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És a nossa Fé!

As 5 fases do luto

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Da página do modelo na Wikipedia.

Segundo o modelo de Kübler-Ross, aqueles que experimentam um sentimento de perda imensa depois dum evento traumático passam por 5 fases emocionais, descritas como recusa, raiva, negociação, depressão e aceitação. O percurso pode ser progressivo ou com recuos e avanços ao longo do tempo. No final teremos uma nova vida ou uma crise sem fim.

Trata-se dum modelo que surgiu na área da medicina, mas que foi já utilizado noutros domínios, por exemplo na gestão dos recursos humanos, como nos processos de despedimento massivo. Penso que houve um em França que correu muito mal há uns anos, suicídios incluídos.

Para não irmos para outras situações (por exemplo para as cheias de Valência), imaginem que destroem o vosso muito estimado automóvel topo de alguma gama amanhã num acidente algures. 

Numa primeira fase não acreditamos no que aconteceu. Não pode ser. Não estou a ver bem. Não é possível.

Na segunda vem a raiva. Porquê eu? Que mal fiz eu? Quem foi o culpado? Quem foram os malditos? Qual foi a conspiração?

Na terceira vem a negociação. Bom, foi apenas o carro. Não sofri nada. O outro teve tanta culpa quanto eu, a estrada também. Até tenho seguro contra todos os riscos.  Com o que me dão posso comprar outro. Até lá, tenho o carro do seguro. 

Na quarta vem a depressão. Não me apetece sair. Não me apetece conduzir. Tenho medo dos carros. Não quero saber de carros, vou andar de transportes públicos.

Na quinta vem a aceitação. Acidentes todos têm. Já comprei carro novo. Até é melhor que o outro, mais seguro também.

 

Isto tudo para falar da saída de Amorim neste momento da época, com a equipa invicta na Liga e no andar de cima da Champions. Um tremendo choque para todos.

Para mim também. Tenho sido um feroz apoiante dele desde o primeiro dia, aquele da manifestação anti-Varandas nas portas de Alvalade e duma vitória frente ao Desp. Aves, estranha pelas expulsões mas com alguns sinais prometedores. Um tremendo choque.

E como estou eu no meu ciclo de luto?

Bom, pela primeira fase passei num minuto. Dúvida nenhuma que uma proposta do gigante Man. United neste momento era irrecusável. Que ele lá iria estar desse por onde desse.

Pela segunda demorei mais. Vieram à baila o bicampeonato, as abordagens aos jogadores, o compromisso de todos, e... o abandono. Ou mesmo a traição.

Depois veio a terceira, essa também pouco demorou. O Sporting de Amorim, o Sporting sem Amorim, o Sporting que Amorim encontrou quando chegou, o Sporting que Amorim deixa quando sair, o trajecto de João Pereira, o capitão Hjulmand, o espírito de equipa, o ADN de leão, enfim, muita coisa. 

Mas veio depois a depressão. Mas e agora? Sem ele como vai ser? Lixámos o campeonato, vamos cair a pique, os lampiões e os morcões já estão em fase crescente, agora que o Vieira derrete o "principezinho" e o Pinto da Costa com a mão no caixão dá cabo do fidalgo Villas-Boas e o Conceição do "traidor" Bruno é o carma, é a sina do Sporting, o clube do quase. Sempre há qualquer coisa quando está tudo a correr bem. Não ir a Alvalade. Não ver na TV. O quê??? Impossível.

 

Mas logo depois veio a aceitação. Obrigado por tudo, Amorim, e passa bem que nós também. Não penses que sais a fugir rumo a Tires apanhar o jacto. És um profissional e um homem quer queiras quer não. Ganhas os dois jogos da Liga, passas a pasta ao João Pereira, até porque não vais deixar ninguem que o faça, e depois vais à tua vida. Com grande aplauso pelo teu trabalho mas sem homenagens "póstumas" porque, independentemente de tudo o resto, a última palavra para a saída foi tua e sabes bem o rombo que causaste no projecto do bicampeonato.

E pronto. Este é o meu percurso no ciclo de luto. 

Cada Sportinguista terá o seu.

Mas não queiramos ser como as almas-penadas brunistas da tasca que ainda vivem na raiva pela queda do querido lider. 

