Senhor presidente, se ainda quer lutar por alguma coisa, abra lá os cordões à bolsa e compre uma defesa completa, de preferência já rotinada, guarda-redes incluído.
Um clube que teve Carvalho, Damas, Meszaros, Ivkovic, Patrício, até Adan, merece ter alguém na baliza que respeite estes pergaminhos.
Quanto aos que estão à frente do GR, venha o Diabo e escolha.
Hoje sofremos três golos a doze minutos do fim. Inaceitável, inconcebível. Inenarrável.
Enquanto jogámos para a frente as coisas correram bem, os da frente valeram-nos um empate sofrido.
Como sportinguista, sócio e adepto, sinto-me envergonhado quando o nosso ponta de lança marca três golos, não conseguirmos ganhar o jogo.
Eles também se deveriam sentir envergonhados.
Ah, senhor presidente, gastar dinheiro numa defesa não é um gasto, é mesmo um investimento.
E já agora, dê um recadinho ao treinador: Que acabe com aqueles passes de merda em frente à baliza. Hoje custaram-nos dois golos.
Isto hoje, parafraseando Lobo Antunes, foi "uma valente merda".
Penso que ninguém terá dúvidas que um dos pilares do modelo de jogo de Rúben Amorim é a linha defensiva de três elementos comandada pelo elemento central, sempre muito coesa e alinhada para forçar o fora de jogo dos adversários.
Com a saída de Coates foi Diomande que quase sempre assumiu o lugar. Trata-se do defesa mais poderoso, mais forte no jogo aéreo defensivo, mais confiante, mais focado no jogo, naturalmente ainda com aspectos para melhorar. Vale 40M€ no TM, Inácio 45M€, Debast 22M€, Quaresma 14M€, Matheus Reis 8M€, St. Juste 8M€. Preços que me parecem correctos e que têm em conta as idades e os desempenhos.
Dado que no modelo de jogo de Amorim os alas são extremos adaptados que fazem todo o corredor, ele sempre procurou ter um mais defensivo e outro mais ofensivo, de forma a poder formar uma linha de 4 a defender sempre que necessário. Na época passada, as duplas eram Catamo/Matheus Reis e Esgaio/Nuno Santos.
No Man.United ele chegou e rapidamente fez o mesmo. Neste último derbi com o Man.City o comandante foi Maguire, com De Ligt e Martinez de cada lado. Nas alas Dalot mais defensivo e Diallo mais ofensivo, acabando este por ser decisivo no jogo ao sofrer o penálti no primeiro golo e marcando o segundo.
No Sporting veio João Pereira e mudou para pior. Dois alas ofensivos bem avançados no campo, Catamo e Maxi, e o trio defensivo entregue a si próprio.
Quando depois um dos defesas abandona a posição acontece isto. A linha recta transforma-se num ziguezague...
Assim, são já 12 golos os sofridos pelo Sporting em 6 jogos (6-0, 1-5, 0-1, 1-2, 1-2 e 3-2) com João Pereira. Média de dois por jogo.
Muito se falou nas últimas semanas da saída do ex-treinador - com aquela mistura de mágoa e saudosismo tão pátria como os pastéis de nata. E, ao nível das televisões e colunas de jornais desportivos, com aquela tão mal fingida compaixão dos lampiões quando sentem o cheiro do "sangue" adversário.
Eu tenho, confesso, sentido saudades, mas não da dentuça sorridente do ex-treinador. Aquela que nos fazia até perdoar quando se metia num avião à sorrelfa para ir negociar com o West Ham (!!) em vez de se concentrar no campeonato nacional que tinha para ganhar. Tenho sentido saudades sim daqueles que são para mim os dois melhores centrais que passaram pelo Sporting na última década: Mathieu e, sobretudo, Coates.
Comecei, aliás, a sentir saudades logo em agosto, na Supertaça, que o saudoso ex-treinador perdeu de maneira espectacular para o pior Porto de que me lembro, com uma defesa atarantada a consentir 4 (quatro) golos, cada um mais ridículo do que o outro, depois de estar a ganhar por três. Para o treinador do Porto, Vítor Bruno, é bem capaz de vir a ser o único troféu que ganha na carreira. Mas o ex-treinador era bom rapaz, sorria muito, e portanto estava tudo bem.
