Fixem este nome, para o caso de ainda não o conhecerem: o suíço Ruben Vargas. Tem 25 anos, joga na Liga alemã, pelo Augusburg. É um dos primeiros heróis deste Euro-2024: ninguém fez tanto como ele para derrubar os italianos, campeões europeus em 2021.
No embate de ontem em Berlim, foi dele a assistência para o primeiro golo helvético, aos 37', com irrepreensível finalização do médio-centro Freuler. E foi ele a marcar o segundo, logo após o intervalo, sentenciando a partida. Um dos mais vistosos golos deste torneio: desmarcação perfeita, domínio total da bola, disparo colocadíssimo à malha lateral interna. Sem hipótese para Donnarumma, que alguns consideram o melhor guarda-redes do mundo. Fama que lhe ficou ao defender dois penáltis na final de 2021, para infortúnio da Inglaterra.
De Vargas poderá dizer-se hoje algo semelhante: é um dos melhores do mundo na sua posição preferencial de extremo-esquerdo. Bem gostava de o ter no nosso clube.
Já aos 24' Embolo podia ter aberto a contagem ao isolar-se frente à baliza, mas o guardião impediu-o de fazer o gosto ao pé, cortando-lhe ângulo de remate com uma saída providencial.
Pastosa e sem dinâmica, a Itália sai de cena nos oitavos-de-final, com registo medíocre neste Campeonato da Europa: venceu com muita dificuldade a Albânia (2-1), evitou quase por milagre uma goleada da Espanha (0-1) e só conseguiu empatar com a Croácia (1-1) a 20 segundos do apito final, no minuto 97 do prolongamento. Não merecia mais. Abandona o Europeu com duas derrotas em quatro jogos, cinco golos sofridos e apenas três marcados.
Fez-se história no futebol europeu. Foi a primeira vitória da selecção suíça em jogo a eliminar numa grande competição de futebol desde a II Guerra Mundial. Os helvéticos vão defrontar, nos quartos-de-final, o vencedor do jogo Eslováquia-Inglaterra.
Para nós, sportinguistas, esta pequena vingança: Scamacca, estrela da Atalanta e "carrasco" do Sporting na Liga Europa, regressa a casa sem um golito sequer nos relvados alemães.
Esteve para não prosseguir, o Alemanha-Dinamarca, quando uma tempestade se abateu sobre a cidade de Dortmund ao minuto 34 do jogo, então ainda em branco: chuva torrencial, granizo, trovoada.
O clima lá se recompôs na medida do possível, sem estragos irreparáveis no relvado. Ao intervalo, mantinha-se o empate a zero. Com Kasper Schmeichel, fluente em português, a destacar-se entre os dinamarqueses para adiar o golo.
Só resistiu até ao 53'. E mesmo então apenas foi batido de penálti, a punir mão na bola de Andersen, que cinco minutos antes marcara na baliza germânica (mas sem valer, pois estava deslocado).
Havertez (Arsenal, 25 anos) converteu o castigo máximo.
A Dinamarca tentou reagir, mais com a emoção do que com a razão, mas Neuer não facilitou a vida à turma adversária, aliás como todo o bloco defensivo germânico, com destaque para o central Rüdiger, rei e senhor no jogo aéreo. E foi a Alemanha a marcar, aos 68', fixando o resultado, desta vez em lance de bola corrida com apenas três toques antes de Musiala (21 anos, Bayern de Munique) a enfiar nas redes. Eficácia máxima: foi o terceiro golo do jovem atacante neste certame.
Os germânicos irão defrontar nos quartos-de-final o vencedor do jogo Espanha-Geórgia.
Enfim, o nosso Morten está de malas feitas. Já nem participou nesta partida, excluído por acumulação de amarelos. Fez falta à sua selecção, tendo marcado um golo no Euro-2024.
Mas faz ainda mais falta ao Sporting: o lugar dele é em Lisboa.
O que é bom para as selecções onde actuam os nossos jogadores em fases finais de grandes competições desportivas não é necessariamente bom para o Sporting. Porque pode colocar esses jogadores mais perto da porta de saída.
Pensei nisto ao ver ontem a enorme exibição da Dinamarca frente à Inglaterra que teve como figura dominante um campeão leonino: Morten Hjulmand, que se vai tornando indispensável na selecção do seu país, tal como já acontece no onze que Rúben Amorim comanda. Ponto culminante: o golaço que marcou num remate rasteiro, colocadíssimo. Pickford foi incapaz de travar a bola, que rolava a 114 km/h.
Nesse minuto 34 da partida disputada em Frankfurt, nesse disparo a 30 metros de distância, a cotação do médio dinamarquês aumentou de imediato. A cobiça dos tubarões do futebol europeu acentuou-se, sem dúvida de qualquer espécie. Torna-se agora mais difícil reter Morten em Alvalade, mesmo protegido por cláusula de 80 milhões de euros. E não apenas pelo golo, mas por toda a exibição, impondo-se em três fases essenciais do jogo: recuperação, construção e distribuição.
Um craque.
