Certo dia numa tasca da Baixa e entre algumas imperiais alguém perguntou a outro: entre a tua mulher e o Sporting qual escolherias? O Sporting claro! Porquê? Porque conheço e amo há mais tempo.
No passado dia 16, aquando do empate em casa com aquele colosso dinamarquês, fiquei tão bravo, tão furibundo que decidi não voltar esta época a Alvalade.
Gosto muito de futebol, porém aquilo que fui assistindo nos últimos tempos no nosso estádio, deixou-me fora de mim. Completamente.
Tenho muitos anos de sócio e sei que tudo é passageiro. Relembro a este respeito que tivemos uma das piores épocas em 2019/2020 para sermos campeões na época seguinte...
Mas quando no Domingo:
- Vamos amanhã à bola?
Respondi quase sem pensar:
- Claro!
Ora toda aquela ira contra o clube que eu sentira nas semanas anteriores havia-se desvanecido completamente. Como é possível passarmos do 8 ao 88, assim quase de um momento para o outro?
Ou questionado de outra forma: que amor é este que um dia nos leva às profundezas da quase depressão, para no dia de jogo estarmos uma vez mais lá de cachecol e voz potente a gritar Sporting é o nosso grande amor?
Eles andam de recuo em recuo. A narrativa deles vai falhando em toda a linha, já quase nada lhes resta a que possam agarrar-se.
Previram desaires, demissões, mandato presidencial interrompido, caos directivo, eleições antecipadas. Já andavam a levar em ombros putativos candidatos a candidatos. Queriam bagunça o tempo todo.
Saiu-lhes tudo ao contrário. Triunfos, vitórias, a quebra do maior jejum de sempre, mandato reforçado, consistência directiva, articulação total entre administração da SAD, órgãos sociais do clube, direcção desportiva, equipa técnica e jogadores.
Andaram anos a defender um fracassado nato, um narcisista impenitente, um megalómano perdedor. Agora são incapazes de aplaudir um simples vencedor que não precisa de pôr-se em bicos de pés nem gravar frases idiotas em monumentos para dar nas vistas.
Torcem-se todos perante os resultados obtidos em três anos, incapazes de reconhecer a maior das evidências: o emblema leonino está hoje incomparavemente mais prestigiado e robusto do que estava a 23 de Junho de 2018 - o dia em que, para alguns deles, «o Sporting acabou».
Tendo visto a conferência de imprensa da Direcção do Sporting Clube de Portugal e o que se disse dela, parece-me que a mensagem essencial ficou um pouco diluída no que foi a defesa do clube face àqueles que foram responsáveis por um colossal rombo financeiro e desportivo e que continuam a ser responsáveis pelo clima de guerrilha aos órgãos eleitos e à estrutura de futebol profissional do clube.
E a mensagem essencial de Varandas é que com esta Direcção o Sporting tem um rumo bem diferente do que vinha a ser seguido por Bruno de Carvalho. Um clube honesto e com gente honesta à frente do clube, um clube que quer respeitar e ser respeitado, um clube de trabalho e competência, um clube contido no discurso, um clube sustentável, um clube formador, um clube ganhador.
Falou do investimento que está a ser feito na Academia, em infra-estruturas, em técnicos, em especialistas de alto-rendimento, em coaching comportamental. Para que não existam mais Podences, Rafaeis Leões e Tiagos Djalós, prontos a fugir à primeira oportunidade, acrescento eu.
Falou na reestruturação do plantel principal, juntando o ganho financeiro ao equilíbrio competitivo, na aposta num treinador duma escola de futebol ofensivo, na integração gradual dos poucos jovens sub-23 que já atingiram o nível mínimo para o efeito, da Taça da Liga já ganha aos rivais.
Miguel Cal falou na reestruturação organizativa do clube, deixando perceber que muito irá melhorar nessa área, tornando o Sporting um clube moderno e funcional, no estádio, no pavilhão, na internet, na relação com os sócios, o que manifestamente agora não é.
Zenha abriu muito pouco o livro, pelos motivos conhecidos, e ficou por saber-se qual o rumo financeiro do Sporting. Falou nas contas que Bruno de Carvalho deixou por pagar, não falou nem podia falar de quanto e quando é que o Sporting pensa receber (ou pagar) pelas rescisões, não falou nem podia falar da reestruturação da dívida com base no contrato com a NOS ou doutra forma qualquer, não falou nos orçamentos das modalidades.
Muito mais importante do que comunicar bem é fazer bem. O que não quer dizer que a comunicação não tenha que melhorar também.