SL

O Sporting não é para brincadeiras

Perder com Varzim, Arouca, Chaves e Boavista não é normal. Não competir na Taça de Portugal nesta fase também não é normal. Ter a possibilidade de se qualificar para os oitavos-de-final da Champions na terça-feira é um acontecimento raro, uma oportunidade de ouro que deve ser aproveitada. O Sporting é isto tudo neste momento.

Depois disso faremos contas. Uma coisa é certa e todos nós já apontámos aqui: a época foi muito mal planeada e aí a responsabilidade divide-se entre a direção do clube, a estrutura do futebol e o próprio Amorim, que gosta muito de entrar nos pelouros de outros e dizer que "não há dinheiro". Não é assim, o Sporting gastou somas consideráveis em jogadores que simplesmente não produzem e outros são autênticos "flops". A responsabilidade é, por isso, partilhada.

O que se viu ontem foi quase surreal: mudar meia equipa para perder com o Arouca parece quase mentira. Mas aconteceu. Há dias em que as opções de Amorim parecem ilógicas. Ontem foi mais um dia.

Nunca esquecer que o Sporting está acima do seu treinador, dos jogadores do plantel atual e, no limite, da sua direção. E vai ter que sobreviver a esta fase péssima, como sobreviveu a outras, e vai olhar para a frente e voltar a sorrir. Mas, por favor, treinador, jogadores e direção: não brinquem com o Sporting. Isso não. O Sporting não é para brincadeiras.

 

Crise? Que crise?

Há poucos dias, não faltava aqui gente a pôr tudo em causa. Como é costume no Sporting. O treinador não prestava e estava a querer pôr-se ao fresco. Os jogadores eram péssimos, muito inferiores aos do FCP e do SLB. Os reforços não tinham reforçado coisa nenhuma. O presidente, como sempre, era para deitar abaixo: havia que correr com ele.

Enfim, um cataclismo, uma tragédia, um horror.

Entretanto fomos ganhar ao Estoril (2-0), estádio sempre difícil. Arrancámos uma vitória histórica contra o Eintracht na Alemanha (3-0) para a Liga dos Campeões. Hoje, em Alvalade, goleámos o Portimonense (4-0), equipa nada fácil.

Resumindo e abreviando: nestes últimos três desafios, para duas competições, marcámos nove golos e não sofremos nenhum.

Crise? Que crise? 

Aguardo respostas dos profetas da desgraça que andaram aqui dia após dia a vaticinar os piores cenários e a jurar que o Sporting «já era» nesta temporada que ainda mal começou.

Contra os Conformistas, Marchar, Marchar

Bem sei que os comentadores do costume, nas jornais e nas TV, estão a todo o gás a inculcar a mensagem de que o Sporting está no caminho certo e que temos de aceitar a direcção que temos, porque somos um clubezinho que já não se compara ao SLB e FCP.

Bem sei da grande influência que esta gente tem sobre os adeptos/ sócios do Sporting e de outros clubes.

Bem sei que, de tão fraquinhos que somos, é suposto aplaudir o facto de não termos perdido com o Porto em casa, no passado Sábado (foi o VAR... apesar dos dois golos infantis sofridos).

( e bem sei que isto é como lutar contra moinhos de vento...)

Ainda assim, e porque me preocupa que se instale no Clube uma espécie de conformismo derrotista, em que vamos alegremente deslizando de ano para ano rumo ao meio da tabela, gostaria de vincar aqui alguns pontos: 

1. A última época foi das piores, desportivamente, da história do Clube; os resultados são directamente imputáveis a uma direcção que vendeu todos os bons jogadores do plantel e não foi capaz de fazer uma única contratação à altura (e que agora tem de pagar X milhões por ano a jogadores que ninguém quer);

2. A julgar pelas decisões da direcção, os únicos responsáveis pela desastrosa época 2019-2020 foram os treinadores e Beto - aliás, Viana parece ter saído reforçado;

3. Ao longo de toda a época, elementos da direcção não pararam de contribuir para a instabilidade no Clube, classificando quem os critica de "anormais", "escumalha" e afins.

4. Esta época começou com uma eliminação da Liga Europa pelo 5º classificado do campeonato austríaco, ainda por cima com uma goleada em casa; esta época estamos ao nível do Rio Ave e do Famalicão, já nem do Braga;

5. Apesar de a época de 2019 ter terminado em Fevereiro do ano passado, dando 6 meses de preparação da nova época, o plantel do Sporting revela lacunas enormes, sobretudo na defesa (6 golos sofridos em 2 jogos em casa) e no ataque, não tendo opções para jogo dentro da área adversária (apenas Luiz Phellype); daquilo que vi até agora, o Sporting não tem jogadores para o sistema que o treinador quer implementar.