Morten: golaço no embate contra a Inglaterra
O empate foi lisonjeiro para os ingleses, que marcaram primeiro, por Harry Kane (18') após bom trabalho de Kyle Walker no corredor direito. Com três centrais, a Dinamarca anulou quase toda a restante manobra ofensiva adversária. Bellingham mal tocou na bola. Saka, Foden e Kane saíram em simultâneo aos 69', quando Gareth Southgate decidiu remodelar todo o ataque. Mas só viu uma hipótese de desfazer o empate, por Watkins (Aston Villa, 28 anos), impedido entre os postes por alguém que bem conhecemos desde que era miúdo: Kasper Schmeichel. Filho de peixe sabe nadar.
A melhor oportunidade para chegar ao triunfo foi até dos dinamarqueses, aos 85'. Pelo médio Højbjerg (Tottenham, 28 anos). Não escandalizaria ninguém.
A Inglaterra continua sem convencer após um triunfo escasso, sem brilho, na jornada inaugural frente à Sérvia. Mas isso é problema deles. O nosso chama-se Morten Hjulmand: veremos se ainda é possível vê-lo entre nós na temporada 2023/2024. Não vai ser fácil.
Querem um candidato evidente à vitória neste Euro-24? A selecção da casa, que já carimbou o passaporte para os oitavos-de-final.
A suspeita confirmou-se anteontem, no encontro entre germânicos e húngaros em Estugarda. Após a goleada na ronda inaugural, a equipa alemã não abrandou o ritmo. Com um golo em cada parte: por Musiala (bisando no Euro-2024), aos 22', aproveitando da melhor maneira um momento de descalabro colectivo da defesa magiar; e por Gundogan, aos 67'. Sério candidato a homem do jogo, pois tinha sido dele a assistência no primeiro.
Concorrente a este posto, só Neuer: aos 38 anos, desde 2011 no Bayern de Munique, campeão mundial em 2014. Aos 26' protagonizou monumental defesa, num livre directo, demonstrando manter os reflexos intactos, sem sequelas da grave lesão que sofreu em 2023, enquanto esquiava. Não custa concluir que talvez continue a ser o melhor guarda-redes do planeta futebol. Ainda no activo, já nos deixa saudades.
Ontem foi dia de entrada em cena, neste Europeu, de três jogadores que estão ou já estiveram ligados ao Sporting.
Como se comportaram?
MORTEN. Foi titular pela Dinamarca na posição a que nos tem habituado no Sporting, como médio-centro, embora com maior propensão ofensiva - fruto do trabalho desenvolvido em Alvalade, onde é campeão. Esteve sempre muito em jogo contra a Eslovénia, acusando aqui e ali algum excesso de rispidez, o que lhe valeu o amarelo aos 49' (os árbitros têm poupado cartões neste Europeu). Teve um momento de manifesto azar quando a bola disparada pelo lateral esquerdo Janza tabelou nele e foi anichar-se nas redes: golão aos 77', antecedido de um petardo de Sesko (21 anos, Leipzig) que fez tremer os ferros da baliza. Substituído aos 89'. O jogo terminou 1-1: o tento dinamarquês foi marcado aos 17' pelo veterano Eriksen (32 anos, Manchester United) que emocionou o mundo ao cair em campo, no Euro-21, devido a uma paragem cardíaca. Recuperou, felizmente, e está em forma - como se viu pelo seu golo de requintada execução técnica, 1100 dias depois daquele susto que nos pregou.
SPORAR. Agora com 30 anos, titular no Panathinaikos, o antigo ponta-de-lança do Sporting foi o avançado mais posicional do onze esloveno neste embate com a Dinamarca em Estugarda, evidenciando as características que lhe conhecemos: anda perto do golo, mas concretiza pouco. Teve três ocasiões sem aproveitar nenhuma: aos 9' pecou por má recepção; aos 74' falhou emenda; aos 81', isolado, rematou à malha lateral. Nada de novo, portanto. Corresponde àquilo que recordamos dele quando passou no Sporting, onde quase não chegou a trabalhar com Rúben Amorim. Esteve época e meia, só marcou 11 golos em 38 jogos.
GUDELJ. Titular na equipa da Sérvia que ontem à noite enfrentou a Inglaterra em Gelsenkirchen. Médio de contenção durinho, daqueles que podem deixar passar a bola mas não deixam passar o homem, foi amarelado aos 39' e já não regressou após o intervalo. Fazendo lembrar a pouca saudosa época de 2018/2019, em que alinhou por empréstimo no Sporting antes de transitar para o Sevilha, onde permanece, aos 31 anos. Mais em força do que em jeito, deu luta aos ingleses, que só marcaram uma vez, pelo astro-rei Bellingham, aos 13'. Sem imaginação ou arte para mais. Kane ainda cabeceou com força, mas a bola embateu na barra (77', com desvio in extremis do guardião Rajkovic). A vitória por 1-0 soube-lhes certamente a pouco.
O discurso estava alinhavado, Lego, pequena sereia, soldadinho de chumbo, bicicletas, o país mais pequenino da Escandinávia, enfim, estava tudo previsto para o Sporting ser eliminado por um clube de brincadeira.
