Fernando Mendes continua (?) em prisão domiciliária, Alano Silva, outro dos assaltantes, continua em julgamento no tribunal de Almada, Bruno de Carvalho apareceu ontem num programa "cor de rosa" da TVI onde também surgiu Lili Caneças, Mustafá continua líder da Juveleo, a claque continua a insultar o presidente eleito em pleno jogo e a mandar os jogadores jogar à bola, isto com a equipa a lutar por ultrapassar a desvantagem no marcador e Porro já cá não está para repetir o gesto que teve para com eles no jogo com o Casa Pia.
Depois da chuva de tochas sobre os adeptos do clube da casa em Milão, o Benfica foi (levemente) sancionado pela UEFA, uma multa de quase nada e uma proibição de não-venda de bilhetes para o próximo jogo fora de casa.
Também o Sporting esteve ainda há pouco ameaçado de sofrer uma sanção deste tipo, ultras aditivados e pirotécnicos existem dos dois lados, o limite do que fazem depende mais de quem governa o clube no momento e do controlo que tem ou deixa de ter sobre as claques. Há quem corte a direito com as claques legais, reconhecidas ou clandestinas, os respectivos líderes e a sua máquina económica (para não lhe chamar outra coisa, até porque parece que existem membros no activo das forças policiais nas claques, e a existirem sabem mais do que eu sobre o assunto) e há quem mantenha relações de promiscuidade que no caso do FC Porto atingem proporções épicas. Quando Pinto da Costa cair da cadeira cá estaremos para ver o que irão provocar.
Mas, devido a isso ou não, também é verdade que o Benfica se tem destacado pelos actos criminosos das suas claques relativamente às claques e aos adeptos do Sporting. Todos nos lembramos do "very light" sobre o nosso adepto Rui Mendes, do atropelamento e fuga sobre o adepto da Fiorentina, da emboscada com martelo no Estoril, e outras. Digamos que o Benfica facilmente acolhe marginais e delinquentes, o próprio Luis Filipe Vieira não tinha limpo o cadastro e o Sporting (ou pelos menos as claques do Sporting) é o alvo predilecto dos mesmos.
Depois dos acontecimentos, saltam cá para fora as justificações. Estas, a mando de Rui Costa, apenas me lembram aquelas do Bruno de Carvalho depois do assalto a Alcochete, até porque para a semana vamos "comemorar" cinco anos depois daquele dia bem negro da história do Sporting.
"O Sport Lisboa e Benfica vai avaliar a possibilidade de recorrer desta decisão da qual foi notificado hoje pela UEFA." A sério? E vai avaliar como? Atirando tochas para cima da tribuna presidencial no próximo jogo da Luz?
Para mim só há uma forma de lidar com este tipo de situações: os sócios fazerem justiça dentro dos próprios clubes, identificarem e expulsarem os responsáveis das claques, reconhecidas ou não, que "autorizam" estes actos. Porque se eles não autorizassem, por muito murro ou pontapé que ocorresse na bancada, aquilo não acontecia.
Era o que o Sporting deveria ter feito a seguir ao "bombardeio" de Rui Patrício e ao assalto a Alcochete.
«Seria interessante pensar se o próprio clube não pode tomar a iniciativa de criar uma claque própria, com quem estabelece um contrato que lhe dá um conjunto de benesses em troca de um apoio dentro das normas pré-estabelecido. Neste caso, não seriam as claques a decidir sobre a sua direcção própria mas o clube que teria ainda a prerrogativa de aceitar ou expulsar um membro do grupo caso se identificassem comportamentos fora do estabelecido. Haveria ainda a mesma responsabilidade para a Direcção. Esta não poderia usar a claque para fins políticos (nomeadamente transformá-las em guardas pretorianas como já vimos acontecer).»
Segundo um artigo d´A Bola de 12/03/2023, com base nos dados acima fornecidos pelo Sporting, a corrente temporada demonstra a melhor média de bilhética por jogo (gamebox e ingressos) dos últimos anos, 41,3 mil bilhetes vendidos e que corresponde uma assistência de 29,7 mil adeptos.
No outro domingo, a uma hora imprópria para consumo, o Sporting recebeu o Boavista e foi anunciada a presença de cerca de 27,5 mil espectadores no estádio, na linha da média referida. Já o Sporting-Arsenal contou com 36 mil expectadores, bastante acima da média, como seria de supor.
