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És a nossa Fé!

Vencer fora ainda sem convencer adeptos

Chaves, 2 - Sporting, 3

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Pedro Gonçalves marcou dois golos sem festejar nenhum: foi em Chaves que ele começou

Foto: Pedro Sarmento Costa / Lusa

 

Foi uma exibição acima da média e um resultado ao mesmo nível. Num estádio muito difícil, onde já tropeçámos noutras ocasiões, e frente a uma equipa que nos venceu em Alvalade na primeira volta.

Saímos de Chaves com três pontos. Apesar disso, este foi um jogo que não nos encantou. Pelos motivos do costume: houve vários golos desperdiçados e alguma displicência no plano defensivo que nos custou mais dois golos sofridos. Já são tantos, à 21.ª jornada, como em todo o campeonato anterior: 23. Prova evidente de que as coisas não andam bem neste Sporting 2022/2023.

 

Mesmo vencedores, por 2-3, não disfarçámos uma evidência: este plantel é desequilibrado. E mantém lacunas importantes, sobretudo no corredor central do meio-campo e na zona de finalização. Mas está longe de ser o nosso problema principal.

A inclusão de Trincão (após uma sucessão de exibições medíocres) e Paulinho (ultrapassando Chermiti, que marcou dois golos e assistiu num terceiro nas últimas três partidas) revela que Rúben Amorim não é só fiel ao seu modelo de jogo: tem também uma fixação em quem selecciona para o onze titular. Daí alguns jogadores aparecerem e desaparecerem das convocatórias, numa insólita placa giratória - entre eles, Dário, Fatawu e Mateus Fernandes. E outros terem lugar cativo seja qual for o seu desempenho em campo.

O nosso problema principal é hoje o modo como o treinador gere este plantel. Com vários jogadores fora das posições em que mais rendem e dois ou três favoritos sempre escalados para o onze, por pior que vão jogando.

Matheus Reis esteve ausente: poupado para o desafio de amanhã para a Liga Europa? Ficou por esclarecer. Morita, enfim recuperado, demorou uma hora a entrar. Pedro Gonçalves - neste seu regresso ao clube onde se iniciou para o futebol - começou o jogo novamente a meio-campo, cedendo protagonismo a Trincão lá na frente. E Chermiti teve de esperar 80 minutos para calçar: toda a prioridade voltou a ser de1 Paulinho.

 

Houve aspectos meritórios? Claro que sim.

Em primeiro lugar, o golo marcado cedo: raras vezes tem acontecido. Depois, registou-se a nossa segunda vitória consecutiva fora de Alvalade - algo até agora inédito neste campeonato. E há seis meses que não conseguíamos marcar três também em partidas desenroladas em campo adversário.

Destacou-se uma estreia absoluta a titular: Diomande cumpriu como central à direita. Bellerín vai ganhando consistência como substituto do compatriota Porro. E o regresso de Morita, retomando a sua interrompida parceria com Ugarte, funcionou bem, como já se previa.

 

Mas as lacunas persistem. Agravadas pela obstinação do treinador em não variar processos.

Outro pecado recorrente desta nossa equipa é baixar os braços com demasiada frequência, como se desistisse de lutar ou estivesse já satisfeita com o resultado antes do apito final. Isto originou o segundo golo do Chaves, sofrido aos 90'+6: quase toda a nossa defesa foi apanhada desprevenida, permitindo que Héctor se movimentasse à vontade.

Enfim, ganhámos à tangente numa partida em que ninguém de boa-fé pode acusar o árbitro de nos ter "roubado". Beneficiámos logo aos 8' de um penálti por alegado derrube de Paulinho que se tivesse sido assinalado ao contrário, em lance dentro da nossa área, levaria muitos adeptos a soltar gritos de indignação.

A par do Benfica, somos agora a equipa com mais penáltis favoráveis neste campeonato.

Mesmo assim, seguimos em quarto lugar. Por culpa própria e sem injustiça alguma.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Merece nota positiva por ter feito uma grande defesa, aos 28'. Permitiu o empate aos 34', traído por um ressalto no solo. Sem culpa no segundo golo, mesmo ao cair do pano.

Diomande - Estreia do jovem marfinense como titular, na posição mais à direita do trio de centrais. Não comprometeu. Pelo contrário, deu boas indicações. Parece mesmo ser reforço.

Coates - Será fadiga? O capitão parece algo lento de reflexos: teve dificuldades nos duelos com João Teixeira e Juninho, ultrapassado em velocidade. Menos influente do que é habitual.

Gonçalo Inácio - Actuou no lugar onde mais rende, como central à esquerda. Talvez por isso, foi desta vez o nosso defesa em melhor nível. Grande corte de carrinho aos 30'.

Bellerín - Não vale a pena querer fazer dele um novo Porro: são jogadores com características diferentes. Este espanhol mais fixado no plano defensivo, mas sem descurar o ataque.

Ugarte - Destacou-se, sem surpresa, na recuperação. Foi varrendo diversas tentativas de construção ofensiva do Chaves. Pena ter visto o amarelo (68') que o afasta do próximo jogo.

Pedro Gonçalves - Melhor em campo, com dois golos - um em cada parte (8' e 61'). O segundo foi espectacular. Derrubado dentro da área aos 83': devia ter sido ele a marcar o penálti.

Nuno Santos - Centrou muito e esteve sempre ligado à corrente, em contraste com Bellerín na ala oposta. Esteve quase a marcar (50'), ofereceu golo a Paulinho (55') e marcou mesmo (70').

Edwards - Jogador de inegável capacidade técnica, acima da média. Excelente passe a isolar Nuno Santos aos 50'. É ele a iniciar o segundo golo, num toque de classe, bem ao seu jeito.

