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És a nossa Fé!

O dia seguinte

Estou farto de ler nos jornais desportivos que, se Rúben Amorim tivesse ficado, o bicampeonato já estava ganho.

O que ainda não li é que se a escolha para a sucessão tivesse sido logo Rui Borges, o bicampeonato estava ganho também.

Considerando os 8 pontos perdidos com João Pereira, penso que não haverá dúvidas quanto a isso, agora que estamos a quatro jornadas do final.

Porque foi escolhido o João Pereira, não sei. Se calhar pelas mesmas razões que foram escolhidos o Tiago Ilori, o Rafael Camacho, o Ruben Vinagre, o Jorge Silas. Todos flops. Não chega ser sportinguista e bom rapaz, ser conhecido do presidente, para que a coisa dê certo.

 

Sobre o jogo de ontem, que vi ao vivo e a cores em Alvalade: excelente primeira parte do Sporting, bola a rodar rápido dum lado ao outro do campo, reacção rápida à perda, jogo pelas alas, passes para golo, marcaram-se dois, ficaram por marcar pelo menos outros tantos.

O mérito começou cá atrás: Quaresma e Inácio com bons passes a acelerar jogo, Debast corria o campo e Gyökeres fazia miséria lá na frente.

Na 2.ª parte o Moreirense fez pela vida, o desgaste começou a pesar, a começar por Quaresma, que depois da excelente 1.ª parte começou a asneirar. O primeiro remate já foi do Moreirense. Duma incursão de Gyökeres surgiu um livre para um grande golo do craque sueco, mas depois de duas bolas por alto surgiram um golo adversário e quase outro, o primeiro da responsabilidade de Maxi, o segundo de Quaresma.

Por volta dos 65 minutos e depois,  lá vieram as substuições, desta vez todas lógicas e atempadas. St. Juste e Fresneda taparam o lado direito, Matheus Reis o lado esquerdo, Pote entrou e logo demonstrou a falta que tem feito, Esgaio fez e bem de Debast. Fresneda ainda tentou um chapéu que falhou por pouco, ia sendo o golo da jornada.

 

E foi assim. Podiam ter sido 6-2, ficou pela metade, em 3-1.

Melhor em campo? Depois dum "hat-trick" dizer o quê? Mas além do sueco, o miudo belga fez um jogão. A jogar assim vai ter de convencer o seleccionador belga que afinal é mesmo médio e vai ser.

Arbitragem? Impecável, nada a dizer. 

E agora? Ganhar, ganhar, ganhar.  Temos o melhor jogador da Liga, temos o melhor onze e, não havendo lesões, começamos a ter o melhor banco (não confundir com bancada). 

 

PS: Entretanto acho óptimo que o Benfica esteja a pensar no Feliz e contente para a próxima época, mais o Bernardo Silva, e o Nelson Semedo. Mais um ou outro não seria mal pensado. O Mantorras é que já não pode. O Rui dos túneis tem de fazer pela vida...

SL

A vitória foi difícil, mas foi nossa

Santa Clara, 0 - Sporting, 1

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Geny, autor do nosso solitário golo em São Miguel, voltou a ser herói do relvado

Foto: Eduardo Costa / Lusa

 

Não é fácil enfrentar o Santa Clara. Por um motivo evidente: é a equipa mais sarrafeira do campeonato português. Até foi alvo de estudo: faz, em média, 16 faltas por jogo. Deve ser efeito do "anticiclone dos Açores". 

Infelizmente é também uma equipa que tem contado demasiadas vezes com a condescendência e até benevolência dos árbitros. Na primeira volta, por exemplo, a turma micaelense viu dois penáltis perdoados pela equipa de arbitragem chefiada por Cláudio Pereira - em ambos os casos por responsabilidade principal do vídeo-árbitro Helder Carvalho, pessoa sem qualificação para o exercício desta função tão relevante.

O novo Conselho de Arbitragem, tão pouco clarividente como o anterior, cometeu a imprudência de nomear para este Santa Clara-Sporting o mesmo árbitro do Sporting-Santa Clara. Imprudência que merece reparo crítico.

 

Desta vez Cláudio Pereira terá deixado um penálti por marcar, mas em sentido inverso. Por aparente falta de Eduardo Quaresma, imprudente também ele: arriscou muito. Mecanismo involuntário das compensações por parte do juiz da partida, que chegou a ser remetido para a jarra em Dezembro, durante uma jornada, após a calamitosa prestação em Alvalade? Admito que sim.

Mesmo assim, continuamos em défice na comparação com o Santa Clara. E ainda houve um inacreditável cartão vermelho exibido a Harder já depois do apito final só porque o jovem dinamarquês, no natural festejo pela difícil vitória nos Açores, se atreveu a gritar «ié!» Ainda bem que este árbitro nem sequer era nascido quando existiam os Beatles: teria varrido os quatro de Liverpool com cartolina encarnada. Ié, ié, ié!

 

O jogo dividiu-se claramente em duas partes. Fraquinha a primeira, muito bem conseguida, bastante disputada e com incerteza até ao fim a segunda. De comum, apenas a agressividade do "Benfica açoriano", que parece ter colhido inspiração em "deuses (de barro) da bola" como Jaime Pacheco e Petit em obediência ao grito de guerra «canela até ao pescoço!» A bola pode passar, mas o homem fica estendido.

Andámos nisto naquele primeiro tempo.

O Sporting tinha potencial ajuda por jogar a favor do vento, que soprava forte. Mas não soubemos aproveitar a suposta vantagem, tantos foram os passes em profundidade despejados para lá da linha de fundo. Em teoria, deviam servir Gyökeres. Mas o sueco limitou-se a vê-las passar: levavam demasiada força, sofriam desvios de trajectória em função dos caprichos das rajadas e havia um "guarda-costas" chamado Luís Rocha sempre pronto a limitar o raio de acção do melhor avançado do futebol português.

O goleador máximo desta vez ficou em branco. Também tem direito. Mas ainda enviou um petardo à trave (66').

O nosso flanco esquerdo, confiado a um Maxi Araújo muito trapalhão, não funcionava. O direito, entregue a Fresneda, pecou por falta de largura. Felizmente o corredor central nunca claudicou: Debast e Morten formaram um duo quase perfeito, destacando-se o jovem internacional belga pela precisão do passe e pelo sucesso nos duelos individuais.

 

Sabia a muito pouco o empate a zero registado ao intervalo. E de nada nos servia para manter acesa a chama do título.

Aí interveio o treinador. Rui Borges desviou Geny de interior esquerdo para direito, onde passou a funcionar como segundo avançado. Fresneda descolou-se da linha para fazer movimentos interiores, alternando com Trincão. Posições trocadas para dificultar as marcações e cansar ainda mais os adversários.

Funcionou na perfeição precisamente na ala que foi mexida: recuperação do espanhol, entrega ao minhoto e desmarcação perfeita do internacional moçambicano que rematou muito bem colocado, num remate cruzado, indefensável. Aconteceu ao minuto 50: Geny voltava a ser herói no relvado.

Vencíamos. Para alegria dos milhares de adeptos leoninos, em maioria absoluta nas bancadas.

 

A vantagem foi ampliada na sequência de um livre apontado por Debast - melhor em campo. Diomande dominou no jogo aéreo e meteu-a lá dentro, de cabeça, aos 68'. Balde de água gelada: o golo acabou invalidado. Deslocação milimétrica: 13 centímetros.