Os números acima demonstram ainda que existe um diferencial variável que pode ultrapassar os 10 mil entre uma coisa e outra, que corresponde a sócios e adeptos com título adquirido que acabam por faltar seja qual for o motivo.
Do que ouvi num podcast a um responsável da anterior direcção, José Ribeiro, os números anunciados nessa altura eram de bilhética, sem controlo pela Liga ou por outra entidade, e a ideia era promover a ideia dum estádio cheio, um ambiente de festa em que quem não tivesse ido se sentisse na obrigação de ir, e facilitador de patrocínios e outros negócios corporativos. Mas a questão é que, e eu estava lá como estou agora, mesmo com as cadeiras "Taveira" entretanto mudadas, só um cego não via que os números anunciados muitas vezes não batiam certo com as presenças. Nesse podcast, ouvi também falar da possibilidade de reconversão da zona de adeptos visitantes para convidar núcleos a vir a Alvalade em excursões apoiadas pelo clube.
O primeiro factor de ocupação dum estádio será sempre o desempenho da equipa. Estivesse o Sporting à frente do campeonato e teríamos sempre o estádio (quase) cheio apesar de tudo o resto. Ainda hoje ouvi a história dum avô orgulhoso que vai levar as netas "inglesas" ao próximo jogo em Alvalade, exigência delas em visita a Lisboa pela repercussão que a vitória do Sporting teve com o Arsenal teve em Londres e no colégio delas. Portanto, se o estádio não está mais composto o primeiro responsável é Rúben Amorim.
Mas qualquer um que vá agora a Alvalade percebe a existência de duas zonas especiais de adeptos, delimitadas, com acessos próprios, que não se podem reconfigurar jogo a jogo. Uma para visitantes, outra para as claques do Sporting. Dado que as duas grandes claques se recusam a ir para lá, e os clubes pequenos não trazem adeptos em número significativo, uma parte substancial do estádio (cerca de 5 mil dos 50 mil disponíveis) está nesses jogos praticamente vazio, como esteve no Sporting-Boavista. Portanto nesse jogo as restantes bancadas estiveram a 60% da lotação. A mim, que estive lá, pareceu-me que foi mais ou menos isso.
Por outro lado, como as duas claques, depois dalguns confrontos entre elas, se foram albergar em duas bancadas opostas, e entreter-se a rebentar petardos, a acender tochas, a cantar insultos para os clubes adversários e para a Liga e a exibir tarjas ofensivas até para a polícia, o que além das sucessivas multas ao clube já deu origem a uma carga policial musculada, as portas afectas a essas bancadas obrigaram a processos de revista mais intensos e demorados (ainda hoje se fala no descalçar dos sapatos que muito ofendeu alguns). O que com certeza obrigou a alguns a mudar de sector do estádio para não estar misturado com aquela gente e desmotivou outros a ir, porque levar com uma tocha ou um bastão policial não agrada a ninguém. E andar a cheirar substâncias esquisitas, só a alguns.
Assim, de repente, temos uma boa parte da assistência de Alvalade comprometida directa ou indirectamente devida às claques. Pelo que os segundos responsáveis são elas próprias.
Depois, e só depois, temos o resto. Os horários dos jogos, o preço dos bilhetes, a falta duma plataforma de revenda, a acessibilidade ao estádio (neste momento uma verdadeira miséria dadas as obras do metro, da nova urbanização e dos desvarios ciclopédicos do Medina), a experiência de utilização dentro do estádio, o gosto ou desgosto que possa merecer o presidente, etc.
Portanto, para o estádio encher duas coisas são necessárias: a equipa a ganhar e o problema com as claques (que os dois rivais souberam não ter) ultrapassado.
Eles dizem amar o Sporting. Não acreditem, isso é aldrabice.
Eles amam, acima de tudo, a candonga que cultivam há anos a coberto do Sporting enquanto batem no peito como se sentissem devoção pelo Clube.
Mentem.
Uma vez mais, a prova ficou à vista: montaram um «festival pirotécnico» em Herning, no estádio do Midtjylland, arremessando tochas, ferindo duas pessoas.
Nada de novo: chegaram a fazer o mesmo no Estádio José Alvalade. Contra Rui Patrício, contra Luís Maximiano. Durante jogos em que enfrentámos o Benfica.
Por causa destes imbecis, o Sporting volta a pagar uma pesada multa: 50 mil euros.
