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És a nossa Fé!

Uma guerra necessária

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Pinto da Costa tem quase tantos anos de responsável directo do futebol do FC Porto como eu tenho de bancada de Alvalade, pelo que pude acompanhar com mais ou menos atenção a sua carreira de dirigente desportivo, sem dúvida recheada de sucessos mas também de zonas bem cinzentas, eticamente reprováveis, indecentes ou potencialmente criminosas, das quais consegue sempre arranjar maneira de se safar devido à sua enorme habilidade política que lhe permitiu construir uma teia de amizades e cumplicidades transversal a toda a sociedade do grande Porto e não só.

João Rocha, sempre distraído com a sua ideia que o Sporting CP era muito mais que futebol, apenas pontualmente conseguiu travar a ascensão do clube liderado por aquele que tratava como "Pintainho da Costa". E foi assistindo à fuga de jogadores importantes, como Dinis, Alhinho, Eurico, Inácio e Futre.

Damas e Manuel Fernandes só não sairam porque não quiseram. João Rocha foi buscar jogadores de segunda linha, como Romeu e Gabriel, ou tipo "boomerang" de compromisso duvidoso (que o diga Manuel José), como António Oliveira, Jaime Pacheco e Sousa. E foi muito desgastado por essa guerra, para a qual nunca contou com o apoio do SL Benfica e do seu presidente Fernando Martins.

Depois de quatro épocas sem nada ganhar João Rocha saiu de Alvalade por uma porta bem mais pequena daquela que merecia.

 

Dias da Cunha foi outro presidente que denunciou "o sistema", o controlo mafioso pelo Porto das instâncias de poder do futebol em geral e da arbitragem em particular, cujas origens estão bem descritas no livro "Golpe de Estádio" (que custou ao autor uma monumental sova à porta de casa). E, conquistando campeonato e Taça, logo viu a estrela do plantel, Jardel, ser "trabalhada" rumo à sua perdição.

 

Frederico Varandas chegou a presidente conhecendo bem quem e como mandava no futebol português e tentou uma aproximação com os poderes instituídos numa óptica de boa vontade e de ganho de tempo para a recuperação do clube, grandemente fragilizado pelo assalto a Alcochete e pelo processo que levou à expulsão do ex-presidente.

Isto permitiu-lhe encontrar, apesar de tudo (da Unilabs, do CD da FPF, do CA/APAF, do Soares Dias em Braga, etc), a tranquilidade necessária para ganhar. Assim, no seu primeiro mandato, o Sporting ultrapassou o FC Porto em termos de títulos internos (6).

 

Reeleito, esmagando nas urnas um candidato com raízes no Porto, muito acarinhado pelo jornal desportivo da cidade e apoiado pela franja devota do ex-presidente que pelos vistos se tornou grande amigo do tal "Pintainho" de que falava João Rocha, o FC Porto fez de Varandas o inimigo a abater e, com ele, o Sporting CP.

Isto aconteceu de todas as formas possíveis, como se viu no confronto do Dragão para a Liga e em tudo o que se passou no relvado e fora dele. Foi esse o ponto de decisão desta temporada. O FCPorto fez de tudo para não perder e conseguiu-o no relvado, pela mão de João "2 cms" Pinheiro, e fora dele embuscou e roubou o nosso presidente.

 

Tendo conseguido triunfar na temporada através dum percurso marcado pelos mergulhos acrobáticos, pelos deslizes de jogadores adversários e por análises de VAR azuladas, os ladrões do Dragão por punir e as penas dos seus para serem gozadas nas férias, Pinto da Costa foi aproveitando para gozar e achincalhar Frederico Varandas e o Sporting CP. 

O que disse Frederico Varandas no domingo em Carregal do Sal, por muito que custe ouvir a muita gente, é verdade. E não devia ser. O jogo devia ser limpo, os árbitros honestos, os dirigentes corruptores serem condenados e deixarem o dirigismo, os cargos serem ocupados por gente idónea e com vergonha na cara. Mas não é isso que temos em Portugal.

