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És a nossa Fé!

Os nossos comentadores merecem ser citados

«Quanto ao Conselho Leonino, acho pertinente a sua remodelação, não a sua extinção. Na minha opinião, este devia ser, a título rotativo, entregue aos Núcleos que temos espalhados pelo País. Teríamos, além de uma forma de descentralismo, uma maneira de fortalecer a coesão entre todos nós e aproximar o clube de todos, mesmo os mais afastados geograficamente.»

Carlos Silva, neste texto do Luís de Aguiar Fernandes

Percebeu bem

O Conselho Leonino aprovou por unanimidade - repito: por unanimidade - o plano de reestruturação financeira do Sporting. E até Godinho Lopes apela aos sócios para que dêem luz verde a esse plano na assembleia-geral do próximo domingo. Porque, a seu ver, o clube precisa de união e estabilidade. Também ele já percebeu que o novo rumo que todos queremos para o Sporting é incompatível com um clima de instabilidade, só favorável aos nossos adversários históricos.

Percebeu bem.

 

Acidentes de campanha (13)

Vale tudo para captar as atenções dos sportinguistas numa campanha eleitoral que está a ser bastante mais morna do que muitos previam. Diz agora Carlos Severino estar disposto a abdicar de salário e viatura fornecida pelo Sporting caso vença o escrutínio do próximo dia 23. Mas diz mais: quer também pôr fim àquilo que chama "mordomias", incluindo "o Conselho Leonino e os croquetes".

Acho bem que acabem os croquetes, desde que não sejam substituídos por chamuças. Acho muito pior que o presidente do Sporting não seja remunerado e sinta a obrigação de usar o seu carro para deslocações de serviço, como sugere Carlos Severino. Deixando implícito que só alguém com fortuna pessoal está habilitado a liderar o nosso clube.

Mas o que não percebo de todo é o anúncio do candidato de que pretende pôr fim ao Conselho Leonino. Eu, se me chamasse Jorge Gabriel, não teria achado a mínima graça a esta declaração. Motivo? Jorge Gabriel encabeça a lista A - de Carlos Severino - ao Conselho Leonino. Precisamente um órgão a que o candidato pretende pôr fim.

 

 

Acidentes de campanha (4)

A inviabilização, por entrega fora de prazo, da lista ao Conselho Leonino que seria liderada por João Paiva dos Santos, além de mostrar a inépcia daquele que chegou a anunciar a pré-candidatura à presidência do Sporting, foi sintomática a outro nível: de algum modo prenuncia o fim desta estrutura pertencente aos corpos sociais do clube - uma assembleia consultiva que funciona essencialmente como anacrónica feira de vaidades. Nada lá se delibera. Do que se discute, quase nada se sabe - o secretismo é a marca distintiva desta espécie de clube dentro do clube que, na prática, tem servido apenas para prestar vénias aos sucessivos poderes de turno.

Bem fez, portanto, José Couceiro em não apresentar lista ao Conselho Leonino. É uma atitude de ruptura com o passado que tem todo o cabimento. E aponta na direcção correcta para o Sporting, que queremos ver livre de anacronismos.

Inédita "contundência"

Leio na imprensa de hoje que na última reunião do Conselho Leonino houve intervenções "muito contundentes" contra o presidente da Assembleia Geral do Sporting, Eduardo Barroso. Entre os mais "veementes", segundo esclarece o diário O Jogo, destacou-se Rui Oliveira e Costa.

Espanto-me ao ler esta notícia. Talvez por ser incapaz de imaginar Oliveira e Costa - que na sua tribuna semanal na RTP tanto gosta de esbanjar elogios a presidentes de clubes, seja o do Sporting, seja o do Benfica, seja o do FC Porto - a expressar-se com forte, média ou fraca "contundência".

Recordo-me de uma vez o ter ouvido criticar Luiz Felipe Scolari enquanto seleccionador nacional - mas só muito tempo depois de o brasileiro ter rumado ao país natal.

Continuei intrigado. Até que me lembrei: Barroso encontra-se em licença sabática para concluir o doutoramento e esteve, portanto, ausente desta reunião do Conselho Leonino. Não pôde, portanto, testemunhar ao vivo e a cores a inédita "contundência" do afável conselheiro leonino.

Assim está tudo explicado.

A verdade que alguns não gostam de ouvir

Em entrevista ao "Record" o nosso colega de blog e membro do Conselho Leonino, José Manuel Barroso, afirma:

 

- "Daniel Sampaio teve um comportamento verdadeiramente criticável ao dizer que tinha de haver uma AG para destituir o presidente. É um caso óbvio de uma entidade do clube que se transformou num adversário interno, abandonando a sua obrigação de ser neutro e estar acima das várias fações que possam existir no clube".

