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És a nossa Fé!

Os calimeros tripeiros

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Os andrades roem-se de inveja. Eles bem gostariam de ter o nosso treinador lá no banco deles, sentado ao lado do Inenarrável Gonçalves.

Com Rúben Amorim no Dragão nunca o FC Porto estaria como está agora, atravessando a pior época deste século. Aliás, pior época dos últimos 42 anos - de toda a era do Idoso Jacaré*. A tal ponto que correm o sério risco de "conquistar" o quinto lugar na Liga.

Deviam jogar mais à bola e fazer menos queixinhas das arbitragens, esses calimeros tripeiros. O único campeonato que ganham este ano é o da lamúria.

 

Também deviam cometer menos faltas. O FCP é claramente o mais indisciplinado dos "três grandes", como estes números da Liga actual demonstram:

FCP - 8 expulsões (quatro com vermelho directo);

SLB - 3 expulsões (uma com vermelho directo);

SCP - 2 expulsões (nenhuma com vermelho directo).

 

Repito, morcões: joguem à bola e deixem-se de tantas faltas. E de tantas tretas.

 

* Suavizei a expressão face às reclamações das almas cândidas que se sentiram chocadas com a designação "Velho Crocodilo".

Os vermelhos da primeira volta

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O FC Porto lidera esta classificação com quatro, Sporting, dois e Benfica, um.

Vamos ver jornada a jornada quando foram mostrados esses cartões e a influência no resultado dos jogos, qual era o resultado aquando das expulsões.

Por último, vamos analisar as expulsões de adversários destes três clubes e que influência tiveram esses cartões vermelhos nos resultados.

Jornada 1

Tivemos a expulsão de Wendell aos 90+2' do Moreirense 1 vs. FC Porto 2. Expulsão sem influência no resultado. Tivemos, também, a expulsão de Musa aos 51' e de Bruno Lourenço aos 90+9' no Boavista 3 vs. Benfica 2. Estas expulsões não tiveram influência no resultado. O Benfica vencia 1-0 quando Musa foi expulso, o Boavista empatou a jogar 11 contra 10 mas o Benfica conseguiria colocar-se em vantagem a jogar com 10 contra 11. Boavista voltaria a empatar com 11 contra 10, mas o golo da vitória das panteras seria obtido após a expulsão de Bruno Lourenço, nessa altura estavam dez jogadores de cada lado.

Jornada 4

Benfica 4 vs. Vitória SC

Jorge Fernandes marca na própria baliza aos 11' e João Mendes é expulso aos 18'. Assim é fácil vencer e golear.

Sporting e FC Porto empataram nesta jornada. Os leões prejudicados em Braga, o tal golo de Huljmand que o VAR anulou porque Matheus, coitadinho, não viu partir a bola, as imagens demonstram o contrário mas isso não interessa nada. Mais tarde o Conselho de Arbitragem reconheceria o erro. Foi atribuído ao facto do árbitro Luís Godinho suar muito e não ter conseguido comunicar convenientemente. O FC Porto, também, perdeu dois pontos em casa com o Arouca apesar de todos os esforços do árbitro Miguel Nogueira para dar uma ajudinha. É assinalado um penalty aos 90+15' (leram bem) que Galeno se encarregou de falhar.

Jornada 5

Sporting 3 vs. Moreirense 0

É expulso um jogador dos cónegos aos 88', o resultado era 2-0 na altura.

Jornada 7

Benfica 1 vs. Porto 0

Expulsão de Fábio Cardoso aos 19'. Único golo das águias aos 68'.

Farense 2 vs. Sporting 3

Expulsão de Gonçalo Silva aos 18' com o resultado a zero.

Jornada 8

FC Porto 1 vs. Portimonense 0

David Carmo é expulso aos 81'.

Sporting 2 vs. Arouca 1

Diomonde é expulso aos 42', com o Sporting a vencer 1-0, o Arouca a jogar 11 contra 10 empata mas o Sporting com menos jogadores em campo consegue marcar e estabelecer o resultado final. Rafael Fernandes do Arouca é expulso aos 87'.

Jornada 10

Não há expulsões mas há o episódio do penalty falhado por Taremi (cortesia de Tiago Martins). O FC Porto perde em casa com o Estoril.

