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És a nossa Fé!

Cristiano «não faz cortes nem carrinhos»...

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Ontem continuou o tiro ao Ronaldo entre os comentadores tugas. Um deles bradava na pantalha contra CR7 por não ter feito «nem cortes nem carrinhos», comparando-o desfavoravelmente a Gonçalo Ramos no Portugal-Dinamarca - que vencemos por 5-2.

Enfim, é o que há. Muito sofre esta gente com o facto de o maior goleador da história do futebol ser português. Custa mais ver um compatriota chegar ao topo, bem longe dos que estão condenados a permanecer na base.

CR7 vive anestesiado contra isto. Responde como sabe: com golos, sempre com mais golos. Faltam 71 para atingir os mil - marca nunca antes alcançada. 

Vai lá chegar.

No esplendor (da relva) de Alvalade

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De um tipo que ganha quatro milhões de euros por ano, não se pensa que aposte no Eurmilhões. Eu falo por mim...

Roberto Martinez, o tipo em causa, que consegue o feito invejável de colocar um grupo de jogadores notável a jogar um caracol (e a passo de), vendo que o vento não lhe estava a correr de feição, teve que arriscar desobedecer aos cânones que a si próprio impôs (ou lhe foram impostos) e ao invés de mais uma vez apostar em ser Félix, apostou em quem lhe poderia salvar o ordenadito quando a coisa estava a ficar negra como bréu. Meteu cinco números, um deu-lhe duas estrelas.

Sem nada a dizer quanto aos da defesa, Ruben ofereceu um golo ao adversário, mas Ruben tem o crédito que o Inácio, que fez uma exibição de luxo não tem. Fosse o nosso "minino" a dar aquela casa e hoje já a nação da bola e um ror de sportinguistas não se calavam a oferecer cruzes para enfeitar as costas do rapaz. Só se for(em) em carvalho, avisou ele enquanto fazia mais um corte a uma bola que passou a metro e meio de altura por cima de Vitinha. Tem a mesma terminação diminutiva, mas se calhar para aqueles cavalões dinamarqueses talvez fosse mais avisado meter ali o Palhinha, afinal se a selecção serve para recuperar jogadores tem que valer para todos, ou é só para o Félix, para o Bernardo (não havia um amigável para lhe oferecerem a placa dos cem jogos?), para o Leão (paga o que deves, caloteiro!) e para o minorca do Xico Ceição?

E estava Martinez a pensar com os seus três pêlos da careca e os dois botões do casaco que lá se ia o bem bom dos quatro milhões, que isto agora com o querido pia mais fino (ontem até pareceu que queria jogar também, tal o entusiasmo antes do jogo), não queremos cá misérias, quando teve o arrojo de soltar amarras e tirou quem realmente nunca deveria ter entrado, o Xico e o Rafael. E não é que um dos rapazes que entrou deu cabo da equipa adversária? Jackpot!

Isto leva-nos a questionar o posicionamento de Martinez: Sabe ele quem deve colocar no onze e por teimosia coloca outros com menos qualidade? Sabe ele quem deve colocar no onze e por "sugestão" de alguém vai colocando quem lhe sopram? Ou é cuco ou mocho, não me restam quaisquer dúvidas. Um tipo que deixa Quenda no banco e mete o Leão, que foi uma nulidade e que olha mais para as botas que para a bola, que é um displicente convicto e irritante, só pode ser masoquista, ou vendido. Um tipo que deixa o Vitinha do primeiro para o segundo jogo, só pode ser incompetente, ou vendido. Um tipo que mete o Xico, que não ganhou um duelo e foi recordista das bolas para trás, só pode ser cego. Ou vendido. Eu diria que é ambas as duas e ainda incompetente. Como disse lá atrás, é muito difícil colocar este conjunto de jogadores a jogarem... Bola. Valeu-lhe Trincão, pode respirar de alívio, pelo menos até Junho.

Uma nota final para Ronaldo. Aí as carpideiras invejosas, que adoravam ter um jacto e um iate e hotéis e o diabo a sete, mas nunca mexeram o cu para comprar uma trotinete, deliraram e até lhes caiu uma pinguinha quando o capitão falhou o penalti, muito mal marcado, diga-se. Para se redimir marcou logo a seguir, mas não valeu: A valer, marcou na segunda parte, pleno de oportunidade, pelo buraco da agulha, coisa só ao alcance de alguns, poucos. Saiu estoirado, é normal, mas com o sentimento de ter contribuído para a vitória. Para a rapaziada mal-dizente, apontem-me assim um, unzinho, que lá na frente seja melhor que Ronaldo, dos portugueses disponíveis. Mesmo quando os adversários já estão rotos e abertos, salvo seja, e se pode cavalgar por ali acima. Não conheço um único cromo em quem carimbar o número da bola, senão o dele.

Tempestade Martínez (2)

E o Martinez lá continua a desfrutar, diz ele, do grande salário que recebe e da grande amizade do Jorge Mendes.

Desta vez com uma defesa em condições, mas com um maestro minorca a tentar tocar bombo e um Ronaldo desesperado para dar uns toques na bola, conseguiu ter um penálti digno do Taremi, oferta que o Ronaldo logo devolveu tentando imitar o Bruno Fernandes (para fazer aquilo estava lá o original, não era preciso a imitação), conseguiu ter um autogolo daqueles cabeceamentos que o mesmo Ronaldo não faria melhor, chegar ao intervalo em vantagem para se repetir na segunda parte o banho de bola de Copenhaga.