Goste-se ou não das consequências imediatas das palavras do nosso presidente, a questão é que é uma guerra mesmo necessária que o clube tem de enfrentar para prosperar. A guerra pela verdade desportiva, pelo futebol dentro do campo, pelo poder da representatividade e capacidade de mobilização de cada clube, pelo acabar do financiamento encapotado a organizações muito perigosas que mandam na noite e por vezes são visitas não desejadas de estabelecimentos de árbitros e familiares.

A guerra que João Rocha entendeu travar, na qual não teve sucesso porque se calhar não quis sujar as mãos, e que outros presidentes do Sporting depois dele atraiçoaram.

 

A estratégia de Pinto da Costa sempre foi dividir para reinar. Dum lado da circular um amigo, do outro um inimigo, alternado conforme o momento e o idiota útil disponível.

No dia em que os dois lados se entenderem sobre este assunto, e ultrapassarem os excessos anti de um e doutro lado (alguns derivados de guerras de claques com motivações extra-futebol) em benefício de objectivos de ambos, o domínio do FC Porto "è finito".

Para mim é claro como água. 

 

Para o benfiquista José Manuel Delgado director de "A Bola", também:

"E já que se fala em política, talvez seja bom recordar que ao longo das quatro décadas de mandato de Pinto da Costa muitas foram as vezes que procurou aliar-se, à vez, a um dos grandes de Lisboa (mais ao Sporting do que ao Benfica...), diabolizando e ostracizando o outro, com uma constante desta estratégia: o Porto saiu sempre a ganhar, comendo as papas na cabeça ao aliado de circustância."

Só faltou demonstrar que foi mesmo mais o Sporting que o Benfica, se calhar foi mesmo o oposto...

 

Até lá vai ser bem complicado, mesmo que um dia destes alguém caia da cadeira, e em vez de "pintainho" tenhamos "ruizinho" ou outro "inho" qualquer.

Como muito bem disse Rui Gomes da Silva  (veja-se o post que fiz sobre o assunto e respectivos comentários) do outro lado da 2.ª circular:

"É proibitivo apoiar para novo mandato na Federação Portuguesa de Futebol qualquer dirigente que não tenha feito nada para acabar com a impunidade do FC Porto ou de qualquer outro clube que ache estar acima das leis."

 

PS: Pergunta Gonçalo Guimarães, também n'"A Bola": "Porque é que havia jogadores do Braga a chorar após perderem no Seixal, frente ao Benfica, o jogo que deu o título de juniores ao Benfica em detrimento do Porto? Alguém me explica?"

Porque será, Gonçalo? Será do Guaraná?

SL

Diz-me com quem andas...

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Para o ex-presidente Bruno de Carvalho, "Pinto da Costa foi quem mais me surpreendeu pela positiva". Já para o actual, "Um bandido será sempre um bandido".

Para o saudoso João Rocha também não havia dúvida nenhuma de quem era Pinto da Costa: foi à guerra, ganhou umas batalhas, perdeu outras. Perdemos Futre, Inácio e Eurico, fomos buscar Oliveira, Jaime Pacheco, Sousa (adorava saber a quem Manuel José, outro que conhece bem Pinto da Costa, se referia quando falava dum certo Sporting-Porto onde alguns de verde e branco facilitaram a vitória ao adversário), e no campo perdemos mais do que ganhámos. Para Dias da Cunha, também não havia dúvidas sobre "o sistema" comandado por Pinto da Costa, bem explicado no livro "Golpe de Estádio" de Márinho Neves. Jornalista que foi também ameaçado e agredido.

Entre João Rocha e Bruno de Carvalho sucederam-se presidentes no Sporting da linha Bruno de Carvalho ou da linha Varandas / João Rocha / Dias da Cunha. Negócios foram feitos, uns melhores outros piores. O caso João Moutinho foi exemplar dum "chito" à moda do Porto.