Mas a robustez anímica da equipa manteve-se - como já se tinha percebido, desde o primeiro toque na bola: o anterior empate em casa, com o Braga, não deixou sequelas no plano psicológico. O regresso de Pedro Gonçalves, após cinco meses de paragem por lesão, foi tónico suplementar. Só entrou aos 87' mas foi ovacionado como se a partida estivesse a começar naquele momento. 

Aconteceu há quatro dias. Mas parecem ter decorrido só quatro horas: a vibração deste regresso perdura desde sábado.

 

Trouxemos os três pontos. Recuperámos a liderança, beneficiando do empate caseiro do Benfica, na noite seguinte, frente ao Arouca. O sonho do bicampeonato, que nos foge há sete décadas, está cada vez mais próximo de tornar-se realidade.

Os números contam. Não perdemos na Liga há 16 jogos. Registámos cinco triunfos nas últimas seis jornadas. Este, nos Açores, foi o quarto consecutivo fora de casa.

Estamos na luta, portanto. Nem poderia ser de outra forma.

 

Breve análise dos jogadores:

 

Rui Silva (6) - Primeira intervenção, a soco, aos 33'. Aos 42', tapou o caminho da baliza após cabeceamento de Rocha.

Eduardo Quaresma (5). Pecou por alguma imprudência. Viu amarelo aos 56', o seu primeiro na Liga. 

Diomande (7) - Dominou jogo aéreo. Seguro e confiante a defender. Marcou golo de cabeça aos 68', anulado por 13 cm.

Gonçalo Inácio (6) - Desperdiçou alguns passes longos. Mas foi seguro na defesa, sempre muito concentrado.

Fresneda (7) - Esteve no início do golo, com recuperação e pré-assistência. Aos 66', centro milimétrico para Viktor.

Morten (6) - Ajudou a fechar corredor central e recuperou algumas bolas. Mas longe da perfeição revelada noutros jogos.

Debast (7) - Perfeito no passe, nos duelos, nos livres. Serviu Fresneda aos 66' e Diomande aos 68'. Melhor em campo.

Maxi Araújo (4) - Perdeu muitas bolas, foi errático nos cruzamentos. Pareceu sempre jogar sobre brasas.

Trincão (7) - Na segunda parte conduziu a equipa à vitória. Passe para o golo - a sua 14.ª assistência da temporada.

Geny (7) - Voltou a garantir os 3 pontos, como sucedera em Dezembro na Luz. Podia ter bisado aos 60', servido por Trincão.

Gyökeres (5) - Muito policiado, ficou em branco. Desperdiçou única oportunidade, aos 66', atirando com força à trave.

St. Juste (6) - Substituiu Quaresma aos 66'. Destacou-se no controlo do jogo aéreo. Boa recuperação aos 86'.

Quenda (6) - Entrou aos 66', substituindo Fresneda. Bom trabalho, sobretudo no capítulo defensivo.

Harder (5) - Rendeu Geny aos 77'. Muito combativo, ajudou a conter contra-ataques açorianos. 

Matheus Reis (-) - Entrou aos 87', rendendo Trincão. Contribuiu para refrescar a equipa.

Pedro Gonçalves (-) - Enfim recuperado. Só entrou aos 87', substituindo Maxi. Mas ouviu calorosos aplausos. Sem surpresa.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Gostei

 

Dos três pontos que trouxemos dos Açores. Pontos preciosos, que nos devolveram à liderança do campeonato após brevíssimo interregno benfiquista. Triunfo sem discussão da melhor equipa em campo, a única que tudo fez para alcançar a vitória. 

 

De Debast. Para mim, o melhor em campo. Central adaptado a médio, vindo de um jogo pouco conseguido contra o Braga, agigantou-se em Ponta Delgada chegando a superar Morten, que fez parceria com ele no eixo do terreno. Pôs a turma açoriana em sentido aos 38' com um tiro disparado na conversão de livre directo. Recuperou várias bolas, ganhou quase todos os duelos, mostrou-se insuperável no passe à distância, esteve irrepreensível nas marcações de livres e cantos. Num destes lances, aos 68', o pontapé de livre funcionou como assistência para golo de Diomande - que viria a ser anulado por 130 milímetros. Num livre lateral, aos 85', esteve quase a marcar - só uma grande intervenção do guarda-redes Gabriel Batista evitou o golo.

 

De Geny. Uma vez mais, valeu-nos pontos. Tal como já tinha sucedido contra o Benfica por duas vezes. Marcou (de pé direito!) aos 50', num remate cruzado indefensável. Comprovou a sua utilidade como segundo avançado no aproveitamento de espaços interiores, na meia direita. É ali que o internacional moçambicano deve jogar. 

 

De Trincão. Exibição de luxo na segunda parte. Foi dele a assistência para o golo aproveitando bem o espaço de que dispôs junto à linha direita. Fez mais dois passes que podiam ter aumentado a vantagem: aos 58', de trivela, solicitou Fresneda no flanco oposto, isolando o espanhol que centrou para Gyökeres; aos 60', serviu Geny num lance infelizmente desperdiçado. Ainda no primeiro tempo, aos 43', tentara ele próprio o golo, num disparo que roçou o ferro. É deste Trincão que precisamos para a conquista do bicampeonato.

 

De Fresneda. Apagado no primeiro tempo, tal como toda a nossa equipa, mal adaptada ao vento forte que soprava a nosso favor, impedindo o domínio de bolas a meia altura. Soltou-se após o intervalo com uma notável recuperação aos 50' e pré-assistência para o golo. Ofereceu outro, em cruzamento milimétrico, que Gyökeres desperdiçou em disparo à trave (66'). Boa combinação com Trincão nas movimentações do lado direito. Cumpriu com distinção.

 

Do regresso de Pedro Gonçalves. Aconteceu só aos 87', quando o jogo já estava quase decidido. Mas valeu pela injecção de moral que trouxe à equipa e à massa adepta do Sporting. Após cinco meses e 29 jogos de paragem, temos o nosso "Pote" de volta.

 

Da celebração de Harder. O jovem dinamarquês, que saiu do banco aos 77', mostrou-se combativo, actuando com a energia que todos lhe conhecemos. No final, mesmo admoestado com um injusto cartão vermelho, foi ele o mais exuberante nos festejos da vitória ainda no relvado. As infelizes declarações de Rui Borges estão já esquecidas.

 

Do apoio dos adeptos. Quase dez mil espectadores no estádio de São Miguel. Na maioria, apoiantes do Sporting. Fizeram-se escutar do princípio ao fim, funcionando mesmo como "12.º jogador" da nossa equipa. Felizmente, desta vez, sem material pirotécnico - que nunca devia entrar nos recintos desportivos.

 

Da merecida homenagem a Aurélio Pereira. O onze leonino entrou no estádio envergando camisolas com o retrato e o nome do falecido mestre, descobridor de alguns dos maiores talentos de sempre no Sporting. Foi um momento comovente. E de inteira justiça à memória desse grande Leão que há dias nos deixou.

 

Do regresso à liderança. Este triunfo nos Açores foi vital para pressionar a equipa do Benfica, pressionando-a. Sem confiança, sem energia anímica, os jogadores encarnados deixaram-se empatar em casa pelo brioso Arouca. Perderam a vantagem de que dispunham, sendo de novo remetidos para o segundo lugar da classificação. Faltam cinco finais.

