Agora que temos um querido a novo presidente da federação da bola, esperava-se que, não colocando em causa a independância, a autonomia e a liberdade de escolha do seleccionador/treinador, alguém dissesse ao espanhol que como um dos seleccionadores com o ordenado mais alto do mundo da bola, deveria escolher os melhores sem olhar a gostos pessoais (sou simpático ou não?) e fazer um pouco mais de esforço para os fazer jogar algo que se veja. Terefa impossível, já que como se viu com a selecção da Bélgica, onde com a melhor geração de futebolistas de sempre, desperdiçou talento e ganhou... Bola.
Ontem mais uma vez apresentou um futebol paupérrimo, sem chama, sem garra, cheio de equívocos, com uma toada baixa, lenta, premonitória de um fim angustiante em morte cerebral.
Manteve-nos na eliminatória Diogo Costa, que foi adiando o golo dos dinamarqueses com belas defesas. Mais valia ter deixado entrar aquela bola logo no início que parece ter sido premonitória do que seria o jogo. Talvez eles acordassem todos, treinador incluído e pudessem mostrar que sabem o que fazer dentro de campo. Mas não foi assim e foi demasiado mau o que todos os restantes fizeram, em contraste com a basófia que vão tendo de que são uma das melhores selecções do Mundo e com o melhor médio da Europa (careca dixit). Não basta marcar com os olhos, é preciso dar em cima, querer mais que os outros, mas com esta alminha a treinar, até já inventámos uma nova modalidade, correr a passo, que é assim uma coisa mais lenta que a marcha, no atletismo e onde eles não se desengonçam tanto, que há que manter a pose e o cabelo no lugar.
Domingo há mais em Alvalade e eu temo que com Hjulmand e Harder a jogar em casa, se o espanhol não mudar radicalmente as coisas, lá vai mais um prego para o caixão.
O que de bom se pode retirar disto? Trincão, Quenda e Harder, apesar de não treinarem com a equipa, não calçaram, podendo pelo menos descansar. O Inácio bem que poderia ter invocado um desarranjo intestinal, sempre teria evitado contribuir para aquele enorme fluxo no colector de saneamento.
Sem querer entrar de cabeça e submergir-me numa teoria conspirativa que não faz muito o meu género, parece-me que algo se passa em Alvalade e em Alcochete, que é onde funciona a oficina do futebol.
Não é normal tanta lesão muscular e de fadiga e com tanto tempo de recuperação. Não sou profissional da área, presumo que quem lá está diariamente seja competente, mas há qualquer coisa que me escapa, nesta aventura de se ir enfrentar o finalista vencido da última Liga dos Campeões, com menos sete titulares indiscutíveis. E destes, apenas um por castigo. Não pode ser apenas malapata.
Quem quer brincar à LC, tem que ter brinquedos para isso e o Sporting não tem, definitivamente, ferramentas para isso. Tem em qualidade, mas não tem em quantidade e quando a qualidade está ausente, não há qualidade em quantidade que chegue para dar a volta ao texto. Sabe-se que o treinador que iniciou a época quis um grupo pequeno de jogadores: O seu amigo director desportivo e o seu amigo presidente não foram capazes de lhe dizer que para se ganhar o dinheiro da LC é não apenas necessário ganhar internamente, mas fazer boa figura naquela competição? Que com esse dinheirinho é que se compram os melões e que se não houver esse dinheirinho, nós é que ficaremos com grandes melões? Nós o clube e os adeptos que passam anos e anos com a cabeça a inchar e lá muito de vez em quando alguém lhes faz uma purga que reduz o inchaço. Tão poucas vezes que a malta até parece vacinada.
Não querendo meter-me no trabalho do treinador, que fez uma excelente recuperação da fé dos adeptos na equipa, após o tiro no pé que foi João Pereira, pergunto por que raio (já havia acontecido no Porto) não entram os melhores de início, mesmo que só joguem meia parte? É que será talvez melhor para a equipa e para eles próprios, estarem todos frescos. Estarem dois frescos a partir da hora de jogo e os outros estarem de rastos, não ajudará muito à manobra colectiva, digo eu, que não percebo patavina de bola. Ou então se estão mesmo mal, que fiquem na bancada, pelo menos descansam a sério. Também se pode andar a esconder alguma coisa, mas como disse acima, teorias da conspiração não são a minha praia.
E agora que este assunto está, mal, resolvido (só temos que ir numa excursão a Dortmund um dia destes), vamos lá a ver se conseguimos arranjar forma de sermos campeões e de ganhar o graveto da entrada na prova para o ano e com isso contratar mais alguns brinquedos para ver se conseguimos não ser apanhados com as calças na mão, como esta época. E não foi por falta de aviso.