- Ele abandonou o dever de neutralidade e tem de se demitir. Não pode estar entre os representantes da AG quem assume publicamente que o seu objectivo é derrubar o presidente!

- Daniel Sampaio tem-se comportado como um incendiário.

- Eu, que até votei na sua lista para a mesa da AG, não quero ter um vice-presidente que é juíz em causa própria.

- Uma obsessão inaceitável. Se está em desacordo demita-se. Daniel Sampaio é um pessimo exemplo para os sportinguistas".

 

Mais palavras para quê? Está tudo dito e vai exactamente na mesma linha do que ontem aqui deixei expresso. Uma análise extremamente lúcida por parte de José Manuel Barroso.

Afinal é mesmo o que parecia... e é sério

De início, ainda pensei que fosse uma tentativa de debater positivamente o nosso clube. Afinal o Conselho Leonino existe, tem no seu seio várias sensibilidades e ouvi-las todas poderia parecer útil, mesmo se apenas dias depois de uma reunião de debate do tema feita pelos órgãos sociais. Mas não. O que se anuncia não é uma agenda de congregação de esforços e de união em horas muito amargas, da união que faz a força. Depois do que se leu, do jantar de Almoçageme, a reunião do CL parece mais um teste para medir a temperatura ambiente, o estado das sensibilidades - para, depois, determinar o passo seguinte. Parece óbvio que a mesa da AG assumiu o papel de liderança da oposição, tal como ela vem das últimas eleições, e deixou de fingir que era um elemento de união dos sportinguistas. E assumiu também uma agenda, que agora emerge às claras, de precipitação de eleições. O momento político mudou. Com razão ou sem ela, foi mudado. E em política, lá dizia o outro, o que parece... é.

O que é o Conselho Leonino?

Olho para a lista do Conselho Leonino e abundam pessoas mais velhas do que eu com um número de sócio mais elevado (nalguns casos muito mais elevado) do que o meu. Ao contrário da cidadania que é um direito, numa agremiação de carácter privado a duração é um posto, porque indica um cumprimento prolongado dos deveres. Este é um dos problemas do Sporting: haver muita gente a entrar pelo telhado e a sentar-se logo à mesa, como se o facto de ser um notável fora do Sporting implicasse ter alguma importância dentro do Sporting. A não ser pela eventual obra feita, sinto-me incapaz de não duvidar da legitimidade sportinguista dessas pessoas e não me considero representado por elas. O Conselho Leonino ficaria dignificado se para nele ter assento fosse obrigatório um número mínimo, mas elevado, de anos de sócio. E os jovens? precisamente por serem jovens ainda não estão aptos para a qualidade de senadores.

Ainda sobre a reunião do Conselho Leonino

Mais alguma informação relevante - em diversos aspectos, até curiosa  - sobre a reunião do Conselho Leonino agendada para a próxima quarta-feira, dia 24 de Outubro, sob o lema de «ajudar a Direcção a encontrar soluções para resolver os problemas financeiros e desportivos do Clube». Deixo ao critério dos leitores a apreciação da mesma:

 

- O presidente Godinho Lopes que era para viajar com a equipa para a Bélgica, onde o Sporting joga com o Genk para a Liga Europa, cancelou a viagem para poder estar presente na referida reunião.

 

- O presidente da Assembleia Geral, dr. Eduardo Barroso, que convocou a dita reunião, estará ausente por motivos profissionais.

 

 - O presidente Godinho Lopes expressou surpresa pela convocatória urgente do orgão social do Sporting e pela tomada de posição do dr. Eduardo Barroso.

 

- O vice-presidente da Assembleia Geral, Daniel Sampaio, que irá coordenar a reunião, afirmou: «Vamos começar por ouvir o presidente, a quem foi comunicada (posteriormente) esta decisão e que concordou».

 

- O presidente Godinho Lopes estranhou o todo da situação, uma vez que na segunda-feira os órgãos sociais estiveram reunidos em Alvalade para fazer um balanço do momento do Clube e não houve contestações às explicações apresentadas.

 

- O vice-presidente da Assembleia Geral, Daniel Sampaio, entre outras coisas, afirmou: «Os grandes sportinguistas não podem ficar alheados deste momento do Clube. Têm de apontar caminhos e conhecer os planos da Direcção em pormenor».