Só que não estava. Curiosamente, no último jogo de Amorim para a Liga tivemos novo descalabro na defesa, com a equipa a consentir dois golos a um Braga fraquíssimo (desta vez antes de dar a volta para 2-4). Verdade que a média de golos sofridos entre o Porto e o Braga foi baixa, e a de golos marcados bastante alta.
Com a instabilidade após a saída abrupta do ex-treinador, e evidente efeito anímico nos jogadores, ficou mais ainda à vista o problema que temos lá atrás, sem a inteligência, serenidade e voz de comando de Coates. Os golos sofridos com o Boavista creio que nem os centrais da equipa B sofriam. Moreirense e Brugges idem. Com uma defesa eficaz, a nova equipa técnica teria ganho todos os jogos.
Debast é muito bom a lançar jogo, mas acumula erros posicionais. Quaresma idem. Diomande é excelente no corpo a corpo, mas falta-lhe alguma frieza. Inácio quando em boa forma acrescenta muito, mas tem sido muito inconstante. St. Juste parece receoso do contacto físico, talvez pela questão das lesões. Ou seja, não temos nenhum central completo como era Coates. Nem de perto, nem de longe.
Além disso, acho que nos falta um jogador de meio campo fisicamente muito forte, capaz de destruir jogo adversário (sobretudo quando é preciso segurar um resultado, como foi em Brugge). Alguém com as características do João Palhinha (ou, já agora, de um jogador que acho um erro enorme ter sido emprestado - Dário Essugo).
Os guarda-redes também não dão qualquer tranquilidade à equipa. Chego a (quase) sentir saudades de Adán. Mais valia apostar no Diego Callai, de quem vi grandes jogos nos sub-23. Esse ao menos poderia tornar-se um GR de topo. Tenho pena, mas parece-me que Israel e Kovacevic nunca passarão de GR medianos.
Há em Portugal uma tendência para fulanizar as questões. A culpa é de sicrano ou beltrano. Acho que tem a ver com o peso da culpa. Como o sentimos, descarregamos noutro. No futebol, isso é extremado pelas emoções que rodeiam o jogo. O ex-treinador deixa troféus ganhos - o que sempre foi e sempre será normal no Sporting. Mas deixa também os perdidos. E muitos problemas para resolver no plantel.
Talvez fosse melhor concentrarmo-nos também na resolução destes. Eric Dier, que encaixaria como uma luva na nossa defesa, está encostadíssimo em Munique e poderia bem vir terminar a carreira em Alvalade.
Vencemos enfim, mas sem convencer ninguém. Em apenas três jornadas da Liga com João Pereira, o Sporting sofreu cinco golos. Tantos como tinha sofrido com Ruben Amorim nas primeiras onze rondas. Um desastre defensivo.
Hoje, em Alvalade, encaixámos mais dois. Agora do fraquíssimo (e falido) Boavista - que em 15 jogos, nesta temporada, ainda só registou um par de vitórias.
Nesta partida estivemos duas vezes em vantagem, aos 23' e aos 49', mas escancarámos literalmente a baliza nas primeiras oportunidades da turma adversária, aos 43' e aos 58'.
Tremideira geral do onze leonino. Insegurança gritante dos nossos defensores, começando por Franco Israel, protagonista pelo pior motivo: monumental frango no segundo sofrido.
Vendo o jogo, desenrolado perante a mais fraca casa da temporada, ia pensando que já não nos bastava a ausência gritante de uma equipa técnica digna dessa nome: parece que andamos a ficar também sem guarda-redes.
Graças a Gyökeres e Trincão, este a bisar aos 66', conseguimos um triunfo tangencial (3-2), em casa, frente ao 15.° classificado. Mas certamente os adeptos não ficaram mais tranquilos depois disto.
Decorridas 15 jornadas na 1.ª liga, o Sporting segue na liderança com 37 pontos, correspondentes a 12V, 1E e 2D, 32GM e 16GS, segundo melhor ataque da prova e quarta melhor defesa.