Vamos lá ao Arouca, que há três pontos para ganhar.
Agora tivemos RB com a garganta maior do que devia.
A humildade bacoca não vai muito com a minha maneira de ser, mas a contenção faz parte da minha vida e nunca gostei de quem arrota postas de pescada e limpa o sim senhor antes de defecar, que é como quem diz, de quem limpa o cu antes de cagar.
Curiosamente estes três exemplos sairam-nos caros.
Há coisas no entanto que não consigo entender:
Porque não começar com os melhores, procurando fazer o resultado que permitisse então fazer descansar quem anda mais cansado?
Porque não foi o GR Rui Silva inscrito? Não foi possível? Então que seja rapidamente.
Porque demora tanto a contratação de um gajo para defesa direito? Ou pretende-se até à exaustão fazer de Fresneda um jogador de futebol? Ou pretende-se depender de Esgaio que mais uma vez fez aquilo que sabe melhor fazer, isto é, merda da grossa?
Levámos dois golos caricatos, o segundo então a fazer lembrar dois que vimos ontem do outro lado da rua e levámos cinquenta minutos a começar a jogar à bola, apanhando alguns sustos pelo caminho e um olho de lince do VAR. Empatámos pelo suspeito do costume, mas depois de com cinco defesas contra dois atacantes deixarmos a bola entrar na baliza o jogo acabou, o que denota que anda tudo preso por arames.
Já aqui escrevi que é preciso investir. Até agora investiu-se num GR que não pôde ser utilizado num jogo imprtante nesta prova. Aguarda-se pela chegada do tão necessário DD, aliás por dois, que só um rapidamente rebenta, como os outros.
E vamos assim, com bazófia a mais e resultados a menos.
Quando falta o discernimento de Pinto da Costa a escolher jogadores, cito:
"Este é o Futre não é? Quem é que o descobriu?
[Pinto da Costa] "Fui eu. Um dia cheguei junto do Pedroto e disse: "Mister, hoje vi um jogador que vai ser um portista dos grandes".
Quando faltam as macacadas dentro e fora do campo, é mais difícil o FC Porto vencer. O Nacional mereceu vencer o jogo na Choupana apesar de ter sido prejudicado pela não expulsão de Rodrigo Mora. Há, no final do jogo, uma tentativa patética do árbitro e do VAR fingirem imparcialidade ao validarem o segundo golo do Nacional. Golo ilegal, agarrão e empurrão a Galeno, tentativa da arbitragem tentar desculpar um erro com outro.
Em Leiria empate entre Lage e Borges e direito à lenga lenga da cabeça levantada.
Às vezes andar com "a cabeça no ar" é o oposto de focar. Levantar a cabeça, como diria o pensador Jaime Pacheco: "é uma faca de dois legumes".
Para terminar, dois treinadores que estão a trabalhar no estrangeiro.
DERROTA DO ANO: 3-4 CONTRA O FC PORTO NA SUPERTAÇA
Àquinta tentativa, o FC Porto conseguiu enfim: a 3 de Agosto venceu o Sporting, conquistando a Supertaça, disputada no estádio municipal de Aveiro.
Vista do nosso lado, esta derrota soou a pesadelo. Estivemos a vencer por 3-0 e deixámos que os portistas conseguissem a reviravolta,triunfando por 4-3 já no prolongamento.
Nada fazia prever este desfecho.
Marcámos o primeiro logo aos 6', por Gonçalo Inácio. O segundo surgiu aos 9', por Pedro Gonçalves.
O terceiro - fantástico golo - aconteceu aos 24', pelo jovem Quenda, em estreia simultânea como titular e artilheiro da equipa principal. Justificando elogio, tal como Gyökeres: o sueco não marcou, mas fez duas assistências.
Aos 28', Galeno reduziu. Fixando o resultado ao intervalo: 3-1.
E depois? Acentuou-se onaufrágio defensivodo onze leonino, que assim se estreou da pior maneira na temporada oficial 2024/2025. Sofremos dois outros golos, aos 64' e aos 66'. Aos 101', consumou-se o descalabro.
Pecámos por desconcentração e excesso de confiança. A soberba é má conselheira - no futebol como na vida. Não afectou só os jogadores e a equipa técnica, mas muitos adeptos. Incluindo alguns imbecis das claques que ao minuto 36 ou 37 desataram a atirar tochas e a fazer estalar fogo de artifício como se tivessem ganho alguma coisa.