Afinal a brincadeira saiu-lhes cara.
Fui falar com o meu consultor para a brincadeira (vai fazer três anos em Maio).
- Qual é o maior país da Europa?
- É a Dina'maca, papá.
- A Dinamarca?
- Xim, papá, a Gone'ândia é muito g'ande.
E não é que o miúdo sabe mais de geografia que o "jornalista" d' ABola?
Seja como for, grande vitória, depois dos alemães de Frankfurt serem goleados em casa por três zero, desta vez foram os vizinhos dinamarqueses, quatro.
Agora que venham os ingleses, para provarem o amargo sabor da derrota.
É um gosto ver Casper na baliza dinamarquesa, é uma alegria ver uma equipa que não se rende, nem joga para empatar.
O triunfo, a sério, da Dinamarca no Stade de France, ontem, recordou-me a fantástica armada viking do europeu de 1984, Laudrup, Arnesen, Olsen e com o poderoso avançado Elkjaer Larsen.
Larsen que depois se mudaria para a amena Verona, com o sol quente, a cerveja fresca (muita), uns cigarros para assentar e uma eficácia enorme na hora de rematar para golo, conseguiu guiar o clube da cidade a um inédito título de campeão.
O factor casa continua a pesar - e de que maneira. Que o diga a feliz selecção inglesa: em seis jogos já disputados neste Campeonato da Europa, cinco foram em casa. No estádio de Wembley, em Londres.
É decisivo em absoluto? Não, mas ajuda muito.
Basta ver os números: em 15 edições já realizadas do Europeu, o país organizador figurou 13 como semifinalista. E chegou cinco vezes à final.
Há três dias, as bancadas londrinas encheram-se novamente. Quase todos os que ali estavam, mais de 60 mil, puxavam pela selecção anfitriã.
Mesmo assim a Inglaterra não teve vida fácil neste embate contra a Dinamarca na meia-final restante do Euro-2021. De tal maneira que até esteve a perder: aos 30', Damsgaard, jovem craque da Sampdoria, abriu o marcador com um belíssimo golo: vai figurar decerto entre os dez melhores deste campeonato.
Foi o momento alto da Dinamarca. Mas nove minutos depois, a onda inverteu-se. Golo britânico, com ajuda nórdica: infeliz autogolo do capitão Kjer. Há já quem chame ao Euro-2021 o campeonato dos autogolos. Com este, já são onze. Em todos os anteriores só tinha havido três.
No segundo tempo, muita luta e muito cansaço. Aconteceu futebol, como apregoam os cultores das frases feitas. Com destaque, do lado dinamarquês, para o guardião Kasper Schmeichel - filho do nosso campeão do ano 2000 - com enormes defesas aos 55' e aos 73'. Também para o ala esquerdo Maehle e o central Vestergaard, intransponível.
Nas fileiras inglesas brilhou Sterling - de longe o astro-rei desta selecção. Com arte e técnica para tudo, até para cavar penáltis. E foi assim, graças a um penálti mais que duvidoso, que conseguiu a vitória para a sua equipa. Chamado a converter, Harry Kane falhou à primeira; Schmeichel voltou a brilhar entre os postes, defendendo; mas a bola sobrou para o ponta de lança inglês, que à segunda não perdoou.
Estava decorrido o minuto 104', já no prolongamento, fixando-se o resultado tangencial que permitirá aos ingleses discutir amanhã o título com os italianos. É a estreia da Inglaterra numa final de um Campeonato da Europa. Novamente em Wembley. Assim, para eles, tudo se torna um pouco mais fácil.
Já são conhecidos os quatro semifinalistas do Campeonato da Europa. Depois de italianos e espanhóis, apuraram-se dinamarqueses e ingleses.
A maior surpresa deste Euro-2021 tem sido a selecção da Dinamarca. Começou desfalcada, num jogo dramático, em que perdeu a sua figura mais emblemática: Eriksen, vítima de uma síncope, chegou a estar clinicamente morto no relvado. Felizmente foi salvo a tempo.
Parece que esta quase-tragédia deu alento suplementar à equipa nórdica, que em 1992 começou como outsider e terminou como campeã europeia. O trajecto que tem seguido, contra ventos e marés, revela essa capacidade de fazer das fraquezas força.
Foi o que aconteceu ontem, em Baku, frente à República Checa. Vitória categórica, começada a construir logo aos 5', com golo de Delaney. Aos 42', ampliaram a vantagem num belo golo de Dolberg, correspondendo da melhor maneira a uma assistência de trivela de Maehle, lateral esquerdo que joga com o pé direito e é titular da Atalanta.
A República Checa, após a dupla substituição operada ao intervalo, reagiu e tentou virar o resultado. Começou bem, aos 49', com um golo de Schick: o avançado do Bayer Leverkusen igualou Cristiano Ronaldo na lista dos marcadores do Europeu: estão ambos com cinco. Mas Cristiano ganha vantagem no confronto por ter menos minutos.
Houve muita incerteza, mas o resultado não se alterou. Destaque, nos checos, para o guarda-redes Vaclik (como é possível estar sem clube?), o médio ofensivo Barak e o avançado Vydra: todos são jogadores acima da média.
