Jogo de fim de temporada, sem nada de relevante para disputar, vi alguma da primeira parte no João Rocha porque hoje mesmo ganhar ao FC Porto e chegar à final do campeonato de basquetebol era o mais importante, a segunda parte já em casa, um jogo muito mal jogado, nada agradável de ver.
Dum lado e doutro alguns jogadores estão de saída, uns não entraram, outros saíram mais cedo, o árbitro é o novo ladrão-proveta do Porto, com esta idade já pede meças ao Soares Dias, estava tudo montado para um fim de temporada amargo, mas um autogolo infeliz dum miúdo de Alcochete deu justiça ao resultado.
Se fôssemos avaliar o plantel pelo jogo de hoje em Vizela era caso para vender/emprestar/rescindir com todos menos o Gonçalo Inácio, que marcou o primeiro golo, por alguma coisa o Klopp o tem no radar, mas obviamente que não é esse o caso.
O Sporting completa assim uma segunda volta apenas com 1D e 3E, o último empate contra o Benfica já sabemos como foi, foram 42 pontos ganhos, que se tivessem equivalente na primeira volta nos levaria aos 84 pontos. Assim...
Assim chegámos ao fim da Liga num 4.º lugar que tem de deixar todos os Sportinguistas frustados, mas temos todos de tentar perceber as razões e não embarcar em narrativas da catástrofe completamente desfasadas da realidade.
Vamos ter tempo agora para fazermos um balanço, o mercado ditará as suas leis e depois veremos com que plantel ficaremos para defrontar a nova época.
Uma primeira parte muito bem preparada por Rúben Amorim e executada pela equipa, com domínio total sobre o Benfica, um Israel em descanso e um 2-0 inteiramente merecido.
Uma segunda parte com o Benfica a correr e pressionar e o Sporting a encostar atrás, cada vez com mais dificuldade a sair a jogar, o 2-1 acontece por volta dos 70 minutos, as substituições foram ocorrendo dos dois lados, com vantagem para o Benfica, e o jogo ficou numa corda bamba, entre o 3-1 e o 2-2. Acabou por acontecer o 2-2, num lance em que Coates sofre uma carga dum jogador que sai de posição de fora de jogo. Mais uma Pinheirada.
Melhor em campo? Ugarte, mesmo com aquele passe para golo desperdiçado. Dos suplentes, Bellerín demonstrou a sua qualidade.
Quem viu este jogo e viu todos os outros do Sporting, como eu, encontra facilmente as razões para o relativo insucesso desta época:
1. A falta que fez Matheus Nunes. Se num 8, ou box-to-box, a capacidade física é fundamental, a diferença entre Matheus e Morita é abissal. Enquanto o primeiro aguentava a bom ritmo 120 minutos se preciso fosse, Morita "fica" no intervalo. Pior que isso, enquanto o primeiro passava toda uma temporada sem lesões, com o japonês, também pelos compromissos com a sua selecção, não é assim. E depois, quando não está disponível, recua Pedro Gonçalves, ou seja destrói-se fisicamente o melhor jogador e melhor avançado do plantel, com impacto directo no seu instinto goleador. Ontem Morita desapareceu na 2.ª parte, o suplente Tanlongo está na selecção argentina de sub20, Sotiris não se adaptou, Daniel Bragança cumpre a sua penosa via-sacra, sobrou hoje um Essugo ainda muito verde para estas andanças.
2. A falta que fez um Bölöni. O livro que publicou descreve o processo e todos os que treinaram com ele confirmam, ainda agora Paito confessou isso, o cuidado que o romeno colocou na preparação física e que esteve na base do sucesso da temporada. Neste plantel do Sporting há demasiados jogadores que não aguentam os 90 minutos a bom ritmo, como Morita, Trincão e Edwards, e este Benfica treinado por um alemão tipo Bölöni, que foi pondo toda a carne no assador, pôs isso a nu. Muito tinha a ganhar Amorim com um Bölöni a seu lado.
3. A falta que fez um "artilheiro". Se Paulinho, muito castigado pelas lesões, esteve muito abaixo do que pode e sabe, Pedro Gonçalves a mesma coisa pelos motivos atrás referidos. Ontem um e outro, pela enésima vez esta época, falharam golos que não se podem falhar. Que custaram muito em termos da temporada.
Concluindo, soube a pouco este empate concedido ao cair do pano ao futuro campeão nacional. Mas não foi nos jogos com os grandes que perdemos a temporada, foi mesmo com os pequenos.
Não sei se alguma vez viram a série Mayday sobre desastres aéreos, se viajam muito de avião o melhor é mesmo não ver, mas o que fica óbvio é que esses desastres ocorrem na convergência de circunstâncias em que cada uma por si só não teria condições de produzir a catástrofe.
O jogo de hoje foi muito isso. Um Marítimo extraordinariamente agressivo a lutar pela manutenção ou algo mais, um Tiago Martins presunçoso e arrogante que decide antes de ver e dispensa ajudantes, e um Sporting que entre poupanças de uns e experiências com outros se esqueceu do essencial, jogar futebol.
Mesmo assim o Sporting ganhou ao cair do pano, com um autogolo e um desvio de Coates assistido por Paulinho, que assim se redimiu do falhanço que esteve na raiz do golo do Marítimo.
Esse golo, sofrido bem cedo, moralizou extraordinariamente o Marítimo, que sabia que tinha ganho na Madeira e em Alvalade podia ganhar de novo se disputasse cada bola como se náo houvesse amanhã.
E também colocou a nu a inteligência emocional ou o estofo futebolístico dos nossos jogadores. Se alguns lutaram na adversidade, outros afundaram-se por completo. Muito em particular Trincão, Bellerín e Arthur, que neste jogo tinham a oportunidade, cada um pelo seu motivo, de fazer pela vida. Além da capacidade técnica e táctica de cada um, existem a capacidade física e a psicológica. Talvez existam demasiados pianistas e poucos carregadores de piano no plantel..
Por outro lado, este Marítimo de José Gomes é a besta negra de Amorim, que nem no Funchal nem em Alvalade conseguiu montar um onze capaz de lidar simultaneamente com a capacidade de pressão a todo o campo e com o contra-ataque rápido do adversário. Foram talvez os dois piores jogos do Sporting na Liga: uma derrota merecida no Funchal e esta vitória de ontem obtida com muita sorte.
