos para o demonstrar.

Mas o facto é que teve de sair, pelas razões que se conhecem.

Na defesa a três de Amorim, quem é mais parecido e tenta fazer o mesmo que Coates é um preto e alto chamado Diomande. Para mim é o novo Coates, aquele que não pode mesmo sair seja por que razão for. E se ficar no Sporting os anos que o Coates ficou até poderá superar os números dele. Classe não lhe falta, mas duvido. 

Ao lado de Diomande, existem várias opções. À frente Hjulmand, lá na frente Gyökeres, atrás Kovacevic. Será esta a coluna vertebral da equipa do Sporting para a próxima temporada.

Depois existem os Veríssimos desta vida, atrevidos e incompetentes em doses iguais, peões de brega para quem os saiba controlar. Como o fizeram no Jamor. Olé!!! Se o vermelho o retirar da Supertaça então é mesmo caso para investigar.

De resto este Sporting-Sevilha foi um jogo por demais táctico: marcações em cima, poucas oportunidades de golo e essas a surgir de lances casuais. 

O resultado de 2-1 contra o Sevilha apenas reflecte a actual inteligência táctica deste Sporting de Amorim.

 SL

Balanço (8)

diomande.jpg

 

O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre DIOMANDE:

 

- José Navarro de Andrade: «Cada vez mais seguro.» (13 de Agosto)

Eu: «Vai deslumbrando de jogo para jogo. Também ele participa nos dois golos, primeiro ao centrar e depois ao rematar cruzado, com a bola ainda a sofrer um ligeiro desvio em Coates. Este golo foi creditado ao uruguaio, mas merecia ser do marfinens.» (22 de Setembro)

- Vítor Hugo Vieira: «Para mim o melhor trio de centrais neste momento já é St. Juste, Diomande e Inácio» (12 de Novembro)

Luís Lisboa: «Voltou um colosso, teríamos ali claramente o sucessor de Coates por muitos e bons anos, mas duvido que o consigamos segurar.» (23 de Fevereiro)

O dia seguinte

Foi um jogo quase perfeito ontem em Alvalade contra o líder da Liga Suíça, com um onze inicial sem metade dos titulares, equilibrando cargas físicas e moralizando jogadores menos utilizados.

Não foi perfeito porque três dos melhores em campo falharam em momentos críticos, Gyökeres falhou o penálti, Diomande falhou o corte e Edwards falhou o encosto para golo e foi à dobra com o braço levantado. E assim, com mais dois ou três golos falhados por eles e por Bragança, se chegou ao resultado final: 1-1.

Na primeira parte o Sporting jogou muitíssimo bem, com a bola sempre a circular entre os jogadores com critério, todos a defender e todos a atacar, pormenores de excelência dum ou doutro, o Young Boys foi reduzido a um Tondela da 2.ª Liga.

Na segunda parte, já com Inácio a descansar, os suíços, sem nada para perder, foram para frente, aumentaram o ritmo com jogadores frescos vindos do banco e começaram enfim a criar problemas à defesa do Sporting. Mas com isso também deixaram espaço para contra-ataques e oportunidades de golo que o Sporting foi ingloriamente desperdiçando.

E se as entradas de Nuno Santos, Koindredi e Pedro Gonçalves fizeram sentido do ponto de vista do jogo, já as de Neto e Fresneda enfraqueceram o lado direito da defesa. Quaresma e Esgaio, particularmente o primeiro, estavam muito bem, a substituição naquela altura do ponto de vista do resultado seria a entrada de Morita e Catamo para  as saídas dos cansados Bragança e Esgaio.

Não foi esse o entendimento de Rúben Amorim. Percebo bem as razões, mas pusemo-nos a jeito para deixar fugir a vitória.