Trincão - Falta-lhe atitude competitiva. Esteve bem num centro que Paulinho desperdiçou, mas transformou um possível remate enquadrado num inócuo passe ao guarda-redes (52').

Paulinho - Azar ou aselhice? A verdade é que falhou um golo isolado à boca da baliza e marcou dois em fora-de-jogo. Esteve melhor ao assistir Nuno Santos no terceiro golo.

Morita - Substituiu Trincão aos 60'. Com a vantagem imediata de fazer adiantar Pedro Gonçalves, um minuto antes do nosso segundo golo. Deu consistência ao meio-campo.

St. Juste - Em campo desde os 71'. Rendeu Diomande, sem brilhar nem arriscar incursões no plano ofensivo, mas também sem comprometer.

Arthur - Substituiu Edwards aos 71'. Encostado à ala direita, primou pela irrelevância. A vontade de mostrar serviço é notória, mas as exibições mais recentes não têm correspondido.

Chermiti - Entrou só aos 80', quando Amorim decidiu tirar Paulinho. Entrou com excesso de ansiedade. Falhou o golo, isolado, aos 82'. E permitiu a defesa no penálti que marcou (85').

Tanlongo - Rendeu Ugarte aos 80'. Bons apontamentos, confirmando ser bom de bola, mas entrou já numa fase de alguma descompressão, quando a equipa geria o resultado.

Rescaldo do jogo de ontem

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Pedro Gonçalves muito cumprimentado pelos colegas: o transmontano bisou em Chaves

Foto: Pedro Sarmento Costa / Lusa

 

Gostei

 

Da vitória em Trás-os-Montes. Missão cumprida: fomos a Chaves e vencemos. Por 2-3, quase replicando o resultado lá alcançado na deslocação anterior, há quatro anos. A segunda parte foi de inequívoco domínio leonino, exceptuando a falha defensiva que permitiu o segundo golo flaviense mesmo ao cair do pano.

 

Da desforra. Com este resultado vingámos a humilhante derrota em casa (0-2) frente à mesma equipa, em Alvalade, logo à quarta jornada desta Liga 2022/2023. 

 

Do bis de Pedro Gonçalves. Rúben Amorim, evidenciando uma casmurrice que começa a desafiar toda a lógica, insistiu em colocá-lo novamente no meio-campo em parceria com Ugarte, quando tinha Morita e Tanlongo no banco. Foi preciso o Chaves empatar - e o tempo começar a escoar-se sem reviravolta no marcador - para o técnico mandar entrar enfim o internacional japonês, por troca com o inútil Trincão, e fazer avançar o transmontano. Isto aos 60'. No minuto seguinte, num belo lance de futebol de ataque, Pedro Gonçalves marcou um golaço - o da reviravolta. Já aos 8' tinha mandado a bola para o fundo das redes, convertendo um penálti. Foi o homem do jogo, igualando João Mário, Gonçalo Ramos (Benfica) e Navarro (Gil Vicente) na lista dos melhores artilheiros do campeonato. É assim quando actua no sítio certo.

 

Da estreia de Diomande. Pela primeira vez como titular, actuando na posição de central do lado direito, o jovem marfinense, de apenas 19 anos, deu boa conta do recado: atento, concentrado, com poderio físico, disciplina táctica e leitura correcta do tempo de intervenção, foi competente no passe e não hesitou em transpor linhas envolvendo-se em lances ofensivos. Promissora estreia deste nosso reforço de Inverno.

 

Dos três golos marcados. Facto que merece ser assinalado pois há seis meses não nos sucedia isto: a última vez que tínhamos rematado com tamanho sucesso fora de casa, nesta Liga, havia sido na jornada inaugural, contra o Braga (3-3). Outro destaque: é a primeira vez, no campeonato em curso, que registamos dois triunfos seguidos como visitantes.

 

De termos sido desta vez os primeiros a marcar. A vencer desde o minuto 8, nunca deixámos a equipa adversária adiantar-se. Caso para sublinhar, sobretudo nos jogos fora de Alvalade, em que temos um saldo ligeiramente positivo (5 vitórias, 2 empates, 4 derrotas) e apresentamos igualdade entre golos marcados e sofridos (16-16, a partir de agora). 

 

Do centésimo jogo de Rúben Amorim na Liga 1. Foi este, agora cumprido, com uma vitória. Oxalá seja sinal de que a estrelinha do treinador leonino voltou a brilhar. Espero que ele contribua para isso, adaptando-se com maior eficácia às dificuldades que lhe surgem pela frente sem insistir sempre nos mesmos processos e nos mesmos protagonistas, até quando se torna evidente que é fundamental haver mudanças.

 

 

Não gostei

 

Do empate (1-1) que se registava ao intervalo. Aos 34', deixámos o Chaves empatar, num vistoso remate cruzado de João Teixeira em que Adán saiu mal na fotografia - ele que seis minutos antes tinha evitado um golo praticamente certo. Parecia um filme que já vimos em diversos desafios ao longo deste campeonato. Felizmente desta vez o desfecho foi diferente.

 

Do golo que sofremos ao cair do pano. Mesmo no último lance da partida, com a bola a deslocar-se a toda a largura da nossa defesa sem ninguém conseguir interceptá-la e Nuno Santos, apático, a falhar o duelo com Hector. Dava a impressão que naquele momento alguns dos nossos jogadores já estavam com os níveis de concentração próximos do zero, talvez a pensar no desafio de quinta-feira, na Dinamarca, para a Liga Europa.