O nosso ataque era inofensivo com dois inúteis "italianos" em processo de revitalização a perderem a bola e dar origem a contra-ataques. Os dinamarqueses faziam o que queriam do meio-campo, o Vitinha via-os passar e os outros dois baixinhos pouco ajudavam. O nosso Hjulmand passeava-se no campo e só à conta dele foram três os remates perigosos. Para ajudar à festa, o Rúben Dias demora mais um pouco no passe e daí sai o golo da Dinamarca.

A 10 minutos do fim, com a eliminatória em risco, à beira de ser despedido, o Martínez não mete o Feliz e Contente, e vai â sua vida de vez. Mete o nosso Trincão, que lhe resolve o problema em dois lances magníficos. Também não deixa o Ronaldo a perder bolas no meio-campo e mete enfim um ponta de lança. Com Jota, que tinha entrado antes, finalmente tínhamos uma linha avançada que corria e jogava futebol. E chegámos a um inimaginável 5-2.

E lá vamos para a Final Four apesar do Martínez.

Francisco Conceição vinha duma lesão na Juventus, não convence, fala-se que vai ser devolvido ao Porto. Solução para revitalizar o rapaz: titular na selecção.

João Felix é achincalhado em Itália, fala-se que vai ser devolvido ao Chelsea. Solução para revitalizar o rapaz: convocado na selecção.

Rafael Leão anda castigado ao banco no Milão pelo Conceição pai. Solução para revitalizar o rapaz: titular na selecção.

Bernardo Silva está a atravessar uma péssima fase na pior época do Man.City com Guardiola. Solução para revitalizar o rapaz: Titular na selecção.

Trincão e Quenda estão a fazer uma bela época no Sporting e não precisam de revitalização nenhuma. Trincão salvou a selecção ontem. Quenda, diz o Martínez, está "a crescer". E o Feliz já cresceu tudo???

Enfim, isto não é um seleccionador, é um coleccionador de cromos da caderneta do Mendes.

O que seria desta selecção com alguém honesto e exigente à sua frente? Acho que nunca vamos saber.

SL

A azia

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A selecção de Portugal qualificou-se esta noite, no Estádio José Alvalade, para a final-a-quatro da Liga das Nações. Iremos disputar o próximo encontro a 4 de Junho contra a Alemanha, selecção anfitriã.

Qualificámo-nos com goleada à Dinamarca, que derrotámos por 5-2 após prolongamento, superando o resultado desfavorável (0-1) que trouxemos de Copenhaga. 

As outras selecções que marcarão presença em Estugarda ou Munique são as da Espanha (que ontem só ultrapassou a da Holanda nos penáltis) e as da França (após superar a da Croácia, igualmente ontem, na lotaria das grandes penalidades).

A Alemanha chega lá após eliminar a Itália, mesmo à tangente.

 

Como adepto da selecção que sempre fui, só posso aplaudir.

E divirto-me com a azia que vou observando à minha volta. Começando nos comentadores televisivos, que esta noite gastaram dois terços do tempo a denegrir a equipa nacional. Quem ignorasse o resultado julgaria que tínhamos perdido e ficado excluídos da fase culminante da prova em vez de termos eliminado os dinamarqueses. 

Vários destes comentadores desancaram Cristiano Ronaldo - passatempo favorito deles há mais de uma década. Indiferentes ao facto de o craque madeirense ter apontado contra a selecção visitante, em Alvalade, mais um golo: o nosso segundo da noite, aos 72', em oportuníssima recarga na sequência de um petardo de Bruno Fernandes ao ferro. Assim se redimindo de ter permitido defesa de Schmeichel ao bater mal um penálti aos 6'.

Foi o golo n.º 136 de CR7 pela equipa das quinas. E o seu golo n.º 929 em competições oficiais, número que o credita como maior goleador da história do futebol.

Quem o detesta - e são muitos, nesta terra de gente invejosa - redobrou a azia. Porque Portugal passou, porque Ronaldo marcou. 

É chato, como diria o outro.

 

Mas há ainda mais aziados. Infelizmente, tenho de assinalar, também entre os sportinguistas. Todos aqueles que andam desde o início da temporada a rogar pragas a Francisco Trincão, zurzindo-o nomeadamente nas caixas de comentários deste blogue, tiveram de engolir duas ameixas com caroço. Precisamente os golaços que ele marcou no relvado de Alvalade. Foi mesmo decisivo para que a nossa selecção conseguisse o apuramento neste jogo dos quartos-de-final da Liga das Nações.

Roberto Martínez não apostou nele como titular. Mas aos 81', quando saltou do banco substituindo Dalot, o canhoto do Minho fez logo a diferença. Aos 86' meteu-a lá dentro, correspondendo da melhor maneira a centro de Nuno Mendes, outro herói da partida. E aos 91' - primeiro minuto do prolongamento, após 3-2 no fim do tempo regulamentar - voltou a facturar com talento e classe, numa bola rasteira em arco, após defesa incompleta de Schmeichel a remate de Gonçalo Ramos.

Trincão teria ainda intervenção directa no quinto golo, com passe muito bem medido para Diogo Jota, que a deixou para Ramos: este limitou-se a empurrá-la para o sítio certo.

 

Azia máxima para os detractores de Trincão. Começando pelos internos, aqueles sem os quais o Sporting nunca precisa de inimigos pois encarregam-se eles mesmos de tentar denegrir alguns dos nossos melhores.

Sem sucesso, porque a caravana segue em frente.

