Fresneda eufórico no estádio do Dragão: decorria o minuto 42, acabara de marcar ao Porto
Foto: José Coelho / EPA
Foi um clássico emotivo e empolgante, do primeiro ao último minuto. Um clássico com duas partes muito distintas. Na primeira com domínio do Sporting, que silenciou o público do Dragão aos 42', quando Fresneda a meteu lá dentro. Lateral dextro rematando de pé canhoto, como ponta-de-lança improvisado, sem marcação visível, com Quenda a servi-lo no mais belo lance individual do desafio.
Instalava-se o nervosismo nas bancadas portistas. Era caso para isso: o Sporting vencia ao intervalo, o Porto não conseguira melhor do que um remate de Eustáquio que embateu no ferro. Brinde de Gonçalo Inácio que podia ter-nos custado caro.
Vale a pena assinalar que este era um Sporting com remendos. Além das ausências de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, lesionados de longa duração, também não pudemos contar com Geny, igualmente lesionado. Enquanto Morita e Gyökeres, já recuperados mas longe da forma ideal, se sentavam no banco e de lá só saíram ao minuto 69.
Para agravar a questão, aos 23' ficámos com outro futebolista fora de combate: João Simões saiu em lágrimas, com lesão traumática, após choque violento com Eustáquio, oito minutos antes. Foi assistido, ainda tentou retomar a partida, mas não conseguiu. Teve de ser substituído à pressão por Debast, central direito adaptado a médio-centro.
Andamos assim: tapa-se de um lado, destapa-se de outro. Rui Borges continua a aparentar calma. Mas a tarefa dele está longe de ser fácil.
Tudo isto ajuda a explicar o motivo por que a nossa equipa se retraiu no segundo tempo, abandonou a intensa pressão ofensiva dos 45 minutos essenciais e começou a recuar linhas, talvez em excesso, concedendo iniciativa ao adversário.
O Porto, vendo-se a perder e sentindo os adeptos à beira de um ataque de nervos, atirou-se para a frente quase em desespero. Ao ponto de o novo treinador, Anselmi, ter desfeito a linha dos três centrais e ordenado aos jogadores para avançarem no terreno. A ausência de Gyökeres facilitou-lhes a tarefa. Harder é combativo, mas não ataca a profundidade com a mesma intensidade do craque sueco.
O técnico leonino esperou demasiado a mexer no onze, para além da alteração forçada do primeiro tempo. Percebeu-se porquê quando Viktor e Morita entraram, acusando falta de ritmo competitivo: nenhum deles esteve à altura do que já nos habituou. Mesmo assim o ponta-de-lança ofereceu o golo a Quenda aos 70', infelizmente sem resultado: bastou-lhe um minuto em campo para dar nas vistas. Mas o seu primeiro remate digno desse nome só aconteceu aos 90'+3: levava força, mas foi à figura. Diogo Costa defendeu sem dificuldade.
Entre os nossos postes brilhou Rui Silva, aos 68', voando para impedir um cabeceamento de Pepê. Acabaram-se as dúvidas: temos mesmo reforço na baliza.
Houve muita pressão nervosa nos minutos finais. O Sporting mostrava-se compacto e competente a defender, o Porto tentava explorar todas as vias de acesso à nossa baliza, destacando-se o jovem Rodrigo Mora, sem dúvida um talento equivalente ao nosso Quenda.
Aos 90' mantinha-se o 0-1. Que só se desfez quando faltava cumprir minuto e meio do tempo extra concedido pelo árbitro. Samu cruzou sem pressão, colocado em jogo por Diomande, e à boca da baliza surgiu Damaso - que Gonçalo Inácio deixou movimentar-se à vontade - metendo-a lá dentro. Rui Silva nada pôde fazer aqui.
Mas nos instantes seguintes poderia ter havido nova reviravolta. Com energia inesgotável, em novo lance individual, Quenda infiltrou-se na área portista e acabou derrubado por Zé Pedro em tacle deslizante. O defesa azul e branco tocou na bola, mas derrubou o jovem extremo leonino. Era lance para vídeo-árbitro, mas o VAR Tiago Martins não deu sinal de vida e João Pinheiro deixou passar.
Critério largo? Nem por isso. Logo a seguir "avermelhou" dois dos nossos. Matheus Reis com dois amarelos por protestos com escassos segundos de intervalo, algo pouco compreensível. E Diomande por ter encostado a cabeça a Fábio Vieira numa picardia entre ambos com o portista a atirar-se para o chão como se tivesse fractura exposta.
Maneira feia de terminar um clássico que teve lances bonitos. Mantemos oito pontos de vantagem sobre o Porto - que serão nove para eventuais efeitos de desempate. Mas Rui Borges tem a certeza antecipada de ter dois jogadores a menos no próximo desafio, contra o Arouca. E poderão ser três caso João Simões não recupere até lá.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (6) - Seguro na baliza, excepto num lance em que Samu o apanhou adiantado e quase marcava de chapéu. Enorme defesa aos 68'. Bom jogo de pés.
Fresneda (6) - Brilhou pelo segundo jogo consecutivo ao marcar novamente à ponta-de-lança. O golo valeu-nos um ponto. Quebrou fisicamente a partir dos 60'.
Diomande (5) - Esteve muito bem durante quase todo o jogo. Impôs-se na defesa, em diversos cortes. Claudicou no golo portista e viu um vermelho escusado a segundos do fim.
Gonçalo Inácio (4) - Exibição oscilante. Desconcentrado, entregou a bola aos 27': quase nos custou um golo. E deu margem de manobra para Namaso marcar aos 90'+4.
Maxi Araújo (6) - Articulou-se bem com Quenda no corredor esquerdo: teve ponto alto no lance do nosso golo, iniciado por ele. Bom corte aos 74'. Saiu esgotado.
Morten (7) - Pendular, como já nos habituou. É ele a controlar e pautar o nosso jogo, tanto ofensivo como defensivo. O primeiro remate com perigo, de cabeça, foi dele logo aos 4'.
João Simões (4) - Azarado. Estava a combinar bem com Morten no meio-campo quando se lesionou após choque com Eustáquio. Saiu em lágrimas.
Daniel Bragança (4). Muito apagado. Longe da influência no plano táctico e da robustez no plano físico que as suas movimentações como médio ofensivo exigem.
Trincão (6) - Tentou o golo aos 35': saiu ligeiramente ao lado. Construiu para Harder marcar, aos 52'. Foi o melhor que fez. Mas soube trabalhar para a equipa, à frente e atrás.
Quenda (8)- Lance de génio em progressão, sentando três portistas. Daí resultou o passe para golo. Podia ter marcado no último lance quando foi rasteirado na área. Melhor em campo.
Harder (5) - Fez o que pôde, mas foi insuficiente. Falhou o golo aos 52'. Esteve mais perto de marcar aos 57', após canto apontado por Quenda, mas também sem conseguir.
Debast (5) - Entrou aos 23', rendendo João Simões. Numa posição em que não está rotinado. Cumpriu os mínimos, sem brilho. Faltou-lhe dinâmica a complementar Morten.
Gyökeres (6) - Só saltou do banco aos 69', substituindo Harder. Mais acutilante, logo a seguir ofereceu golo a Quenda. Remate forte aos 90'+3. Derrubado por Djaló na área em lance duvidoso.
Morita (5) - Substituiu Bragança aos 69'. Contribuiu para fechar o corredor central, mas percebe-se que está longe do fulgor físico que evidenciava antes da lesão mais recente.
