A tristeza arrasta-se há muito. A falta de vontade, por constatar ser absolutamente inglório querer chamar a atenção para o que se passa, também não ajuda.
Informo, sem entrelinhas, a quem possa interessar, que a 31 de Maio Paulo Poejo entregou as chaves da (E)AFS – Algarve. Ocupou, de Agosto de 2020 até à data indicada, o cargo de responsável máximo pela, outrora, pequena Academia de excelência. A Paulo Poejo desejo, sinceramente, boa sorte. É - para mim e de longe - o menos responsável pelos resultados alcançados e que decorrem das alterações introduzidas.
A quem possa interessar, fica a actualização.
O mais que poderia ter para dizer continuará, por ora, silenciado.
Tristeza. Muita tristeza. É o que sinto há muito tempo.
Diz o jornal Record de hoje que Flávio Costa é o mais recente reforço do Departamento de Recrutamento (ou Scouting) do Sporting Clube de Portugal. Era o Director de Recrutamento do Futebol Clube de Famalicão.
Foto: zerozero
Não deixa de ser surpreendente que tendo sido despedido Nuno Mota, coordenador operacional de recrutamento, áreas de que se ocupava conforme fotografia infra
*
e no âmbito de um despedimento colectivo noticiado a 13 de Janeiro de 2021 motivado, dizem, pelas dificuldades trazidas pelo contexto pandémico que se conhece, e sem que as condições estruturais se tenham alterado, o Sporting Clube de Portugal tenha reunido condições para fazer uma contratação desta natureza e calibre.
Bruno Mascarenhas dizia numa sua crónica n' O Leonino que os despedimentos de Carlos Bruno e Nuno Mota teriam uma natureza "política" e que Tomaz Morais e Paulo Gomes andavam na Academia Sporting a atropelar-se.
A mim, só interessa que não atropelem o Sporting enquanto se movimentam todas as peças e mais algumas na esperança de que se ajustem ao, se calhar, desajuste natural que alguns revelam desde sempre.
Uma grande cadeia de Hipermercados tinha, há alguns anos, uma política de recrutamento muito interessante: colocava os futuros gerente de loja em lugares de estágio em lojas nas quais não iriam assumir funções de chefia. Findo o estágio, assumiriam funções de chefia em loja por onde não tinham passado enquanto aprendizes de chefes. Fico a perguntar-me se no Sporting não se fará ao contrário: será que não se contratam directores que aprendem o que deviam saber à partida, com quem já lá estava, de seguida, elimina-se quem já lá estava e contrata-se quem já poderá, eventualmente, olhar para as chefias como habilitadas para o exercício de funções? É uma dúvida que, quem sabe, um dia, consigo dissipar.
Será que este novo colaborador vem assumir as funções de André Gomes na AFS Algarve? Este último, esteve connosco de Agosto de 2020 a Fevereiro de 2021.
Será que virá para coadjuvar os prospectores internacionais anunciados recentemente?
O futuro próximo certamente dirá.
Edição * Foto: parede de uma sala de espera que existe na Academia Sporting. Sala de espera que se encontra antes de se entrar para o backoffice, área pública portanto.
Enquanto a ‘desenvoltura cognitiva’ prometida pelos mais recentes prospectores de talento para os do Leão Rampante não se manifesta, também, no argumentário dos que aqui vêm de forma militante pôr a tónica em parte do trabalho desenvolvido pela Direcção de Frederico Varandas, gostaria de sugerir que não perdessemos de vista dois aspectos fundamentais.
Primeiro:
- a avaliação que já é possível fazer do trabalho que é da responsabilidade total da actual Direcção, seja pela sua acção directa, e assumpção pública, e indirecta, por via dos escolhidos para assumir pastas.
Sugiro alguns critérios: as contratações feitas por Frederico Varandas, o seu impacto na equipa A, a facilidade com que os colocámos noutras equipas, os valores/condições pelos quais foram emprestados e/ou vendidos.