O que ficou de bom esta noite? Fatawu, que mostrou que está pronto para ser titular caso Edwards saia: finta, centra e remata com intenção. Tudo o resto, do lado do Sporting, uma lástima.
Mesmo assim, e como apesar de tudo o resultado foi favorável, o pior foi mesmo a expulsão de Adán por duplo amarelo que o coloca fora do dérbi. Tiago Martins devia ter vergonha de olhar para ele na próxima vez que apitar o Sporting.
Sem Champions ao meio da semana tudo se torna mais fácil, marcando cedo mais ainda, e em Paços foi um jogo de sentido único, que só não resultou em goleada histórica porque o instinto goleador de Pedro Gonçalves esteve ausente.
Isso tudo com base num trio defensivo tremendamente eficaz e apesar da falta dum ponta de lança, com um ataque móvel que falhava oportunidades claras ao mesmo ritmo que as criava e com um Trincão perdido em campo e a falhar lances sobre lances. Felizmente não falhou um passe fácil para Nuno Santos marcar mais um golo de antologia, e o rodopio que o isolou para um remate certeiro. Um golo, uma assistência e muitas/demasiadas jogadas inconsequentes. Um jogador que teima ser de momentos, e um grande jogador é muito mais do que isso.
Já com 3-0 entrou Paulinho e o futebol do Sporting logo melhorou, com outra capacidade de entendimento na linha dianteira, e com Trincão no seu lugar. Mais tarde veio Chermiti para marcar um golo "à ponta de lança".
Melhor em campo? Nuno Santos, um grande golo, cruzamentos e remates muito bem executados. Depois dele Diomande, imperial a defender e com dois ou três passes em profundidade de eleição.
Pior em campo? Pedro Gonçalves, uma noite para esquecer.
Ver jogar este Sporting e no dia anterior aquele Sp. Braga na Luz a jogar um futebol medíocre, com muito pontapé para a frente sem qualquer nexo, sem conseguir fazer um remate à baliza nos 90 minutos, e saber que ainda estamos a 4 pontos deles na Liga é de arrancar os cabelos. Mas é assim que estamos e já muito aqui falei sobre as possíveis causas disso.
Concordo com Rúben Amorim quando ele diz que o Sporting de algum modo já está a jogar o campeonato da próxima temporada, o casting foi feito nas vitórias e nas derrotas, ele sabe com quem contar e são esses que vão tentar ganhar os jogos que faltam.
Também na equipa B o trabalho foi feito. Com as últimas duas vitórias a equipa assegurou o 1.º lugar no grupo de manutenção (para o qual transitou por ter ficado em quinto na série Sul) da 3.ª Liga, mais de 30 jogadores por ali passaram numa rotação que me pareceu excessiva, alguns muito evoluiram na temporada e são opções para a equipa A, outros nem por isso.
E agora? Ganhar ao Marítimo em Alvalade. Vou ter de ver de longe, como vi este em Paços de Ferreira.
Se houvesse necessidade de explicar a alguém o que tem sido esta época do Sporting, nada melhor do que fazê-lo assistir a este Sporting-Famalicão.
Desde o ataque móvel interpretado por avançados expectantes que não davam linhas de passe ao portador da bola, passando pelo desperdício de situações claras de perigo e de golo por falta de articulação entre os três atacantes e terminando na oferta dum golo ao adversário pelo capitão. Quantos golos já ofereceram Adán, Esgaio e Coates aos adversários esta época? E assim transformámos uma vitória fácil numa sofrida, como já transformámos empates em derrotas, e até vitórias em derrotas.
Tirando isso foi um jogo à medida dos mais vendáveis, Ugarte e Edwards, que referi no meu post de ontem. Os dois fizeram os possíveis para justificarem a ida para a Premier League e os observadores saíram de Alvalade com muitos elogios no bloco de apontamentos.
Também foi um jogo em que Rúben Amorim mexeu bem com as substituições. Diomande estava a quebrar e o Pote nunca entrou no jogo, talvez diminuido por lesão. Chermiti entrou muito bem e demonstrou a necessidade dum ponta de lança. Tanlongo foi competente, depois Bellerín também.
Mais uma vitória do Sporting numa segunda volta apenas com uma derrota e dois empates, bem diferente da primeira que nos colocou fora de muita coisa.
Melhor em campo ? Ugarte, depois dele Edwards, Chermiti e Nuno Santos.
Prémio dedicação ? Ricardo Esgaio, merecia mesmo aquele golo por tudo o que passou esta época. Que seja a porta para o regresso daquele Esgaio que foi o melhor marcador da melhor equipa B de sempre do Sporting, do tempo do Godinho Lopes.
O árbitro ? O árbitro do Porto, necessariamente próximo da máfia local, não faço ideia de qual a profissão e de quantas visitas já teve dos Superdragões, com um ou outro erro manteve um critério coerente, pelo que só temos de agradecer.
Depois duma primeira parte com muita cacetada da equipa da casa e pouco futebol, e que ia terminando muito mal com um golo anulado a essa equipa por poucos centímetros, a segunda foi toda nossa.
Contra estas equipas muito fechadas e a aguardar a sorte do jogo, é crucial marcar primeiro. O Sporting marcou a abrir a 2.ª parte e logo o jogo se tornou de sentido único: a equipa atacava e ia desperdiçando ocasiões de golo, o V. Guimarães tentava sair depressa e logo perdia a bola para novo ataque do Sporting. Ainda deu para Coates ter um golo anulado e Arthur marcar num meio frango do guarda-redes adversário.
Melhor em campo? Ugarte, mas também Diomande, Nuno Santos e Morita estiveram muito bem.
Este jogo foi mais uma prova de que o modelo de jogo em 3-4-3 de Rúben Amorim continua a ser mais-valia, propicia muito jogo de ataque e poucas ocasiões de golo ao adversário, o Adán hoje não sujou os calções. Mas indica também que está dependente da qualidade dos jogadores à disposição. Existem claramente posições deficitárias que importa preencher.
Por último, o campeonato não está terminado. Faltam cinco jornadas para cumprir com cinco jogos todos dificeis para ganhar. Para isso o onze tem de ser sempre o melhor disponivel. Não é o momento para fazer experiências.
Terminou ontem de forma inglória a participação do Sporting nas Ligas Europeias desta época, marcada por grandes exibições nuns casos e erros comprometedores noutros. Em 12 jogos o Sporting venceu 3, empatou 5 e perdeu 4, defrontando grandes equipas como Arsenal, Tottenham, Juventus, Eintrach Frankfurt e Marselha.