As moscas

Agora que temos um querido a novo presidente da federação da bola, esperava-se que, não colocando em causa a independância, a autonomia e a liberdade de escolha do seleccionador/treinador, alguém dissesse ao espanhol que como um dos seleccionadores com o ordenado mais alto do mundo da bola, deveria escolher os melhores sem olhar a gostos pessoais (sou simpático ou não?) e fazer um pouco mais de esforço para os fazer jogar algo que se veja. Terefa impossível, já que como se viu com a selecção da Bélgica, onde com a melhor geração de futebolistas de sempre, desperdiçou talento e ganhou... Bola.

Ontem mais uma vez apresentou um futebol paupérrimo, sem chama, sem garra, cheio de equívocos, com uma toada baixa, lenta, premonitória de um fim angustiante em morte cerebral.

Manteve-nos na eliminatória Diogo Costa, que foi adiando o golo dos dinamarqueses com belas defesas. Mais valia ter deixado entrar aquela bola logo no início que parece ter sido premonitória do que seria o jogo. Talvez eles acordassem todos, treinador incluído e pudessem mostrar que sabem o que fazer dentro de campo. Mas não foi assim e foi demasiado mau o que todos os restantes fizeram, em contraste com a basófia que vão tendo de que são uma das melhores selecções do Mundo e com o melhor médio da Europa (careca dixit). Não basta marcar com os olhos, é preciso dar em cima, querer mais que os outros, mas com esta alminha a treinar, até já inventámos uma nova modalidade, correr a passo, que é assim uma coisa mais lenta que a marcha, no atletismo e onde eles não se desengonçam tanto, que há que manter a pose e o cabelo no lugar.

Domingo há mais em Alvalade e eu temo que com Hjulmand e Harder a jogar em casa, se o espanhol não mudar radicalmente as coisas, lá vai mais um prego para o caixão.

O que de bom se pode retirar disto? Trincão, Quenda e Harder, apesar de não treinarem com a equipa, não calçaram, podendo pelo menos descansar. O Inácio bem que poderia ter invocado um desarranjo intestinal, sempre teria evitado contribuir para aquele enorme fluxo no colector de saneamento.

Depressão Martínez

A colecção de cromos da caderneta Mendes, que incluem pré-reformados, post-lesionados e eternamente flopados, amigos do Ronaldo mais uns que outros, deu em Copenhaga mais uma demonstração de desorientação táctica e  incapacidade competitiva.

Não chega ter os jogadores que tem Guardiola para jogar "à campeão" como joga Guardiola, é preciso ter a competência e a exigência de Guardiola. Quem diz Guardiola diz o Luis Enrique. Ou até o Flick.

Ouvi dizer ontem ao Malheiro (?) na TV que pior que o Martínez só o Scolari. Devia estar a brincar, porque o Scolari não aceitava recados, mal chegou correu logo com a prima-dona Baía, e sabia pôr "os mininos" na ordem, a bem ou a mal. O Martínez andou a fazer favores desde que chegou ao Mendes e ao Pinto da Costa, a utilizar naturalizados a martelo como o Otávio e o Galeno (este foi "treinar" com o Brasil e recusou) para possibilitar grandes transferências, a chamar os amigos do Ronaldo para tomar conta da "capoeira" cheia de "galos", tentar recuperar flops e lesionados, no fundo a tratar de rentabilizar os "cromos" da "caderneta". 

Como é que o Renato Veiga, pouco tempo depois de ser emprestado pelo Chelsea à Juventus onde pouco joga, é titular na Dinamarca em vez daqueles que estão a jogar como tal no Sporting e Benfica, Gonçalo Inácio e António Silva? Para agradar ao Mendes? Além do penálti que provocou, levantando o braço sem qualquer necessidade, a saída de bola foi sempre deficiente. 

Ir a Copenhaga defrontar uma Dinamarca que mete o pé e joga a correr sem trinco nem ponta de lança, com uma linha média de baixinhos vagabundos, um Pedro Neto que sabe rematar e pouco mais, é mesmo de quem não sabe e nem quer saber. 

Ou melhor, quer é saber quanto é que vai receber de indemnização quando o penteado do Proença começar a perder a laca.

Dizem que temos a melhor selecção de sempre em termos de jogadores, mas o que temos é um grupo de jogadores muito iguais na técnica, no físico e na atitude, que fazem uns estágios fenomenais mas se anulam uns aos outros em campo.

Os jogadores diferentes como o Paulinho ou a atravessar um grande momento, como o Pedro Gonçalves meses atrás, pura e simplesmente não têm lugar.

Ontem sobraram quatro magníficos, que não brincam em serviço e mereciam outra coisa: Diogo Costa, Rúben Dias, Bruno Fernandes e Nuno Mendes. 

SL

Selecção

Missão cumprida, impedir que Trincão e Quenda tenham uma semana de treino e descanso com a sua equipa. Que essa perda não servisse para nada é a cereja no topo do bolo. 
Mas o jogo não foi totalmente inútil, pois comprovou que o Sporting cometeu um erro em Agosto de 2023 ao dispensar Renato Veiga, preterido por aquele que ontem o substituiu, participando logo no golo do adversário.

Ecos do Europeu (15)

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Fixem este nome, para o caso de ainda não o conhecerem: o suíço Ruben Vargas. Tem 25 anos, joga na Liga alemã, pelo Augusburg. É um dos primeiros heróis deste Euro-2024: ninguém fez tanto como ele para derrubar os italianos, campeões europeus em 2021.