Assim, e para uma equipa de Rúben Amorim, não há dúvida que o Sporting está a sofrer demasiados golos para o habitual. O que, para quem entende que ataques ganham jogos e defesas campeonatos, é de alguma forma preocupante e algo que terá de ser corrigido.
Afinal que golos foram sofridos e de quem foram as principais responsabilidades dos mesmos?
Ataques rápidos dos adversários (7):
1. Sporting - Vizela 75m - Ataque rápido pelo centro, falta de cobertura de Morita
8. Sporting - Est.Amadora, 49m - Penálti evitável de Coates
13. V. Guimarães - Sporting 44m - Penálti inventado pelo Pinheiro
Erros grosseiros / azares (1):
14. V. Guimarães - Sporting 60m - Carambola em Morita
Que conclusões tirar, ignorando os casos do Pinheiro e de Morita?
Curiosamente o Sporting foi sofrendo golos de tipos bem diferentes conforme a época ia avançando. Começámos com 3 golos de ataque rápido com a equipa desposicionada, depois 3 golos de remate em livre directo e acabámos a sofer vários golos com a equipa encostada à area a defender.
Aquilo que acho mais problemático são mesmo os 3 golos sofridos de livres laterais/cantos, todos do lado esquerdo defensivo, todos em que até Gyökeres integra a linha defensiva sem conseguir evitar o golo.
Alguma coisa está a falhar no trabalho de casa do adjunto de Amorim responsável por esta área.
Amanhã contra o Estoril o importante é mesmo ganhar, mas francamente prefiro ganhar por 1-0 do que por 5-4...
Sendo ainda relativamente cedo para balanços da época, os três golos ontem sofridos contra o Casa Pia (4-3) mostram bem aquele que tem sido o grande problema da equipa esta época - uma defesa menos competente. É certo que Ruben Amorim optou por deixar no banco um titularíssimo (Gonçalo Inácio) e um habitual (St. Juste), mas isso não justifica por si só a facilidade (displicência, mesmo) com que o SCP encaixa 3 golos - sobretudo estando lá o mais titular dos centrais, Coates.
Com os 3 golos encaixados ontem, o SCP 2022-2023 tem em média quase um golo sofrido por jogo. E, a 7 jornadas do fim, tem mais 3 golos sofridos do que em toda a última época. Caso se mantenha esta média até final da temporada, estará praticamente ao nível de 2019-2020, uma das piores épocas da história do clube.
Na época do título, este quadro acima mostra bem, a defesa foi fundamental. Apenas 20 golos sofridos em 34 jogos (sem recorrer a calculadora, deve dar uma média de 0,58 golos por jogo). Uma única derrota em todo o campeonato. Na época passada, a defesa manteve a qualidade, mas as derrotas passaram a 3 (incluindo uma no Dragão, com uma expulsão absurda de Coates que nunca esqueceremos e que, feitas as contas, dá a vitória - e o título - ao FCP).
Com uma equipa rotinada, com processos consolidados e sem grandes alterações ao plantel, o que terá mudado das duas últimas épocas para esta, que nos leva a sofrer tantos golos? Na minha opinião, duas coisas.
Primeiro, a falta de Palhinha - um jogador único que funcionava como uma espécie de central à solta em todo o campo, ganhando bolas atrás de bolas (pelo ar, pelo chão...) e destruindo jogo adversário antes de chegar à nossa defesa. Será sempre, para mim, o jogador mais importante das duas últimas épocas. Ugarte é um bom recuperador de bolas - e um grande jogador - mas João Palhinha é um dos melhores jogadores do mundo nesse aspecto, combinando força física, inteligência e intensidade.
Segundo, Coates. Ele que foi decisivo nas duas últimas épocas - magistral na época do título, com sete golos marcados que terão rendido dezenas de pontos - está este ano em clara perda de rendimento. O que é normal num jogador de 32 anos. Os números demonstram-no - apenas 2 golos marcados - mas as grandes exibições também começam a escassear. Ontem terá sido dos piores jogos que já o vi fazer pelo SCP.