Além dos muitos milhões, o Sporting valorizou tremendamente o treinador Rúben Amorim e jogadores como Ugarte, Edwards, Pedro Gonçalves, Diomande e Gonçalo Inácio. Estes seis nomes no seu conjunto, através da visibilidade que tiveram em Inglaterra, França e Itália têm agora um valor potencial de mercado se calhar de mais de 200 M€, o dobro ou o triplo do que tinham no início da temporada.
Enfim, melhor ainda seria se Pedro Gonçalves e Coates não tivessem desperdiçado oportunidades do calibre daquela de Bryan Ruiz que nos fez perder o campeonato de 2015/2016, em momentos finais dos jogos em que a Juventus nada podia fazer para corrigir. Mas quando somos eliminados por uma Juventus de Allegri sendo superiores nos dois jogos e só sofremos dois golos na sequência de cantos, só podemos ter orgulho nesta equipa e neste treinador, e por isso equipa e treinador foram sobejamente aplaudidos por sócios e adeptos no final do jogo.
O problema desta época não foi o desempenho na Europa: foi aquele em Portugal, devido principalmente a um plantel curto e desequilibrado que numa época atípica pelo Mundial nunca daria para uma coisa e outra, basta ver os pontos perdidos na Liga nos jogos subsequentes aos europeus. Só com o Arouca foram 5 pontos desperdiçados. Mas também a uma ideia táctica de ataque móvel que desvalorizou o papel do ponta de lança / pivot ofensivo e esteve na base da maior parte das derrotas. Ainda ontem o Sporting criou consistentemente perigo quando o teve no relvado.
Mas voltando às competições europeias, qual foi a época em que o Sporting teve um desempenho superior ao desta época? Só para saber, que a minha memória é fraca.
O melhor jogador deste plantel do Sporting, quer seja o que começou a época, quer o actual, chama-se Pedro Gonçalves.
Passa, centra, remata melhor do que nenhum outro e ainda consegue desarmar sem falta.
Mas aos 2 minutos do Sporting-Arouca já andava a fazer piques de 60 metros para travar um contra-ataque adversário. E andou a levar pancada o jogo inteiro, com o Alan Ruiz a esmerar-se nesse aspecto.
Então quando falha um penálti que resolvia um jogo forçosamente complicado, depois da derrota em Arouca e duma série de quatro jogos em poucos dias, e na volta de Turim, o que dizer?
Felizmente ainda conseguiu criar e converter outro que deu o empate. Se não fosse isso, teríamos mais uma derrota em casa.
A história desta época passa muito pela retirada de Pedro Gonçalves da posição onde foi fundamental para o nosso título nacional. Rochinha, Trincão, Edwards, Arthur são tudo projectos de clones do Pote que todos juntos não valem um original lá na frente. Tudo isso pela falta de Matheus Nunes.
Outra parte da história da época tem a ver com Paulinho, que começou lesionado, andou umas vezes bem outras nem por isso, e lesionado parece que acabou da forma mais inglória possivel e não vou agora debruçar-me sobre o problema que tem.
Ontem Chermiti voltou a ser aquele que eu via no ano passado na equipa B, com Chico Lamba, Nazinho, Mateus Fernandes e Essugo.
O resto da história é uma temporada atípica, com as selecções a imporem a agenda, muitos jogos em pouco tempo e um plantel curto e desequilibrado para os objectivos da época.
E agora, depois do fora de jogo do Gil Vicente em Braga por 15 centímetros ou algo assim? Ganhar na quinta-feira à Juventus, que por acaso ainda fez pior, perdeu na Liga italiana.
E, se não for o caso, assumir a exclusão da Champions e preparar a próxima época, não esquecendo que a equipa B, com tanta rotatividade de jogadores muito por causa de acudir as necessidades da A, está na iminência de descer de divisão após a derrota de ontem em Massamá.
Rúben Amorim não faz parte do problema, faz parte da solução. No rescaldo do jogo de ontem deixou bem claro que está a trabalhar no assunto.
O Sporting tem no actual plantel seis defesas centrais. Ontem Coates descansou e jogaram os outros cinco.
Com os três que entraram de início mais Ugarte a destruir e Pote a construir, o Sporting fez uma excelente primeira parte: marcou dois e falhou outros tantos, tamanha foi a superioridade que exibiu em campo.
Também os dois alas estiveram em excelente nível. Faltou apenas melhor articulação com os avançados porque os bons centros seguiam para ninguem.
Veio a segunda parte e veio a gestão de esforço. Veio também o golo de Edwards, uma carga que deixou Pote a mancar, uns minutos de moralização para Neto e Rochinha e a equipa foi decaindo até final. E o Santa Clara ia marcando.
Melhor em campo? Pote.
Melhor exibição desde que chegou ao Sporting? Arthur Gomes
E Diomande? Um colosso, a classe é imensa, precisa apenas de não exagerar na demonstração da mesma. Que renove primeiro com a clausula revista.
E o árbitro? Impecável, o que é de estranhar com a canalhice dos Pinheiros e dos Dias levados ao colo por estes Apafs que mandam na arbitragem a contento de Porto e Benfica.
Foi mesmo uma grande noite do Sporting em Londres, que deixou pelo caminho mais do que justamente o lider da Premier League. E se havia alguém que merecia isso, chama-se Rúben Amorim. O melhor treinador do Sporting desde há muitos, muitos, muitos anos.
Com Diomande a fazer excelentemente o papel de Coates, com um 3-4-3 muito bem equilibrado defensiva e ofensivamente, o Sporting foi superior ao Arsenal durante os 90 minutos. Recuperámos a desvantagem criada por um lance infeliz de Esgaio num lance genial de Pote (um daqueles que marcam a carreira dum jogador, quando for velhinho ainda vai ter toda a gente a lembrá-lo daquele golo que marcou em Londres contra o Arsenal), e apenas a noite muito infeliz de Edwards fez com que a eliminatória não ficasse resolvida. Depois veio o prolongamento, o cansaço começou a imperar, os que entraram não fizeram esquecer os titulares, e foi mesmo preciso um grande Adán para nos levar aos penáltis.
E nos penáltis foi o mesmo Adán que defendeu um enquanto St. Juste, Esgaio, Inácio, Arthur e Nuno Santos não falharam.