No embate de ontem em Berlim, foi dele a assistência para o primeiro golo helvético, aos 37', com irrepreensível finalização do médio-centro Freuler. E foi ele a marcar o segundo, logo após o intervalo, sentenciando a partida. Um dos mais vistosos golos deste torneio: desmarcação perfeita, domínio total da bola, disparo colocadíssimo à malha lateral interna. Sem hipótese para Donnarumma, que alguns consideram o melhor guarda-redes do mundo. Fama que lhe ficou ao defender dois penáltis na final de 2021, para infortúnio da Inglaterra.

De Vargas poderá dizer-se hoje algo semelhante: é um dos melhores do mundo na sua posição preferencial de extremo-esquerdo. Bem gostava de o ter no nosso clube.

Já aos 24' Embolo podia ter aberto a contagem ao isolar-se frente à baliza, mas o guardião impediu-o de fazer o gosto ao pé, cortando-lhe ângulo de remate com uma saída providencial.

 

Pastosa e sem dinâmica, a Itália sai de cena nos oitavos-de-final, com registo medíocre neste Campeonato da Europa: venceu com muita dificuldade a Albânia (2-1), evitou quase por milagre uma goleada da Espanha (0-1) e só conseguiu empatar com a Croácia (1-1) a 20 segundos do apito final, no minuto 97 do prolongamento. Não merecia mais. Abandona o Europeu com duas derrotas em quatro jogos, cinco golos sofridos e apenas três marcados.

Fez-se história no futebol europeu. Foi a primeira vitória da selecção suíça em jogo a eliminar numa grande competição de futebol desde a II Guerra Mundial. Os helvéticos vão defrontar, nos quartos-de-final, o vencedor do jogo Eslováquia-Inglaterra.

Para nós, sportinguistas, esta pequena vingança: Scamacca, estrela da Atalanta e "carrasco" do Sporting na Liga Europa, regressa a casa sem um golito sequer nos relvados alemães. 

Não temos pena nenhuma.

 

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Esteve para não prosseguir, o Alemanha-Dinamarca, quando uma tempestade se abateu sobre a cidade de Dortmund ao minuto 34 do jogo, então ainda em branco: chuva torrencial, granizo, trovoada.

O clima lá se recompôs na medida do possível, sem estragos irreparáveis no relvado. Ao intervalo, mantinha-se o empate a zero. Com Kasper Schmeichel, fluente em português, a destacar-se entre os dinamarqueses para adiar o golo.

Só resistiu até ao 53'. E mesmo então apenas foi batido de penálti, a punir mão na bola de Andersen, que cinco minutos antes marcara na baliza germânica (mas sem valer, pois estava deslocado).

Havertez (Arsenal, 25 anos) converteu o castigo máximo.

A Dinamarca tentou reagir, mais com a emoção do que com a razão, mas Neuer não facilitou a vida à turma adversária, aliás como todo o bloco defensivo germânico, com destaque para o central Rüdiger, rei e senhor no jogo aéreo. E foi a Alemanha a marcar, aos 68', fixando o resultado, desta vez em lance de bola corrida com apenas três toques antes de Musiala (21 anos, Bayern de Munique) a enfiar nas redes. Eficácia máxima: foi o terceiro golo do jovem atacante neste certame.

Os germânicos irão defrontar nos quartos-de-final o vencedor do jogo Espanha-Geórgia.

 

Enfim, o nosso Morten está de malas feitas. Já nem participou nesta partida, excluído por acumulação de amarelos. Fez falta à sua selecção, tendo marcado um golo no Euro-2024.

Mas faz ainda mais falta ao Sporting: o lugar dele é em Lisboa.

 

Itália, 0 - Suíça, 2

Alemanha, 2 - Dinamarca, 0

Ecos do Europeu (6)

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O que é bom para as selecções onde actuam os nossos jogadores em fases finais de grandes competições desportivas não é necessariamente bom para o Sporting. Porque pode colocar esses jogadores mais perto da porta de saída.

Pensei nisto ao ver ontem a enorme exibição da Dinamarca frente à Inglaterra que teve como figura dominante um campeão leonino: Morten Hjulmand, que se vai tornando indispensável na selecção do seu país, tal como já acontece no onze que Rúben Amorim comanda. Ponto culminante: o golaço que marcou num remate rasteiro, colocadíssimo. Pickford foi incapaz de travar a bola, que rolava a 114 km/h. 

Nesse minuto 34 da partida disputada em Frankfurt, nesse disparo a 30 metros de distância, a cotação do médio dinamarquês aumentou de imediato. A cobiça dos tubarões do futebol europeu acentuou-se, sem dúvida de qualquer espécie. Torna-se agora mais difícil reter Morten em Alvalade, mesmo protegido por cláusula de 80 milhões de euros. E não apenas pelo golo, mas por toda a exibição, impondo-se em três fases essenciais do jogo: recuperação, construção e distribuição. 

Um craque.

 

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Morten: golaço no embate contra a Inglaterra

 

O empate foi lisonjeiro para os ingleses, que marcaram primeiro, por Harry Kane (18') após bom trabalho de Kyle Walker no corredor direito. Com três centrais, a Dinamarca anulou quase toda a restante manobra ofensiva adversária. Bellingham mal tocou na bola. Saka, Foden e Kane saíram em simultâneo aos 69', quando Gareth Southgate decidiu remodelar todo o ataque. Mas só viu uma hipótese de desfazer o empate, por Watkins (Aston Villa, 28 anos), impedido entre os postes por alguém que bem conhecemos desde que era miúdo: Kasper Schmeichel. Filho de peixe sabe nadar.

