O Sporting escorregou e muito em Eindhoven, Diomande saiu do estádio em muletas, Quaresma isolado estatelou-se no relvado e entregou ao bola ao guarda-redes, e assim só com muito esforço, dedicação e devoção dos jogadores conseguimos sair de lá com um ponto.
Curiosamente o Real Madrid-Sporting em feminino da semana passada foi mais ou menos a mesma coisa. O Rúben prefere treinar na véspera em Alcochete, abdicando de treinar no campo do adversário, se calhar a Mariana faz o mesmo. Depois existem as botas e os pitons, o tipo do relvado, a rega intensiva, etc... A escorregar sistematicamente é complicado jogar futebol.
Na 1.ª parte tivemos um PSV completamente adaptado ao relvado, a marcar em cima e a meter o pé no limite do amarelo. Morita e Hjulmand não existiam e os defesas tentavam meter a bola directamente nos avançados que estavam de costas para os defensores. Assim aconteceu o golo sofrido e as restantes oportunidades de golo do PSV.
Na 2.ª parte, o PSV deixou partir o jogo, foi criando oportunidades que poderiam ter resolvido o encontro, as substituições do Sporting ajudaram ainda mais a uma toada de bola lá / bola cá, e depois veio ao de cima a qualidade individual de Bragança. Um grande golo, a grande centro do também recem-entrado Maxi. Mesmo no final aquele remate de Harder podia ter-nos dado os 3 pontos.
Enfim, é a Champions, um nível completamente diferente daquele da Liga nacional, em que todos os adversários são fortes e apresentam armas para as quais não estamos preparados. E depois são as lesões sucessivas a castigar um plantel já de si muito curto para os objectivos da temporada. Em Eindhoven não estiveram Pote, Edwards e Matheus Reis, St. Juste foi de passeio, a adaptação de Geny a interior esquerdo falhou rotundamente, Bragança andou a fazer de avançado e perdemos por umas semanas o "comandante" Diomande.
Também é preciso ver a idade do onze apresentado, especialmente de alguns, como Debast, Quenda e Diomande. Os erros são inevitáveis. Têm muito por onde crescer.
Melhor em campo? Daniel Bragança, quem o viu e quem o vê, que evolução incrível dum jogador que perdeu um ano na carreira por uma grave lesão. Depois dele, Franco Israel esteve à altura dum guarda-redes do Sporting.
Pior em campo? Geny, incapaz de perceber o que a posição exigia.
Arbitragem? Excelente na distinção entre as entradas duras para ganhar a bola e aquelas para castigar o adversário.
E agora? Ganhar ao Casa Pia e recuperar os lesionados. Se calhar nesta fase é mais importante o médico do que o treinador...
Grande 1,ª parte do Sporting ontem na Amoreira, manietando completamente o adversário num jogo posicional de autor, marcando dois golos e desperdiçando mais dois ou três, tudo isto com um Gyokeres em sub-rendimento.
Segunda parte bem diferente. A deslocação a Eindhoven começou a ficar na cabeça de muitos, a bola deixou de circular como antes e o Estoril começou a ficar confortável no jogo.
Ainda tiveram meia oportunidade de golo mas uma tripla substituição no Sporting tudo fez voltar ao normal: oportunidades de golo a sucederem-se e grande golo de Bragança, um dos que começaram no banco.
Melhor em campo? Morita, o samurai recuperou do "jet-lag".
Arbitragem? Impecável. O CA/Apaf que explique as bolas na mão versus as cores das camisolas dos potenciais beneficiários das mesmas.
E agora? Um enorme desafio em Eindhoven, a equipa campeã dos Paises Baixos, muito sólida e rotinada, joga em casa, não vamos ter nem Pote nem Edwards, vai ser muito complicado.
PS: Perguntaram ao Catamo: Mas então o que correu mal na 2 parte ? Respondeu ele que as análises eram com o mister e o staff, ele estava focado era no próximo jogo. E assim se percebe porque alguns conseguem e outros não.
Em ano de Champions, poucos dias depois do Lille e com vários lesionados no plantel, esta recepção do AVS em Alvalade foi perfeita. Início de jogo muito forte, oportunidades a acontecer sem deixar o adversário respirar, um grande golo todo ele "nórdico" Debast-Hjulmand-Gyokeres-Harder, Trincão a falhar um golo certo, e Gyokeres mais uma vez a facturar antes do intervalo. Tudo isso com um jogo tremendamente competente, grande mérito da "coluna vertebral", Israel-Diomande-Hjulmand-Gyokeres.
E só pode ser assim, porque na 2.ª parte o desgaste fez-se sentir (Gyokeres à parte), o jogo colectivo passou a rasgos individuais, o AVS com equipa bem montada e organizada nunca deixou de lutar e meter o pé, as substituições serviram apenas para descansar os titulares e rodar os menos utilizados. E assim até Fresneda e Esgaio tiveram minutos que podem ser importantes mais tarde na temporada.
O resultado final foi 3-0 sem qualquer oportunidade de golo para o AVS e várias (muitas) para o Sporting dilatar o resultado.
Enfim, melhor do que isto nesta altura, e partindo do princípio de que Bragança e Trincão estejam bem, é impossível.
E se pensarmos na gestão do plantel, entre o Lille e o AVS entraram em campo todos os jogadores de campo do plantel não lesionados. Todos mesmo. Além destes só os da equipa B, alguns dos quais estavam no banco. O plantel é ou não curto? Bragança devia ter jogado hoje?
Melhor em campo? A jogar assim Gyokeres é sempre o melhor em campo, e nem vale a pena eu fazer a pergunta. Mas destacava o quarteto Israel-Diomande-Hjulmand-Gyokeres.
Arbitragem? O CA/APAF que venha explicar esta coisa da bola bater na mão dum defensor na grande-área. Se é conforme o árbitro, conforme o clube, ou conforme seja o que for que lhes vai pela cabeça. Fora isso, este árbitro foi incompetente na distinção entre jogo duro a disputar o lance e jogo faltoso para não deixar jogar, ou seja uma nulidade em termos internacionais e um perigo em termos da integridade física dos melhores jogadores, ou seja, dos jogadores do Sporting.