 

De Trincão. Amorim insiste nele, fez até questão de o incluir entre os titulares, mas o ex-Braga voltou a demonstrar que está muito longe de merecer tal confiança. Outra partida em que passou ao lado, sem nada de relevante evidenciar: macio, sem objectividade, incapaz de causar desequilíbrios, facilmente anulado, com pouca resistência ao choque, ficou novamente aquém daquilo de que uma equipa com as aspirações do Sporting necessita. Pior: a sua inclusão no onze titular força Pedro Gonçalves a jogar onde menos rende. Saiu aos 60', por troca com Morita: no minuto seguinte desfizemos o empate. Não terá sido coincidência.

 

De Paulinho. Desta vez rematou, acertando na barra à queima-roupa (25'). E até marcou duas vezes, mas em qualquer dos casos estava fora-de-jogo. Custa entender como é que um avançado com a experiência dele é incapaz de medir o tempo de intervenção de modo a colocar-se atrás do defesa em fracções de segundo. É verdade que fez uma assistência - a segunda nesta Liga - para o nosso terceiro golo, apontado por Nuno Santos aos 70'. Mas não é menos certo que saiu, aos 80', mantendo-se em jejum prolongadíssimo, sem corresponder àquilo que os adeptos mais aguardam dele. Balanço à 21.ª jornada: apenas dois golos no campeonato. Segue em 56.º lugar na lista dos marcadores.

 

Do penálti falhado. Pedro Gonçalves já tinha marcado duas vezes: se marcasse o terceiro, isolava-se como goleador da Liga 2022/2023. Estranhamente, cedeu essa prerrogativa a Chermiti aos 85' - ou por decisão própria ou por imposição do treinador. O miúdo recém-entrado, chamado a converter, permitiu a defesa do guardião flaviense. Impõe-se a pergunta: há uma hierarquia na equipa para os marcadores de grandes penalidades ou estas coisas acontecem à vontade do freguês?

 

Do amarelo exibido a Ugarte. O combativo médio uruguaio viu o nono cartão desta época. Não poderemos contar com ele na partida 22 do campeonato, em que vamos receber o Estoril.

 

Da classificação. Quando faltam 13 jornadas para terminar a prova máxima do futebol, nada se alterou nos lugares da frente: todos os nossos competidores venceram. Continuamos, portanto, a ver o Benfica 15 pontos à nossa frente, o FC Porto com mais dez e o Braga com mais oito.

O dia seguinte

O onze com que o Sporting entrou em campo parecia uma resposta de Rúben Amorim e da equipa ao comentário de Abel Xavier uns dias antes na TV, onde dizia: "Os jogadores de peso do Sporting não têm correspondido." E assim entraram hoje em campo Adán, Coates, Nuno Santos, Trincão e Paulinho, que esta época têm deixado a desejar em termos dos deslizes que cometem em campo e da influência ou liderança que demonstram no seio da equipa.

Por outro lado, mais uma vez, Amorim teimou em Pedro Gonçalves a 8, e se ainda o tivemos a médio nos início da partida, com um amarelo escusado por uma entrada por detrás já depois de termos ficado em vantagem no marcador, ficámos sem ele, passámos a jogar quase em 3-3-4. Com isso o Chaves subiu no terreno, conseguiu lances perigosos e marcou um golo consentido por Adán, depois duma enorme defesa do nosso guarda-redes num lance em que Coates foi facilmente batido.

Já tinha falado dos deslizes de Adán e Coates nesta época?

 

A segunda parte foi toda nossa. O Chaves encostou atrás e Pedro Gonçalves pôde fazer o que faz melhor, marcou o segundo golo e sofreu um penálti. Que devia ter convertido, porque o que fez em Alvalade devia ter repetido em Chaves. Teria sido talvez um "hat trick" que o valorizava e valorizava o Sporting. Obviamente nada contra Chermiti, como nada haveria contra Esgaio se tivesse falhado em Alvalade, mas são coisas que não fazem nenhum sentido em alta competição profissional.

O jogo não acabou sem que o Chaves tivesse chegado ao 3-2 num brinde do Nuno Santos, que ainda estava a comemorar o golo marcado.

 

Paulinho merece um parágrafo só para ele. Cavou o primeiro penálti, claríssimo para os critérios utilizados no futebol português, acertou na barra a 3 metros da baliza num centro de Nuno Santos, viu dois golos anulados por foras de jogo estúpidos, onde teve mais que tempo para procurar o alinhamento correcto, e assistiu para o terceiro golo num lance que esteve quase a invalidar pelos mesmos motivos.

Se fosse a Amorim, trocava o treino do campo por um quadro e um giz, e obrigava-o a escrever 1000 vezes qualquer coisa como: "Quando estou à frente do último defesa e me passam a bola anulam-me a jogada por fora de jogo." Assim, para mim de potencial melhor jogador em campo, passou para potencial maior... em campo.

Melhor jogador, apesar do que não fez no meio-campo, foi isso sim o rapaz ali de perto, o Pedro Gonçalves. Que não tem culpa que o coloquem ali, e que não devia ter prescindido de bater o penálti.

Diomande esteve muito bem mesmo, e a jogar assim o lado direito da defesa entre ele e St.Juste está assegurado, o que permite que Gonçalo Inácio volte à sua posição natural, e consequentemente que Matheus Reis seja um sério candidato a ala esquerdo. Uma bela aquisição que vem resolver muita coisa no plantel.

O árbitro esteve muito bem, deixou jogar e apitou o que viu e o VAR respeitou como devia a opinião dele.