Hoje estiveram em campo St. Juste, Diomande, Trincão, Chermiti, Arthur e Tanlongo, todos novidades de Amorim para esta época. Foram eles, com os outros "mais antigos" na A, que construíram esta grande vitória. E se alguns foram muitas vezes menosprezados internamente, hoje todos temos de perceber que existe um scouting que selecciona, um Amorim que escolhe, e um presidente que "banca" as escolhas e não se arma em iluminado. Só assim existem decisões difíceis que se revelam fantásticas. Como fantástica foi a contratação do próprio Amorim.
Quando falo em aquisições fantásticas falo em St. Juste e Diomande. O holandês é um defesa assombroso, extremamente veloz e muito efectivo quando sobe no terreno, pena só ter podido chutar com o pé que tinha mais à mão. Diomande é um colosso no centro da defesa. De repente com esses dois, Inácio, Coates e Matheus Reis, ficámos com uma super-defesa. Quem diria pelo que foi o a primeira metade da temporada...
Dos outros destaco Esgaio, que depois dum lance infeliz que custou o golo contrário, soube reencontrar-se e fazer um resto de jogo em grande, penálti incluido; Ugarte, que mais uma vez foi um leão indomável em campo; e o genial Pote, mais uma vez fora da sua posição, numa missão de grande sacrifício e que mesmo assim marcou o golo da sua vida. Também Adán, que merecia uma noite assim.
Grande vitória de Rúben Amorim, que continua a pôr os olhos no chão e a não olhar para os penáltis. Onde estão hoje aqueles exigentes da treta que andaram a acenar os lenços em Alvalade?
E agora? Há festejar, depois treinar, pois há que ganhar ao Santa Clara e ao Gil Vicente, quando o campeonato recomeçar. E logo se vê o resto.
A esta hora em que posso escrever já muito se disse da partida de ontem em Alvalade, pelo que me vou resumir a comentar o desempenho dos actores mais relevantes no que se assistiu.
Mas antes vou dizer uma coisa que cada vez mais me parece relevante. Muitos dos que comentam e opinam não vão aos jogos e assim não conseguem perceber muito do que se passou em campo. Funcionam apenas pelo que a TV mostra e outros dizem relativamente ao assunto. Isso explica muita opinião descabida e muitos ódios de estimação que alguns têm com um ou outro jogador. Não indo não fazem nem ideia do que o jogador realmente vale, porque muito do que ele faz dentro do campo não passa na TV, sendo que quem lá vai e os segue muitas vezes se surpreende com os que eles afinal conseguem fazer ou não.
Mas vou então entrar no comentário do tal desempenho:
1. Treinador Rúben Amorim. Entre a teimosia e a determinação vai uma pequena distância, no fundo são os resultados que decidem. E o 3-4-3 de Amorim mais uma vez demonstrou a sua valia em termos de controlo do jogo, de criação de oportunidades sem as consentir ao adversário. Mas também o pivot ofensivo de referência mostrou que o ataque móvel não interessa ao Sporting: ataca mais e marca menos e defende muito pior. A conclusão que eu tiro é que entre as ilusões de uns e os maus desempenhos doutros o Sporting hipotecou muito do que tinha a ganhar esta época.
2. Equipa. Do onze inicial àquele que finalizou a partida notou-se uma grande cumplicidade e entreajuda dentro do campo, sem baratas tontas descomprometidas com o resultado que não percebem o que andam ali a fazer, ou em crise de identidade. E com os mais novos Israel, Diomande, Ugarte, Tanlongo e Chermiti a demonstrarem que aquilo afinal não é assim tão complicado para quem quiser lá chegar. E há outros no banco e na B com imenso potencial a aguardar oportunidade. E uma grande evolução de quase todos ao longo da época.
3. Jogadores. Nuno Santos é um caso à parte, entre o génio e o louco. Ontem marcou o golo da sua carreira, e sendo assim o que ficou por marcar em Arouca fica definitivamente esquecido. Diomande é um caso à parte e não digo mais nada, n´A Bola fala-se em substituir o (vou poupar os adjectivos) Pepe depois de naturalizado na Selecção Nacional. Esgaio é o tal pé frio que tem de ir a Fátima. Se aquela bola baixasse mais um nadinha, mais a assistência para o golo, competiria com o Nuno Santos para o melhor em campo. O adiantamento de Pedro Gonçalves, além de golos e assistências, possibilita um triângulo móvel no miolo com Morita e Ugarte que muito valoriza o modelo de jogo da equipa.
4. Árbitro. Não sei se recebe e quanto pelo coração pelo Benfica e pelos favores pelo Porto, ou outra coisa qualquer, mas a verdade é que já não falando doutras épocas e dos três penaltis de Coates sobre Taremi, João Pinheiro foi determinante no ano passado para a vitória do campeonato pelo Porto, ao convencer o árbitro Hugo Miguel (e ele levou quase 5 minutos a convencer-se) a assinalar penálti favoravel ao Braga em Alvalade a abrir a 2.ª parte, quando o Sporting vencia por 1-0, e a expulsar Coates no clássico do Dragão. Ontem a sua arbitragem foi mais uma vez um nojo, mostrando amarelos pelos gritos teatrais dos jogadores do Boavista e fazendo vista grossa a uma carga para penálti e expulsão mais que evidente sobre Trincão. Aqui estou completamente contra a política do nosso presidente e do diálogo construtivo com Fontelas Gomes, acho que é mesmo caso para um pedido de veto a João Pinheiro acompanhado dum relatório exaustivo das decisões erradas que nos custaram pontos e títulos. Não tem condições para apitar o Sporting, isso é evidente. Na Grécia e na Europa parece que só fez porcaria ultimamente. Que vá apitar os Benfica-Porto que há muitos, iniciados incluidos.
5. Claque, no caso Juveleo. Desculpem lá, mas com o Sporting em luta com Porto e Braga pelo segundo lugar, trocarem os cânticos pelo Sporting pelos cânticos contra o Benfica, e fecharem os olhos ao lance para penálti que ocorreu à vossa frente continuando nas cantorias e no espectáculo piroténico como se nada fosse (ao contrário do jogo com o Arsenal), só demonstram que andam a correr em pista própria, sem qualquer respeito pelos interesses do clube a que pertencem.
E assim, comparando com a primeira volta, vamos com mais 8 pontos, e é por aí que temos mesmo de ir. Ganhando todos os jogos até ao final o terceiro lugar é quase certo e o segundo se calhar também. E com isso o acesso directo à Champions do próximo ano.