 

 

Não gostei

 

Da circulação lenta na meia hora inicial. Tínhamos o vento a favor, mas não aproveitámos essa suposta vantagem nem a soubemos explorar como devíamos. Neste período, jogadores como Gonçalo Inácio abusaram dos passes que se perdiam na linha de fundo. Mas fomos muito a tempo de rectificar. E melhorámos muito no segundo tempo, quando passámos a ter o vento contra nós.

 

De ver Gyökeres em branco. O melhor que o craque sueco conseguiu desta vez foi mandar um petardo à barra. Muito policiado por Sydney e Luís Rocha, centrais do Santa Clara, que o seguiam como sombras e não hesitavam em recorrer a faltas, acabando punidos com amarelos - o primeiro logo aos 25', o segundo aos 83'. Mas Viktor teve participação indirecta no nosso golo, arrastando marcações que abriram espaço a Geny. É útil mesmo quando não marca.

 

Do 0-0 ao intervalo. Sabia a pouco quando já tínhamos feito três disparos à baliza adversária - por Debast (38'), Trincão (43') e Geny (45'+2). Enquanto o Santa Clara só produziu uma situação de perigo, aos 42', após livre que Rui Silva anulou sem problema.

 

Do golo anulado. Belo cabeceamento de Diomande aos 68'. Após intervenção do VAR acabou invalidado por deslocação de 13 cm. Mais dez do que o golo anulado a Gyökeres, contra o Braga, na jornada anterior.

O dia seguinte

O Sporting foi ontem aos Açores vencer com justiça um adversário muito complicado de defrontar, pelo menos enquanto os amarelos e vermelhos não são mostrados pelo árbitro de serviço. Muito duros nos duelos, sempre a simular faltas para quebrar o ritmo adversário e ganhar bolas paradas, sempre a executar rápido para aproveitar maus posicionamentos pontuais. Depois disso tudo a confusão final originada pelo defesa e que envolveu jogadores e directores, e as declarações ressabiadas do "maçã-podre" Vasco Matos, aparentemente preparado para outros voos, lá pelas bandas do Dragão.

Além disso, um vento muito forte duma baliza a outra, a que o Sporting na 1.ª parte não se conseguiu adaptar, insistindo em lançamentos em profundidade que invariavelmente saíam pela linha do fundo. Apenas nos minutos finais foram tentados remates de longe por Trincão e Catamo que por pouco falharam a baliza. A circulação de bola era lenta, Trincão e Catamo nunca deram a necessária largura, Fresneda e Maxi também não, muito jogo interior que tornava mais fácil o jogo adversário.

De qualquer maneira, no final da 1.ª parte já havia 3-0 em cartões amarelos.

 

Na 2.ª parte o Sporting entrou em correr e Trincão a pegar no jogo, e o golo nasceu dum grande passe dele a aproveitar a excelente desmarcação de Catamo. Um Catamo que continua a falhar passes e crizamentos, mas que marca golos preciosos.

Depois desse golo só deu Sporting. Gyökeres rematou à trave, Diomande teve um golo anulado por centímetros, um remate forte de Debast na sequência duma rasteira a Gyökeres que seguia para o golo foi muito bem defendido pelo guarda-redes contrário.

Do lado do Santa Clara apenas um cabeceamento perigoso.

 

Desta vez Rui Borges usou e bem das substituições. Mudou o lado direito com St. Juste e Quenda e o lado esquerdo com Matheus Reis, juntou Harder a Gyökeres e ainda houve alguns minutos para Pedro Gonçalves mostrar que vem com tudo para nos ajudar no que aí falta.

Concluindo: desafio superado, embora sem grande nota artística e sem conseguir matar o jogo mais cedo.

 

Melhor em campo? Debast, cada vez mais influente como médio-centro e na marcação de livres.

Arbitragem? Critério uniforme e coerente, deixou jogar, não foi no teatro do jogador do Santa Clara que se deixou cair quando sentiu o encosto de Quaresma. 

E agora? Os lampiões, como o José Sousa da Sport TV e os ressabiados da tasca, garantem a pés juntos que o Benfica vai ganhar todos os jogos para além do dérbi até ao fim, e o título será decidido nesse dérbi. Não sei se anda aí alguma mala vermelha a circular, pelo menos os do Santa Clara parece que tinham perdido muita coisa no final do jogo de ontem. Vamos ver se será assim ou não.

PS : Parece que sou bruxo... sai um melão para o lampião !

SL

Rescaldo do jogo de ontem

 
 

Gostei

 

Do nosso triunfo incontestável da noite de ontem. Vencemos o Estoril em casa, por 3-1. Pondo fim a uma sequência de oito jogos da equipa adversária sem perder: a última derrota dos canarinhos havia sido a 23 de Dezembro. Deram boa réplica, valorizaram o espectáculo em Alvalade, mas só conseguiram uma ocasião de golo - precisamente a que foi concretizada. Porque, excepto nesse lance, os jogadores leoninos souberam bloquear o acesso à nossa baliza. Bateram-se com agressividade bem doseada, combatividade, capacidade de luta e vontade de ganhar segundas bolas, sem dar nenhum duelo como perdido. Quando foi preciso gerir, em períodos da segunda parte, soubemos agir com inteligência e competência.

 

De Gyökeres. Quem disse que ele já tinha rebentado e havia perdido a capacidade goleadora? Enorme disparate. Foi o melhor em campo, a grande figura do encontro: marcou dois golos, o segundo e o terceiro, e desperdiçou outros tantos. Mas é justo que seja distinguido como obreiro maior destes três pontos no nosso estádio. Golaço aos 36', sentando dois defesas e ludibriando o guarda-redes Joel Robles com forte remate rasteiro. Fechou a contagem aos 90'+6, num penálti também conquistado por ele e convertido de modo irrepreensível. Já tinha marcado a todas as equipas da Liga portuguesa, excepto uma: o Estoril. Acaba de fazer o pleno. Reforça o comando na lista de artilheiros do campeonato 2024/2025: já marcou 25. E 37 no total da época, em 39 jogos. Números impressionantes.

 

De Debast. Médio de construção improvisado, dada a ausência simultânea de Morten, Morita e Daniel Bragança. Deu muito boa conta do recado, sobretudo no capítulo do passe longo, com pontaria calibrada. Duas assistências - a primeira na marcação dum livre lateral, para a cabeça de Gonçalo Inácio, logo aos 5'; a segunda num soberbo passe à distância, traçando uma diagonal perfeita para a desmarcação de Gyökeres. E ainda mandou um petardo ao ferro, na ressaca de um canto, aos 63'. Exibição de grande nível.

 

De Gonçalo Inácio. Com braçadeira de capitão, assumiu desta vez a liderança da defesa, impondo-se na orientação dos colegas sempre que tinha início um movimento defensivo. Regressou aos golos, fulminando de cabeça o guardião do Estoril, aos 5', em notável exibição de jogo aéreo após conversão dum livre lateral muito bem batido por Debast. Evidenciou segurança e confiança nesta partida em que foi distinguido pela sua participação em 200 desafios de Leão ao peito como profissional de futebol.

 

Da estreia de Felicíssimo como titular. Bom jogo do jovem médio defensivo, suprindo a ausência de todos os titulares do nosso meio-campo e até também a do jovem João Simões, que o precedeu na ascensão à equipa principal. Seguro, sem complicar, movimentando-se bem sem bola, não acusou nervosismo após ter sido amarelado aos 33'. Tem atitude, boa presença em campo e inegável destreza técnica. 