 

E assim o Sporting ganhou em Chaves, com a equipa com quem perdemos em Alvalade na 1.ª volta, num estádio que não deixa boas recordações. Foi lá, no balneário, na ausência do treinador castigado Jorge Jesus, que o ex-presidente começou a cavar o seu triste fim em 17/1/2017 em guerra aberta com os capitães Rui Patrício e William Carvalho, logo depois de termos sido eliminados da Taça e dias depois de termos consentido o empate nos ultimos minutos para a Liga. Foi lá também que empatámos por 2-2, em Janeiro de 1999, o jogo da "grande azia" do Jorge Coroado. Quem quiser ir ao passado e fazer as contas vai descobrir que é um dos estádios deste país mais ingratos para o Sporting.

Assim também o Sporting consegue nesta segunda volta mais 5 pontos do que na primeira com os mesmos adversários. É por aqui que temos de prosseguir se queremos chegar aos lugares que conduzem à Champions. Na prática, vencer os jogos que faltam.

E agora? Agora é ir na quinta-feira ganhar à Dinamarca, com toda a confiança em Rúben Amorim.

Apesar da análise do Abel Xavier, apesar de continuarmos a ter uma falha grave no plantel que salta à vista de todos.

 

PS: Quantas vezes é que desta vez passaram a bola ao Adán?

SL

Prognósticos antes do jogo

Jornada 21: jogamos mais logo, em Chaves, a partir das 19 horas. Entre os convocados por Rúben Amorim, duas novidades: Morita, já recuperado da lesão, e o jovem Diego Callai, habitual guarda-redes da equipa B e uma das promessas da nossa Academia.

Recordo que o desafio da primeira volta terminou muito mal para nós: a equipa transmontana veio vencer-nos por 2-0. Na altura qualifiquei essa derrota em casa de «abalo sísmico», pelo precedente que inaugurava na temporada. Infelizmente, não me enganei.

Na nossa última deslocação a Chaves, já há quatro anos, arrancámos um triunfo difícil,  com golos de Luiz Phellype (2) e Bruno Fernandes.

E agora, como será? Aguardo os vossos prognósticos.

Teorias das relatividades

Na vida tudo é relativo e com o resultado do Porto a nossa derrota com o Chaves tornou-se bastante menos má.

Num caso e noutro, houve claro desrespeito de SCP e de FCP para com os adversários e mesmo horas, dias depois, vi muito pouco mérito a ser reconhecido a Rio Ave e ao Chaves.

Aliás, é pena é que haja poucos destes resultados.

Se houvesse mais jogos destes, em que o clube mais fraco e mais pobre se impõe sem espinhas, talvez as nossas equipas conseguissem ser mais competitivas lá fora, menos perdulárias, menos dadas a individualismos e erros evitáveis.  

O que se viu nos nossos jogadores - e depois nos do Porto - , foi um misto de incredulidade e sensação de chatice porque agora tinham de correr atrás de um resultado positivo que acabou por não aparecer.

Não me parece que num caso e no outro, sejam precisos reforços de 15 milhões. Porque se forem precisos reforços de 15 ou 20 milhões para ganhar a Chaves e ao Rio Ave, então há aqui qualquer coisa que não faz sentido nenhum… Reforços de 15 ou 20 milhões são para ganhar a Porto/Benfica/Sporting e Braga e assim chegar à Champions, não são para vencer clubes ditos pequenos.

Mas também se digam estas duas coisas:

- os clubes pequenos tiveram a ‘sorte’ do jogo (o Porto falhou um penalti e podia ter empatado no tempo de compensação; o primeiro golo do Chaves é quase um acaso, pela trajetória da bola). Não há mérito em ter sorte, mas também não há demérito.

- os clubes pequenos não aguentam este tipo de compromisso nos jogos do seu próprio campeonato. No inconsciente dos seus jogadores e treinadores está a clareza de saberem que lhes darão muitíssimo mais atenção quando competem com um grande do que nos jogos com clubes de valor análogo.

Para chegar onde? A isto: Braga e Benfica haverão de ter também os seus dias em que tudo corre mal e tudo corre bem aos seus oponentes.

Decepcionados, irritados, inconformados

Sporting, 0 - Chaves, 2


Pela primeira vez, fomos derrotados no nosso estádio pelo modesto Chaves, recém-promovido à Liga 1 após estar quatro anos fora do maior escalão do futebol português.

Dois golos sofridos em três minutos, aos 60' e aos 63', ditaram este resultado, testemunhado por mais de 31 mil espectadores no Estádio José Alvalade. E geraram enorme frustração: foi a segunda derrota consecutiva, foi o nosso segundo jogo sem marcar, já levamos oito golos sofridos em quatro jornadas - quase metade (17) do registado em toda a época anterior.

A defesa esteve de novo irreconhecível. O meio-campo foi inoperante. A linha avançada voltou a ressentir-se da ausência de um jogador de referência vocacionado para aproveitar os sucessivos centros, interceptados pela defesa adversária por absoluta incapacidade leonina no jogo aéreo. A equipa produziu 47 cruzamentos, todos infrutíferos.

Descalabro exibicional. Que parece consequência de uma séria quebra anímica.

 

O mais inexplicável é que esta tremideira tem vindo a afectar sobretudo aqueles que já cá estavam, não tanto os que vieram. No sector defensivo, designadamente aquele quarteto inicial que anteontem começou o jogo: Antonio Adán, Gonçalo Inácio, Sebastián Coates e Luís Neto. Todos campeões nacionais em 2021.

A defesa naufragou em Braga, naufragou no Dragão e naufragou agora em Alvalade.

Anda a precisar de nadador-salvador. Ou de um terapeuta emocional.

 

Rúben Amorim pareceu perdido desde o momento em que escalou o onze para este jogo. Deixando no banco St. Juste, o mais caro defesa contratado desde sempre pelo Sporting. Morita, outro reforço, manteve-se também no banco.

Que mais?

Colocou Edwards como avançado-centro sem que o inglês reúna características que o favoreçam nessa posição.