6. Ao longo de 3 anos, esta direcção fez zero (repito: ZERO) para contrariar o domínio das instituições de arbitragem pelos dois principais clubes; estava mais concentrada em atacar as claques do Clube e os sócios que criticavam a direcção; agora, indigna-se com decisões do VAR.

7. Com esta direcção o desrespeito pelo Clube atingiu limites inimagináveis, devido aos resultados desportivos e às peripécias de não pagamento de contratações ao Braga, ou de supostas tentativas de contratar metade do plantel do Braga - que este clube explora mediaticamente a seu favor, apresentando o Sporting como uma estrutura de tontos.

No meu post de ontem - https://sporting.blogs.sapo.pt/4-anos-sem-ganhar-ao-fcp-e-5-anos-sem-5900046 - chamei atenção para o facto de, com esta direcção, o Clube não ter ganho nenhuma vez um derby ou um clássico para a Liga. Que me recorde, nunca tal aconteceu com outra direcção. 

A maioria das críticas foram no sentido de "isto não é de agora, há muito tempo que é tudo uma porcaria". As últimas décadas não são famosas, é um facto, mas não foi assim há tanto tempo que disputamos taco-a-taco o último campeonato e demos 3-0 na Luz... ou ganhamos a SuperTaça ao SLB. No desporto, às vezes ganha-se e outras perde-se. Mas perder tantas vezes seguidas como nos últimos anos (várias de goleada...) não é aceitável para um sportinguista que se preze.

Um dos últimos comentários ao meu post, deixou-me pasmo, mas diz tudo: é preciso "enaltecer o trabalho que se está a tentar fazer". Sim, temos de de nos dar por contentes por não termos perdido com o Porto em casa e "enaltecer" a direcção. Isto de um adepto do Sporting, não do Marítimo ou do Farense.

O problema está aqui: muita gente no Sporting, começa a pensar como adepto de Clube de meio da tabela. E os verdadeiros sportinguistas não podem aceitar esse miserabilismo. Não podem aceitar ver o clube definhar de ano para ano, em apenas 4 anos ir de golear na Luz a festejar não perder em casa com o Porto.

Bem sei que estas opiniões são minoritárias, mas diz bem do que é a lavagem cerebral a que os sportinguistas estão hoje sujeitos, numa das fases mais negras da existência do Clube - que já nem europeu é - e em que nos prometem "alegrias". Todos os dias, promessas de alegrias. Mas só se "enaltecermos" a direcção. Se não, somos "anormais".

É meu dever de consciência, enquanto sportinguista, não deixar que este pensamento medíocre tome conta do Clube, tornando irremediável a pronunciada trajectória descendente em que nos encontramos. E a primeira coisa a fazer é remover quem, por total e manifesta incompetência, colocou o Clube nessa espiral para fora da Europa e dos topos das tabelas.

Salvar a honra e o bom nome do Sporting

O Sporting Clube de Portugal não é isto. Estamos fora da fase de grupos da Liga Europa e, logo no dia 1 de outubro, somos obrigados a fazer receitas extraordinárias com a venda de jogadores. O problema é este: o plantel é tão fraco que não há um ou dois jogadores com mercado que se veja para se fazer uma transferência que venha a equilibrar as contas.

Em termos desportivos, o fracasso é total e vamos de 'flop' em 'flop'. Não há quem salve o Sporting de mais humilhações como a desta noite com o Lask?

Precisamos de uma autêntica Junta de Salvação Sportinguista. Já.

O faminto e os fatos Hugo Boss

Sendo importante a discussão das alterações estatutárias no Clube, é preciso fazer um sublinhado: não nos podemos que a mesma desvie a nossa atenção do urgente. 

Não nos iludamos: a casa está a arder... A evolução conhecida da realidade financeira do clube é alarmente. Os resultados desportivos (falta deles...) são os que sabemos. A desmobilização da massa adepta é notória. O Clube continua sem orçamento aprovado. A gestão do Clube é errática a todos os níveis. A comunicação um desastre, protegendo a direcção e atirando areia diariamente para os olhos dos sócios e adeptos, disfarçando a má gestão, incompetência e incapacidade de corrigir erros. Na próxima época o terceiro lugar dá acesso à Champions, mas Braga e Guimarães serão seguramente candidatos e estão a construir plantéis fortes.