Cão que ladra não morde. O destino dos touros bravos é o talho.
Que o Sporting possa prosseguir o rumo apresentado, com a estabilidade e tranquilidade necessárias para ganhar, trabalhando mais e falando menos, e nunca se deixando tourear pelos Vieiras e Pintos da Costa deste mundo.
Nós aqui estaremos para apoiar o que for de apoiar, criticar o que for de criticar, mas Sempre Sporting e Sporting Sempre.
Cheguei às duas da tarde e, ordeiramente, só consegui entrar às três. Mas não foi no Pavilhão Atlântico que entrei, antes numa twilight zone: tinha regressado às RGAs de 75. Os apoiantes do Bruno, por táctica, iam arengando ao microfone uns atrás de outros.
Não sei como vai acabar o dia. Menos imagino qual será o resultado da votação. Temo, porém, o pior. De qualquer maneira o Sporting está uma Jugoslávia, com Milosevic e tudo. Nunca me senti tão infeliz neste meu clube.
Dia 23, sábado, temos um dos dias mais importantes do nosso clube. É fundamental a participação de todos, o futuro do Sporting enquanto clube sério e democrático está em jogo.
O conselho directivo suspenso deve cair neste dia, para que finalmente se abram portas às tão necessárias eleições. Imaginando um cenário contrário, pelas atitudes cada vez mais descontroladas de Bruno de Carvalho, apenas podemos esperar uma interminável noite de facas longas no nosso clube. A purga terá início de forma automática, e a favor dela estarão aqueles que consideram, como Bruno de Carvalho, que o clube é deles, é sua propriedade. O nosso clube deixará de o ser, espera-nos um caminho inevitável para que no futuro as eleições não passem de meros actos administrativos. A expulsão de sócios por delito de opinião será trivial, as perseguições, ameaças, que já hoje existem, serão o quotidiano.
Que os Sportinguistas não tenham dúvidas: Se Bruno de Carvalho não for destituído, o clube, como representante de valores éticos que tanto nos orgulhamos, acaba.
Um trabalho bem feito nunca pode servir de justificação ou de alguma permissividade para que comportamentos posteriores sejam aceites. É assim em todo o lado e assim de facto deve ser. Ninguém pode tirar todo o mérito que Bruno de Carvalho teve ao longo destes anos que preside ao nosso clube. Foi um trabalho excepcional que fez junto com a sua equipa. Trouxe de novo o nosso Sporting das catacumbas onde as anteriores direcções, propositadamente ou não, nos tinham colocado. Foram décadas de destruição que varreram o clube, fazendo o possível para que sócios e adeptos se desinteressassem pelo clube, pelo seu dia a dia e querendo mesmo fazer-nos acreditar que a conquista de títulos era apenas um pormenor irrelevante para o clube. Sobre isto é inegável que Bruno de Carvalho e a sua equipa foram fundamentais ao agarrar num clube em farrapos e fazê-lo renascer, conseguindo em poucos anos aquilo que quase todos pensaram ser impossível: colocar o Sporting na disputa e conquista das competições em que entrava. O Sporting hoje, por muito que algumas vozes digam o contrário, é sempre candidato em todas as competições que participa. Parece pouco mas é mesmo muito. E foi conseguido com muito, mesmo muito trabalho.
Quando vamos para uma batalha sabemos que as dificuldades vão ser muitas. No futebol português, minado como está, essas dificuldades mais que duplicam. E aqui é que a inteligência de um comandante tem que sobressair. Ninguém pede a Bruno de Carvalho alianças com outros clubes que sabemos como actuam, ninguém lhe pede que seja subserviente ao poder ainda instalado nos organismos que gerem o futebol luso, não queremos que pactue com todas as caldeiradas que mais à vista ficaram com a divulgação dos tristemente famosos e-mails do Benfica. Mas como presidente do nosso Sporting tem que ter a inteligência de perceber que todos, mesmo todos, os seus actos vão ter consequências para o clube. É inadmissível que Bruno de Carvalho continue a fazer ouvidos moucos a todas as criticas sobre as suas demasiadas intervenções, a forma como as faz e o conteúdo das mesmas. Ao actuar como um bulldozer, não querendo saber das consequências para o clube, os seus sócios e adeptos, está precisamente a fazer o que os seus, nossos, oponentes mais desejam: dividir os Sportinguistas, abrindo brechas na imensa falange que desde o início o apoia e defende.