Pinto da Costa sempre percebeu que o Porto nunca teria sucesso contra os dois grandes da capital se eles se unissem, e assim sempre procurou estar em paz com um e em guerra com o outro. Foi assim com Fernando Martins e João Rocha, foi assim também com Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho.

E a verdade é que com este presidente, que teve a coragem de "chamar os bois pelos nomes" (ao contrário do ex-treinador do B-SAD no túnel do Jamor), 1 Taça de Portugal e 2 Taças da Liga já cá moram, conquistadas a esse "senhor". 

E estou em crer que a coisa não vai ficar por aqui...

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Que diferença

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No tempo de José Roquette, quando o Sporting ganhou o campeonato, ninguém queria saber quem era o presidente. Os jogadores é que foram aplaudidos e celebrados.

No tempo de Dias da Cunha, quando o Sporting ganhou o campeonato, ninguém queria saber quem era o presidente. Os jogadores é que foram aplaudidos e celebrados.

Bons tempos, em que tínhamos presidentes campeões. E que apesar disso nunca se punham em bicos dos pés querendo ficar em primeiro lugar na fotografia.

Tempos depois houve quem não ganhasse nada e mesmo assim fizesse tudo por aparecer. Até comparações imbecis com o Cristiano Ronaldo serviam para ser notícia, à falta de golos.

A sabedoria dos velhos

Em muitas sociedades ser velho significa sabedoria, gente que fez e viveu muito, fez a sua síntese do melhor e pior que vivenciou e melhor do que os outros consegue distinguir o trigo do joio. Para além disso, não anda à procura de nada nem anda a pagar favores a ninguém e pode com a maior liberdade dizer o que vem à alma. 

Vem isto a propósito de duas intervenções de dois "velhos" esta semana sobre o nosso Sporting, onde tiveram em tempos papel relevante.

Disse Dias da Cunha à TSF (o "velho" do último título e dobradinha) sobre a presidência:

"... ser preciso dar tempo ao tempo", pois Frederico Varandas "pegou no Sporting em condições absolutamente desgraçadas... Mesmo assim, tem conseguido ultrapassar os problemas financeiros o que é espantosamente difícil ... eleições antecipadas estão fora de questão." E sobre a contestação "As pessoas cegam! Ou, então, pretendem cegar para arranjar condições para chegarem ao poder. Depois, há aqueles que aproveitam a contestação das claques porque ainda pensam no regresso do bronco. Isso é muito mau para o Sporting."

Disse Manuel José à RTP3 (o "velho" dos 7-1 ao Benfica que me deu um dos maiores prazeres que tive no futebol na bancada de Alvalade):

"... o departamento de scouting do clube de Alvalade deve ter problemas de consciência que nunca mais acabam... não me lembro duma equipa tão ruim em Alvalade como este ano... A atmosfera continua difícil. Se olharmos para este jogo, a segunda parte do Sporting, por amor de Deus, foi horrível! Tive de ver porque vinha para aqui, senão tinha mudado de canal, com tantos jogos que estavam dar na televisão. Esta história de jogar com três centrais, meus amigos, joguei oito anos assim no Al-Ahly, no Egipto, e quatro anos no Boavista. Quando o nosso defesa central ganhava a bola, se o adversário metesse cinco jogadores no ataque ele tinha de sair imediatamente a jogar e a defesa toda saía com ele, para pôr aqueles cinco jogadores, caso perdêssemos a bola, em fora de jogo. E o líbero subia para a posição dele. No Sporting o único que faz isso é o Mathieu. O Coates é muito bom a defender, mas quando tem bola, aquilo para ele é um objecto estranho, não sabe o que lhe fazer. Joga um futebol directo mas a bola não vai para ninguém, vai sempre para o adversário".

 

Pois, se calhar custa a ouvir e mais ainda custa a engolir para quem tem dono. Para quem o único dono é o Sporting, só tem mesmo de ouvir e reflectir...

 

Quem preferir ouvir o Pina ou o Pinotes, faça favor...

