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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Não gostei

 

De perder dois pontos em casa. Contra o modesto Arouca, que segue em 12.º no campeonato nacional de futebol. E da forma como perdemos, com aspectos caricatos. 

 

De St. Juste. Exibição calamitosa do central holandês, que parece ter ludibriado a equipa técnica garantido estar apto para a recepção ao Arouca. Não estava, como se viu mal tocou na bola. Sem capacidade física, em vez de se sentar na relva ou atirar para fora, fez um arriscadíssimo passe à retaguarda, em balão, traindo o guarda-redes, que estava adiantado. Rui Borges mandou-o sair de imediato. Dificilmente voltaremos a ver este defesa de 29 anos, com mais ano e meio de contrato, alinhar pelo Sporting. Está novamente lesionado: é quase inacreditável.

 

Do frango de Rui Silva. Cometeu autogolo aos 8', quando St. Juste fez aquele atraso disparatado: estava afastado dos postes, quis deter a bola com o pé mas acabou por tocar-lhe de calcanhar e ela entrou onde não devia. Um lance para os "apanhados", segundo muita gente. Mas sem ponta de graça para nós.

 

Da lesão de Daniel Bragança. Magoou-se sozinho, logo aos 12'. Forçado a sair, amparado. Coisa grave, garante-lhe paragem por vários meses: rotura de ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Que mais nos irá acontecer?

 

De Morten. Noite infeliz do capitão. Nada lhe saiu bem. Cometeu um penálti aos 45'+1, permitindo o segundo golo arouquense - outro oferecido de bandeja no mesmo jogo: Henrique Araújo, emprestado pelo Benfica, converteu o castigo quatro minutos depois. Amarelado nesse lance, o médio dinamarquês fez falta absolutamente desnecessária que lhe valeu o segundo cartão e consequente expulsão, aos 62'. Passámos a jogar só com dez e não contaremos com ele na próxima partida. 

 

Da ausência de Diomande, castigado. Fez falta. Sem ele ao comando, a nossa linha defensiva ressente-se. St. Juste foi um desastre. Debast, que o substituiu, esteve muito nervoso e sem confiança. Gonçalo Inácio, central à esquerda, acumulou passes falhados (5', 15', 24') e limitou-se a marcar com os olhos numa jogada em que a turma forasteira fez a bola embater na trave.

 

De ver Chico Lamba jogar contra nós. Excelente exibição do lateral direito do Arouca, produto da formação leonina. Esteve onze épocas no Sporting, foi internacional júnior e capitão da equipa B, mas acabou transferido por falta de utilização na equipa A, onde apenas calçou uma vez. Saiu cedo de mais. Tem apenas 21 anos e qualidade para integrar o plantel leonino.

 

Do nosso segundo empate seguido. Na ronda anterior tínhamos empatado no Dragão com o FC Porto (1-1), agora aconteceu o mesmo na recepção ao Arouca (2-2). Aproveitou o Benfica para encurtar distâncias: está só a dois pontos.

 

 

Gostei

 

De Harder. Melhor em campo. Ao contrário de vários outros, aparenta excelente forma física. Lutador incansável, fez tudo para conseguirmos os três pontos. Marcou o nosso primeiro golo, num bom remate cruzado aos 17', assistiu no segundo e esteve quase a oferecer o terceiro a Gyökeres aos 90'+2. Deixou bem claro este recado em campo ao treinador: merece ser titular.

 

De Trincão. É o nosso jogador mais utilizado: Rui Borges continua a contar com ele. E é recompensado: depois de ter marcado golos cruciais ao Nacional e ao V. Guimarães, o avançado minhoto voltou a ser muito útil, numa fase do jogo em que muitos adeptos já não acreditavam que fosse possível conseguirmos o empate. Fixou o resultado aos 74', num pontapé forte e cheio de pontaria. Mais um ponto que fica a seu crédito.

 

De Quenda. Muito boa exibição do jovem extremo, o elemento mais desequilibrador do nosso plantel, capaz de criar movimentos de ruptura junto à linha, sobretudo do lado esquerdo. Inicia o segundo golo num desses movimentos e esteve ele próprio quase a marcar, aos 42', num disparo que o guardião do Arouca defendeu com dificuldade.

