Esta foi a canção que Leonard Cohen escreveu, antecipando a eliminação do Arsenal, em Londres ("I didnt come here to London just to fool you") e o jogo a seguir com o Gil Vicente.
Acredito que a nossa rapaziada tenha feito o melhor possível (dentro daquilo que lhes foi deixado fazer), jogaram o melhor que puderam ("Now I've done my best, I now it wasn't much") mesmo que não tenha sido muito.
Enfim, amanhã, no Jamor, onde fomos impedidos de estar na final da Taça de Portugal, vamos dar o nosso melhor e a verdade, como podemos ver abaixo, é que estamos melhor.
O V. Guimarães derrotou esta noite o Famalicão por 3-2, subindo ao quinto lugar no campeonato. O Casa Pia já tinha vencido o Rio Ave por 1-0, ascendendo ao quarto posto. No terceiro mantém-se o FC Porto, com 23 pontos. Em segundo vai o Braga, com 25. O Benfica lidera, largamente destacado, já com 31.
E nós? Com 19 pontos, à 11.ª jornada, caímos para a sexta posição nesta Liga 2022/2023. A segunda pior de que há memória neste século. Ainda assim, tivemos sorte: o Boavista empatou na recepção ao Vizela (2-2). Se tivesse vencido, remetia-nos ao sétimo lugar.
Se custaram estes dois empates? Certamente. Se preferia qualquer outra classificação dos últimos 18 anos? Nem um bocadinho. É agora - mais ainda - tempo de estarmos unidos, dispersar é que não ajuda ninguém.
Agora, com Rúben Amorim, estamos melhor ainda do que na celebrada época 2015/2016, quando ficámos a um passo de vencer o campeonato, com o actual treinador do Benfica a orientar o Sporting.
Basta reparar nos números: nessa época, à 19.ª jornada, seguíamos igualmente em primeiro mas com menos três pontos (tínhamos 48 em vez dos actuais 51). Com o mesmo número de empates (três), mas menos uma vitória (tínhamos então 15) e uma derrota (algo que hoje não sucede, pois continuamos invictos).
Quanto a golos, a equivalência é total. Mas só nos marcados: 40. Nos sofridos, temos agora menos dois do que os 12 registados em 2016 na mesma fase da Liga.
A diferença maior, porém, está na pontuação dos adversários. Há cinco anos, o Benfica estava a escassos dois pontos de nós (hoje está a 13). E o FC Porto tinha só menos cinco (hoje tem menos dez).
Mérito de Rúben Amorim e de toda a equipa. O caminho faz-se caminhando.
Um clube sem grandes hábitos de vitória, como é infelizmente o Sporting no futebol nas últimas décadas, não pode deixar de aproveitar as falhas dos seus rivais e os momentos em que estão menos bem. Neste século, esta época foi a terceira em que isto aconteceu, depois das de 2001 e 2005. Esses foram os campeonatos mais mal perdidos pelo Sporting de que eu me lembro. Em ambos ficámos incrivelmente em terceiro, com os nossos principais rivais enfraquecidos. Com um pouco mais de paciência, estabilidade e bom planeamento, foram dois títulos que não deveriam ter fugido ao Sporting. E o mesmo se pode dizer nesta época. O FC Porto foi um justo campeão, mas foi o campeão mais fraco dos últimos anos. A campanha europeia não engana. Poucos discordarão que aquela equipa de 2018 que Bruno de Carvalho tanto destratou levando os jogadores a rescindir teria sido tranquilamente campeã este ano. Mesmo se, naturalmente, entretanto alguns jogadores tivessem saído, desde que se tivesse mantido a equipa técnica e o núcleo duro. Convém os sportinguistas terem isto presente. Agora a realidade não foi essa, e não podemos fingir que nada sucedeu. Os acontecimentos do verão de 2018 fragilizaram muito a equipa e o clube. Talvez fosse irrealista exigir um Sporting tão competitivo como aquele de 2018. Mesmo assim, estes foram o Benfica e o FC Porto mais fracos (simultaneamente) da década. Seria exigível que o Sporting estivesse, pelo menos, ao nível destes clubes. Ter tido um Sporting tão longe daqueles dois clubes este ano é inaceitável e só revela incompetência.
Estamos em primeiro no campeonato nacional de andebol, três pontos acima do FC Porto. Lideramos o campeonato nacional de futsal após vitória frente ao Benfica. Perseguimos o velho rival, em segundo lugar, no campeonato nacional de voleibol. Só dependemos de nós para um triunfo no campeonato nacional de hóquei em patins, agora em igualdade pontual com o SLB. Comandamos, para surpresa de muitos, o campeonato nacional de basquetebol neste ano do nosso regresso à modalidade.