Matheus Reis (3) - Entrou aos 86, substituindo Maxi Araújo. Perdeu a cabeça nos instantes finais, protestando sem parar, o que lhe valeu dois amarelos e a expulsão. Fica fora do próximo jogo.
De impor ao FC Porto um empate no Dragão. Quando faltava um minuto e meio para o apito final vencíamos por 1-0.
De ampliar a distância para a turma portista. Antes deste clássico tínhamos oito pontos de vantagem sobre o FCP, actual terceiro na classificação. Continuamos assim, mas na prática levamos agora nove pontos de avanço, pois no confronto directo eles ficam a perder connosco. Em Alvalade, vencemos 2-0. Lá, ontem à noite, registou-se empate (1-1). Resultado mais positivo para nós do que para os da freguesia da Campanhã, naturalmente.
De Quenda. Melhor em campo, confirmando-se como o grande desequilibrador da nossa equipa. Aos 42' protagonizou um lance genial, junto à linha esquerda, deixando sucessivamente para trás João Mário, Zé Pedro e Neuhén, impotentes para o travar. Foi à linha final e cruzou com precisão para a grande área, oferecendo a oportunidade que Fresneda não desperdiçou. Sempre envolvido no compromisso defensivo sem nunca desperdiçar uma oportunidade de contra-ataque. Podia ter marcado no minuto final: ia embalado para a baliza quando Zé Pedro o ceifou em zona proibida, ficando impune.
De Fresneda. Quando o nosso grande goleador não está, improvisa-se outro. Por vezes o mais inesperado. Pela segunda jornada consecutiva o jovem lateral espanhol faz a diferença passando de defesa direito a ponta-de-lança. Foi assim que apareceu na área aos 42', aproveitando da melhor maneira a oferta de Quenda. Remate sem preparação, de pé esquerdo, sem hipóteses para Diogo Costa. Assim fixou o resultado ao intervalo: 1-0. E até já se exprime num português quase fluente, como demonstrou nas declarações após o jogo. Confirma-se: deixou de ser peça descartável no plantel leonino.
De Morten. Parece estar em todo o lado. Incansável, infatigável. Toda a construção ofensiva passou por ele. Fundamental também no trabalho sem bola, controlando as operações no plano táctico como prolongamento do treinador em campo. Oportuníssimo corte aos 45'+5, notáveis recuperações aos 74' e aos 75'.
De Diomande até aos dois minutos finais. Impressionante, o seu domínio do terreno defensivo, sobretudo no jogo aéreo. Cortou tudo quanto havia para cortar numa alucinante sucessão de lances de elevado risco, sobretudo na segunda parte. Aos 54', 63', 82', 83', 89 e 90'+1.
De uma excelente defesa de Rui Silva. Teste aos seus reflexos entre os postes superado: aos 68' voou para a esquerda impedindo um cabeceamento de Pepê que levava selo de golo. São momentos como este que definem os grandes guarda-redes. No golo sofrido, nada podia fazer.
De ver seis portugueses no onze titular. Foram estes: Rui Silva, Gonçalo Inácio, João Simões, Trincão, Daniel Bragança e Quenda. Há quem considere isto irrelevante. Não é o meu caso, como adepto do Sporting Clube de Portugal.
De registar 51 pontos à 21.ª jornada.Superado outro obstáculo na rota do título. E na conquista do bicampeonato que nos foge há 74 anos.
De Rui Borges. Empate em terreno sempre difícil após três triunfos consecutivos - contra Rio Ave, Nacional e Farense. Continua sem conhecer o sabor da derrota em partidas do campeonato.
Não gostei
Do empate consentido quando só faltava minuto e meio para o fim do jogo. Dois erros individuais perturbaram a dinâmica colectiva, retirando-nos dois pontos que já pareciam garantidos. Algo que se costuma pagar caro em alta competição.
Da lesão de João Simões. Em cada jogo, perdemos um elemento do plantel. Desta vez foi logo aos 22': o jovem médio magoou-se seriamente num joelho em disputa de bola com Eustáquio. Ainda tentou prosseguir, mas três minutos depois sentou-se no chão, já em lágrimas: teve de ser substituído por Debast, central improvisado como médio de recurso. Não foi a mesma coisa.
Das ausências iniciais de Gyökeres e Morita. Ambos ainda sem condição física para jogarem 90 minutos. Começaram sentados no banco, de onde só saltaram aos 69'. Naturalmente sem a influência revelada noutros desafios
De Gonçalo Inácio. É um central muito acima da média, mas tem inexplicáveis lapsos de concentração nos momentos mais inoportunos. Ontem, aos 27', ofereceu a bola a Samu, o que nos ia custando um golo de Eustáquio: felizmente a bola foi ao ferro. Aos 90'+4, quase à boca da baliza, permitiu que Namaso se movimentasse livre de marcação no golo do empate.
De Harder. Não era a noite dele. Maxi Araújo ofereceu-lhe o golo aos 52', mas desaproveitou com um remate desajeitado, muito por cima. Cinco minutos depois, após pontapé de canto por Quenda, tentou dar o melhor caminho à bola em lance acrobático, sem conseguir. Teve estas duas hipóteses, sem concretizar nenhuma. Saiu aos 69', certamente frustrado.
De Diomande nos dois minutos finais. É ele a pôr Samu em linha na jogada do golo portista. Depois, na baliza contrária, descontrolou-se em absoluto quando já estava amarelado cedendo às provocações de Fábio Vieira. Recebeu o segundo amarelo, foi expulso e falha o jogo contra o Arouca. Tornando ainda mais difícil a vida a Rui Borges.
De Matheus Reis. Rendeu um esgotado Maxi Araújo aos 86'. Mais valia não ter entrado. Excedeu-se em protestos aos 90'+6, acabando expulso. Outra baixa no desafio contra o Arouca. E não pode sequer invocar a extrema joventude como atenuante: já tem 29 anos.
De terminar só com nove em campo. Como se não bastassem as lesões prolongadas de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, a lesão recente de Geny e a lesão de João Simões já no decurso do jogo, além de termos Morita e Gyökeres muito longe da melhor forma.
Da arbitragem. João Pinheiro abandonou o critério largo protagonizando um festival de cartões: começou por arbitrar "à inglesa", acabou por apitar à pior maneira tuga. O mais grave foi ter feito vista grossa a dois penáltis: um sobre Gyökeres, agarrado por Tiago Djaló em posição frontal à baliza, outro sobre Quenda, derrubado por Zé Pedro em lance que prometia golo. Culpas repartidas, em qualquer dos casos, com o vídeo-árbitro Tiago Martins. Um dos piores árbitros portugueses não se torna competente quando passa a VAR, longe disso - como estas situações comprovam.
Há cinco jogos seguidos que os portistas não conseguem vencer no campeonato. Algo que não lhes acontecia desde 1981.
Nas últimas oito partidas que disputaram, só ganham uma.
Temos agora 51 pontos, mais oito do que o FCP. Que, na prática, são nove. Porquê? Na primeira volta, em Alvalade, vencemos a turma azul e branca por 2-0.
O Sporting soma e segue, rumo ao bicampeonato. Faltam 13 jornadas.
Custa empatar assim, mais fruto do desgaste da nossa equipa do que do mérito da equipa contrária, e custa mais com estas valentes Pinheiradas no lombo. Dois penáltis escamoteados e depois um árbitro de má consciência completamente desvairado e a disparar cartões em todos os sentidos.