 

De Gyökeres. Enfim, recuperado. Sem o fulgor que já lhe vimos, mas sem virar cara à luta nem perder de vista a baliza adversária. Foi dele o passe para o golo de Harder. Viu o guarda-redes negar-lhe dois golos com boas defesas aos 35' e aos 74'. Pena ter falhado a emenda à boca da baliza, já no tempo extra: teria sido o 3-2.

 

Da estreia de Alexandre Brito. Médio defensivo, com apenas 19 anos, teve agora oportunidade de se mostrar na equipa principal: entrou aos 85', substituindo João Simões - ainda mais jovem do que ele. Esperemos que não fique por aqui.

 

Das palmas no fim do jogo. Impressionante manifestação de confiança dos adeptos na equipa, apesar de dois pontos terem ficado pelo caminho. Apoio é isto.

 

De continuarmos no comando. Temos o Benfica dois pontos atrás de nós e o FC Porto com menos oito. Faltam 12 jornadas para o fim.

O dia seguinte

Podia ter sido uma vitória heróica ao cair do pano. Harder, Gyökeres e Biel falharam oportunidades claras de golo, mas não deixou de ser um empate heróico na vontade e do querer dar a volta ao infortúnio e à inclinação do campo pela arbitragem APAF.

Começar um jogo contra uma equipa confiante, a atravessar o seu melhor momento na Liga, e ter dois jogadores lesionados, um deles na origem dum "peru" de todo o tamanho do guarda-redes recentemente contratado, não lembra ao diabo.

Mas foi o que aconteceu ontem em Alvalade. Harder entrou e logo empatou o jogo, mas todo o planeamento de Rui Borges tinha já ido por água abaixo. A equipa foi tentando reencontrar-se em pleno jogo, e quando o intervalo estava a chegar para proceder aos ajustamentos necessário, o VAR APAF inventou um penálti a partir do sacudir de um agarrão do Hulmand, em que o adversário emprestado pelo Benfica nem sequer estava a disputar a bola. Isto uma semana depois do agarrão de Gyökeres numa situação de 1x1 na área do Porto que não foi marcado com o pretexto do agarrão mútuo. Pedro Proença foi eleito, a comitiva APAF foi atrás com cargos para todos os gostos. O Apito Dourado foi há anos, agora temos outra coisa qualquer, se calhar o Apafito Avariado.

 

Na 2.ª parte entrámos com tudo. As oportunidades foram acontecendo, mas também a equipa foi ficando mais vulnerável atrás. Hjulmand cometeu uma falta que teve tanto de evitável como de duvidosa para amostragem de amarelo. 

E assim ficámos reduzidos a 10, em desvantagem no marcador, a meio da 2.ª parte, contra um adversário confortável a jogar no campo todo e com um capitão ex-Benfica. 

Uma equipa qualquer tinha deitado a toalha ao chão, mas o Sporting foi para cima do adversário, pela esquerda com Maxi e Quenda, pela direita com Fresneda e Trincão, Harder e Gyökeres a bascularem à vez, veio o golo do empate numa bela jogada colectiva Quenda-Harder-Trincão. E vieram três lances de golo iminente.

Pelo meio claro que também o Arouca teve ocasiões em contra-ataque para sentenciar a partida, mas Rui Silva redimiu-se daquele golo "dos apanhados".

 

Isto realmente está complicado. Nos jogos dos rivais é raro que os adversários terminem com 11, há sempre um deles que resolve optar pelo "suicídio assistido" algures na 2.ª parte. Nos nossos, somos nós que não terminamos depois de encenações canalhas dos adversários. 

Além disso obviamente que entrar em campo com jogadores que se lesionam na primeira vez que disputam uma bola não ajuda nada. Não sou Inácio para saber das razões, mas suspeito que tudo tem a ver com o planeamento da temporada, um plantel demasiado curto para as necessidades da época, e a contar que jogadores com histórico de lesões aguentassem sem recaídas. Não é agora nem foi no mercado de inverno que isso tenha ou tivesse fácil solução, a verdade é que ninguém pode prever quem se vai magoar a seguir.

Gostei imenso da atitude de todos, da dupla atacante Harder-Gyökeres e do flanco esquerdo Maxi-Quenda que deixou a pele em campo. Trincão continua a correr muitos kms por jogo, marcou um bom golo, temos de perdoar-lhe uma ou outra rotunda. Biel tem de pôr os olhos em Maxi, não é no ritmo de Itapuã que lá vai.

 

Melhor em campo? Harder. Um golo, uma assistência, que pena aquela bola enrolada que resolveu não entrar.