Jornada 11

Benfica 2 vs. Sporting 1

Com Artur Soares Dias como apitador de serviço, o Benfica levou um "banho de bola" na Luz. Gonçalo Inácio foi expulso aos 50', o Sporting vencia e dominava. Resistimos até aos 90+4', o árbitro dá 7' de desconto e o Benfica volta a marcar aos 90+8' (é o que temos).

Jornada 12

Famalicão 0 vs. FC Porto 3

Zaydou Youssouf foi expulso aos 81', os dragões venciam 0-2.

Jornada 14

Sporting 2 vs. FC Porto 0

Pepe expulso aos 51', resultado na altura, 1-0 para o Sporting.

Jornada 16

Boavista 1 vs. FC Porto 1

Expulsão de Camará aos 89'

Jornada 17

Benfica 4 vs. Rio Ave 1. Resultado aquando da expulsão 1-1.

Adenda às 14h45:

Sporting jogou dois jogos em inferioridade numérica com o Arouca e com o Benfica. Perdeu três pontos. Jogou três jogos em superioridade numérica com o Moreirense 2' (numa altura em que vencia por 2-0) com o FC Porto, já vencia por 1-0 e com o Farense, estava 0-0 aquando da expulsão, fomos "beneficiados" em 2 pontos, contas feitas menos 1 ponto.

Benfica jogou um jogo em inferioridade numérica sem influência no resultado. Jogou quatro jogos em superioridade numérica, nesses quatro jogos conseguiu "ilegalmente" 7 pontos (9 se contarmos o jogo com o VSC).

FC Porto jogou quatro jogos em inferioridade numérica. Só no jogo da Luz perdeu 1 ponto devido a essa situação. Jogou dois jogos em superioridade numérica sem pontos conquistados devido a esse facto.

Contas feitas, Sporting e FC Porto prejudicados num ponto, Benfica beneficiado em sete (ou nove) pontos.

Campeonato da disciplina

Este estudo vem com algumas semanas de atraso, na sequência de uma notícia que indicava que o Benfica, além de ser o campeão nacional, foi também o "campeão" do fair-play.

Fui reparando ao longo dos anos que os campeões do fair-play são quase sempre os mesmos, Benfica e Porto, o que faria sentido do ponto de vista teórico, uma vez que as equipas que ficam na frente são mais ofensivas, logo vêem menos cartões do que as equipas que ficam no fundo da tabela, que são mais defensivas, mas na prática tal facto muitas vezes não se verifica.

Reportando às 24 épocas mais recentes, para poder apanhar três campeonatos ganhos pelo Sporting, fui ver então esses números. 

Vou usar como fonte o site Transfermarkt, que faz uma classificação anual relativa à disciplina dos clubes portugueses, em que dá 1 ponto por cada amarelo e 3 por cada vermelho. O clube com menos pontos será então o mais disciplinado e o clube com mais pontos o mais indisciplinado.

https://www.transfermarkt.pt/liga-portugal-bwin/fairnesstabelle/wettbewerb/PO1/plus/?saison_id=2022 

Olhando apenas para os três grandes, a classificação no "Campeonato da Disciplina" foi a seguinte:

Época Sporting Benfica Porto Campeão Vice-Campeão
22/23 Benfica Porto
21/22 Porto Sporting
20/21 10º Sporting Porto
19/20 Porto Benfica
18/19 17º Benfica Porto
17/18 Porto Benfica
16/17 Benfica Porto
15/16 Benfica Sporting
14/15 12º Benfica Porto
13/14 Benfica Sporting
12/13 Porto Benfica
11/12 10º Porto Benfica
10/11 12º Porto Benfica
09/10 Benfica Braga
08/09 14º 13º Porto Sporting
07/08 Porto Sporting
06/07 Porto Sporting
05/06 Porto Sporting
04/05 18º Benfica Porto
03/04 10º Porto Benfica
02/03 13º 16º Porto Benfica
01/02 10º Sporting Boavista
00/01 17º Boavista Porto
99/00 12º Sporting Porto

 

Considerações:

  • O Sporting, em 24 anos, apesar de ter ganho 3 campeonatos e ter alcançado o 2.º lugar por 7 vezes, nunca foi a equipa mais disciplinada. Foi 2 vezes a 2.ª equipa com menos cartões e 2 vezes a 3.ª.
  • O Benfica foi por 6 vezes a equipa mais disciplinada, 5 vezes a 2.ª e 2 vezes a 3.ª.
  • O Porto foi por 6 vezes a equipa mais disciplinada, 3 vezes a 2.ª e 7 vezes a 3.ª.