A quem interessa que falemos agora, neste preciso momento, de estatutos? Eu diria: aos incompetentes barricados na direcção, que não querem reconhecer a sua incapacidade para gerir um Clube da dimensão do Sporting Clube de Portugal.

Por acaso estes estatutos impediram o Sporting de ir à Champions há 3 anos? De construir uma grande equipa com jogadores como Bruno Fernandes ou Mathieu? De lutar pelo título?

Falar de estatutos nesta fase é um pouco como um faminto estar entretido a ver um catálogo de fatos Hugo Boss.

Sobre a grave situação financeira do Clube, é importante (e urgente...) ler a escalpelização feita pelo Pedro Azevedo aqui:

https://castigomaximo.blogs.sapo.pt/

Tudo diferente, tudo novo

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Esqueçam tudo quanto ficou para trás: a pandemia em curso, que forçou o Governo a decretar o estado de alarme sanitário e o Presidente da República a proclamar o estado de emergência pela primeira vez no actual regime constitucional, obriga-nos a mudar prioridades, linhas de rumo, parâmetros de reflexão. 

Tudo se alterou. Na vida de cada um de nós, na sociedade portuguesa, nos comportamentos mais elementares do nosso dia-a-dia. Mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo estão neste momento confinadas às quatro paredes domésticas no combate ao coronavírus que, como assinalou o director-geral da Organização Mundial de Saúde, demorou 67 dias a gerar os primeiros cem mil infectados, 11 dias a infectar os cem mil seguintes e apenas quatro dias a contaminar os cem mil que se sucederam.

Neste momento, morre uma pessoa a cada 16 minutos em Madrid. Neste momento, morrem 33 pessoas por dia em Itália. Há cinco gerações que ninguém via nada semelhante à escala planetária. Como acentuou a chanceler alemã, Angela Merkel, o combate universal ao coronavírus «é o maior desafio desde a II Guerra Mundial»

 

Tudo diferente, tudo novo. Acontece o impensável: a UEFA adia por um ano a realização do Campeonato da Europa de Futebol, o Comité Olímpico Internacional adia também por um ano a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O desporto está parado. Como o turismo, como a aviação civil, como a hotelaria, como a restauração, como a indústria do espectáculo. 

Portugal, claro, não é excepção. Vejo alguns, no entanto, comportarem-se no universo leonino como se nada se passasse. Há até um suposto movimento que reclama eleições no Sporting para 20 de Abril em nome - dizem eles - da legalidade estatutária. É uma desonestidade intelectual somada a uma chocante insensibilidade social: os representantes desse suposto movimento sabem muito bem que acima dos estatutos de qualquer colectividade está a lei geral do País - e esta força as pessoas a ficar em casa e os clubes a paralisarem a actividade até a emergência sanitária cessar. Não por acaso, até num gigante como o Barcelona a direcção do clube propõe aos jogadores do plantel principal uma drástica redução de salários, antevendo o pior que se prepara para vir.

 

«Nenhum de nós sabe quanto tempo durará esta crise. Antes de Junho é muito prematuro termos uma visão de médio prazo sobre esta situação», declarou ontem o primeiro-ministro António Costa na Assembleia da República. Só uma coisa temos garantida: esta pandemia veio para ficar. E a palavra de ordem, inquestionável, é isolamento social.

Exigir de momento a convocação de uma assembleia geral eleitoral, seja para o dia 20 de Abril seja para outra data qualquer, desacredita irremediavelmente os promotores deste "movimento", cobrindo-os de ridículo não apenas junto dos adeptos leoninos mas perante a generalidade dos portugueses.

Dizem-me que o "movimento" Sou Sporting é um baluarte da oposição ao actual Conselho Directivo do Sporting. Se assim é, os membros do CD não poderiam sonhar com melhor oposição.

 

Muita saúde para todos. Nada mais interessa.

Não estarei lá

Hoje não estarei em Alvalade, na manifestação de protesto contra Frederico Varandas que conta com a entusiástica adesão da Juventude Leonina. Faço-o por uma questão de princípio. Exerço o meu direito ao protesto, enquanto sportinguista, de duas formas: escrevendo neste blogue (que já vai no nono ano de existência e tem cada vez mais leitores) e votando. 