Estamos claramente numa fase de transição na defesa, em que Coates perde importância e Luís Neto, outro jogador importante no título de há duas épocas, se prepara para arrumar as chuteiras. As boas notícias são duas: Amorim está ciente disso e as contratações de Diomande e St. Juste prometem. Há muitos jovens defesas com potencial no plantel, outros a rodar (Quaresma, campeão nacional) e a equipa B está recheada de talentos que rapidamente darão o salto (Muniz parece-me o caso mais óbvio nesta fase).
Palhinha, repito, é insubstituível. Mas temos um jovem com características semelhantes que dentro de 2 anos acredito que estará ao seu nível - Dário Essugo. Caso Ugarte saia no final da época, deve ser aposta.
PS - Vi o 3o jogo do SLB esta época, contra o FCP(1-2). Havia visto outro jogo em que o SLB foi vulgarizado (contra o Braga, 0-3) e contra o SCP (2-2). Pertenço portanto a um grupo de pessoas restrito que não viu o SLB ganhar uma única vez esta época e assistiu a uma equipa vulgaríssima. Admito que só saiba da "missa" metade. Mas também admito que haja a habitual "missa" de adversários "acólitos" dóceis, árbitros simpáticos e jornais a fazer "coro" das maravilhas do treinador e de um jogador que vieram roubar ao SCP e marca os (muitos) penáltis ganhos. Posso estar a ser injusto, mas tendo visto os 3 jogos que vi, espanta-me que o SLB esteja em 1o.
O nosso segundo desafio para a Liga dos Campeões disputa-se amanhã à tarde, no nosso estádio: vamos receber o Tottenham. Com problemas na defesa: temos dois centrais dextros lesionados.
Pergunto aos leitores quem deve integrar o nosso bloco defensivo, atendendo às circunstâncias, e que outras alterações sugerem no onze titular que este sábado defrontou - e goleou - o Portimonense em Alvalade.
A malta gosta de ataque, oportunidades, cruzamentos, desmarcações (e eu sou como a malta), mas este sistema Amorim é sólido como aço na defesa, mesmo admitindo que individualmente talvez não tenhamos os melhores defesas de todos os tempos.
Vi com atenção o jogo do Paços e ontem do Mafra. Típicas equipas de treinadores portugueses ambiciosos que querem chegar longe (não é uma crítica) na carreira. Equipas de ataque, fortes fisicamente, bom toque de bola, com desenhos nas jogadas e soluções, onde até os guarda-redes têm de dar ao pedal. A milhões de milhas do célebre defender com 9, bola no extremo a ver se o ponta de lança pinheiro a mete lá dentro.
O que vi foi muita coisa.
O que não vi foram oportunidades de golo em 180 minutos para os nossos adversários.
Até agora, o Sporting é de longe o best of the rest.
Veremos se somos suficientes para Braga (sim, o Braga…), Porto, Benfica e seus respetivos interesses. Nos três casos, são equipas com jogadores melhores do que aqueles que os nossos têm enfrentado, treinadores calejados e dados a mind games, estruturas e bancos agressivos que vão a todas e até for preciso.
O Sporting dentro de campo – e fora dele – terá de ter cabecinha.
O Sporting necessita de internamento urgente nos cuidados intensivos. O último desafio em que não sofremos golos foi já há cinco meses - contra o V. Guimãraes, em 27 de Abril. Ao oitavo jogo oficial da época 2019/2020, temos o pior registo defensivo desde 1955.
Vinte e quatro anos antes de Frederico Varandas nascer.
«A defesa do Sporting é muito completa. Os centrais (Coates e Semedo) completam-se. Um é alto e joga simples, Semedo é muito rápido (acho-o parecido com Ricardo Carvalho com a idade dele).»
Toda a gente elogia, e bem, o jogo "aberto" Sporting - Rio Ave. Percebo, mas ao mesmo tempo não me esqueço da forma primitiva como foram sofridos os dois golos e dos arrepios que causaram as diversas situações em que de um ataque sufocante do Sporting resultavam contra-ataques terríveis do Rio Ave, com situações de três para dois, dois para dois e até dois para um. É assim, e em erros básicos nas bolas paradas, que sofremos os golos todos. Continua a parecer-me que há um controlo da defesa para melhorar.
{ Blogue fundado em 2012. }
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