 

  • O Sporting tem 7 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina. A última época foi há 2 anos, foi Campeão Nacional sendo apenas a 10.ª equipa com menos cartões.
  • O Benfica tem 4 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina. A última época foi há 14 anos.
  • O Porto tem 3 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina, curiosamente três épocas seguidas entre 2002/2003 e 2004/2005. A última época foi há 18 anos. Note-se no entanto que em duas dessas três épocas foram Campeões Nacionais, treinados por Mourinho, com uma equipa ultra-agressiva, o que motivou que tivessem visto tantos cartões.

 

Quando nos queixamos da arbitragem, pode-se sempre falar em subjectividade quando se discutem lances de grande penalidade, ou de fora-de-jogo (pré-VAR) ou de interpretação de jogo, mas não se pode falar em subjectividade em amostragem de cartões, durante 24 anos, beneficiando sempre os mesmo clubes em relação ao Sporting.

Desde 1999, nos três clubes, mudaram os treinadores, mudaram os dirigentes, mas a facilidade com que os árbitros mostram cartões ao Sporting manteve-se constante.

Era vermelho, sem espinhas

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Isto é lance para cartão vermelho.

Este, também:

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Zero a zero em Alvalade, 27' , Pepe expulso, a maior parte do banco do FC Porto também (por protestos) carga do Corpo de Intervenção sobre as claques do Porto que tentavam invadir o relvado.

Jogo retomado 15' depois, Sporting com onze jogadores, FC Porto com dez.

Teria o Sporting vencido o jogo nestas circunstâncias?

Nunca o saberemos.

O mesmo "artista" expulsou Gonçalo Inácio em Braga, no início do jogo, mesmo assim, 10 dos nossos venceram 11 dos deles.

Para alguns a culpa nunca é dos outros, é sempre nossa, rever o filme Platoon onde o sargento a sério se livra do "sargento fraco".

Porto 2 - Sporting 1

O dia (ontem) em que o FC Porto viu dois cartões vermelhos, vermelho directo para Mbemba, vermelho, por acumulação de simulações, para Taremi e o Sporting só viu um cartão amarelo (Morita) durante todo o jogo.

[não adianta dizerem que Mbemba já não é jogador do Porto, quantas vezes no Porto, fez aquilo, nem se marcava falta. Quanto a Taremi, foi Taremi, o maior fingidor do futebol mundial]

Seis à bica

No jogo desta noite, temos seis jogadores em risco de ficar excluídos da partida seguinte: Nuno Santos, Matheus Reis, Palhinha, Paulinho, Pedro Gonçalves e Ugarte.

Rúben Amorim já deixou claro que não vai fazer poupanças. Mas há um risco acrescido com os cartões nesta recta final do campeonato. Porque sabemos muito bem que alguns árbitros não têm o menor problema em amarelar os nossos jogadores em lances que noutros campeonatos - ou até na Liga portuguesa, com camisolas de outras cores - passariam impunes.

Amarelo is the new black

Voz amiga alertou-me para esta obviedade: o amarelo é a grande arma dos que apreciam e beneficiam da ambiguidade no futebol lusitano. Um amarelo nunca vai ao VAR. Um amarelinho mostrado no princípio do jogo é um limitador de capacidade do jogador. Quem diz um, diz dois, três, quatro, na primeira parte. Amarelo ali, amarelo aqui, os jogadores vão ficando tapados e suspensos.
Alguns até são expulsos com dois amarelos.

O que persiste inacreditável é a omissão de falatório das estruturas dirigentes do nossos futebol, do secretário de Estado aos da Liga e da federação, sobre os ajuntamentos constantes no final dos jogos. Sobre pessoas alheias ao jogo que agridem jogadores perante milhões de olhos, creio que será mesmo uma questão para as chamadas autoridades.

Rubríssimo

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Eis outro árbitro-proveta com insígnias FIFA sem a menor categoria para apitar nos estádios portugueses. Ficou bem evidente esta noite: João Palhinha entrara em campo minutos antes, mal tocara ainda na bola, há um lance dividido, com carga de ombro de ambos os lados, o jogador do Boavista atira-se ao chão e logo Fábio Veríssimo puxa do amarelo e exibe-o sem pudor ao nosso médio defensivo. Que assim falhará a presença no clássico Sporting-Benfica, da próxima segunda-feira.