E agora? Recuperar as lesões e as mazelas. Porque o resto vem depois.
PS: Foi um domingo em cheio. No João Rocha a nossa equipa de andebol "amassou" a do Benfica por 38-22, repetindo a "cabazada" da Supertaça. Duas horas depois no Alvalade a nossa equipa de futebol ganhou tranquilamente por 3-0 ao AVS. E no intervalo lá tivemos no relvado a nossa equipa do andebol exibindo as taças conquistadas, Campeonato, Taça e Supertaça da época passada.
Conhecendo uma e conhecendo outra, é incrível a similitude e as coincidências. Desde logo treinadores "criados" nos rivais, que há muito perceberam as nossas fraquezas e muitas vezes ajudaram a nos derrotar, mas que tiveram a maior humildade em "vestir a camisola", em perceber o nosso ADN e tudo fazer para o potenciar. Depois a ideia de misturar "jovens lobos" identificados pelo scouting e avalizados pelos amigos aqui e ali, com internacionais experientes bem conhecidos, de forma a criar balneários unidos e um espírito de equipa muito forte, "onde vai um vão todos". Se formos ao pormenor, e deixando de parte a questão dos assombrosos filhos do Ricardo Costa versus a classe extra dum Gyokeres, a descoberta dum Diomande no Mafra ou a dum Moga no Varzim (?), a dum Pote no Famalicão e a dum João Gomes no Águas Santas, a promoção dum produto da formação como o Inácio ou o Salvador Salvador, os "sapadores" do plantel, os dinamarqueses/belgas/holandeses do futebol e os espanhóis do andebol, muita coisa encontraremos de similar. Até posso adivinhar que Israel vai ser no futebol aquilo que Kristensen já é no andebol, oxalá que sim.
Será que para ser um excelente (e estes dois devem ser os melhores das últimas décadas) treinador do Sporting é preciso ter sido jogador dos rivais? Por diversos outros exemplos acho que não. Mas que parece ser um bom caminho para isso, lá isso parece...
Para mim é impossível analisar este jogo com o Lille sem me recordar dos jogos com o Marselha na Champions de há dois anos, ambos com um jogador expulso, naquela época em que ficámos em 4.º lugar na Liga muito por culpa... desse mesmo Marselha. Fomos perder então a Arouca poucos dias depois da derrota inglória em Marselha numa noite muito infeliz de Adán (e de Israel também que o substituiu), agora viemos da vitória em Arouca para uma vitória facilitada pela... expulsão dum jogador do Lille.
Mas além disso uma enorme distância entre a equipa de há dois anos e esta. Nem Israel é o mesmo, hoje teve uma defesa que define um grande guarda-redes, da selecção do Uruguai, tal como Maxi Araújo.
Sobre o jogo, e defrontando uma equipa mais forte fisicamente, sempre a meter o pé e a fazer estrago, foi preciso a equipa ser muito competente em campo, e bem diferente do que costuma fazer na Liga interna. Mais vertical, bola depressa no trio atacante, para encostar o adversário atrás e libertar espaço nas alas para os avanços de Catamo e Quenda. Que com mais sorte tinham marcado dois ou três golos na 2. ª parte, quando o adversário queria fazer pela vida em inferioridade numérica.
Inácio lesionado cede o lugar a Matheus Reis, Gyokeres marca um golo "à ponta de lança" na 1.ª parte, Morita é trocado por Bragança ao intervalo apenas porque mais vale prevenir que remediar, mas a máquina continuou a carburar sempre bem oleada.
O golão de Debast que decidiu o resultado fez esquecer as quatro ou cinco oportunidades desperdiçadas, hoje por mais falta de sorte no remate do que por outra coisa qualquer. Depois ainda tivemos direito àquela grande defesa de Israel, a colocar justiça mínima no resultado final.
O pior do jogo foram mesmo as mazelas e as lesões. Inácio teve mesmo de sair, no final e a coxear estavam vários: Diomande, Bragança, Gyokeres, Catamo...
Vamos ver quem está disponível para domingo. A Champions começa a "passar factura".
Melhor em campo? Diomande. Imperial, inteligente na leitura, eficaz na acção. Se todos ficámos traumatizados com o abandono justificado de Coates, agora o problema é ficarmos também no dia em que Diomande tenha de sair do Sporting. Depois dele todos merecem distinção, mas aquele golão do Debast deixou-nos com água na boca...
Arbitragem? Categoria Champions, sempre a deixar jogar mas a conseguir distinguir o jogo duro casual do intencional.
E agora? O AVS domingo em Alvalade. Não vai ser fácil, pelos motivos que indiquei.
Grande exibição do Sporting ontem em Arouca, mesmo com seis alterações nas posições relativamente ao clássico, e mesmo depois dos compromissos das selecções.
Realmente para quem, como eu, pôde estar em Arouca nos últimos três anos, é impressionante a evolução desta equipa de Rúben Amorim, agora transformada numa máquina oleada que não dá hipóteses ao adversário. Bom, ontem deu uma, é verdade, aos 20 segundos do jogo.
A saída lenta a jogar de antes, que deixava o adversário a ver jogar "de cadeirinha", deu origem a um jogo de xadrez onde as peças vão trocando a bola ocupando o terreno e colocando o adversário a correr dum lado para outro em contínuo desgaste.
Depois o "trote" da construção depressa dá lugar ao "galope" em zonas mais avançadas no ataque à defesa adversária entretanto desposicionada.
Não é por acaso que a equipa não sofre golos há três jogos seguidos. É porque os adversários conseguem poucas ou nenhumas oportunidades de golo, tão focados estão em defender. Isto dando-se Amorim ao luxo de rodar os defesas. Cinco deles já alinharam como titulares.
Ontem a equipa valeu como um todo. O sueco estava em noite não, Nuno Santos não acertou um centro e até Trincão alternou o melhor com o pior. O melhor esteve no miolo com Hjulmand, depois Morita, e Bragança em grande nível. Cá atrás Debast fez um grande jogo ao lado de Inácio. Max entrou e no primeiro lance em que interveio fez uma assistência para golo falhado. Israel com presença de guarda-redes de equipa grande.