Mas a minha selecção favorita, não escondo desde o início, é a dinamarquesa. Além dos jogadores já mencionados, destaco o jovem avançado Damsgaard (que ontem fez 21 anos), o central Christensen (campeão europeu pelo Chelsea), o ponta-de-lança Poulsen (quase marcou, com um excelente disparo à baliza, aos 78'), o extremo Braithwaite e sobretudo o guarda-redes Kasper Schmeichel (enormes defesas aos 22', 46', 47' e 74'), filho do campeão leonino Peter Schmeichel. Teve um bom mestre lá em casa.
Os dinamarqueses chegam às meias-finais, 29 anos depois, sendo a segunda equipa mais goleadora do torneio: 11 golos. Só a Espanha, com um mais, conseguiu fazer melhor.
Dinamarca, 2 - República Checa, 1
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Finalmente, uma goleada inglesa. Aconteceu também ontem, em Roma - única partida que a Inglaterra disputa fora das ilhas britânicas neste Europeu. Contra a Ucrânia, que nunca tinha ido tão longe num torneio deste género.
Domínio absoluto da Inglaterra, que desde 1966 aspira à conquista de outro título europeu ou mundial. Parece bem encaminhada, agora também no capítulo do golo - desta vez marcou tantos como nos quatro jogos anteriores desta fase final.
Tem excelentes executantes - não apenas no plano físico ou táctico, mas também no plano técnico. Kane, Mount, Shaw, Sancho, Rashford, Phillips, Grealish, Folden, Henderson. E, acima de todos, Sterling - talvez o melhor interior esquerdo do futebol actual.
Seguem em frente com oito golos marcados e nenhum sofrido. É obra.
Já tinha confessado aqui a minha simpatia pela selecção da Dinamarca. Foi portanto com muita satisfação que assisti hoje ao primeiro desafio dos oitavos-de-final do Euro-2021: vitória categórica dos dinamarqueses em Amesterdão, anulando por completo o País de Gales. O onze de Bale e Ramsey foi incapaz de conter o futebol ofensivo da turma nórdica.
O herói desta goleada foi um suplente: Dolberg, ponta-de-lança do Nice, só entrou no onze por lesão de Poulsen. Em boa hora: foram dele os dois primeiros golos, aos 27' e aos 48'. O terceiro - marcado por Maehle aos 88' - merece ser revisto várias vezes: é um dos melhores deste Europeu. Mas a conta só fecharia aos 90'+3, com golo assinado por Braithwaite: o avançado do Barcelona foi o maior desequilibrador da Dinamarca e um dos artífices desta vitória, certamente dedicada a Eriksen.
Wass, o lateral direito que parece estar na mira do Sporting, nem no banco se sentou - ao que parece devido a uma indisposição. Talvez o vejamos actuar nos quartos-de-final.
Há cinco anos, o País de Gales saiu mais tarde do Europeu, só na meia-final em que defrontou a selecção portuguesa. Desta vez vai embora mais cedo: Bale terá mais tempo para se dedicar ao golfe.
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Enorme sofrimento italiano, esta noite em Wembley, no embate com os austríacos. Aos 90 minutos mantinha-se o empate a zero, foi necessário jogar mais meia hora. Aí impôs-se a superior condição física da squadra azzurra, que descansou mais 24 horas antes desta partida dos oitavos, além de ter poupado vários titulares no desafio contra o País de Gales, quando tinha o apuramento já garantido.
A solução veio do banco: Chiesa, lançado em jogo só aos 85', desfez o nulo no prolongamento, aos 95'. O segundo golo italiano - aos 105' - teve a assinatura de Pessina, outro suplente utilizado. Mas a Áustria, com sólida organização colectiva e melhor exibição do que o adversário na segunda parte, não baixou os braços. Kalazdjic reduziu aos 114' e a hipótese de tudo ser decidido por penáltis permaneceu em aberto até ao fim.
Os austríacos saem de cabeça levantada, os italianos tremeram nesta que foi - de longe - a sua pior exibição neste Europeu. Apesar de contarem com o caloroso apoio de grande parte dos espectadores no estádio. Destaque para as exibições dos dois alas direitos: Alaba pela Áustria e Spinazzola por Itália. Estes sim, eu gostaria de ver jogar pelo Sporting.
Futebol do melhor no Campeonato da Europa: aconteceu hoje, protagonizado pela selecção da Dinamarca, com uma segunda parte de sonho em que cilindrou a Rússia, goleando-a sem apelo nem agravo em Copenhaga.
De quase afastada, após duas derrotas (frente à Finlândia e à Bélgica), ascende assim ao segundo posto no Grupo B, transitando para os oitavos com todo o mérito.
Confesso que fiz questão em ver este desafio tão decisivo para os dinamarqueses torcendo por eles desde o primeiro minuto. Desde logo como homenagem ao malogrado Eriksen, o craque da equipa, vítima de uma síncope no jogo inaugural. E por sentir que a Dinamarca foi alvo de uma clara injustiça ao ter de prosseguir aquela partida tão traumática com todo o onze destroçado animicamente: aquela derrota contra a Finlândia, nesse dia específico, foi uma das maiores injustiças a que já assisti no futebol.