Arbitragem? Este também vai ser dirigente um dia destes, o comentadeiro APAF da Sport TV esvaiu-se em elogios. Já o João Simões deve estar com os tornozelos bem marcados em faltas não assinaladas. Gelo recomenda-se.

E agora?  Nós só queremos o Sporting campeão. A eliminatória da Champions infelizmente está resolvida. O jogo na Alemanha deverá servir para alargar o plantel, dando mais minutos aos que entraram hoje no final, e não para castigar os mais desgastados neste momento.

 

PS: Grande jogo do "nosso" Chico Lamba, estreado contra o Casa Pia em Alvalade há dois anos ppr Rúben Amorim. Já o tinha feito em Arouca, estava lá e vi, tal como estive ontem em Alvalade. Grande evolução do nosso ex-capitão da equipa B.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa vitória em AroucaRepetimos a marca do campeonato anterior: triunfo indiscutível por 3-0 num campo difícil e que em período invernoso costuma estar quase impraticável. Ainda bem que lá fomos ainda no Verão. Desta vez com uma diferença digna de registo face ao anterior desafio que lá disputámos: todos os golos foram no período regulamentar. Em 2023/2024 o segundo e o terceiro ocorreram já em tempo extra.

 

De Trincão. Está em grande forma, confirmando como foi acertada a decisão do seleccionador Roberto Martínez em convocá-lo para os dois mais recentes desafios da equipa das quinas e como foi um disparate tê-lo mantido no banco, impedindo-o de calçar. Homem do jogo, melhor em campo. Marcou o último golo (o melhor dos três), aos 80' - golaço que finalizou da melhor maneira uma brilhante jogada individual em que foi deixando quase toda a defesa arouquesa pelo caminho. Foi também ele a construir o primeiro golo, em lance de insistência, colocando-a à mercê de Pedro Gonçalves, que finalizou. Está em excelente forma.

 

De Pedro Gonçalves. Outro desempenho muito bom do nosso n.º 8, que voltou a confirmar os dotes como goleador (já marcou quatro). As 24' foi dele o primeiro, um raro golo de cabeça, sem necessidade de tirar os pés do chão, encaminhando-a bem ao seu jeito para o fundo das redes. É também ele a intervir, pelo Sporting, no lance em que foi assinalado penálti contra o Arouca, aos 67'. Fez bem Roberto Martínez em poupá-lo ao serviço da selecção: assim permite-lhe brilhar ainda mais no Sporting.

 

De Gyökeres. Voltou a facturar. Desta vez só marcou uma vez - o que já nos parece caso raro. E de penálti, o que começa a tornar-se frequente. Na marca da grande penalidade, não dá hipótese aos guardiões contrários. Voltou a acontecer, desta vez aos 73': foi o seu oitavo golo à quinta jornada. No momento em que escrevo estas linhas tem mais golos marcados, sozinho, do que qualquer outra equipa da Liga 2024/2025 excepto a do Sporting. Implacavelmente vigiado por dois "polícias" adversários, só à conta dele foram amarelados dois deles, Fontán (aos 60') e Loum (aos 90'+7).

 

De Daniel Bragança. Outra grande partida do nosso subcapitão, titular em vez de Morita, recém-regressado de uma viagem ao seu continente de origem por imperativo da selecção nipónica. Actuando como médio de construção ofensiva, sempre com notável precisão de passe e inegável inteligência na leitura do jogo, infiltrando-se entre linhas, é dos pés dele que sai a abertura para Trincão fixar o resultado. Esteve prestes a marcar, num forte remate rasteiro aos 43', que o guarda-redes Mantl desviou a custo para canto.

 

De Debast. Depois da desastrada estreia na Supertaça, tem vindo a exibir bons apontamentos, num crescendo de forma que justifica aplauso. Como central titular à direita, destacou-se na qualidade do passe, esticando o jogo e suscitando o ataque à profundidade. Aconteceu aos 4', 11', 17' e 90'+7: não pode ser coincidência. Tentou ele próprio o golo, aos 36'. Está confiante, o que se reflecte na exibição colectiva.

 

Da estreia de Maxi Araújo. Recém-chegado do Uruguai, o novo reforço leonino entrou só aos 78', substituindo Quenda, embora actuando na ala esquerda, movimentando-se de fora para dentro com bons apontamentos técnicos. Só precisa de se adaptar às subtilezas do futebol português, menos propício ao intenso contacto físico que é banal no seu país de origem.