A única coisa de que não gostei foi o desperdício de contra-ataques rápidos em igualdade numérica. Sempre más decisões no último passe. Aquilo treina-se, como fazia o Waseige.
Melhor em campo? Bragança, que evolução.
Arbitragem? Mais do mesmo. No momento certo espeta o punhal.
E agora? O Lille, terça-feira em Alvalade. Jogo a jogo, é gerir o melhor possível o (curto) plantel.
Superioridade evidente do Sporting a todos os níveis ontem em Alvalade num jogo sem casos nem "caldeiradas". O resultado apenas pecou por escasso face ao número de ocasiões claras de golo de que dispusemos relativamente ao adversário.
O Sporting não entrou bem, muito por culpa dos defesas dos lados, Inácio e Quaresma, que demoravam eternidades a dar sequência ao jogo. O Fc Porto foi ganhando confiança na pressão e até ameaçou com um remate frontal lá pelos 15 minutos, felizmente interceptado. Felizmente que não era o João Neves que lá estava, este baixinho dá bem mais porrada mas joga bem menos. Mas tem escola, lá conseguiu cavar um pouco mais tarde um amarelo ao Catamo.
Depois disso, tocou a reunir e só deu Sporting. Bola a circular, os médios enfim a ter jogo, o futebol do Sporting que vimos no início desta temporada. O Fc Porto em 5-4-1 tentava controlar os danos, Varela sacrificou-se numa arrancada de Trincão e as oportunidades de golo para o Sporting foram acontecendo. E Trincão desperdiçando.
O nulo ao intervalo deixava uma nuvem de inquietude em Alvalade. Quem não marca, sofre.
Na segunda parte o adversário voltou a entrar bem, mas o jogo começou a ficar mais partido pelo desgaste de ambos os lados, o espaço aumentou e Gyokeres... aproveitou.
Houve muito azar pelo caminho para ser preciso aquele remate de Catamo para chegar ao 2-0.
Assim seguimos na liderança com 12 pontos, o Fc Porto a 3 e o Benfica a 5. Estes últimos já despediram o treinador, agora só têm de devolver à procedência o autocarro de pernas de pau que eles tinham escolhido, mas cheira-me que este "traidor" Bruno não vá durar muito lá pelo Dragão com a coligação Pinto da Costa/Madureira/Conceição à perna. Bem pensado, esta do Galeno a defesa esquerdo, o homem tem qualidades e merece ser apoiado.
Melhor em campo? O sueco, obviamente. Diomande falhou dois passes longos mas esteve imperial a defender. Catamo e Quenda mais uma vez muito bem nas alas. Morita melhor do que o Hjulmand. Quaresma, Inácio e Trincão os piores. Kovacevic até defendeu bem mas borrou a pintura com os passes longos falhos de precisão.
Arbitragem? Deixou jogar e não inclinou o relvado.
E agora? Ainda a procissão vai no adro... E vem aí a Champions.
Exibição de luxo do Sporting ontem no magnífico estádio do Algarve, especialmente na 1.ª parte. Resultado final: 5-0, sem necessidade nenhuma dum penálti forçado.
O 3-4-3 / 4-4-2, conforme Trincão e Quenda se movimentavam no campo, propiciou um tikitaka à moda de Guardiola, jogadores muito juntos em combinações constantes, reacção imediata à perda, sem deixar o adversário pensar e criar situações de perigo. O resultado ao intervalo só pecava por escasso, Gyökeres parecia não estar nos seus melhores dias.
Veio a 2.ª parte, o Farense quis atacar, o que Gyökeres muito agradeceu, e encaixou mais três, podiam ter sido cinco ou seis.
Muito forte o Sporting para este Farense, que nunca conseguiu causar mossa na defesa do Sporting, Diomande, Morita e Bragança, com Pote e Trincão sempre por ali, constituíram um eixo central de alto rendimento.
Melhor em campo? Morita, o maestro de olhos em bico.
Arbitragem? Melhor do que o costume deste arrogante árbitro, que deixou jogar. O penálti foi tão forçado como a pseudo-falta do Quaresma no clássico do ano passado. Se fosse um defesa do Porto marcava aquele penálti? Só em sonhos.
Depois poupou um jogador do Farense à expulsão.
E agora? Ganhar ao FC Porto, mesmo com o Pinheiro ou o Veríssimo a apitar.
Antes de falar sobre o jogo de há pouco, uma confissão. Tinha pensado aproveitar para ir à Madeira, tinha até acolhimento de familiares, se tivesse ido teria como de costume deixado o carro no parking do Prior Velho, e gostaria de ter ido à "taberna da poncha" na Serra de Água. Mas as "férias" da Galiza deixaram-me com vontade de ficar por casa antes das novas "férias" no Algarve onde conto estar na sexta-feira para não perder o próximo jogo no Estádio do Algarve.
Assim não fiquei com o carro irremediavelmente queimado, nem sem vontade para passear na Madeira com o incêndio. Restou-me apenas o prazer de ver no sofá, pela Sport TV, o Sporting esmagar o Nacional naquele espectacular, pela geografia do local, estádio da Choupana.
Sobre o jogo, o início parecia confirmar os meus piores receios. Foram três bolas que sairam bem perto do poste direito da baliza guardada por Kovacevic, como entrou mais tarde um remate que teria de ser defendido por um guarda-redes do Sporting.
Depois o futebol do Sporting assentou- Começou a circular a bola com critério, cansando o adversário e causando desequilíbrios que causaram mossa na defesa adversária.
De qualquer maneira, toda a primeira parte ficou marcada pela falta de pressão e incapacidade de ganhar os lances no eixo central. Os principais culpados foram os dois médios, Morita e Bragança, mas todo o trio avançado foi também muito responsável, até porque o balanceamento ofensivo do Nacional começava nos centrais.
O 2-1 a favor do Sporting ao intervalo de alguma forma era lisonjeiro. Os golos resultaram de lances de inspiração individual, cada canto contra era um susto, o melhor da equipa nessa altura eram mesmo os dois alas, sempre a saber como e quando arriscar, muito poucas vezes perdendo a bola.