Mas os deuses da bola às vezes escrevem direito por linhas tortas, como esta tarde se confirmou. A Dinamarca venceu e convenceu: marcou quatro e sofreu apenas um, de grande penalidade. Dois dos seus golos foram extraordinários - do melhor neste Euro-2021. O primeiro, aos 38', apontado por Damsgaard, jovem extremo da Sampdoria, foi um tiro indefensável que fez levantar o estádio, cheio com 38 mil espectadores. E o terceiro, aos 79', parecia um míssil - disparado pelo defesa Christensen, outra das figuras da partida. Os restantes foram marcados por Poulsen (59'), aproveitando um monumental brinde da defesa russa, e Maehle (82'), coroando um rápido-contra ataque. Selava-se assim um jogo épico da Dinamarca: tenho a certeza de que nunca será esquecido.
Aproveitei para acompanhar mais de perto o desempenho de Daniel Wass, ala direito de 32 anos que actua no Valência e estará sob a mira do Sporting. Na partida anterior, em que recebeu um amarelo, nada fez que me despertasse a atenção. Desta vez merece nota positiva sobretudo por dois momentos: o centro milimétrico que fez aos 29' para um disparo de Hojbjerg, e um lance bem construído na extrema direita, aos 54'. Mas confesso que nada vi de extraordinário: Porro e Esgaio, pelo menos estes, são superiores.
Aos 61', Wass foi substituído: já não estava em campo no melhor período da sua equipa.
Enquanto esta partida decorria, em Sampetersburgo disputava-se o Bélgica-Finlândia, outra partida do Grupo B. Já com os belgas qualificados mas sem facilitarem: dominaram por completo, remetendo os finlandeses ao seu reduto.
A terceira vitória consecutiva belga neste certame foi natural. Já escrevi e reitero: estamos perante um potencial vencedor do Europeu. Menos natural foi vermos um excelente golo anulado por intervenção do vídeo-árbitro, aos 65': assistência de De Bruyne desmarcando Lukaku e este a fuzilar as redes. Ninguém entendeu a alegada deslocação que as imagens não comprovam. Merece alerta máximo: o absurdo critério do fora de jogo milimétrico anda a matar o futebol de ataque.
Mas aqui os deuses da bola voltaram a intervir. Após um autogolo do guardião Hradecky (74') na sequência de um canto, a dupla imparável voltou a dar nas vistas quase numa réplica do golo anulado: De Bruyne assistiu, Lukaku marcou. Fixava-se o resultado aos 81'.
A insensibilidade da UEFA é gritante e isso ficou bem demonstrado nesse jogo [Dinamarca-Finlândia]. O que aconteceu [com Christian Eriksen] foi considerado pela UEFA como uma lesão igual a tantas outras, em que o jogador tem que ser retirado para fora do campo.
Bastou o infeliz jogador abrir os olhos, ainda na maca, para os responsáveis da UEFA considerarem esse milagre condição suficiente para o jogo prosseguir. Ficámos a saber que só eventualmente em caso de morte a UEFA pode ponderar suspender um jogo.
O caso de invalidez permanente não é condição elegível para adiar um jogo. É preciso pensar nas pessoas que compraram bilhete para assistir ao espectáculo. Há pessoas que tiraram um dia de férias para ir assistir ao jogo. Temos que pensar nelas, ou seja, pensar nos vivos, e no incomódo causado por alguém que morre em alguém que está vivo. É uma chatice um atleta morrer em campo. Ainda se fossem dois ou três, vá lá. Agora só um, é muito pouco.
A burocracia e o trabalho que é ter que adiar o jogo e devolver o dinheiro aos espectadores não compensa. O espectáculo tem de continuar.
The show must go on.
Texto do leitor AHR, publicado originalmente aqui.
Custa ver uma selecção com inegáveis talentos estar prestes a abandonar o Europeu de modo prematuro. E manifesta injustiça. A derrota inicial contra a Finlândia, num jogo marcado pelo drama de Christian Eriksen, nunca devia ter acontecido. Pelo simples motivo de que aquela partida decorreu em condições inaceitáveis num desafio de alta competição, com toda a equipa da casa arrasada psicologicamente. Tem o "nosso" Schmeichel toda a razão: «Foi uma experiência traumática.» Erro crasso da UEFA: o jogo, retomado menos de duas horas depois da síncope do n.º 10, devia ter sido adiado.
Contra a Bélgica, clara favorita, a Dinamarca entrou ontem muito bem. Voltava a jogar em casa, beneficiava do apoio da grande maioria dos 25 mil espectadores, e percebia-se que queria vencer, desde logo, para dedicar o triunfo a Eriksen. Não podia ter começado melhor: logo no minuto 2 adiantou-se no marcador, com golo de Poulsen.
Muita dinâmica, muita intensidade, muita energia: assim decorreu o primeiro tempo, de parada e resposta, mas com predomínio dinamarquês. O que parece ter deixado a Bélgica surpreendida.