 

De José Silva, também em estreia. Entrou só aos 79, substituindo Quenda, mas teve tempo suficiente para mostrar qualidade. Veloz, combativo, sem fugir aos duelos na ala direita. Poucos diriam que era este o seu primeiro jogo na Liga portuguesa de futebol. Outra aposta de Rui Borges na formação: merece aplauso.

 

De ter começado a ganhar cedo. Concretizámos na primeira oportunidade disponível - e logo num lance de bola parada, algo pouco frequente. Isto ajudou muito a tranquilizar a equipa e os próprios adeptos.

 

Da primeira parte, com domínio absoluto nosso. Chegámos ao intervalo a vencer 2-0. Sem dar hipótese aos estorilistas de fazerem um só remate enquadrado. E poderíamos ter goleado, tantas foram as falhas defensivas do Estoril.

 

De vencermos com sete jogadores da formação. E também com nove - em 15 - jogadores sub-23: Diomande (21 anos), Gonçalo Inácio (23), Fresneda (20), Debast (21), Felicíssimo (18), Quenda (17), Harder (19), Arreiol (19) e José Silva (19).

 

Da presença de mais de 36 mil adeptos em Alvalade. Apoio entusiástico e sem desfalecimentos do princípio ao fim. Foi a melhor maneira de aquecer numa noite fria de Inverno. 

 

Da nossa liderança reforçada. Concluídas 24 jornadas, vamos isolados em primeiro. Com 56 pontos. Conseguimos 17 vitórias nestas 24 rondas. Só faltam dez para concretizarmos o maior sonho: a conquista do bicampeonato que nos foge há 74 anos.

 

 

Não gostei

 

Do golo solitário que sofremos, aos 84'. Único momento de descoordenação da nossa defesa, bem aproveitado por Gonçalo Costa para a meter lá dentro - em lance validado por apenas 5 cm. O lateral esquerdo não festejou, em respeito pelo Sporting: esteve 12 épocas na Academia de Alcochete, onde percorreu todos os escalões de formação, chegando a jogar na equipa B. Saiu, sem oportunidade de subir à equipa A, mas demonstrou não ser ingrato. Merece toda a sorte na profissão.

 

Da longa lista de lesões. Nove jogadores impedidos de ser convocados por motivos de ordem física. O mais recente? O jovem Alexandre Brito, recém-estreado como médio na equipa principal: também ele já está fora de combate. Parece uma maldição que se abateu nesta época sobre Alvalade.

 

Da ausência de Maxi Araújo. Impedido de actuar nesta recepção ao Estoril por acumulação de cartões, o jovem uruguaio fez-nos falta nas movimentações junto à linha esquerda. Quenda, ali titular à frente de Matheus Reis, esteve vários pontos abaixo, perdendo bolas e pecando por falta de compromisso defensivo. Atravessa claramente um período de menor fulgor.

 

Das oportunidades falhadas. Umas por inépcia no momento da decisão, outras goradas devido a boas intervenções do guarda-redes adversário. As quatro na meia hora inicial de jogo. Duas protagonizadas por Gyökeres, aos 22' e aos 30' - a segunda após impressionante corrida de Esgaio, que galgou cerca de 40 metros para assistir o craque sueco. Outras duas por Trincão, em noite pouco inspirada, aos 23' e aos 30', no primeiro caso desperdiçando o facto de só ter Joel Robles pela frente.

O dia seguinte

Quem foi a Alvalade, como eu fui, deu por muito bem empregue o seu tempo.

O Estoril a jogar no campo todo sem truques nem palhaçadas contra o Sporting com um onze "remendado" mas com Gyökeres de regresso ao seu melhor. O 3-1 acaba por ser o resultado perfeito para descrever o que se passou nos 90 e picos minutos de jogo.

Pelos vistos Rui Borges, com todas as lesões que foram acontecendo, meteu o seu 4-4-2 na gaveta e regressou ao 3-4-3 de Amorim. E fez muito bem. Sem tempo para treinar, a equipa defende com outra segurança, seja quem for que integre a linha de 5. Porque há muito treino anterior que possibilita a um Esgaio fazer de defesa direito em bom nível, Diomande fica como legítimo sucessor de "El patron" e Inácio no seu melhor lugar também. Fresneda perde um pouco a ala direito, mas está cada vez mais um defesa direito de selecção, Matheus Reis é o jogador mais polivalente do plantel, joga onde quiserem.

No meio-campo, Debast está a tornar-se num médio de luxo, e Felícissimo só surpreende quem não o veja jogar na Liga 3 (pela inteligência de jogo e capacidade de comando merecia ter chegado mais cedo do que os outros médios da B, mas com idade de júnior ainda vai muito a tempo).

No ataque, os muito desgastados Trincão e Quenda correm kms e kms a suportar o Gyökeres de sempre.

E assim foi. Ataques contínuos dum lado e doutro o jogo todo.

 

Na 1.ª parte o Sporting soube definir melhor os lances atacantes, marcou dois e podia ter marcado três ou quatro, com oportunidades flagrantes desperdiçadas por Trincão e Gyökeres.

Na 2.ª parte muito mais Estoril, com o desgaste das correrias a fazer-se sentir. Se a primeira substituição de Matheus Reis por Catamo fazia todo o sentido, com Fresneda derivando para a esquerda para fechar um flanco em que o Estoril ameaçava, e Quenda assumindo a ala direita, a tripla substituição que se seguiu foi um pouco temerária.

Sairam Quenda, Trincão e Felícissimo, este devido ao amarelo, entraram José Silva, Arreiol e Harder. Mudanças a mais que fragilizaram a equipa. Nenhum dos três melhorou fosse o que fosse no desempenho da equipa.

E com isso o Estoril conseguiu marcar. Felizmente Gyökeres arrancou mais uma vez para o penálti e o golo.

Muito sofrimento no final nas bancadas de Alvalade, mas já estamos habituados. Só assim nascem os campeões.

Um orgulho ver a formação de Alcochete, que parte pedra na Liga 3, chegar à primeira equipa e a entrar em campo como se estivesse a jogar contra um Atlético qualquer na Tapadinha. Felicíssimo, Arreiol, José Silva hoje, Alexandre Brito ontem, Quenda e João Simões mais atrás. Não existem tremedeiras nem passes disparatados, o futuro é deles.

 

Melhor em campo? Debast, a jogar assim, meu amigo, não voltas mais para defesa. O teu seleccionador que veja o jogo.

Arbitragem? Começou bem mas perdeu-se completamente com a ajuda do VAR no caso da patada ao Felicíssimo que lhe podia dar cabo da perna e da temporada. 

E agora? Descansar a cabeça e o corpo, e ir a Rio Maior ganhar. Conto voltar lá.

 

PS: À tarde ouvi o Augusto Inácio a menosprezar a Liga 3, que o lugar da equipa B era na Liga 2, que assim é que os jogadores se desenvolviam. Isto do director desportivo que recebeu a melhor equipa B de sempre do tempo do Godinho Lopes e a afundou com Dramés, Sackos e Gazelas, que despediu ou deixou despedir o Abel Ferreira na pré-época, e que agora observa o Porto B depois da auditoria ao regabofe Pinto da Costa a afundar-se na zona de descida da Liga 2. A nossa equipa B repleta de juniores compete onde pode e faz sentido competir para os recursos que tem. E não é por isso que o Felicíssimo de 18 anos não salta da Liga 3 para a Liga 1 como se nada fosse.