O nosso treinador esteve inexplicavelmente passivo: nem parecia ele. Ruben Amorim só se dignou fazer a primeira substituição aos 83': mandou sairTrincão, mandou entrar Edwards. Mera troca posicional, que nada alterou para melhor. Num desafio em que tivemos dois estreantes com prestação negativa: Vladan, com culpas no primeiro e no quarto golo; e Debast, envolvido em duas "assistências" à turma adversária.
Mas vale a pena acrescentar: foi a única vitória do actual treinador portista, Vítor Bruno, contra a nossa equipa. Depois disso o FCP já nos defrontou duas vezes - e perdeu sempre, tanto para a Liga 2024/2025 como para a Taça da Liga, em que foi eliminado pelo Sporting.
Quatro é um número curioso. Nos relógios que usam numeração romana até se escreve IIII em vez de IV, tem uma explicação qualquer que não é para aqui chamada, mas ajuda quando a gente quer responder a quem nos pergunta quantas derrotas seguidas tem o João Pereira à frente da equipa principal do Sporting. É que assim serve apenas uma das mãos, basta encolher o polegar, aquele que há um mês servia para "amandar um ganda fixe" quando nos perguntavam como estava o Sporting. Já viram se tivéssemos que responder "à romana", teria que ser com as duas mãos e o "pai de todos" não poderia ser mostrado com veemência aos que por ora nos vão gozando.
Quatro são também os lados de um losango, aquilo que tem sido o arremedo de "fio de jogo", ou falta dele, apresentado pelo aprendiz de treinador que em tão má hora o presidente decidiu promover a principal. Eu de Principal só gostava da Vitória, que como se constata pelo visto nos últimos quatro jogos, se pirou de Dallas, "pardá-las", as vitórias, aos nossos adversários.
Hoje até nem sequer se pode falar de falta de eficácia, aos seis minutos, ou VI se quiserem, já Geny num remate do Catamo a tinha mandado beijar o véu da noiva, mas depois aquilo deixou de carburar, tanto que até contagiou o VAR, pareceu-me. Também me pareceu que com os nossos a jogar sem treinador, ou com o Paulinho no banco vá, aqueles Manneken nem uma pinguinha mijariam fora do penico.
Mas num jogo disputado numa cidade apelidada de Veneza belga, meter água até foi natural, como natural começa a ser o viking não rematar à baliza. Também com o raio da falta de esquadria do malfadado losango, onde queriam que a bola fosse parar?
E por falar em parar, quando é que se pára esta desgraça?
*"Depois de quatro derrotas seguidas o próximo passo é melhorar". Eu diria que estamos à beira do precipício, só nos falta um passo em frente.
Mais uma voltinha, mais uma viagem, com o outro era uma viagem de sucesso, com este uma viagem de fracasso.
Um onze improvisado, mais uma vez o maldito losango na zona central, com o pior defesa dos três no lado direito a titular, com o habitual ala direito a interior esquerdo, um par de médios a jogar ao lado um do outro que nem entravam no ataque nem ajudavam na defesa, e Gyokeres a fazer de Paulinho. A machadada final foi a entrada do pior ala direito para ala esquerdo, que ofereceu a derrota ao adversário.
Durante todo o jogo em Brugge não houve uma única jogada de combinação nas alas, uma desmarcação do interior nas costas do defesa que saia ao ala, nada. O desgraçado do Catamo que fintasse o primeiro, e o segundo e depois o terceiro, o Trincão a gozar o espectáculo. O Quenda nem isso, vagueou pelo terreno.
Entrámos no jogo a ganhar e perdemos mais uma vez. João Pereira acha que continuando no tal losango maravilhoso que paira na sua cabeça para a próxima será diferente. Se calhar não vai.
Assim, vamos ver o que vai acontecer em Alvalade no sábado. Quem começa a ter a cabeça em risco, inimigos tem muitos e a oportunidade finalmente apareceu, chama-se Frederico Varandas. E essa turba de letais e ultras quer ver o Sporting a arder.
João Pereira já não existe como treinador, anda por lá.
Se lá estivesse eu não faria pior. Pelo menos deixava fazer aos jogadores aquilo em são bons.
Qual foi o jogador que cresceu com João Pereira? Zero.
Resultado honroso para o Sporting: perdeu em Brugge, contra a equipa local, apenas por 1-2.
Honroso porque este continua a ser um onze sem treinador. Aliás, sem equipa técnica. Vejo uns senhores sentados no banco, mas nenhum deles é treinador.
João Pereira é pálida imitação. Nem anda lá perto.
Os jogadores esforçaram-se e conseguiram. Acabam de superar mais uma marca esta noite: quarta derrota consecutiva. Só dois remates à baliza, incluindo o do golo solitário.
Balanço arrepiante: três golos marcados e dez sofridos nestas quatro partidas.