Se esta personagem é o melhor árbitro português então como são os outros? E não foi por competência ou falta dela: foi mesmo por canalhice, não aceitou sentenciar por penálti a derrota do clube do Pinto da Costa, a quem no passado prestou muitos favores e pelos vistos ainda tem contas por saldar.
Na primeira parte o Sporting foi muito superior mas não soube definir lances de contra-ataque perigosos. Um disparate do Inácio deu bola na trave do adversário, um belo lance de Quenda deu golo de Fresneda. Pelo meio João Simões foi posto fora de jogo numa entrada dura do Eustáquio.
Na segunda parte o Porto entrou forte e o desgaste foi-se acentuando. Gyökeres e Morita entraram em serviços mínimos e o Sporting foi-se encostando à defensiva até sofrer um golo bem conseguido pelo adversário. Pelo meio, Gyökeres foi agarrado na grande área contrária quando estava em 1x1, Quenda esqueceu-se de que Morita estava isolado para empurrar para golo e foi derrubado também na grande área. O palhaço Vieira fez o seu número a que o Pinheiro bateu palmas.
São assim os jogos do Sporting no Dragão, com Pinto da Costa ou Villas-Boas. Os hábitos e o ambiente estão consolidados, os árbitros entram com chumbo azul nos miolos, e o resultado é sempre bem melhor para eles do que podia ser.
Melhor em campo? Hjulmand, não digo o Quenda porque foi estupidamente egoísta naquele lance que sentenciava o jogo.
Arbitragem? Este Pinheiro é o escorpião da parábola, por muito que tente ser um árbitro, sempre estraga tudo no final.
E agora? O Porto passou a lutar com o Braga para o 3.º lugar e a corrida para o título vai ser a dois, sendo que vamos ficar sem jogadores para os próximos encontros pelas Pinheiradas.
Amanhã, às 20.15, vamos ao Dragão. Defrontar o clube que segue em terceiro no campeonato nacional de futebol. O mesmo clube que na primeira volta derrotámos em Alvalade por 2-0, com golos de Gyökeres e Geny.
O moçambicano estará ausente, por lesão, mas o sueco já recuperou: Rui Borges irá apostar nele como titular. Má notícia para o FC Porto, agora desfalcado de Nico González (vendido ao Manchester City) e Galeno (vendido ao Al-Ahli, da Arábia Saudita).
Na época passada empatámos lá 2-2: foi no final de Abril, quando estávamos muito próximos da conquista do título.
Como vai ser desta vez? Aguardo os vossos prognósticos.
DERROTA DO ANO: 3-4 CONTRA O FC PORTO NA SUPERTAÇA
Àquinta tentativa, o FC Porto conseguiu enfim: a 3 de Agosto venceu o Sporting, conquistando a Supertaça, disputada no estádio municipal de Aveiro.
Vista do nosso lado, esta derrota soou a pesadelo. Estivemos a vencer por 3-0 e deixámos que os portistas conseguissem a reviravolta,triunfando por 4-3 já no prolongamento.
Nada fazia prever este desfecho.
Marcámos o primeiro logo aos 6', por Gonçalo Inácio. O segundo surgiu aos 9', por Pedro Gonçalves.
O terceiro - fantástico golo - aconteceu aos 24', pelo jovem Quenda, em estreia simultânea como titular e artilheiro da equipa principal. Justificando elogio, tal como Gyökeres: o sueco não marcou, mas fez duas assistências.
Aos 28', Galeno reduziu. Fixando o resultado ao intervalo: 3-1.
E depois? Acentuou-se onaufrágio defensivodo onze leonino, que assim se estreou da pior maneira na temporada oficial 2024/2025. Sofremos dois outros golos, aos 64' e aos 66'. Aos 101', consumou-se o descalabro.
Pecámos por desconcentração e excesso de confiança. A soberba é má conselheira - no futebol como na vida. Não afectou só os jogadores e a equipa técnica, mas muitos adeptos. Incluindo alguns imbecis das claques que ao minuto 36 ou 37 desataram a atirar tochas e a fazer estalar fogo de artifício como se tivessem ganho alguma coisa.
O nosso treinador esteve inexplicavelmente passivo: nem parecia ele. Ruben Amorim só se dignou fazer a primeira substituição aos 83': mandou sairTrincão, mandou entrar Edwards. Mera troca posicional, que nada alterou para melhor. Num desafio em que tivemos dois estreantes com prestação negativa: Vladan, com culpas no primeiro e no quarto golo; e Debast, envolvido em duas "assistências" à turma adversária.
Mas vale a pena acrescentar: foi a única vitória do actual treinador portista, Vítor Bruno, contra a nossa equipa. Depois disso o FCP já nos defrontou duas vezes - e perdeu sempre, tanto para a Liga 2024/2025 como para a Taça da Liga, em que foi eliminado pelo Sporting.
Dois jogos muito complicados, dois testes superados. Parabéns, Rui Borges.
Acabamos de eliminar o FC Porto na meia-final da Taça da Liga. Bastou 1-0, golo de Gyökeres, para remetermos a turma portista para a borda do prato - a mesma equipa que já tinha sido eliminada da Taça de Portugal pelo Moreirense.
Nove dias depois de termos derrotado o Benfica em Alvalade, para o campeonato. No desafio de estreia do novo técnico à frente da nossa equipa.
Que diferença entre este ciclo do Sporting e o que antecedeu a chegada do actual treinador. Repito o que já escrevi: Rui Borges chegou com 44 dias de atraso. Mas ainda a tempo, cada vez estou mais convicto disto.
Geny fez a diferença ao marcar o golo. Garantiu três pontos e o regresso do SCP ao comando
Foto: Lusa
Foi uma das melhores primeiras partes do Sporting nesta época que vai quase a meio. Foi também a primeira com o novo treinador no banco: Rui Borges.
Alguém acredita em coincidências?
Pois eu também não. A nossa equipa, que vinha definhando e protagonizando pálidas exibições nas semanas precedentes, ressurgiu no momento certo, contra o adversário mais difícil. Dando a resposta mais adequada.
O Benfica, fruto da nossa pressão constante, fez a pior primeira metade da temporada a nível nacional. E sofreu a primeira derrota em 2024/2025 sob o comando de Bruno Lage para o campeonato.
Foi a Alvalade e naufragou. Chegou lá pouco depois de ter assumido o comando da prova, saiu de lá em terceiro.
"É a vida" - dirão alguns, crentes nos insondáveis caprichos do destino. É a competência - digo eu.
Este Sporting que entrou em campo no domingo à noite, 29 de Dezembro, era-nos familiar. Mas, ao mesmo tempo, pareceu irreconhecível. Por vários motivos.
Desde logo por se ter apresentado em campo com uma linha defensiva formada por quatro jogadores: Diomande e St. Juste ao meio, Quaresma à direita, Matheus à esquerda. Depois, por ter dois alas que funcionaram como extremos: Geny à direita, Quenda à esquerda. Finalmente, terá sido o onze leonino com menos canhotos dos últimos quatro anos. Contei quatro: Matheus, Geny, Quenda e Trincão.
Dir-se-á: foi mudança subtil. Mas demonstra como Rui Borges, com apenas três dias de treino, não hesitou em imprimir a sua marca neste Sporting que continua a sonhar com o bicampeonato. Os quatro jogos sob a batuta de João Pereira, com oito pontos perdidos, foram fugaz percalço neste percurso.