 

Melhor em campo? Diomande, mesmo com aquele corte às cegas a evitar o canto. Voltou um colosso, teríamos ali claramente o sucessor de Coates por muitos e bons anos, mas duvido que o consigamos segurar. Depois dele, todos os do onze inicial a nível muito alto. Koindredi teve dois ou três apontamentos de excelência, mas também alguns tiques de facilitismo que vai ter de mudar. Uma aposta que tem tudo para dar certo.

Arbitragem? De altíssimo nível, explicando muito bem aos jogadores e ao público através de gestos as suas decisões. Mais uma prova da falta de categoria dos "putativos" melhores árbitros portugueses, mais um exemplo para os mais novos para seguirem pelo caminho certo e não se tornarem Pinheiros ou Dias.

E agora? Atalanta, dia 5 de Março em Alvalade. Duas equipas que já se conhecem, dois grandes treinadores, vão ser dois jogos do "gato e do rato", o Sporting está bem melhor do que estava há uns meses, o Atalanta não sei.

SL

Quente & frio

 

Gostei muito da passagem do Sporting aos oitavos da Liga Europa, ontem confirmada ao eliminarmos o Young Boys, líder incontestado do campeonato suíço, que fora repescado da Liga dos Campeões. Em boa verdade a eliminatória ficara assegurada uma semana antes em Berna, onde fomos vencer sem margem para dúvida (1-3). Em Alvalade, bastou-nos gerir o resultado e dosear o esforço físico dos jogadores, que depois de amanhã voltam a competir - desta vez para a Liga portuguesa com uma difícil deslocação a Vila do Conde. Foi uma partida tranquila, dominada quase por completo pela nossa equipa, embora muito perdulária em situações de golo. 

 

Gostei que Gyökeres voltasse a marcar - e bem cedo, logo aos 13'. Infiltrou-se na grande área e disparou uma bomba, indefensável, muito perto da marca dos 11 metros. Foi o 29.º golo pelo Sporting do internacional sueco, que também já protagonizou 11 assistências na temporada. A partir daí, os quase 30 mil espectadores deste desafio ao vivo no nosso estádio ficaram com a certeza de que a passagem à fase seguinte da Liga Europa estava assegurada. Mas destaco Trincão como melhor em campo: foi dele a assistência para Viktor nesse lance, com um passe perfeito. E foi também ele a sofrer o penálti aos 55' que podia e devia ter resultado no nosso segundo golo: infelizmente Gyökeres permitiu a defesa do guarda-redes. Nunca antes tinha falhado uma grande penalidade de Leão ao peito.

 

Gostei pouco de algumas exibições. Esgaio, incapaz de ganhar duelos e sempre receoso de progredir com a bola, fez-nos sentir saudades de Geny - um dos poupados, tal como Coates e Morita (Nuno Santos só fez a segunda parte, por troca com Gonçalo Inácio, e Pedro Gonçalves entrou apenas aos 63'). Outros jogadores que não me impressionaram favoravelmente foram o recém-chegado Koba (substituiu Morten aos 63', com óbvia diminuição da dinâmica colectiva da equipa) e o recém-recuperado Fresneda (substituiu Esgaio aos 85' sem mostrar ainda os atributos que terão levado à sua contratação). 

 

Não gostei que tivéssemos desperdiçado pelo menos quatro flagrantes oportunidades de golo, além do penálti que Gyökeres foi incapaz de concretizar. Em parte devido à competência do guarda-redes e do sector defensivo suíço, onde brilhou Amenda, "polícia" do nosso goleador. Daniel Bragança destacou-se neste capítulo menos positivo com duas perdidas escandalosas, aos 63' e aos 90'+4. Mas o maior falhanço - quase digno dos "apanhados" - foi de Edwards aos 45'+1, com a baliza escancarada e a dois metros da linha de golo. Servido de bandeja por Gyökeres, trocou infantilmente os pés e deixou a bola fugir.