Há 12 anos que não nos acontecia.
E nunca um alegado técnico da nossa equipa principal, até hoje, tinha registado quatro derrotas nos primeiros cinco jogos.
Talvez isto não seja derrocada. Mas, com franqueza, não sei que outro nome lhe chamar.
É muito raro num grande clube um treinador vir da equipa secundária para a principal e ter sucesso imediato, há o caso do Bruno Lage no Benfica e pouco mais, mas aí estamos a falar de alguém com mais de duas décadas de experiência prévia como adjunto e nas camadas jovens.
Ainda assim, como vários de nós referiram na altura, a escolha não era totalmente descabida. João Pereira já estava na casa e tinha a vantagem de conhecer a equipa, a táctica, e de estar estar a ter um excelente rendimento.
Por isso, é uma proeza assinalável colocar uma equipa a render tão pouco em tão pouco tempo. Há as atenuantes da arbitragem e das lesões, mas se formos a ver, Ruben Amorim também teve sempre vários jogadores lesionados esta época e a equipa manteve sempre um rendimento alto.
É por demais evidente que João Pereira não está preparado para o nível do Sporting. Isso nota-se em pormenores como as suas opções para 11 (é sintomático que Matheus Reis, a epítome do jogador mediano, tal como o era João Pereira, tenha sido titular neste dois jogos), nas substituições, na sua linguagem corporal no banco, meio perdido e em pânico, nas suas declarações nervosas e atabalhoadas, na dramática quebra de rendimento de quase todos os jogadores, nas falhas individuais e colectivas dos mesmos e, acima de tudo, na sensação que perpassou nestes dois jogos de que, a partir do momento que a equipa se encontrou a perder, esta não teria capacidade de virar o resultado.
Acredito que, tal como Frederico Varandas disse, João Pereira esteja num grande clube europeu daqui a quatro anos, mas acho que será a fazer uma daquelas visitas turísticas ao estádio e ao museu, e não a treinar um deles.
Amorim já lá vai. Varandas não pode continuar a recorrer ao único sucesso que teve como treinador principal e ignorar todos os outros que escolheu para a posição, qual deles o pior.
Como se viu no passado, a teimosia e inacção do Presidente vão fazer com que João Pereira fique mais tempo do que devia, por isso só nos resta esperar que este demita primeiro. Para tal, penso que uma derrota em Brugge será a melhor coisa que nos pode acontecer.
É triste admitir isto, mas é a realidade que temos.
Depois é ir ao mercado buscar alguém com experiência e capacidade. Não haverá nenhuma solução perfeita, mas quase todas elas serão melhores do que João Pereira.
Tive que respirar devagar três horas para conseguir vir aqui dizer o que me vai na alma, sem ofender a mãe de ninguém.
A ver: A bem dizer a gente não joga um pirafo. A confusão na cabeça do treinador é tanta que há um conflito interior entre aquilo que os jogadores querem fazer e que estão habituados a fazer e aquilo que o treinador e aquele adjunto patético* lhes mandam fazer.
Começámos o jogo a ganhar e acho que todos pensámos que o mais difícil estava feito, era manter com calma e assegurar uma vitória vital para a época. Depois fomos vítimas de mais um inteligente que marcou uma falta que não existiu e na sequência, com um cabeceamento de mais de 20 metros, o Moreirense meteu-a lá dentro. Foi um cheiro a frango assado que parecia a Casa dos Frangos de Moscavide aqui na sala. E eu a seco. Ao contrário da nossa defesa, que meteu água a toda a força.
Nem se pode dizer que o adversário estivesse a jogar muito, nós é que continuávamos a insistir em não jogar a ponta de um corno.
E do nada o Geny entendeu oferecer uma bola a um dos deles, que sabendo quem estava na nossa baliza pensou "é já daqui" e se bem o pensou, melhor o executou e com o pé que tinha mais à mão "amandou-a" lá pra dentro e aqui na sala deixou de se poder estar, tal o barulho do cabrão do perú que o vizinho comprou para embebedar no Natal, gémeo do que ofereceu o nosso GR, sobre o qual o adjunto do João Pereira disse não ter visto fazer nenhuma defesa (* acima, viram?). Pudera, as que podia agarrar o gajo deixou-as entrar que nem um patinho.
E depois veio a segunda parte e a sessão de equívocos adensou-se, tipo nevoeiro por sobre as cabeças dos nossos jogadores, assim a modos que o Cascão, só que estes estavam ensopados de tanta água que iam metendo e falhámos duas que foram à barra, mas a coisa esteve sempre mais para o terceiro deles que o segundo nosso.