 

SL

Diz Dias da Cunha

Em declarações à Rádio Renascença, sobre as claques:
 
"Têm sido um problema sério e acho que ele o resolveu muito bem com a decisão que tomou. As claques estão, desde o princípio, contra ele, porque defendem o Bruno [de Carvalho]. As claques querem correr com ele e isso torna as coisas muito difíceis, porque [Bruno de Carvalho] é quem eles admiram e consideram."

Mas deixou uma certeza: "Não são só as claques que estão a procurar correr com o presidente. Há ex-dirigentes que já se veem como candidatos a presidente. O movimento não é só das claques. Há quem pretenda o lugar e esteja a contribuir para tornar a condução do Sporting difícil. Dou-lhe o meu total apoio. Tudo em nome da estabilidade e porque o considero uma pessoa absolutamente capaz de desempenhar o lugar de presidente do Sporting neste momento muito difícil que o clube está a viver".

Dias da Cunha considerou, por outro lado, que o despedimento de Marcel Keizer foi "um erro".
 
Quem é Dias da Cunha (Wiki Sporting):
 
 

"... Dias da Cunha era Vice-Presidente da Direcção presidida por José Roquete, acabando por chegar à Presidência a 1 de Agosto de 2000, na sequência da demissão do Presidente que estava em rota de colisão com Luís Duque, na altura à frente da SAD.

Devolveu a estabilidade ao Clube e notabilizou-se na luta cerrada contra o "sistema" e na defesa da credibilização e transparência do futebol português, tendo sido o primeiro a ter a coragem de apontar o dedo frontalmente àqueles que considerava serem os grandes responsáveis pelos tais "maus hábitos instituídos" que sempre denunciou.

A 12 de Julho de 2002 foi reconduzido na Presidência do Clube após umas eleições em que não teve oposição.

Foi no seu mandato que foram construídas e inauguradas as mais importantes obras do "Projecto Roquete", ou seja, a Academia Sporting e o Complexo Alvalade XXI.

No nível desportivo, viveu o seu ponto alto em 2002 quando o Sporting foi Campeão Nacional e ganhou a Taça de Portugal e a Supertaça, sem esquecer a brilhante carreira da equipa na Taça UEFA de 2005, que terminou ingloriamente com a dolorosa derrota na Final disputada no novo Estádio José Alvalade."

 

Dias da Cunha é tudo aquilo que Bruno de Carvalho gostaria de ter sido...

SL

Para avivar a memória de Dias da Cunha

«Godinho Lopes aprendeu comigo. Está a ser um excelente presidente.»

Dias da Cunha, 26 de Abril de 2012

 

«Godinho Lopes é um excelente condutor de homens e um excelente gestor.»

Dias da Cunha, 17 de Julho de 2012

 

«Tenho a certeza que Godinho Lopes é o homem indicado para liderar os destinos do Sporting e procurar as melhores soluções.»

Dias da Cunha, 27 de Julho de 2012

Rasca

O Sporting não precisa de encontrar inimigos no exterior. Os piores inimigos do Sporting estão - e sempre estiveram - no interior.

Lembrei-me disto há pouco, ao escutar só agora declarações de um antigo presidente do clube, António Dias da Cunha, que apela aos berros - as declarações foram proferidas na Antena 1 - ao internamento de Bruno de Carvalho num manicómio.

Transcrevo as referidas declarações para mais tarde recordar:

«Para mim o presidente do Sporting ia para um manicómio. É absolutamente inacreditável, uma loucura... Um investidor? E depois? O investidor compra o Sporting? Compra a SAD do Sporting? Quais são as condições para o investidor, qual é a contrapartida para o investidor? Eu, sinceramente, continuo à espera que tudo isto [contratação de Jorge Jesus] seja uma brincadeira de mau gosto e não passe disso. Sendo do presidente do Sporting, se tornou isto verdade, a meu ver, é manicómio! É uma loucura, é anti-Sporting, é totalmente anti-Sporting, é um crime contra o Sporting!»

Isto diz quase tudo sobre a elegância, a elevação e o estilo da personagem em causa. O verniz de certos cavalheiros estala com muita facilidade na primeira curva do caminho...