 

Não gostei nada do golo que sofremos, aos 84', fixando o resultado final (1-1). De penálti, a punir falta cometida por Edwards em trabalho defensivo, num lance que estava controlado e em que a bola aparentemente até se encaminhava sem perigo para a linha de fundo. Os suíços conseguiram assim empatar sem terem construído uma só oportunidade de golo em lance corrido numa partida em que, excepto naquele momento, voltámos a demonstrar muita consistência defensiva - com merecido destaque para Diomande, que não jogava de verde e branco desde 30 de Dezembro e regressou em boa forma do Campeonato Africano das Nações, ao serviço da Costa do Marfim, vencedora da prova.

Três ausentes: o que fazer?

Nas semanas mais próximas, abrangendo já esta 16.ª jornada do campeonato nacional de futebol, não poderemos contar com três dos nossos habituais titulares: Diomande, Geny e Morita. Ausentes ao serviço das respectivas selecções (Costa do Marfim, Moçambique e Japão) no Campeonato Africano das Nações (de 13 de Janeiro a 11 de Fevereiro) e na Taça Asiática (de 12 de Janeiro a 10 de Fevereiro).

Fica a pergunta aos leitores do És a Nossa Fé: na ausência deles, que jogadores devem assumir a titularidade no onze leonino?

O dia seguinte

Custa perder assim na antevéspera do clássico, custa ter de assistir ao cadastrado Pinheiro transformar uma expulsão dum adversário que se "atirou para a piscina" num penálti, custa assistir a muitos erros próprios intervalados com coisas muito bem feitas, mas é preciso cabeça fria, não entrar em depressões de bipolaridade, analisar os erros cometidos e preparar o futuro.

Antes do mais, em Guimarães, à chuva, com o terreno pesado, sem o melhor onze em campo, com Inácio e Hjulmand condicionados pelos amarelos, contra um adversário numa das suas melhores noites, já com o trauma do penálti, com o jogo empatado a meio da 2.ª parte é melhor controlar o jogo e aceitar o empate, ou arriscar e tentar a vitória? Eu seria pela primeira opção. Rúben Amorim, já o Nuno Dias do futsal tinha feito o mesmo na Supertaça, foi pela segunda. E perdemos. 

Podem dizer que a vitória dá 3 pontos, o empate 1 e o Sporting tinha de tentar a vitória. Pois. Mas a verdade é que perdemos, e perder custa muito mais a todos, treinador, jogador, sócios, adeptos, do que o empate. E o ponto perdido pode fazer muita falta.

 

Na 1.ª parte já se tinha percebido que a linha defensiva sem Coates não garantia confiança, quer pela organização global pensada por Amorim para um 3-4-3 bem diferente do normal, quer pelo desempenho individual de Esgaio e de Inácio.

Inácio está no primeiro golo, batido no jogo aéreo, no segundo é batido no contra-ataque, e no terceiro é batido no tackle. Se já se percebeu que não atravessa a melhor fase, porque não foi Diomande o escolhido para o meio e Inácio à direita? Não percebi.

Foi tudo em função de encaixar Catamo na ala direita e aproveitar a sinergia com Edwards? Com Edwards em noite de "peixe fora de água" a boa ideia não resultou de todo. 

 

Na 2.ª parte, a saída de Hjulmand destruiu a equipa. Com Pedro Gonçalves, até então o melhor avançado a ter de recuar no terreno, perdemos completamente o controlo do jogo. Trincão mais uma vez entrou em modo zombie, jogou pouco e desperdiçou uma oportunidade que lhe caiu do céu para marcar.

Resumindo, patrão Coates fora dia santo na loja, um grande jogo para ver na TV, uma exibição de altos e baixos do Sporting, uma derrota que podia ter sido evitada, como a da Luz a podia e devia ter sido, e a noção reforçada de que esta equipa precisa de reforços no mercado de inverno, especialmente para o meio-campo. Pedro Gonçalves não pode recuar no terreno, nem Coates ir para ponta de lança a meio da 2.ª parte. Ponto.

 

Melhor em campo? Diomande.