Terminou como nenhum de nós queria, mas como todos temíamos que pudesse acabar, com a terceira derrota da era João Pereira.
Fui ver aos registos e creio ter sido o primeiro at-trick de João Pereira.
Parece-me que um problema grave - talvez o mais grave de todos neste momento - é o deslumbramento e consequente sobranceria da direção e do presidente. Isso manifestou-se no final da época passada, e traduziu-se na derrota na final da taça. Mas a atitude continua, e a mais recente manifestação, após a saída de Amorim (de que o presidente não tem culpa, como é claro) é a entrega do comando da equipa a João Pereira e aquela atitude de que não foi apanhado de surpresa, isto estava tudo programado e era para ser assim. Varandas parece ter uma confiança tão grande no plantel do Sporting (que é ótimo, apesar das limitações por lesões) e na sua estrutura que acha que qualquer treinador fará do Sporting campeão, um pouco à semelhança de Pinto da Costa e Vítor Pereira em 2011. Estamos muito longe desse ponto, presidente. É bom que se aperceba de que o principal responsável pela atual situação é o senhor e a sua direção. A continuarem assim, depressa se vai apagar o excelente legado que a sua direção deixaria no Sporting. Não é preciso ser "saudosista do Bruno" (que está muito longe de ser o meu caso) para pensar assim. As derrotas que surgiram (e as que vão continuar a surgir se nada for feito) são sobretudo vossas.
Consta que, no balneário, o ainda treinador da equipa B, João Pereira, terá dito aos jogadores a frase motivacional que se impunha: «É preciso levantar a cabeça».
Já não é de agora, não é exclusivo de João Pereira, que o Sporting teima em começar os jogos com um a menos.
Vezes sem conta aconteceu antes da chegada de Amorim e com Amorim continuou.
Se com Amorim isso até nem era complicado, porque a máquina estava bem oleada e comandada e dava para rodar um ou outro em menor forma, com João Pereira, já deu para perceber que por enquanto isto não é assim.
Depois de na terça-feira, na derrota por goleada com o Arsenal, Edwards não ter justificado a água que gastou no banho, porque foi uma imensa nulidade enquanto esteve em campo, hoje como prémio teve de novo a titularidade, porque, segundo o treinador e isto são palavras minhas que copiei de alguém, o jogador consegue driblar meia-dúzia dentro de uma cabine telefónica. Ora o Santa Clara trouxe cabo de fibra óptica e na óptica do seu treinador aquilo foi preencher a área e suas imediações com postes de telecomunicações e quando fosse possível, enviar um twitt em direcção à baliza do Sporting. Mandou dois e num deles acertou na nossa caixa do correio. Já nós andámos ali à antiga, na óptica do telex e até chegámos, na loucura, a inovar e a enviar dois telefaxes a que o senhor dos correios, de vestimenta amarela, entendeu não prestar atenção e perderam-se duas boas oportunidades de evoluirmos na óptica das telecomunicações, que é como quem diz, poderíamos ter mandado duas encomendas registadas por correio verde para São Miguel.
Perdeu-se uma boa oportunidade de continuar-mos nos recordes positivos e ao invés, enveredámos pelos negativos e a borucracia da estação dos correios não desculpa tudo.
A excessiva serenidade do treinador, o que até poderia ser uma mais-valia, está a revelar-se contraproducente, aquele tablet já nos irrita a todos e quem deveria estar irritado com o ritmo a que as coisas correm era o treinador. Fazia falta um bocadinho do João jogador, para ajudar o João treinador, a quem os jogadores parece ainda não prestarem muita importância. Vê-se que não há uma referência no banco, ninguém de dentro olha para o banco na procura de indicações e no banco deve jogar-se mais futebol manager, que futebol a sério. Lamento, mas é o que eu penso.
Sei que não é fácil substituir Amorim e nem que ele tenha deixado os planos todos certinhos, o mesmo plano dado por pessoas com carisma diferente, tende a ser diferente, com resultados diferentes. É dos livros.
Será por isso que, para dar um cunho pessoal à equipa, o treinador João, ao invés de colocar o Edwards a 20 minutos do fim como está no plano, o coloca de início mesmo sabendo que isso pode não resultar, aliás não resultou e ele insistiu e reitera que não perdeu a confiança no jogador, se calhar querendo com isto dizer-nos que vai continuar a insistir nele? Não percebe o treinador João que pode estar a arranjar lenha para se queimar? É que uma coisa é o líder do balneário que foi Amorim, fazer coisas que às vezes nos desconcertavam, mas que tinha consigo todos os jogadores, outra é o treinador João por-se a inventar, sem o poder emanado de um ascendente que ainda não tem.
