Rúben Amorim acaba de testar positivo à covid-19. Ontem tinha acontecido o mesmo com Gonçalo Inácio. A propalada imunidade de que tantos supostos especialistas falavam é uma falácia. Nem imunidade natural, mesmo para quem já foi infectado antes. Nem imunidade vacinal, mesmo para quem já recebeu duas doses da Pfizer ou da Moderna, com os respectivos reforços.
Isto afecta-nos a todos em geral. E afecta o desporto em particular. Espero, entretanto, que a Liga tenha o bom senso de adiar o Estoril-FC Porto. Nem é preciso justificar porquê. Basta sabermos que há cerca de 30 infectados no clube anfitrião. A integridade das competições desportivas não se compadece com outro jogo-farsa. Já bastou o vergonhoso B-SAD-Benfica, de péssima memória. Uma nódoa no futebol português.
Está quase a voltar tudo ao mesmo, a pretexto da nova estirpe da covid-19: a partir de agora só poderão frequentar recintos desportivos os sócios e adeptos que sejam portadores de certificado digital de vacinação completa e façam testes antigénio 48 horas antes dos jogos: o documento emitido pela autoridade sanitária não basta. Mais: os clubes deverão passar a impor um limite máximo de espectadores aos espectáculos desportivos.
São as novas normas que entraram ontem em vigor. Fica o meu convite aos leitores para se pronunciarem sobre elas.
Consta que os casos até agora relatados da nova variante do SARS-Cov2, designada por Ómicron, atingiram 13 elementos do staff da B-SAD, entre eles jogadores.
Perante este cenário, os jogadores que estiveram no Estádio Nacional no passado Sábado a participar naquela pantomima de um jogo de futebol, correm o risco de estar todos infectados.
Deixo aqui o meu apelo veemente ao presidente do Sporting para que, se for o caso de o Benfica só se poder apresentar com 9 jogadores, incluindo dois guarda-redes, um deles a fazer de defesa direito, proponha ele o adiamento do jogo. Bater em "mortos" é que não e o fair play não é definitivamente uma treta!
É cenário pouco provável, mas aposto dobrado contra singelo que não seria necessário Frederico Varandas dar-se a esse trabalho, o Pedro de plástico seria lesto a tratar do assunto.
Ontem, na mesma semana em que Leonardo Jardim ganhou a Liga dos Campeões asiáticos, Abel Ferreira bisou o triunfo na Taça dos Libertadores. Momento glorioso do futebol nacional, a comprovar a excelência da "escola portuguesa" de técnicos, acoplada à da plêiade de jogadores que vêm brilhando nos clubes mundiais, secundados por inúmeros outros, menos celebrizados, que abundam no futebol internacional. Algo que deverá ser associado aos bons percursos das selecções jovens, bem como às prestigiantes posições do país nos "rankings" de selecções seniores e de clubes.
Neste âmbito, em que o futebol português mostra uma competência profissional bem acima do que a economia e a demografia poderiam determinar, continua a vigorar uma mazela grave, o seu dirigismo. A rábula de ontem, o jogo B SAD-Benfica, é demonstrativo dessa incompetência. A questão não se restringe às direcções dos dois clubes (seja lá o que for o tal B SAD). As equipas foram a jogo, como lhes competia. A direcção da tal empresa que joga no Jamor talvez pudesse ter sido mais previdente, a do Benfica mandou a equipa entrar em campo, como lhe era mandatório.
A questão é outra, pois dois anos após a chegada do Covid-19 este caso não pode ser considerado inesperado mas sim um cenário muito previsível. E ao longo deste biénio a Liga de Clubes, instituição que decerto tem vastos recursos jurídicos, teve a obrigação de se rodear de consultores na área da epidemiologia e da saúde pública, que sublinhassem a efectiva possibilidade de tal situação. E é evidente que essa conjugação de especialistas já devia ter produzido um enquadramento regulamentar destinado a situações excepcionais.