Não é aceitável que continue a manter uma postura, perante adeptos e sócios, de total sobranceria e arrogância quando criticas lhe são feitas sobre as suas infindáveis declarações diárias.
Ontem para mim atingiu um ponto que dificilmente terá retorno. Assim não, caro Presidente. A juntar a uma publicação que mina completamente o grupo de trabalho da equipa principal de futebol, efectuada minutos após o final do jogo em Madrid, juntou uma intervenção telefónica, em directo, num canal que é declarada e ostensivamente contra o Sporting. Isto não é lutar pelo Sporting, mas sim o contrário. Se não entender isto, nada mais está a fazer à frente do nosso clube.
São alguns pontos que me estão aqui atravessados e que têm que deixar de estar.
Vi que o nosso presidente deu uma entrevista ao correio da manhã ou à cmtv. É inacreditável, simplesmente inacreditável que tal aconteça. E não está em causa a altura em que saiu, isso é óbvio, vindo de quem vem, que foi escolhido propositadamente. Um grupo de comunicação social que tanto ataca o Sporting não pode ter o nosso presidente a dar entrevistas, seja sobre o que for. Ah mas era uma questão pessoal, podem argumentar alguns; não não era. Tudo o que seja, hoje, publicado sobre Bruno de Carvalho, diz respeito ao Sporting. Se alguém entrevistar BdC a querer saber qual o seu modo predilecto de dar um passo, quando contorna a esquina do corredor que liga a sala à cozinha, essa entrevista é, enquanto BdC for o nosso presidente, sobre o Sporting. Se entrevistarem BdC sobre qualquer assunto o tema é sempre o mesmo, o Sporting, e assim será enquanto BdC for presidente do nosso Sporting. Não se percebe que isto não seja claro como água.
Fiquei também a saber que BdC escolheu o dia de fundação do clube para celebrar o seu casamento. Não o devia fazer, enquanto for presidente do nosso clube. O presidente do clube, por uma questão de princípio de separação, não pode envolver uma data com tal simbolismo e torna-la também uma data sua, enquanto é presidente do nosso Sporting, durante o ano temos mais 364 dias à escolha.
Comunicação: um desastre total. Ou BdC percebe de vez que o presidente de uma instituição como o Sporting não pode, não deve nunca, responder a tudo e a todos sobre todos os assuntos ou vamos continuar a ser atacados por todos os lados. Mas atacam-nos, sobre nós inventam e mentem descaradamente. É verdade e felizmente nos dias de hoje já temos canais próprios para poder desmentir todas as falsidades. Temos, o clube, não o presidente. Há o canal de televisão, as contas oficiais do clube nas redes sociais, há o nosso jornal. Meios não faltam, têm é que ser usados de forma correcta e coerente. Mas não têm o alcance de uma televisão generalista, argumentam; têm o alcance que nós lhes dermos. Se o canal para veicular informação for escolhido por nós, os OCS querendo ou não, é aí que têm que ir buscar a informação desejada.
Treinador Jorge Jesus; um treinador deve ter um raio de acção alargado, deve ter uma palavra muito importante na escolha do plantel, nas decisões de jogadores a contratar, mas também deve saber em que clube está. Isto não é igual ao outro lado da 2ª circular. O Sporting, felizmente, não é o clube do regime, do novo e do antigo, somos um clube independente e somos sérios e leais na disputa com os nossos adversários. Prezamos muito a nossa formação, não somos novos-ricos que inventam pseudo laboratórios e se apregoam os fundadores de algo que nós já fazemos há décadas. A nossa formação não serve para fazer rodopiar dinheiro por paraísos fiscais. Queremos que cheguem à equipa principal e que joguem. Não é fácil, mas para isso é que contratámos o melhor treinador português e um dos melhores do mundo.
Uma palavra final aos jogadores: Se não compreendem o alcance das redes sociais nos dias de hoje, não as usem ou peçam ajuda no clube para as compreender. E joguem mas é à bola.
Quem quiser estar no Sporting, pertencer ao maior clube de Portugal, tem que saber que somos de facto um clube diferente.
Eis algumas medidas, porventura inócuas mas que marcam uma posição, que na minha opinião o Sporting deve tomar a partir de agora:
1- Ignorar os árbitros e assistentes antes, durante e depois dos jogos (equipa e staff) e isto inclui a mais elementar regra da urbanidade, que é o "aperto de mão".
2- Apupar os senhores sempre que possível ( no aquecimento, na apresentação, durante o jogo, na saída para o intervalo, no regresso do intervalo e na despedida), independentemente do seu comportamento perante as leis do jogo.