 

Do regresso de Israel. Com Vladan lesionado, pelo menos durante três semanas, recuperou a titularidade entre os postes em estreia de Leão ao peito nesta época. Esteve atento e respondeu bem quando foi necessário, nomeadamente com duas defesas apertadas, aos 39' e aos 50'. O Sporting não perde consistência defensiva quando é ele, agora suposto número dois na hierarquia dos guarda-redes, a tomar conta da baliza.

 

Da importância deste triunfo. Graças à vitória em Arouca, reforçamos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quinta jornada. De momento com mais seis pontos do que o FCP e mais oito do que o Benfica, que esta noite estreia novo treinador (tipo filme de reprise, contratando quem antes havia despedido). Continuamos a evidenciar jogo colectivo próximo da perfeição. Com o pensamento fixo no bicampeonato que nos foge há 70 anos.

 

Da arbitragem. Nota positiva para João Pinheiro: não foi o papão que alguns temiam, deixou jogar com critério, penalizou com amarelos três do Arouca quando passaram das marcas e quebraram as regras e demonstrou que quando quer sabe mesmo arbitrar um jogo. Ficam dúvidas no lance do penálti, avalizado pelo vídeo-árbitro João Gonçalves: as imagens foram visualizadas durante cerca de três minutos, com opiniões divididas no estádio e fora dele, visto a bola ter ido ao braço de Fukui muito à queima-roupa. Mas merece, no mínimo, o benefício da dúvida. Embora, se tivesse sido contra nós, não faltassem vozes a gritar «fomos roubados».

 

Da "invasão verde" em Arouca. Havia muito mais adeptos do Sporting do que da equipa local, o que não surpreende. A puxarem pelas nossa cores do princípio ao fim.

 

Do nosso impressionante registo ofensivo. Dezanove golos marcados à quinta jornada - melhor só há 72 anos, no campeonato 1952/1953. Diferença brutal em relação às restantes equipas. No momento em que escrevo estas linhas, a segunda mais concretizadora é o Santa Clara, com apenas oito.

 

Do nosso terceiro jogo consecutivo sem sofrer golos. Depois do Farense-Sporting (0-5) e do Sporting-FC Porto (2-0). Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025. A incógnita já foi desfeita: nada a temer neste domínio.

 

De ver o Sporting marcar há 47 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De termos disputado 26 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 15 triunfos nas últimas 16 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

Desta sexta-feira, 13. Deu-nos sorte.

 

 

Não gostei

 

Do resultado ao intervalo. Vitória escassa, por 1-0, traduzindo mal o intenso domínio leonino em praticamente apenas 45 metros de relvado, correspondentes ao meio-campo do Arouca.

 

Daquele "autocarro" estacionado à nossa frente. Cada treinador adapta-se aos obstáculos que tem pela frente em função do plantel de que dispõe. Mas chega a ser confrangedor ver uma equipa do primeiro escalão do futebol profissional português remeter-se quase um jogo inteiro a formar muralha defensiva, com seis e às vezes até sete elementos, mantendo-se inofensiva no plano atacante.

 

De ver Chico Lamba jogar contra nós. Acontece quase em todos os jogos, defrontarmos profissionais formados na Academia de Alcochete: não há lugar para cada um deles no Sporting. Neste caso merece destaque porque Chico Lamba vestiu durante dez anos de verde e branco, foi presença regular na nossa equipa B, onde ostentou braçadeira de capitão, e chegou a actuar na equipa principal, convocado por Rúben Amorim. Teve ontem um desempenho esforçado, em estreia pelo Arouca. Que seja feliz por lá.

Um balanço de meia temporada (2) - Retaguarda de jovens

Para que seja viável um plantel curto na equipa principal é indispensável dispor duma retaguarda de jovens de grande potencial, capazes de substituir com sucesso os mais velhos em momentos de aperto e explodir de rendimento durante a temporada.

Ora, se na época passada essa retaguarda deixava muito a desejar. Bastava olhar para a falta de qualidade da equipa B. Esta época, com a dispensa de muitos, a promoção dos melhores juvenis e juniores e a contratação de alguns estrangeiros de grande qualidade, tudo é diferente. 

Mas a verdade é que nesta meia temporada nenhum dos jovens que entrou em campo na equipa principal, e estamos a falar de jogadores que se treinam regularmente nessa equipa embora jogando muitas vezes pela B, se fixou na mesma, antes foram aparições esporádicas e muitas vezes mal conseguidas.

