A fazer fé na notícia do "The Athletic", um sítio britânico versado nestas coisas do desporto como o próprio nome indica, Cristiano Ronaldo poderia ter vindo para o Sporting por 90.000€ por semana, o que por contas de merceeiro, de Agosto a Maio, atingiria a quantia de 3.6 M€ por uma época desportiva (vá que se considerasse mais o mês de Junho, seriam perto de 4M€), para nos representar. O MU trataria de pagar o remanescente do ordenado que o jogador auferia em Manchester.
Como não é meu hábito contar o dinheiro dos outros, nem criticar as atitudes que tomam em consciência se não colidirem com direitos e garantias de outros, parece-me que CR7 teve uma oportunidade de ouro de ter disputado a CL ao serviço do Sporting.
O valor do ordenado facilmente seria coberto por publicidade, assistência, vendas na loja, etc.
A sua vinda não seria garantia de nada em termos desportivos, mas podemos "aventar" que no campeonato português CR7 chegaria facilmente aos 30 golos e a sua influência em campo seria tremenda podendo potenciar os jovens talentos e na bola apesar de as contas só se fazem depois de acabar o último jogo, o título sería uma probabilidade evidente.
Não sei porque não veio. Admito que não tenha querido vir e respeito a sua opção, como digo, sua e que não molesta ninguém; Cristiano Ronaldo anda a tratar da sua vida e ninguém lhe pode levar a mal, mas também admito que o Sporting não se tenha chegado à frente e se assim foi, achando eu que terá sido um erro crasso, terá sido uma opção ponderada. Também pode ter acontecido que o ex-empresário do jogador não tenha contactado o Sporting, ou lhe tenha dado informação de que da parte do Sporting não haveria interesse, há uma panóplia de hipóteses para teorizar sobre o assunto e até sobre o corte da relação profissional entre ambos.
É minha convicção que com Ronaldo estaríamos mais perto de atingir os nossos objectivos, apesar dos euros. Lembro que tivemos cá um treinador que ganhava perto disso e títulos... Bola! E claro, nem uma camisola vendeu...
Antes foi porque falou. Sobre assuntos que nada tiveram a ver com a selecção, convém não esquecer.
Ontem e hoje e nos próximos dias é porque não falou.
É ver a canalha lampiónica e andrade a espumar pela boca aí pelos vários canais de televisão e infelizmente alguns que se dizem leões também, a perorar por declarações. Que se desenganem os abutres, que ainda demorará a ser cadáver.
No entanto, calado já disse tudo. Ele há silêncios que são de ouro!
E no entretanto, enquanto uns rosnam a caravana vai passando.
Queria eu que viesse aqui fazê-lo de hoje a oito dias, mas por obra e (des)graça dos marroquinos, cá estou hoje a fazer o balanço da participação do conjunto de jogadores portugueses que um empresário prestador de serviços, a contas com a justiça fiscal (mau agoiro desde logo) entendeu chamar para uma voltinha ali ao Catar.
Partimos para o emirado com o objectivo de vencer, nas palavras do timoneiro; Portanto quaisquer desculpas de "ah e tal, só tínhamos ido aos quartos duas vezes", não colhem. A missão foi um redundante falhanço.
E não foi um redundante falhanço apenas porque caímos nos quartos de final, mas foi um ainda maior falhanço ao nível exibicional, com excepção, que por norma faz a regra, do jogo com a Suíça, onde começámos com uma pontinha de sorte e terminámos em grande. Talvez o único jogo em que o senhor da santa deu liberdade aos seus jogadores de fazerem aquilo que tão bem sabem: Jogar à bola!