Nunca tinha visto um SLB tão frágil este ano, a nível interno.
Durante toda a primeira parte, a turma visitante esteve sufocada pela intensa pressão dos nossos jogadores. Pelos flancos e pelo corredor central, onde Morita várias vezes actuou como quinto elemento na manobra ofensiva, forçando o erro dos encarnados, que mal saíam dos primeiros 30 metros.
Num destes lances colectivos nasceu o golo do triunfo que nos valeu três pontos e o regresso à liderança do campeonato. Lançamento lateral, à esquerda: Quenda dirige a bola para Gyökeres, que conquista o espaço a Tomás Araújo, deixa o central encarnado para trás e leva a bola a percorrer em largura quase todo o reduto benfiquista com Geny, vindo de trás, a metê-la lá dentro. Perante um Carreras atónito com tanta eficiência leonina.
Este foi o momento do jogo. Também o momento que definiu o herói da partida: Geny, que já no campeonato anterior havia bisado frente ao Benfica, aliás com um golo muito semelhante a este, mas com Pedro Gonçalves no papel de Gyökeres.
Assim culminou o virar de página: Rui Borges mostrou ser possível fazer muito com o que há. Sem culpar lesões, postes ou arbitragens.
Nesse primeiro tempo o Sporting esteve sempre por cima. E aproximou-se pelo menos duas vezes do 2-0. Por Quenda, aos 17'. E por Gyökeres, aos 40'. Nenhum deles falhou. Quem brilhou foi Trubin, com duas espectaculares defesas entre os postes. O guardião ucraniano foi, de longe, o melhor elemento benfiquista.
Os números confirmam: nos 45 minutos iniciais roubámos cinco vezes a bola ao adversário nos primeiros 30 metros a contar da baliza encarnada. Nada de semelhante se passou na situação inversa. Nem andou lá perto.
Na segunda parte houve mais equilíbrio. O Sporting atenuou a pressão: não havia condições para manter aquele ritmo tão intenso. A quebra física de Morita por volta da hora de jogo, primeiro, e do excelente Eduardo Quaresma, cerca de dez minutos depois, ditaram novo rumo à partida. Mas a nossa equipa jamais se desorganizou nem recuou linhas sem manter o controlo das operações. Consentindo o domínio ao rival sem nunca se desconcentrar.
É verdade que neste período o Benfica teve uma grande oportunidade de golo, por Amdouni. Mas só essa. No quarto de hora final, já com eles cansados, tivemos duas. Num ataque fulminante de Geny, aos 85', e num tiro de Gyökeres, aos 88'.
Mais importante ainda: com o novo sistema posto em prática no Sporting, Rui Borges surpreendeu Bruno Lage e vulgarizou os desequilibradores da equipa rival. Os números comprovam: Di María perdeu 22 vezes a bola, Akturkoglu ficou sem ela 16 vezes.
Em suma: acabamos de derrotar o Benfica pela terceira vez consecutiva, em duas provas, o que não sucedia desde 1994-1996. Recuperámos a liderança da Liga que só nos fugiu durante cinco dias, naquele interregno que não passou de um equívoco.
Mantemos os mesmos 40 pontos que tínhamos na Liga 2023/2024. Mas agora com mais golos marcados (44, contra 37 há um ano) e menos golos sofridos (apenas 10, contra 17 na mesma fase do campeonato anterior).
Melhor que tudo: os jogadores adaptaram-se muito bem ao novo sistema táctico que Rui Borges trouxe para Alvalade. Sem complexos, sem receio, sem pedir licença a ninguém.
Leão é mesmo assim.
Breve análise dos jogadores:
Israel (7) - Cumpriu: duas grandes defesas, aos 26' e aos 56'. Teve muito menos trabalho do que Trubin.
Eduardo Quaresma (7) - Adaptou-se bem a lateral: sete desarmes, 91% de passes certos. Notável a sair, conduzindo a bola. Saiu exausto, aos 71'.
Diomande (8) - Comandante-em-chefe da defesa leonina: desempenho impecável. Aos 67, num movimento veloz, anulou incursão de Di María: comemorou como um golo.
St. Juste (7) - Formou súbita parceria com o jovem marfinense. Combinaram muito bem no centro da defesa. Veloz nas dobras, como se impunha.
Matheus Reis (7) - Tinha como missão anular a dinâmica ofensiva de Di María no corredor direito encarnado. Missão bem-sucedida, forçando o argentino a procurar outras paragens.
Geny (8) - Voltou a fazer a diferença, como na época anterior contra o SLB e já nesta Liga contra o FCP. Marcou o golo decisivo (29'). Encostou Carreras às cordas. Rende mais neste sistema.
Morten (8) - Um gigante: parece sentir prazer especial em jogos grandes. Impôs-se a Florentino, venceu o duelo no meio-campo, distribuiu em várias direcções. Nove recuperações são dele.
Morita (7) - Regressou ao onze, após lesão, como joker de Rui Borges. Excelente primeira parte, a ligar sectores com notável precisão de passe. Compreensível quebra física no segundo tempo.
Quenda (7)- Na posição em que menos rende, à esquerda, foi essencial na pré-assistência (lançamento lateral) para o golo. Anulou Bah. O mais jovem leão de sempre a jogar contra SLB.
Trincão (6) - Em dia de aniversário, actuou próximo de Gyökeres como interior direito, ajudando a baralhar marcações. Não marcou nem deu a marcar, mas pôs Otamendi em sentido.
Gyökeres (7)- Combativo, voltou a atacar a profundidade, como tanto gosta. Num desses lances, fez o excelente passe para o golo. Mais um. Venceu por completo o duelo com Tomás Araújo.
Maxi Araújo (5) - Entrou aos 71' para render Quenda. Sem mostrar mais atributos técnicos e tácticos do que o benjamim da equipa.
João Simões (5) - Substituiu Morita aos 71'. Cumpriu no essencial, sem rasgo, numa altura em que se impunha sobretudo contenção ofensiva e retenção de bola.
Fresneda (4) - Saltou do banco para render Quaresma (71'). Lateral de origem, não potenciou este atributo. Ganhou um duelo mas perdeu três. Não parece ter qualidade para este plantel.
Harder (4) - Substituiu Trincão aos 81'. Não foi feliz nestes escassos minutos em que pôde disputar o clássico. Falhou um cruzamento aos 86'.
Da estreia de Rui Borges ao leme da equipa. Entrada à campeão, vencendo o Benfica em nossa casa (1-0). Depois de apenas três sessões de treino com a equipa, que correspondeu da melhor maneira ao desafio de trabalhar com o terceiro técnico da temporada. Após Ruben Amorim (onze jogos, onze vitórias) e João Pereira (quatro jogos, uma vitória, um empate e duas derrotas).
Da adaptação táctica. Durante cinco anos vimos a equipa organizada a partir de uma linha de três centrais. Mas o novo treinador não hesitou em impor as suas ideias, claramente bem acolhidas. Com Diomande e St. Juste no centro, Eduardo Quaresma e Matheus Reis como defesas laterais. Lá na frente, os médios-ala projectados em extremos - Quenda pela esquerda, Geny pela direita. Com sucesso. Confirmando que Rui Borges é um profissional com personalidade e tem plena confiança no seu critério.