Nas últimas semanas publiquei aqui duras críticas a Varandas e estou firmemente convencido de que o presidente leonino não irá completar o seu mandato, tantos e tão graves têm sido os erros cometidos na gestão do futebol. Nos momentos próprios, quando assim o entendi, fiz o mesmo em relação a Godinho Lopes e Bruno de Carvalho. Mas há duas atitudes que nunca tomei nem tomarei: assobiar quem preside ao clube enquanto estou na bancada do Estádio José Alvalade e integrar protestos públicos em dias de jogo. Desde logo porque uma coisa e outra desestabilizam a equipa e dão alento aos nossos adversários. E eu apoio sempre a equipa - seja quem for o presidente, seja quem for o treinador.

Respeito quem se manifestar mas considero um erro que este protesto público ocorra imediatamente antes do Sporting-Aves - tratando-se ainda por cima do jogo em que se estreia o sucessor de Silas, que a partir de hoje é o timoneiro do plantel leonino, gostemos ou não do tempo e do modo como foi contratado.

Sou coerente com o comportamento assumido no passado. Critiquei aqui o expressivo coro de assobios e injúrias a Bruno de Carvalho, num célebre Sporting-Paços de Ferreira, e recusei participar na manifestação que se realizou contra o ex-presidente, apesar de ter ocorrido após o encerramento da época desportiva. Julgo não ter havido outra a visá-lo. Varandas enfrenta agora a segunda em pouco tempo. Nada mais legítimo: serei sempre o último a contestar o direito à manifestação. Mas estarei sempre entre os primeiros que advogam uma separação clara entre dia de protesto e dia de jogo.

É quanto basta para não aparecer lá.

A História dirá a verdade...

Muito se escreveu nas últimas horas sobre a entrada de outro pseudo treinador, desta vez com o nome de Amorim, no Sporting. O futebol está cheio de manhas, de favores, de aproveitamentos e projetos pessoais com maior ou menor influência nos bastidores. Há nisto algo de estranho, e obscuro, onde se movimentam atores, uns ligados a clubes de top na Europa, com contornos a clubes portugueses, que fazem esta poderosa máquina do futebol, ter nuances muito díficeis de explicar. Fico por aqui... acreditando que um dia a HISTÓRIA nos dirá a verdade toda sobre aquilo que se passou e que é hoje tão difícil  de entender.

NON!

Face às notícias hoje propaladas nos jornais desportivos, apetece-me falar muito sinteticamente de arte cinematográfica e em "Silent Movie", fantástico filme de 1976 dirigido por Mel Brooks, em que a única palavra que se ouve durante 87´é NON, completamente inesperada porque dita por Marcel Marceau, famoso mimo* francês. https://youtu.be/cyY5vWc5TEQ

Perante o delirante mutismo reinante na direção do nosso clube e a deriva em que vive, com o seu primeiro responsável a acumular erros estratégicos, faço minha a palavra do mimo, traduzindo:

NÃO!

*Mimo: ator que representa através de gestos e expressões fisionómicas e corporais, sem recorrer à palavra.

Dia 8 lá estarei!

Leio n' A Bola que houve quatrocentos malucos, nos precisos termos utilizados por Frederico Varandas que ainda preside ao CD do Sporting, que se deslocaram à Turquia para apoiar o Sporting. Gabo-lhes o espírito, diria de missão, de terem feito uma deslocação a país tão longínquo para proporcionar algum conforto aos nossos jogadores.

Extraordinário é que, a determinada altura, a polícia lá do sítio irrompeu pela bancada e desatou a retirar toda a parafernália de material de apoio aos nossos rapazes.

Não me parecendo que sejam os turcos avessos ao verde, concluiu quem lá estava que terá sido após uma assobiadela à UEFA de quem dirige o Sporting que a "bófia" confiscou tudo o que era bandeira, tarja, etc. Eu penso que como não seria possível meter a música em altos berros, como usa fazer em Alvalade para calar as manifestações contra, o sôtor achou que pelo menos as televisões e os jornais não mostrariam as manifestações de apoio... à equipa!

Triste! É um momento de enorme tristeza e revolta quando alguém e esse alguém só pode ser o presidente, manda retirar bandeiras de apoio ao clube num jogo, internacional, fora de casa.