Quando assumiu o cargo, todos pediamos que João Pereira por enquanto não inventasse, que seguisse by the Amorim book e se desse a conhecer aos jogadores e se começasse a impôr no balneário. O tempo é curto, passaram duas semanas, e se é curto para fazer balanços, os resultados obrigam-nos a reflectir sobre um possível revés na aposta presidencial. Eu pelo menos não vejo muitos jeitos de isto acabar bem.
É do senso comum que a mesma água não passa duas vezes por baixo da mesma ponte. Seria avisado não se ter apostado duas vezes numa situação de risco que, se na primeira poderia considerar-se calculado, na segunda é um tiro no escuro, que resultou em dois tiros no nosso porta-aviões, até agora, com dois enormes rombos. Veremos se haverá tempo de levar o vaso a doca seca para reparações profundas, ou se se quiser, apenas reparar o leme para que continue a rota anteriormente traçada sem percalços de maior e garantir que os 10 pontos da CL nos garantem a passagem à fase seguinte, que a eliminatória da Taça com este mesmo Santa Clara é ultrapassada e que o primeiro lugar na liga é mantido.
Falta um mês para Janeiro e há duas situações possíveis: As coisas encarrilham e segue tudo na paz do senhor, com as dificuldades normais de quem disputa várias provas, ou as coisas continuam a descambar e para além de se perder o rumo, pode correr-se o risco de os melhores jogadores começarem a forçar a saída.
Creio que o presidente não terá equacionado esta opção, habituado que estava a que estivesse no balneário alguém que levava o Sporting às costas, presidente e Conselho Directivo incluídos e que por eles resolvia os seus problemas. Quem o substituiu não tem o carisma, a chama, a garra, a ousadia que ele tão bem sabia dosear e em quem os jogadores confiavam cegamente.
Ver aquela defesa tremer como varas verdes, leva-me a crer que os jogadores não confiam no treinador, ao ponto de o seguirem de olhos fechados, como faziam com o anterior. Isto conquista-se aos poucos, mas com resultados positivos e para isso há que começar a ganhar a sério, com todo o respeito pelo Bragança, que não passou de um jogo treino.
Amorim é passado, recente mas passado e todos queremos que corra bem, mas convenhamos que esta aposta tem tudo para correr mal.
Quase sempre que volto de Alvalade vou rever o jogo pela TV. No estádio percebe-se o geral mas muitas vezes perde-se o pormenor, na TV (quando se vê com atenção o jogo do princípio ao fim, porque senão nem isso) percebe-se o pormenor mas escapa muita coisa que dá para entender o geral.
No estádio percebi um Sporting que, perante uma equipa muito bem montada num compacto mas venenoso 5-4-1, entrou amorfo, com os jogadores muito presos às posições, cada um parado a ver o que ia a fazer o outro. Na 1.ª parte os dois médios e os dois interiores muito próximos a deixar Gyökeres e os dois alas entregues à sua sorte. Na 2.ª parte Maxi e Harder em roda-livre, com muitas ganas mas a acumular disparates.
Depois, pela TV, pude perceber melhor os cinco momentos essenciais do jogo. A carga para penálti não assinalado sobre Catamo aos 17', o muito consentido golo do Santa Clara aos 30', a bola na mão para penálti não assinalado aos 47', o falhanço de Gyökeres aos 69', penálti mal marcado e revertido pelo VAR aos 84'.
São dois penáltis por assinalar. Obviamente, marcando primeiro, o Sporting estaria muito próximo da vitória.
Sporting que entrou mal, consentiu um golo impróprio para uma equipa grande aos 30' e a partir daí ainda ficou pior, com os nervos a juntarem-se ao plano de jogo estranho, para não dizer outra coisa.
Edwards e Trincão têm muita coisa em comum: querem a bola no pé entre linhas para romper em slaloms, até rematarem para o golo, passarem no último momento ou... perderem a bola. Ter os dois colocados em posições mais centrais contra uma equipa muito fechada é dar de bandeja ao adversário dois alvos fáceis para marcar. Por outro lado, recuar Bragança para um duplo-pivot é trocar um bom n.º 10 por um mau n.º6 (como se viu no golo, como se viu na oportunidade do Santa Clara aos 88').
Por outro lado, um jogo tem 90 minutos. Com as palhaçadas das equipas pequenas, a caírem "lesionados" sempre que têm oportunidade e a perder minutos nas reposições de bola, o tempo útil deve cair para metade. Se depois a equipa gasta meia hora a rodar a bola dum lado para o outro do campo, sobram poucos minutos para marcar golos e ganhar jogos. Digo eu.