Na 2.ª parte o desgaste físico do Nacional ditou leis, a começar pelo ex-Porto Bruno Costa, e quando cometeu um penálti mais que evidente sobre um Quenda que está cada vez mais um belíssimo jogador, e Gyokeres marcou, o jogo terminou. E logo saíram três jogadores completamente de rastos.
Depois, o Sporting passou a defrontar um Nacional em regime de "galinha sem pescoço" e as oportunidades foram surgindo umas atrás das outras. Acabou em 6-1 apenas porque o sueco, apesar do míssil com que marcou, não estava nos seus dias. Com ele ao nível da época passada seriam 9 ou 10.
De qualquer maneira, quem do jogo se limite a ver os golos, tem material de primeira com que se regalar. Todos de nota máxima, mas o primeiro do Pedro Gonçalves é (mais uma) obra-prima do (globalmente) melhor futebolista do Sporting desde que cá chegou. Só mesmo Martínez pode explicar como é que um jogador assim não é titular da selecção de Portugal.
Entraram já na recta final Debast e Fresneda para a defesa, Matheus Reis para a ala esquerda, Essugo para médio e Edwards para o ataque. Rúben Amorim explicou que Mateus Fernandes está de saída do Sporting, soube-se depois por 15+3M€ para o Southampton. Cá por mim, sem entrar em considerações sobre o valor futebolístico de cada um, acho que este plantel do Sporting precisa bem mais do Essugo do que do Mateus, e não se pode dar ao luxo de ter no banco, como quarta opção, um jogador que para outro clube vale 18M€.
Sobre a arbitragem nada a dizer. Deixou jogar dentro dum critério uniforme, desta vez o culpado pelo cartão amarelo foi mesmo Inácio, que já tem idade para não embarcar em cenas daquelas.
Melhor em campo? Pedro Gonçalves pelo primeiro golo e as duas assistências, mas Quenda está a tornar-se um jogador fabuloso. Sempre em movimento, defende com eficácia, ataca com critério, raramente falha um passe, remata com intenção. Estou mesmo impressionado. Incrível a transformação desde a época passada que Amorim conseguiu E dura os 90 minutos a correr acima e abaixo. Como é que vai sair do onze titular? Assim não vai, de certeza, mas a época é longa e são precisos quase sempre quatro alas por jogo.
Preocupação maior? Kovacevic... Aquele golo do Nacional... Israel vai voltar à titularidade? De resto Diomande pareceu-me pouco confiante, se vai com tudo é golo, se não vai é golo também, querem que faça o quê exactamente?
E agora? Corrida aos bilhetes para o estádio do Algarve. Pelo menos para os "croquetes de camarote" como eu que pagam quotas, gameboxes, gasóleo e hotéis e não aqueles "puros" tasqueiros que se enjoam com as camisolas e vêem os jogos aos saltos na "TV Inácio" mais próxima.
Grande noite do Sporting hoje em Alvalade. As bancadas quase cheias de adeptos com camisolas de todas as épocas e de todos os gostos (muitas daquelas de que alguns não gostam mas que se vendem como pipocas), despedida sentida do grande capitão Coates, homenagem merecida a outro grande capitão, Manuel Fernandes. Uma bela 1.ª parte em que dominámos completamente o quinto classificado do campeonato espanhol. Uma 2.ª parte onde com tanta substituição o resultado foi de somenos importância.
Gostei muito da 1.ª parte do Sporting. Um 3-4-3 ainda mais assimétrico do que na época passada que muitas vezes se tornava num assumido 4-2-4. Quenda projectava-se no corredor direito enquanto Catamo assumia a posição de lateral esquerdo e Quaresma a de direito. Um duplo-trinco com capacidade de trabalho incrível, quer na saída a jogar quer na compensação dos adiantamentos dos alas.
Depois disso, um tridente ofensivo verdadeiramente letal. Recuperada a bola, era pôr num deles para o perigo ser iminente. Futebol mais parecido com o da primeira época de Rúben Amorim, caracterizado por contra-ataque letal, do que com a quarta, feita sobretudo de controlo do jogo e rotação de bola costa a costa ao jeito do andebol.
Quaresma-Debast-Inácio estiveram muito bem nesse período. Debast esteve tão bem que já não sei qual vai ser a decisão de Amorim sobre a posição central. Diomande-Debast-Inácio ou Debast-Diomande-Inácio? Quaresma está lá depois para o que for preciso.
Huljmand e Morita partem à frente de Bragança e Mateus Fernandes neste modelo de jogo, porque têm leitura de jogo incrível, tanto correm para trás como correm para a frente, metem o pé e ganham o lance. Não é mesmo o caso dos segundos, nem têm físico para o efeito. Mas são um regalo com a bola controlada a correr frente à defesa contrária.
Catamo é uma alternativa válida ao Nuno Santos na ala esquerda ? Acho que sim, cada um deles tem capacidade de centro e de remate a partir da esquerda.
Quenda é solução para a ala direita? Assim ele queira, porque Fatawu e Plata não quiseram. Ele tem tudo para vingar, veja-se o primeiro golo do Sporting e o remate ao poste. O resto a equipa trata, ou seja jogar pela esquerda para a bola lhe chegar com terreno livre à sua frente.
Pedro Gonçalves, Trincão e Gyökeres começam a época em grande forma e entendem-se às mil maravilhas. Os tempos dum Trincão a fintar de olhos fechados estão ultrapassados. Edwards? A capacidade está lá, não vale a pena vender a pataco porque vale o dobro do que um Jota Silva qualquer. Falta o segundo ponta-de-lança peitudo e rompedor. Rodrigo Ribeiro ou Nel podem fazer o papel do terceiro.
No final foi 3-0 contra um Atlético de Bilbau de má memória para mim, que fui a Bilbau no tempo do Sá Pinto. Da formação de Alcochete jogaram Quaresma, Inácio, Bragança, Quenda, Catamo, Muniz, Rodrigo Ribeiro e Mateus Fernandes, prova do grande trabalho de Amorim ao apostar na formação. A verdade é que nenhum deles desiludiu.
A única desilusão veio dum jogador que me lembra o Cancelo, que pode vir a ser melhor do que o Cancelo, que tem um perfil físico invejável para um lateral, mas que por agora quase não consegue ganhar um lance de disputa de bola nem fazer um passe com sucesso. Não é difícil descobrirem quem é. Probema mental? parece.