É por tudo o que de mau até agora tem feito, com uma cadência regularíssima a bater records negativos, mas também por (mais) esta manifestação de enorme prepotência e irresponsabilidade e desrespeito para quem se deslocou tão longe, que lá estarei dia 8 de Março, conjuntamente com muitos milhares de outros sócios, a exigir a demissão imediata de Frederico Varandas.

 

Procura-se alguém que seja equivalente

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"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

Salgueiro Maia

 

Refundação

Texto de Sol Carvalho

Tudo indica que o caminho mais digno seria a iniciativa, pela Mesa, de uma Assembleia Geral para identificar se o clube (dono da SAD) está ou não de acordo com a actual gestão.

Imagino algo fortemente concorrido e com inúmeras tentativas de desvio, mas não se vislumbra outra opção que:

1) Corte em definitivo com a incompetência geral demonstrada pela SAD em muitas das frentes, especialmente o futebol;

2) Crie uma ruptura com a actual guerra interna do clube abrindo espaço para um programa de mais união dos sócios;

3) Mobilize os sócios para objectivos claros internos e "externos";

4) Faça desde já a preparação da proxima época (formação, juventude, equipa, treinador, etc...);

5) Monte uma estrutura com mais experiência e capacidade.

É uma refundação? É, sim senhor.

Há outro caminho alternativo sério? Venham de lá as ideias...


PS: As claques são necessárias? Sim. Mas quando, além de serem críticas do actual estado interno, também o sejam do actual estado "externo". Não me venham com a ideia de que todos os amarelos foram bem mostrados nem que Jorge Sousa fez um bom trabalho em Braga. Porque a melhor "esperteza" desse senhor foi a dualidade de critérios: falta inexistente contra Sporar numa ocasião de golo, Galeno, pisadas...etc. O estranho não é ver uma faixa contra Varandas, é não ver nenhuma contra este estado de coisas... Não acredito em bruxas, pero que las hay...

As principais causas da crise

Texto do leitor António 1969

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Nesta altura não culpo os jogadores, até um senhor como Mathieu já não tem capacidade de manter a cabeça fria.

Então quem são para mim os culpados de o futebol do SCP chegar a este ponto?

 

1.º - Quem dirige o clube. Tanto esta direcção que foi incapaz de reunir um plantel forte e equilibrado, como as anteriores, por exemplo, a do abrasado que desfez o plantel e "criou" a vergonha que se passou em Alcochete. Mas começar a época com este plantel, era estar a "pedi-las". Era dar o flanco aos inimigos do SCP. Incompreensível e inaceitável. Temos de ser muito mais competentes se queremos ter capacidade para enfrentar os pontos seguintes. Na gestão do futebol as mudanças são para ontem.

2.º - As claques, melhor dizendo, o bando de criminosos que nelas se infiltram. Não bastou a porcaria feita em Alcochete, ainda no último jogo voltaram a fazer porcaria. Mais uma vez. Com estes criminosos à solta fica mais difícil gerir o clube ou ser profissional do SCP. A solução tem de passar por afastar esta escumalha. Parte do assunto compete às autoridades policiais e judiciais, sem esquecer os políticos.

3.º - O futebolzinho português. Tresanda a compadrios, favorzinhos, resultados combinados, etc. Aqui até parece normal adeptos de um clube andarem a espiar o sistema judicial. A arbitragem é o que vemos, não só dentro de campo, como no modo em que são escolhidos e avaliados, de forma a corrigir algum mais insurrecto para o "sistema". Nesta área não há soluções milagrosas, vai levar anos ou décadas a alterar o estado das coisas, isto se houver vontade.

4.º - A depauperada comunicação social. Alimenta o "sistema". Sempre houve "tendências" nesta área, mas com a gravíssima crise que atravessam, "vendem-se" por cinco tostões. Neste momento, a luta pelas audiências (onde acham que está a sobrevivência) sobrepõe-se à verdade, àquilo que devia ser o seu desígnio: informar. Estão já a pagar essa opção, mas vai-lhes sair muito mais caro.

 

O SCP, com o estatuto e dimensão que tem em Portugal, deve participar na luta por introduzir melhorias nos pontos 2, 3 e 4, mas é no ponto 1 que deve centrar as atenções, até porque é o único que depende essencialmente do nosso desempenho e competência.

 

Texto do nosso leitor António 1969, publicado originalmente aqui.

Hoje de manhã…

… encontrei um amigo de infância, sportinguista, que me pergunta:

- Então amanhã, vais à manifestação?