Sim, alguns jogadores foram herdados. E sobre outros ouvimos que não iriam falhar, [olá Vietto, adeus Vietto], e, mais recentemente, Sporar que afinal de contas não falhou, tal como vaticinava o nosso presidente. O Sporting é que decidiu abrir a porta à venda do seu passe. Semântica, diria eu. Manifestação de desenvoltura cognitiva, talvez?
Pergunto: a julgar pela discrepância dos valores envolvidos nas contractações efectuadas nas duas primeiras épocas e nesta última, bem como os planos de pagamentos tornados públicos, os que se falharam e os que serão honrados por quem assumir o próximo mandato à frente da Direcção [olá 'Paulinho'], teríamos mesmo verbas para ir buscar jogadores que não à nossa formação?
Já todos sabemos que o próximo mercado será determinante, a campanha desenvolvida na Europa – todos sonhamos que na prova rainha – a revelar muito do que será a verdadeira política desta Direcção. Não será novidade para ninguém que aumentando o grau de exigência daquilo que é preciso apresentar em campo, e sendo expectável que a verba disponível para investimentos no plantel seja superior à da desta última época, a tentação para contratar jogadores já consolidados aumente, a pressão de empresários para colocar jogadores “estagnados a carecer de montra”… siga igual caminho. Espero, desejo aliás, que nos seja possível manter o rumo e que os jogadores da formação não percam espaço. Não é crítica antecipada a Frederico Varandas, é perceber que são as dinâmicas próprias das diferentes realidades. Hoje vivemos uma, se tudo se mantiver de feição, a partir de Maio de 2021 passaremos a viver outra.
Segundo:
- a aposta de sucesso no produto da nossa formação que tanto nos enobrece e lisonjeia, acontece num contexto altamente específico, e em que parte dele, se não é quase irrepetível, será difícil de mimetizar; os jovens jogadores foram integrados no seio de jogadores mais experientes, cujas carreiras se encontra(va)m num ponto em que dificilmente aspiram a mais do que à oportunidade de ainda ter espaço numa equipa que (ainda) lhes permita calçar em cenários europeus. Adan, Feddal, Antunes, João Pereira, Luís Neto e até Coates, estão à procura de dar o salto para onde, excepto (alguns) para os quadros formativos do Sporting? Compreendemos a importância deste caldo na gestão da (natureza da) competição que existe no balneário gerido por Rúben Amorim? Admito que, com algum esforço, possamos ainda assim mais facilmente replicar a aposta em jogadores com este perfil e que todos estes, à excepção de Coates, chegaram pela mão da Direcção de Frederico Varandas.
O que também parece escapar à observação da generalidade dos Sportinguistas, mas especialmente aos que, preocupando-se em evidenciar o mérito da Direcção de Frederico Varandas, tornam-se verdadeiros "propagadores exaustivos das mesmas ideias-chave (não por acaso, insistem em manter a atenção na actual coqueluche, o mobilizador Rúben Amorim, e naquele soft spot tipicamente leonino: a expressiva utilização dos da nossa criação na equipa A)", é que estes jogadores lá chegaram, à equipa A, com base num critério de selecção e metodologia de trabalho a cargo de colaboradores que ou já não estão no Sporting ou estão, mas com um raio de acção diminuído.
Uma coisa é falar, quando não papaguear chavões, de que é exemplo a referência contínua à importância da estabilidade. Outra, bem diferente, é proporcioná-la. E, neste domínio, vejo estabilidade em dois postos: os de directoria da Academia Sporting. De resto, entre treinadores mais conhecidos, a menos conhecidos, a coordenadores, a especialistas em rendimento físico, a lista – do que estão do lado de fora – é já extensa. Dos escolhidos e dispensados por Frederico Varandas e dos que já lá estavam, com obra feita e resultados mais do que apresentados, demonstrados, e estão agora, também eles, do lado de fora.