Nem falta foi. E, se fosse, jamais seria lance para amarelo. A disputa de bola ocorre em zona lateralizada, longe da grande área e com ambos de costas para a nossa baliza, não havendo ali qualquer indício de ataque prometedor do Boavista. Mas Veríssimo nem hesitou: aquele era o primeiro cartão do jogo, já estavam decorridos 79', o "critério largo" do árbitro era afinal uma treta urdida para melhor apanhar o nosso jogador na sua teia. E deixá-lo de fora no dérbi lisboeta. Faz sentido: ninguém ignora que este apitador, sobrinho do imarcescível Olegário Benquerença, é um fervoroso adepto do Benfica.

Palhinha saiu de campo em lágrimas. Revoltado por ser injustamente impedido de participar num dos jogos grandes da temporada. Numa partida em que o Boavista fez o dobro das faltas do Sporting (25 contra 13) e viu o mesmo número de cartões (dois). Nada de novo: é mais do mesmo. Estes são os critérios de quem insiste em inclinar o campo, manchando uma vez e outra e outra a verdade desportiva.

Até quando?

O campo cada vez mais inclinado

 

À 14.ª jornada do campeonato nacional de futebol:

 

Sporting - sancionado com 223 faltas de que resultaram 40 cartões amarelos (um cartão a cada 5,5 faltas).

FC Porto - sancionado com 221 faltas de que resultaram 24 cartões amarelos (um cartão a cada 9,2 faltas).

Benfica - sancionado com 207 faltas de que resultaram 29 cartões amarelos (um cartão a cada 7,1 faltas).

 

Caramba, o campo está cada vez mais inclinado.

Além de todos os outros obstáculos, Rúben Amorim e os nossos jogadores ainda têm de enfrentar mais este: os apitadores que distribuem cartões pelo Sporting como se o nosso emblema fosse um perigo público.

 

É altura de a Sporting TV dedicar um programa semanal a isto. Sem rodriguinhos, sem punhos de renda, sem conversa de chacha.

É chegado o momento de a Sporting TV estabelecer um ranking de árbitros anti-Sporting. 

Apresentando factos e números, suportados por imagens. E destacando os casos de comprovada reincidência na militância arbitral contra as nossas cores.

Faltas e Amarelos

Sporting: 1 Jogo - 12 Faltas  - 6 Amarelos

Benfica: 2 Jogos - 21 Faltas - 4 Amarelos

Porto: 2 Jogos - 36 Faltas - 1 Amarelo

É assim que se inclinam campos. É assim que há equipas que podem sempre apresentar o seu melhor onze em todos os jogos e o Sporting, daqui a meia duzia de jogos, já vai ter jogadores titulares impedidos de jogar por acumulação de amarelos. É desta forma que durante um jogo se corta o ritmo atacante de uma equipa, se impede que uma equipa domine o seu adversário.

Vamos aqui acompanhar, jornada a jornada, esta "classificação", com a garantia que quando Benfica ou Porto já não necessitarem deste aditivo, começam a carregar nos cartões, de modo a que no final da época pareça tudo equiparado.

 

Elas (Toupeiras) "Andem" Aí

Rui Costa (o árbitro, não o funcionário de Vieira) não veio ontem a Alvalade arbitrar.

Veio fazer pouco dos sportinguistas. Fazer muito pouco, mesmo.

É, aliás, algo em que se vem especializando há longos anos:

Mostrando ao que vinha, sem rodeios, em apenas 30 minutos de jogo, conseguiu perdoar dois amarelos ao Maritimo - falta violenta sobre Sporar e entrada por trás a Bruno Fernandes.

A falta sobre Luiz Phyllipe que causou lesão (grave)? nem sequer foi falta, pois claro.

Primeiro cartão do jogo? Para o Sporting, como não podia deixar de ser (Neto, na primeira falta que faz).

Já na segunda parte, com visão de toupeira, lá foi rebuscar no VAR um motivo para anular o 1-0.

De recordar que ficamos sem Vietto para os jogos com o SLB e final da Taça da Liga depois de uma autêntica sessão de 90 minutos de pancadaria contra os nossos jogadores em Setúbal - https://www.record.pt/multimedia/videos/detalhe/a-lesao-de-vietto-que-o-obrigou-a-ser-substituido-no-v-setubal-sporting

Sessão de pancadaria essa de que, curiosamente, saímos com apenas menos um cartão do que o Vitória - https://www.zerozero.pt/jogo.php?id=6958650. O ridículo cartão a Coates só pode ser percebido como destinado a impedir que o central jogasse contra o SLB. 