SL

Pódio: Debast, Rui Silva, Gyökeres

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Gil Vicente-Sporting, da Taça de Portugal, por quatro diários desportivos:

 

Debast: 24

Rui Silva: 24

Gyökeres: 22

Maxi Araújo: 22

Trincão: 21

Gonçalo Inácio: 20

Fresneda: 19

Alexandre Brito: 18

Esgaio: 17

Matheus Reis: 17

Quenda: 16

Harder: 15

Geny: 11

Kauã: 7

Afonso Moreira: 1 *

 

Três jornais elegeram Debast como melhor em campo. A Bola escolheu Trincão.

 

* A nota 1 deve-se ao Record, que pontua sempre os jogadores mesmo quando eles entram aos 90'+6, como foi o caso, e nem chegam a tocar na bola. Absurdo.

O dia seguinte

Jogo estranho, este em Barcelos, muito ao contrário daquilo que tem acontecido ao Sporting desde que chegou Rui Borges.

Primeira parte onde o Sporting foi manifestamente inferior, jogando devagar e mal, com uma dupla de médios que via jogar os adversários, muitas vezes a fazer passes em profundidade bem perigosos, e sem conseguir atacar com o mínimo de perigo, com Trincão em "modo rotunda" e Harder bem cedo castigado por um amarelo exagerado. Valeu Rui Silva, que safou duas bolas de golo.

O 0-0 era lisonjeiro para o Sporting ao intervalo, se calhar foram os piores 45 minutos  da temporada.

 

Na 2.ª parte, com Gyökeres, tudo foi diferente: pressão alta, recuperações e ataques rápidos, várias situações frustadas no último passe até ao grande pontapé de Debast dar golo, numa assistência do sueco. 

O jogo continuou só a dar Sporting. Dum grande passe a isolar Maxi veio o segundo amarelo e a expulsão do jogador adversário, e a eliminatória estava ganha.

Mas Rui Borges resolveu repetir a asneira de jogos anteriores. A ganhar por 1-0 qual foi o sentido de fazer entrar jogadores sem ritmo e vindos de lesão? Se já tem uma linha de 5 desfalcada na defesa, porque é que tirou um jogador alto e forte na direita para fazer entrar um pequeno e que não aguenta o choque ? Foi assim que Matheus Reis ficou sozinho com dois adversários e Catamo a baldar-se completamente ao lance. Safámo-nos por 3 cm.

 

Atenção ao 59 que entrou para substituir o 50. Kauã Oliveira, 21 anos, 1,82m. Temos ali o novo Matheus Nunes. Começou bem a temporada na B, sofreu uma lesão que o deixou fora alguns meses, está a agora a regressar.

O 50, Alexandre Brito, no global cumpriu, embora estando com Debast naquela péssima primeira parte naquela zona central.

Enfim, na 1.ª parte quase batemos no fundo, mas na 2.ª voltámos à tona, e agora é nadar até à praia.

Melhor em campo? Debast, pela enorme segunda parte e pelo grande golo que marcou.

Arbitragem? Entrou muito mal, com dois amarelos exagerados, depois inventou um penálti talvez para fazer passar os dois penáltis claros que não viu em Alvalade, depois foi acertando o critério e acabou em bom plano.

E agora? Ganhar ao Estoril e ter tempo para descansar.

SL

A taça que o ex-treinador deu a Vítor Bruno, o problema lá atrás (e por que não Eric Dier?)

 

Muito se falou nas últimas semanas da saída do ex-treinador - com aquela mistura de mágoa e saudosismo tão pátria como os pastéis de nata. E, ao nível das televisões e colunas de jornais desportivos, com aquela tão mal fingida compaixão dos lampiões quando sentem o cheiro do "sangue" adversário. 

Eu tenho, confesso, sentido saudades, mas não da dentuça sorridente do ex-treinador. Aquela que nos fazia até perdoar quando se metia num avião à sorrelfa para ir negociar com o West Ham (!!) em vez de se concentrar no campeonato nacional que tinha para ganhar. Tenho sentido saudades sim daqueles que são para mim os dois melhores centrais que passaram pelo Sporting na última década: Mathieu e, sobretudo, Coates.

Comecei, aliás, a sentir saudades logo em agosto, na Supertaça, que o saudoso ex-treinador perdeu de maneira espectacular para o pior Porto de que me lembro, com uma defesa atarantada a consentir 4 (quatro) golos, cada um mais ridículo do que o outro, depois de estar a ganhar por três. Para o treinador do Porto, Vítor Bruno, é bem capaz de vir a ser o único troféu que ganha na carreira. Mas o ex-treinador era bom rapaz, sorria muito, e portanto estava tudo bem.  

Só que não estava. Curiosamente, no último jogo de Amorim para a Liga tivemos novo descalabro na defesa, com a equipa a consentir dois golos a um Braga fraquíssimo (desta vez antes de dar a volta para 2-4). Verdade que a média de golos sofridos entre o Porto e o Braga foi baixa, e a de golos marcados bastante alta.

Com a instabilidade após a saída abrupta do ex-treinador, e evidente efeito anímico nos jogadores, ficou mais ainda à vista o problema que temos lá atrás, sem a inteligência, serenidade e voz de comando de Coates. Os golos sofridos com o Boavista creio que nem os centrais da equipa B sofriam. Moreirense e Brugges idem. Com uma defesa eficaz, a nova equipa técnica teria ganho todos os jogos.

Debast é muito bom a lançar jogo, mas acumula erros posicionais. Quaresma idem. Diomande é excelente no corpo a corpo, mas falta-lhe alguma frieza. Inácio quando em boa forma acrescenta muito, mas tem sido muito inconstante. St. Juste parece receoso do contacto físico, talvez pela questão das lesões. Ou seja, não temos nenhum central completo como era Coates. Nem de perto, nem de longe.

Além disso, acho que nos falta um jogador de meio campo fisicamente muito forte, capaz de destruir jogo adversário (sobretudo quando é preciso segurar um resultado, como foi em Brugge). Alguém com as características do João Palhinha (ou, já agora, de um jogador que acho um erro enorme ter sido emprestado - Dário Essugo). 

Os guarda-redes também não dão qualquer tranquilidade à equipa. Chego a (quase) sentir saudades de Adán. Mais valia apostar no Diego Callai, de quem vi grandes jogos nos sub-23. Esse ao menos poderia tornar-se um GR de topo. Tenho pena, mas parece-me que Israel e Kovacevic nunca passarão de GR medianos. 

Há em Portugal uma tendência para fulanizar as questões. A culpa é de sicrano ou beltrano. Acho que tem a ver com o peso da culpa. Como o sentimos, descarregamos noutro. No futebol, isso é extremado pelas emoções que rodeiam o jogo. O ex-treinador deixa troféus ganhos - o que sempre foi e sempre será normal no Sporting. Mas deixa também os perdidos. E muitos problemas para resolver no plantel.

Talvez fosse melhor concentrarmo-nos também na resolução destes. Eric Dier, que encaixaria como uma luva na nossa defesa, está encostadíssimo em Munique e poderia bem vir terminar a carreira em Alvalade. 

O dia seguinte

Realmente é bem estranho ver na mesma semana diferentes equipas do Sporting a alinhar de camisola cor de rosa (ou no caso magenta ?) associada ao género feminino e consequentemente a uma das mais terríveis doenças associadas ao género.