O jogo da desgraça, já antevisto no terceiro jogo da fase de grupos, com a Coreia do Sul e de certa forma no primeiro jogo com o Gana, foi o espelho onde estava reflectida a imagem de um homem que hoje não tem condições para gerir uma geração de extraordinários jogadores, que correm o risco de nada ganharem se o contrato com a empresa de prestação de serviços de aconselhamento, escolha e treino de jogadores, continuar até à data prevista para o seu final. Nestas coisas costuma-se viver por ciclos e com esta prestação desastrosa, não só ao nível desportivo mas ao nível relacional (a canalhice que fez a Cristiano Ronaldo deveria por si ser motivo para rescisão contratual), será o final do caminho para esta colaboração que até deu frutos sumarentos. Não esquecer o Euro/16 e a Taça das Nações, ou Confederações, ou lá como se chama mais uma competição que a FIFA inventou para facturar mais um punhado de dólares.
Não deixa de ser curioso que da única vez que a equipa jogou o que os seus jogadores sabem, "espetou" seis à Suíça, o que quer dizer, na minha modesta opinião, que se utilizasse sempre os melhores, nos lugares onde rendem e os deixasse ser eles próprios, sem aferrolhoar o jogo, até podiam perder, que no futebol há três resultados possíveis, mas estariam sempre mais perto de ganhar. O empresário saiu-se bem em 2016 tendo sido campeão com apenas uma vitória na final e convenhamos por obra e graça da santinha e então vai daí e toca a utilizar sempre a mesma táctica, "bem fechadinhos cá atrás" e esperar que Ronaldo resolva. Curiosamente foi resolvendo, até na caminhada bem sucedida para o Catar, que o senhor engenheiro empresário pouco fez por merecer.
Ao longo dos anos que por aqui vou escrevendo, sempre coloquei a honorabilidade do senhor empresário acima de qualquer suspeita, está no histórico, não encontrarão outra opinião. Confesso no entanto que vou estranhando algumas das suas opções, nomeadamente a troca de Rui Patrício por Diogo Costa, a troca de William por Ruben Neves, a titularidade absoluta a João Félix (que contrariamente ao que esperava, esteve uns furos acima da minha previsão) e a cereja no topo do bolo, esquecer que tem na equipa só o melhor jogador do Mundo e não "armar" a equipa em função desse jogador. Revejam o jogo com a Coreia do Sul e vejam quantos centros (não) foram feitos para um tipo que se eleva em pulo a 2,95cm (dois metros e noventa e cinco centímetros). Eu contei dois.
A forma como escolheu os titulares, esquecendo por exemplo o melhor jogador do campeonato italiano, leva-me a pensar nalguma "joint venture" com o senhor empresário que manda no futebol mundial. A sério que já meti mais as mãos no lume pelo homem.
A federação portuguesa de futebol deve ao empresário com quem acordou um contrato de prestação de serviços, dois títulos internacionais, inéditos. Mas deve a um jogador, à sua fibra, à sua liderança, ao seu exemplo, tudo o que aquele parceiro de negócios conseguiu.
Sem Cristiano Ronaldo, o empresário absentista não existiria, esse é que é o ponto.
E agora que é hora de balanço, ele que não permaneça no balancé. Que desça e para o lado certo. É hora de sangue novo no banco e isso não é compatível com a renovação do contrato de prestação de serviços.
Não me parece que haja vontade de uma varridela profunda, mas seria uma bela oportunidade para se aproveitar e correr com aquela cangalhada toda que por ali anda a gravitar à volta dos tipos que suam em campo e se andam a encher, pouco contribuindo para o avanço do futebol luso. Essa será matéria para outra oportunidade.
O último postal que escrevi aqui foi sobre egoísmo.
Hoje temos de falar sobre altruísmo, a forma como o capitão, um verdadeiro capitão, Cristiano Ronaldo, comemora o primeiro golo de Bruno Fernandes, comemora-o como se fosse dele, braços abertos, olhos esbugalhados, nariz em posição de espirro, bochechas salientes, todo um movimento facial de satisfação, como se todo o rosto de Ronaldo dissesse:
Vou lendo por aí coisas sobre o "ocaso" de Cristiano Ronaldo.