 

 - O ilustre conselheiro leonino e comentador do programa televisivo «Trio de Ataque», comentou a ocorrência: «Não é normal o Clube estar há duas semanas a analisar, conversar e eventualmente a negociar e ainda não tem novo técnico».

 

- Pergunto eu: Fervor sportinguista e ansiedade por novidades à parte, desde quando é que existe um qualquer guia que explicita o tempo de ponderação e negociação para contratar um treinador de futebol ?...Quais são os conhecimentos de Rui Oliveira e Costa para se pronunciar sobre a contenda ?...Quem lhe disse a ele que o Conselho Directivo «ainda não tem um novo técnico», salvo que nenhum foi anunciado ?... Será ele e os seus colegas conselheiros leoninos que irão resolver os complexos problemas financeiros  do Clube e ainda contratar um novo treinador ?...Como é possível que o promotor desta inédita reunião não vá estar presente na mesma ?...Apesar das conhecidas dificuldades, a quem se deve a asserção que existe uma crise directiva, financeira e desportiva ?...A que propósito surgiu o comentário de Daniel Sampaio: «Cenário de eleições não é conveniente» ?...Reconhece-se a legitimidade estatutória desta reunião, mas em que se assenta a legitimidade moral e o efeito pragmático da mesma ? Por fim, quantos minutos após o termo da reunião irão surgir perante a comunicação social as usuais vozes da oposição ?

 

Tudo deve ser debatido

O Sporting é um clube democrático. Onde tudo deve ser transparente, onde tudo deve ser debatido. Estando o clube como está, mergulhado em plena crise financeira, directiva e desportiva, nada menos surpreendente do que haver quem promova a discussão. Se é na sede própria, tudo bem. Se o promotor o faz reunindo os órgãos do clube, nada mais certo. Se é alguém com toda a legitimidade para o efeito, só posso aplaudir.

Que isto possa provocar perplexidade, deixa-me a mim perplexo. Porque - julgo eu - todos queremos um Sporting transparente. Um Sporting opaco não aproveita a ninguém verdadeiramente interessado em servir o clube.

Mais uma lamentável finura

É de admitir que o nosso Sporting nunca nos deixa de surpreender, mais pelo negativo do que pelo positivo, de há uns tempos a esta parte. Como se o estado financeiro do Clube e o seu actual momento desportivo de menor agrado não sejam causa suficiente para preocupação, surgem diariamente as indevidas e intrusas acções de próprios sportinguistas a debilitar uma situação que, em si, já não é muito saudável. 

O dr. Eduardo Barroso será, com certeza, um grande médico e cirurgião, mas, pela evidência à vista, semanalmente, pouco ou nada percebe de futebol e, por sua própria admissão, ainda menos de gestão de clubes. Isto, no entanto, não o impediu de convocar uma reunião de carácter urgente do Conselho Leonino para o próximo dia 24 - sem solicitação da Direcção - a fim de debater, segundo ele, questões relacionadas com o «futuro extra futebol» do Clube, nomeadamente a situação financeira.

A função do Conselho Leonino, em si, já é muito discutível e surgir agora o presidente da Assembleia Geral a convocá-lo, à revelia da Direcção, e sob o (falso) pretexto de questões extradesportivas, é uma ofensa à inteligência colectiva dos sportinguistas. Em primeiro lugar, dá para questionar o propósito da reunião desse mesmo orgão há cerca de três semanas, se não para ponderar essa exacta disposição. Segundo, fica no ar a dúvida se o dr. Eduardo Barroso está a agir por influência dos seus filhos - quem ele cita frequentemente como a fonte das suas informações sobre o Sporting - ou se é apenas e tão só mais um acto indecoroso instigado pelo seu colega do acto eleitoral, o «candidato derrotado», numa das suas sucessivas tentativas de provocar uma crise institucional no Sporting e, por essa via, na sua óptica, desbloquear o caminho para a sua usurpação do «trono».

Ninguém está satisfeito com o actual momento de impasse quanto à contratação de um novo treinador e, ainda, pela indefinição do rumo a seguir para uma melhor e maior aproximação ao sucesso que todos nós desejamos, mas não é através de actos desta natureza que esses objectivos serão concretizados. Muito embora o dr. Eduardo Barroso esteja no pleno exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos estatutos, a sua acção só resultará em provocar maior polémica e instabilidade em torno do Sporting. Para uma pessoa obviamente inteligente, essa consideração deveria ser deveras óbvia, incontornável e, sobretudo, preponderante.

 

Nota: Este meu escrito apenas pretende complementar o visionário post desta manhã do meu colega de blogue Tiago Cabral.

 

 

{ Blogue fundado em 2012. }

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