Era precido mexer no onze titular belga - e assim fez o seleccionador ao intervalo, trocando o apagado Mertens por De Bruyne, que continua craque. A medida não tardou a produzir efeito, virando o jogo. E foi o talento individual a vir à tona.
Primeiro golo, 54': espectactular condução de bola na ala direita por Lukaku, que centra atrasado; de Bruyne recolhe e assiste Thornan Hazard, que não perdoa.
Segundo golo, 70': Lukaku inicia a construção do lance com nova jogada excepcional sem deixar nenhum defensor dinamarquês roubar-lhe a bola; De Bruyne, num tiro de pé esquerdo, fuzila as redes com assistência de Eden Hazard.
Mas o melhor momento do jogo aconteceu aos 10'. Quando todos pararam durante um minuto em ovação unânime ao ausente Eriksen. Nestas ocasiões o futebol deixa de ser simplesmente bonito para se tornar sublime.
Na linha do que ontem escrevei aqui, contestando a inconcebível decisão da UEFA de retomar o Dinamarca-Finlândia mesmo depois de Eriksen ter sofrido uma síncope em campo, o nosso bem conhecido Peter Schmeichel - campeão pelo Sporting em 2000 - também não poupou palavras. Com a autoridade acrescida que lhe assiste, enquanto campeão europeu em 1992 como guarda-redes titular da selecção do seu país.
«Os jogadores quebraram, vários estavam emocionalmente destroçados, foi uma experiência traumática», confessou entretanto o seleccionador dinamarquês, Kasper Hjulmand. Um cenário bem compreensível. Aquele jogo (que terminou com a vitória da Finlândia por 1-0) nunca devia ter sido concluído ontem, escassas duas horas após Eriksen ter sofrido a paragem cardíaca que esteve prestes a roubar-lhe a vida com o mundo inteiro a ver.
Houve drama no relvado, felizmente sem tragédia. Mas todos nós, os milhões que acompanhávamos as imagens pela televisão, chegámos a recear o pior. Decorria o minuto 43 do Dinamarca-Finlândia quando o astro da selecção anfitriã, Christian Eriksen caiu subitamente, perdendo os sentidos. Aparentemente fulminado por uma síncope.
Prontamente assistido pela equipa médica, que lhe terá salvo a vida, o craque do Inter - que recentemente se sagrara campeão em Itália - saiu em maca cerca de um quarto de hora depois, coberto por lençóis. Com os seus colegas destroçados - e muitos rivais também. Uns choravam, outros rezavam.
Nada deixava antever este momento tão dramático. Logo aos 18', Eriksen fez um excelente remate em arco à baliza finlandesa, forçando o guarda-redes a uma defesa muito difícil. Depois encarregou-se de marcar quatro pontapés de canto, todo bem executados.
Este jogo inaugural do Grupo B do Euro-2021 foi suspenso. E devia ter sido adiado: não fez sentido retomá-lo quase duas horas depois, apesar do gesto bonito da selecção finlandesa aplaudindo os dinamarqueses no momento em que regressaram ao relvado, obviamente cabisbaixos.
O resultado era o que menos interessava, perante o sucedido, mas a Finlândia acabou por ter sorte no meio de tanto azar: venceu tangencialmente o onze favorito nesta sua estreia absoluta na fase final de uma grande competição.
Merece parabéns. E a UEFA merece uma sonora vaia por ter posto a ganância do lucro à frente da sensibilidade e da compaixão.
1. Quem disse que Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma não combinam em campo? Seja quem for, deve estar a morder a língua a esta hora. Os dois jogadores formados no Sporting protagonizaram uma jogada magistral no último minuto do Dinamarca-Portugal de hoje. Uma jogada que deu a vitória à equipa das quinas. Com remate vitorioso de Ronaldo coroando uma assistência perfeita de Quaresma.
2. Um dos momentos deste jogo em que a selecção portuguesa obteve três preciosos pontos na qualificação para o Europeu de 2016 ocorreu já depois do apito final, quando Cristiano Ronaldo fez questão de dar um abraço caloroso a Quaresma, que foi seu colega na academia de Alcochete - uma das melhores escolas de formação de futebolistas do mundo. Este gesto, mais que mil palavras, demonstrou bem como está elevado o moral nesta selecção agora sob o comando de Fernando Santos.
3. Foi no banco, como lhe compete, que o seleccionador comandou as operações. Todos aqueles que criticaram a escolha do sucessor de Paulo Bento porque Fernando Santos estava castigado pela FIFA terão a partir de agora sérios motivos para rever opiniões. Porque a providência cautelar em boa hora invocada pelos juristas da Federação Portuguesa de Futebol, e que teve acolhimento nas instâncias jurisdicionais competentes para o efeito, permite-nos ter quase a certeza de que aquela absurda pena de oito jogos de suspensão será anulada, em parte ou no todo. Se teve algum efeito positivo foi o de unir os jogadores em torno do seleccionador.