Se Maio de 2018 trouxe uma cadeia de acontecimentos que nos deixou sem chão e obrigou a todos a olhar para a tão amada Academia com atenção, Agosto de 2020 tornou incontornavelmente claro, para mim, que sabemos, Sportinguistas mas sobretudo sócios, muito pouco sobre o que se passa na Academia Sporting, extra aquilo que se escolhe comunicar para o grande público. Entre o que não convém que se saiba, ao que se sabe parcialmente, ao que se comunica a partir de um período temporal que serve o propósito de (tentar) fazer brilhar os que no momento mandam, lembrei-me do filme The Truman Show. Não gosto da sensação que me provoca. Gosto ainda menos de pensar em quais poderão ser as consequências destas mudanças ainda que, claro, aprecie desenvoltura cognitiva. Convém é melhorá-la naqueles que põem a difundir o guião.
Dizia, e mantenho, que não acho que seja uma questão que se circunscreve a Frederico Varandas. Diz quem vive a realidade por dentro que tem persistido uma política de gestão da Academia Sporting que assenta predominantemente na "imposição" de "homens fortes" vindos de fora da estrutura, trazidos a cada mudança directiva e que em nada tem beneficiado a tal 'estabilidade' tão necessária à consolidação de processos.
Ora, vejo, também por ter tido oportunidade de reunir elementos que ajudam a ler nas entrelinhas, sinais de alarme que, infelizmente, se têm avolumado e que gostaria que a entrada de Paulo Noga pudesse ter sanado. Tenho dúvidas de que assim seja, ainda que não duvide, até por disso ter recebido nota de diferentes quadrantes, que 'é forte' e 'competente'.
Receio, contudo, que possa ser dificil assumir realidades desagradáveis, por implicar a assumpção de falhas de apostas muito pessoais que, infelizmente, são-no mais do que deviam. Pessoais. Deviam ser mais profissionais. Profissionais, despojadas (o mais possível) da dimensão pessoal que tende a conduzir para a autopreservação.
É por tudo isto que alimento a esperança de que haja quem queira e possa desenvolver um modelo que nos permita a "autonomização" da Academia Sporting, de uma forma que se torne menos permeável às oscilações trazidas pelas Direcções. Direcções, quem quer que seja que as encabece. Pelo Sporting. Mais pelo Sporting e menos pelos que estão a geri-lo e querem, tipicamente, manter-se nessa posição.
Não me deixo deslumbrar por 'resultados'. Privilegio 'processos'. Sei também que bons resultados agora alcançados, resultam de processos, na sua forma conceptual e material, que não têm a impressão digital da Direcção em exercício. Sempre assim foi e será. Sei que há resultados já alcançados que resultam de processos, na sua forma conceptual e material, que têm a impressão digital da actual Direcção, e não são positivos. No domínio das contractações de jogadores e técnicos, e mesmo formativos.
Sei, que há muito que nos interessaria saber que dificilmente nos chegará pelos órgãos de comunicação do Clube. Que, sabemos todos, são na verdade boletins informativos ao serviço das Direcções. O meu ponto de não retorno? A entrevista de Tomaz Morais ao Jornal Sporting que aqui partilhei e, mais do que isso, contrastei.
Como é que se autonomizam órgãos de comunicação de um clube, a favor dos sócios sem que se tornem um contra poder nas mãos de quem quer chegar ao poder? Não sei.
Mas sei que é preciso saber ler nas entrelinhas e que essas são muitas vezes, para a maioria, raras oportunidades. Quase nunca se apresentam.
Gostaria que soubessemos todos mais. Gostaria que não precisassemos, tantos e tanto, de saber ler nas entrelinhas. Acima de tudo, e no fundo, gosto das nossas estrelinhas. As que já o são e as que para lá caminham (devem). Não gosto, mesmo nada, de sentir que temos de estar atentos às entrelinhas.
Gosto mesmo muito do Sporting. É por isso que vos deixo estas linhas. Espero, a bem das nossas estrelinhas, que saibam todos ler nas entrelinhas. A tempo de assegurarmos o melhor... para todas as nossas estrelinhas. Sem entrelinhas.
«(...) o diretor desportivo da NF Academy, João Plantier, também louvou o acordo. "Descobrimos inúmeros atletas através dos programas que levamos a cabo e para o Sporting acaba por ser uma vantagem muito grande conhecê-los antecipadamente", vincou, corroborado por Gonçalo Nunes, igualmente responsável na NF Academy: "Há uma que achamos muito importante: a capacidade de disciplina. São jogadores muito focados e cognitivamente desenvoltos. Além disso, têm uma capacidade de assimilação, desenvolvimento e de potenciar o que já apresentam muito grande. Isso acaba por contrastar um pouco com o jogador português e pode trazer benefícios.»