Assim sendo, não se justifica atirar as responsabilidades do acontecido para instituições externas ao futebol, à DGS e seus quadros locais, ao Ministério da Saúde, ao Governo, seja lá qual for. A responsabilidade da trapalhada de ontem - um escândalo internacional - é da Liga dos Clubes, inerte. É certo que os regulamentos são aprovados pelo colectivo das direcções clubísticas mas deve ser evidente que é à Liga que compete a sua sistematização, ponderação e apresentação.
A barracada de ontem tem uma cara, a de Pedro Proença. O resto é fogo de vista. E compete aos adeptos do futebol chamar os "bois pelos nomes", não se deixarem enredar em discussões eivadas de clubite. Há que olhar para o dirigismo (o dos clubes também, claro, mas nisso cada massa associativa escolherá...) e fazê-lo ascender à qualidade excepcional apresentada pelos restantes intervenientes no futebol (jogadores, técnicos, muito presumivelmente as áreas de medicina desportiva e de fisioterapia).
E para isso há que calibar os olhares críticos dos adeptos, que muito se distraem com o saltar da bola e os hinos clubísticos. Para o sublinhar insisto nisto: os adeptos portugueses tiveram frémitos de indignação desapontada com o falhanço do apuramento directo da selecção para o Mundial-22. Discutiu-se (e discute-se) até à exaustão a pertinência do seleccionador, as prestações de determinados jogadores, o modelo táctico, o empenho, etc. Mas ninguém discute o facto fundamental do percurso da selecção nacional neste Mundial - e que talvez lhe provoque a eliminação, para acabrunhamento generalizado e enormes perdas económicas para o futebol português. É que, mais do que provalmente, a selecção não conseguiu o apuramento directo para o Catar-22 porque a direcção da Federação Portuguesa não pediu VAR para o jogo na Sérvia. Que maior demonstração da incompetência radical do dirigismo do futebol português se poderá encontrar?
Suspenda-se, por momentos, o clubismo. E as críticas pessoalizadas. E encare-se que as instituições têm de ter melhores dirigentes.
Não era minha ideia deixar-me vacinar contra o bichoso gripal. De tal forma que quando falava desta minha recusa, era sistematicamente atacado pela família para que fosse vacinado, ao que sempre respondi:
- Só há um evento que me fará mudar de ideias e que será a possibilidade de ir ao futebol.
Pimba, toma lá “quépraprendres”… O governo autorizou recentemente a abertura dos estádios de futebol, mesmo que a menos de metade da lotação, o meu filho comprou hoje os bilhetes e eu tive de ir à pressa, esta tarde, fazer um teste de antigénios à farmácia e… fui aqui perto de casa à pica.
Portanto a conclusão é mui simples: pelo Sporting faço tudo… até ser vacinado.
(O postal tem alusões políticas e por isso violento o que julgo apropriado a um blog clubístico, que deve ser isento dessas derivas pois unitário. Fica o aviso, para quem não tenha paciência para esse tipo de considerações logo o evite).
Ontem fui ao Marquês, logo após o jogo. Quando a mole começou a aumentar eu e o meu comparsa regressámos a casa, Covid oblige. Pois ainda não vacinados mas já velhotes - e vejo uma fotografia minha de ontem no metro e até me assusto com aquele Matusalém que já vou. Hoje leio muita gente incomodada com as multidões que se congregaram junto ao estádio, nas manifestações subsequentes ao jogo, com a violência ocorrida, com a hipotética indução de infecções (e até quem se queixa com os efeitos no turismo veraneante. A esses replico que melhor seria pensar em produzir algo em vez de vender vinho barato, raios de sol, peixe grelhado, sexo cálido e souvenirs reais e intangíveis aos estrangeiros, mas isso é coisa que não entendem os morcões infectados de estupidez que falam de "indústria hoteleira" e "indústria turística". Infecção estupidifadora que mata menos gerontes mas mais lixa o país do que o Covid-19).