Por causa destes canalhas, a UEFA condenou o nosso clube a jogar sem adeptos na ronda seguinte das provas europeias - valendo-nos, apesar de tudo, o facto de esta pena ficar suspensa durante dois anos. Mas pode ser accionada de imediato, e até agravada, se o comportamento antidesportivo se repetir.
Por causa destes letais, o Sporting Clube de Portugal continua a sofrer graves danos reputacionais na Europa do futebol.
Não acreditem quando os ouvirem cantarolar: «Irei onde o coração / Me levar e sem receio / Farei o que puder / Pelo meu Sporting.»
É precisamente ao contrário: eles fazem tudo quanto podem para prejudicar o Clube. Alguns nem disfarçam: entre urros e guinchos, dizem que para eles o Sporting «acabou em 2018.»
As minhas desculpas ao Paulinho, por ter duvidado da sua eficácia.
É exasperante ver uma equipa que até joga bem, muito bem aliás ontem e é tão ineficaz na finalização.
É certo que o GR japonês fez três ou quatro defesas de luxo, mas aquilo que se faz tão bem até ao tiro final, não merecia a falta de pontaria que se está a tornar um (mau) hábito.
Valeu-nos hoje Paulinho, o mal amado (mea culpa), com um golo de belo efeito e de difícil execução.
E valeu-nos o arrojo de Amorim, que nos deixou praticamente sem meio-campo para ganhar o jogo. Conseguiu-o, está de parabéns.
Tudo está bem, quando acaba bem.
Uma nota final para o apoio que se ouviu sempre do início ao fim do jogo. Eram escusadas as tarjas, bastavam as bandeiras e os cachecois.
Quando foram divulgadas, por parte do Sporting, algumas consequências da atuação de algumas claques no último jogo europeu (uma criança e um agente de autoridade feridos na sequência do uso de engenhos pirotécnicos), houve quem duvidasse da veracidade de tais alegações. Não me refiro somente à Juventude Leonina, mas a diversas páginas de "apoio" ao Sporting no facebook, que questionavam abertamente a veracidade do comunicado do Sporting.
A notícia divulgada ontem, porém, não deixa grandes dúvidas. O Sporting foi multado pelo lançamento de engenhos pirotécnicos por parte de algumas das suas claques no jogo contra o Midtjylland. A isto acresce a possibilidade de proibição de venda de bilhetes no próximo jogo europeu fora de Alvalade, que fica suspensa para já.
Seria de esperar, no mínimo, uma retratação da parte de quem duvidou (nalguns casos pode mesmo dizer-se que mentiu). Da parte da Juventude Leonina não houve reação nenhuma (aguarda-se a próxima queixinha quando tiverem que se descalçar para entrar em Alvalade). Há certas páginas "leoninas" que, sinceramente, prefiro nem frequentar, tamanha é a falta de vergonha. Mas o "Leão da Estrela", que acusara na sua página no facebook a direção do Sporting de "arruaceiros de fake news" (sic) nem reagiu a estes desenvolvimentos. Já a página "O Sporting Somos Nós" apagou uma publicação anterior desvalorizando as consequências da pirotecnia e defendendo as claques. E publicou a notícia de ontem dando mais ênfase ao facto de se tratar de uma pena suspensa ("Só é suspensa a venda para o Arsenal vs Sporting se houver incidentes no primeiro jogo em Alvalade"). Pois, não se passa nada.
A grunhice e a javardice associadas às claques continuam a dar má fama ao Sporting - não apenas em Portugal, mas além-fronteiras.
No jogo de ontem na Dinamarca entre o Midtjylland e o Sporting, para a Liga Europa, a claque liderada por um notório cadastrado e condenado por crimes vários voltou a fazer uma lamentável exibição de material pirotécnico proibido pela UEFA, arremessando tochas e potes de fumo. Isto provocou ferimentos numa criança, de imediato conduzida a um hospital, e num assistente de recinto desportivo, assistido numa ambulância por ter sido atingido por um pote de fumo na cabeça.
Dois dos indivíduos que integram essa turba foram detidos. A mesma turba que já viu 138 dos seus membros banidos dos recintos desportivos, na época passada, por decisão da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto.
O mais provável, apesar disso, é que voltem muito em breve a entrar num estádio, a pretexto do seu "amor ao Sporting" (que força o clube a pagar multas pesadíssimas por estas sessões de pirotecnia nas bancadas) enquanto contribuem para afastar cada vez mais adeptos das bancadas.