Piores em campo? Esgaio, Inácio, Edwards, Trincão, o Gyökeres também está no lote. Enfim, gente demais, Pinheiro à parte, para termos merecido conquistar os 3 pontos em Guimarães.

E agora? Seguimos no topo da 1.ª Liga, seguimos na Liga Europa, na Taça da Liga e na Taça de Portugal. Agora é despachar o jogo-treino europeu de quinta-feira e ganharmos o clássico na segunda-feira seguinte em Alvalade.

E eu e muitos Sportinguistas como eu lá iremos estar. Em Alvalade, com muita confiança no futuro, a apoiar Amorim e equipa. Porque eles merecem mesmo.

SL

«Não é cartão em momento algum»

Árbitro espanhol: Diomande injustamente expulso

2023-10-11 (1).png

 

Análise claríssima do antigo árbitro internacional espanhol Iturralde González, na edição de hoje do Record:

«Nem cartão amarelo era. Para mim, nem foi falta. É uma disputa de bola. O jogador do Sporting [Diomande] coloca o braço e o avançado simula uma agressão e deixa-se cair. É um problema que a arbitragem tem hoje em dia: as simulações. Tocam-lhes um pouco no peito e levam logo as mãos à cara. Não é suficiente a acção/reacção. O árbitro até pode assinalar falta, pois toca-lhe um pouco com o braço na cara, mas não é cartão em momento algum. E como é segundo amarelo, o VAR não pode agir, pois só pode entrar em vermelhos directos. Seria cartão para o jogador que se atirou ao chão, porque não há nada.»

O dia seguinte

Um primeiro tempo completamente falhado, um segundo tempo a correr atrás do prejuízo, o resultado reflecte a diferença entre o que o adversário conseguiu fazer depois de marcar o primeiro golo no primeiro tempo e o que o Sporting conseguiu fazer depois de ter marcado o seu primeiro golo também no primeiro tempo. A Atalanta marcou o segundo num remate mal defendido por Adán, Edwards falha o golo isolado e logo depois Catamo leva a bola ao poste.

Se a ideia de jogo de Amorim, criar situações de 3 para 3 no ataque, fazia algum sentido, o Atalanta com uma marcação "rotweiller" tornou tudo muito difícil e toda a estratégia ruiu quando colocou um "verdinho" Fresneda a titular. Com isso nunca o Sporting teve saída de jogo pelo lado direito, nem sei se alguma vez Diomande lhe terá passado a bola se esquecermos aquela vez que lhe acertou nas costas num alívio, e a defender foi uma passadeira para a Atalanta. Do outro lado, Nuno Santos estava num dia de passear o penteado, e nesses dias a única coisa que se pode fazer é deixá-lo na cabine ao intervalo. No meio campo, Morita e Hjlumand andavam a tentar tapar buracos dum lado para o outro, sem qualquer capacidade de controlo sobre o jogo. 

 

Ao intervalo, com 0-2 e um futebol "algemado" por uma muito competente Atalanta, eu diria que era esquecer o assunto e pensar no Arouca. Não foi isso que Rúben Amorim fez, só por questões de liderança dum grupo que não vale a pena explicar a quem não quer perceber não tirou logo Fresneda, mas Nuno Santos, Hjulmand e Paulinho deram lugar a um Coates que estabilizou a defesa e a Edwards e Catamo, este até que enfim no seu verdadeiro lugar, que, conjuntamente com o recuo do Pedro Gonçalves para organizador de jogo, transformaram por completo o futebol da equipa.

Todo o segundo tempo foi dum Sporting dominador que a Atalanta só em falta conseguia parar, os amarelos foram surgindo, as marcações ao homem ficando mais complicadas, e por volta dos 50 minutos Inácio teve uma oportunidade soberana de diminuir.

Depois veio o penálti, e depois do penálti as duas oportunidades de empatar atrás descritas e depois disso o resultado ficou definido.