Por estes dias tenho ouvido muitos benfiquistas pronunciarem-se sobre o Sporting. Não ouvi nada tão rasca.

Pirómanos anti-Bruno e anti-Marco

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O bom senso parece ter prevalecido, no sentido em que alguns de nós vínhamos escrevendo há vários dias aqui no blogue.

Permito-me, pela minha parte, lembrar textos como este ou este.

Tenho a consciência de que os apelos à pacificação interna, multiplicados em blogues que merecem crédito, acabaram por fazer o seu caminho junto da direcção leonina e do próprio presidente, leitor atento da blogosfera.
Um passo muito importante foi dado na direcção correcta, como o Paulo Gorjão já sublinhou. Lamentavelmente houve quem no universo do Sporting tivesse debitado as maiores barbaridades contra Bruno de Carvalho e/ou Marco Silva: basta espreitar algumas caixas de comentários. E não faltaram as vozes incendiárias de algumas personalidades supostamente responsáveis que, num sentido ou noutro, se limitaram a lançar gasolina na fogueira.

 

Refiro-me, por exemplo, ao ex-presidente Dias da Cunha e também a José Eduardo, ex-presidente do Sindicato dos Jogadores.

O primeiro, falando à Rádio Renascença, voltou a exteriorizar o seu ódio visceral a Bruno de Carvalho disparando desta forma: «Se calhar o blackout evita que o presidente continue a dizer disparates, serve para calar o presidente que, esse sim, é que tem de se calar.» Num desmentido vivo do lugar-comum que associa idade madura a sensatez.

O segundo, hoje mesmo, produziu declarações inaceitáveis contra o treinador do Sporting recolhidas pela RTP no seu frenesim anti-Sporting: «O Marco Silva já não está a fazer nada no Sporting. Tem interesses próprios, que não são os interesses do Sporting, são de gente que pretende destruir o Sporting.» Declarações que vão originar uma queixa-crime, já anunciada.

 

Tudo isto, naturalmente, deixa feridas difíceis de sarar.

Uma vez mais, no Sporting, dispara-se contra o inimigo interno: esquecem por completo, estes pirómanos anti-Bruno e anti-Marco, que os adversários estão lá fora, não cá dentro.

Mais uns disparos de "fogo amigo"

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Depois das lamentáveis declarações de Godinho Lopes, a menos de 48 horas da realização do Porto-Sporting para a Taça de Portugal, outro ex-presidente do Sporting usa o espaço mediático que generosamente é reservado a estratégias editoriais adversas ao nosso clube para disparar um chorrilho de impropérios contra Bruno de Carvalho. Fiel ao seu estilo de apedrejar primeiro e reflectir depois, Dias da Cunha acusa o actual presidente de "criar um Sporting rasca", sem respeito pelo passado e guiado por impulsos demagógicos.

Tudo isto, espantosamente, enquanto defende o indefensável: a indigitação de Luís Duque para a presidência da Liga de Clubes. Apesar de se tratar da mesma pessoa que foi despedida por mau desempenho enquanto responsável desportivo durante o mandato de Godinho Lopes e se encontra em litígio judicial com a actual direcção leonina. Esquecendo-se aliás das críticas que ele próprio já fez a Duque. Há dois anos, congratulou-se com a sua saída de Alvalade, considerando-a "muito positiva para que o futebol volte a ser devidamente comandado" . E antes classificara de "abraço de jibóia" o cumprimento de Duque a Sá Pinto nas vésperas do afastamento do treinador.

O Sporting é originalíssimo nestas sessões de "fogo amigo". Enquanto os benfiquistas se unem em torno dos seus dirigentes e os do Porto se comportam como soldados em parada, chova ou faça sol, em Alvalade alguns ex-presidente não resistem à tentação de figurar na primeira linha de combate ao próprio clube, procurando mobilizar acólitos nesta guerrilha interna.