A notícia saiu no Record, o negrito é meu e o sublinhado também.
Percebe-se assim melhor que a Equipa Selecção - composta por Paulo Moreira, Luís Branco, Nélson Barbosa, Akil, Libânio -, responsável por deslocar-se pelo país em visita às várias AFS e fazer o acompanhamento longitudinal dos talentos que lá temos, de maneira a tentar minimizar o erro na hora de escolher os jogadores que integravam as AFS e Academia de Alcochete, tenha sido dissolvida ainda em 2020. Também poderíamos eliminar as AFS, não? Parecendo que não, acabámos de estabelecer uma parceria (pro bono, certamente; não sendo pro bono ficará mais em conta, acredito eu) com especialistas no mercado escandinavo que, notem, detectam jovens jogadores cujas capacidades cognitivas se sobrepõem, ou melhor, "contrastam" (em bom), com as do jogador português...
Estes jogadores, cognitivamente muito "desenvoltos", com uma "grande capacidade de assimilação e de potenciar o que já apresentam" (palavras da NF Academy) quase nem precisarão de ser trabalhados (digo eu). Já chegam prontinhos, provavelmente. Que bom!
Acreditem na formação, estejam atentos à formação que o Sporting tem muito talento na formação e de mim, podem esperar tudo por este Clube.
Aurélio Pereira e Gonçalo Simões Dias
As palavras são de Gonçalo Simões Dias jogador que muito recentemente assinou contracto de formação com o Sporting Clube de Portugal o que, em termos práticos, significa que integrará uma equipa na nossa Academia, em Alcochete, e que não só já havia sido destacado, aqui, no És a Nossa Fé, como foi apresentado como central de 2006 de grande classe, jogador de enorme qualidade técnica e dimensão física.
Diz a voz off da peça apresentada pela Sporting TV (na qual se comunicava a assinatura deste jovem jogador) que veio da Academia Sporting do Sul do País. Digo-vos eu que este jogador fez apenas umjogo treino pela AFS – Algarve e participou apenas num torneio organizado pelo então responsável máximo pela AFS – Algarve, torneio este disputado por: Sporting Clube de Portugal, Linda-a-Velha, Quarteirense, Armacenense e Padernense. Gonçalo Simões Dias esteve integrado, sim, no Padernense Clube**, clube ao qual pagamos para utilizar as instalações e onde acontecem os nossos treinos (AFS – Algarve).
O caminho é longo, este é apenas mais um pequeno passo, mas o Gonçalo é produto, sim, da teimosia e know-how (perdoem o anglicismo) feito de experiência acumulada de um ex-colaborador nosso. Homem que desafiou o cânone e ousou encontrar uma alternativa à rigidez estéril.
Esclareço: até aos 12 anos os jogadores são integrados nas AFS e a partir dessa idade, ou integram a Academia em Alcochete ou não preenchem os requisitos para treinar num Clube como o Sporting e são convidados a procurar outras solucções (o Sporting mantêm-os, ainda assim, em observação). Há quem, na área da formação de talentos, saiba que alguns jogadores revelam qualidades que nos interessam depois desse limite rígido. Foi com base nesse conhecimento empírico que João Nunes juntou vários jogadores com 12 anos que não interessavam ao Sporting Clube de Portugal, Sport Lisboa e Benfica (proveniência do Gonçalo, dispensado do Seixal) e a outros clubes, 13 anos em situações em que só o treinador acreditava, 14 anos apenas em condições muito excepcionais, e criou uma equipa em parceria com o Padernense. O Padernense pagou todas as despesas inerentes à existência desta equipa, competindo a mesma com as suas cores, constando Simão Mendes como treinador na ficha de jogo, e João Nunes treinou-a de forma pro bono, com um compromisso assumido: em caso de sucesso, seriam jogadores a integrar no Sporting Clube de Portugal. Foi a forma que encontrou para aumentar a possibilidade de “descobrir” (trabalhar) talentos para os do Leão Rampante para além das imposições ditadas pelo cânone e… pela sua folha de vencimento e orçamento nunca ultrapassado.
