Gosto de gente rebelde, de malta que não se verga a uma circunstância menos favorável, gente que luta por algo melhor. Mas gosto também de gente educada e acima de tudo bem formada.
Então no desporto todas estas razões fazem ainda muito mais sentido.
Sérgio Conceição como jogador foi um campeão, mas foi outrossim o tal rebelde que falei acima. Sempre pronto para uma demanda desportiva. Fundamentos que acabou por trazer para a sua função de treinador.
Todavia custa-me perceber que os anos não lhe tenham dado calo e experiência suficiente para enfrentar com estoicismo e alguma naturalidade as vicissitudes da sua vida desportiva. Porque se hoje perde amanhã ganhará. Ou vice versa.
Pois bem, no passado final de jogo nas Antas, em que o Sporting perdeu, o treinador portista agrediu o guarda-redes leonino. Entretanto hoje Sérgio Conceição na tribuna presidencial não cumprimentou de propósito o Presidente do Sporting, numa atitude anti-desportiva que condeno olimpicamente.
Obviamente que nestas relações desportivas não temos de ter “em cada cliente um amigo” como soe dizer-se, mas um pingo de educação e formação é o mínimo que se exige. Especialmente a um treinador de futebol, líder de muitos homens que poderão ver nele um exemplo.
Já por diversas vezes aqui falei da maneira como vejo o futebol por esses cafés do interior, onde alguns adeptos não alinham com o nosso clube.
No fim de semana passado voltei à aldeia por motivos de doença de um sportinguista e que requer a atenção do filho único.
Todavia às oito da noite estava no clube da aldeia à frente da televisão para ver o nosso Sporting. Na enorme sala apenas três pessoas… O empregado, também adepto do Sporting, um primo adepto de outro clube e mais um aldeão, também ele sportinguista. E eu…
Devagar foram aparecendo clientes que olhavam o televisor e após o café ou a costumada cerveja partiram para parte incerta, incapazes de assistirem a um bom jogo de futebol, só porque não era a sua equipa que estava a jogar.
Entretanto alguém entrou, olhou a televisão e, olvidando a minha presença e dos outros, barafustou:
- S., muda de canal que não quero ver esses gajos…
O jovem, coitado, sentiu-se atrapalhado e, não sabendo o que fazer, olhou para mim com um olhar a requerer ajuda. Que logo assumi:
- S., não mudas nada porque há gente a ver o jogo!
O outro olhou para mim e, não me conhecendo como alguém da aldeia, perguntou-me em tom provocatório se eu é que mandava ali. Respondi que mandava tanto quanto ele. Mas com uma pequena diferença… eu chegara primeiro que ele!
Como percebeu que não tinha argumentos para me bater, saiu a resmungar.
Curioso como há adeptos que não percebem uma coisa simples como é a cidadania. Como podem perceber de futebol?
{ Blogue fundado em 2012. }
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