O Sporting empatou ontem com o lider destacado da Premier League num jogo digno da Champions, mesmo com uma arbitragem que não se mostrou ao nível das equipas em campo.
Sem Ugarte como tampão da defesa, o Sporting entrou bem e esteve muito competente a defender a sua baliza da posse de bola contrária e a lançar contra-ataques perigosos. Logo a abrir Pedro Gonçalves tem uma oportunidade clara de golo desperdiçada por visar o lado errado da baliza. Dum canto bem marcado por Fábio Vieira, com Adán obstruído com contacto e Matheus Reis agarrado, resulta o golo do Arsenal, o que o colocou mais confortável no jogo, mas o Sporting não se desorientou e empatou noutro canto.
Na segunda parte o Arsenal carregou no acelerador e o jogo partiu-se com oportunidades para ambas as equipas. Foi o Sporting o primeiro a marcar por Paulinho num belo lance colectivo e poucos minutos depois tivemos a sequência fatal para o Sporting: Paulinho falha isolado tentando o mais difícil, e logo a seguir Pedro Gonçalves sofre falta não assinalada e do remate inofensivo surge o desvio involuntário de Morita para golo.
Depois vêm uns minutos complicados que poderiam ter dado golo ao Arsenal, mas a equipa soube-se reencontrar-se com as substituições e o empate final acaba por ser justo face às oportunidades de um e doutro lado.
Vendo jogar o Sporting contra Man.City, Tottenham e Arsenal, para já com 1V, 3E, 1D nos jogos disputados, não é difícil antecipar que um dia destes Rúben Amorim esteja a treinar um grande inglês, com muitos princípios de jogo em comum e competência para explorar os pontos mais fracos dos adversários. Espero é que fique mais uns tempos, porque é o melhor treinador do Sporting desde há muitos, muitos anos.
Melhor em campo? O recuperado St.Juste, o que só prova que é preciso dar tempo aos jogadores que chegam ao Sporting. Chegar, ver e vencer é apenas para alguns especiais. Depois dele, Adán, Inácio e Pedro Gonçalves, este no melhor desempenho a médio que lhe vi fazer.
E agora? Ganhar em Londres, nem que seja nas grandes penalidades. Mesmo sem Coates e Morita.
As claques estiveram muitíssimo bem, o que não é de admirar, sempre a apoiar a equipa sem pirotecnia nem petardos. Os chefes querem ir passear a Londres também, e já se esqueceram das aldrabices proferidas sobre os incidentes na Dinamarca e do "Sporting Comunicados de Portugal". Mas a porcaria segue dentro de momentos, se calhar já na recepção ao Boavista.
Foi um Sporting muito competente que no batatal de Portimão, frente a uma equipa que defendia de forma bem compacta e com onze, conseguiu uma vitória que só o dia negro de Pedro Gonçalves no que respeita ao golo complicou.
No primeiro tempo o Sporting controlou, temporizou, e... desperdiçou. O Portimonense não teve qualquer oportunidade. Uma defesa muito certinha com Diomande a demonstrar que ali (como no Fatawu) há ouro, Ugarte e Morita a fazerem uma bela dupla, e lá na frente três máquinas de desperdício, independentemente do esforço que tiveram. Adán na primeira parte foi espectador. Foram cinco ou seis oportunidades desperdiçadas só à conta do Pote, incluindo um penálti. Valeu apenas a assistência para o golo de Paulinho.
No segundo tempo o Sporting deixou a temporização e foi para cima do Portimonense depressa e em força. As ocasiões de golo foram-se sucedendo e desperdiçando. A entrada de Paulinho para o lado de Chermiti desestabilizou a defesa contrária e dum lance de ressace o Pote encontrou Paulinho livre para desviar o centro e marcar.
O Portimonense enfim meteu toda a carne do assador e tentou marcar, mas foi mais intenção que outra coisa.
Melhor em campo? Diomande, um craque, imperial a defender, não falha um passe, lança em profundidade com classe.
E agora? Continuamos com cinco pontos a mais nesta segunda volta relativamente à primeira, considerando apenas os mesmos adversários. Tivemos mais uma vitória sem sofrer golos, estamos a fazer o que compete, esperamos que os rivais falhem nos seus propósitos,
Foi duma forma competente e eficaz que o Sporting derrotou o Estoril, poucos dias depois da Dinamarca e de Chaves, e beneficiando das derrotas de Porto e Braga se aproxima dos lugares de acesso à Champions.
Competente e eficaz porque conseguiu colocar sempre o Estoril junto à sua área, num desgaste permanente de basculações defensivas que tornava difícil partir para o contra-ataque em boas condições, e calmamente foi criando oportunidades de marcar, embora falhando no último passe ou remate.
A chave para a vitória foi a ala direita, com St. Juste, Bellerín e Edwards a combinar bem e a criar movimentos inesperados para o adversário. Dum deles surgiu o golo de Bellerín em posição central.
Depois dum princípio de jogo a claudicar, Trincao abriu o livro e marcou um golo à Messi.
E com esse golo o jogo ficou resolvido. Vieram as substituições, veio a anarquia táctica e o desperdício.
Foi a terceira vitória consecutiva com poucos dias de intervalo e viagens pelo meio, grande rotação de jogadores, muitos golos marcados e poucos sofridos. A ideia que fica é dum plantel mais forte e equilibrado, o que deixa boas perspectivas para o resto da época.
Melhor em campo? Trincão pelo grande golo e segunda parte.
E agora? Ir ganhar a Portimão, conto lá estar. Depois logo se vê.
Não houve ópera em Herning, nem era isso que se pretendia. Importava era ganhar para o Sporting estar presente no sorteio de amanhã e focar-se no próximo jogo da 1.ª Liga, já na segunda-feira. Ganhámos tranquilamente por 4-0, Mateus Fernandes e Tanlongo tiveram mais uma oportunidade de mostrar serviço, pena apenas a quezília em que se envolveu Ugarte e que lhe custou o amarelo.
O Sporting foi mais competente do que os dinamarqueses do Midtjylland em todos os capítulos do jogo, desde logo nos pontapés de canto de onde surgiu o primeiro golo, depois da expulsão do jogador contrário mais competente ficou e se sofreu alguma coisa foi pelo desempenho muito fraco de Morita primeiro e de Mateus depois no meio.campo, na tal posição 8 que continua sem dono.