No caso do Gonçalo, a Glória é ainda maior já que depois de os técnicos do Seixal dispensarem o jogador, só os responsáveis pela formação do Sporting, no Algarve, acreditaram no seu potencial e, acresce, que jogador e pais deram um verdadeiro salto de fé: se quiserem que o Gonçalo seja um jogador “normal”, que continue a lateral e extremo [posições em que treinou/jogou no Seixal]. Se quiserem excelência têm de deixar-me treiná-lo a central.
Gonçalo Simões Dias, 15 anos, central, tem hoje em Gonçalo Inácio a sua grande referência.
O caminho é longo, este é apenas mais um pequeno passo, mas o Gonçalo é produto, sim, da teimosia, trabalho árduo e know-how (perdoem o anglicismo) feito de experiência acumulada de um ex-colaborador nosso e de um outro que ainda o será. Digo, ainda o será, já que neste período sombrio, prenhe de incertezas, não se sabe quando a implacável pandemia poderá alargar o raio de consequências condensado no despedimento colectivo de todos conhecido.
Já se sabe que, ser bom, muito bom, ter provas dadas ao serviço do Sporting Clube de Portugal, pode não ser suficiente para assegurar que um colaborador se mantem ao serviço… do Sporting Clube de Portugal.
Diz a peça escrita que João Simões, outro jovem jogador que assinou contracto de formação com o Sporting, nos chegou vindo do Portimonense. João Simões fez a sua formação inicial no Portimonense. É, dentro do universo Sporting, o chamado jogador de fim-de-semana. Ou seja, durante toda a época 2018/2019, treinou sempre na Escola Academia de Formação Sporting Algarve (AFS - Algarve), rumando a Lisboa, ao Pólo EUL, ao fim-de-semana, para competir. Situação que se repetiu durante a toda a época 2019/2020, até ao confinamento. Também João Simões já foi apresentado aqui, no És a Nossa Fé: 8, que pode ser um médio de cobertura também.
Há um terceiro jogador que aqui, no És a Nossa Fé, foi apresentado como Afonso Cunha, que se intitula 'Afonso Cunha' no seu perfil de facebook, que se chama Afonso Atanásio Cunha, e que foi apresentado pelo Sporting Clube de Portugal como ‘Atanásio Cunha’ aquando da assinatura do seu contracto de formação em Janeiro último. Foi, aqui, no És a Nossa Fé, dado a conhecer como central, pé direito, posição 3 e na condição de aluno de uma EAS resgatado numa captação do FC Porto.
Desengane-se quem pensa que esta é uma iniciativa para glorificar João Nunes. João Nunes é, muito infelizmente, navio quejá zarpou. Este texto tem por objectivo constituir uma dupla actualização e um renovado agradecimento. Um follow-up, se preferirem e, claro, para aqueles que privilegiam a utilização de anglicismos. Parece nota dominante, nos dias de hoje, anglicismos e frases inspiracionais. Para alguns, dois pilares fundamentais, diria mesmo. Para outros, a formação tem mais de transpiração (muito trabalho) do que de inspiração.
Infelizmente, para além das boas notícias que exponho acima, volvidos seis meses, nada mais de positivo tenho para partilhar na sequência dos três textos que aqui foram apresentados a 2, 3 e 8 de Agosto de 2020. Versavam ‘Formação de Talentos’ e a situação específica da ‘Escola Academia de Formação Sporting Clube de Portugal – Algarve (AFS – Algarve)'.