A melhor oportunidade para chegar ao triunfo foi até dos dinamarqueses, aos 85'. Pelo médio Højbjerg (Tottenham, 28 anos). Não escandalizaria ninguém. 

A Inglaterra continua sem convencer após um triunfo escasso, sem brilho, na jornada inaugural frente à Sérvia. Mas isso é problema deles. O nosso chama-se Morten Hjulmand: veremos se ainda é possível vê-lo entre nós na temporada 2023/2024. Não vai ser fácil.

 

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Querem um candidato evidente à vitória neste Euro-24? A selecção da casa, que já carimbou o passaporte para os oitavos-de-final.

A suspeita confirmou-se anteontem, no encontro entre germânicos e húngaros em Estugarda. Após a goleada na ronda inaugural, a equipa alemã não abrandou o ritmo. Com um golo em cada parte: por Musiala (bisando no Euro-2024), aos 22', aproveitando da melhor maneira um momento de descalabro colectivo da defesa magiar; e por Gundogan, aos 67'. Sério candidato a homem do jogo, pois tinha sido dele a assistência no primeiro.

Concorrente a este posto, só Neuer: aos 38 anos, desde 2011 no Bayern de Munique, campeão mundial em 2014. Aos 26' protagonizou monumental defesa, num livre directo, demonstrando manter os reflexos intactos, sem sequelas da grave lesão que sofreu em 2023, enquanto esquiava. Não custa concluir que talvez continue a ser o melhor guarda-redes do planeta futebol. Ainda no activo, já nos deixa saudades.

 

Dinamarca, 1 - Inglaterra, 1

Alemanha, 2 - Hungria, 0

Ecos do Europeu (2)

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Ontem foi dia de entrada em cena, neste Europeu, de três jogadores que estão ou já estiveram ligados ao Sporting. 

Como se comportaram?

 

MORTEN. Foi titular pela Dinamarca na posição a que nos tem habituado no Sporting, como médio-centro, embora com maior propensão ofensiva - fruto do trabalho desenvolvido em Alvalade, onde é campeão. Esteve sempre muito em jogo contra a Eslovénia, acusando aqui e ali algum excesso de rispidez, o que lhe valeu o amarelo aos 49' (os árbitros têm poupado cartões neste Europeu). Teve um momento de manifesto azar quando a bola disparada pelo lateral esquerdo Janza tabelou nele e foi anichar-se nas redes: golão aos 77', antecedido de um petardo de Sesko (21 anos, Leipzig) que fez tremer os ferros da baliza. Substituído aos 89'. O jogo terminou 1-1: o tento dinamarquês foi marcado aos 17' pelo veterano Eriksen (32 anos, Manchester United) que emocionou o mundo ao cair em campo, no Euro-21, devido a uma paragem cardíaca. Recuperou, felizmente, e está em forma - como se viu pelo seu golo de requintada execução técnica, 1100 dias depois daquele susto que nos pregou.

 

SPORAR. Agora com 30 anos, titular no Panathinaikos, o antigo ponta-de-lança do Sporting foi o avançado mais posicional do onze esloveno neste embate com a Dinamarca em Estugarda, evidenciando as características que lhe conhecemos: anda perto do golo, mas concretiza pouco. Teve três ocasiões sem aproveitar nenhuma: aos 9' pecou por má recepção; aos 74' falhou emenda; aos 81', isolado, rematou à malha lateral. Nada de novo, portanto. Corresponde àquilo que recordamos dele quando passou no Sporting, onde quase não chegou a trabalhar com Rúben Amorim. Esteve época e meia, só marcou 11 golos em 38 jogos.

 

GUDELJ.  Titular na equipa da Sérvia que ontem à noite enfrentou a Inglaterra em Gelsenkirchen. Médio de contenção durinho, daqueles que podem deixar passar a bola mas não deixam passar o homem, foi amarelado aos 39' e já não regressou após o intervalo. Fazendo lembrar a pouca saudosa época de 2018/2019, em que alinhou por empréstimo no Sporting antes de transitar para o Sevilha, onde permanece, aos 31 anos. Mais em força do que em jeito, deu luta aos ingleses, que só marcaram uma vez, pelo astro-rei Bellingham, aos 13'. Sem imaginação ou arte para mais. Kane ainda cabeceou com força, mas a bola embateu na barra (77', com desvio in extremis do guardião Rajkovic). A vitória por 1-0 soube-lhes certamente a pouco.

 

Dinamarca, 1 - Eslovénia, 1

Inglaterra, 1 - Sérvia, 0

Goleada na Grunholândia

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O discurso estava alinhavado, Lego, pequena sereia, soldadinho de chumbo, bicicletas, o país mais pequenino da Escandinávia, enfim, estava tudo previsto para o Sporting ser eliminado por um clube de brincadeira.

Afinal a brincadeira saiu-lhes cara.

Fui falar com o meu consultor para a brincadeira (vai fazer três anos em Maio).

- Qual é o maior país da Europa?

- É a Dina'maca, papá.

- A Dinamarca?

- Xim, papá, a Gone'ândia é muito g'ande.

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E não é que o miúdo sabe mais de geografia que o "jornalista" d' ABola?

Seja como for, grande vitória, depois dos alemães de Frankfurt serem goleados em casa por três zero, desta vez foram os vizinhos dinamarqueses, quatro.

Agora que venham os ingleses, para provarem o amargo sabor da derrota. 

A Dinamarca está de volta?

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Provavelmente.

É um gosto ver Casper na baliza dinamarquesa, é uma alegria ver uma equipa que não se rende, nem joga para empatar. 