Pedro Gonçalves voltou ao seu lugar e a deslumbrar. Marcou dois golos e dois outros remates com selo de golo esbarraram nos defensores e guarda-redes contrário. De longe o melhor em campo.
Depois dele, Adán e os três defesas estiveram muito bem, excepto numa falha de Coates que Esgaio conseguiu neutralizar, com um St.Juste que demonstrou bem a qualidade que determinou a sua aquisição, oxalá os problemas físicos tenham passado de vez.
Mais uma óptima arbitragem. Que diferença de postura e de entendimento dos lances relativamente aos medíocres árbitros APAF que temos cá por casa. Vai ter nota negativa pelos medíocres ex-árbitros APAF especialistas de arbitragem nos jornais de amanhã.
Outra grande vitória de Rúben Amorim e da rotação de jogadores que está a fazer nesta fase da temporada, dando oportunidades a muitos que as podem aproveitar e passar para outros patamares de rendimento. Diomande, St.Juste, Bellerín, Fatawu, Arthur e Chermiti estão de facto a acrescentar valor ao plantel, sendo alternativas válidas a jogadores que melhor ou pior foram protagonistas na primeira parte da época.
PS: O sorteio dos oitavos de final da Liga Europa está marcado para amanhã as 11h00, na sede da UEFA, em Nyon, na Suíça. Os jogos serão disputados a 9 e 16 de Março. O Sporting irá defrontar uma das seguintes equipas:
Arsenal (ING)
Real Betis (ESP)
Real Sociedad(ESP)
Fenerbahçe (TUR)
Ferencváros (HUN)
Friburgo (ALE)
Feyenoord (HOL)
Union Saint-Gilloise (BEL)
Por mim preferia a Real Sociedad para vingar a derrota doutros tempos.
O onze com que o Sporting entrou em campo parecia uma resposta de Rúben Amorim e da equipa ao comentário de Abel Xavier uns dias antes na TV, onde dizia: "Os jogadores de peso do Sporting não têm correspondido." E assim entraram hoje em campo Adán, Coates, Nuno Santos, Trincão e Paulinho, que esta época têm deixado a desejar em termos dos deslizes que cometem em campo e da influência ou liderança que demonstram no seio da equipa.
Por outro lado, mais uma vez, Amorim teimou em Pedro Gonçalves a 8, e se ainda o tivemos a médio nos início da partida, com um amarelo escusado por uma entrada por detrás já depois de termos ficado em vantagem no marcador, ficámos sem ele, passámos a jogar quase em 3-3-4. Com isso o Chaves subiu no terreno, conseguiu lances perigosos e marcou um golo consentido por Adán, depois duma enorme defesa do nosso guarda-redes num lance em que Coates foi facilmente batido.
Já tinha falado dos deslizes de Adán e Coates nesta época?
A segunda parte foi toda nossa. O Chaves encostou atrás e Pedro Gonçalves pôde fazer o que faz melhor, marcou o segundo golo e sofreu um penálti. Que devia ter convertido, porque o que fez em Alvalade devia ter repetido em Chaves. Teria sido talvez um "hat trick" que o valorizava e valorizava o Sporting. Obviamente nada contra Chermiti, como nada haveria contra Esgaio se tivesse falhado em Alvalade, mas são coisas que não fazem nenhum sentido em alta competição profissional.
O jogo não acabou sem que o Chaves tivesse chegado ao 3-2 num brinde do Nuno Santos, que ainda estava a comemorar o golo marcado.
Paulinho merece um parágrafo só para ele. Cavou o primeiro penálti, claríssimo para os critérios utilizados no futebol português, acertou na barra a 3 metros da baliza num centro de Nuno Santos, viu dois golos anulados por foras de jogo estúpidos, onde teve mais que tempo para procurar o alinhamento correcto, e assistiu para o terceiro golo num lance que esteve quase a invalidar pelos mesmos motivos.
Se fosse a Amorim, trocava o treino do campo por um quadro e um giz, e obrigava-o a escrever 1000 vezes qualquer coisa como: "Quando estou à frente do último defesa e me passam a bola anulam-me a jogada por fora de jogo." Assim, para mim de potencial melhor jogador em campo, passou para potencial maior... em campo.
Melhor jogador, apesar do que não fez no meio-campo, foi isso sim o rapaz ali de perto, o Pedro Gonçalves. Que não tem culpa que o coloquem ali, e que não devia ter prescindido de bater o penálti.
Diomande esteve muito bem mesmo, e a jogar assim o lado direito da defesa entre ele e St.Juste está assegurado, o que permite que Gonçalo Inácio volte à sua posição natural, e consequentemente que Matheus Reis seja um sério candidato a ala esquerdo. Uma bela aquisição que vem resolver muita coisa no plantel.
O árbitro esteve muito bem, deixou jogar e apitou o que viu e o VAR respeitou como devia a opinião dele.
E assim o Sporting ganhou em Chaves, com a equipa com quem perdemos em Alvalade na 1.ª volta, num estádio que não deixa boas recordações. Foi lá, no balneário, na ausência do treinador castigado Jorge Jesus, que o ex-presidente começou a cavar o seu triste fim em 17/1/2017 em guerra aberta com os capitães Rui Patrício e William Carvalho, logo depois de termos sido eliminados da Taça e dias depois de termos consentido o empate nos ultimos minutos para a Liga. Foi lá também que empatámos por 2-2, em Janeiro de 1999, o jogo da "grande azia" do Jorge Coroado. Quem quiser ir ao passado e fazer as contas vai descobrir que é um dos estádios deste país mais ingratos para o Sporting.
Assim também o Sporting consegue nesta segunda volta mais 5 pontos do que na primeira com os mesmos adversários. É por aqui que temos de prosseguir se queremos chegar aos lugares que conduzem à Champions. Na prática, vencer os jogos que faltam.
E agora? Agora é ir na quinta-feira ganhar à Dinamarca, com toda a confiança em Rúben Amorim.
Apesar da análise do Abel Xavier, apesar de continuarmos a ter uma falha grave no plantel que salta à vista de todos.
PS: Quantas vezes é que desta vez passaram a bola ao Adán?
Há duas épocas, o Sporting foi campeão nacional com Frederico Varandas como presidente e Rúben Amorim como treinador. A equipa jogava em 3-4-3, o guarda-redes defendia tudo, no ataque havia um tal "pote de ouro" que em cada duas oportunidades marcava três, as bancadas estavam vazias e o presidente estava calado.