4. "A felicidade procura-se", declarou Fernando Santos no fim do jogo. E, de facto, Portugal procurou atingir esse patamar, sem desfalecer, do princípio ao fim do desafio contra a Dinamarca. Cristiano Ronaldo já tinha avisado, na conferência de imprensa de anteontem, ao ironizar sobre a curta distância entre este país e a Suécia, onde faz agora um ano ele conseguiu o apuramento de Portugal para o Mundial do Brasil com uma exibição de cinco estrelas. Ronaldo resolveu esse apuramento, com dois remates certeiros contra os suecos. Esta noite também foi ele a resolver, com o solitário golo que ditou a derrota dos dinamarqueses em casa.
5. Portugal voltou a revelar um bom colectivo. Com atitude, carácter, confiança. Não houve grandes assimetrias, o conjunto funcionou nos diversos sectores. Revelando maior entrosamento entre a defesa e o ataque, encurtando distâncias entre linhas, sem os desequilíbrios ocorridos na primeira parte do França-Portugal. Os laterais estiveram mais protegidos pelo meio-campo e até o tridente ofensivo se integrou em manobras defensivas sempre que a equipa necessitava desse reforço.
6. Quero, no entanto, destacar o desempenho de um jogador: Ricardo Carvalho. Teve uma actuação quase perfeita no eixo da nossa defesa, que nunca sofreu os sobressaltos registados na partida da semana passada, contra a França. Sólido, seguro, atento, solidário, competente, o defesa do Mónaco - recém-regressado à selecção após três anos de ausência - correspondeu em toda a linha à confiança que o seleccionador nele demonstrou. Tornando-se a confirmação viva de que não faz qualquer sentido olhar para o bilhete de identidade nem instituir castigos perpétuos ao mais alto nível do futebol português.
7. Cédric subiu muito de rendimento em relação ao jogo anterior, comprovando que o seleccionador acertou em cheio ao apostar nele como lateral direito. Mais apoiado, demonstrou neste desafio todas as qualidades que bem lhe conhecemos no Sporting: espírito de luta, combatividade, energia inesgotável, uma vontade indómita de vencer. Está a agarrar da melhor maneira o lugar, que já era dele nos escalões mais jovens. Não esqueçamos que se distinguiu nesta posição como vice-campeão mundial de sub-20, na Colômbia.
8. William Carvalho jogou desta vez como titular, na posição de médio defensivo, e reforçou a segurança da equipa nacional. Foi uma das das alterações introduzidas pelo seleccionador no onze titular, ao fazê-lo alinhar no lugar que coubera a André Gomes no jogo anterior. A outra alteração, também coroada de êxito, foi a entrada de Ricardo Carvalho para a posição anteriormente ocupada por Bruno Alves.
9. Motivo de orgulho para todos nós: cinco titulares do Sporting contribuíram para esta importante vitória da selecção nacional fora de casa. Em todos os sectores da equipa. Do guarda-redes (Rui Patrício, com duas boas defesas) ao ataque (Nani, que esteve perto do golo aos 26', a passe de Cristiano Ronaldo), da defesa (Cédric) ao meio-campo (William e João Mário, que substituiu Nani aos 68').
10. A sorte faz parte do jogo. E Fernando Santos confirmou hoje ser um treinador com sorte ao conseguir três pontos no minuto final. A verdade, no entanto, é que procurou sempre a vitória. Isto ficou bem patente nas substituições efectuadas: João Mário para o lugar de Nani, Éder para o lugar de Danny, Quaresma para o lugar de Tiago. Esta última acabou por ser a chave que ditou o desfecho do desafio.
11. A Academia de Alcochete é um viveiro de talentos - a tal ponto que não se limita a formar excelentes jogadores portugueses. Também o guardião dinamarquês, Kasper Schmeichel, é fruto da formação sportinguista, tendo começado por dar os primeiros passos desportivos no nosso clube, onde o seu pai, Peter, se sagrou campeão nacional, como um dos melhores guarda-redes leoninos de todos os tempos.
12. Uma palavra final para o árbitro. O alemão Felix Brych podia ter transformado esta partida num festival de cartões, imitando o péssimo exemplo da medíocre arbitragem portuguesa. Mas limitou-se a exibir um cartão a Ronaldo, aos 90 minutos. Nada mais. Fica o exemplo, na expectativa de que possa um dia ser seguido por cá.
Finalmente, voltaram os golos. Sem sequer necessitarmos do contributo de Cristiano Ronaldo. E numa partida em que não podíamos perder: Portugal enfrentou hoje com êxito a Dinamarca, que vinha moralizada de uma vitória contra a Holanda, marcando três excelentes golos. Aos 37 minutos, a equipa nacional já vencia por 2-0 no Arena Lviv (Ucrânia). Uma quebra de rendimento no início da segunda parte permitiu aos dinamarqueses empatar a partida, mas a vontade de vencer dos jogadores comandados por Paulo Bento ditou o rumo dos acontecimentos. E desta vez ninguém pode queixar-se de azar.
Portugal foi superior. Não devido ao factor sorte, mas devido ao factor competência. Do ponto de vista táctico e do ponto de vista técnico. A selecção demonstrou grande maturidade, física e psicológica. Superou algumas debilidades reveladas no jogo contra a Alemanha com um notável esforço colectivo. E deu-se até ao luxo de falhar duas outras soberbas oportunidades de golo, protagonizadas por um Ronaldo muito abaixo do seu rendimento habitual.