E tenho lido coisas interessantes de gente do mundo da bola. Uns, talvez ressabiados por nunca terem sequer chegado aos seus calcanhares, atacam-no de tal forma que parece que Ronaldo não foi (é!) um dos melhores jogadores, senão o melhor, de todos os tempos.
Depois há os que estando também no meio, reconhecem ao madeirense toda a classe que ainda tem.
Leiam o que disse Mourinho, com quem supostamente quiseram inventar uma zanga: "Se tu não és capaz de treinar grandes jogadores, então não és capaz de incentivar ninguém. É muito importante que o treinador entenda que não vai ensinar grandes jogadores a jogar futebol. Não vais ensinar Ronaldo a chutar um lance de falta, não vais ensinar Zlatan a controlar a bola com o peito. Não lhes ensinas qual é a função deles em campo."
Li há dias a explicação de Ten Hag sobre não ter mandado Cristiano entrar a 20/30 minutos do fim do jogo, já nem sei com quem (com o City), "por respeito".
Há dias mandou o jogador aquecer durante meia hora e estava a pensar fazê-lo entrar ao minuto 88 (raio de minuto este, ó JJ).
Qualquer pessoa inteligente chegará rapidamente ao que quero concluir, mas eu não deixarei de o escrever: Hipocrisia e bullying, é o que Ten Hag, talvez com ordens do patrão do MU, está a fazer com CR7.
Se querem que vos diga, que continue. Que deixem que CR saia de borla em Janeiro, depois de fazer um grande Mundial.
Pode ser que, com a enorme fortuna que deverá ter, ponha de lado por dois anos os cifrões e venha demonstrar em Portugal e no Sporting, que qualquer Ten Hag de meia tijela vai largando postas de pescada porque nem que nasçam dez, cem, mil vezes, chegarão ao nível estratosférico de CR.
Uma volta pelas capas dos desportivos e de alguns generalistas mostra-nos quem para os editores daquelas publicações foi o culpado pelo não apuramento da selecção nacional de futebol para as meias da Liga das Nações.
A foto é a mesma em quase todos e estampa Cristiano Ronaldo.
Quanto ao incompetente que escolhe a equipa e os treina, nem uma imagem.
Aliás, o senhor até diz que está descansado quanto à sua situação como seleccionador. "Tenho contrato até 2024", terá dito.
Por mim pode continuar e só lhe peço encarecidamente que continue a não convocar jogadores do Sporting. Não gosto de ver os nossos associados a incompetentes.
A época ainda não começou mas vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar.
Este Sporting não joga nada, a única solução seria a contratação de SãoR7, infelizmente, Santos da casa não fazem milagres.
Foi assim no dia 3 de Janeiro de 2022, Old Trafford engalanado, o melhor jogador de futebol de todos os tempos, capitaneava os diabos vermelhos e comandava o ataque diabólico, acolitado por Cavani.
Nesse dia Cavani, CR7 e todos os outros diabos ficaram em branco, o único golo desse jogo foi apontado aos 82' por João Moutinho, o rei do encontro (dizem os ingleses) de facto, encontrou forma de colocar a bola dentro da baliza, o objetivo do jogo.
Tenho um carinho especial por todos os ex-jogadores do Sporting (uns mais que outros, claro) não compreendo os assobios a João Moutinho e a Podence, foram jogadores que dentro do campo sempre deram tudo pelo emblema do leão rampante, para mim, é suficiente, para além disso, ambos conquistaram títulos nos escalões de formação e na equipa principal.
Outros com muito menos títulos conquistados nos escalões de formação (zero) e na equipa principal são aplaudidos, desejados, disputados e, provavelmente, amaldiçoados se algo correr mal.
Tracemos o seguinte cenário, como a revista "Nova Gente" escreve com letras vermelhas Cristiano Ronaldo (como Futre no passado) vai mudar-se para Lisboa.
Será para o Sporting?
O "staff" de CR7 pode estar à espera que o Benfica se classifique para a "Champions" para anunciar o contrato com o clube que já perdeu Seferovic e Darwin e precisa, desesperadamente, de uma referência atacante.