De Geny.Tornou-se o nosso talismã nos chamados "jogos grandes". Bisou na recepção aos encarnados no campeonato anterior e marcou ao FC Porto já na Liga 2024/2025. Anteontem à noite foi ele a desfazer as dúvidas ao marcar um golaço quando decorria o minuto 29'. Culminando excelente jogada colectiva do Sporting iniciada com um lançamento lateral de Quenda e prosseguida por Gyökeres, que sentou Tomás Araújo, competente defesa benfiquista mas que neste clássico esteve irreconhecível. O craque moçambicano foi o melhor em campo, ganhando sucessivos duelos com Carreras, o lateral adversário que tentou travá-lo, quase sempre sem sucesso.
De Gyökeres. Não marcou, mas continua a trabalhar imenso para a equipa. E voltou a contribuir para um golo, com o passe para o centro da área a solicitar a bem-sucedida desmarcação de Geny. Ainda tentou o golo por duas vezes, aos 40' e aos 88': só não aconteceu devido a grandes defesas de Trubin, o melhor da turma visitante.
De Morten. Impõe-se cada vez mais como esteio no meio-campo leonino. Grande recuperador e distribuidor de jogo, exibe resistência sem limites. Vulgarizou completamente Florentino, que foi acumulando disparates, ofuscado pelo nosso capitão no confronto a meio-campo.
De Diomande. Mostrou-se à altura de Coates, como seu sucessor enquanto patrão da defesa, sem acusar a súbita mudança operada no sistema táctico. Fez eficaz parceria com St. Juste e soube manter sob vigilância o mais imprevisível dos benfiquistas, Di María. Só uma vez foi ultrapassado, mas acelerou ainda a tempo de anular o lance ofensivo, aos 67'. Um corte que mereceu aplauso das bancadas como se tivesse sido golo.
De Eduardo Quaresma. Trabalhador incansável. É um dos símbolos deste Sporting que sonha com o bicampeonato e vai fazer tudo para que esta meta se torne realidade. Pelo menos três cortes preciosos, no momento exacto - aos 43', 52' e 54'. E atreveu-se um par de vezes a progredir com a bola, queimando linhas, semeando o pânico no meio-campo defensivo dos encarnados.
Do regresso de Morita. O internacional nipónico voltou após lesão. E comprovou-se em toda a primeira parte - totalmente dominada pelo Sporting - a falta que fazia. A abrir espaços, a ligar linhas, a colocar a bola com precisão cirúrgica. Quando começou a claudicar, por cansaço físico, a equipa ressentiu-se.
Da lotação esgotada. Mais de 48 mil espectadores em Alvalade na noite de domingo. Casa cheia para ver um bom espectáculo. A maior afluência de público da temporada ao nosso estádio.
Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo. Deixou jogar, aplicando critério largo sem apitar por tudo e por nada. E manteve critério uniforme, o que merece registo.
Da homenagem a Nani antes do jogo. Formado em Alvalade, grande figura do futebol internacional, o campeão europeu não esquece as raízes. Foi brindado com merecida e sentida ovação. Aos 38 anos, certamente ainda gostaria de calçar num clássico como este.
Da subida do Sporting na classificação. Entrámos para este jogo em terceiro lugar, com o FC Porto no comando à condição, saímos em primeiro. De novo no topo, retomando a liderança que tínhamos até há escassos dias.
Não gostei
Da saída de Quaresma, com lesão muscular. Teve de abandonar o relvado amparado, aos 71', após ter dado tudo em campo. Felizmente parece ser lesão sem gravidade.
De Fresneda. Entrou aos 71', substituindo Quaresma. Fez um corte providencial aos 83'. Mas perdeu-se em acções inconsequentes, atirando duas vezes a bola para fora, oferecendo-a uma vez a Carreras (81') e claudicando no início da construção. Tarda em impor-se no plantel leonino.
Da frase batida "dérbi eterno". Os comentadores e relatores usam e abusam deste chavão, que se tornou insuportável lugar-comum. O Sporting é de Portugal inteiro, não é clube de Lisboa. Dérbi é um Benfica-Casa Pia ou um Benfica-Oriental. E nada em futebol é eterno.
Desfeitas as dúvidas: precisávamos mesmo de um treinador.
Na estreia de Rui Borges à frente da nossa equipa, acabamos de vencer o Benfica em Alvalade. Golo de Geny, aos 29'. Confirma-se: o craque moçambicano tem especial apetência por marcar aos encarnados.
Começámos este jogo em terceiro, com o FC Porto no comando provisório da Liga, e terminamos novamente em primeiro.
Não podia haver melhor notícia para a massa adepta leonina.
Derrotamos os encarnados pela segunda época consecutiva em nossa casa. Entramos em 2025 no topo. E com vantagem competitiva sobre os nossos dois rivais, ambos batidos em Alvalade. Pormenor a considerar, num cenário de igualdade pontual.
Terminamos um mês alucinante com o clássico dos clássicos: o Sporting-Benfica que irá disputar-se amanhã, a partir das 20.30.
Será um teste decisivo para o novo treinador do Sporting, Rui Borges. Estreia com jogo grande após escassos três dias de treinos.
Desafio-vos a deixarem aqui os vossos prognósticos. Lembrando que há oito meses vencemos o SLB em nossa casa. Por 2-1, com bis de Geny, astro maior dessa noite vitoriosa. Chamei-lhe "herói do jogo", com toda a justificação. Graças ao craque moçambicano, demos aí um passo de gigante para conquistar o título.
Enquanto decorria o Sporting-FC Porto que terminou com um triunfo leonino, pela marca registada no campeonato anterior (2-0), deixando agora a turma da Campanhã três pontos atrás de nós, o orfanato fervia de emoção. Não em apoio a Rúben Amorim e aos nossos jogadores, mas precisamente ao contrário.
Sem irem ao estádio, sem ao menos acompanharem o jogo pela televisão, fazendo-o apenas com recurso a espreitadelas ocasionais em sites piratas ou exibindo até alguma vaidade por nem assim acompanharem a partida.
Só uma coisa os motivava: rasgar a equipa. Cobrindo-se de ridículo, uma vez mais.
Passo a transcrever algumas das bojardas que bolçaram no ninho dos lacraus.
Corrigi uns tantos erros de português, apenas por respeito aos nossos leitores.
«Nuno Santos no banco... O Amorim este ano meteu na cabeça que vai jogar com 2 alas ofensivos... e muitos dos nossos problemas na transição defensiva devem-se a isso.»
«Não percebo porque joga o Geny no lugar do Nuno Santos…»
«O Araújo ficar na bancada e levarmos dois guarda-redes pró banco, é daquelas coisas que devia ser obrigatório explicar.»
«Acho que Quenda podia começar no banco.»
«O porto está com um andamento físico e de intensidade muito alto.»
«O meu maior receio, o nosso lado direito.»
«Péssima entrada em campo…»
«Tudo lento.»
«Estamos mal.»
«Nojento.»
«Jogo lento, previsivel, sem qualquer objectividade… Mas o que é isto?!?»
«Quando jogam com equipas melhores molham a cueca.»
«A ver jogar...»
«Gonçalo Inácio completamente atordoado… Nem sei quantos passes já falhou…»
«Este Gonçalo… cada vez pior.»
«O tal super experiente Inácio… treme sempre.»
«Meio campo não existe… Tal como previ antes do jogo…»
«trinconas e pote já tocaram na bola?!? gyokeres perdido…»
«O Trincão chega a ser cómico em jogos grandes…»
«Não ganha uma dividida, não acerta um passe.»
«Trincão nem um passe de 3 metros faz.»
«Aleijado de merda do Trincão.»
