Bruno Fernandes: golaço neste regresso a um estádio onde voltou a ser feliz
Foto: Rodrigo Antunes /Lusa
Ontem voltou a haver festa em Alvalade. Mesmo sem jogar o Sporting. Casa cheia, no nosso estádio, para ver ao vivo a selecção nacional. Portugal-Islândia: vencemos por 2-0. Com golos de Bruno Fernandes (golaço, com assistência magistral de Bernardo Silva) aos 37' e de Ricardo Horta aos 66'.
Cristiano Ronaldo desta vez não marcou, mas fez por isso. Cabeceou para defesa apertada do guarda-redes (21') e participou no lance do segundo golo. Com energia inesgotável durante os 90'+4. Ninguém diria que vai a caminho dos 39 anos.
Festa da equipa das quinas, pois. Desta vez sem assobios para ninguém - até João Félix e João Neves foram muito aplaudidos. Merece registo.
Havia bons motivos para isto: estamos talvez perante a nossa melhor selecção de sempre, qualificada para o Euro-2024 sem necessidade de máquina de calcular.
Ontem foram batidos dois recordes. A nossa melhor prestação até hoje em fases de qualificação de Europeus ou Mundiais: dez jogos, dez vitórias, uma campanha imaculada. E também a nossa qualificação com mais golos marcados: 36 nestas partidas, ultrapassando os 35 registados no apuramento para o Mundial da Alemanha em 2006. Com apenas dois sofridos.
Parabéns aos jogadores - todos, sem distinção clubística. Parabéns ao seleccionador Roberto Martínez: até agora só sete outras selecções haviam concluído, desde sempre, uma fase de apuramento 100% vitoriosa.
E, claro, parabéns ao nosso Cristiano Ronaldo - que ontem regressou a um palco que tanto lhe diz. Marcou dez golos nas nove partidas em que participou nesta qualificação encerrada em festa. Merece, sem discussão, todos os aplausos dos adeptos do futebol.
Cristiano Ronaldo continua a registar números impressionantes. Ontem, no minuto inicial do recomeço, foi ele a marcar o primeiro golo da selecção portuguesa ao Liechteinstein (vitória lusa por 0-2 em Vaduz). O décimo golo dele em oito desafios da equipa das quinas neste apuramento para o Europeu de 2024 em França.
CR7 comanda a lista de artilheiros numa campanha exemplar: vencemos os nove jogos que disputámos, com 34 golos marcados e só dois sofridos.
Os seus números globais impressionam mais ainda. O melhor jogador português de todos os tempos, nesta sua 204.ª internacionalização, tem agora 128 golos ao serviço da selecção. Mais, muito mais, do que Figo (32), Eusébio (41) e Pauleta (47) juntos.
No conjunto do ano civil, entre clube e selecção, são já 46 os golos marcados pelo mais célebre "número 7" do planeta futebol. Número que apenas surpreende quem não acompanha a carreira deste craque.
Não ficará por aqui, seguramente. Péssima notícia para aqueles que o detestam - são muitos, e não apenas argentinos. A inveja, como se sabe, é talvez o pior defeito nacional.
Matthäus acertou em cheio: a entrega da Bola de Ouro a Messi, pela oitava vez, só pode ser classificada desta forma. Foi uma farsa. De mau gosto.
O vencedor, obviamente, devia ser Haaland, este ano em destaque máximo no Manchester City, conquistador da Liga dos Campeões. Mas este prémio tem razões que a razão desconhece: em 2010, o argentino suplantou inexplicavelmente Iniesta sem marcar um golo no Mundial nem ter jogado a final da Champions; em 2021, venceu de novo o troféu, que devia ter sido entregue a Lewandowski, Bota de Ouro pelo Bayern de Munique.
Percebo muito bem que Cristiano Ronaldo tenha reagido como reagiu: limitou-se a pôr quatro bonequinhos à gargalhada. Confirmando, sem necessitar de palavras, que se tratou mesmo de uma farsa.
«Cristiano Ronaldo foi formado no Sporting. Saiu de cá já profissional e com a formação completa. É um símbolo do Sporting e o melhor jogador do mundo por épocas e épocas. Andar aqui a colocar dúvidas quanto a atribuir-lhe o naming de uma porta do estádio mostra bem até onde a tresloucada deriva carvalhista levou este centenário clube e alguns dos seus ditos adeptos de raciocínio mais débil e toldado por aquele guru das revistas de sopeiras. Fundem outro clube e desamparem a loja.»