Para mim foi assim duas vezes a cores e ao vivo em Alvalade e duas vezes pela TV. O Sporting acabou por ganhar 3 dos 4 jogos, o único que perdeu foi com o Benfica em futebol feminino no jogo de despedida da Mariana Cabral a quem tenho de agradecer todo o esforço e dedicação que demonstrou nos oito anos que passou como treinadora pelo Sporting e as taças que deixou no museu, e as vitórias nos dérbis. Poucas ou muitas, não interessa. O resto é o resto, e tem mais a ver com o futuro do que com o passado, fica aqui a reparação mais que devida.

Mas voltando à camisola e a julgar pelo que vi nas redondezas do estádio, foi uma campanha a que muitos aderiram e que fez todo o sentido. Se surgirem outras para causas assim tão nobres terão todo o meu apoio também. 

Quanto ao jogo em si, se calhar foi o mais traiçoeiro de todos os desta época. Um adversário em 6-4-0, todos atrás da linha da bola, extremos transformados em defesas laterais e defesas laterais em centrais, muito difícil criar espaço no meio de tantas pernas. E logo um susto a abrir o jogo por fífia de Quaresma bem salvo por Israel.

Também o lado esquerdo não ajudou, Maxi muito metido para o meio, encostando Harder a Gyokeres e facilitando ainda mais a vida ao Casa Pia. Valeu o lado direito com Catamo e Trincão sempre tentando entrar embalados da linha para o meio, com cruzamentos perigosos de pé trocado, e incursões em drible que podiam dar penáltis ou cruzamentos atrasados como o que deu o golo. Mas o golo foi quase a única oportunidade clara que o Sporting teve no primeiro tempo.

O Rúben viu bem o problema ao intervalo. Saiu Harder, Morita foi fazer de Pote, muito mais difícil de marcar, e com isso complicou muito a vida do adversário. As oportunidades começaram a surgir. Morita primeiro, Trincão a seguir, falta clara sobre Gyokeres depois e golo de penálti. No entretanto, Inácio e Quaresma tinham chegado ao fim, e o trio defensivo com Fresneda-Debast-Esgaio assustava qualquer um. Mas nada de pior aconteceu, a equipa manteve-se sempre competente e o adversário de tanto defender com tantos nunca conseguiu atacar em condições.

Assim conquistámos a oitava vitória sucessiva no arranque da Liga. A última vez que isso tinha acontecido foi em 90/91 com Marinho Peres como treinador e depois foi o que se viu na altura e que não se quer repetir. Isto não é como começa, é como acaba, e o que importa agora é recuperar os lesionados no período das selecções de forma a enfrentar um novo ciclo de jogos muito exigente, e todos vão ser poucos para o efeito.

Melhor em campo? Israel, Debast, Bragança, Trincão, um qualquer deles.

Arbitragem? Deixou jogar, coerente no critério, nada a dizer.

E agora? Descansar, recuperar, descansar, recuperar. A lição está bem estudada.

 

PS: Em Arouca Chico Lamba, agora em Alvalade João Goulart e Nuno Moreira, é sempre bom ver alguns jogadores que passaram pela nossa equipa B singrarem profissionalmente. Um ou outro ainda se destacarão e terão transferências que beneficiarão o Sporting através das cláusulas e dos direitos de formação. Mas independentemente disso é sinal que houve trabalho bem feito em Alcochete.

SL

O passe de Debast

As reações hiper críticas ao passe de Debast a Geny (que acabaria por dar origem ao golo do PSV) mostram que nós - os bravos lusitanos - ainda temos um longuísismo caminho a percorrer.
Incluo aqui os jornalistas que classificaram os jogadores.

Em vez de saudarmos a capacidade daquele miúdo belga de mergulhar na possibilidade de um passe arriscado, ou seja, em vez de estarmos do lado de quem arrisca, preferíríamos o charuto inconsequente para as couves. E que outro colega qualquer fosse lá ver se conquistava a bola aos neerlandeses e tal.  

O passe foi de risco? Foi.

 

Era um passe bem sacado, com olho? Era. 

Geny podia ter feito mais? Evidente.

Só mais? Não, Podia ter feito muito mais. Podia até ter feito falta. 

Além disso, foi um golo do caraças, daqueles que o tipo colocará no DVD dos melhores momentos da carreira, não foi? Claro. Claro que foi.

Mas é mais simples ser fiel a 900 anos de História e cair em cima de quem ousa arriscar, não é? É. 

Franco Israel

O título deste post começou por ser "Franco!", depois "Israel!", mas por razões que só a mim dizem respeito e que alguns compreenderão, passou a ter o nome do nosso guarda-redes.

Eu sei que o homem do jogo foi o Viktor, que marcou o seu primeiro golo na Champions e a importância que esse golo teve para desbloquear um jogo que estava morno, complicado, "ranzinza", apesar de minimamente controlado; Que o tridente atacante esteve mais uma vez excelente; Que a defesa, apesar da contrariedade da lesão do Gonçalo, esteve quase irrepreensível, o Ousmane esteve imperial até (houve uma fífia quase no final que justifica o post e o seu título) e que a rapaziada do meio chegou para as encomendas, mas quero destacar o rapaz que veste o jersey com o número um que lá para os oitenta e sete minutos apenas foi chamado a trabalhar e num minuto fez três defesas, evitando em todas e em cada uma um golo feito.

Quer-me parecer que o número um ganhou o posto, sem querer estar aqui a colocar-me no lugar do Ruben, que estará mais bem apetrechado que eu para decidir quando o Vladan regressar da lesão que o retirou da competição, mas neste posto em concreto, quando a valia é semelhante, por norma quem tem o azar de sair por lesão, perde a titularidade quando já está à disposição do treinador.

Para mim ambos são muito bons, mas confesso que sou mais admirador do Franco (deste Franco!).

Uma nota para o Zeno: Golaço! O seu primeiro como sénior e logo na Liga dos Campeões. E além do golo do meio da rua, esteve irrepreensível do lado direito do trio defensivo. Ultrapassado o debacle da Supertaça, parece que temos homem.

Outra nota para o azar dos defesas. Vladan na baliza, Eduardo, Jeremiah e agora Gonçalo, mais à frente. Temos que ir à bruxa.

Para finalizar, uma exibição competente numa velocidade condicionada pelo nervoso miudinho até ao golo inaugural, aparentemente lenta, mas que justificou o banho e que, mais importante, valeu três pontos.

Vitória justa da melhor equipa.

Venha a coisa do acrónimo, o AVS.

O dia seguinte

Para mim é impossível analisar este jogo com o Lille sem me recordar dos jogos com o Marselha na Champions de há dois anos, ambos com um jogador expulso, naquela época em que ficámos em 4.º lugar na Liga muito por culpa... desse mesmo Marselha. Fomos perder então a Arouca poucos dias depois da derrota inglória em Marselha numa noite muito infeliz de Adán (e de Israel também que o substituiu), agora viemos da vitória em Arouca para uma vitória facilitada pela... expulsão dum jogador do Lille.

Mas além disso uma enorme distância entre a equipa de há dois anos e esta. Nem Israel é o mesmo, hoje teve uma defesa que define um grande guarda-redes, da selecção do Uruguai, tal como Maxi Araújo.

Sobre o jogo, e defrontando uma equipa mais forte fisicamente, sempre a meter o pé e a fazer estrago, foi preciso a equipa ser muito competente em campo, e bem diferente do que costuma fazer na Liga interna. Mais vertical, bola depressa no trio atacante, para encostar o adversário atrás e libertar espaço nas alas para os avanços de Catamo e Quenda. Que com mais sorte tinham marcado dois ou três golos na 2. ª parte, quando o adversário queria fazer pela vida em inferioridade numérica.