Até quando reinará esta impunidade, indigna dos valores do desportivismo sempre enaltecidos pelos nossos fundadores?
Muitos sportinguistas gostam de falar do nosso clube como exemplo de desportivismo e até de autoridade moral face aos outros. Faz parte do legítimo orgulho de ser adepto do Sporting Clube de Portugal. Compreensível.
Sendo assim, é ainda mais intolerável que o Sporting encabece uma estatística humilhante e indecorosa. Neste momento lideramos o "campeonato" dos adeptos banidos dos estádios portugueses, por decisão soberana da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD).
Das 335 medidas de interdição decretadas durante a temporada 2021/2022, mais de 76,2% visaram adeptos de cinco clubes: Sporting (138), Benfica (49), FC Porto (44), Braga (13) e V. Guimarães (13). Existem portanto, mais banidos que se assumem como sócios ou simpatizantes leoninos do que dos restantes quatro emblemas juntos.
Este é o número mais elevado de sempre. E que representa um aumento de 109% relativamente à época 2020/2021 - percentagem impressionante.
Entre os factos comprovados que originaram as acções punitivas da APCVD já postas em vigor incluem-se a posse ou uso de artefactos pirotécnicos, incitamento à violência, agressões e manifestações de xenofobia e racismo.
Mais factos: a grande maioria dos interditados são homens, residentes em Lisboa (37%), Porto (22%) e Braga (13%), e cerca de metade tem entre 16 e 25 anos. A quase totalidade dos actos violentos relaciona-se com o futebol e 86,5% dos visados pertencem a claques ou estão envolvidos com elas.
Números que me envergonham enquanto sportinguista. Tenho a certeza de que não serei o único a sentir esta repugnância por praticantes da violência, militantes da xenofobia e amantes do racismo. Por mim, concluo sem hesitar: tolerância zero com esta escumalha.
Marcano acaba de marcar o segundo, aos 86', selando o resultado: Sporting perdeu final
Foto: Paulo Novais / Lusa
Gostei muito da exibição global do Sporting na primeira parte desta final da Taça da Liga disputada em Leiria com o FC Porto. Superioridade no terreno, aliás traduzida em número de remates: oito, contra apenas um da equipa adversária. Neste período tivemos duas bolas aos ferros (Porro mandou um petardo à trave, a mais de 30 metros de distãncia, Pedro Gonçalves viu uma bola desviar-se para o poste e um passe soberbo a isolar Edwards aos 13' dar golo, infelizmente anulado por deslocação de 41 cm). Partida disputada taco a taco até à expulsão de Paulinho, aos 71'. Mesmo com um a menos na meia hora final, o jogo terminou com superioridade leonina em remates: 11-4. Infelizmente, superioridade que não se traduziu no resultado: 0-2. Final perdida, após três vencidas - uma com Marcel Keizer, duas com Rúben Amorim. Pior: até agora, nesta época, fomos incapazes de marcar ao FCP. Balanço destes confrontos: dois jogos, duas derrotas, cinco golos sofridos. Nem um golito conseguimos marcar-lhes nesta que está a ser a nossa segunda mais negativa temporada de sempre.
Gostei das exibições de Pedro Gonçalves, já salientado, e de Edwards. Fizeram pressão alta, ganharam diversos lances individuais e revelaram boa reacção à perda de bola. Mas o nosso melhor, sem sombra de dúvida, foi Pedro Porro. Precisamente no dia em que se despediu dos adeptos, como ficou bem evidente na sua reacção emotiva junto da bancada no fim desta partida. Jogou e fez jogar, sempre em rendimento máximo. No primeiro tempo imperou no seu corredor, neutralizando Wendell. Grandes passes longos, infelizmente desaproveitados, para Nuno Santos (28') e Morita (31'). O petardo à barra foi dele (36'). Tentou novamente o golo num remate rasteiro que Cláudio Ramos só à segunda defendeu (47'). O melhor em campo. Infelizmente, na despedida.