Uma derrota em casa contra uma equipa italiana, penso que a última terá sido fora contra uma equipa italiana também, 15 ou 20 jogos atrás. Alguns sportinguistas devem sofrer de alguma doença ressabio-degenerativa, já não se recordam de quando perdíamos duas vezes na mesma semana ou contra uns albaneses jeitosos. E perder realmente custa.

Melhor em campo? Nem sei, talvez Diomande, que teve de jogar por ele e pelo parceiro do lado e que acertou no braço do defensor italiano que deu o penálti.

 

Que tirar desta derrota?

1. O primeiro lugar do grupo continua em aberto, os proximos dois jogos do Sporting e da Atalanta contra adversários menores vão ajudar a definir muita coisa antes da visita do Sporting a Bérgamo.

2. Coates não só é o capitão, líder da defesa, mas é mesmo o cérebro da equipa. Sem ele tudo se torna mais difícil, patrão fora, feriado na loja. Diomande e Inácio são os seus fiéis ajudantes, mas apenas isso.

3. Morita, Hjulmand, Bragança... As rotinas tardam a entrar, um não chega, dois são demais e é preciso recuar o Pedro Gonçalves. Médio centro, precisa-se. Com urgência.

4. Gyökeres e Pedro Gonçalves são imprescindíveis, para jogar sempre, e para pôr a equipa a jogar em função deles, independentemente do que falham aqui ou ali. Edwards, Paulinho, Catamo e Trincão a entrar conforme os jogos e os momentos dos jogos.

5. Esgaio ou Fresneda? St, Juste. Que volte depressa.

Bom, no domingo temos de ganhar ao Arouca, e não vai ser fácil.

SL

Amanhã à noite em Alvalade

Se calhar muitos ainda não perceberam a importância da vitória na Áustria, e não falo daquela seita letal ao Sporting que enxovalha o treinador e os jogadores nas redes sociais até ao momento do golo da vitória e depois desaparece como que por encanto.

O Sporting conseguiu ganhar fora na Liga Europa rodando jogadores, "alargando" o plantel, e possibilitando que amanhã tenhamos Morita, Esgaio, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Edwards nas melhores condições físicas frente a um.sempre difícil Rio Ave.

Huljmand, Gyökeres e Diomande são mesmo excelentes contratações, e nesta equipa de Amorim muito irão evoluir. Arrisco-me a dizer que não me recordo de nenhum defesa do Sporting nos últimos 50 anos com a potência física de Diomande nem nenhum atacante com a de Gyökeres. Essa característica estava a faltar no Sporting nos últimos anos.

Nem tudo está bem. O talentoso Trincão parece atravessar uma crise de confiança alarmante. Para a ultrapassar precisará do apoio de todos. E os jovens de Alcochete do plantel não estão a constituir uma real mais-valia do mesmo. De Catamo ja falei, realmente estranho que Essugo esteja a passar ao lado da época, e se não conta precisávamos de mais um médio-centro. O trio que veio do Porto, agora integrado na B, ainda não demonstra o potencial que se previa.

Sendo assim, prevejo que amanhã o Sporting consiga controlar o jogo do primeiro ao último minuto, que Adán tenha muito pouco que fazer, e que não seja necessário entrar nos minutos de compensação para conquistarmos os 3 pontos.

SL

Quente & frio

descarregar.webp

Vitória ao Sturm Graz desfez a maldição: foi a primeira vez que o Sporting triunfou na Áustria

Foto: Christian Bruna / EPA

 

Gostei muito da nossa estreia internacional desta época. Fomos vencer ontem (1-2) o Sturm Graz, equipa austríaca que segue em segundo lugar no campeonato do seu país. Não se tratou de uma simples vitória: foi a primeira vez que o Sporting arrancou um triunfo na Áustria - antes tínhamos ali somado dois empates e quatro derrotas. Muito saborosos, portanto, estes três pontos ali conseguidos neste início da nossa campanha na Liga Europa. Outra proeza de Rúben Amorim ao leme do emblema leonino. Balanço da temporada até agora: cinco vitórias e um empate. Melhor ainda: levamos vinte jogos oficiais seguidos sem perder. Nada mal.