Se eu quisesse usar a linguagem de Dias da Cunha - que há dois anos, com a elegância que o caracteriza, chamou "criminoso" a Eduardo Barroso, então presidente da assembleia-geral do Sporting - consideraria isto um comportamento "rasca". Mas, sinceramente, não me apetece baixar mais o nível da conversa.

Faz hoje um ano

 

Prosseguiam as especulações sobre a possível saída do treinador, não faltando já quem desse como garantida a substituição de Jesualdo Ferreira pelo técnico brasileiro Celso Roth. E começavam, por outro lado, as notícias especulativas sobre o eventual fim da carreira de certos jogadores no Sporting, a pretexto da necessidade de o clube equilibrar as contas por imposição do acordo celebrado com a banca. Rui Patrício e Capel eram saídas dadas como praticamente certas em alguma comunicação social.

"Ao menos que saibamos que o treinador para a próxima temporada continuará a ser o mesmo", pedia aqui o Francisco Melo. O Adelino Cunha, por sua vez, ironizava: "Então agora nós vamos a reboque dos assessores do Benfica que meteram as notícias sobre o Sporting? Digam-me lá se vamos discutir o futuro do Jesualdo Ferreira na véspera de ir à Luz?"

 

O assunto levou a direcção do clube a divulgar um comunicado nesse dia 18 de Abril de 2013.

"Conhecemos o interesse de alguns empresários e agentes em promoverem os seus jogadores e treinadores. Mas o Sporting não aceita manobras propagandistas que deveriam obrigar sempre quem devia ter por base fontes credíveis a um rigoroso escrutínio. Basta de invenções, nem treinadores brasileiros nem de outra qualquer nacionalidade! Como sempre afirmámos, o Sporting tem um treinador português, que é Jesualdo Ferreira, e um plantel definido, e é com eles que contamos e com mais ninguém", referia o comunicado.

 

Entretanto, numa demonstração clara de que os velhos vícios reinantes no clube tarde ou nunca se dissipam, o ex-presidente leonino Dias da Cunha concedia uma entrevista à TSF em que fazia de Bruno de Carvalho o alvo principal. Como se a campanha eleitoral no clube ainda não tivesse terminado. Como se os sócios não tivessem feito opções claras no escrutínio de 23 de Março.

"Claramente, o actual presidente do Sporting não foi o meu candidato. O meu candidato foi José Couceiro. Ele perdeu porque foi verdadeiro. Foi sério, foi rigoroso e não fez promessas em vão. O candidato que ganhou conseguiu-o com promessas completamente... feitas de qualquer maneira", disse o antigo presidente nesta entrevista. Em que se gabava de ser amigo de Luís Filipe Vieira.

 

Faltavam três dias para o Benfica-Sporting.

O que dizem eles

 

Dias da Cunha - « Admitir a substituição do treinador é insistir nos erros que o Sporting tem cometido nos últimos anos. Sá Pinto está a ser atacado injustamente, pois uma equipa leva tempo a formar-se. o Sporting tem um grupo muito jovem com uma média de 22 anos e alguns jogadores só nesta época estão a actuar juntos. Não tenho razões para pensar que o FC Porto e o Benfica têm melhores equipas.

 

Abílio Fernandes- « Acho que Sá Pinto tem de pensar seriamente no que anda a fazer. Ainda não conseguiu ganhar nada e, no ano passado, perdeu a Taça, pois quem levou a equipa à final foi o Domingos Paciência. Este ano começou pessimamente a época e não estou a ver bons horizontes, para o Sporting e para Sá Pinto. Talvez lhe falte experiência. Ele estava a fazer um bom trabalho nos juniores, mas lidar com miúdos não é o mesmo de lidar com profissionais de barba rija, que sabem o que querem ». 

Carlos Xavier - « Em meu entender não é uma crise de jogo, é uma crise de pontos. É necessário fazer um jogo mais inteligente. A equipa até não está a jogar mal, mas tem um jogo muito mastigado. Os jogadores têm que pressionar mais e levar o jogo mais à frente. Têm de abrir mais espaços para Carrillo.  Falharam oportunidades de matar o jogo, depois sofreram ». 