Gostei pouco do desempenho de alguns dos nossos jogadores, que revelaram défice de inteligência emocional. Com destaque para Adán, um dos protagonistas - pela negativa - desta final perdida. Monumental frango logo aos 10', vendo a bola rematada à distância por Eustáquio escapar-lhe entre as luvas - a fazer lembrar aquela tarde negra em Marselha para a Liga dos Campeões. Também para Paulinho: após falhar o golo da praxe, aos 42', viu dois amarelos em oito minutos (63' por falta táctica e 71' por conduta antidesportiva ao acertar com um cotovelo na cara de Otávio quando conduzia a bola), levando-nos a ficar reduzidos a dez e pondo o campo inclinado em definitivo para o FCP. E ainda para Matheus Reis, que chegu a encostar o nariz à cara do árbitro aos 90'+6, totalmente descontrolado: viu só amarelo quando podia ter visto vermelho directo. Fala-se muito dos jovens, mas foram alguns dos jogadores mais experientes a enterrar a equipa nesta final.
Não gostei da arbitragem de João Pinheiro, confirmando a sua inaptidão para esta tarefa e demonstrando por que motivo não houve apitadores portugueses no recente Mundial do Catar. Disparidade clara no critério disciplinar: poupou cartões a Pepê por tentativa grosseira de simulação de penálti e a João Mário por travar ataque prometedor a Fatawu, que lhe fez um túnel (65'). Poupou Wendell à expulsão (67') após o portista esmurrar Pedro Gonçalves no peito - sendo aqui a falha imputável sobretudo ao vídeo-árbitro, Tiago Martins. É certo que podia ter feito o mesmo ao imprudente Tanlongo, que teve o mesmo gesto contra Otávio à beira do fim, mas aí o jogo já estava definitivamente estragado por acção e omissão do árbitro.
Não gostei nada de comprovar que as substituições feitas por Rúben Amorim não acrescentaram qualidade à equipa: é um problema estrutural, existente desde o primeiro dia desta triste temporada 2022/2023. Nem do clamoroso falhanço colectivo da nossa defesa que levou Marcano, central portista, a sentenciar a partida aos 86' isolado perante Adán. Gostei ainda menos de ver uma larga franja de membros da Juventude Leonina, uma vez mais, transformar o incentivo à equipa em berraria rasca contra a turma adversária gritando «O Porto é merda!» Comportamento indigno de um clube com as tradições e os pergaminhos do Sporting que acaba por dar moral à equipa que enfrentamos. Muito pior foi o arremesso de tochas, a partir dos 55', vindas do sector do estádio onde se concentravam esses elementos - em direcção ao nosso banco de suplentes, ainda por cima. Esta gente está a mais no futebol. Esta gente afugenta o cidadão comum dos estádios. Esta gente, que no final também queimou cadeiras, devia experimentar, na pele, as novas medidas punitivas para quem usa material pirotécnico em recintos desportivos: prisão até cinco anos ou multa até 600 dias.
Há algum tempo que não ia a um jogo em Alvalade em plena luz do dia, num final de tarde dum dia bem quente da despedida do Verão.
E lá vieram as recordações do futebol às "3 da tarde" doutros tempos, às vezes com um sol bem forte pela frente que dificultava a visão, os guarda-redes de boné, os "cachorros" depois do jogo nalguma tasca ali ao pé, enfim, saudades.
Se nesse tempo ia andando para o estádio Campo Grande fora, no sábado também isso aconteceu, no meio duma romaria de famílias com miudagem de camisolas verde e brancas com o mesmo destino. As "roulottes" já estavam a alimentar as tertúlias verdes que se iam formando, e lá fui atravessando aquele imenso estaleiro em que se transformou a zona do metro rumo à minha porta por onde entrei na maior das calmas.
Gosto de chegar cedo ao estádio, apreciá-lo ainda bem vazio, assistir ao lento preenchimento de espaços enquanto dura o aquecimento dos jogadores e até ao apito inicial do árbitro.
Depois do jogo lá regressei pelo mesmo caminho com o resto da multidão ziguezagueando por entre carros a passar e polícias a apitar sem qualquer hipótese de pôr ordem na grande confusão.
Os sucessos da era Amorim, a pandemia e os problemas com as claques mudaram muito a paisagem humana de Alvalade. Muitos mais velhos foram substituídos por famílias, o verde e branco das camisolas dos adultos e dos putos é omnipresente, até filhos de estrangeiros residentes ou em visita a Lisboa acompanham os pais vestidos a rigor a Alvalade. E com isso uma forma bem mais calma de estar no estádio a apoiar à equipa, que alguns confundem com pasmaceira mas que para mim é o regresso ao que o futebol foi durante muitos anos e que deveria voltar a ser: um espectáculo de famílias e amigos à semelhança das grandes finais do Jamor.