Pese embora o aumento da despesa feita com as condições proporcionadas na AFS - Algarve, que se traduziu no aumento de técnicos (curiosamente, André Gomes, de Portimão, que em tempos fez formação no Pólo EUL, e foi admitido em Agosto de 2020, já nos deixou), no oferecer de equipamentos do Sporting aos irmãos de jogadores nossos e… na disponibilização de um número de telemóvel e de e-mails para os quais os pais poderão dar nota de situações que lhes mereçam reparo (anteriormente, o element de liaison entre pais/encarregados de educação e "Sporting" era um ser-humano), os pais referem que as condições trazidas por Paulo Poejo, o agora responsável máximo pela AFS – Algarve (funções que desempenhava anteriormente, aqui), não estão a funcionar. Acrescentam que há quem relate alterações negativas muito visíveis ao nível da motivação para treinar e até ao nível do desempenho escolar. É em competição que muito do trabalho diário - feito nos treinos - é avaliado, é certo que as competições foram interrompidas, contudo, face ao que observam, as expectativas dos pais não são boas e, claro, o facto de ter sido feita a avaliação regular em Alcochete e, desta feita, nem um ai ter sido divulgado sobre o resultado da mesma, não augura nada de bom. Sim, é verdade que em teoria aos pais não é devida essa informação mas foi dos mesmos sempre conhecida e chegou a merecer ampla cobertura pelos órgãos de comunicação do Sporting Clube de Portugal, nomeadamente através da Sporting TV. Infelizmente, rumor has it (é outra vez aquilo dos anglicismos super cool, sabem?) que os pais têm razões justificadas para preocupações. Não nos esqueçamos, também, que todos os jovens jogadores de norte a sul do país estão sujeitos às limitações trazidas pela pandemia, daí que dificilmente se poderá apontar ‘efeito da pandemia’ como causa maior ou única, para justificar alterações negativas. Sobretudo, quando as alterações são… grandes. Mesmo muito grandes.
Actualizações feitas, uma dor de alma maior do que o rio Guadiana ou do que um ou dois dos oceanos que nos separam daqueles que deram provas de saber trabalhar talento futebolístico, passo ao agradecimento aos membros da estrutura invisível que ao longo dos últimos muitos anos asseguraram a Glória que o Sporting tem conseguido alcançar, no fundo, aqueles cujo trabalho tem permitido que o Sporting Clube de Portugal esteja de pedra e cal.
A todos quanto:
- abandonaram situações laborais estáveis, prescindindo de direitos relevantes para abraçar funções no Sporting Clube de Portugal, dando provas máximas de competência e ainda assim foram dispensados;
- pagaram do vosso bolso aquilo que em clubes rivais é pago ou estornado pelo próprio clube;
- prescindiram de férias, folgas, licenças de parentalidade (!) de maneira a proporcionar que fossem asseguradas as melhores condições possíveis a jogadores, ou ao próprio Sporting Clube de Portugal, e, pior, quando o fizeram sem que o Sporting sequer vos pagasse um vencimento;
- disponibilizaram gratuitamente as vossas viaturas* para serem percorridos inúmeros quilómetros a favor da observação de jogadores que poderiam interessar ao Sporting Clube de Portugal;
- mudaram de área profissional quando nos deixaram, para não vermos a vossa expertise ao serviço dos nossos adversários (profissionais de craveira, país pequeno, 3 clubes grandes...);
- mudaram de país e/ou de continente para não vermos a vossa expertise ao serviço dos nossos adversários (profissionais de craveira, país pequeno, 3 clubes grandes...);
- após anos de trabalho meritório, viram-se ultrapassados por colaboradores recentemente chegados ao Clube sem que a qualidade do vosso trabalho declinasse;
- após anos de trabalho meritório, sem que a qualidade do vosso trabalho tivesse declinado, viram-se excluídos do Clube de uma forma em que os direitos acumulados possam ter sido franqueados;
- trabalharam o dobro por conta de indisponibilidades de última hora de privilegiados, e continuaram a trabalhar debaixo de intenso sol, chuva, quando o hotel onde estavam instalados deixava muito a desejar (por contraponto a quem ficou no aconhego do seu lar), enquanto outros estavam (coitados) privados de trabalhar porque a VPN estava indisponível;
- trouxeram verdadeiras pérolas da formação, nacional e estrangeira, à Academia Sporting para verem o vosso parecer abalroado por especialistas e directores nossos, e estas mesmas pérolas ao serviço de outros clubes (arqui-rivais ou mundialmente muito reconhecidos);
- não se calaram, não se deixaram intimidar, não deixaram de tecer considerações úteis ao Clube, pondo a vossa permanência no Sporting Clube de Portugal em risco, já que ao fazê-lo, poderiam estar a demonstrar/mostrar a inadequação de medidas e, por arrasto, a impreparação de superiores hierárquicos...
a todos, o meu reconhecidíssimo agradecimento e sinceríssimos votos de enormes felicidades, também profissionais.