Deu ordem a Pedro Gonçalves - o nosso maior goleador - para recuar no terreno, fixando-o como médio de transição no corredor central. 

Equívocos atrás de equívocos. Com reflexos na leitura do jogo e nas próprias substituições, que não produziram efeito.

Depois foi sempre a derrapar. Até chegar ao ponto de mandar avançar Coates para ponta-de-lança improvisado na meia hora final.

Não admira, neste contexto, que os jogadores derrapassem também.

 

Eis a verdade, cada vez mais indesmentível: o plantel é curto. Perdemos Palhinha, Sarabia, Tabata e Matheus Nunes.

Faltam-nos dois jogadores de qualidade. Um médio posicional, com domínio no jogo aéreo e capacidade de choque, que funcione como primeiro tampão defensivo. E um matador lá na frente, com vocação clara para o golo.

Nenhum dos reforços que chegaram este Verão (Trincão, Rochinha, Morita...) tem estas características.

 

Continuo a considerar também que nos falta um guarda-redes que possa ser de facto substituto e sucessor de Adán a qualquer momento. Basta um castigo, basta uma lesão, para ficarmos com esse lugar desguarnecido. Fazer sentar Israel e André Paulo no banco, em simultâneo, não disfarça esta lacuna.

E a verdade é que também estamos curtos de centrais. Nesta noite de sábado, realmente para esquecer, Gonçalo Inácio fez três(!) posições na defesa, algo impensável numa equipa com os pergaminhos e a ambição do Sporting.

 

Foi um jogo que irritou profundamente a massa adepta.

À hora da despedida, escutou-se uma sonora vaia em Alvalade. Dos adeptos decepcionados, irritados, inconformados com esta derrota.

Injusto para quem já tantas alegrias nos deu? Admito que sim. Mas é a democracia clubística a funcionar no estádio. E um direito inalienável de quem paga bilhete para assistir aos jogos. 

Que o façam no fim, se for o caso, e não no meio das partidas - é o apelo que aqui deixo. 

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Noite infeliz, com responsabilidade no primeiro golo, por deficiente colocação entre os postes, e num lance de que poderia ter resultado o terceiro do Chaves.

Neto - Titular durante a primeira parte, em que foi somando passes errados, jogando com incompreensível nervosismo, sem fazer render a experiência. Saiu ao intervalo.

Coates - Incapaz de fazer sair a bola com qualidade no início das acções ofensivas. Passou a meia-hora final plantado sem préstimo na grande área do Chaves.

Gonçalo Inácio - Talvez a sua pior exibição de sempre na equipa principal. Quase tudo lhe saiu mal - no passe, nas dobras e nos duelos individuais.

Esgaio - Entrou como titular, com Porro a cumprir castigo. Incapaz de acrescentar qualidade no passe lá na frente e sem exibir segurança defensiva.

Ugarte - Canalizou parte do jogo ofensivo na primeira parte. Amarelado num lance em que podia ter visto vermelho, aos 45'+3, saiu para evitar expulsão.

Pedro Gonçalves - Amorim errou ao colocá-lo atrás do tridente ofensivo, mais longe da baliza. Mesmo assim, o remate mais perigoso foi dele: aos 13', atirando ao poste.

Nuno Santos - Desta vez foi titular. Inconformado, jogando mais com o coração do que com a cabeça, centrou muito mas sempre sem perigo. Esforço inglório.

Trincão - Exibição insuficiente. Demonstra boa técnica, mas faltou-lhe intensidade. Nunca foi capaz de fazer a diferença nas diagonais da linha para o centro.

Rochinha - Estreia infeliz como titular. Tentou o golo aos 14', 38', 44' e 45'+3, mas sem conseguir desfazer o nulo. Foi-se apagando, com o conjunto da equipa.

Edwards - Numa equipa sem ponta-de-lança, tentou aproximar-se desta posição. Mas rende mais como interior direito. Activo nos 45' iniciais, apagou-se no segundo tempo 

Matheus Reis - Fez todo o segundo tempo, como central à esquerda, rendendo Neto com Gonçalo a transitar para a direita. Tentou desequilíbrios ofensivos, sem sucesso.

Morita - Fora do onze titular, entrou só aos 60', substituindo Ugarte. Os dois golos surgiram logo a seguir. O japonês, sem culpa nos lances, entrou no pior momento.

St. Juste - Chegou ao Sporting para ser titular da defesa, mas tarda em afirmar-se. Entrou por troca com Esgaio só aos 65'. Continua sem demonstrar ser reforço.

Rodrigo. Foi a última cartada do técnico, entrando aos 74', com Rochinha a sair. Teve ainda tempo para tentar o golo, aos 89', num pormenor de grande classe.

O dia seguinte

O Sporting teve ontem talvez o pior desempenho da era Amorim. Foi o regresso a um filme muito gasto que vimos anos a fio neste Alvalade e no outro, com o adversário nas cordas à beira do “knockout” conseguir perder completamente o controlo do jogo, encaixar duas “batatas” sem saber ler nem escrever e acabar o jogo num desconchavo total.

Mas as nuvens negras há muito pairavam no horizonte. A falta de soluções no plantel, a falta de kgs e cms no eixo central, a falta duma referência na área contrária, tudo isso foi fundamental no desfecho do jogo de ontem.

Quando cheguei a Alvalade e me dei conta do onze inicial logo torci o nariz a tantas alterações e questionei os mais próximos sobre se aquilo iria resultar. Se a de Porro por Esgaio era obrigatória, a de Matheus Reis por Nuno Santos sem a tal referência na área contrária levantava dúvidas, e o recuo de Pedro Gonçalves transformava o tal plano B num plano B+ qualquer nunca antes visto. Na prática eram 4 avançados no onze, um nas costas dos outros 3, com Ugarte sozinho na luta do meio-campo. E olhando para os suplentes via 2 guarda-redes (!), 4 putos, e apenas Morita e St.Juste a dar garantias de experiência e competência.