Passaria Cristiano Ronaldo a ser pior jogador de futebol, como Futre, se assinasse pelo Benfica?
Convém pensarmos nisto agora, para numa próxima visita de CR7 a Alvalade, vestido com o vermelho selecção ou com o vermelho Benfica (se acontecer) não ter de passar pelo mesmo que Podence ou João Moutinho passaram ontem.
Parece que CR7 vai mudar de vida e nós deixaremos de assobiar os nossos?
Acabo de chegar da Casa de Portugal em São Paulo. Fui assistir sozinha ao jogo entre Portugal e o Gana.
Gosto de exercitar a dúvida - será que é mesmo assim? será que tudo está perdido? - e sou por natureza uma optimista. Acredito que há sempre um novo dia, vinte quatro horas em que nos podemos reinventar. E por isso quis acreditar num milagre. O taxista bem disposto lá foi dizendo "Portugal vai marcar, nê? Tem que" e me dá tchau com um sorriso do tamanhão do Brasil.
Embrulhada na bandeira, rodeada por "patricios", fiz promessas cabeludas - se a selecção se qualificasse beijaria todos os Manueis, os protagonistas das piadas sobre portugueses Brasil, que conheço - , coloquei um chapéu ridículo com um galo de Barcelos na cabeça - se todas as cartas de amor são ridículas o que dizer dos fanáticos (as) pelo futebol - e desejei muito a vitória.
Desejar, verbo intransitivo, é a insatisfação que nos faz mover, estar a caminho. Mesmo sabendo que o Happy End pode não se concretizar resta a hipótese. Ainda que os momentos de felicidade escorram por entre os dedos como areia, sejam auto-golos, ou aqueles que o Ronaldo não celebrou (infelizmente porque aqueles abdominais deixam saudades). Aprendi com o meu pai, que chorava a cada golo, que os sonhos não devem ser desperdiçados.
Tantos se esquecem de viver o quotidiano, as pequenas alegrias, em troca dessa quimera chamada perfeição. Se a vida fosse um "comercial", um desses geniais da Skol, o "craque", transportando a esperança de tantos na ponta dos pés, teria marcado, um e outro e outro golo fantásticos, levando ao êxtase as arquibancadas. Porém na vida, aquela a sério, não a do photoshop, há mais príncipes encantados a transformarem-se em sapos do que sapos a transformarem-se em príncipes encantados. Ou dito de outra forma, os dias são imperfeitos, como as famílias, os filhos - surpreendo-me sempre com o que sinto quando me despeço da minhas filhas e sobre como é possível gostar tanto, tanto - ou um grande amor. É essa imperfeição, são esses cantos que às vezes ferem que nos recordam que estamos vivos e nos fazem mover. Desejar, verbo intransitivo. Escolher como olhamos para a vida é um acto de liberdade.
E o que é isto tudo tem a ver com a Copa? Tudo. Porque "futebol se joga na alma./ A bola é a mesma: forma sacra/para craques e pernas-de-pau. /Mesma a volúpia de chutar /na delirante copa-mundo/ ou no árido espaço do morro".
O futebol é assim. Cheio de desimportâncias.
Enfim, reconciliei-me com o Ronaldo. Lembro-me que o Baggio, o melhor do mundo em 1993, falhou o penalti decisivo contra o Brasil, Ronaldinho, o melhor do mundo 2005, não fez um único golo na Alemanha em 2006, Messi, o melhor do mundo(gassppp como me custa escrever isto) passou o Mundial da África do Sul sem marcar e viu a Argentina ser afastada pela Alemanha por 4 a 0. Para o Ronaldo "aquele abraço" e agora só tenho de resolver um dilema, uma vez que vou estar até à final no Brasil: apoiar esse amável Brasil (que amo tanto), apoiar a rainha má Alemanha (a minha pátria afectiva) ou torcer por um underdog ou uma underbitch (a Grécia não, a Grécia não).