Sorri e disse: - Isto anda tudo doido… e mau, muito mau!

- Mau é favor - desabafou -, parece que nunca aprendem. O Sporting é sorvedouro de dinheiro e de incompetência. Sempre a repetir as mesmas asneiras. Agora contrataram um fulano para avançado, não sei se é bom ou mau, mas – uma vez que a época está perdida – não seria altura para apostar no miúdo dos sub-23? Sempre ia rodando e pior do que aqueles que lá estão, por certo, não faria. E gastaram, neste novo fulano, quase tanto como receberam pelo Bas Dost? É uma vergonha!!!

A conversa iria, com certeza, prolongar-se mas como o autocarro apareceu ficou por aqui…

Reflexões I: Porque não fala Benedito?

Adjectivar a situação actual do Sporting é um acto doloroso mas pelo que todos sabemos ou adivinhamos, desnecessário por tão evidente.

Esperava-se que o homem que teve mais votantes expressos, perante o enorme descalabro desta gestão de Frederico Varandas, já tivesse dito pelo menos "estou vivo", mas não, não se sabe o paradeiro de João Benedito. Não se lhe pedia que viesse a terreiro fazer muito "espalhafato", pedia-se que pelo menos desse sinal de vida, que desse um sinal de que para uma eventualidade de vacatura do cargo, se encontra disponível para levar o ciclo do mandato até ao fim.

Mas à situação calamitosa do clube, Benedito disse até agora nada.

A minha reflexão, podendo estar eivada de uma enorme injustiça e se assim for desde já as minhas humildes desculpas, a minha reflexão dizia, é a de que João Benedito era o plano B dos interesses cada vez menos obscuros (vide entrevista de José Roquette) que querem alienar a maioria do capital da SAD. Tendo percebido que será mais do mesmo e a opção/alternativa nula, Benedito está em silêncio. E ele há silêncios que são ensurdecedores...

A crise já não é só no futebol

Texto do leitor Luís Barros

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Infelizmente o drama do Sporting não se limita à equipa principal de futebol, nem o Sporting é apenas a sua equipa principal de futebol.

Este início de ano 2020 tem sido, no mínimo, catastrófico.

 

Os sub-23 nos últimos dez jogos contaram com seis derrotas, um empate e apenas três vitórias. Se é este o futuro que se está a preparar para putativamente substituir a equipa principal, então o futuro será ainda mais negro do que se está a prever e creio que se prepara mais uma geração perdida de promissores futebolistas, que no meio de tanta desgraça até acabam por ser os menos culpados.

Ainda nas camadas jovens, os sub-17 encontram-se a disputar a fase de manutenção, após - de forma inexplicável - terem ficado fora do grupo de apuramento para campeões nacionais. Mais uma geração de qualidade a penar nos caminhos tortuosos da formação leonina. A salvação do convento é feita nos sub-15, que se mantêm no primeiro lugar na competição.

 

No futsal sénior, fomos mais uma vez derrotados numa final com o Benfica, não conseguindo manter a vantagem no jogo.

O hóquei, neste início de ano, em quatro jogos divide o mal entre duas vitórias e duas derrotas. Para campeão europeu em título, pede-se mais.

O voleibol, esta época, não consegue ganhar ao seu adversário directo, tendo sido derrotado de forma bem expressiva no último jogo, ficando agora mais distante do primeiro lugar.

O basquetebol, depois de alguns jogos bem conseguidos, foi eliminado na Taça da Liga, num jogo em que esteve francamente mal na segunda parte, não conseguindo manter a superioridade que tinha mostrado até então. O treinador já demonstrou o seu desagrado por a estrutura não estar a dar o apoio necessário e colmatar falhas surgidas desde o inicio da época.

 

Concluindo esta minha "radiografia" sobre o início deste ano desportivo, nas principais modalidades salva-se o andebol, que se mantém em primeiro.

Não tenho dúvidas de que a competitividade e imposição perante os adversários é um reflexo da fraca prestação da presidência do Clube, atenuada nas modalidades por contar com um dirigente com conhecimentos e carisma que conseguiu escolher gente competente para dirigir as respectivas equipas, que melhor ou pior ainda vão honrando o nome Sporting Clube de Portugal.

 

Texto do nosso leitor Luís Barros, publicado originalmente aqui.

{ Blogue fundado em 2012. }

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