«Mas não é só ele. Aqueles centrais são uma aflição permanente.»
«O Diamonde já falhou quantas?»
«Os passes do Diomandè foi realmente o pior que fizenos no jogo. Pés de tijolo.»
«Fdx estes passes do Inácio e Diomande…»
«Geny muito mal na partida…»
«Continuo sem gostar de Z Geny.»
«Geny tem aquele problema tipo Mateus Reis, é um bocado burro.»
«Cata[m]o é do mais estúpido que pode haver!»
«O Pote arrasta-se.»
«15 minutos de… NADA…»
«Não fazem 3 passes seguidos …»
«Não há jogo interior… É só aquela merd@ do toque pró lado, circula pelos centrais…»
«É falhar, falhar, falhar...»
«Equipa completamente desligada. Já acordavam…»
«Faltou o bragança no miolo.»
«Eu tirava o Morita e metia o Bragança.»
«Que nojo que estas saídas de bola me metem…»
«Mais um remate do galeno e defesa do kovacevic… Não agarra uma bola…»
«Saídas do Sporting são contra ataques perigosos do porto.»
«Estava com espectativas [sic.] muitos altas para este jogo, hora de esvaziar o balão.»
«30′ fraquissimos...»
«Os primeiros 15-20′ são absolutamente vergonhosos…»
«O Vítor Bruno lê melhor o jogo que o Amorim…»
«Eu não percebo esta forma de jogar… Não aceito e repudio isto…»
«Só consegui ver o jogo aos soluços por mau stream… A segunda parte vejo no café…»
«Segunda parte de merda.»
«Não estou a ver o jogo, só a ouvir a antena 1.»
«O SCP continua a não explorar o jogo interior.»
«Eh pá…. O Amorim é um bocado cepo a gerir o jogo do banco.»
«Debast e Matheus Reis para jogo… amorinho tá todo borrado…»
«Deixa de ser medroso car@%$#!»
«Vivó o Amorinho. Vai fazer companhia ao Schmidt pá! Ah, espera, está direção de bananas não faz, porque falhou o ataque ao mercado, porque sabe que não sobrevive sem ele e porque a maioria que os suporta são carneirada.»
Gyökeres, imparável, adianta-se como rei dos artilheiros: à quarta jornada, já marcou sete golos
Foto: Luís Branca / Lusa
Para quem tivesse dúvidas, repetiu-se a dose: no campeonato passado recebemos o FC Porto e eles voltaram para a cidade de origem com dois golos sofridos na bagagem, sem nenhum marcado. Desta vez - sábado passado, dia 31 - repetiu-se a dose.
Quer isto dizer que mesmo desfalcado de três habituais titulares da época passada - Coates, Adán, Paulinho - o Sporting mantém o equilibrio de base, agora num onze mais jovem e com processos de aprendizagem mais rápidos. A dinâmica acentuou--se, os automatismos ganharam consistência, o modelo de Rúben Amorim tem vindo a ser aperfeiçoado com vantagem para a equipa.
Um dos ajustamentos relaciona-se com o desempenho dos alas, agora cada vez mais envolvidos no processo ofensivo. A manobra defensiva, no essencial, é assegurada por dobras dos centrais e o recuo esporádico de um médio, neste caso Morita e Morten alternando na missão. Que foi bem-sucedida.
Se este repetido 2-0 final peca é apenas por ser escasso face à superioridade leonina no primeiro clássico da Liga 2024/2025.
Após o quarto de hora inicial, em que as equipas se mediam e os azuis-e-brancos adiantaram muito as suas linhas para pressionar a nossa habitual saída com a bola dominada, o Sporting passou a dominar sem discussão. Na baliza portista, Diogo Costa tinha instruções para esticar ao máximo o jogo, despejando bolas longas. Equívoco logo tornado transparente à medida que o guardião titular da selecção nacional acabava por entregá-las à nossa defesa. A gente agradecia - e partia para o ataque rápido, alternando corredores. Aos 20 minutos da partida já invadíamos o meio-campo adversário de forma consistente. A estratégia de Vítor Bruno para nos ensanduichar no espaço central interior, aproveitando o facto de ter mais um elemento nesse sector, estava condenada ao fracasso.
Amorim soube ler melhor o jogo.
O que mais impressiona neste Sporting rejuvenescido que sonha com o primeiro bicampeonato em 70 anos é a sua dinâmica colectiva. Os sectores inteligam-se, as linhas de passe abrem-se com naturalidade, o ataque ao portador da bola é quase obsessivo.
Gonçalo Inácio (23 anos), Eduardo Quaresma (22 anos) e Diomande (20 anos) parecem jogar juntos há muito tempo. Tão jovens e já com tanta maturidade competitiva: só pode ser pela qualidade do treino. Haver bom balneário ajuda muito: esta é uma equipa que se movimenta em campo com manifesta alegria e um companheirismo raras vezes visto.
Quem pensa que futebol é só "pontapé para a frente" e vê-los correr que nem galgos, está redondamente enganado.
Merece destaque especial o trio da frente. Com os interiores actuando em regra de pé trocado: o canhoto Trincão na meia-direita, o dextro Pedro Gonçalves no lado oposto. Ambos movimentando-se bem entre linhas, sem posições rígidas: deve ser um pesadelo marcar estes nossos jogadores, o recurso à falta torna-se uma tentação.
Foi assim, na conversão dum castigo máximo, que chegámos ao primeiro golo. Já estavam decorridos 71 minutos, ficara para trás um empate a zero ao intervalo que sabia a pouco. Marcador? O suspeito do costume, Viktor Gyökeres. Fazia todo o sentido, até porque fora ele a sofrer a falta, por Otávio: o internacional sueco passou pelo brasileiro como faca por manteiga. É um dos melhores avançados da história do Sporting, aliando a técnica à força e a inteligência táctica à robustez.
Já marcou sete vezes nas primeiras quatro jornadas do campeonato. Quer ultrapassar a marca da Liga anterior, quando se sagrou rei dos artilheiros, com 29 golos - deixando a larga distância o bracarense Banza, com 21.
À medida que os portistas procuravam progredir no terreno, em busca do empate, desguarneciam as linhas recuadas. Com nula eficácia atacante: só criaram perigo duas vezes, atraves de Galeno, agora lateral esquerdo - o que diz muito da ineficácia ofensiva da equipa que deixámos a 18 pontos de distância no campeonato anterior.
Abriam-se novas oportunidades para o Sporting. Os mais de 46 mil espectadores presentes em Alvalade sentiam que o jogo não iria terminar com a vitória tangencial registada aos 90 minutos. O tempo extra iria ser aproveitado até ao último instante.
E assim foi. Aos 90'+3 Pedro Gonçalves tocou para Geny e o moçambicano partiu cheio de confiança, com ela dominada junto à linha direita para depois se chegar ao meio e daqui fuzilar as redes com o seu magnífico pé esquerdo. A bola voou, desenhando um arco para defesa impossível de Diogo Costa. Numa réplica do golaço que marcara ao Benfica a 6 de Abril - também em Alvalade, também no tempo extra, também em lance digno de levantar bancadas.
Assim seguimos no comando. Já isolados, à quarta ronda. Invictos: cada jogo, uma vitória. Com 14 marcados e apenas dois sofridos.
FC Porto segue três lugares abaixo. O irreconhecível Benfica, neste momento já sem treinador, na sétima posição e com menos cinco pontos.
O bicampeonato vai sendo construído, etapa após etapa. Estes jogadores insistem em ser felizes. E em tornar-nos felizes também.