Interessante também recordar que, apesar da violência de ontem e de Setúbal, o único jogador expulso nos últimos jogos do Sporting foi nosso - Bolasie, em Braga, após um choque que nem sequer amarelo valeria para Ruben Dias (SLB) ou Pepe (FCP). 

Nada disto é propriamente novo. Luís Filipe Vieira escolhe árbitros, há muitos anos:

E nada lhe aconteceu. Aliás, a sua influência só tem vindo a aumentar, de dia para dia. 

O SLB, aliás, tem 60 anos disto. 

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Mas isso era no tempo em que se irradiavam árbitros. Hoje, não há corrupção. Há toupeiras e padres.

E acontece-lhes... nada. "Andem" aí. É um lamaçal completo, em que dirigentes (e os Paulos Gonçalves da vida) apanhados em flagrante continuam na maior impunidade. E espera-se que nós, que gostamos de futebol, nos conformemos. Ou desistamos.

Assim se leva as pessoas a afastar-se dos estádios e da Liga. Conheço muitos que, sem paciência para um jogo viciado, passaram a seguir a Premier League ou La Liga.

E a direcção do Sporting no meio disto tudo? Zero, ou quase. De vez em quando lá aparece Beto a refilar, como em Braga, e é tudo.

É para o lado que os que viciam o jogo dormem melhor. E vão sonhando com as "reconquistas" e "hegemonias".

Do céu ao inferno em 5 minutos

Aconteceu hoje com Silas no Bonfim, mas é um filme já muito visto no Sporting com outros treinadores e noutros relvados. Muito difícil realmente se torna explicar como é que dum jogo ganho, tranquilo e controlado, se passa, em pouco mais de 5 minutos, para um jogo com a vitória comprometida e com alguns dos melhores jogadores lesionados ou castigados com cartões e impossibilitados para os jogos seguintes.

Mas aconteceu, e acontece, por falta de liderança no banco ou de espírito de corpo no relvado. E a verdade é que torna a vida do Sportinguista, o que foi ao estádio ou o que acompanhou no sofá, bem difícil.

Quem quiser rever os golos sofridos pelo Sporting nos últimos jogos, encontra, mais que o fruto de jogadas bem elaboradas do adversário, situações criadas por descuido ou incompetência individual ou colectiva.

Hoje Mathieu esteve na origem do golo do Setúbal e Risto na origem do amarelo que afasta Coates do dérbi com o Benfica. Situações completamente evitáveis.

Sobre toda esta má sorte ou simplesmente incompetência, só o talento de Bruno Fernandes. Escondeu-se no lado esquerdo para deixar Vietto brilhar na 1.ª parte, cavou o penálti e concretizou para o segundo golo, marcou o terceiro golo depois de boa iniciativa de Camacho.

O que vai ser do Sporting quando ele sair? 

Não faço ideia, mas temo o pior.

Entretanto, para o dérbi, Vietto ficou lesionado, Coates está fora, Neto também, fica o Illloooooooooriiiiiiiiiiiiii....

SL

Castigo merecido

Depois duma primeira parte medíocre em que praticamente não criou perigo, Keizer deu a volta ao texto, a equipa encostou o Marítimo às cordas, mas as defesas incríveis do GR do adversário, a complacência manhosa do árbitro com as atitudes anti-desportivas e queima de tempo do mesmo, e alguma falta de sorte, conduziram a uma perda de dois pontos que, apesar de tudo o atrás referido, achei merecida. 

Merecida porque quem não aborda estes jogos para entrar com tudo, marcar primeiro, e gerir o resultado depois, põe-se a jeito para perder pontos.

Merecida também porque Keizer insistiu em jogadores fatigados fisica e mentalmente, não refrescou a equipa depois duma jornada europeia onde jogámos meia parte com 10, e apresentou mais uma vez um modelo de jogo que não facilita minimamente o trabalho de Bas Dost (também ele mais que fatigado). Muito jogo interior que se perde em passes sem nexo, extremos de pé trocado que não vão à linha centrar com precisão, laterais que não têm prontidão a centrar, tudo muito à base da inspiração e da capacidade extra de Bruno Fernandes e de mais um ou outro.

Não foi pelos reforços de inverno Borja (mesmo com o amarelo), Ilori, Doumbia e Luiz Phellipe que perdemos pontos. Se calhar todos eles deviam ter jogado de início.