Mas enfim aos ofendidos com as massas sportinguistas (com as gentes dos futebóis) convém lembrar duas coisas: nada disto foi surpresa, como não o foram as grandes ondas da Nazaré e as corridas de Portimão, quando também o povo se congregou em massa e sem futebóis, diante do estupor das autoridades. O que ontem aconteceu em Lisboa foi um estrondoso e apatetado exemplo de incapacidade, indecisão, incúria das autoridades: do governo de Cabrita, da câmara das ciclovias. E, acima de tudo, da polícia. Da PSP.
Os milhares de putos que se acotovelaram no Lumiar e nas avenidas novas, as dezenas de famílias, as centenas de graúdos? Somos aqueles que estamos há 15 meses (desde 2.2020) a levar com o rosário de incompetências, atrapalhações e desvario da "Super-Marta" e seus colegas. Com o Sousa e seus três jantares de Natal... Pois o campeonato acabou, nós saudámos com júbilo os tipos que foram competentes (e não corruptos, como tantos anteriores) nisto tão estrito do jogo da bola. E, também por isso, convençam-se de uma coisa indiscutível: quem esteve mal, e muito, quem foi javardo foi quem ontem andou aos tiros. Estão há 15 meses para se organizar. E ainda que os assalariados do ISCTE-IUL os digam "super" não o são. São tão maus que acabam em Maio de 2021 aos tiros sobre os putos da cidade.
Finalmente, aos meus amigos: vim ontem de madrugada do para-além-do-Tejo. À saída o benfiquista que me acolhe saudou-me sorridente num "porta-te bem". Depois, já na capital, o amigo (neutral de clube) ao volante despediu-se como "diverte-te". Logo abanquei em esplanada bairrista diante de meia-dúzia de vizinhos, onde era o único sportinguista. Bebemos vinho do Porto, qual homenagem aos dignos "vices". Almocei em Marvila - e muito bem - com o meu padrinho benfiquista e meu afilhado belenense, que fizeram questão de pagar a refeição "do título". Também por isso não me mandem mais um texto desse Luís Osório, uma merda vácua e apatetada de óbvia a saudar familiares e amigos que são adeptos do Sporting, que corre por aí como se fosse exemplo de algo peculiar - quando é mera condição normal. (...)
Enfim, dependendo dos testes de hoje e de outras possíveis baixas, talvez não seja assim tão mau. Vêm aí as selecções e esta seria a melhor altura para os jogadores testarem positivo. Isto salvaguardando sempre a saúde deles, bem entendido.
A gestão aos solavancos do combate à grave crise pandémica em Portugal - abre fronteiras, fecha fronteiras; abre escolas, fecha escolas - faz suscitar os maiores receios sobre a continuação das provas da actual época desportiva. Até porque nesta quarta-feira fomos o país da Europa - e, portanto, do mundo - que registou maior número de novos casos de Covid-19 por milhão de habitantes, como confirma este gráfico do portal Our World in Data, mostrando em tempo real os números da pandemia na média dos últimos sete dias.
Agora, com mais de 200 óbitos diários, 151.226 casos activos e 5630 internados, manda a mesma lógica que o futebol volte novamente a ser suspenso. Devemos preparar-nos para um cenário destes, eventual golpe fatal para a sobrevivência de vários clubes, que já se encontram no fio da navalha. E quem diz o futebol, diz todas as modalidades desportivas.
Será, por maioria de razão, um duro golpe para o Sporting. Porque lideramos neste momento quatro das seis principais competições desportivas portuguesas. Encabeçamos a Liga de futebol, quatro pontos acima dos segundos classificados. E lideramos no futsal, no basquetebol (invictos à 15.ª jornada) e no hóquei em patins. Só fogem à regra o andebol (seguimos em segundo, a dois pontos do FC Porto) e o voleibol (único campeonato nacional relevante comandado pelo Benfica nesta temporada 2020/2021).
É um tema que suscita reflexão e debate. Aqui o lanço, na expectativa de registar as vossas opiniões a partir de agora.