No sábado foi noticiado que estariam em Alvalade cerca de 30,000 pessoas, com as zonas especiais reservadas aos adeptos praticamente vazias, a curva sul quanto muito a uns 20% de ocupação, mas com o resto do estádio bem preenchido.
Felizmente não houve petardos nem pirotecnia a contribuirem para os cofres da Liga, mas as claques estão reduzidas a serviços mínimos. Na tal zona especial com direito a tarjas poucas dezenas de elementos da Torcida Verde e da Brigada, na parte restante da curva sul a JuveLeo sem direito a elas, a Duxxi concentrada num topo da curva norte, próximo dos adeptos adversários para criarem as confusões do costume e serem mais uma vez corridos à bastonada um dia destes, tornando-se assim um perigo para os sócios com lugares no sector, alguns já a mudar-se a contragosto para verem o jogo sossegados.
Alguns acham que é a Direcção do Sporting a responsável por este estado de coisas, falam de divisionismo, afastamento, um ambiente deprimente e distante do que era com Bruno de Carvalho.
Bom, esse divisionismo deve-se em primeiro lugar aos que não aceitaram a destituição do ex-presidente, andaram em guerra constante durante 4 anos com a Direcção eleita e foram castigados nas urnas pelos Sportinguistas. O candidato que encontraram ficou reduzido a uns míseros 6%. E o mau comportamento das claques no estádio e no pavilhão contribuiu muito também para essa vitória esmagadora do presidente.
Mas obviamente também a Direcção actual tem responsabilidades que conviria assumir ao pactuar com este estado de coisas, ao fechar os olhos a comportamentos indecentes ou mesmo ilegais em Alvalade, em vez de convidar sócios com direitos adquiridos a desenrascarem-se conforme podem.
Depois é preciso dizer o que todos nós sabiamos e que ainda ontem no podcast SpacesSporting um responsável da altura confirmou, que as audiências comunicadas no tempo do ex-presidente eram "ajustadas", para cima obviamente, para criar uma percepção junto dos adeptos e dos parceiros duma festa que não se poderia perder. E além de todas as borlas de que gozavam as claques, nos jogos menores organizavam-se excursões dos núcleos para preencher os espaços reservados aos adeptos dos grandes clubes nacionais e dos internacionais.
Hoje em dia, com as zonas especiais a obrigarem segregação de acessos, aparentemente não há hipótese de as reconfigurar jogo a jogo e vender bilhetes para o sócio ou adepto comum do Sporting.
Depois também acontece que os detentores fidelizados dos Lugares de Leão compraram o direito de ir quando lhes apetece, e muitos lugares ficam livres na central por causa disso, sem existir um mecanismo oficial implementado de revenda do direito de acesso ao seu lugar.
E nem vale a pena falar da "bancada dos cegos", sempre vazia graças à arquitectura do estádio, plena de situações complementamente estapafúrdias bem ao jeito do "génio" do Tomás Taveira. Ou aqueles lugares de Gamebox nos cantos da 1.ª fila onde um adulto não se pode consegue sentar pela proximidade da parede de cimento do banco.
Além disso, as subidas de preços em tudo e mais alguma coisa, e a acessibilidade actual ao estádio, simplesmente vergonhosa para quem se desloca deautomóvel, muita influência tem também neste estado de coisas.
Enfim, vamos ver amanhã como estará preenchido este nosso estádio num dos jogos mais interessantes da época, contra a equipa mais parecida com o Sporting da Premier League, pelo 3-4-3 utilizado por Conte e pela forma de jogar de Harry Kane.
1) Diz a estatística que o Sporting cometeu 15 faltas e o Rio Ave 6. De facto os números dizem que o árbitro apitou 15 vezes contra o Sporting e 6 contra o RA. Convido-vos a reverem o jogo na box e é possível que concordem que o miserável Mota soprava no apito cada vez que um avícola se espojava no chão a espernear de dores excruciantes depois de perder a bola, ao passo que, por exemplo, uma falta evidente sobre Trincão à entrada ou já dentro da área passou em claro, além de outras trancadas desferidas com impunidade. O cartão amarelo a Ugarte foi outra indignidade que ele já trazia preparada, além dos olhares coruscantes lançadas a Pote e a Matheus Nunes, danadinho para os admoestar. Este Mota é um finório e perpetrou uma arbitragem subtil, mas não menos acintosa. Não se deixem enganar.