O final da partida demonstrou mais uma vez a falta de tranquilidade que reina naquele balneário e à qual tem de pôr cobro urgentemente, mas que tem de se compreender à luz do sentimento de impotência de corresponder aos objectivos do clube, e também pela atitude vergonhosa de muitos "Letais ao Sporting" que, em vez de irem ao estádio apoiar e aplaudir, assobiam, intimidam e agridem, verbal e fisicamente.

De facto, não me recordo de nenhum periodo com tal quantidade de cartões amarelos e vermelhos mostrados ao Sporting, muitos por protestos e questiúnculas, a obrigar a substituições, a comprometer resultados e a desfalcar a equipa em desafios importantes.

SL

A sorte protege os audazes

Ganhámos com sorte, sim. Mas haverá campeões sem estrelinha? Creio que não. Por vezes esquecemo-nos de que futebol também é jogo. E o jogo, seja qual for, envolve sempre um componente aleatória.

Uma palavra nos define, acima de outra, nesta final arrancada a ferros ontem à noite, em Braga, frente ao FC Porto: a palavra competência. Com um plantel inferior, em quantidade e qualidade, e um dia a menos de descanso do que a equipa adversária, soubemos fazer das fraquezas força e demonstrar a milhões de portugueses que o Leão, mesmo ferido e desgastado, continua a ser temível.

Repetiu-se o sucedido há um ano, nesta competição que também ganhámos, na altura sob o comando de Jorge Jesus: empate desfeito por penáltis tanto na meia-final como na final. A partida decisiva foi então com o V. Setúbal: os portistas haviam sido eliminados na etapa anterior. Desta vez enfrentámos o próprio campeão nacional, que só conseguiu fazer o primeiro remate à nossa baliza aos 42'. A segunda parte foi de claro domínio azul e branco, culminado no golo aos 79'. A partir daí, o Sporting caiu em cima do antagonista e criou várias oportunidades para empatar. No mais improvável desses lances, aos 89', Óliver derrubou Diaby dentro da grande área. Chamado a converter o penálti, Bas Dost não vacilou.

Na roleta que se seguiu, o holandês voltou a facturar. O mesmo fizeram Bruno Fernandes e Nani. Renan, sucessor de Rui Patrício, defendeu a grande penalidade apontada por Hernâni. E fazia-se a festa de verde e branco na rubra Cidade dos Arcebispos. Pelo segundo ano consecutivo, somos campeões de Inverno.

 

 

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SINAL VERDE

 

RENAN. Não há volta a dar: esta Taça da Liga é muito dele. Sem os três penáltis que defendeu na meia-final contra o aziado Braga, jamais teríamos reconquistado este troféu, ex-taça Lucílio. Ontem voltou a defender outro, revelando-se novamente decisivo. É certo que teve grande responsabilidade no golo que sofremos, aos 79'. Mas o balanço é largamente positivo.

RISTOVSKI. O macedónio não é um primor de técnica, está mais que visto. Ontem confirmou-se lá à frente, quando optou por atirar para a bancada quando tinha Dost e Nani isolados à sua esquerda. Mas bateu-se como um Leão contra Brahimi, um dos mais categorizados adversários. Fez um corte providencial aos 54'. Exibiu boa forma física do princípio ao fim.

COATES. Exibição irrepreensível do internacional uruguaio - e em circunstâncias muito difíceis pois viu-se privado do seu habitual parceiro no eixo da defesa, coabitando com três centrais em dois jogos decisivos. Foi o patrão do sector recuado, autor de cortes providenciais aos 17', 70', 76' e 77'. Só lhe faltou converter o penálti no fim: desperdiçou a oportunidade, como sucedera na meia-final.

ANDRÉ PINTO. Uma das melhores exibições de sempre do central ex-Braga vestido de verde e branco. Na primeira parte, vulgarizou e neutralizou Marega, sem nunca se atemorizar perante o avançado portista. O azar bateu-lhe à porta logo a abrir o segundo tempo, precisamente num choque com Marega: fracturou o nariz e ainda quis jogar em esforço, mas saiu aos 53'.

GUDELJ. Talvez a melhor actuação do sérvio desde que chegou a Alvalade. Competia-lhe aplicar um tampão às ofensivas portistas pelo corredor central. E assim fez, revelando também competência nas dobras aos laterais e na recuperação de bolas. Não está isento de culpas no golo adversário, mas merece nota positiva. Sacrificado aos 83' por motivos tácticos.