Mesmo assim, na 1.ª parte tudo parecia correr bem, o Sporting abafava o adversário que não conseguia sair a jogar, os quatro avançados entravam na defesa do Chaves como faca em manteiga quente, e só a falta de sorte de uns (Pedro Gonçalves e Inácio) e a inépcia de outros (Rochinha e Trincão) impedia que o Sporting chegasse ao intervalo com uma vantagem confortável.

 

Para o 2.º tempo esperava-se que o Sporting mantivesse a consistência defensiva e, sabendo que Ugarte tinha sido injustamente amarelado, reforçasse o meio-campo com Morita devolvendo Pedro Gonçalves à sua posição habitual. Mais tarde ou mais cedo a bola iria entrar na baliza do Chaves e acabávamos com o 1-0 do costume.

Amorim fez o contrário.

Com a troca de Neto por Matheus Reis e um Chaves muito mais assertivo na 2.ª parte, o Sporting perdeu toda a consistência defensiva que vinha exibindo, defesa e ala foram-se atrapalhando um ao outro dos dois lados do campo, primeiro surgiu um aviso sério que Adán milagrosamente defendeu, depois um cabeceamento inacreditável sem oposição (era o Trincão que lá estava mais uma vez?) do “canadiano” Vitória e mais um golo caricato em que Inácio tem uma paragem cerebral. Este, já depois da saída do garante de equilíbrio defensivo da equipa, Ugarte. Com essa substituição veio mesmo o descalabro completo da equipa. Depois foi sempre de mal a pior, com um Coates plantado no meio dos defensores contrários, e Rodrigo Ribeiro e St. Juste atirados para a fogueira sem argumentos para acrescentar seja o que for.

Enfim, não vale a pena dizer mais nada para não dizer asneiras.

 

E agora?

Bom, agora eu se fosse o presidente reunia-me com Amorim para tratar da renovação do contrato e acordar com ele o reforço imediato da equipa, a começar no ponta de lança, e o alinhamento da política de comunicação do futebol do Sporting, a começar também por nem mais uma palavra sobre Slimani ou sobre finanças e orçamentos.

Apenas com estabilidade e confiança vamos ter sucesso. Todos sabemos o que se passou com Keizer e de certeza que não queremos voltar ao mesmo.

Acho que é simples a solução. Agora é fazer.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Não gostei

 

Do naufrágio em Alvalade. Derrota pesada e humilhante em nossa casa perante uma equipa que há quatro épocas estava ausente do principal escalão do futebol português. O Chaves veio bater-nos por 0-2 - resultado que confirma a nossa péssima entrada em cena na Liga 2022/2023.

 

Do onze escalado pelo treinador. Trocar Matheus Reis por Nuno Santos é questionável, mas teria lógica num jogo em que passaríamos quase todo o tempo ao ataque. Abdicar de Morita, que parece o melhor reforço desta época, suscitava dúvidas. Entrar com Neto e Esgaio à direita levantava interrogações. Incluir Rochinha pela primeira vez entre os titulares, fazendo recuar Pedro Gonçalves, gerava apreensão. Foram escolhas infelizes. O jogo começou a ser perdido aí.

 

De Adán. Segunda noite péssima do nosso guarda-redes, que está irreconhecível. Parece preso de movimentos e com reflexos lentos, ainda afectado pela recente lesão sofrida. Tem responsabilidade no primeiro golo, em que está mal posicionado, e saiu de forma disparatada da baliza aos 90', chocando com Gonçalo Inácio, num lance em que o Chaves esteve muito perto de marcar o terceiro. Mais preocupante ainda: o espanhol não tem verdadeiro substituto. Apesar de ontem se terem sentado dois outros guarda-redes no banco de suplentes. Apetece perguntar porquê.

 

De Gonçalo Inácio. Outra partida calamitosa do nosso jovem central, que foi um dos responsáveis pelo descalabro defensivo. Falha a marcação no primeiro golo (60'), é totalmente ultrapassado no segundo (63') e ficou nas covas no lance que poderia ter ditado o terceiro. Uma noite para esquecer. O facto de Rúben Amorim ter apostado nele para fazer três posições diferentes (começou como central à esquerda, passou para central à direita e acabou a substituir Coates no eixo defensivo) não ajudou nada.

 

Desta preocupante defesa leonina. Dois golos sofridos em três minutos - o primeiro na marcação de um livre com Steven Vitória a saltar sem oposição, o segundo com Juninho perante a baliza escancarada após colapso de todo o nosso corredor direito. Mais dois. Cinco nestas duas últimas jornadas. Oito, desde o início do campeonato, em apenas quatro jogos. Todos os sinais de alarme devem acender-se em Alvalade.

 

Da nossa saída com "bola controlada". Passámos grande parte do desafio a usar os mesmos processos que todas as equipas adversárias já conhecem de cor e anulam com facilidade. Saída lenta e mastigada do guarda-redes para o central, deste para o lateral com o lateral a devolver ao colega do centro e este a remetê-la de novo ao guarda-redes. Tudo lento, denunciado, sem chama nem audácia. E aparentemente sem plano B, excepto charutada lá para diante, onde não há ninguém capaz de conquistar uma bola no chamado jogo aéreo. 