2) Os primeiros 20' do jogo do Sporting foram penosos. Circulação de bola exaustiva no meio-campo e nenhum remate à baliza. Na verdade, aqueles minutos puseram o autocarro do RV e o atrelado estacionados à frente dele, a abanarem para cá e para lá, feitos parvos a correrem atrás da bola, até se desengoçarem. As contas fazem-se no fim e aquilo que parece um problema afinal pode ser uma solução. O futebol vê-se com paciência.
3) É sina dos sportinguistas viverem rodeados de lampiões e tripeiros no dia-a-dia. Ir a Alvalade deveria ser, por isso, entrar numa zona livre dessa peste. Mas os cretinos da JuveLeo lá estão para trazer à baila cânticos sobre a vida matrimonial dos lampiões e sobre as práticas sexuais do tripeiros. Porra, que até em Alvalade o nome dessa gente acaba por aparecer. E o pior é que apesar das vaias incomodadas da maioria do estádio, eles insistem, insistem... Quando é que a máfia das claques é erradicada?
Enfim, foi estabelecido um acordo entre a Direcção leonina e duas claques que teimavam em comportar-se à margem das regras, causando graves danos financeiros e reputacionais ao clube. E a espalhar insultos a Frederico Varandas, que a imprensa afecta aos nossos rivais logo aproveitava para destacar.
O novo protocolo parece ter enterrado o absurdo conflito existente desde 2018, em nome dos superiores interesses do Sporting. Ficando claro que acabam as borlas e a partilha de quotas, ao contrário do que sucedia no consulado anterior.
Vale a pena reflectir sobre esta página que se vira. Será mesmo para valer?
Decorria o minuto 47 do Portimonense-Sporting. Porro, em grande aceleração, conduzia um promissor ataque junto à linha direita. De repente, viu-se forçado a parar. Motivo: começou a ser bombardeado com tochas vindas do sector onde se concentravam elementos das claques leoninas.
Não foi só ele que parou: o árbitro interrompeu a partida. Naquele momento a nossa equipa perdia 1-2, precisava de recuperar. Em vez de apoiarem, com cânticos e aplausos, os energúmenos pertencentes a estas claques só prejudicaram os jogadores. Agindo como marginais, comportando-se como delinquentes, exibindo-se como aquilo que são: letais ao Sporting.
Impõe-se a pergunta, dirigida às autoridades policiais e aos dirigentes desportivos: quando é que esta escumalha começa a ser impedida de frequentar os estádios?
Uma medida acertada seria a direcção do Sporting endereçar às claques a indemnização de mais de 300 mil € ao SLB pelos danos provocados na bancada do estádio da Luz no derby de 2011, em que o SCP acaba de ser condenado por um tribunal superior.
As claques do Sporting são tão amigas do Sporting que todas as semanas custam milhares e milhares de euros em multas ao clube.
Essas multas, o que lhes acontece?
Quem afinal é que está a pagar isto?
Pois é fácil de responder. São os outros sócios que não destroem nem custam dinheiro ao clube.
Isto é como os impostos. Pagam sempre os mesmos.
Está errado.
Quando os sócios pagantes perceberem que o dinheiro lhes sai do bolso a eles e não aos prevaricadores, mudam a atitude e agem em conformidade.
Enquanto não perceberem isso, apoiam por estupidez e sem responsabilizar quem tem de ser responsabilizado.
As coisas não são nada complicadas de resolver.
Texto do leitor João Gil, publicado originalmente aqui.
Eu estava, como desde há 16 anos, no A26. Quando a selvajaria dos ataques com as tochas aumentou, parei os apupos contra a Curva Sul, que toda a minha bancada fazia, e dirigi-me ao Steward, perguntando onde estava a polícia, tendo como resposta que, provavelmente, teria aquela medo de ir à bancada sul. Claro que repliquei que, quem tem medo, compra um cão e que os polícias já os têm e não precisam de os comprar, mas, ao contrário de outros jogos, não se via nenhum - cão, polícias eram alguns, mas muito menos do que o habitual.