Ainda a dar gargalhadas com o título E covidus unum que Pedro Correia com muita graça aqui publicou, venho associar-me à crítica que o postal dele já faz.
Nunca é de mais pôr a rídiculo a pretensão que o clube da ave tem em ser definitivamente elevado à condição de rei-sol. Rapinadores. Não passam mesmo de uns rapinadores.
E rapinantes queriam então as papoilas saltitantes rasgar as regras a que estão obrigadas e com as quais acordaram, pretendiam não ir a jogo por causa dos infectados por coronavírus que têm no plantel entre jogadores e equipa técnica. É bom lembrar que seriam necessários bem mais atletas infectados para que o SLB pudesse invocar falta de condições desportivas para competir.
Posto isto, os donos disto tudo (na fama e no proveito em tanta coisa) ameaçaram parar de jogar durante 14 dias devido às muitas ausências, numa clara manifestação de quero, posso e mando, subalternizando todos os outros emblemas que teriam de esperar que a prima-dona agremiação recuperasse as baixas.
Uma pressão intolerável que não tendo sido acolhida, redundou no atirar de um lasso barro à parede. Foi um toque e foge, portanto, mas que nem por isso deixou de confirmar a arrogância e a soberba com que o Benfica trata os demais clubes.
Tal como muitos que vão ler estas palavras comecei por ouvir futebol a cores, na minha imaginação, só muito mais tarde, a ver futebol ao vivo e a cores.
Na última quarta-feira fui fazer compras à Loja Verde, é triste, foi triste, ver as imediações do estádio sem barracas, sem "roulottes", sem torresmos e cerveja, que futebol é este?
O sacana do vírus naquele dia sabia que só podia atacar a partir das 21h30?
Hoje sabe que é às 20h00?
Estou a imaginar os vírus todos alinhadinhos, uns junto à Churrasqueira do Campo Grande, outros debaixo do viaduto de Telheiras, outros mais modernaços no McDonald's, a descerem pela rua do ciclista Trindade mas todos com o mesmo objectivo:
"Bora lá, apanhar os gajos no estádio, vão ficar todos cheios de covid que nem se aguentam"
(isto são os vírus a pensar)
É claro que os mesmos vírus se for um jogo no mesmo estádio organizado pela Federação já não se mobilizam para atacar os cidadãos.
O Zeca é que tinha razão:
"Se tem má pinta
Dá-lhe um apito e põe-no a andar
De espada à cinta, já crê que é rei"
(sobre as arbitragens)
"A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustém, só nesta rusga não há lugar para os filhos da mãe".
Não há lugar para os filhos da mãe mas há lugar para os filhos da piiii! (calma, Pedro).
Alguém que me explique a razão pela qual podemos estar desmascarados em espaço fechado no 25 Abril (assembleia da república), podemos estar a comemorar o 1° de Maio "vamos lá cambada, todos à molhada" (dentro dos autocarros) e fora, com o faz de conta das distâncias, podemos ir assistir às anedotas do Bruno Nogueira, podemos ir ao Avante, à fórmula 1, enfim, podemos ir a todo lado, excepto ao futebol.
Os vírus este fim-de-semana e amanhã estão com um problema acrescido; não podem atravessar os concelhos para irem à bola.
Os vírus da covid podem não atacar mas os da arbitragem já começaram a fazer o trabalhinho ontem.
Caros árbitros e VAR, mais logo tentem estar afinados, prejudiquem-nos o antigo normal, não exagerem, não cheguem ao "novo normal".
Se há mal que ninguém pode atribuir ao futebol é ter contribuído para propagar surtos da pandemia em curso. Interditado ao público há quase dez meses, sem um só jogo com presença sequer de um número ínfimo de espectadores autorizados pela Direcção-Geral da Saúde (com excepção de dois desafios da selecção nacional, sob a tutela da Federação Portuguesa de Futebol, e dois outros realizados no estádio do Santa Clara, em São Miguel, alegando a plena autonomia das entidades sanitárias açorianas), o chamado desporto-rei tem sido tratado como filho de um deus menor por quem já instituiu como regra tudo e o seu contrário.