Antes de concluir, a correcção de uma imperdoável omissão. Publico hoje o rosto de um elemento da estrutura invísivel que nos deixou recentemente: o de Nuno Mota (16 anos ao serviço do Sporting Clube de Portugal): coordenador operacional de recrutamento do futebol de formação.
Imagem: Sporting TV, Fevereiro de 2020
Termino, com imagens. As de Bernardo Busatori, reconhecido talento inato, exactamente como gosto de vê-lo, e onde só quero vê-lo: ou lá no alto (de troféu nas mãos), ou connosco aos seus pés. É a única posição em que admito ver talentos inatos que nos são confiados e que só aparecem a cada muitos anos.
(1)
(2)
Imagens 1, 2: Bernardo Busatori e José Peseiro, Torneio Professor José Peseiro 2019, daqui.
* Em alguns casos, existe a possibilidade de pagamento de uma pequena quantia (por ex. 100€) quando são transportados jogadores para a AFS.
**Edição: Padernense Clube em vez de Padernense Futebol Clube
*** Edição de 14 de Abril: nome de atleta: Atanásio Afonso Miranda Cunha, tal como figura no site zerozero nesta data.
lavagem. Das mãos, de alma, da tristeza e de... mais uma coisinha ou outra.
Venham de lá as realizações que tristezas não pagam dívidas e a que existe ao SCB, parece não só estar quase liquidada, como o estará a contento. Que bom!
Enquanto alguns de nós digerem a capa e entrevista de Adrien ao jornal A Bola, chamo a atenção para este pormenor de Bernardo Busatori, jogador Sporting Clube de Portugal via AFS - Algarve.
Com a saída de João Nunes da AFS - Algarve, a Direcção da Academia Sporting Clube de Portugal não deu o flanco. Escancarou-o.
Se este e outros pequenos craques (em potência) que foram ferozmente disputados saírem para os rivais a responsabilidade não é nem dos jovens atletas, nem dos pais. É de quem não quis corrigir um enormíssimo erro cometido.
Venha até à região, Senhor Presidente. Fale com os pais. Diga-lhes que ficou zangado (tem parcialmente razão). Tem contactos no C.F.T. - SLB? Óptimo. Use-os. Inteire-se do que está a ser dito sobre o Sporting Clube de Portugal. E, pior, temos de reconhecer todos que têm razão.
O escolhido pelo Director da Academia para gerir as 5 AFS? Saiu para o Scouting do Vitória de Guimarães. Nada mau, para um profissional que esteve a coordenar toda a nossa formação de, passo a redundância, toda a região norte. Já agora, antes ainda de nos ter deixado, há registo de meninos das AFS Porto, Braga, Aveiro ou Coimbra saídos para o Vitória de Guimarães? Se sim, quantos? Soubemos a tempo de tentar retê-los?
Vai corrigir a enormidade cometida na AFS - Algarve, já, mitigando parte do impacto negativo desta sua, por arrasto, decisão, ou vai ser preciso a reputação do Sporting Clube de Portugal ressentir-se ainda mais, os atletas debandarem e perdermos domínio, outra vez, para o Benfica?
Tem noção de que quem vem substituir João Nunes recebe uma herança pesadíssima? Acha que vai ser fácil manter o nível alcançado por João Nunes? Acha que os meninos vão sentir por alguém que nunca viram na vida o que sentem por João Nunes? Acha que é coisa para pegar de estaca? Sabe o que é que proporciona condições de melhor desenvolvimento nestas faixas etárias?