Portugal goleia Bósnia: oito vitórias seguidas, proeza inédita. CR7 ultrapassa Haaland nos artilheiros do ano
A selecção nacional - já qualificada para o Euro-2024 que vai disputar-se na Alemanha - deu ontem mais uma lição de bom futebol. Desta vez na Bósnia-Herzegovina: fomos lá vencer por cinco golos sem resposta. Triunfo arrasador, demonstrando como está a equipa das quinas: absolutamente imparável. Oito vitórias seguidas, proeza inédita.
E Cristiano Ronaldo? Mais um par de golos para a colecção. Foram dele os dois primeiros - de penálti, aos 5', e em lance corrido, aos 20'. Soma e segue, com o brilhantismo de sempre, ridicularizando aqueles imbecis que lhe chamam velho. Regista agora 127 golos em 203 internacionalizações, marca nunca antes alcançada no desporto-rei. Já marcou nove nos sete desafios em que participou na campanha de apuramento para o Europeu. Média de sonho para qualquer jogador, sobretudo para um avançado com 38 anos.
Melhor ainda: CR7 acaba de ultrapassar Haaland como goleador europeu de 2023. Com 40 golos apontados este ano, até agora. Extraordinário.
Destaque também para as exibições de Bruno Fernandes (grande golo, o terceiro, aos 25'), João Cancelo (marcou o quarto, com assistência de Bruno, aos 32') e João Félix (autor do quinto, aos 41'). Presença obrigatória neste quadro de honra: o nosso Gonçalo Inácio, titular como central à esquerda. É ele quem inicia a jogada do segundo e assiste no terceiro, com um espectacular passe de 40 metros. Não custa vaticinar - como já aqui escrevi - que muito em breve terá lugar cativo naquela posição.
Números esmagadores, confirmando a competência do seleccionador Roberto Martínez.
Todos de parabéns, portanto. Noite de júbilo para quase todos os portugueses. Também noite de pesadelo para os poucos que se proclamam divorciados da selecção. Fazem birra, batem o pé e mudam de canal quando a equipa das quinas joga.
Na sexta-feira, marcou mais dois golos pela selecção nacional de futebol. Já regista 125 em 202 internacionalizações - recorde mundial absoluto, cada vez mais reforçado. E continua recordista absoluto de golos na Liga dos Campeões: são 140.
Cristiano Ronaldo, aos 38 anos, mantém um fôlego impressionante. Jogou do princípio ao fim do Portugal-Eslováquia, disputado no Estádio do Dragão. Marcou o primeiro, de penálti, aos 29'. E o segundo aos 72', à ponta-de-lança, como tantas vezes nos habituou. O golo inaugural da equipa das quinas tinha sido apontado aos 18', por Gonçalo Ramos, correspondendo da melhor maneira a uma assistência de Bruno Fernandes - o melhor em campo, com outra exibição de sonho a representar as cores nacionais.
Ao sétimo desafio, ainda a três rondas do fim, temos a qualificação para o Europeu da Alemanha, no próximo ano, já assegurada: lideramos o Grupo J com folha limpa: sete vitórias, 21 pontos, com 27 golos marcados e apenas dois sofridos (agora, contra os eslovacos, na noite chuvosa do Porto). Desta vez não necessitamos de calculadoras para nada. Merece parabéns o seleccionador Roberto Martínez.
Quanto a CR7, aí está para as curvas. Aqueles que o detestam precisam de doses reforçadas de paciência: vão continuar a levar com ele.
Não deixa de ser curioso que dos três desportivos de hoje, apenas o "A Bola" se refere às declarações proferidas ontem pelo capitão da selecção nacional. Talvez porque os seus profissionais não estejam a gostar (quem gosta?) do despedimento colectivo em curso no periódico da Travessa da Queimada e finalmente estejam a quebrar as amarras que os prendem(ram) a uma linha editorial de subserviência a um clube e a um status quo que todos sabemos quais são. Assim como assim, direi eu, que se lixe a taça, pensarão.
Por ser quem é, por ter o estatuto que atingiu, por estar na idade em que um desportista já pode dizer o que lhe vai na realgana, Ronaldo, o nosso, do Portugal do desporto mas não apenas, maior representante, coloca o dedo na ferida e dá uma lição ao presidente da FPF e ao presidente da Liga Portugal, Fernando Gomes e Pedro Proença.
Estas declarações que deveriam fazer estes dois personagens pensar que caminho querem para o futebol português, cairão, tenho a certeza, em saco roto, porque como até um cego consegue ver, não é do interesse dos interesses (passe a redundância) instalados que as coisas mudem.