3- Conceder-lhes apenas e restritamente as condições que o regulamento da liga impõe, nem mais uma garrafa de água. Se possível arranjar forma de se acabar o gás a meio do duche.
4- Publicitar o CV dos senhores e desempenho em jogos anteriores onde apitaram jogos do Sporting, antes das partidas onde vão intervir, para se conhecerem as bestas.
5- Não comparecer a CI e entrevistas rápidas, ou comparecendo, responder por monossílabos. "Sim" e "Não" seriam suficientes, mas acrescentaria "ao seu jornal/TV não respondo".
6- Jogar todos os jogos sob protesto. Os motivos são tantos que é escolher de uma lista extensa.
7- Deixar bem claro que cede jogadores à selecção apenas por respeito aos portugueses, caso contrário dificultaria a sua convocatória.
8- Mover processos em tribunal a todos os que prejudiquem o Sporting sob qualquer forma e fazer disso publicidade.
9- Repetir à exaustão, nos OCS do Clube, imagens de roubos descarados de que fomos vítimas.
10- Pedir aos "representantes" do Sporting em programas de opinadeiros que se escusem a participar neles, nem que para isso se lhes pague o que ali auferem. Será menos que um qualquer pau de sebo que veio em Agosto passado.
Isto terá algum resultado visível? Talvez não, provavelmente não, certamente que não, mas sempre será um pouco melhor que dizer que se voltaria a escolher o Jorge Sousa para o derby.
Também há a opção Pinto da Costa, que percebeu, há trinta anos, que sendo honesto não ia lá.
Agora e durante os próximos quatro meses, pelo menos, podem andar de cabeça limpa.
Desejamos que a procura continue a ser grande, sinal de que a equipa e cada um deles individualmente, estará a fazer um belo campeonato.
Neste defeso tiveram pela primeira vez, provavelmente e de forma clara, contacto com um novo Sporting, aquele que dita as regras no que pode controlar, tão diferente do Sporting de "ontem", que pedia desculpa por existir. Em janeiro, eles próprios irão encarar de outra forma eventuais abordagens, sabendo quais as regras e a fronteira que não podem, nem devem, ultrapassar.
Foi, para além duma fase de grandes negócios, coisa nunca vista neste Clube, um tempo de aprendizagem.
"Face a notícias hoje publicadas na imprensa, vem a Sporting Clube de Portugal, Futebol SAD, repudiar o seu conteúdo, relembrando tudo o que ainda ontem foi transmitido em declaração à imprensa do Presidente Bruno de Carvalho e esclarecendo que:
1 – são as renovações de contratos com jogadores da equipa principal, bem como as contratações do “mercado de Inverno”, que constituirão o plantel da próxima época desportiva
2 - existirão entradas de jogadores se se verificarem saídas de elementos do mesmo plantel e estas serão sempre pela cláusula de rescisão prevista nos respectivos contratos
3 – é e será sempre a SAD a definir a estratégia de abordagem ao mercado e a encabeçar as negociações tendentes à saída ou entrada de jogadores
4 – é com o treinador que se trabalham os plantéis e os objectivos são claros: ganhar títulos a nível nacional e voltar à Glória europeia
5- não será contratado nenhum Director Desportivo, conforme já anteriormente anunciado pelo Presidente, mantendo-se Octávio Machado nessas funções
6 – decisões como as da substituição do relvado do Estádio José Alvalade ou de melhorar as infra-estruturas de apoio à equipa de futebol profissional foram da exclusiva iniciativa e responsabilidade da Administração da SAD porque, recorde-se, é a esta que competem este tipo de definições
7- a renovação do contrato do treinador Jorge Jesus mantém as mesmas premissas do contrato inicialmente assinado porque assim foi entendido fazer pela SAD encontrando-se esta salvaguardada, ao contrário do que se tenta fazer passar, pela extensão da duração do contrato por mais um ano
8 - conforme foi afirmado ontem pelo Presidente, são vários os departamentos que estão a concluir alterações que estão a ser efectuadas, trabalhadas e planeadas faz meses por iniciativa da Administração da SAD e dos respectivos responsáveis de cada departamento.
Como disse o Presidente, ele e Jorge Jesus são “homens de paixões e homens de projectos”. Ao contrário do que alguns vaticinavam ambos sabem as suas funções, complementando-se, com os resultados que foram evidentes para toda a família Sportinguista e restantes amantes do Futebol."