Obviamente também que esta saída de Rúben Amorim está a causar mossa no plantel, mas curiosamente não são os mais "vendáveis", são os "mais velhos", aqueles que mais conviveram com ele, que estão a acusar mais o toque. Matheus Reis, Bragança, Trincão, Edwards, Inácio e St. Juste foram "zombies" dentro do campo. Mas isso não explica tudo.
A máquina estava oleada, a saída de Amorim fez mossa, a derrota com o Arsenal foi pesada mas admissível dada a valia do adversário, mas esta equipa sempre soube reagir aos maus momentos. Agora não conseguiu. O que é preocupante. Pela mensagem que é passada ou pela forma como ela é passada? Não faço ideia,
Melhor em campo? Ninguém.
Arbitragem? O estilo do Cláudio Pereira é conhecido: deixar jogar ao limite. Não desgosto, mas com um (incompetente? comprometido?) árbitro da 2.ª Liga no VAR, Helder Carvalho, corre o risco de falsear um resultado, como aconteceu ontem. Dois penáltis por marcar a favor do Sporting.
E agora? Descansar, conversar e treinar. Para ganhar em Moreira de Cónegos.
PS: Qualquer treinador que viesse a seguir a Rúben Amorim teria uma vida difícil em Alvalade. Mais ainda pela forma e pelo momento em que a saída aconteceu. Esperava-se que JP, com curso ou sem ele, fosse fiel ao seu legado em termos de modelo de jogo e espírito de equipa e potenciasse ao máximo um plantel curto pensado para o 3-4-3. Se não o conseguir fazer, e este jogo deixou muitas dúvidas sobre isso mesmo, terá de vir alguém de fora. Isso é claro.
Desapareceu do seu local de trabalho, no passado dia 22 de Novembro, na zona do estádio de Alvalade, na cidade de Lisboa, uma equipa de futebol e a sua equipa técnica.
Indumentária: Equipamento desportivo que devia ser verde-e-branco mas é quase todo preto.
Sinais particulares: Falta de pressa e de intensidade.
Caso os localize ou tenha alguma informação, contacte as autoridades mais próximas.
Desapareceu também na mesma zona, no dia 30 de Novembro, uma equipa de arbitragem de futebol e na zona de Algés, uma equipa de video-árbitros.
Eram esperados para arbitrar um jogo nesse dia mas nunca chegaram a aparecer.
Indumentária: Camisolas fluorescentes de várias cores.
Sinais particulares: Problemas de visão e alergia à cor verde.
Caso os localize ou tenha alguma informação, não contacte ninguém e certifique-se que nunca mais apareçam.
Queríamos bater um máximo na história da nossa participação nos campeonatos nacionais de futebol: o 12.º jogo seguido a vencer.
Estivemos invictos enquanto se disputaram as onze primeiras rondas. Sob o comando de Rúben Amorim.
Hoje, em Alvalade contra o Santa Clara, houve alguns recordes batidos, sim. Mas negativos. Deixámos de ser a única equipa invencível da temporada em competições internas. Perdemos em casa frente à turma açoriana - nunca tinha acontecido. Registámos a primeira derrota no Estádio José Alvalade após 31 desafios consecutivos no campeonato. Chegamos ao fim de uma partida da Liga sem marcar um golo depois de 53 jogos a metê-la lá dentro. E sofremos a segunda derrota seguida, algo que não acontecia desde Novembro de 2022.
O que mudou?
A equipa é a mesma. Mas perdemos o treinador, agora no Manchester United. E ainda não encontrámos outro.
Saído da primeira sessão de fisioterapia, tenho a dizer-vos: Somos uns abençoados! Não é para todos sermos atropelados por um comboio e continuarmos vivos. Amassados, totalmente, mas vivos.
Uma sobrevivência que se afirma, talvez, porque no íntimo de cada leão haja a convicção de que não soubemos, por culpa própria, sair da linha que o Arsenal nos impôs - durante toda a primeira parte testemunhei-a do meu lugar no estádio, alinhado que estou com o limite da grande área: uma cerca inglesa apoiada numa linha de 4, coesa, agressiva, intensa, sempre capaz de destruir-nos e aos nossos tíbios ensejos ou fragilíssimos laivos de vontade de sair a jogar.
Uma desgraça tanto maior quando a intensidade dos bifes, que nos fizeram em picado, foi proporcional à moleza, displiscência e descrença leoninas. Na primeira parte jogámos sem personalidade e sem atitude. E isso para mim é o mais incompreensível.