Nestas declarações de Ronaldo, com as quais quem gosta de futebol não pode deixar de estar de acordo, pode entender-se porque nunca equacionou voltar ao futebol português e ao Sporting. Como eu o compreendo.
Trincão e Jota, campeões europeus sub-19 em 2018, na Finlândia
Formar jogadores, no futebol profissional, é também ensiná-los a vencer. Habituá-los desde cedo que não interessa apenas competir por competir: importa ganhar títulos e troféus. Não apenas no clube, mas em tudo.
Pela mesma lógica, os jogadores que formamos devem querer desde cedo ir à selecção. Basta olhar para o exemplo de Cristiano Ronaldo, o mais internacional do mundo. Nunca desertou da representação nacional, atribui valor especial a envergar o símbolo de Portugal na camisola e aos 38 anos ainda demonstra entusiasmo em campo como se fosse um recém-chegado, como muito recentemente confirmou.
Apontar exemplos destes também é formar.
Vem isto a propósito da final de logo à noite, em Malta. Está em jogo o Campeonato da Europa sub-19: defrontaremos a Itália, que já derrotámos por 5-1 na fase de grupos.
Se vencermos, como espero, será o segundo triunfo português num Europeu sub-19. Já ganhámos o de 2018, na Finlândia, derrotando precisamente Itália nessa final disputada a 29 de Julho. Havia três jovens do Sporting nesse lote de campeões: Thierry Correia, Miguel Luís e Elves Baldé. Outros três viriam a actuar no nosso clube em fase posterior e com sortes diversas: João Virgínia, Rúben Vinagre e Francisco Trincão - este o melhor marcador do certame, com cinco golos.
Foi um trabalho de continuidade. Vários deles tinham sido campeões europeus sub-17 dois anos antes, em Maio de 2016, no Azerbaijão: Thierry, Vinagre, Miguel Luís - e também Luís Maximiano e Rafael Leão. Sempre sob o comando de Hélio Sousa.
Esta noite veremos se haverá novo motivo para festejar. Estarei com a selecção, claro. Como estou sempre.
Ganhem ou percam, o percurso de qualquer deles não será fácil. Nunca é. Mas torna-se menos duro e menos difícil para quem começa desde cedo a habituar-se às vitórias. Faz parte da formação, faz parte da evolução.
E quem só quiser "jogar por jogar", reúna uns amigos e vá dar uns toques para a praia.
Gonçalo Inácio - em campo desde o minuto 61, substituindo com vantagem o agora "árabe" Rúben Neves - assistiu, Cristiano Ronaldo (who else?) marcou. Estavam decorridos 89 minutos do Islândia-Portugal, arrancávamos assim a quarta vitória consecutiva em quatro jogos de qualificação para o Europeu 2024.
Com marca Sporting. A passar para golo e a metê-la lá dentro.
Parabéns ao técnico espanhol Roberto Martínez, comandante da nossa selecção. Continua com folha limpa: 14 golos marcados, nenhum sofrido nestas quatro partidas. Doze pontos no nosso grupo.
Quanto a CR7, já escasseiam os adjectivos. Marcou o golo número 123 da sua carreira com a camisola das quinas, tendo cumprido o jogo 200 ao serviço da selecção. Onde se estreou está quase a fazer 20 anos, a 20 de Agosto de 2003, contra o Cazaquistão, substituindo o actual presidente do Benfica, Rui Costa, já na segunda parte.
Continua imparável, tendo ontem apontado o quinto golo da selecção nesta fase apuramento. Embaixador da excelência da formação leonina à escala mundial.
Foi a figura do jogo, com grande exibições também de Diogo Costa (de longe o melhor guarda-redes português actual, salvou dois golos com monumentais defesas, aos 22' e aos 89'), Danilo na defesa, Palhinha no meio-campo e Bernardo na ponta direita (o primeiro golo é dele, aos 44', com assistência de Bruno, o melhor em campo em noite de sonho).
Mas hoje apetece-me realçar Cristiano Ronaldo, que jogou a partida inteira, foi elemento fulcral na manobra ofensiva da equipa e até recuperou bolas, com notável trabalho táctico. Participa em dois dos golos, iniciando o lance do primeiro e arrastando defesas para Bruno cabecear à vontade no segundo. Oferece dois de bandeja: aos 37', a João Félix (defesa apertada do guarda-redes bósnio para canto); aos 88, a Diogo Jota (desperdiçando excelente oportunidade só com o guardião pela frente). E ainda viu um grande golo dele, a centro de Cancelo, anulado por fora-de-jogo milimétrico (23').