Ainda decorria a campanha para a presidência do clube e já Frederico Varandas se vendia como um especialista em futebol. Quem não se lembra do “fácil” quando o assunto era a equipa profissional? Quem não se lembra de o ouvir a glorificar-se dos vários anos de banco e da vasta “experiência” de relva? Frederico Varandas, desde a primeira hora, colocou-se como um especialista na matéria e prometeu-nos uma equipa equilibrada e com uma gestão profissional de topo. Pois bem, chegou a hora de fazer contas a essa gestão.
Num exercício muito simples, fui fazer um cálculo para saber quanto custou, até agora, cada ponto que o Sporting conquistou nesta liga e comparei-os com os mais diretos adversários e com os dois grandes rivais, com quem deveríamos estar a discutir a conquista do campeonato.
O Sporting é, de longe, o clube a quem o ponto sai mais caro. Cada vitória custa à SAD do clube qualquer coisa como 3.281.250,00 €. Um valor inacreditável para um plantel que se queria competitivo.
O Sporting é o único clube do futebol português a quem o ponto ultrapassa o milhão de euros, o que significa que na relação orçamento/ponto conquistado somos o clube que apresenta a pior gestão.
Para vosso conhecimento, deixo em baixo a lista dos clubes da primeira metade da tabela e os respetivos custos por ponto:
Estamos em primeiro no campeonato nacional de andebol. Lideramos o campeonato nacional de voleibol. Perseguimos o velho rival, à distância de três pontos, no campeonato nacional de futsal. Só dependemos de nós para um triunfo no campeonato nacional de hóquei em patins. Seguimos a um ponto do primeiro, para surpresa de muitos, neste nosso regresso ao campeonato nacional de basquetebol.
É quase uma quimera, mas os sonhos não deixam de ser perseguidos mesmo quando parecem impossíveis. É precisamente quando parecem ser impossíveis que mais os perseguimos com tenacidade e convicção.
Que sonho, neste caso? O da reconquista do título que nos foge desde 2002. A verdade é que, decorrido um quarto do campeonato 2019/2020, a prova já teve quatro comandantes. Indiciando assim que pode ser uma das mais competitivas de sempre. E, como anota o Pedro Oliveira aqui um pouco mais abaixo, ainda nos falta jogar com duas das cinco equipas que nos vão acompanhando nos seis primeiros postos: Benfica e FC Porto. Após termos defrontado com sucesso duas das outras (Braga e V.Guimarães, ambas em Alvalade) e tropeçado na terceira (Famalicão, também em casa).
Vendo hoje a classificação, ninguém diria: o nosso Sporting já esteve no topo da tabela. Foi precisamente à terceira jornada que subimos ao primeiro lugar, ainda com Marcel Keizer no comando da equipa técnica. Após empatarmos com o Marítimo fora (1-1, o mesmo resultado obtido pelo FCP ontem à noite), vencermos o Braga em casa (2-1) e derrotarmos o Portimonense fora (3-1).
A partir daí, o sonho virou pesadelo. Poderá, nesta dialéctica que só o futebol permite, o pesadelo por sua vez dar lugar novamente ao sonho?
Quem quiser, faça o favor de pronunciar-se.
Recordo, jornada a jornada, as equipas que foram liderando este instável e tão imprevisível campeonato:
Oito jogos nesta temporada oficial de futebol leonino.
Balanço: duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. A quarta aconteceu esta noite, em Alvalade, contra o Famalicão - que nunca tinha vencido o Sporting e foi um justo triunfador. Com uma decisão patética do técnico Leonel Pontes, ao mandar sair o melhor jogador de verde e branco, Vietto, aos 63'. A partir daí só deu Famalicão.
Quarto jogo consecutivo sem vencermos: nos últimos 16 desafios disputados, só conseguimos duas vitórias. À sexta jornada do campeonato, seguimos num humilhante sétimo posto - a oito pontos da equipa famalicense, que segue no topo. Temos a mesma pontuação do Tondela e do Santa Clara.
Até agora, 12 golos marcados e 17 sofridos. Números de equipa pequena, sem ânimo, sem comando, sem qualidade.
Há três anos, à quarta jornada, íamos isolados no primeiro posto, com 12 pontos: oito golos marcados e só um sofrido.
Há dois anos, estávamos novamente em primeiro - com 12 pontos, os mesmos do FC Porto: dez golos marcados e apenas um sofrido.