E já agora, Senhor Presidente, nesta mudança, o Sporting manteve o caderno de encargos ou aumentou-o? Se, porventura, tiver aumentado, e se quem vem não mantiver o nível, como é que vai explicar o aumento de custos para fazer pior e quando foi dissolver uma estrutura que estava comprovadamente a dar óptimos resultados?
Senhor Director da Academia Sporting, emende a mão. Gosta do Sporting? Tem estima pelo Presidente que o escolheu? Atalhe caminho e seja você a dizer ao Presidente que é para emendar.
Se por um momento pensa que a saída de Luís Morais estancou o coro de contestação ou que as pessoas ficaram satisfeitas, pode muito bem estar enganado. Silêncio, pode muito bem significar latência. Dormência. Entorpecimento. Desânimo. Tudo o que não se quer que quem tem segurado o barco, sinta.
O ás de trunfo do Sporting têm sido as pessoas. São sempre as pessoas. O Às da AS (Academia Sporting) são as pessoas: a matéria prima e quem deu provas de saber trabalhá-la.
Emende a mão, Senhor Presidente. Ontem, era tarde.
A entrevista e capa d'A Bola podem chocar. Quero menos contexto para que capas destas surjam e a primeira responsabilidade que peço e pedirei sempre é ao Sporting Clube de Portugal.
Não quero perder nenhum destes craques em potência. Não seria perdê-los por mérito da concorrência, mas por completíssimo demérito nosso.
João Nunes, que recebeu uma proposta do SLB no início do ano, falou com a nossa estrutura, pediu uma melhoria que foi satisfeita (e mesmo assim ficou a ganhar menos do que se tivesse ido para o SLB) saiu para o Lusitano de Vila Real de Santo António, para não nos fazer concorrência. Isto, depois de ser escorraçado. O escolhido está no Vitória de Guimarães. Qualquer dia, já não estamos a morder os calcanhares só ao Braga.
Senhor Director da Academia Sporting, a responsabilidade maior pelo erro cometido será sempre sua. Se o erro não for emendado, a responsabilidade será toda sua, Senhor Presidente do Sporting Clube de Portugal.
"You and me we're goin' nowhere slowly And we've gotta get away from the past There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby But we should be goin' nowhere fast"
Velhote o suficiente para ter sentido alguns calafrios com a fantasia de rock'n'roll "Streets of Fire", dei por mim a recordar-me destes versos ao seguir as movimentações do Sporting para a preparação de uma temporada futebolística em que não dá sinais de poder melhorar a classificação final, embora acabe por ser fácil não repetir a sucessão de recordes negativos que fizeram dos últimos meses um amargo que foi da tareia na Supertaça à perda da entrada directa na Liga Europa.
Talvez por estar farto de ver a actual gerência a ir a lado nenhum devagar, talvez pela falta de esperança de que melhorem o desempenho ou de que tenham a seriedade de assumir o falhanço e criar condições para que os sócios encontrem um caminho novo, enviei ontem um mail a requerer o reembolso do valor da Gamebox relativo aos jogos que a Covid-19 me impediu de assistir "in loco", por muito que testemunhar o triste espectáculo no relvado e a mistura de apatia e de ódio sectário nas bancadas tenha sido uma experiência desoladora.
Pedi o reembolso das dezenas de euros que espero ver chegar à minha conta bancária, e aos quais tenho tanto direito quanto qualquer outro sócio, por acreditar que serão melhor empregues a pagar quotas, permitindo a subsistência das equipas das modalidades, do que a financiar os desmandos e negociatas ruinosas que persistem em ser urdidas pela SAD. Mas enviei aquele mail sobretudo por ter deixado de confiar naquela gente.
Espero que deixemos de ir a lado nenhum devagar, mesmo que como na canção do "Streets of Fire" – já agora, só para deixar uma nota positiva, a Diane Lane continua esplendorosa passados todos estes anos – até seja melhor ir a lado nenhum depressa. Como espero que os futebolistas e a equipa técnica do Sporting façam, apesar dos pesares e contrariando as estatísticas, criando uma bolha de esforço e dedicação no mar lodoso da incompetência que os rodeia e que não descansa enquanto não expulsar a boa moeda...
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