O seleccionador nacional confirmou ter fibra de líder ao recusar as intensas pressões mediáticas dos últimos dias para retirar Helder Postiga do onze titular e fazê-lo substituir pelo jovem Nélson Oliveira. Postiga, autor do segundo golo, justificou a confiança que o seleccionador nele depositou. A equipa entrará em campo no próximo domingo, contra a Holanda, muito mais moralizada com esta vitória, inteiramente merecida e justamente festejada.
As bandeiras de Portugal vão regressar às varandas, não duvido.
Dinamarca, 2 - Portugal, 3
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Os jogadores portugueses, um a um:
Rui Patrício - Voltou a ser um bastião da equipa, com defesas seguras e grande personalidade entre os postes. Sem culpas nos golos dinamarqueses.
João Pereira - Melhor do que no jogo anterior, contra a Alemanha. Arriscou mais incursões pelo seu flanco e chegou a fazer um centro bem medido aos 52'. Perdeu no entanto o confronto individual com Krohn-Dehli na jogada que viria a gerar o primeiro golo dinamarquês.
Bruno Alves - Concentrado, seguro, eficaz. Continua exímio na arte de desarmar os adversários sem necessidade de recorrer a faltas. E voltou a ajudar o ataque português nos lances de bola parada, aproveitando a sua elevada estatura. Deixou Bendtner movimentar-se na grande área e marcar o primeiro golo dinamarquês: foi praticamente a sua única falha durante o encontro.
Pepe - Uma grande partida do central do Real Madrid, coroada no magnífico golo que marcou aos 24', de cabeça, elevando-se junto ao primeiro poste com a defesa dinamarquesa batida. Pôde assim vingar-se daquele seu remate à barra que só não chegou a ser golo por centímetros na partida contra os alemães. Foi, logo de início, o português que ganhou mais lances individuais. E manteve-se em excelente nível durante quase todo o encontro, só não conseguindo travar Bendtner na marcação do segundo golo dinamarquês, aos 79'.
Fábio Coentrão - Muito mais contido do que no jogo anterior, obedecendo provavelmente a indicações do técnico. O meio-campo português ressentiu-se disso. Na segunda parte perdeu alguns duelos individuais com o recém-entrado Mikkelsen, que mostrou muito melhor condição física do que Rommedahl como extremo-direito dinamarquês.
Miguel Veloso - O médio do Génova voltou a jogar muito concentrado, dando um contributo decisivo para anular os lances ofensivos da Dinamarca. Marcou aos 56' um excelente livre que o guardião dinamarquês defendeu com dificuldade.
Raul Meireles - Com uma exibição irregular, ressentiu-se do cartão amarelo que lhe foi mostrado pelo árbitro britânico logo aos 28', por travar com a mão um ataque perigoso da equipa adversária. Esta jogada, em que arriscou uma expulsão, parece ter inibido o médio do Chelsea, que hoje falhou mais passes do que é seu hábito. Muito desgastado fisicamente, foi substituído aos 83' por Varela.
João Moutinho - O melhor médio português, com missões constantes no corredor esquerdo e no próprio centro do terreno em apoio permanente à linha avançada. Marcou de forma exímia o canto que esteve na origem do primeiro golo português.
Nani - Voltou a ser o melhor português em campo, faltando-lhe apenas um golo para chegar perto da perfeição. Nunca quebrou animicamente, ao contrário de Ronaldo, e protagonizou algumas das jogadas mais acutilantes da selecção. Aos 36', fez uma assistência excelente para Helder Postiga e daí surgiu o segundo golo português. Outro passe de elevado nível para Cristiano Ronaldo, aos 49', poderia ter igualmente resultado em golo. Arrancou um cartão amarelo a Poulsen aos 55'.
Cristiano Ronaldo - Voltou a ser muito marcado, como já se esperava, mas desta vez só pode queixar-se dele próprio: esteve duas vezes isolado perante o guarda-redes da Dinamarca, aos 49' e aos 77', e falhou escandalosamente o golo em ambas as ocasiões. Recebeu um cartão amarelo à beira do fim do jogo.
Helder Postiga - Mereceu ter recebido a confiança do seleccionador. Marcou o segundo golo português, aos 36', e mostrou sempre grande dinamismo na linha avançada portuguesa. Rendido aos 63' por Nélson Oliveira.
Nélson Oliveira - O mais jovem elemento da selecção, único jogador de campo do Benfica no onze nacional, continua a ser levado em ombros pela imprensa desportiva portuguesa. Mas parece ainda demasiado imaturo para desafios de grande responsabilidade, ao nível da fase final de um Europeu. Entrou para o lugar de Postiga, mas não pode dizer-se que o substituiu com vantagem.
Varela - Substituiu Meireles, tal como sucedera contra a Alemanha. Aos 83'. Mas desta vez não falhou: quatro minutos depois de entrar, marcou o terceiro - e decisivo - golo de Portugal quando já quase todos aguardavam o empate.
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