WENDEL. Chegou há um ano ao Sporting, mas permaneceu proscrito durante vários meses. Afinal é um jogador talentoso, que está a ganhar lugar cativo no onze titular do Sporting - uma das maiores conquistas de Keizer como técnico. Jogando como médio-ala, no corredor esquerdo, foi essencial na ligação dos sectores e na posse de bola, revelando disciplina táctica e bom domínio técnico.

BRUNO FERNANDES. Muito vigiado, com um raio de acção bastante mais limitado do que é habitual, levou a melhor em sucessivos duelos com Herrera. Quase marcou, de livre directo, no último lance da primeira parte. Passe prodigioso a isolar Raphinha à beira do apito final. Chamado a converter uma grande penalidade, na hora da verdade, cumpriu com brilhantismo. E sem surpresa para ninguém.

NANI. A "casa das máquinas" esteve a cargo do capitão leonino, que fez valer a sua experiência em campo quando era necessário estancar as torrentes de energia portista. Hábil leitor do jogo, sem se atemorizar perante Militão, ajudou a fechar o nosso corredor esquerdo, reforçando o bloco defensivo. Fez um centro fabuloso para Bas (81') e foi competente também a marcar o penálti final.

BAS DOST. Em dois momentos decisivos, cumpriu - tornando-se no improvável homem do jogo. Chamado a converter o penálti após os 90', foi frio e eficaz, metendo-a lá dentro. E redobrou a dose, atirando-a para as malhas da baliza a abrir a ronda final de grandes penalidades. Pressionou muito à frente, ganhou lances aéreos. Podia ter marcado aos 81', mas assim a final teria sido menos emocionante.

PETROVIC. Com Mathieu ausente e André Pinto lesionado logo a abrir a segunda parte, revelou-se uma das mais graves lacunas do nosso plantel: falta-nos um quarto central. Aos 53' o médio defensivo sérvio avançou do banco e fez parceria com Coates. Missão bem sucedida: foi intransponível, mesmo após ter fracturado o nariz num choque (também ele, tal como André). 

 

 

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SINAL AMARELO

 

ACUÑA. Desta vez não brilhou, tendo pela frente as investidas de Corona, embora fosse o mesmo argentino combativo a que já habituou os adeptos. Por vezes é mesmo combativo em excesso: amarelado aos 35', e com a sua natural propensão para discutir com os árbitros, acabou por não regressar ao relvado após o intervalo. Keizer fez bem: o seguro morreu de velho.

RAPHINHA. Ainda não retomou o melhor nível desde que veio de lesão, revelando algum défice de eficácia nos metros finais do terreno: bem servido por Bruno, que o isolou aos 90'+5, desperdiçou essa soberana oportunidade de sentenciar a final antes do apito. Mas completou com eficácia a missão de Ristovski nas manobras defensivas do nosso corredor direito.

JEFFERSON. Esteve em campo durante toda a segunda parte - o período mais complicado para o Sporting, após o nosso notável desempenho colectivo nos 45 minutos iniciais. Foi comedido nas acções ofensivas, certamente por ordem do treinador, e ajudou a fechar o flanco. Ia estragando tudo com um recuo de bola disparatado aos 88', salvo in extremis por um companheiro.

DIABY. Com o Sporting a perder, a cerca de um quarto de hora do fim, Keizer arriscou - e fez muito bem. Saiu Gudelj, entrou Diaby para refrescar o nosso ataque, já muito desgastado. O maliano pouco mais fez do que correr sem bola, ampliando as linhas de passe. Mas teve sorte: numa dessas incursões, já dentro da área portista, foi derrubado à margem das regras. Tudo mudaria a partir daí.

Jogo terminou com seis da Academia

Pena haver apenas 25 mil pessoas no estádio. Certamente muitos mais sportinguistas gostariam de ter assistido a este Sporting-Vorskla, para a Liga Europa, apesar de a nossa equipa já estar classificada para os 16 avos de final da competição.

Oportunidade para Marcel Keizer, nesta sua estreia europeia ao serviço do Sporting, pôr a rodar mais dois elementos da formação leonina: o médio Bruno Paz e o avançado Pedro Marques. Somados a Jovane, Miguel Luís e Carlos Mané, e ao lateral Thierry Correia, suplente utilizado, foram ao todo seis os que terminaram este jogo com a marca de formação da Academia de Alcochete.