 

Das substituições. Ao contrário do que é costume, e também pelo segundo jogo consecutivo, Amorim foi infeliz nas trocas de jogadores. Só fez quatro, em cinco possíveis, e metade delas destinaram-se a corrigir erros na escolha do onze titular. Trocando Neto por Matheus Reis ao intervalo, o que obrigou a linha de centrais a recompor-se, e fazendo enfim entrar St. Juste (por troca com Esgaio) aos 65'. Quanto mais mexia, mais estragava. Tal como sucedeu há uma semana no Dragão.

 

Das oportunidades falhadas. Novo festival de "quase golos" que quase nos garantiam a vitória e os consequentes três pontos. Anotei estes - falhados ou por imperícia dos nossos atacantes ou por grandes defesas do guardião do Chaves: Nuno Santos aos 4'; Rochinha aos 14'; Pedro Gonçalves aos 19', Rochinha aos 38'; Gonçalo Inácio aos 40'; Trincão aos 43'; Rochinha aos 44' e aos 45'+3; Edwards aos 54'; Rodrigo aos 89'. Além de uma bola ao poste, disparada por Pedro Gonçalves - o "suspeito" do costume.

 

De ver Coates como "ponta-de-lança" improvisado. Já com 0-2, Amorim deu-lhe ordem para avançar na área e fixar-se lá na meia hora final, aguardando quase em desespero que lhe fossem despejadas bolas para o capitão se impor no jogo aéreo. A mesma péssima solução que nos fez perder pontos em Braga e Ponta Delgada na época anterior. Desta vez não houve "estrelinha": a defesa ficou ainda mais baralhada sem ganharmos nada com a troca. Quando a primeira opção natural como alternativa, Rodrigo Ribeiro, tardou a entrar em jogo.

 

Da falta de confiança. Evidente na equipa, desde os instantes iniciais. O que suscita legítimas dúvidas sobre a saúde anímica do balneário leonino, somadas às que já existem sobre sucessivas lesões nos treinos. 

 

Dos pontos perdidos. Em quatro jornadas, que valeriam 12, já vimos fugir oito pontos. Quando nas 34 da época anterior só perdemos 17. Seguimos num impensável 13.º lugar na tabela classificativa. Com mais golos sofridos (8) do que marcados (6). Se não é um cenário de catástrofe, imita muito bem.

 

 

Gostei

 

Do Chaves. Equipa bem organizada, bem orientada, com boa dinâmica. Apoiada por uma pequena legião de adeptos que não cessou de incentivar os seus jogadores no estádio. Marcaram dois golos, em três minutos, e estiveram quase a marcar um terceiro. Mereceram a vitória, sobretudo pelo que fizeram no segundo tempo perante um Sporting de rastos.

 

Do relvado. Após anos de reclamações contra a relva, já ninguém pode queixar-se disto. Alvalade apresenta um dos melhores "tapetes" da Liga portuguesa.

 

De Rodrigo Ribeiro. Para quê enviar Coates para a grande área do Chaves, onde esteve meia hora plantado como pinheiro, se tínhamos um avançado-centro no banco? De erro em erro, este foi mais um cometido pelo treinador. Que se lembrou enfim de Rodrigo, fazendo-o calçar aos 74'. A verdade é que a nossa maior oportunidade na segunda parte veio dele, aos 89': remate com selo de golo, só travado por grande intervenção de Paulo Vítor entre os postes.

 

De Pedro Gonçalves. O menos mau dos nossos. Esteve quase a marcar num remate rasteiro, logo aos 13', mas a bola foi embater no poste. Voltou a cheirar o golo aos 19', só sendo travado pelo guarda-redes flaviense, Paulo Vítor. É um enorme desperdício vê-lo jogar em posições mais recuadas, como se fosse um "novo Matheus Nunes" - o que manifestamente não é. Assim perdemos o Pedro goleador, que tanto jeito nos fez e tanta falta nos faz. Outro erro de Amorim que deve ser corrigido sem demora.

Estranhos fenómenos

Ao intervalo estava tudo tranquilo. Os 3+1 da frente criavam o vendaval que deles se esperava, deixando a cabeça dos defesas em água, e era só calibrar um pouco mais os remates que o golo haveria de aparecer. Só uma questão se mostrava intrigante, a defesa, estes mesmos jogadores que nos últimos dois anos saíam a jogar de pé para pé com toda a eficácia, pareciam inquietos e confusos; Neto estava em noite não e o próprio Coates alivia umas biqueiras sem nexo. Devido a tão estranho fenómeno tantas vezes o jogo não chegava onde devia. Mas o esclarecido Amorim substituiu Neto por M. Reis e tudo se resolveria como de costume.

Mas não.

Num lance de bola parada de manual sofre-se um golo tirado a papel químico do segundo em Braga. Depois de ver em casa a repetição repara-se que o central de marcação nem salta, até se encolhe! 3' depois o mesmo central, muito mal posicionado, rodopia para o lado contrário e abre uma avenida ao extremo do Chaves que cavalgou até à baliza. 

O que a seguir se passou nunca tinha acontecido desde que Amorim é treinador do Sporting, uma equipa totalmente desorientada, sem discernimento, a insistir no erro, que é que o que faz quem não sabe o que fazer.

Isto não tem nada a ver com tácticas ou equipa mal montada, ou falta de jogadores. É qualquer outra coisa da ordem do anímico. O que se passará?

Abalo sísmico

O Sporting saiu ontem derrotado, do seu estádio, por 0-2. Contra o Chaves, recém-regressado à Primeira Liga.

Foi, de longe, o pior jogo da era Amorim para o campeonato nacional de futebol. Capaz de produzir o efeito de um abalo sísmico, quando já perdemos oito dos primeiros 12 pontos em disputa nesta Liga 2022/2023, com apenas quatro jornadas decorridas. Oxalá me engane.

Onze Messis despenteados

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Um pouco abaixo, Luís Lisboa afirma isto:

- Nunca vi uma equipa com onze Messis.