Breve análise dos jogadores:
Vladan - Enfim, mostrou serviço: travou dois remates venenosos de Galeno, aos 41' e aos 60'. Menos bem a jogar com os pés.
Eduardo Quaresma - Com ocasionais lapsos, mas revelando a habitual entrega à luta. Nunca desiste dum lance. Exibe garra leonina.
Diomande - Nem parece ser tão jovem. Domínio no jogo aéreo, perfeita noção do espaço. Limpa tudo lá atrás. Atento às dobras dos companheiros.
Gonçalo Inácio - Talento inegável a defender: irrepreensível desarme a Iván Jaime (48'). E no passe longo, de que foi exemplo uma entrega a Gyökeres (50').
Quenda- Teve dois portistas a policiá-lo: Galeno e Pepê. Homenagem implícita ao mérito do talentoso ala direito, motivado e confiante.
Morten - Voltou de lesão, capitão da nau leonina. Útil, como sempre, no capítulo das recuperações (25', 28'). Isola Gyökeres com passe longo (69'): lance originou penálti.
Morita - Na casa das máquinas, ele é um operacional. No controlo do jogo, no passe preciso, na marcação ao adversário. Criando desequilibrios.
Geny - Ganhou o direito a ser titular. Tem alinhado à esquerda, mas mostra o seu melhor à direita. Assim foi, ao marcar o golo da confirmação (90'+3). Golaço.
Trincão - Activo na procura de espaço, abrindo linhas, baralhando marcações. Desta vez só esteve ausente dos golos. Podia ter marcado aos 17', 35' e 36'.
Pedro Gonçalves - Útil e criativo, como já nos habituou. Assistência para o golo de Geny. E vão três, em quatro rondas. Lidera a lista da Liga.
Gyökeres- Quatro jogos do campeonato, sete golos. Quer repetir a dose anterior, ou ampliá-la. Conquistou o penálti e converteu-o. Melhor em campo, de novo.
Matheus Reis - Rendeu Quenda aos 79', permitindo que Geny transitasse para o corredor direito. Reforçou a estabilidade da equipa.
Debast - Substituiu Eduardo Quaresma aos 79'. Exibe confiança. Neutralizou ataque portista aos 89'. Um corte que deu nas vistas aos 90'+2.
Daniel Bragança - Entrou aos 86', substituindo um fatigado Morten. Pouco tempo em campo, mas continua a ler bem o jogo, sempre de olhos na baliza.
Nuno Santos - Entrou aos 90', rendendo Trincão. Parece cada vez mais um extremo puro. Quase não teve tempo para se mostrar, mas ouviu muitos aplausos.
Da nossa vitória clara e concludente no clássico.Vencemos e convencemos. Com a mesma marca do campeonato anterior, que finalizámos 18 pontos acima deles, não deixando lugar a dúvidas: somos superiores ao FC Porto. Mesmo que alguns adeptos leoninos, reais ou fingidos, pareçam acreditar mais nos emblemas rivais do que no nosso - algo que nunca entenderei.
De termos anulado o ataque azul-e-branco. Pepê, Namaso, Iván Jaime: todos vulgarizados e neutralizados pela superioridade imposta nos nossos corredores. Ao longo de toda a partida o FCP só dispôs de duas oportunidades, ambas por Galeno, que actuou como ala defensivo: Vladan impôs-se entre os postes em ambas as ocasiões, aos 41' e aos 60'.
De ver tantos sportinguistas nas bancadas. Ainda há pouco a temporada oficial começou e na noite de sábado já tivemos estádio cheio em Alvalade: mais de 46 mil espectadores ali presentes para assistir a este Sporting-FC Porto. Tal como tinha havido corrida às camisolas e aos lugares de época. Sem euforias descabidas, mas também sem ridículas autoflagelações, há que dizer: vivemos um dos nossos melhores períodos de sempre. Há que aproveitar: são recordações que jamais se apagarão.
De Gyökeres. É uma máquina de jogar e de marcar golos: leva tudo à frente. De Leão ao peito, acaba de apontar o quarto aos portistas. Segue isolado no comando da lista de artilheiros da Liga 2024/2025, com sete já na sua conta pessoal. O sétimo aconteceu neste clássico de Alvalade - foi o que desbloqueou o jogo, de penálti, aos 72'. Castigo máximo conquistado também por ele, num duelo vitorioso com Otávio, com o brasileiro forçado a recorrer à falta para o travar. O craque sueco esteve envolvido em seis das sete oportunidades de golo do Sporting, o que diz quase tudo sobre o seu mérito. Numa dessas oportunidades, aos 52', só não marcou porque Alan Varela a tirou já na linha de golo, com Diogo Costa fora de combate. Melhor em campo, para não variar.
De Pedro Gonçalves. Compõe parceria perfeita com Gyökeres: parece que actuam juntos há anos, já jogam de olhos fechados. O nosso n.º 8 em envolvimento constante entre linhas, baralhando marcações adversárias, criando desequilíbrios. Irrequieto, criativo, determinante na manobra colectiva a explorar espaços interiores. Sempre em jogo, tenha ou não tenha bola. E soma mais uma assistência: foi dele o passe para o segundo golo.
Do golo de Geny. Sentenciou a partida, fixando o resultado (2-0, vitória verde e branca neste clássico) aos 90''+3. Golaço que fez levantar o estádio e pôs fim à incompreensível ansiedade dos adeptos que esperam sempre o pior, nunca o melhor. Candidato desde já a golo do mês, no seu característico movimento de pegar nela no corredor direito e transportá-la para o meio onde lhe aplica o pontapé-canhão, em arco, como já fizera ao Benfica no campeonato anterior. Gosta de marcar aos chamados "grandes", confirma-se. E é mais útil a alinhar na ala direita, como ficou demonstrado ao mudar de corredor, aos 79', com a saída de Quenda.
Do regresso de Morten. O capitão voltou após lesão que o forçou a parar três semanas. Está longe da forma ideal, mas já demonstrou a sua utilidade. No capítulo das recuperações (cumpriu com brilho aos 25' e 28'), no passe em profundidade (38') e até no passe com selo de golo (foi ele a desmarcar Gyökeres aos 69', no lance que culminaria na grande penalidade).
Da importância deste triunfo. Graças a ele, assumimos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quarta jornada. Agora com mais três pontos do que o FCP e mais cinco do que o Benfica. Quebrámos a invencibilidade neste campeonato da turma portista, que ainda não sofrera qualquer golo na prova. Evidenciámos jogo colectivo próximo da perfeição. E vingamos o fortuito desafio da Supertaça, perdido à tangente sem ter havido superioridade azul-e-branca em campo.
Da arbitragem. Nota muito positiva para Luís Godinho: apitou sem excessivo protagonismo, deixou jogar, desencorajou as queixinhas do costume, não vacilou nos momentos decisivos -- desde logo o penálti contra o FC Porto de que nasceu o nosso primeiro golo. Algo está a mudar na arbitragem portuguesa. Para melhor. Coincidindo com o abandono de Artur Soares Dias.
Do nosso segundo jogo consecutivo sem sofrer golos. Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025.
De ver o Sporting marcar há 46 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
De termos disputado 25 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 14 triunfos nas últimas 15 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
Da nossa 19.ª vitória consecutiva em Alvalade.Todo o campeonato anterior, mais duas rondas da Liga 2024/2025. Há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 19 partidas em golos: 62 marcados e apenas 12 sofridos.