 

Então como explicar isso?

Em primeiro lugar gostava de saber se os lançamentos na equipa A têm alguma coisa a ver com recompensas pela assinatura do contrato "de adulto", resistindo a promover quem ainda não o assinou por não ter a idade necessária ou resistir à assinatura. Porque é que o Chico Lamba, que nem é opção na B, foi lançado contra o Casa Pia ou o Mateus Fernandes contra o Tottenham?

Em segundo, não consigo entender porque é que a B joga num sistema táctico diferente da A. Só conseguiria entender se Amorim estivesse de saída do Sporting ou estiver nos seus planos voltar aos quatro defesas. 

 

O onze habitual da equipa B, que tem feito boa campanha na complicada 3.ª Liga e é a base da equipa que ficou em primeiro lugar no seu grupo na Youth League e também da selecção portuguesa de sub20, é o seguinte:

Callai; Travassos, Marsà (Gilberto), Alcantar (Veiga) e Nazinho (Marsà); Essugo (Veiga), Diogo Abreu e Mateus Fernandes; Fatawu, Rodrigo Ribeiro e A. Moreira (D. Cabral).

Então é fácil ver que nenhum dos jovens da B foi lançado na A na posição em que joga habitualmente. Então os casos de Marsà e Mateus Fernandes são flagrantes.

 

Falando de Mateus Fernandes, para mim é outro que, tal como Daniel Bragança, nunca será titular neste sistema táctico de Amorim. Se a equipa B jogasse nesse sistema, o onze titular teria provavelmente Essugo e Diogo Abreu no meio-campo, os mais parecidos que existem com Ugarte e Morita. E ainda lá está o Marco Cruz nos sub23. Claro que em 4-3-3 ou 3-5-2 já existe espaço para um médio ofensivo "levezinho" como os dois que referi.

Ainda sobre esta questão do 4-3-3 vs 3-4-3, as duas últimas contratações, Tanlongo e Sotiris, parecem "clones" do Palhinha e do Matheus Nunes, ajustam-se ao 3-4-3 que Amorim tem utilizado.

 

O caso de Fatawu também é curioso. Na pré-temporada foi testado a ala esquerdo e para mim estava ali de caras o titular. Mas não, voltou a jogar como extremo direito de pé trocado. Aí concorre com Trincão e Edwards pela titularidade, ou seja, não tem grandes hipóteses. Isso deveu-se a Amorim não lhe querer quebrar as rotinas da selecção para ele poder render o máximo no Catar?

Concluindo, por uma razão ou por outra a verdade é que a tal retaguarda de jovens não tem funcionado nada bem nesta meia-temporada, fico a aguardar a próxima Taça da Liga para rever este meu pensamento.

SL

Rescaldo do jogo de hoje

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Nuno Santos lidera os festejos após marcar um golaço aos 59'

(Foto: Manuel de Almeida / Lusa)

 

Gostei

 

Dos três pontos arrancados ao Casa Pia. Valeu a pena, em noite chuvosa, assistir a este jogo contra uma equipa que no início da partida estava à nossa frente na classificação. Equipa bem organizada e competente, que se encontra por mérito próprio numa posição muito confortável da Liga 2022/2023, o que só aumenta o mérito deste triunfo, por 3-1, em Alvalade.

 

De Morita. Melhora de jogo para jogo. Pedra angular do meio-campo leonino, o japonês vai-se assumindo como maestro da equipa naquela zona do terreno. Neste embate com o Casa Pia redobrou a influência por ter jogado uns metros mais à frente do que vinha sendo habitual. Pequena subtileza táctica que rendeu frutos. Esteve muito bem na recuperação, no passe, no apoio directo ao ataque. Hoje só lhe faltou o golo.

 

De Porro. Veloz e acutilante, foi sempre uma flecha apontada ao Casa Pia, dominando o corredor direito. Sobretudo na segunda parte, em que deu largas à sua capacidade ofensiva. Participação directa nos nossos dois golos de bola corrida: o primeiro num colocadíssimo remate em arco para defesa incompleta do guarda-redes, que possibilitou a recarga; o segundo ao fazer um magnífico passe cruzado que atravessou toda a largura do campo e funcionou como assistência.