Se recordarmos os jogadores portugueses que entraram em campo no dia 18 de Abril de 1993, tínhamos um punhado de meias-lecas em todas as posições do campo.

Bobby Robson, decidia a equipa, Manuel Fernandes fazia o planeamento técnico e táctico, administrava os treinos, também, andava por ali um professor de ginástica/tradutor que resolvia alguns problemas de comunicação entre os dois treinadores. 

Cadete, Capucho, Cherbakov e Companhia 5; Chaves 0.

É dia de jogo

O Sporting vai jogar, e eu vou lá estar, louco da cabeça...

Sempre muito complicados estes jogos em cima do fecho do mercado, este ainda mais porque surge depois duma derrota pesada contra um rival. Sempre aparece um jogador adversário a fazer a exibição da vida dele antes de partir rumo a novos desafios.

E o Chaves, que neste momento vai com os mesmos pontos e o mesmo saldo de golos no campeonato, também não deixa grandes recordações, especialmente na época 16/17 com aquele empate em Chaves em Janeiro com um golo do Fábio Martins ao cair do pano, a "visita" do ex-presidente ao balneário com o treinador Jorge Jesus castigado em parte incerta, a gritaria que se ouvia cá fora, etc, e dias depois a eliminação para a Taça no mesmo estádio com outro golo ao cair do pano, agora do Ponk. Se calhar muito do que se passou no ano seguinte teve origem nessa dupla visita ao estádio do Chaves.

 

Mas importa deitar o mau olhado para trás das costas, e a equipa focar-se naquilo que sabe fazer e bem. Sem Porro, Paulinho e Jovane, a única duvida no onze titular será entre St.Juste e Nuno Santos, mas imagino que a opção recaia sobre o primeiro para pôr em campo o melhor onze do tal plano B, o do ataque móvel, a que eu chamava o dos três baixinhos, mas o Trincão já não é tão baixinho assim, uns bons cms mais que o Sarabia.

Para que o ataque móvel funcione é preciso que haja... mobilidade. Isso quer dizer uma troca constante de posições e movimentos cruzados entre os três atacantes, de forma a que os defensores contrários nunca percebam bem quem marcar.

Pois é isso que espero que aconteça: segurança defensiva, dois alas que passem rasteiro para a área em vez de centrar por alto, um Morita muito assertivo no passe em profundidade, um trio atacante muito móvel e sem cerimónias no remate, e Ugarte a segurar as pontas todas.

Assim o Sporting irá ganhar. Naturalmente.

 

PS: Este é um blogue de comentários moderados pelos autores de acordo com a sensibilidade de cada um. No que me diz respeito, e por muita boa vontade que tenha tido anteriormente, comentários de "trolls", anónimos ou não, seguem directamente para o lixo. 

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SL

Mota à mão, Chaves no chão

Gosto de pensar cada palavra que escrevo.

(gostava que os alguns comentadores, fizessem o mesmo, pensassem antes de teclarem e assinarem, assumirem aquilo que escrevem, sejam pessoas, pá! deixem-se de anonimices).

Vamos ao título do "post";  Mota à mão.

Chaves no chão, infelizmente, o Chaves era merecedor de continuar, José Mota não conseguiu ser merecedor.

Tenho grandes amigos em Trás-os-Montes, apesar das modernices rodoviárias, adoro conduzir pelos itinerários antigos, tudo o que vale a pena, implica sacrifício (no pain, no gain), "fazer" as curvas do Marão e, finalmente, chegar.

Saber-me "de fora" mas bem recebido, para cá do Marão, mandam os que cá estão, e é verdade.

Os transmontanos, são portugueses, também, mas primeiro são de Trás-os-Montes, orgulhosamente.

Pró ano é que é!

Basta apostar no treinador certo, às vezes, muitas vezes é melhor ir a pé, caminhar, de Mota, podemo-nos despistar.

(Daniel Ramos= 7 pontos; Tiago Fernandes (o dobro) = 14 pontos [foi despedido] veio José Mota, prometeu que ia conquistar 27 pontos, fez 11 e atirou com o Chaves para a segunda divisão [ou lá como é que se chama agora])

O melhor prognóstico

A vitória foi bastante mais difícil do que o resultado indicia, mas soube muito bem, até por isso. Rgiesto também com agrado que houve três palpites certeiros nesta jornada de prognósticos. Com o 3-1 (triunfo do Sporting em Chaves) a ser antecipado pelo Ricardo Roque, meu colega de blogue, e pelos leitores Ambrósio Geraldes e Jorge Matos.

Acontece que o Ricardo, além do resultado, acertou também no nome dos marcadores de dois dos golos: Bruno Fernandes e Luiz Phellype, faltando-lhe apenas pôr o brasileiro a bisar (em vez de Bruno, que desta vez só marcou um).

O vencedor desta ronda é portanto ele, o Ricardo Roque.

Ganhámos... mas não gostei!

O jogo acabou por nos ser favorável. Valeu o resultado. De resto... mais do mesmo. Futebol sem fio de jogo, sem ligação entre setores, abusando daquela lentidão confrangedora, jogadores desmotivados (foi essa a leitura que tive), tirando uma ou outra exceção, jogando quase toda a segunda parte contra dez e nem assim conseguimos impor velocidade e arrumar o jogo definitivamente. Sofrer, e mais sofrer, e por fim o habitual, aquele que faz a diferença... Do treinador, já não sei que diga. Só posso dizer uma coisa. A mim, já não me traz qualquer motivação e não consigo acreditar que nos possa trazer algo de diferente para melhor. Parece-me que vai ser sempre assim... faço votos que me engane.

{ Blogue fundado em 2012. }

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