Há um ano, seguíamos de novo em primeiro - com 10 pontos, os mesmos do Benfica e do Braga, correspondendo a três vitórias e um empate: sete golos marcados e três sofridos.
Agora ocupamos o sexto posto da tabela classificativa. Somamos sete pontos - a três do Famalicão, que lidera. Levamos oito golos marcados e seis sofridos.
Nas últimas dez temporadas - sob as presidências de José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes, Bruno de Carvalho e agora com Frederico Varandas - o Sporting ficou sempre atrás do Benfica no campeonato português de futebol.
A última vez que ficámos à frente do velho rival foi na Liga 2008/09, quando o presidente leonino era Filipe Soares Franco.
Há que mudar isto: acredito que será nesta época prestes a começar.
À 28ª jornada temos 61 pontos, 56 golos marcados e 28 sofridos. Em 2017/2018, com o mesmo nº de jornadas somavamos 65 pontos, com 53 golos marcados e 18 sofridos.
Nesta época temos 19 vitórias, 4 empates (Benfica, Porto, Vitória Setúbal e Marítimo) e 5 derrotas (Braga, Portimonense, Vitória Guimarães, Tondela e Benfica). Até final da época ainda jogaremos com Aves (f), Nacional (f), Vitória Guimarães (c), Belenenses (f), Tondela (c) e Porto (f) ou seja, 4 jogos fora e 2 em casa. Na passada, nesta altura tínhamos 20 vitórias, 5 empates (Moreirense, Porto, Braga, Benfica, Vitória Setúbal) e 3 derrotas (Estoril, Porto e Braga), e até final do campeonato, ainda perderiamos 5 pontos em resultado do empate caseiro com o Benfica e daquela malfadada derrota com o Marítimo, tendo acabado o campeonato em 3º lugar, com 78 pontos (24V, 6E e 4D - 63GM e 24GS).
Factos comparativos:
Temos este ano mais 2 derrotas e menos 1 empate, mais 10 golos sofridos e apenas mais 3 marcados; entre clubes temos o empate no Marítimo vs a derrota na época transata, mais as derrotas com Portimonense, Vitória Guimarães,Tondela e Benfica (acresce o Estoril que desceu), quando o ano passado haviamos ganho esses confrontos (com exceção do Benfica que empatamos); nesta época, sendo matematicamente possível, dificilmente atingiremos a mesma pontuação de 2017/2018, com 78 pontos mas provavelmente alcançaremos a mesma posição, o 3º lugar.
Este ano não será, em termos de resultados, muito diferente. Se vencermos a Taça de Portugal até será melhor. Mas o clube está ainda em processo de resgate do trauma a que foi sujeito desde aquele triste e inesquecível dia de maio de 2018. Percebe-se nas redes sociais, nas bancadas, em conversas, que há muito por fazer, muito para sarar e muito trabalho para nos reerguermos. O tempo urge mas nada se faz num dia, exceto destruir. Apesar de tudo estamos aí, na luta, com o futebol e as modalidades. Sem desistir. ATÉ AO FIM!
Em 2013/14, à 25.ª jornada, seguíamos na segunda posição, com 57 pontos. A 7 do Benfica e com mais 8 do que o FC Porto. Com 47 golos marcados e 17 sofridos. Treinador: Leonardo Jardim.
Em 2014/15, à 25.ª jornada, seguíamos na terceira posição, com 53 pontos. A 12 do Benfica e a 8 do FC Porto. Com 46 golos marcados e 22 sofridos. Treinador: Marco Silva.
Em 2015/16, à 25.ª jornada, seguíamos na segunda posição, com 59 pontos. A 2 do Benfica e com mais 4 do que o FC Porto. Com 49 golos marcados e 15 sofridos. Treinador: Jorge Jesus.
Em 2016/17, à 25.ª jornada, seguíamos na terceira posição, com 51 pontos. A 12 do Benfica e a 11 do FC Porto. Com 47 golos marcados e 26 sofridos. Treinador: Jorge Jesus.
Em 2017/18, à 25.ª jornada, seguimos na terceira posição, com 59 pontos. A 8 do Porto e a 3 do Benfica. Com 49 golos marcados e 16 sofridos. Treinador: Jorge Jesus.
Em 2018/19, à 25.ª jornada, seguimos na quarta posição, com 52 pontos. A 8 do Benfica, a 8 do Porto e a 3 do Braga. Com 49 golos marcados e 27 sofridos. Treinadores: José Peseiro, Tiago Fernandes e Marcel Keizer.
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