Melhor em campo? Morita. Samurai. Oxalá a selecção do Japão meta férias por uns tempos.
Quem não foi a jogo dos apresentados? Vários, mas Essugo e Esgaio parecem estar de saída, por empréstimo ou não.
Para mim o branco e alto Sebastián Coates foi o mehor defesa central do Sporting, pelo menos nos últimos 50 anos. Estão aí os números de jogos, títulos e golos para o demonstrar.
Mas o facto é que teve de sair, pelas razões que se conhecem.
Na defesa a três de Amorim, quem é mais parecido e tenta fazer o mesmo que Coates é um preto e alto chamado Diomande. Para mim é o novo Coates, aquele que não pode mesmo sair seja por que razão for. E se ficar no Sporting os anos que o Coates ficou até poderá superar os números dele. Classe não lhe falta, mas duvido.
Ao lado de Diomande, existem várias opções. À frente Hjulmand, lá na frente Gyökeres, atrás Kovacevic. Será esta a coluna vertebral da equipa do Sporting para a próxima temporada.
Depois existem os Veríssimos desta vida, atrevidos e incompetentes em doses iguais, peões de brega para quem os saiba controlar. Como o fizeram no Jamor. Olé!!! Se o vermelho o retirar da Supertaça então é mesmo caso para investigar.
De resto este Sporting-Sevilha foi um jogo por demais táctico: marcações em cima, poucas oportunidades de golo e essas a surgir de lances casuais.
O resultado de 2-1 contra o Sevilha apenas reflecte a actual inteligência táctica deste Sporting de Amorim.
Tinha algumas dúvidas sobre como o Sporting de Rúben Amorim iria abordar hoje este primeiro jogo público da temporada, perante o segundo classificado do campeonato belga e com duas semanas de avanço na preparação, e o que vi foi um "back to basics". A volta à fórmula que nos deu o título quatro anos atrás: 3-4-3, segurança defensiva, muito trabalho no miolo, contra-ataques rápidos aproveitando os alas projectados.
Uma primeira parte de domínio total sobre o Saint-Gilloise, onde Diomande se assumiu como novo "El patrón" da equipa. Várias oportunidades nos tais contra-ataques ou transições, como agora se diz, e um golo de plena oportunidade de Nel.
Na segunda parte, duma brilhante jogada de Mateus Fernandes, muito apagado na primeira parte, saiu o golo de Pedro Gonçalves. Eram 2-0 e normalmente a vitória estaria assegurada.
Vieram as substituições, os belgas trocaram quase a equipa toda, e lançaram-se a correr (e correr bem depressa) atrás do prejuízo, enquanto o Sporting manteve os mesmos que foram colapsando fisicamente um após outro até terminarem de rastos após sofrerem o empate. Vão dormir bem esta noite.
Gosto desta ideia do duplo jogo com dois onzes distintos e de forçar ao desgaste físico no decorrer dos jogos. Porque é assim que se ganha a endurance e a resiliência e se detectam os erros e as insuficiências. O último golo dos belgas foi um bom exemplo do que não pode acontecer na temporada: a desmarcação em diagonal dum adversário que vem da zona de Matheus Reis para a dum ausente Quaresma com Diomande a marcar com os olhos e o guarda-redes apanhado no meio da viagem. Já o primeiro golo dos belgas me pareceu proveniente dum claro fora-de-jogo.
Antes disso Kovacevic tinha feito duas belas defesas. Recordo-me que Adán fez pior em situações análogas. E não foi só numa.
Estiveram melhor nos 94 minutos: Ele, Diomande, Trincão (que jogou mais e falhou) e Pote (que jogou menos e marcou).
Gostei do Nel, quem já bem conhecia da B, focalizado, avesso ao protagonismo, oportuno. Marcou um golo e fez uma assistência de excelência desperdiçada por Pedro Gonçalves. Vai ser o Nel o tal terceiro ponta-de-lança de que bem precisamos no plantel? Não vi Rodrigo Ribeiro no jogo da manhã onde marcou um golo também.
No final, soube a pouco. Quando é que o Sporting volta ao estádio Algarve para defrontar o Sevilha?
Hoje no Jamor não tivemos o Sporting campeão nacional 2024, foi mais o Sporting 4.º classificado em 2023 que entregou ao Marselha os dois jogos da Champions. Só assim se entende termos perdido a Taça de Portugal perante um adversário que tem um óptimo guarda-redes e o resto pratica um futewrestling muito eficaz para cavar faltas e penáltis, condicionar arbitragens e forçar decisões favoráveis. O cerco que montaram ao árbitro ao intervalo foi miserável e esteve à vista de todos. Treinador expulso, mas isso é normal. O tal bandido referido pelo nosso presidente expulso de presidente pelos associados do clube mas que recusou largar o tacho e as compensações, chorou (de quanto vai ser o último cheque?), reveu-se no desfecho.
Três lances foram decisivos na entrega da Taça:
1. Por volta dos 30 minutos, com1-0 no marcador e por cima do jogo, Catamo falha a intersecção duma bola alta, assistindo o ponta de lança do Porto para o golo.
2. Logo a seguir, duma bola lançada em profundidade, St. Juste arrisca ir atrás daquele palhaço do Porto que faz um número de circo de nota tão elevada que logo o Veríssimo aproveitou para decidir o jogo. A falta é mais que discutível, o lugar depende de que falta estamos a falar, entre livre e expulsão e penálti sem expulsão, foi marcado o pior para o Sporting.
3. Já no prolongamento, dum lançamento em profundidade em direcção à linha de fundo, Diogo Pinto arrisca a saída, acerta no adversário e estraga tudo o que de bom tinha feito até ali.
O resto resume-se à luta inglória do Sporting perante um adversário a jogar em superioridade numérica, sempre a jogar pelo seguro e no desgaste, e com o conforto de lhe terem oferecido as chaves do encontro.
A festa dos campeões que se prolongou esta semana na CML ajudou a este desfecho? Não faço ideia. As três situações atrás referidas resultaram de erros individuais. Como nos tais dois jogos com o Marselha. E nem Catamo, nem St. Juste, nem Diogo Pinto entraram com a rodagem / experiência daqueles que falharam nessa altura.