O triunfo, a sério, da Dinamarca no Stade de France, ontem, recordou-me a fantástica armada viking do europeu de 1984, Laudrup, Arnesen, Olsen e com o poderoso avançado Elkjaer Larsen.

Larsen que depois se mudaria para a amena Verona, com o sol quente, a cerveja fresca (muita), uns cigarros para assentar e uma eficácia enorme na hora de rematar para golo, conseguiu guiar o clube da cidade a um inédito título de campeão.

A ver o Europeu (28)

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O CAMPEONATO DOS AUTOGOLOS

O factor casa continua a pesar - e de que maneira. Que o diga a feliz selecção inglesa: em seis jogos já disputados neste Campeonato da Europa, cinco foram em casa. No estádio de Wembley, em Londres.

É decisivo em absoluto? Não, mas ajuda muito.

Basta ver os números: em 15 edições já realizadas do Europeu, o país organizador figurou 13 como semifinalista. E chegou cinco vezes à final.

 

Há três dias, as bancadas londrinas encheram-se novamente. Quase todos os que ali estavam, mais de 60 mil, puxavam pela selecção anfitriã. 

Mesmo assim a Inglaterra não teve vida fácil neste embate contra a Dinamarca na meia-final restante do Euro-2021. De tal maneira que até esteve a perder: aos 30', Damsgaard, jovem craque da Sampdoria, abriu o marcador com um belíssimo golo: vai figurar decerto entre os dez melhores deste campeonato.

Foi o momento alto da Dinamarca. Mas nove minutos depois, a onda inverteu-se. Golo britânico, com ajuda nórdica: infeliz autogolo do capitão Kjer. Há já quem chame ao Euro-2021 o campeonato dos autogolos. Com este, já são onze. Em todos os anteriores só tinha havido três.

 

No segundo tempo, muita luta e muito cansaço. Aconteceu futebol, como apregoam os cultores das frases feitas. Com destaque, do lado dinamarquês, para o guardião Kasper Schmeichel - filho do nosso campeão do ano 2000 - com enormes defesas aos 55' e aos 73'. Também para o ala esquerdo Maehle e o central Vestergaard, intransponível.

Nas fileiras inglesas brilhou Sterling - de longe o astro-rei desta selecção. Com arte e técnica para tudo, até para cavar penáltis. E foi assim, graças a um penálti mais que duvidoso, que conseguiu a vitória para a sua equipa. Chamado a converter, Harry Kane falhou à primeira; Schmeichel voltou a brilhar entre os postes, defendendo; mas a bola sobrou para o ponta de lança inglês, que à segunda não perdoou.

Estava decorrido o minuto 104', já no prolongamento, fixando-se o resultado tangencial que permitirá aos ingleses discutir amanhã o título com os italianos. É a estreia da Inglaterra numa final de um Campeonato da Europa. Novamente em Wembley. Assim, para eles, tudo se torna um pouco mais fácil.

 

Dinamarca, 1 - Inglaterra, 2

A ver o Europeu (26)

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SURPREENDENTE DINAMARCA, EXUBERANTE INGLATERRA

Já são conhecidos os quatro semifinalistas do Campeonato da Europa. Depois de italianos e espanhóis, apuraram-se dinamarqueses e ingleses.

A maior surpresa deste Euro-2021 tem sido a selecção da Dinamarca. Começou desfalcada, num jogo dramático, em que perdeu a sua figura mais emblemática: Eriksen, vítima de uma síncope, chegou a estar clinicamente morto no relvado. Felizmente foi salvo a tempo.

Parece que esta quase-tragédia deu alento suplementar à equipa nórdica, que em 1992 começou como outsider e terminou como campeã europeia. O trajecto que tem seguido, contra ventos e marés, revela essa capacidade de fazer das fraquezas força.

Foi o que aconteceu ontem, em Baku, frente à República Checa. Vitória categórica, começada a construir logo aos 5', com golo de Delaney. Aos 42', ampliaram a vantagem num belo golo de Dolberg, correspondendo da melhor maneira a uma assistência de trivela de Maehle, lateral esquerdo que joga com o pé direito e é titular da Atalanta.

A República Checa, após a dupla substituição operada ao intervalo, reagiu e tentou virar o resultado. Começou bem, aos 49', com um golo de Schick: o avançado do Bayer Leverkusen igualou Cristiano Ronaldo na lista dos marcadores do Europeu: estão ambos com cinco. Mas Cristiano ganha vantagem no confronto por ter menos minutos.

Houve muita incerteza, mas o resultado não se alterou. Destaque, nos checos, para o guarda-redes Vaclik (como é possível estar sem clube?), o médio ofensivo Barak e o avançado Vydra: todos são jogadores acima da média.

Mas a minha selecção favorita, não escondo desde o início, é a dinamarquesa. Além dos jogadores já mencionados, destaco o jovem avançado Damsgaard (que ontem fez 21 anos), o central Christensen (campeão europeu pelo Chelsea), o ponta-de-lança Poulsen (quase marcou, com um excelente disparo à baliza, aos 78'), o extremo Braithwaite e sobretudo o guarda-redes Kasper Schmeichel (enormes defesas aos 22', 46', 47' e 74'), filho do campeão leonino Peter Schmeichel. Teve um bom mestre lá em casa.

Os dinamarqueses chegam às meias-finais, 29 anos depois, sendo a segunda equipa mais goleadora do torneio: 11 golos. Só a Espanha, com um mais, conseguiu fazer melhor.