Este, que foi o pai da SAD e que quando as acções estavam em alta se pirou de accionista e cuidou de vender todas as acções que detinha; Este, que abandonou a presidência do Clube porque não estava "para se chatear"; Este, que viu construir um estádio sem a porra dum pavilhão para as modalidades e olimpicamente esteve silencioso; Este, que esteve de boca calada quando Soares Franco delapidou o património não desportivo do Clube; Este, que viu o presidente cooptado por Dias da Cunha transformar um clube dos sócios num clube de clientes e esteve de acordo; Este, que viu entrarem e sairem treinadores e jogadores às carradas durante vinte anos e nem abriu pio; Este, que nem tugiu nem mugiu quando o Sporting foi intervencionado pela banca em consequência dos reinados ruinosos de Bettencourt e Godinho, que quase levaram o Sporting à falência e ao desaparecimento, este, vem agora chamar o "senhor Carvalho" de vigarista e admite até um movimento para o retirar da presidência. Vai lá. Vai lá e não leves a manta, logo vês o que te acontece. Realmente, estamos mesmo muito bem servidos de notáveis...
E tal como o Adelino Cunha, também sou muito emocional, daí eu esperar que daqui a uma semana, no máximo, a notícia no sítio oficial do Clube seja o prolongamento do contrato do actual treinador da equipa principal de futebol, pelo menos por mais um ano, até à época 2018/2019. (se as minhas contas estão certas)
Não há outra maneira de dar a volta a este texto, se Bruno de Carvalho quer sair reforçado deste episódio. Talvez seja ingénuo, eu sei...
A mensalidade da Sportv anda à volta de 25,00 euros. Pode-se ser sócio pela quarta parte disso e o dinheirinho vai todo para as modalidades, ajudando ao ecletismo em que somos clube destacado a nível europeu.
Com o título da Liga fora de cogitação, o segundo lugar muito longe e, parece-me, quase impossível (ainda que haja uma réstia de esperança, ténue, contudo), resta à equipa manter e assegurar este terceiro lugar e conquistar a Taça de Portugal.
Ora, nesta perspectiva, o título que utilizo não fará grande sentido, provavelmente, uma vez que perdidos os lugares que dão acesso directo à Liga dos Campeões e aos milhões, o dinheiro, esse dinheiro do "prémio" de acesso, não entrará nos cofres do Clube.
Restará então uma única opção, o título único a que ainda podemos almejar, a Taça de Portugal.
Será contudo este título (com prestígio, é certo, mas não é O almejado campeonato) suficiente para satisfazer a fome de sócios e adeptos?
Bom, é certo que passando a pré-eliminatória (o que não está minimamente garantido), lá chegaremos aos milhões e garantiremos dinheiro e um título, o que para quem esteve à beira da falência, até nem será mau de todo.
E, na hipótese (também plausível) de não vencermos a Taça de Portugal, será que esses milhões calarão os sócios e adeptos?
E pode ainda acontecer que, no pior cenário possível, nem conquistemos a Taça, nem o acesso à Liga dos Campeões. Conformar-se-ão os sócios e adeptos se nem uma coisa, nem outra, acontecerem?
Mais importante ainda, resistirá o Clube a este falhanço desportivo?
É certo que o mais importante neste momento continua a ser conseguir a estabilidade económico-financeira e essa meta ainda está longe de ser atingida. Contudo, se é certo que um Clube como o Sporting se alimenta de títulos, o seu bem mais precioso são os sócios e adeptos. E são eles, acima de qualquer órgão, que irão garantir que a nau que está a ser conduzida chegará a bom porto.
É aos sócios e adeptos que o Clube vai ter que ir buscar forças, como tem vindo a acontecer ao longo da sua história de 109 anos, para sobreviver à míngua de títulos no futebol, que é a modalidade que suscita mais e maiores paixões, e à falta de dinheiro para contratar mais qualidade e segurar os jovens da formação.
Eu confesso que sou adepto da estabilidade. Claro que me daria muito prazer conquistar títulos, ir todos os anos para o Marquês, mas a que preço? não me esqueço que o Clube esteve falido num passado muito recente e que poderia ter desaparecido (e sem títulos!).
Confio plenamente que o caminho que está a ser trilhado, apostando na recuperação financeira e na academia, nos trará dinheiro e títulos. O dinheiro que nos permitirá segurar as jóias da academia e construir equipas muito mais competitivas que conquistarão os títulos que todos desejamos.
As casas começam a construir-se pelos alicerces.
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