Já nos mandaram tirar máscaras por incutirem uma «falsa sensação de segurança» e usá-las agora até na rua por imperativo sanitário, já mandaram fechar fronteiras e mantê-las abertas, já mandaram encerrar escolas quando havia poucos focos de infecção enquanto as mantêm abertas com os casos de Covid-19 a disparar.
Toda a norma costuma trazer associada a respectiva excepção. No caso da DGS, porém, norma e excepção andam a par - uma e outra tão imprevisíveis como a roleta a girar num casino. A mesma DGS que autoriza algum público nas competições organizadas pela FPF e nega com intransigência a presença de espectadores nas provas promovidas pela Liga de Clubes, a mesma DGS que permite a declaração de independência sanitária dos Açores, como se não fosse parcela de território nacional neste "Estado unitário" que é o português à luz da Constituição da República, deu luz verde à entrada de 46 mil pessoas no Grande Prémio de Fórmula 1 organizado neste fim de semana em Portimão. Por antever ali um «risco mínimo», na esclarecida expressão da própria directora-geral da Saúde.
Os protestos públicos forçaram-na a reduzir o número de espectadores inicialmente permitido. Mesmo assim, 27.500 obtiveram autorização para comparecer nas bancadas do autódromo algarvio. Acontece que os bilhetes já estavam vendidos quando surgiu o recuo do baralhado organismo estatal, o que gerou um pandemónio junto dos acessos, com centenas de pessoas em protestos indignados. De tal forma que a delegada regional da DGS autorizou a entrada - total ou parcial - dessas pessoas. Para tudo ficar como as imagens documentam. Contribuindo para desacreditar ainda mais um organismo que não tem demonstrado estar à altura das difíceis circunstâncias que vivemos.
No seguimento do excelente post do AntónioF, mesmo aqui antes deste, quero lembrar que hoje teremos uma equipa "de todos nós" como é usual dizer-se, muito mais coesa, a fazer circular muito melhor a bola, a ter muito mais recursos de jogo, a fazer brilhar as estrelas que constituem este emblema ainda campeão da Europa em título. E tudo isto por culpa, perdão, pela feliz coincidência da ausência de Ronaldo, covidado, que não deixa irradiar a magnitude dos colegas e qual puto dono da bola a quer só para ele, tornando o jogo da selecção maçador, entendiante, previsível e deixando todos os outros reféns do seu humor futebolístico, que como se viu nos dois últimos jogos foi um dó de ver.
Quem me disse isto foi o Tadeia e o Lobo e o Rita, quando lhes perguntei o que achavam do jogo de logo à noite.
Entretanto ontem ouvi o seleccionador/treinador dizer que um grupo nunca fica melhor sem o seu melhor.
Tendo em dar mais crédito aos primeiros. O que é que o Fernando Santos percebe de bola, pá?
Uma chatice. Eu a pensar que a culpa era do futebol e de todos nós, aqueles que gostamos de assistir a jogos ao vivo e estamos há sete meses impedidos de frequentar os estádios...
Será que a DGS se prepara para interditar também os convívios familiares, lançando-lhes o anátema que tem reservado ao desporto?
A manter-se este ritmo na 1.ª e 2.ª Liga, com dois jogos adiados na semana passada, para já um esta semana, e tendo em conta que no próximo fim de semana é muito possível que Gil Vicente e Sporting ainda tenham vários elementos infectados, não tendo permissão para efectuar os seus dois jogos, isto já sem falar de mais clubes com casos (há um no Guimarães e um no Benfica), não estou a ver como se pode realizar esta época desportiva.