 

Dinamarca, 2 - República Checa, 1

 

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Finalmente, uma goleada inglesa. Aconteceu também ontem, em Roma - única partida que a Inglaterra disputa fora das ilhas britânicas neste Europeu. Contra a Ucrânia, que nunca tinha ido tão longe num torneio deste género.

Domínio absoluto da Inglaterra, que desde 1966 aspira à conquista de outro título europeu ou mundial. Parece bem encaminhada, agora também no capítulo do golo - desta vez marcou tantos como nos quatro jogos anteriores desta fase final.

Tem excelentes executantes - não apenas no plano físico ou táctico, mas também no plano técnico. Kane, Mount, Shaw, Sancho, Rashford, Phillips, Grealish, Folden, Henderson. E, acima de todos, Sterling - talvez o melhor interior esquerdo do futebol actual. 

Seguem em frente com oito golos marcados e nenhum sofrido. É obra.

 

Inglaterra, 4 - Ucrânia, 0

A ver o Europeu (20)

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GOLEADA DINAMARQUESA E SOFRIMENTO ITALIANO

Já tinha confessado aqui a minha simpatia pela selecção da Dinamarca. Foi portanto com muita satisfação que assisti hoje ao primeiro desafio dos oitavos-de-final do Euro-2021: vitória categórica dos dinamarqueses em Amesterdão, anulando por completo o País de Gales. O onze de Bale e Ramsey foi incapaz de conter o futebol ofensivo da turma nórdica.

O herói desta goleada foi um suplente: Dolberg, ponta-de-lança do Nice, só entrou no onze por lesão de Poulsen. Em boa hora: foram dele os dois primeiros golos, aos 27' e aos 48'. O terceiro - marcado por Maehle aos 88' - merece ser revisto várias vezes: é um dos melhores deste Europeu. Mas a conta só fecharia aos 90'+3, com golo assinado por Braithwaite: o avançado do Barcelona foi o maior desequilibrador da Dinamarca e um dos artífices desta vitória, certamente dedicada a Eriksen.

Wass, o lateral direito que parece estar na mira do Sporting, nem no banco se sentou - ao que parece devido a uma indisposição. Talvez o vejamos actuar nos quartos-de-final.

Há cinco anos, o País de Gales saiu mais tarde do Europeu, só na meia-final em que defrontou a selecção portuguesa. Desta vez vai embora mais cedo: Bale terá mais tempo para se dedicar ao golfe.

 

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Enorme sofrimento italiano, esta noite em Wembley, no embate com os austríacos. Aos 90 minutos mantinha-se o empate a zero, foi necessário jogar mais meia hora. Aí impôs-se a superior condição física da squadra azzurra, que descansou mais 24 horas antes desta partida dos oitavos, além de ter poupado vários titulares no desafio contra o País de Gales, quando tinha o apuramento já garantido.

A solução veio do banco: Chiesa, lançado em jogo só aos 85', desfez o nulo no prolongamento, aos 95'. O segundo golo italiano - aos 105' - teve a assinatura de Pessina, outro suplente utilizado. Mas a Áustria, com sólida organização colectiva e melhor exibição do que o adversário na segunda parte, não baixou os braços. Kalazdjic reduziu aos 114' e a hipótese de tudo ser decidido por penáltis permaneceu em aberto até ao fim.

Os austríacos saem de cabeça levantada, os italianos tremeram nesta que foi - de longe - a sua pior exibição neste Europeu. Apesar de contarem com o caloroso apoio de grande parte dos espectadores no estádio. Destaque para as exibições dos dois alas direitos: Alaba pela Áustria e Spinazzola por Itália. Estes sim, eu gostaria de ver jogar pelo Sporting.

 

Dinamarca, 4 - País de Gales, 0

Áustria, 1 - Itália, 2

A ver o Europeu (16)

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JOGO ÉPICO DA DINAMARCA

Futebol do melhor no Campeonato da Europa: aconteceu hoje, protagonizado pela selecção da Dinamarca, com uma segunda parte de sonho em que cilindrou a Rússia, goleando-a sem apelo nem agravo em Copenhaga.

De quase afastada, após duas derrotas (frente à Finlândia e à Bélgica), ascende assim ao segundo posto no Grupo B, transitando para os oitavos com todo o mérito.

Confesso que fiz questão em ver este desafio tão decisivo para os dinamarqueses torcendo por eles desde o primeiro minuto. Desde logo como homenagem ao malogrado Eriksen, o craque da equipa, vítima de uma síncope no jogo inaugural. E por sentir que a Dinamarca foi alvo de uma clara injustiça ao ter de prosseguir aquela partida tão traumática com todo o onze destroçado animicamente: aquela derrota contra a Finlândia, nesse dia específico, foi uma das maiores injustiças a que já assisti no futebol.

Mas os deuses da bola às vezes escrevem direito por linhas tortas, como esta tarde se confirmou. A Dinamarca venceu e convenceu: marcou quatro e sofreu apenas um, de grande penalidade. Dois dos seus golos foram extraordinários - do melhor neste Euro-2021. O primeiro, aos 38', apontado por Damsgaard, jovem extremo da Sampdoria, foi um tiro indefensável que fez levantar o estádio, cheio com 38 mil espectadores. E o terceiro, aos 79', parecia um míssil - disparado pelo defesa Christensen, outra das figuras da partida. Os restantes foram marcados por Poulsen (59'), aproveitando um monumental brinde da defesa russa, e Maehle (82'), coroando um rápido-contra ataque. Selava-se assim um jogo épico da Dinamarca: tenho a certeza de que nunca será esquecido.