 

De Nuno Santos. Merece ser considerado o melhor nesta partida. Revela-se agora um dos nossos jogadores mais consistentes. Aos 27 anos, entrou num ciclo de maturidade enquanto profissional do futebol, assumindo-se como líder da equipa. Nos minutos iniciais, incentivando as bancadas a puxarem pelo Sporting. E ao marcar o golaço que nos valeu os três pontos, logo correu para abraçar Rúben Amorim - talvez a imagem mais icónica deste jogo à chuva, demonstrando ânimo e união. Para contagiar os adeptos. O golo merece ser revisto, uma vez e outra.

 

De Paulinho. Funcionou como arma secreta do treinador, que o mandou saltar do banco aos 54'. Ouviu aplausos quando pisou a relva e correspondeu da melhor maneira, marcando o nosso primeiro golo apenas três minutos depois. À ponta-de-lança, de cabeça, numa recarga à queima-roupa muito oportuna. Ajudou a arrumar a frente ofensiva e a incutir-lhe consistência - tudo quanto Trincão fora incapaz de fazer antes dele.

 

Das estreias. Amorim tinha prometido apostar a partir de agora nos mais jovens e cumpriu: a renovação está em marcha. Com duas estreias absolutas no plantel principal em jogos do campeonato. A merecerem nota positiva: Chico Lamba (que fez a segunda parte, no lugar de Marsà) e Mateus Fernandes (substituindo Ugarte aos 78'). Além de Nazinho (que rendeu Porro aos 78'), em estreia na Liga 2022/2023. Que tenha sido o primeiro de muitos jogos deles de verde e branco no primeiro escalão.

 

Da reviravolta. Pela primeira vez nesta temporada, em que já disputámos 15 jogos, virámos um resultado negativo. Com uma segunda parte quase sem falhas, dominada por completo pelo Sporting, não deixando o adversário progredir nem conquistar espaço. Revelámos capacidade anímica, algo de que andávamos claramente carecidos.

 

Dos golos. Três, em apenas oito minutos, ditaram o resultado. O de Paulinho aos 57', o de Nuno Santos aos 59' e o de Pedro Gonçalves aos 65', convertendo uma grande penalidade por derrube de Edwards que o árbitro Helder Malheiro entendeu ter sido à margem da lei. Amorim, junto ao banco, nem quis olhar. Mas a bola entrou mesmo. 

 

Que tivéssemos subido ao quarto lugar. Continuamos a ver o Benfica nove pontos à nossa frente. Mas diminuímos a distância face ao FC Porto, derrotado pelos encarnados no Dragão. Agora o segundo classificado, o Braga, tem apenas mais três pontos que o Sporting. Aumenta a emoção nos lugares de perseguição ao líder do campeonato.

 

 

Não gostei

 

Das numerosas oportunidades de golo que falhámos. Registei estas: Edwards aos 5', Trincão aos 20' e 52', Pedro Gonçalves aos 33' e 49', Morita aos 40' e Nazinho aos 82'. Várias foram anuladas pela boa exibição do guarda-redes Ricardo Batista - que chegou a jogar no Sporting com Paulo Bento. Mas outras, mesmo à boca da baliza, foram puro desperdício.

 

De Trincão. Passou ao lado do jogo. Sem criar desequilíbrios, sem conseguir lances de ruptura, trapalhão no domínio da bola, inconsequente no momento do remate. Nada fez hoje para justificar a titularidade, excepto uma bola que mandou ao poste aos 52'. Bem substituído por Paulinho dois minutos depois.

 

Da saída de Marsà. O jovem catalão, novamente titular no eixo da defesa devido à prolongada lesão de Coates, já não regressou para a segunda parte. Espera-se que seja mero impedimento temporário, a ver se contamos com ele no próximo desafio, contra o Tottenham, em Londres. Já basta termos Neto, St. Juste e o capitão uruguaio fora de combate devido a problemas físicos.

 

Do 0-1 ao intervalo. O Casa Pia, num contra-ataque veloz, apanhou toda a nossa defesa desposicionada e meteu-a lá dentro aos 43', por Clayton, sem hipóteses de defesa para Adán. Um balde de água fria em Alvalade, que registava hoje pouco mais de meia casa: havia 26.679 espectadores. 

 

De mais um golo sofrido. Continuamos a somar jogos com a nossa baliza muito permeável: já vão sete seguidos. Treze golos encaixados em dez desafios da Liga 2022/2023.

 

Dos assobios à equipa no final da primeira parte. Não havia necessidade. É assim que estes adeptos imaginam conseguir moralizar os jogadores?

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  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D