De continuar a ver o Sporting sem perder em casa.Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos venceu então. Não voltou a acontecer. São já 26 partidas sem derrotas para o campeonato no Estádio José Alvalade.
Não gostei
Do zero-a-zero ao intervalo. Resultado que não traduzia, de todo, o que havia ficado demonstrado em campo, com clara superioridade leonina.
Das oportunidades desperdiçadas. Trincão esteve à beira de marcar aos 17', com assistência superior de Pedro Gonçalves. Aos 35' e aos 36', rematou desenquadrado em boa posição. Aos 40', Diogo Costa negou o golo ao nosso n.º 8. Aos 52', foi Varela a fazer de guarda-redes impedindo o craque sueco de marcar. O resultado só pecou por escasso.
De esperar 72 minutos pelo nosso primeiro golo. Já havia sinais de impaciência em Alvalade, nomeadamente em duas más reposições de bola de Vladan. Esta nossa equipa não merece, de todo, tanto nervosismo dos adeptos. Pelo contrário, merece que confiemos nela. Do princípio ao fim.
Por ordem médica, fui aconselhado a não ir a Alvalade ver o jogo de ontem, como já havia referido aqui. Ora como não sou assinante da TV Inácio fiquei às escuras quanto a ver o jogo em directo. Nem optei por escutar o relato, já que uma aplicação que tenho no telemóvel dá o resultado quase instantaneamente.
Portanto só mesmo no fim é que soube o resultado.
Contudo só à uma da manhã consegui ver (nem imagino qual o canal televisivo!!!) um resumo alargado do clássico de Alvalade.
Hoje de manhã, na praia, passei os olhos pelos principais diários desportivos, li diversas opiniões e fiquei a matutar em tudo o que absorvi sobre o jogo de ontem.
Foi com base neste apanhado de leituras que encontrei três aspectos que me levam a dar razão aos adeptos portistas quanto ao resultado de ontem à noite, a saber:
1 – Todos já percebemos que o FC Porto não está habituado a jogar 90 minutos contra onze jogadores. Por isso não consigo entender porque o árbitro da partida não expulsou um jogador leonino.
2 – A determinada altura há uma grande penalidade contra o FC Porto. Contra? Terá sido possível? Perante as imagens vistas de madrugada diria que se fosse o Taremi a sofrer aquele tipo de falta era penalty de certezinha absoluta. Creio mesmo que se marcaram diversas a favor do Porto por muuuuuuuuuuuuito menos. Mas Taremi era Taremi… Tinha direito a tudo e mais um par de botas;
3 – O discurso no fim do jogo do capitão portista Diogo Costa e do treinador Vitor Bruno, assumindo ambos que o Sporting fora um justo vencedor, não se parece nada com a filosofia barata e inflamada de um antigo treinador portista.
Face aos pontos precedentes diria que o Porto foi grandemente prejudicado no jogo de Alvalade. Seria bom que as entidades oficiais cuidassem mais do clube de AVB. Para que haja finalmente justiça no futebol azul.
Superioridade evidente do Sporting a todos os níveis ontem em Alvalade num jogo sem casos nem "caldeiradas". O resultado apenas pecou por escasso face ao número de ocasiões claras de golo de que dispusemos relativamente ao adversário.
O Sporting não entrou bem, muito por culpa dos defesas dos lados, Inácio e Quaresma, que demoravam eternidades a dar sequência ao jogo. O Fc Porto foi ganhando confiança na pressão e até ameaçou com um remate frontal lá pelos 15 minutos, felizmente interceptado. Felizmente que não era o João Neves que lá estava, este baixinho dá bem mais porrada mas joga bem menos. Mas tem escola, lá conseguiu cavar um pouco mais tarde um amarelo ao Catamo.
Depois disso, tocou a reunir e só deu Sporting. Bola a circular, os médios enfim a ter jogo, o futebol do Sporting que vimos no início desta temporada. O Fc Porto em 5-4-1 tentava controlar os danos, Varela sacrificou-se numa arrancada de Trincão e as oportunidades de golo para o Sporting foram acontecendo. E Trincão desperdiçando.
O nulo ao intervalo deixava uma nuvem de inquietude em Alvalade. Quem não marca, sofre.
Na segunda parte o adversário voltou a entrar bem, mas o jogo começou a ficar mais partido pelo desgaste de ambos os lados, o espaço aumentou e Gyokeres... aproveitou.
Houve muito azar pelo caminho para ser preciso aquele remate de Catamo para chegar ao 2-0.
Assim seguimos na liderança com 12 pontos, o Fc Porto a 3 e o Benfica a 5. Estes últimos já despediram o treinador, agora só têm de devolver à procedência o autocarro de pernas de pau que eles tinham escolhido, mas cheira-me que este "traidor" Bruno não vá durar muito lá pelo Dragão com a coligação Pinto da Costa/Madureira/Conceição à perna. Bem pensado, esta do Galeno a defesa esquerdo, o homem tem qualidades e merece ser apoiado.
Melhor em campo? O sueco, obviamente. Diomande falhou dois passes longos mas esteve imperial a defender. Catamo e Quenda mais uma vez muito bem nas alas. Morita melhor do que o Hjulmand. Quaresma, Inácio e Trincão os piores. Kovacevic até defendeu bem mas borrou a pintura com os passes longos falhos de precisão.
Arbitragem? Deixou jogar e não inclinou o relvado.
E agora? Ainda a procissão vai no adro... E vem aí a Champions.
Louvo a persistência da Direcção do Sporting em querer fazer do estádio de Alvalade uma infraestrutura desportiva moderna e funcional. Desta vez vão ser inaugurados um novo sistema de iluminação e o preenchimento com cadeiras dos espaços onde estavam aqueles dois "trambolhos".
Mas o importante mesmo é a vitória no clássico. A Liga não podia ter começado melhor para a equipa do Sporting: com excepção de St. Juste todos estão disponíveis, então agora é confirmar o bom momento e assegurar a liderança da Liga.
A vitória na Supertaça moralizou o adversário, as expulsões e os penáltis de que foram beneficiando também, mas o onze que poderão apresentar será com certeza bastante inferior àquele que foi derrotado por 2-0 há uns meses em Alvalade. Mas conjuntamente com o treinador, tem muitos anos de casa, percebem bem o que tem de fazer em termos de futebol e de jogo sujo no qual o dirigente da APAF em serviço de apito tenderá a colaborar.
A receita para ganhar é concentração máxima, encolher os cotovelos para não irem lá bater com a cabeça, controlo pausado do jogo com variações constantes de flanco e transformação rápida nos ganhos de bola em lançamentos de Gyökeres. O jogo aéreo também não é o forte dos centrais deles, pelo que iremos criar perigo nos cantos e cruzamentos. E marcar primeiro que o adversário.
A receita para perder é falhar passes em zonas recuadas e ter de ir à queima para safar os lances. Espero que não aconteçam.
Com o regresso de Hjulmand, a grande dúvida será nas alas. Quenda e Catamo, Catamo e Nuno Santos ou Catamo e Matheus Reis? Tudo dependerá de como se encontra Nuno Santos, mas estava muito bem quando se lesionou. Aposto nele, num onze assim:
Kovacevic; Quaresma, Diomande e Inácio; Catamo, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.
Lá estaremos num Alvalade de lotação esgotada para apoiar a equipa do Sporting liderada por um grande treinador, Rúben Amorim, num jogo extremamente importante para o que será a temporada.