Inácio lesionado cede o lugar a Matheus Reis, Gyokeres marca um golo "à ponta de lança" na 1.ª parte, Morita é trocado por Bragança ao intervalo apenas porque mais vale prevenir que remediar, mas a máquina continuou a carburar sempre bem oleada.

O golão de Debast que decidiu o resultado fez esquecer as quatro ou cinco oportunidades desperdiçadas, hoje por mais falta de sorte no remate do que por outra coisa qualquer. Depois ainda tivemos direito àquela grande defesa de Israel, a colocar justiça mínima no resultado final.

O pior do jogo foram mesmo as mazelas e as lesões. Inácio teve mesmo de sair, no final e a coxear estavam vários: Diomande, Bragança, Gyokeres, Catamo...

Vamos ver quem está disponível para domingo. A Champions começa a "passar factura".

Melhor em campo? Diomande. Imperial, inteligente na leitura, eficaz na acção. Se todos ficámos traumatizados com o abandono justificado de Coates, agora o problema é ficarmos também no dia em que Diomande tenha de sair do Sporting. Depois dele todos merecem distinção, mas aquele golão do Debast deixou-nos com água na boca...

Arbitragem? Categoria Champions, sempre a deixar jogar mas a conseguir distinguir o jogo duro casual do intencional. 

E agora? O AVS domingo em Alvalade. Não vai ser fácil, pelos motivos que indiquei.

SL

Absolutamente inaceitável

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Gyökeres, com dois passes para golo: esforço do craque sueco foi insuficiente para vencer

 

À quinta tentativa, o FC Porto conseguiu: venceu esta noite o Sporting, conquistando a Supertaça no estádio municipal de Aveiro.

Primeira vitória oficial de Vítor Bruno, novo técnico portista.

 

Vista do nosso lado, é uma derrota que soa a pesadelo. Chegámos a vencer por 3-0 e deixámos que o FCP conseguisse a reviravolta, triunfando por 4-3 no prolongamento. 

Marcámos o primeiro logo aos 6', por Gonçalo Inácio.

O segundo surgiu aos 9', por Pedro Gonçalves.

O terceiro - fantástico golo - aconteceu aos 24', pelo jovem Quenda, em estreia simultânea como titular e artilheiro da equipa principal. Merece elogio, tal como Gyökeres: o sueco não marcou, mas fez duas assistências.

Aos 28', Galeno reduziu. Fixando o resultado ao intervalo: 3-1.

 

E depois? Acentuou-se o naufrágio defensivo do onze leonino, que se estreia da pior maneira na temporada oficial 2024/2025. Sofremos dois outros golos, aos 64' e aos 66'. Aos 101', consumou-se o descalabro.

Com o nosso treinador inexplicavelmente passivo. Rúben Amorim só se dignou fazer a primeira substituição aos 83': mandou sair Trincão, mandou entrar Edwards. Mera troca posicional, que nada alterou para melhor.

Alinhámos com dois reforços: Vladan e Debast. Nenhum deles me convenceu. O quase-desaparecido Fresneda, desta vez em campo nos 20 minutos finais, continua sem demonstrar qualidade para integrar o plantel leonino.

 

Passámos do oitenta para o oito. Nunca tinha visto nada semelhante num desafio desta relevância, que garantiu o primeiro troféu da época. Vai para o museu do Dragão.

Resumo tudo nestas duas palavras: absolutamente inaceitável.

Até sempre, Coates. Sê bem-vindo, Quenda

Spporting, 3 - At. Bilbao, 0 (Troféu Cinco Violinos)

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Coates entrega a Morten Hjulmand braçadeira de capitão: momento emocionante em Alvalade

 

Os clubes desportivos vivem muito da iconografia capaz de congregar e mobilizar os apoiantes. Aconteceram ontem, no Estádio José Alvalade, vários momentos desses. Que guardaremos mais tarde na memória.

A ocasião era propícia a isso, neste nosso último jogo antes do início da época oficial de futebol. Celebravam-se os quase-míticos Cinco Violinos, que quase já ninguém viu jogar. Iríamos defrontar os "leões" bascos do Athletic Bilbao, trazendo a má recordação daquela partida perdida em San Mamés que há 12 anos nos afastou da final da Liga Europa. E dizíamos «até sempre» ao enorme capitão Sebastián Coates, que regressa ao seu Uruguai após quase nove anos entre nós: foi o melhor defesa do Sporting neste século. Momento agridoce, o da vibrante ovação colectiva a quem nunca nos abandonou nos tempos mais difíceis, bem diferentes dos actuais. Sai como bicampeão nacional de futebol.

 

Uns partem, outros chegam.

Ontem estreou-se na equipa principal um adolescente de 17 anos, nascido em Bissau. Actuou como extremo clássico, no corredor direito. Rúben Amorim confia  a tal ponto nele que adaptou o sistema táctico às características do rapaz, dispensando-o do habitual vaivém naquela ala: havia sempre um colega apto a ir ali à dobra em missão defensiva.

Geovany Tcherno Quenda - melhor em campo - correspondeu às expectativas. E assim deu nova amplitude à iconografia leonina, neste magnífico fim de tarde em que víamos emergir um astro em nossa casa. Aos 10', protagonizou pré-assistência para o golo inaugural ao tocar de modo irrepreensível para Gyökeres. Aos 33', rematou ao poste com aquele que dizem ser o seu pé menos bom, o direito. Aos 40', num remate cruzado, encaminha-a para a baliza onde ia anichar-se no canto inferior direito: só um corte providencial a travou in extremis.

«Se jogar assim, não voltará à equipa B», afirmava um sorridente Rúben Amorim no final do jogo. Impossível contrariá-lo: é mesmo caso para dizer isto.

O miúdo de Bissau deu forte contributo para as estatísticas deste jogo: 19 remates nossos, apenas nove da turma basca.

 

Solto, com bola ao primeiro toque. Dinâmico, com toada colectiva no comprimento e na largura. Criativo, capaz de desenhar lances que nos transmitem a ideia de um campeão nacional disposto a revalidar o título sem pedir licença a ninguém. Foi assim que se mostrou o Sporting neste desafio testemunhado ao vivo por mais de 35 mil adeptos num estádio que vai sendo remodelado por etapas até se pôr fim ao famigerado fosso, lá para 2026. Perante o detentor da Taça do Rei, quinto classificado da Liga espanhola.

Com Nuno Santos ausente do onze por lesão e Diomande a cumprir castigo, o treinador aproveitou estas baixas para testar a equipa com vista à Supertaça, que disputaremos com o FC Porto a 3 de Agosto. Houve adaptações bem-sucedidas. Desde logo na saída de bola, visando o passe na profundidade para explorar com rapidez os espaços livres lá na frente. E ampliando os momentos em que defendemos numa linha a quatro, cabendo a Geny - na ala esquerda - esse movimento de recuo. 

Teste superado. Também o de outro estreante: o belga Debast, transferido aos 20 anos do Anderlecht e com participação no recente Euro 2024 pela selecção do seu país. Mostrou-se destemido com bola e pressionante sem ela. Reforço a sério, não a fingir.

 

E que mais, na crónica deste jogo? Os golos, claro.