A convocatória e as justificações esfarrapadas do Martinez contribuiram para este resultado? Pelos vistos sim, Pedro Gonçalves e Trincão estiveram irreconhecíveis e Nuno Santos mostrou as insuficiências defensivas. Já o Conceição filho jogou, mergulhou e sarrafou cheio de moral.
Arbitragem? Coitado do Veríssimo, por muitas dúvidas que tenha no lance que ditou a expulsão de St. Juste não foi por ele que perdemos. Jogar contra o árbitro em reclamação constante não leva a lado nenhum.
Melhor em campo? Quaresma. Se calhar com ele em vez de Catamo no onze inicial tínhamos ganho o jogo, digo eu. Depois dele Hjulmand, Coates e Diomande.
Lição para o futuro? Só por milagre ganharemos alguma coisa sem um grande guarda-redes que faça a diferença. Ok, aconteceu este ano. Então é porque foi mesmo um milagre.
E agora? Passado o efeito do champanhe do título e provado o vinagre de hoje, é tempo de descansar e depois reflectir sobre o que correu melhor e pior esta época e projectar a próxima, uma época de Champions que começará com a Supertaça contra o adversário de hoje. Para mim é claro que há que melhorar em alguns parâmetros, mas isso é tema para outros posts.
Impossível falar deste último jogo da Liga sem mencionar as despedidas de Neto e de Adán, os minutos dados a Francisco Silva - que seria o quinto guarda-redes no princípio da época - para ser campeão e o lugar de honra atribuído ao capitão Coates na entrega das medalhas. É assim que se constrói um Sporting campeão, não é com um presidente aos saltos a concentrar nele todo o protagonismo.
O jogo foi o possível pela medíocre arbitragem que conseguia ver tudo ao contrário e pela falta de desportivismo da equipa do Chaves. A cair tanto assim no relvado não admira que tenham caído para a 2.ª Liga.
Interessava ganhar e não sofrer golos e isso aconteceu. O 3-0 foi escasso para as oportunidades de golo que aconteceram, interessava treinar para o Jamor e Morita, Pote e Gyökeres aproveitaram muito bem, o ponto fraco esteve nos alas a defender. Melhor em campo? Gyökeres de volta à boa forma.
Arbitragem? Medíocre como é de costume com este apitadeiro, obrigando a excesso de zelo do Costa amigo e vizinho, furando o protocolo no lance do penálti anulado, no lance do golo anulado ficou próximo. E depois roubou uns 5 minutos ao jogo no final pondo o sueco num estado de nervos compreensível.
E agora? Ganhar no Jamor, fazendo votos de que o inevitável Pinheiro não faça o que o Soares Dias fez na Luz ou o algarvio fez hoje em Braga. Inclinar assim o campo é fácil, nem o VAR se pode meter no assunto.
Jogo de fim de época na Amoreira, pelo menos na 1.ª parte. As duas equipas confortáveis na classificação, tudo em termos de ataque muito previsível e facilmente anulado. O sueco parecia alérgico ao sol do Estoril.
Na 2.ª parte o Sporting acordou da letargia e o guarda-redes do Estoril começou enfim a ter trabalho. Mas foi apenas com as entradas de Nuno Santos e Paulinho que as oportunidades claras de golo começaram a acontecer. Duma excelente assistência de Nuno Santos, Paulinho facturou e resolveu o encontro. Mais uma vez, e já perdi a conta a quantas vezes esta época e nas anteriores. Há quem tenha saudades do Montero, se calhar até do Barcos, eu cá vou ter do Paulinho se ele realmente sair no final desta época.
Sobre Diogo Pinto, em estreia na baliza pela equipa principal, confirmou o que vi dele na equipa B: alto, sóbrio, eficaz. Claro que na equipa B tinha muito mais trabalho do que teve hoje na Amoreira. Melhor que Callai? Diferente, o futuro dirá qual deles chegará mais longe.
Melhor em campo? Paulinho.
Arbitragem? Do melhor da Liga 3.
E agora? Ganhar ao Chaves e chegar aos 90 pontos. Depois logo se vê.
Quando o Sporting ganha por 3-0 com o guarda-redes adversário a ter quatro ou cinco defesas entre a excelência e o milagre, mais uma bola no poste, e tudo isso sem conceder qualquer oportunidade ao adversario, só se pode dar os parabéns ao seu treinador, e Rúben Amorim bem os merece.
Quem acompanha o Sporting, e tem um mínimo de idade e memória, terá de reconhecer que não é fácil encontrar jogos assim. Foram 3-0 contra o Portimonense, podiam mais facilmente ser 7-0 ou 8-0 do que o Sporting sofrer um golo.
Com Paulinho no onze, Amorim montou uma formação de tracção à frente. Três avançados, Pote a ser mais um nos movimentos atacantes, dois alas também muito projectados, os três defesas e Hjulmand a segurar as pontas. Com isso, atacando devagar para ter a equipa próxima e logo conseguir reagir à perda, foi baralhando marcações e criando oportunidades. Tudo isto com Gyökeres (mais) e Pote (menos) em dia francamente não.
Vieram as substituições, Bragança entrou muito bem e esteve no terceiro golo.
Melhor em campo? Paulinho. Um golo, uma bola no poste, um remate para grande defesa, uma assistência para golo. O papel de segundo ponta-de-lança é mesmo o dele.
Depois dele, os três centrais. Vai ser mais difícil segurar Diomande ou Inácio do que Gyköeres. Digo eu.
Arbitragem? Na Liga 3 e assim, um ou outro melhor.
E agora? Ganhar no Estoril, irmos ao Marquês. Tem que ser.
E Amorim? Se o Liverpool ou o Chelsea não se chegam à frente, porque não fica e disputa a Champions? Idiotas e exigentes da treta existem em todos os clubes, mas a grande maioria dos Sportinguistas estão gratos, estão com ele passe o que passar. No Sporting estará sempre em sua casa.
Com o empate no clássico ficou o Sporting com mais 5 pontos do que o Benfica, tendo vantagem no desempate pela diferença de golos previsível no final do campeonato. Em princípio, basta então 1V e 1E para o Sporting ser campeão, pode muito bem acontecer que o seja no Estoril. Sabe então mesmo a vitória este empate de hoje no estádio do FC Porto.