 

Augusto Inácio  « O Sporting reforçou-se bem mas falta-lhe um ponta de lança. À medida que os jogos vão avançando e as vitórias não chegam, os jogadores vão perdendo a confiança. É mais um problema de acreditar do que de qualidade. O Sporting está num grupo da Liga Europa com equipas vulgares. O Sporting é a equipa mais forte. O Basileia é muito, muito frágil. Desceu muito de qualidade. O Sporting tem tudo para ganhar.

 

O que dizem eles

 

 

« A decisão de recusar propostas por cinco jogadores no último defeso, de forma a não hipotecar o projecto desportivo da equipa, é completamente certa. Independentemente dos problemas financeiros e do jeito que possa dar a entrada de dinheiros com transferências de jogadores, tem de se fazer uma escolha. Se assim não for o Sporting estará, permanentemente, a recomeçar a formação de uma equipa. Os primeiros jogos do campeonato não foram bons, pois perdemos cinco pontos por culpa. Os jogadores têm qualidade, mas qualquer deles faz uma asneira que o Sporting paga caro. Isto é típico de uma equipa em formação. Por isso, espero sinceramente que o Sá Pinto consigar consolidar uma equipa».

-    Dias da Cunha    - 

 

Observação: Esperamos todos que assim seja, a começar já no próximo jogo frente ao Marítimo. 

O que dizem eles

- «Infelizmente, temo que mais uma vez o Sporting seja prejudicado no início do campeonato. Na temporada passada, o que se passou nas primeiras jornadas foi uma vergonha completa. Bom, não só no princípio, mas em mais alguns jogos, o Sporting foi deliberadamente prejudicado. Quiseram atirar o Sporting para baixo na classificação e depois claro que foi muito difícil a recuperação».

- «Este ano não sei o que se vai passar, mas temo que volte volte a acontecer algo do género. Isto porque nada do que é importante foi alterado. A arbitragem não pode continuar entregue a ela própria. É inacreditável que os responsáveis da Liga, FPF e o Governo assobiem para o ar».

- «O Movimento dos Presidentes foi posto em causa por culpa do Benfica e depois cada um foi para o seu lado. Foi depois disso que apareceu o célebre Manifesto, que logo foi colocado na gaveta, nem sequer discutido foi! Estão lá as medidas todas a aplicar para melhorar o sector da arbitragem».

- «Olhe, posso dizer que o sistema hoje ainda existe, como se provou na época passada. Quem são os rostos? É um sistema que é independente das pessoas... Mas para acabar com o sistema é preciso uma gestão responsável da arbitragem. O sector não pode estar integrado na Liga ou na FPF, tem de ser autónomo, tendo acima de si uma entidade que se responsabilize».

- «Sei que não é o Sporting que domina o sistema. Aliás, o Sporting é o alvo principal dos árbitros, algo que já vem do meu tempo. É culpa minha, pelo facto do Sporting ter lutado contra o estado das coisas. Neste momento, existe uma guerra surda entre o FC Porto e o Benfica para controlar o sistema, mas não tenho dados que me permitam dizer qual dos dois detém a supremacia».

-    António Dias da Cunha    - 

O que dizem eles

 

«Confio muito no presidente Godinho Lopes. O grande problema do Sporting é de insuficiência de capitais próprios. O Sporting não pode viver de financiamento atrás de financiamento. No entanto, Godinho Lopes é um excelente condutor de homens e gestor. É muito calmo e tranquilo mas sabe levar a sua decisão em frente, embora existam opiniões disparatadas a dizer o contrário. Quanto à nova época, temos de esperar para ver. O Sporting na época passada chegou a ter futebol da melhor qualidade, tanto com Domingos como com Sá Pinto. Do melhor futebol que foi praticado em Portugal, e mesmo assim não ganhou nada».

 

-    António Dias da Cunha    -

 

Observação: Com o problema à raiz devidamente identificado - já há algum tempo - é o desejo de todos os sportinguistas que se encontrem as indispensáveis soluções.

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