Fundamentais - pelos três que marcámos, conquistando o belo Troféu Cinco Violinos. O primeiro (10') por Pedro Gonçalves, em remate rasteiro, isolado por Gyökeres neste seu primeiro (e último) jogo da pré-temporada testemunhado pelo público. O segundo (79') com Edwards a encostar após cruzamento milimétrico de Matheus Reis. O terceiro (83') com Trincão a facturar e Matheus novamente a assistir após intervenções decisivas de um par de jovens: Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro. Oriundos da Academia de Alcochete, fábrica de campeões.

Fundamental também, termos mantido as redes da nossa baliza intactas. Vladan (até aos 68') e Israel (com recente participação na Copa América pelo Uruguai) deram boa conta do recado.

No final, o sorriso de Amorim era igual ao nosso. Sebastián Coates pode regressar tranquilo a Montevideu: a equipa está bem entregue.

 

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Homenagem nas camisolas ao melhor defesa do Sporting neste século XXI

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Não fez uma defesa digna desse nome na primeira parte. Bloqueou bem a bola aos 51', saída oportuna a pontapé aos 62'. Controlou a profundidade.

Eduardo Quaresma - Devolvido ao lado direito da linha de centrais, melhorou face ao jogo anterior. Pequenos lapsos sem relevância. Sacou um amarelo aos 16'.

Debast - Estreia absoluta do jovem belga de verde (e negro) e branco. Mostrou talento, exibiu confiança. Bons dotes técnicos, presença na área.

Gonçalo Inácio - Não o víamos em acção desde o Europeu. Aos 22 anos, é já o mais experiente dos três centrais. Cabeceou à trave após canto, aos 33'.

Quenda - Outro estreante. E logo como melhor em campo. Foi seta apontada à área bilbaína. Serviu Viktor no primeiro golo, rematou ao ferro (33'), quase marcou aos 40'.

Morten - Agora capitão, mostrou-se em excelente forma após um Europeu que lhe correu bem. Eficaz no desarme e nas recuperações. Inegável sentido posicional.

Morita - Parece jogar há muitos anos com o dinamarquês, de tal forma se complementam no meio-campo. Constante pressão sobre o portador da bola. 

Geny - Remetido à ala esquerda, revelou dificuldade no seu habitual movimento de fora para dentro: falta-lhe automatismo. Saiu ao intervalo com queixas físicas.

Trincão - Voltou a marcar: foi dele o golo que selou o resultado, aos 83. Andara lá perto num cabeceamento, aos 61'. Garantiu lugar como titular da equipa.

Pedro Gonçalves - Naquele seu jeito habitual de fingir que nem lá anda, apareceu no sítio certo para abrir o marcador logo aos 10'. Sempre muito activo.

Gyökeres - Voltámos a vê-lo após ter sido operado: 58 dias sem competir. Ninguém diria: está em plena forma. Impecável assistência no primeiro. Rondou o golo aos 54'.

Fresneda - Entrou aos 46' para render Geny. Primeiro na ala esquerda, algo trapalhão; depois à direita, mais à vontade. Recupera a bola no lance que gera o segundo golo.

Rodrigo Ribeiro - Substituiu Gyökeres (59'). Voltou a dar nas vistas. Grande articulação com Mateus Fernandes a construir lance que culmina no terceiro golo.

Daniel Bragança - Rendeu Morten aos 68'. Já com a braçadeira de capitão, iniciou segundo golo com transporte seguro e temporização perfeita.

Israel - Aos 68' substituiu Vladan entre os postes. Saiu bem, a pontapé, aos 77'. Grande defesa aos 90'+1: está em forma.

Edwards - Aos 68' saiu Quenda, entrou ele. Grande contraste. Mas aos 79' saiu da aparente letargia para a meter lá dentro após boa movimentação. Quase nem festejou.

Matheus Reis - Só entrou aos 68', substituindo Gonçalo Inácio. Mas chegou a tempo de brilhar na assistência a dois golos. Nota muito positiva.

João Muniz - Substituiu Debast aos 68'. Cumpriu, evidenciando segurança.

Mateus Fernandes - Entrou aos 81', rendendo Morita. Voltou a dar nas vistas com a arrancada que daria o golo 3. Serviu muito bem Trincão aos 86'. 

Ecos do Europeu (11)

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Equipa mais azarada não há. Pelo menos neste Campeonato da Europa. Refiro-me à Bélgica, já com três golos anulados pelo vídeo-árbitro: se não é recorde na fase de grupos, anda lá perto. Dois desses tentos que não valeram deveram-se a deslocações milimétricas: esta regra absurda, validada pela tecnologia, anda a matar o futebol como modalidade desportiva digna de espectáculo. Cada vez concordo mais com Arsène Wenger, que já propôs alteração drástica à lei do fora-de-jogo, passando a existir irregularidade apenas quando todo o corpo do atacante se encontrar para além do penúltimo defensor.

Principal vítima: Lukaku (Roma, 31 anos). Foi ele o autor dos golos que não valeram: dois contra a Eslováquia; outro anteontem, em Colónia, na vitória belga frente à Roménia. Não marcou, mas deu a marcar. Muito cedo, ainda antes de estar concluído o segundo minuto da partida. Servindo Tielemans, desta vez para valer. Na construção deste excelente lance de futebol colectivo participou também o melhor em campo: De Bruyne, já longe da prolongada lesão que o afectou na temporada 2023/2024. 

Voltou às exibições de luxo, como um dos melhores médios ofensivos do mundo. Coroando a sua actuação com um golaço de fazer levantar o estádio. Construído aos 80' com assistência directa do guarda-redes Casteels, que a colocou muito bem lá na frente. O canhoto fez o resto. Carimbando o primeiro triunfo belga neste Euro-2024.

Debast, o jovem defesa recém-contratado pelo Sporting ao Anderlecht, saltou do banco aos 77', substituindo Theate (Rennes, 24 anos) como central à direita. Impôs-se no jogo aéreo e destacou-se no passe longo. Gostei de o ver.

 

....................................................................................

 

No fim, não ganha a Alemanha: empata. Foi assim ontem, no embate entre suíços e alemães em Frankfurt, com manifesta superioridade helvética. Na primeira oportunidade de que a equipa dispôs, aos 28', o jovem avançado Ndoye (Bolonha, 23 anos) não perdoou. Esteve a centímetros de bisar, levando a bola a beijar o ferro, três minutos depois.

Aqui para nós: gostaria bem de vê-lo no Sporting.

A Suíça vencia ao intervalo (1-0) e exibiu mais classe durante o segundo tempo, em que dispôs de duas grandes oportunidades de ampliar a vantagem: aos 84', quando Vargas a meteu lá dentro mas viu o golo anulado por suposta falta anterior de um colega que só o VAR descortinou; e aos 88, quando Neuer impediu golo de Xhaka com defesa quase impossível.

Três vezes campeã da Europa, a Alemanha parecia ter baixado os braços, resignada à derrota, quando Füllkrug a salvou, já no tempo extra, ao marcar após conversão de livre lateral. Estiveram a dois minutos da derrota - e consequente adeus ao primeiro lugar no Grupo A, que afinal venceram in extremis. Formam com Portugal e Espanha o trio de selecções com lugar garantido nos oitavos.

Safaram-se de boa, mas lançaram dúvidas junto dos adeptos: esta selecção germânica prometia mais do que está a oferecer.

 

Bélgica, 2 - Roménia, 0

Alemanha, 1 - Suíça, 1

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  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D