Para Rúben Amorim talvez ainda mais. A verdade é que tudo o que podia correr mal estava a correr neste jogo, como tinha corrido durante a semana: a viagem a Londres, a conferência de imprensa surrealista, um onze desconxavado pela deslocação de Inácio para a ala esquerda e pelas adaptações daí resultantes, incapacidade de controlar o jogo e acumulação de asneiras nunca visto. O 0-2 ao intervalo era até lisonjeiro face ao domínio do Porto. Na 2.ª parte o Porto achou que podia gerir, e Amorim foi metendo a melhor carne no assador, até que já com Nuno Santos e Edwards a assistir Gyökeres, vieram os dois golos quase seguidos. Tempo ainda para uma cena canalha dum dos rufias do Porto que fez expulsar Edwards e que podia ter comprometido o empate.
Foi assim: resultado melhor do que a exibição. Mas quem tem um grande ponta de lança está sempre mais próximo de ter dias assim.
Melhor em campo? Gyökeres.
Arbitragem? O Conceição montou o circo, treinou os palhaços, o árbitro foi tentando apitar futebol até não conseguir mais e ser mais um palhaço como eles. Galeno teria de ir para a rua como foi o Edwards. E primeiro.
E agora? Portimonense em Alvalade, e logo se vê o resto.
Com esta difícil (muito mais do que o resultado possa parecer) vitória em casa de ontem contra aquela equipa que nos tinha derrotado em Guimarães, onde contou com a ajuda do tal Pinheiro, o Sporting pôs uma mão no caneco de campeão nacional.
Para pôr a outra, mesmo perdendo no Dragão, só tem de ganhar os dois jogos que terá em casa contra equipas em luta pela despromoção. Ou ganhar um deles e ir ganhar ao Estoril. Isso supondo que o Benfica ganha em Faro, ganha ao Braga em casa e ganha todos os jogos até final. Enfim, estamos quase mas... falta o quase.
A 1.ª parte foi um exercício de cansar o adversário, aborrecido para quem via no estádio ou pela TV. A bola rodava por fora da estrutura defensiva adversária dum lado ao outro do campo, eles corriam para a direita, fechavam; corriam para a esquerda, fechavam; voltavam a correr para a direita, fechavam, etc...
Bragança e Hjulmand eram os engodos plantados nessa estrutura defensiva que obrigava os adversários a pensar antes de correr para os lados.
Neste encaixe do 3-4-3 do Sporting com o 5-3-2 do V. Guimarães o talento dos jogadores do Sporting levou a melhor. De três oportunidades marcou dois golos e a sincronização defensiva impediu um possível golo por penálti do adversário. Entretanto Hjulmand fazia um trabalho de sapa incrível, quase sozinho a defender à frente da linha de cinco.
Na 2.ª parte ou o Sporting marcava o terceiro e resolvia o encontro ou sujeitava-se a dissabores. O V. Guimarães ameaçava voltar ao jogo e complicar as coisas. E dum lance de génio de Pedro Gonçalves, que já tinha marcado o primeiro e assistido para o segundo, logo marcou o terceiro.
O jogo acabou aí, a vitória estava assegurada, o adversário estava esgotado. O resto foram sendo oportunidades desperdiçadas para aumentar a conta.
Melhor em campo? Pedro Gonçalves, mas Hjulmand e Catamo deram mais uma demonstração da evolução incrível de qualidade que tiveram ao longo da época. De resto todos muito bem, excepto o Israel, com mais um falhanço embaraçoso a sair dos postes naquele lance que podia ter dado penálti.
Arbitragem? Cláudio Pereira impecável, na calha para ser o melhor árbitro português, e muito eu o insultei nos primeiros jogos que o vi dirigir o Sporting. Que continue assim e não aceite o que os mais velhos aceitaram.
E agora? Ir ganhar ao Dragão, com Pinto da Costa a dormitar na cadeira e o Koelher a vender tudo a pataco aos amigos. Os empresários já fazem bicha no Citius para receber o deles enquanto existe.
PS: Comentários da sardinhada pirata esperta seguem directamente para o balde do lixo.
São estes jogos que definem os campeões, a poucas jornadas do fim, fora de casa contra uma boa equipa sem nada a perder e moralizada pelo empate no Dragão. O Sporting soube jogar, soube sofrer e soube ganhar ao Famalicão. Estamos com uma vantagem de sete pontos a cinco jornadas do fim sobre o Benfica, que ainda tem a Liga Europa para se desgastar. Temos tudo para sermos campeões. Mas falta o resto, e o resto ainda vai dar muito trabalho a conseguir.
Foram cerca de 35 minutos de excelência do Sporting na 1.ª parte: controlo total sobre o adversário, boa chegada à área contrária, grande golo de Pedro Gonçalves e muito azar naquele remate de Bragança. Depois uns 10 minutos confusos com dois amarelos forçados, aqueles contactos da mão na cara que serão aquilo que o árbitro quiser de acordo com o teatro que os atingidos montarem, e que fizeram perder o ritmo de jogo inicial.
O que Fábio Veríssimo não viu foi o pisão sobre Pedro Gonçalves que daria penálti e aqui entra o discurso de ontem do CA sobre o penálti revertido no Estoril sobre o Francisco Conceição. Não sendo claríssimo o erro, siga. E eu até concordo com essa doutrina, quem deve apitar é o árbitro e não o VAR. O que não invalida o erro do árbitro neste lance como erraria a seguir em diversos lances de meio-campo a favor dum e doutro.
Diomande estava fragilizado pelo amarelo, entrou Quaresma que estabilizou o lado direito e depois foi ir gerindo o jogo e o cansaço. Morita, Esgaio, Paulinho e Fresneda entraram bem, Fresneda teve até uma intervenção de alta qualidade na área defensiva cortando um lance bem perigoso. E contando os minutos que faltavam até final.
No final do encontro, nem Israel tinha feito uma defesa digna desse nome, nem Gyökeres um remate ou uma assistência. Passaram um pouco ao lado do jogo, muito pelo demérito / mérito do adversário.