Aos 38 anos, diziam que estava "acabado" - andam a zurrar isto pelo menos desde 2015. Ele insiste em demonstrar que essas vozes agoirentas voltam a estar erradas. Fechou a temporada com mais 17 golos no seu currículo - número escasso para o que nos habituámos nele, mas no Sporting, em toda a temporada, só Pedro Gonçalves conseguiu fazer melhor.
Uma palavra final para o seleccionador Roberto Martínez. Concluiu uma série de três partidas à frente da selecção com folha limpa: três jogos, três vitórias, 13 golos marcados, nenhum sofrido. Prossegue em bom ritmo o nosso apuramento para o Europeu de 2024. E até já fala um excelente português, desmentindo aquela ideia absurda de que os espanhóis «não conseguem» exprimir-se noutras línguas.
Fica a lição também para os jogadores de fala castelhana residentes há anos em Portugal e que continuam sem a menor vontade de proferir três ou quatro frases no nosso idioma. Ponham os olhos em Martínez.
A turba dos invejosos voltou a atacar. Contra o alvo do costume: Cristiano Ronaldo, o nosso maior jogador de sempre. É quanto basta para ter em torno dele uma legião de ressabiados prontos a morder-lhe as canelas.
Traçam-lhe o epitáfio há longos anos - desde que dobrou os 30, em 2015. Depois disso, vejam lá, já ele se sagrou campeão da Europa. Foi capitão da equipa das quinas na conquista da primeira Liga das Nações. Ás dos artilheiros no Euro-21. Tornou-se o único futebolista a disputar cinco fases finais de Europeus. Recordista absoluto, como rei das internacionalizações à escala global e maior marcador de sempre em futebol de selecções. Primeiro a meter a bola no fundo das redes em cinco Campeonatos do Mundo.
Vencedor de três Ligas dos Campeões, pelo Real Madrid (2016, 2017, 2018). E de três campeonatos: um em Espanha (Real Madrid, 2017), dois em Itália (2019, 2020).
Bola de Ouro em 2016 e 2017.
Tudo isto, repito, após os 30 anos.
Há dias, marcou mais quatro ao serviço da equipa das quinas. Tem um palmarés fabuloso: 122 golos pela selecção nacional.
Quanto mais obstáculos supera, mais eles rosnam, furibundos.
A inveja é tramada. Gera ódio, do mais rançoso.
Muitos dos que diziam cobras e lagartos de Fernando Santos, insultando-o de alto a baixo, saíram desta vez hipocritamente em defesa do ex-seleccionador só porque Cristiano Ronaldo cometeu a heresia de declarar esta frase, em conferência de imprensa: «Temos um ar fresco agora, com ideias diferentes.»
Foi quanto bastou para antigos e recentes detractores de Santos incharem de fúria. Incluindo alguns que andaram anos a promover um tal Nélson Oliveira como génio do futebol e entoavam hossanas ao Renato Sanches.
O rancor fervilha até entre adeptos do Sporting, algo para mim totalmente incompreensível. Quando jamais lhe ouvimos uma palavra menos lisonjeira para o nosso clube, que justamente consagrou o nome de Cristiano Ronaldo na Academia de Alcochete, um dos grandes viveiros de talentos do futebol mundial.
Todos estes sofrem o maior castigo: continuam a levar com ele. Vão inchar ainda mais.
«Cristiano Ronaldo é, e continuará a ser, a estrela maior desta constelação que representa as cores nacionais. Ontem [23 de Março], mais uma vez, voltou a destacar-se pela forma como deposita, em campo, toda a sua motivação para representar Portugal. Em matéria de disponibilidade e golos marcados pelo seu país, não há outro no mundo, por muito que isso doa aos seus detractores: 197 jogos e 120 golos marcados são, distintivamente, marcas que nos orgulham. Nenhum jogador, no mundo inteiro, conseguiu tais marcas.»
Melhor jogador português de sempre festeja com Bruno Fernandes o seu segundo golo
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Já o davam como acabado, aposentado, pronto a arrumar as botas. Já salivavam de gozo considerando-o uma relíquia do passado.
E eis que Cristiano Ronaldo, contrariando as aves agoirentas, acaba de marcar quatro golos em menos de uma semana pela selecção nacional. É obra.
Dois na quinta-feira, em Alvalade, contra o Liechtenstein. Outros dois ontem, no Luxemburgo, na goleada portuguesa contra o onze do grão-ducado: fomos lá vencer por 6-0. Meia dúzia para o nosso espólio.