Nesta época, com o mesmo treinador e o mesmo sistema táctico, o guarda-redes oferece golos, os avançados falham de baliza aberta, o tal Pote agora é médio, nas bancadas meio vazias há uma claque que muda de cântico quando o adversário mete um golo convertendo-se em mais um factor de pressão para a equipa e o presidente fala quando não deve.
Assim é mesmo complicado ganhar seja o que for esta temporada, independentemente das responsabilidades de cada um na questão e do que vou dizer a seguir em termos de sistema de jogo.
No sistema de Amorim a posição "8" é fundamental. É o elemento que joga de área a área ("box-to-box"), que ajuda o "6" a defender, transporta jogo pela faixa central, abre nos alas e remata à baliza. E joga sempre durante toda a época, alérgico a lesões e constipações. Será então o motor da máquina. Nesse ano de sucesso o "8" era o João Mário, hoje a fazer uma enorme época no rival, no ano passado foi Matheus Nunes vendido por muitos milhões para a Premier League, este ano é... ninguém. Bragança partiu, Morita nem 90 minutos aguenta quanto mais uma época, Sotiris não é Ugarte, o Mateus Fernandes é um erro de casting. Sobra... o melhor avançado do plantel.
E com Pedro Gonçalves a tentar ser o que não é, ficamos com Edwards, Arthur, Trincão e Rochinha como hipóteses para avançados interiores a acompanhar o ponta de lança. Todos mais ou menos a mesma coisa, baixinhos, levezinhos, a querer receber a bola no pé, incapazes de desmarcações na profundidade, sem qualquer jogo de cabeça, de difícil relação com o golo, todos eles a condenar o tal ponta de lança, Paulinho ou Chermiti, a ser um pinheiro lá na frente.
Com os interiores a baixar para receber a bola com adversários em cima, fica a equipa condenada a rodar a bola pelos alas, que quase sempre centram para ninguém. Pelo menos Nuno Santos, já que Esgaio desistiu dessa tarefa.
Resumindo, com todos estes equívocos o futebol do Sporting transformou-se numa coisa pastosa e repetitiva logo a começar no guarda-redes, propiciando o erro em zonas perigosas e sem saber meter velocidade no momento certo mais à frente nem solicitar um avançado em desmarcação em profundidade.
E pronto. O jogo acabou com 1-1, menos mal. Quem não viu, não perdeu grande coisa. Eu vi na bancada e revi já em casa antes de escrever estas linhas.
Melhores em campo? Os uruguaios, os únicos que honraram o lema do clube. Tudo o resto uma vergonha, pelo que se passou e pelo que nos trouxe aqui, incluindo presidente, treinador, jogadores e a tal claque. Disse Ugarte no final do jogo: "Obviamente que podíamos fazer muito mais, não tivemos muitas ocasiões, mas sim domínio. O mais importante é marcar e criar. Mas faltam 90 minutos. Conseguimos dar muito mais e vamos dar muito mais. Falta um bocado mais de fome, temos de acreditar mais no nosso potencial. Depois do golo ficámos nervosos... É isso, é preciso ter mais fome."
É mesmo isso. É preciso fome... de golos, de vitórias, de títulos. Isso tem de vir de todos, do presidente, do treinador, dos jogadores, dos sócios e das claques. Quando se ganha todos querem ir ao Marquês, mas muito poucos estão dispostos a sofrer todo o necessário para lá chegar.
Fora isso, excelente arbitragem, realmente vendo este desempenho do jovem árbitro francês percebe-se a mediocridade dos "melhores" portugueses e dos "experts" ex-árbitros comentadores de arbitragem, cobardes e comprometidos com o sistema corrupto vigente. Foi uma arbitragem que defendeu o futebol e a verdade desportiva.
Acredito que Rúben Amorim vá dormir muito mal esta noite.
Pelo resultado do jogo, por mais uma derrota com Pedro Gonçalves no meio-campo (um dia destes faço a estatística), pela falta de sorte em momentos decisivos, pelo desempenho medíocre na segunda parte, mas talvez essencialmente porque alguns a quem ele tem dado tudo lhe viraram as costas. E aos Sportinguistas, pelo menos àqueles que sempre os protegeram, também.
Hoje cheguei ao meu lugar no estádio com a equipa a entrar em campo para o aquecimento, sem Paulinho nem Morita, com Fatawu e Chermiti. Achei estranho, depois olhei para os suplentes e disse cá para comigo que se o onze era bem estranho, pelo menos tínhamos o melhor banco de sempre da era Amorim.
Mesmo com a substituição dum Trincão ausente em parte incerta aos 30 minutos, chegámos ao intervalo com quatro oportunidades de golo contra duas do Porto, todas bem trabalhadas a pedir melhor sorte.
Veio a segunda parte, Esgaio e Nuno Santos juntaram-se a Paulinho e a equipa afundou-se irremediavelmente. Claro que os golos adversários resultaram de assistências involuntárias de jogadores nossos, tivemos um golo anulado por poucos centímetros, mas a verdade é que o nosso futebol dessa parte foi mesmo deprimente. Ainda entraram Diomande e Arthur, e depois de muito passe falhado na ala direita entre Edwards e esses dois lá surgiu um centro bem feito e o golo do Chermiti.
Melhor em campo? Ugarte, apesar da assistência involuntária para o primeiro golo do adversário. Dá tudo dentro do campo e desta vez sem qualquer motivo para um amarelo limitador. Depois dele Chermiti, Fatawu (que na B joga como extremo do lado contrário, ou o rapaz é mesmo um génio, ou alguém está a ser outra coisa), Bellerín, Inácio e Matheus Reis. Diomande tem mesmo boa pinta, vamos ver como evolui.
Coates não está bem, melhor do que ninguem ele saberá o que se passa. Se calhar precisava de parar para se recuperar fisicamente.
E agora? Agora seguimos no 4.º lugar da Liga, com muitos pontos para recuperar para o terceiro. Na quinta-feira temos a eliminatória da Liga Europa. Mas também temos a equipa B a disputar a Liga 3, se calhar faria sentido repensar os plantéis, porque para jogar assim é preferível apostar definitivamente nos putos. Até temos lá um médio bem melhor que um Pedro Gonçalves fora da sua zona de excelência, assim se aposte nele como se apostou e bem em Chermiti.
E Soares Dias? Muito bem, o Pepe ia partindo o pé a Chermiti mas faz parte, a palhaçada das lesões também. O Sporting fez por perder, não teve de se aplicar.
