Gostei
Da nossa vitória de ontem. Terceiro triunfo consecutivo leonino sob o comando de Rui Borges, o que acontece pela primeira vez desde a chegada do actual técnico, no final de Dezembro. Como visitantes, vencemos o Casa Pia por 3-1. Na senda do desafio em que eliminámos o Gil Vicente em Barcelos nos quartos-de-final da Taça de Portugal e da vitória sobre o Estoril em casa, para o campeonato. Caso mesmo para dizer: o Sporting soma e segue.
De ter começado a ganhar cedo. Concretizámos na primeira oportunidade disponível - e logo após um lance de bola parada, algo pouco frequente. Isto ajudou muito a tranquilizar a equipa e os próprios adeptos.
De Gyökeres. Que mais se pode dizer sobre o craque sueco? Voltou ontem a deslumbrar os adeptos, bisou pelo segundo desafio consecutivo e voltou a ser o melhor em campo, deixando qualquer outro a larga distância. Foi dele o nosso segundo golo, apontado aos 34' após uma das velozes arrancadas a que já nos habituou, e o terceiro surgiu também do pé direito dele, aos 77', convertendo de modo exemplar uma grande penalidade - a nona que concretiza neste campeonato. Já a meteu 27 vezes lá dentro na Liga 2024/2025. Já marcou 39 em todas as competições de Leão ao peito na presente temporada - em 40 jogos. E 12 vezes em 2025. Esteve ontem muito perto de apontar mais um, aos 79', com o central Tchamba a salvar em cima da linha de golo, já com o guarda-redes Patrick Sequeira batido.
De Gonçalo Inácio. Segundo jogo consecutivo a marcar, impondo-se como o nosso futebolista mais capaz no jogo aéreo. Abriu o marcador aos 12', bem servido por Quenda na sequência de um canto. E nem se mostrou condicionado por um absurdo cartão amarelo que lhe foi exibido logo aos 7' pelo árbitro Helder Malheiro. Revelou fibra leonina.
De Rui Silva. Confirma-se: foi o nosso grande reforço de Inverno, quando tínhamos apenas Vladan, entretanto emprestado ao Légia de Varsóvia, e Israel, que ontem nem no banco de suplentes se sentou. Enorme defesa aos 52', anulando remate de José Fonte. Outra boa defesa aos 57'. Foi um dos obreiros desta vitória.
Do regresso de Morten. Voltou ao meio-campo, após lesão, o que é desde logo boa notícia. Ainda longe do ritmo competitivo a que nos habituou, e sem a forma física que lhe conhecíamos, mostrou no entanto toda a sua classe num soberbo passe longo, em diagonal, isolando Gyökeres no início do segundo golo. É um dos imprescindíveis deste Sporting campeão.
Do regresso de Morita. Voltou às opções do técnico após três jogos de paragem no campeonato - e veio em boa forma, como se percebeu na meia hora final, quando foi chamado à equipa com a missão de orientar as transições entre o meio-campo e o ataque, mantendo-se Debast mais posicional no meio-campo. Outra boa notícia. Agora falta recuperar Pedro Gonçalves e Eduardo Quaresma.
Do treinador. Rui Borges fez muito bem em manter o 3-4-3 que passou a adoptar, com sucesso, nos jogos mais recentes - recuperando o modelo em boa hora implantado no futebol leonino por Ruben Amorim. Saldo muito positivo: duas vitórias na Liga e uma na Taça - não será coincidência. E mexeu com muito acerto no onze, trocando jogadores fatigados e desgastados por outros que acentuaram a dinâmica da equipa e reforçaram a nossa mobilidade colectiva: Morten por Morita (64'), Quenda por Geny (64'), Matheus Reis por Maxi Araújo (78'), Trincão por Harder (88') e Esgaio por Felicíssimo (88').
Do incessante incentivo do público. Havia muito mais adeptos do Sporting do que da alegada equipa "da casa" (que, sendo de Lisboa, assentou praça em Rio Maior). Todos em vibrante apoio ao onze leonino do princípio ao fim. Como se jogássemos em Alvalade.
Do Casa Pia. Tem uma boa equipa, sem dúvida. Não por acaso, segue em sétimo na Liga. Não por acaso, estava há sete meses sem perder "em casa" para o campeonato. Conta com Fonte, veterano campeão europeu formado no Sporting, o ex-leão João Goulart também como central, o lateral direito Larrazábal (tem 27 anos, não me importaria de vê-lo em Alvalade) e o ponta-de-lança Cassiano, que ontem não jogou - felizmente para nós - por continuar lesionado. Sem esquecer que perdeu Nuno Moreira, um dos maiores talentos do plantel (também oriundo do viveiro de Alcochete), há dias transferido para o Vasco da Gama.
Da nossa liderança reforçada. Continuamos isolados em primeiro. Com 59 pontos. Conseguimos 18 vitórias nestas 25 rondas. Só faltam nove para concretizarmos o maior sonho: a conquista do bicampeonato que nos foge há mais de sete décadas.
Não gostei
De Esgaio. Foi ele a marcar o golo solitário do Casa Pia num lance de total desconcentração, em que tinha toda a possibilidade de ganhar o duelo a Miguel Sousa mas acabou por fazer aquilo que o adversário não conseguiu, traindo Rui Silva. Aconteceu aos 45': por causa dele, fomos para o intervalo a ganhar só 2-1. Reafirmo o que já escrevi: não tem nível para integrar o plantel leonino - mesmo com a desculpa de ser lateral adaptado a central. Aliás, esteve quase a marcar um segundo autogolo, em tudo semelhante ao primeiro, no reatar da partida, logo aos 47'. Arrepiante.
Do golo que sofremos. Desde 25 de Janeiro, dia da recepção ao Nacional, que não chegamos ao fim de uma partida, em desafios do campeonato, com as nossas redes intactas. Daí já não sermos a equipa com menos golos sofridos, embora continuemos a ser a que contabiliza mais golos marcados. Mais onze do que o Benfica, concretamente. E mais dezoito do que o péssimo FC Porto.
Do quinto amarelo de Gonçalo Inácio. Este cartão deixa-o fora da próxima partida, em Alvalade, contra o Famalicão. Debast pode recuar para central, deslocando-se do meio-campo, mas não deixa de ser uma baixa importante.