Coube ao nosso n.º 7 meter o primeiro, logo aos 9', finalizando da melhor maneira uma assistência de cabeça de Nuno Mendes, que por sua vez recebera a bola num passe cruzado de Bruno Fernandes. Foi dele também o nosso quarto golo, aos 31', desta vez assistido pelo próprio Bruno: o melhor jogador português de todos os tempos meteu-a lá dentro com o pé esquerdo, ludibriando o guarda-redes.
Dois antes de "bola parada", dois ontem em lance corrido: Cristiano Ronaldo soma agora 122 golos com a camisola das quinas vestida. Batendo o seu próprio recorde mundial, estabelecido dias antes.
Neste, três golos de cabeça: João Félix aos 15' (Bernardo Silva assistiu), Bernardo aos 18' (com passe para golo de Palhinha) e Otávio aos 77' (Nuno Mendes a assistir). Rafael Leão fechou a contagem aos 88', num espectacular slalom até à baliza - três minutos após ter falhado um penálti, já sem Ronaldo em campo.
Roberto Martínez, novo timoneiro da selecção portuguesa, começa da melhor maneira. Dois triunfos na campanha de qualificação para o Europeu, com dez golos marcados e nenhum sofrido. Lideramos o Grupo J, já muito bem colocados para o apuramento. Com um sistema táctico idêntico ao que Rúben Amorim implantou no Sporting.
Cristiano Ronaldo voltou a sorrir. E nós sorrimos com ele.
Cristiano Ronaldo marcou, toda a equipa celebra: festa da selecção no nosso estádio
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Aqueles imbecis que já o consideravam "reformado", incluindo alguns (coisa para mim incompreensível) adeptos do Sporting, ficaram decerto muito decepcionados.
Cristiano Ronaldo, muito aplaudido, regressou ontem ao Estádio José Alvalade. E marcou mais dois golos, contribuindo com meia goleada da selecção de Portugal ao Liechtenstein (4-0). Um de penálti, outro de livre directo - um golaço. Quem disse que CR7 não sabe marcar desta forma?
Num estádio quase cheio, com mais de 45 mil pessoas nas bancadas, ele satisfez o público em 12 minutos de grande produção ofensiva, metendo-a lá dentro aos 51' e aos 63'.
Batendo novos recordes: passou a ser o futebolista mais internacional de sempre à escala planetária (197 participações); tornou-se o português com mais golos marcados na equipa das quinas, sendo 120 já; e o Liechtenstein foi a 47.ª selecção a sofrer golos do nosso maior artilheiro dos relvados.
Noite de orgulho também para nós, sportinguistas.
Vimos vários dos nossos regressar a Alvalade (Bruno Fernandes, Palhinha e Rui Patrício, por exemplo), contribuindo para a goleada. Vimos Gonçalo Inácio estrear-se na selecção A, actuando durante os 90 minutos deste desafio que marcou igualmente a estreia do seleccionador Roberto Martínez ao comando da turma nacional. Vimos enfim o topo norte e o topo sul do nosso estádio preenchidos com adeptos de futebol.
Portugal começa da melhor maneira a campanha para o Europeu 2024. Já seguimos no comando do Grupo J.
Há um quarto de século que não entrávamos a ganhar numa qualificação europeia.
Tudo perfeito? Não.
Considerei uma estupidez aqueles assobios a João Mário, quando saiu do banco, a escassos minutos do fim do jogo. Sintoma de clubite doentia. Visando um jogador que há dois anos foi um dos obreiros do título de campeão nacional para o Sporting.
Nunca pactuarei com o fanatismo daqueles que imaginam as bancadas dos estádios como trincheiras de guerra.
Muito menos quando os alvos são alguns daqueles que serviram com zelo e competência o emblema leonino enquanto estiveram entre nós.
É impossível gostar de futebol e não gostar de Messi.
É impossível gostar de cinema e não apreciar Halle Berry.
Podemos apreciar Halle Berry e apesar disso pensarmos que Scarlett Johansson não é má actriz.
Podemos ser tolerantes.
Podemos respeitar as opiniões dos outros.
Podemos "amar" Halle sem odiar Scarlett, da mesma forma que dizermos que Messi é um excelente jogador de futebol não significa que Cristiano Ronaldo seja um perna de pau.
No futebol e no cinema há os actores principais e os secundários.
Cristiano Ronaldo e Messi foram e ainda são actores principais.
Scarlett e Halle são boas actrizes.
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