 

Gostei da nossa segunda parte, sacudindo a apatia do primeiro tempo, e sobretudo da actuação do Sporting após a vaga de substituições. Desta vez o treinador mexeu muito bem na equipa, em duas fases: aos 62' tirou Matheus Reis e Trincão, mandando entrar Nuno Santos e Pedro Gonçalves; aos 78', Daniel Bragança, Geny e Morten deram lugar a Edwards, Fresneda e Morita. Perdíamos por 1-0 desde o minuto 58, havia que dar a volta à situação. Amorim não hesitou. As alterações trouxeram nova dinâmica e acutilância à equipa, que passou a visar com insistência a baliza adversária. Aí emergiram as figuras leoninas do jogo Com três destaques. Gyökeres, que marcou o primeiro aos 75', em lance de existência premiando o seu esforço incansável: quarto golo em apenas seis jogos de verde e branco - além de ontem ter feito "amarelar" dois adversários. Pedro Gonçalves, que está nos dois golos: pormenor de classe ao tirar um defesa do caminho e fazer o remate inicial antes da recarga do sueco; e marcando de forma exímia o livre de que resultou o segundo, aos 84'. Finalmente, Diomande: vai deslumbrando de jogo para jogo. Também ele participa nos dois golos, primeiro ao centrar e depois ao rematar cruzado, com a bola ainda a sofrer um ligeiro desvio em Coates. Este golo foi creditado ao uruguaio, mas merecia ser do marfinense, que elejo como o melhor dos nossos em campo. Quem diria que há oito meses andava pela Liga 2...

 

Gostei pouco da nossa falta de intensidade durante todo o primeiro tempo. Com a equipa a acusar os defeitos do costume: lenta na transição, demasiada posse estéril de bola, falta de capacidade de penetração nas linhas adversárias, processos muitos denunciados na construção ofensiva. E sem um só remate enquadrado. Ficou a sensação que devíamos ter posto o pé no acelerador logo nessa fase de jogo, preservando os jogadores da tensa incerteza daqueles 20 minutos finais. O Sturm é uma equipa totalmente ao nosso alcance, como ficou confirmado nestes três pontos que trouxemos da Áustria. Com apenas dois jogadores claramente acima da média: o guarda-redes holandês Scherpen (fez três defesas de grande categoria) e o médio ofensivo georgiano Kiteishvili (iniciou o lance que culminou no golo deles com um tiro disparado ao nosso poste direito). 

 

Não gostei das cinco alterações simultâneas feitas por Amorim face ao jogo anterior, contra o Moreirense. Para poupar vários titulares ao desgaste da Liga Europa. É verdade que o campeonato nacional é a nossa prioridade e o próximo desafio será com o Rio Ave já na segunda-feira. Mas Daniel Bragança (pouco dinâmico, pouco agressivo, falhando passes em progressão) revelou-se claramente inferior a Morita, Geny é muito mais inexperiente do que Esgaio e Matheus Reis não fez esquecer Nuno Santos. Paulinho foi perdulário na hora de visar as redes: rondou o golo, sem sucesso, aos 41', 59' e 67'. Muito pior esteve Trincão, que continua a parecer perdido em campo: ainda não fez uma só exibição bem conseguida nesta temporada 2023/2024. Sem justificar a titularidade, longe disso.

 

Não gostei nada do estado da relva. O chamado "tapete verde" apresentou-se impróprio para uma grande competição desportiva europeia. Prejudicando os jogadores mais tecnicistas da melhor equipa - a nossa. Tenho a certeza de que o relvado do José Alvalade estará em muito melhores condições quando recebermos a Atalanta na segunda jornada do nosso grupo, a 5 de Outubro.

{ Blogue fundado em 2012. }

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D