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És a nossa Fé!

O dia seguinte

Antes de falar sobre o jogo de há pouco, uma confissão. Tinha pensado aproveitar para ir à Madeira, tinha até acolhimento de familiares, se tivesse ido teria como de costume deixado o carro no parking do Prior Velho, e gostaria de ter ido à "taberna da poncha" na Serra de Água. Mas as "férias" da Galiza deixaram-me com vontade de ficar por casa antes das novas "férias" no Algarve onde conto estar na sexta-feira para não perder o próximo jogo no Estádio do Algarve.

Assim não fiquei com o carro irremediavelmente queimado, nem sem vontade para passear na Madeira com o incêndio. Restou-me apenas o prazer de ver no sofá, pela Sport TV, o Sporting esmagar o Nacional naquele espectacular, pela geografia do local, estádio da Choupana. 

 

Sobre o jogo, o início parecia confirmar os meus piores receios. Foram três bolas que sairam bem perto do poste direito da baliza guardada por Kovacevic, como entrou mais tarde um remate que teria de ser defendido por um guarda-redes do Sporting.

Depois o futebol do Sporting assentou- Começou a circular a bola com critério, cansando o adversário e causando desequilíbrios que causaram mossa na defesa adversária.

De qualquer maneira, toda a primeira parte ficou marcada pela falta de pressão e incapacidade de ganhar os lances no eixo central. Os principais culpados foram os dois médios, Morita e Bragança, mas todo o trio avançado foi também muito responsável, até porque o balanceamento ofensivo do Nacional começava nos centrais.

O 2-1 a favor do Sporting ao intervalo de alguma forma era lisonjeiro. Os golos resultaram de lances de inspiração individual, cada canto contra era um susto, o melhor da equipa nessa altura eram mesmo os dois alas, sempre a saber como e quando arriscar, muito poucas vezes perdendo a bola.

 

Na 2.ª parte o desgaste físico do Nacional ditou leis, a começar pelo ex-Porto Bruno Costa, e quando cometeu um penálti mais que evidente sobre um Quenda que está cada vez mais um belíssimo jogador, e Gyokeres marcou, o jogo terminou. E logo saíram três jogadores completamente de rastos.

Depois, o Sporting passou a defrontar um Nacional em regime de "galinha sem pescoço" e as oportunidades foram surgindo umas atrás das outras. Acabou em 6-1 apenas porque o sueco, apesar do míssil com que marcou, não estava nos seus dias. Com ele ao nível da época passada seriam 9 ou 10.

De qualquer maneira, quem do jogo se limite a ver os golos, tem material de primeira com que se regalar. Todos de nota máxima, mas o primeiro do Pedro Gonçalves é (mais uma) obra-prima do (globalmente) melhor futebolista do Sporting desde que cá chegou. Só mesmo Martínez pode explicar como é que um jogador assim não é titular da selecção de Portugal. 

 

Entraram já na recta final Debast e Fresneda para a defesa, Matheus Reis para a ala esquerda, Essugo para médio e Edwards para o ataque. Rúben Amorim explicou que Mateus Fernandes está de saída do Sporting, soube-se depois por 15+3M€ para o Southampton. Cá por mim, sem entrar em considerações sobre o valor futebolístico de cada um, acho que este plantel do Sporting precisa bem mais do Essugo do que do Mateus, e não se pode dar ao luxo de ter no banco, como quarta opção, um jogador que para outro clube vale 18M€.

Sobre a arbitragem nada a dizer. Deixou jogar dentro dum critério uniforme, desta vez o culpado pelo cartão amarelo foi mesmo Inácio, que já tem idade para não embarcar em cenas daquelas. 

 

Melhor em campo? Pedro Gonçalves pelo primeiro golo e as duas assistências, mas Quenda está a tornar-se um jogador fabuloso. Sempre em movimento, defende com eficácia, ataca com critério, raramente falha um passe, remata com intenção. Estou mesmo impressionado. Incrível a transformação desde a época passada que Amorim conseguiu E dura os 90 minutos a correr acima e abaixo. Como é que vai sair do onze titular? Assim não vai, de certeza, mas a época é longa e são precisos quase sempre quatro alas por jogo.

Preocupação maior? Kovacevic... Aquele golo do Nacional... Israel vai voltar à titularidade? De resto Diomande pareceu-me pouco confiante, se vai com tudo é golo, se não vai é golo também, querem que faça o quê exactamente?

E agora? Corrida aos bilhetes para o estádio do Algarve. Pelo menos para os "croquetes de camarote" como eu que pagam quotas, gameboxes, gasóleo e hotéis e não aqueles "puros" tasqueiros que se enjoam com as camisolas e vêem os jogos aos saltos na "TV Inácio" mais próxima. 

SL

O dia seguinte

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Foi mesmo um leão indomável que ontem na Choupana enfrentou a fúria da natureza, que claramente beneficiava quem não tinha nada a perder e tudo a ganhar, e quem, de lugares distantes, fazia os possíveis para aproveitar a oportunidade para o derrubar.

Foi uma viagem de avião atribulada para um local em alerta vermelho, uma falsa partida, um relvado impróprio para jogar, que propiciava lances que poderiam acabar com a época de algum menos fortunado, muita coisa junta que poderia levar a pontos perdidos e a rombos significativos no plantel. Segundo a tal directora da Liga, o jogo tinha mesmo de se fazer, o avião tinha mesmo de aterrar, se não houvesse avião que fossem a nado, se morressem todos que fosse a equipa B. A estupidez não tem limites. 

O leão enfrentou tudo isso com um misto de raça e competência que tornou o desafio de sentido único, as oportunidades foram surgindo e o resultado só pecou por escasso porque Pedro Gonçalves não teve com ele a sorte doutros dias. Do outro lado, nem uma oportunidade séria durante os 90 minutos.

Uma equipa tremendamente corajosa e solidária, todos a saber o papel que deviam desempenhar, condição física de topo, lances de laboratório do qual o primeiro golo é exemplo, uma cópia perfeita do primeiro golo contra o Braga, um sistema táctico que facilitou o resto, e acima de tudo um grande comandante no banco que soube perceber bem as insuficiências da equipa no Jamor, introduzir as mudanças necessárias no modelo de jogo, e chamar todo o plantel às suas responsabilidades. Não tem o 4.º nível de treinador? Por enquanto não, mas pelo menos temos nós um general de cinco estrelas. 

Ultrapassado o Nacional, e com os resultados dos rivais, nada está ganho, nada está garantido, os 4 pontos de vantagem não querem dizer nada. Receberemos o Rio Ave enquanto no Porto-Benfica alguém irá perder pontos, vamos conseguir chegar ao período reservado à Taça da Liga no topo da classificação. E depois se verá.

Uma palavra para Frederico Varandas, que ontem por lá andou no meio de toda aquela confusão, e que no meio duma época tenebrosa a todos os níveis teve a inteligência, a humildade ou o sentido de sobrevivência, ou tudo isso junto, para arrepiar caminho, perceber os erros cometidos e juntar a um grupo de elite que vinha a ser preparado com jovens de Alcochete o comandante certo para os liderar, apontar o caminho à estrutura no que respeita a reforços e conduzir a equipa para uma época que está a honrar sobremaneira o lema e a história do Sporting Clube de Portugal.

#OndeVaiUmVãoTodos 

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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