Estava frio no Núcleo do Sporting onde vi o jogo, bem menos gente do que no pavilhão João Rocha num jogo da equipa feminina de hóquei em patins, a bifana muito a perder na comparação com a da roulole de Alvalade. Frio estava também em Vila do Conde, onde num batatal impróprio para consumo um Rio Ave que parecia ter estagiado com Sérgio Conceição tentou por todos os meios complicar a vida ao Sporting.
E o Sporting mais uma vez entrou em campo a tentar gerir o jogo através da circulação de bola a toda a largura do terreno, tudo muito lento e denunciado a dar tempo ao adversário para anular as iniciativas atacantes, sem condições físicas no meio-campo para ganhar nas divididas, no fundo a põe-se a jeito para qualquer coisa de má que pudesse acontecer.
Como no 3-4-3 de Ruben Amorim passa muito pelo defesa do meio a responsabilidade de distribuir jogo, caberia a Inácio ter outra dinâmica e capacidade de colocar a bola longa nos atacantes. Por outro lado, nas poucas vezes que conseguimos chegar à linha de fundo, entregámos a bola de bandeja ao guarda-redes adversário. E assim chegámos ao intervalo sem um remate enquadrado, apenas num pontapé de ressaca Morita criou perigo.
Veio a segunda parte, o cansaço de ambos os lados começou a pesar. Amorim tentou dinamizar o ataque com substituições, mas Trincão, Arthur e Jovane foram verdadeiras nulidades em campo. No entretanto Pote lembrou-se do que fazia há dois anos e rematou à trave. Teria sido um golaço, e duma bola perdida no ar se calhar em falta por St.Juste, nasceu uma iniciativa do Rio Ave que Adán conseguiu defender e que ia dando também o golo para o adversário.
Quando a vitória parecia uma miragem, quando já se antecipava o tudo ou nada de Amorim sempre de desconfiar, Inácio finalmente descobriu uma linha de passe para Pedro Gonçalves que fez que ia e deixou passar para Chermiti fazer o que um ponta de lança deve fazer: chutar de primeira apanhando o guarda-redes contrário na viagem e forçando o erro.
Foi assim que o Sporting ganhou o jogo. Ainda houve tempo para Amorim testar a sorte colocando em jogo as novas aquisições e retirando um Matheus Reis que estava a ser um baluarte na defesa.
Uma palavra para o árbitro Manuel Mota. Pode não ser o melhor árbitro português, mas pode dar lições sobre lidar com palhaços.
Melhor em campo? Ugarte, o carregador de piano que tem de lidar com pianistas e que tem dias, uns melhores que outros.
E agora? Ganhar o próximo jogo em Alvalade. Logo se vê o resto.
Foi um jogo em que o Sporting demonstrou que é uma equipa doutro escalão deste Sp.Braga. Difícil mesmo de explicar a algum estrangeiro que por acaso tenha ido ver o jogo como é que ainda estamos com 5 pontos de atraso da mesma na Liga, concluída que foi a 1.ª volta. Mas o facto é que ainda estamos, e todos sabemos porquê.
Depois do 0-5 para a Taça da Liga o treinador do Sp.Braga esmerou-se e tentou anular o Sporting com um encaixe perfeito de sistemas tácticos, o 3-4-3 do Sporting contra o 3-4-1-2 do Sp.Braga, mas veio ao de cima a diferença de categoria individual e colectiva dos intérpretes.
A primeira parte foi toda do Sporting, muito pela acção conjugada dos dois médios Ugarte e Morita e dos dois interiores Pedro Gonçalves e Edwards. Marcou um golo numa magnífica assistência de St.Juste, podia ter marcado mais um ou dois, o resultado ao intervalo pecava por escasso.
Na segunda parte esperava-se que o Sp. Braga entrasse transfigurado, mas o jogo recomeçou igual, a equipa adormeceu a pedir uma falta inexistente e o Sporting marcou o segundo. Não contente com a sua responsabilidade na situação, o mesmo jogador que tinha caído a reclamar a referida falta foi por ali fora, sofreu desta vez mesmo uma falta, e não satisfeito com o apito do árbitro foi para cima dele reclamar forte e feio, levou swgundo amarelo e foi tomar banho.
Depois disso o Sporting ficou ainda mais confortável no jogo, foi refrescando a equipa e marcando mais golos. Acabou com cinco, podia ter acabado com sete ou oito, tantas foram as oportunidades.
Foi uma grande noite para Rúben Amorim, o arquitecto desta grande vitória, na prática uma dupla vitória:
1. O Sporting venceu de goleada o adversário que segue imediatamente à nossa frente na classificação, tornando mais próximo o objectivo de acesso à Champions. Um adversário que alguns diziam que tinha melhor plantel que o Sporting, que o seu presidente "trolha" é um génio do negócio, que isto e que aquilo. Nem o maior clube da cidade de Braga sabe os admiradores fervorosos que tem cá por baixo.
2. Num só jogo, o Sporting fez crescer o plantel duma forma que poucos conseguiriam prever, eu incluído. Esgaio fez a melhor exibição pelo Sporting desde que voltou do Braga, St.Juste esteve soberbo nos 90 minutos e teve uma assistência para golo, Fatawu demonstrou ser uma alternativa mais que válida para ala esquerdo, Chermiti esteve irreconhecível obviamente para melhor, pelo menos para mim. Grande trabalho de laboratório de Amorim nos últimos meses pós-lesão de que ninguém deu conta.
E como só o Paulinho é que tem de marcar golos para ser um bom ponta de lança, então temos ali um ponta de lança de qualidade que só mesmo Amorim sabia que existia.
Some-se a isto os bons desempenhos de Tanlongo no lugar de Ugarte e de Arthur no lugar de Edwards e temos mesmo de olhar para o plantel com outros olhos.
Melhor em campo? Marcus Edwards, pelo golo que marcou e pelas incursões em zonas interiores que protagonizou, extremamente perigosas para a defensiva contrária, e sempre solidário na acção defensiva (mais uma vez o dedo de Amorim a funcionar) mas todos os outros estiveram muito bem, com excepção dum tristonho Trincão. Que se passa contigo, rapaz, que estavas tão bem há um par de meses?
E agora? Agora é ir ganhar a Vila do Conde, tal como fizemos para a Taça da Liga. Mas não vai ser fácil.
Jogo a jogo lá chegaremos ao objectivo.
SL
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