 

Aproveitei para acompanhar mais de perto o desempenho de Daniel Wass, ala direito de 32 anos que actua no Valência e estará sob a mira do Sporting. Na partida anterior, em que recebeu um amarelo, nada fez que me despertasse a atenção. Desta vez merece nota positiva sobretudo por dois momentos: o centro milimétrico que fez aos 29' para um disparo de Hojbjerg, e um lance bem construído na extrema direita, aos 54'. Mas confesso que nada vi de extraordinário: Porro e Esgaio, pelo menos estes, são superiores.

Aos 61', Wass foi substituído: já não estava em campo no melhor período da sua equipa. 

 

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Enquanto esta partida decorria, em Sampetersburgo disputava-se o Bélgica-Finlândia, outra partida do Grupo B. Já com os belgas qualificados mas sem facilitarem: dominaram por completo, remetendo os finlandeses ao seu reduto. 

A terceira vitória consecutiva belga neste certame foi natural. Já escrevi e reitero: estamos perante um potencial vencedor do Europeu. Menos natural foi vermos um excelente golo anulado por intervenção do vídeo-árbitro, aos 65': assistência de De Bruyne desmarcando Lukaku e este a fuzilar as redes. Ninguém entendeu a alegada deslocação que as imagens não comprovam. Merece alerta máximo: o absurdo critério do fora de jogo milimétrico anda a matar o futebol de ataque.

Mas aqui os deuses da bola voltaram a intervir. Após um autogolo do guardião Hradecky (74') na sequência de um canto, a dupla imparável voltou a dar nas vistas quase numa réplica do golo anulado: De Bruyne assistiu, Lukaku marcou. Fixava-se o resultado aos 81'.

Desta vez valeu.

 

Dinamarca, 4 - Rússia, 1

Bélgica, 2 - Finlândia, 0

UEFA: insensibilidade gritante

Texto de AHR

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A insensibilidade da UEFA é gritante e isso ficou bem demonstrado nesse jogo [Dinamarca-Finlândia]. O que aconteceu [com Christian Eriksen] foi considerado pela UEFA como uma lesão igual a tantas outras, em que o jogador tem que ser retirado para fora do campo.

Bastou o infeliz jogador abrir os olhos, ainda na maca, para os responsáveis da UEFA considerarem esse milagre condição suficiente para o jogo prosseguir. Ficámos a saber que só eventualmente em caso de morte a UEFA pode ponderar suspender um jogo.

O caso de invalidez permanente não é condição elegível para adiar um jogo. É preciso pensar nas pessoas que compraram bilhete para assistir ao espectáculo. Há pessoas que tiraram um dia de férias para ir assistir ao jogo. Temos que pensar nelas, ou seja, pensar nos vivos, e no incomódo causado por alguém que morre em alguém que está vivo. É uma chatice um atleta morrer em campo. Ainda se fossem dois ou três, vá lá. Agora só um, é muito pouco.

A burocracia e o trabalho que é ter que adiar o jogo e devolver o dinheiro aos espectadores não compensa. O espectáculo tem de continuar.

The show must go on.

 

Texto do leitor AHR, publicado originalmente aqui.

A ver o Europeu (13)

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LUKAKU E DE BRUYNE DÃO ESPECTÁCULO

Custa ver uma selecção com inegáveis talentos estar prestes a abandonar o Europeu de modo prematuro. E manifesta injustiça. A derrota inicial contra a Finlândia, num jogo marcado pelo drama de Christian Eriksen, nunca devia ter acontecido. Pelo simples motivo de que aquela partida decorreu em condições inaceitáveis num desafio de alta competição, com toda a equipa da casa arrasada psicologicamente. Tem o "nosso" Schmeichel toda a razão: «Foi uma experiência traumática.» Erro crasso da UEFA: o jogo, retomado menos de duas horas depois da síncope do n.º 10, devia ter sido adiado.

 

Contra a Bélgica, clara favorita, a Dinamarca entrou ontem muito bem. Voltava a jogar em casa, beneficiava do apoio da grande maioria dos 25 mil espectadores, e percebia-se que queria vencer, desde logo, para dedicar o triunfo a Eriksen. Não podia ter começado melhor: logo no minuto 2 adiantou-se no marcador, com golo de Poulsen.

Muita dinâmica, muita intensidade, muita energia: assim decorreu o primeiro tempo, de parada e resposta, mas com predomínio dinamarquês. O que parece ter deixado a Bélgica surpreendida.

Era precido mexer no onze titular belga - e assim fez o seleccionador ao intervalo, trocando o apagado Mertens por De Bruyne, que continua craque. A medida não tardou a produzir efeito, virando o jogo. E foi o talento individual a vir à tona.

Primeiro golo, 54': espectactular condução de bola na ala direita por Lukaku, que centra atrasado; de Bruyne recolhe e assiste Thornan Hazard, que não perdoa.

Segundo golo, 70': Lukaku inicia a construção do lance com nova jogada excepcional sem deixar nenhum defensor dinamarquês roubar-lhe a bola; De Bruyne, num tiro de pé esquerdo, fuzila as redes com assistência de Eden Hazard.

 

Venceram o desafio, são fortíssimos candidatos a vencer o Euro-2021. 

Mas o melhor momento do jogo aconteceu aos 10'. Quando todos pararam durante um minuto em ovação unânime ao ausente Eriksen. Nestas ocasiões o futebol deixa de ser simplesmente bonito para se tornar sublime.

 

Dinamarca, 1 - Bélgica, 2

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