Melhor em campo? Hjulmand, "el patrón" do meio-campo, depois Coates e Bragança.
Arbitragem? Fraquinha, sem conseguir distinguir faltas intencionais de toques casuais teatralizados.
E agora? Faltam cinco jornadas, três em Alvalade. Segue-se o V. Guimarães para vingar a vitória da 1.ª volta.
Desfrutemos da vitória, porque o sofrimento foi mesmo imenso. Esforço, dedicação, devoção e glória, isso tudo é o Sporting. E hoje houve tudo isso em Famalicão.
Vendaval verde esta noite num campo sempre difícil, o do Gil Vicente, que combinou muito bem uma fortíssima vontade de vencer com uma capacidade táctica ao nível de excelência, aqui ou em qualquer lado. E assim é mesmo díficil segurar Rúben Amorim, até um observador inglês intoxicado com Super Bocks e aos tombos na bancada rapidamente percebe o "monstro" que ali está.
Com os alas e os interiores de "pé trocado", o Sporting entrou com uma grande aceleração de jogo pelas zonas centrais e uma pressão muito forte sobre a defensiva contrária, que permitia depressa transformar recuperações de bola em remates ao golo. Depois o talento de Trincão fez o resto. Só foi pena a cabeçada de Gyökeres a centro milimétrico de Pedro Gonçalves ter batido na nuca do guarda-redes infortunado do Gil Vicente (aproveito para endereçar as minhas condolências ao rapaz).
Com 4-0 ao intervalo a segunda parte foi de gestão física, foram saindo os mais fatigados e entrando quem precisava de minutos, bola recuperada atrás era bola colocada em Gyökeres, mas a noite não era a dele.
Impossível desvalorizar uma vitória por 4-0 em Barcelos, independentemente da situação actual da equipa local, como impossível é também supor que em Famalicão vai ser assim tão simples, a equipa local vai entrar em campo com a lição bem estudada para fazer bem diferente do que fez o Gil Vicente.
Melhor em campo? Trincão, depois dele os outros todos que entraram de início.
Arbitragem? Desta vez não encontrou motivos para estragar o jogo, mas também não os inventou.
E agora? Onda verde em Famalicão na terça-feira, já com Hjulmand e Nuno Santos, e depois se verá em Alvalade.
Estrelinha de campeão. Não existem campeões sem ela, e o Sporting contou com ela ontem à noite em Alvalade para vencer o dérbi já nos descontos, num jogo muito equilibrado que podia ter caído (pela sorte do jogo ou empurrado pelo maior árbitro do planeta) para qualquer dos lados. E com ela não contou naquele outro dérbi em que Bryan Ruiz falhou um golo de baliza aberta a 1m da linha de golo como Bragança falhou ontem um nos minutos finais da partida. O que seria se o Benfica marcasse logo depois? Escapou de boa.
O Sporting iniciou o jogo com o onze que eu tinha previsto e Pedro Gonçalves logo mostrou a sua classe oferecendo o golo a Catamo com um ressalto pelo meio. Podia ter partido daí para uma exibição convincente, mas deixou que o Benfica reagisse com base na pressão alta e na intensidade ofensiva de Di María e dos dois nórdicos. Não era o dia de Morita: o Benfica fazia do meio-campo a zona de aceleração para o ataque à defesa do Sporting, os cantos e livres sucediam-se. Mesmo em cima do intervalo, dum livre de excelência do Di María, surgiu a cabeçada nas costas do último homem da linha defensiva e foi empate. Entretanto o Sporting tinha desperdiçado ingloriamente dois livres frontais de alto perigo, nem sequer acertando na baliza.
Na segunda parte, com a entrada de Bragança, o Sporting cresceu. O desgaste de ambos os lados começou a sentir-se e os disparates também, como um de Inácio que ia sendo fatal não fosse a magnífica defesa de Israel ou os de Catamo e Edwards a desperdiçar dois contra-ataques em superioridade númerica. Hjulmand tem uma entrada que podia ter dado expulsão forçando Rúben Amorim a meter Koba por volta dos 80 minutos.
Temia-se o pior. Mas os jogadores frescos ajudaram a pôr o Sporting de novo por cima do jogo e dum ataque banal a bola sobrou para Catamo que marcou com um balázio do "pé cego". Depois, mais uns minutos de sofrimento, com uma grande oportunidade do Benfica pelo meio, para segurar o triunfo.
Foi mesmo um jogo de sofrimento. Os pontos fracos habituais vinham todos ao de cima: desperdício de livres frontais, desperdício de contra-ataques em superioridade numérica, debilidade defensiva nas bolas paradas ao segundo poste. Enquanto os pontos fortes, como as arrancadas de Gyökeres e as chegadas à area pelas alas, estavam a dar muito pouco.
Mas o que importa é que ficámos na liderança a 4 pontos do Benfica, com mais um jogo para disputar e em vantagem no desempate. E com o Benfica ainda envolvido na Liga Europa.
Não podíamos desejar melhor, mas temos de fazer o resto. Para a semana, três jogos complicados: Gil Vicente, Famalicão e V.Guimarães. E muitos castigos e desgastes para gerir.
Melhores em campo? Coates, o baluarte da defesa. Catamo pelos golos. Israel pela grande defesa a remate do Di María. St. Juste, Hjulmand e Gyökeres muito bem também.
Arbitragem? Arrogância e prepotência, o jogo é dele e faz o que quer, não há VAR nenhum que se atreva a opinar seja o que for. Começa pelo amarelo a Catamo: bastava uma advertência pública. Os amarelos a Otamendi e Hjulmand, a mesma coisa. Continua pelo fechar de olhos à agressão do Di María e acaba na não-amostragem do segundo amarelo ao mesmo Hjulmand. Pelo meio uma falta anedótica marcada a Gyökeres quando Otamendi, limitado pelo amarelo, se deixa cair.
E agora? Uma semana muito complicada a próxima, mas os Sportinguistas vão esgotar os estádios e levar a equipa ao colo rumo ao título. Eu vou procurar lá estar também.
Falta muito ainda? Já faltou mais. Toda a confiança no Amorim e na equipa.
Viva o Sporting !!!
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.