Tudo isto vai causar um efeito de bola de neve de jornadas completamente desencontradas, de equipas com vários jogos de atraso em relação a outras, de competições a eliminar que não podem avançar porque ainda se está à espera do resultado do jogo X e do jogo Y, para ver quem é o cabeça de série do sorteio Z, de clubes sem culpa nenhuma, com o plantel saudável e o calendário livre, que no entanto não podem jogar duas ou três semanas porque os adversários têm Covid, e depois têm de repor esses jogos em falta em meia dúzia de dias...
Enfim, o diabo a sete.
Espero bem que o Sporting dê total prioridade ao campeonato e não se desgaste nas restantes competições, porque o dinheiro da Champions vai ser muito necessário.
Texto do leitor Vítor Hugo Vieira, publicado originalmente aqui.
Na véspera do início da Liga 2020/2021, surgiu a decisão da Direcção-Geral da Saúde: o Sporting-Gil Vicente, previsto para amanhã, terá de ser adiado. Devido à proliferação de infecções com Covid-19 no emblema de Barcelos, onde já existem 19 casos diagnosticados.
Mas é precisamente aqui que começam a suscitar-se dúvidas. Mais que legítimas.
Problema? O carácter aleatório destas decisões, que passam a ser confiadas a delegações locais e regionais da autoridade sanitária sem definição prévia dos critérios objectivos para este efeito, traçados a nível nacional.
A partir de que grau de contágio fica o jogo protelado sine die? Um, dois, quatro, seis, dez infecções? Ninguém esclarece. E houve imenso tempo para traçar directrizes claras, concisas e compreensíveis.
Se uma equipa tiver quatro ou cinco jogadores comprovadamente com Covid-19 e outra não tiver nenhum, esta equipa é penalizada, vendo o jogo adiado, comprometendo toda a sua programação desportiva? E para quando, sabendo que o calendário futebolístico 2020/2021 é mais apertado que nunca? Convém não esquecer que esta época começa cerca de cinco semanas depois do prazo habitual e terminará mais cedo do que é costume.
A nova data para o Sporting-Gil Vicente tornou-se uma incógnita. O que é grave, desde logo, pelo precedente que inaugura. E pelo cenário caótico que propicia.
A partir de agora a Liga - organizadora da principal competição de futebol - fica dependente de pareceres avulsos das delegações locais ou regionais da DGS. Nisto, ao menos, a directora-geral da Saúde foi clara: «A decisão será sempre da autoridade de saúde local.»
Mas quem é essa autoridade? Um só médico, como aconteceu no abortado Feirense-Chaves?
O campeonato começa hoje num enquadramento sanitário errático e flutuante, antevendo-se decisões eventualmente tomadas à la carte, ao sabor dos caprichos de um delegado de saúde que até pode ter manifestas inclinações clubísticas.
Quem poderá beneficiar com isto?
Eis um caso que convém acompanhar com a máxima atenção: é o que faremos no És a Nossa Fé. Pela minha parte, fica a promessa.
Temos oito jogadores infectados com Covid-19. E também o treinador Rúben Amorim acusou positivo no teste ao coronavírus, estando já em isolamento.
Isto a dois dias do jogo Sporting-Gil Vicente, para nós a partida inaugural do campeonato 2020/2021.
A menos que exista decisão em sentido contrário da Direcção-Geral da Saúde, este jogo irá mesmo realizar-se. Da nossa parte - sabemos já - sem Cristián Borja, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Luís Maximiano, Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Renan, Rodrigo Fernandes.
O Gil Vicente não está melhor, antes pelo contrário: tem dez jogadores com Covid e não poderá ser orientado pelo treinador Rui Almeida, igualmente de quarentena por ter acusado positivo.
Começa a ser equacionado o cenário de recorrermos a elementos do Sporting B para compor a equipa que em princípio estará presente no estádio José Alvalade, às 18.30 de sábado.
Será mesmo necessário?
Neste contexto, venho propor-vos um exercício: que jogadores (titulares e suplentes) deveriam ser escalados para este desafio, sabendo já os nomes de oito com quem não podemos contar?
ADENDA: Alterei o texto, acrescentando o nome de Quaresma entre os infectados.
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