Posto isso, dirigi-me ao corredor interior, à procura de polícias. Vi uns seis, alguns com escudos e bastões, e perguntei por alma de quem tomavam posições numa entrada para uma bancada pacífica e não se via nenhuma acção punitiva contra os vândalos da Curva Sul, cujas acções violavam vários artigos do Código Penal e das leis contra a violência no Desporto. Responderam, em tom de absoluta calma, que tinham colegas nessa área - colegas que não eram visíveis, nem actuantes, pois a gandulagem habitual continuava com a chuva de tochas. E sugeriram-me que tivesse eu calma visto o sossego, na minha bancada, ser total.
Acresce a isto que não houve revista de espécie nenhuma nem na porta 4 nem na porta 5, coisa que muito admirou as pessoas da minha bancada - portanto, assim, também não pode ser.
Essa tropa fandanga, que se julga adepta do Sporting (só a cantoria, não lhes dá esse direito), é profundamente lesiva do clube que lá vai arcar com mais uma multa pesada. Então, com tanta multa, pergunto: não seria de colocar pórticos de segurança, como há nos aeroportos, que indiquem, num terminal de imagem, que tipo de objectos se tenta introduzir no estádio, seja na Curva Sul seja noutra área, nomeadamente na da equipa adversária, onde foram rebentados petardos após o seu segundo golo?
Os sportinguistas não podem tolerar este tipo de comportamentos de gente que se diz adepta do clube. Para o ser, não o prejudicamos, obrigando-o ao pagamento de multas cujo valor aumenta a cada desmando.
Já muitos percebemos o simbolismo destas parvoiçadas, há eleições no próximo sábado [amanhã] e há que gerar pressão - espero, portanto, que os sportinguistas a sério se lembrem, na hora de votar, se querem espectáculos apaixonados ou se querem imitações foleiras de distúrbios de hooliganismo, com claro prejuízo económico e reputacional para o clube.
Texto da leitora Maria Oliveira, publicado originalmente aqui.
Foi um jogo péssimo. Para mim, ficou estragado logo nos primeiros minutos.
Não por culpa de outros, mas por culpa nossa. Pelo menos, por culpa de energúmenos que se intitulam sportinguistas. Entraram no estádio com uma preocupação: estragarem o espectáculo desde o início. Tanto na primeira parte como na segunda.
Instalados no local do costume, a curva sul.
Mal a bola tinha começado a rolar, já eles estavam a lançar petardos e tochas para o relvado. Enchendo tudo de fumos pestilentos e ameaçando a integridade física dos jogadores. Junto à baliza Vítor Damas, onde Adán se sujeitou a ficar queimado. Como, noutros anos, quase aconteceu com Rui Patrício e Luís Maximiano - também vítimas daquelas bestas que deviam ser banidas de todos os estádios.
Fazem tudo para desconcentrar e inquietar os nossos jogadores. Fazem tudo para que o clube continue a pagar multas cada vez mais pesadas. Fazem tudo para verem o José Alvalade interditado.
Alguém acredita que sejam mesmo sportinguistas?
Estragaram este desafio da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, em que recebemos o FC Porto. Contribuíram para a derrota leonina, por 1-2. E como não acredito em coincidências - há muito que deixei de o fazer - parece-me óbvio que nada disto está desligado das eleições no Clube, que decorrem depois de amanhã.
Aos 5' a Juve Leo fez questão em recordar um dos momentos mais negros da história do Sporting, aquele Sporting x SLB em que fizeram fogo sobre Rui Patrício no início do desafio. Depois disto há que extinguir liminarmente e com carácter de urgência estas claques, valhacouto de parasitas que só podem estar a soldo dos inimigos do Sporting.
Fora isto a história deste jogo fez-se quando o brasileiro do FCP desfere uma cotovelada em Porro e deixa-se levar na queda do contundido. O que seria cartão amarelo para Evanilson foi convertido em penalty a favor dele. O escândalo foi tal que até os comentadores da SporTv gaguejaram.
Soares Dias esteve, portanto, ao nível da sua reputação como um dos grandes bandalhos da arbitragem portuguesa. VAR? Qual VAR... A perseguição cerrada que este bandido fez a Porro durante todo o jogo foi um caso de polícia. Há aqui um padrão: quando o Sporting se apanha a ganhar entram em acção os apitadores a tudo fazerem para virar o resultado.
Quanto aos jogadores do Sporting há que avisar o Paulinho que tanta fita só prejudica a equipa; explicar a Matheus Nunes que perder tantas bolas com tamanha displicência no meio-campo é capaz de não ser uma boa ideia; e perguntar a Edwards se quer mesmo fazer parte desta equipa.
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