Concordo com quem defende que o Marcus Sornas Edwards é vezes de mais um jogador a menos, que Matheus Reis deveria ter jogado de início, que Catamo devia ter entrado mais cedo, mas, repito, para mim foi a atitude da equipa que nos tramou. Incapazes de responder ao fortíssimo Arsenal - diga-se - que cedo nos encostou às cordas, intimidámo-nos, amedontrámo-nos. E com medo nunca se ganha.
Leio e oiço que João Pereira é líder, competitivo, exigente e que muito sabe de táctica e estratégia. De futebol, em suma. Ora sabendo que os nossos jogadores já deram provas que bastem de que também eles são vencedores, ganhadores e campeões; sábado lá estarei, seguro que daremos a resposta que se impõe, ganhando ao Santa Clara. Pondo na linha os espíritos mais derrotistas e descrentes na força deste Sporting.
Assobiam-me aqui ao lado que o Ruben também perdeu no jogo de estreia na Europa com uma derrota volumosa e que na estreia na Liga dos Campeões levou com o mesmo resultado de hoje, com o Ajax aqui em Alvalade.
Se a consequência for o João igualar a performance de Amorim, fico-me já por aqui, mas...
Comparando os dois jogos (os primeiros de cada um), a seu favor o ex-treinador tem que, comparado com o de hoje, o plantel era de terceiro mundo. Mas também o adversário. As coisas estariam equilibradas, portanto.
Contra si, o João tem o factor de ter hoje um plantel à sua disposição que goleou o tetra campeão inglês há pouco mais de quinze dias e incomparavelmente com mais qualidade. Mas defrontou uma equipa muito superior ao Lask qualquer coisa. Eu acho é que aqui o equilíbrio não é tão visível.
E aí residirá o busílis. É que a gente já está habituados a ganhar por cinco, não a perder por cinco e parece-me que o João ainda não tem unhas para tocar esta guitarra. Ainda. Não se pede que seja um Paredes, um Chaínho seria excelente. Estaremos cá para ver.
Por hoje não se mostrou grande tocador do instrumento. Disse na CI que tinha estudado o adversário, mas quem descuida a defesa nas laterais, prescindindo de Matheus Reis em detrimento de um Edwards que nem terá necessitado de tomar banho e que se esqueceu do desiquilibrador Catamo, corre o risco de não passar no exame. E a consequência de jogar sem laterais, foi fazer com que os três centrais andassem toda a primeira parte aos papeis, com destaque para Inácio, que para além de fazer um ror de passes errados, ofereceu dois golos aos arsenalistas. Redimiu-se depois com o único que marcámos, mas o mal já estava feito.
A coisa correu tão mal que até o capitão esteve a leste, ou no Pólo Norte, de tão fria que foi a sua prestação.
A perder por três ao intervalo, não se percebeu porque continuava Harder no banco e Edwards em campo, mas o João deverá saber.
Em resumo, o João, com uma equipa incomparavelmente superior à que jogou o primeiro jogo internacional de Ruben, perdeu com uma equipa incomparavelmente superior ao adversário que derrotou Ruben. Não seria traumático se os rapazes tivessem jogado bem e tivessem tido o azar de perder, mas eles estiveram francamente mal. Eu quero pensar que hoje não passou de um dia mau de todos eles e que o João vai ter umas aulas no Conservatório.
E quero pensar que eles, os jogadores, ultrapassarão isto rapidamente e demonstrarão já no próximo jogo que tudo não passou de uma noite má.
Afinal o objectivo "Champions" mantem-se intacto, o primeiro lugar na Liga não foi violado, a permanência na Taça de Portugal está conseguida.
Só peço encarecidamente ao João que não volte a utilizar "aquela frase batida", parafraseando o nosso consócio Sérgio, de "agora é levantar a cabeça". Por duas razões: Ninguém bateu com a cabeça no chão, apesar do enorme melão e não quero que nos tempos mais próximos tenha razão para o dizer.
Agora é lamber as feridas e voltar à caça. Assim procede o Leão.
«Com toda a informação disponível hoje em dia, torna-se possível despistar essas simplificações, sobretudo quando existem padrões e indícios que demonstram que uma hecatombe memorável como a que sucedeu ao campeão nacional [na Supertaça] não caiu do céu nem foi somatório de três ou quatro erros individuais.
O Sporting foi frágil com posse e permeável à transição portista, criando as falhas que haveriam de ditar o seu destino. No plano ofensivo o leão também não esteve bem, sendo apenas tipicamente eficaz durante escassos 30 minutos, o suficiente para iludir adeptos e provavelmente jogadores e até o timoneiro, ou não tivesse Rúben Amorim guardado a sua primeira tentativa de mexer no xadrez para bem tarde: o minuto 83.»
Análise da Supertaça no Goalpoint. Vale a pena ler na íntegra aqui.
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