O resultado, 3-0, foi construído ao intervalo. Com golos de Montero, Miguel Luís (que se estreou a marcar pela equipa principal) e um autogolo da equipa ucraniana, que se manteve fiel à tradição: nunca até hoje um onze deste país foi capaz de vencer o Sporting.

 

 

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SINAL VERDE

 

SALIN. Há seis jogos que não acontecia: o Sporting terminou esta partida com as redes invioladas, em boa parte graças ao guardião francês, que retomou a titularidade e mostrou bons reflexos, nomeadamente ao sair da baliza aos 30', resolvendo por antecipação um problema que poderia complicar-se muito. Aos 34', num soberbo passe para Acuña, confirmou que sabe jogar com os pés.

ACUÑA. Tem sido alvo de medidas disciplinares por ferver em pouca água nas situações mais inconcebíveis. Mas não pareceu nada afectado pela recente expulsão no campeonato. Cobriu muito bem a lateral esquerda, como ficou patente numa corrida de 100 metros aos 63', em que levou a melhor sobre o extremo adversário. Participou na construção do primeiro golo.

MIGUEL LUÍS. Keizer pôs a equipa a jogar simples, num futebol de primeiro toque. Miguel Luís soube ser um fiel intérprete deste estilo de jogo. Exímio no passe, curto ou no longo, e nas tabelinhas com colegas, posicionou-se claramente como possível substituto de Wendel, entretanto lesionado. Coroou uma exibição muito positiva, como médio-centro, com um golo à ponta-de-lança aos 35'. A sua estreia a marcar na equipa principal.

BRUNO FERNANDES. Vem melhorando de jogo para jogo, reencontrando a sua boa forma da época passada. Hoje voltou a ter uma exibição muito positiva, empurrando a equipa para a frente e evidenciando pormenores técnicos que fizeram arrancar palmas espontâneas nas bancadas. Fez assistências para dois golos. Saiu aos 73', muito ovacionado.

CARLOS MANÉ. A maior parte dos ataques do Sporting no primeiro tempo foram conduzidos por ele, neste regresso à titularidade. Esteve em todos os golos: no primeiro, cabe-lhe o primeiro remate, de cujo ressalto resultaria o golo; participou na construção do segundo; inicia a movimentação que deu origem ao terceiro. Só lhe faltou marcar, também ele. Tentou, sem conseguir.

MONTERO. Protagonizou momentos de grande qualidade, nomeadamente na construção do segundo golo, que começa com uma recuperação de bola muito bem dominada pelo peito. Já tinha marcado, logo aos 17', aproveitando da melhor maneira um ressalto. E aos 44', movimentando-se bem na área, forçou um central ucraniano a fazer autogolo. Pena ter-se lesionado, talvez com gravidade. Forçado a sair aos 59'.

BRUNO PAZ. Grande estreia na equipa principal deste jogador que actuou como médio interior e teve apontamentos que fizeram lembrar o melhor Adrien. Em campo desde o minuto 73, por troca com Bruno Fernandes, foi autor de vários passes rasgados, sempre com perigo. Todos ficámos com vontade de voltar a vê-lo muito em breve na equipa principal.

 

 

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SINAL AMARELO

 

RISTOVSKI. Regressou à equipa após uma longa ausência por lesão: actuara pela última vez a 25 de Outubro. Percebe-se que esteve bastante tempo parado. Falta-lhe velocidade e algum discernimento nos centros. Acabou por ser substituído, essencialmente por precaução, aos 64'.

ANDRÉ PINTO. Sem brilhar, sem comprometer. Jogou certinho, como quase sempre faz quando salta do banco para render um dos centrais. Desta vez actuou no lugar que costuma ser ocupado por Mathieu, sem fazer esquecer o francês, nomeadamente no início da construção ofensiva. Continua sem fazer valer a sua altura nos lances de bola parada, lá à frente.

PETROVIC. Merece nota positiva por ter cumprido a missão táctica de que estava incumbido, como médio defensivo. Não é um transportador de bola nem um tecnicista, mas jogou concentrado e até foi capaz de levar algum perigo a zonas mais avançadas do terreno. Procura mostrar serviço.

JOVANE. Desta vez foi titular, mas esteve bastantes furos abaixo do que revelou em anteriores desafios. Demasiado agarrado à bola, definiu mal e rematou torto. Teve, no entanto, ocasionais bons apontamentos: aos 11', fez quase uma assistência para golo servindo Montero; aos 73', rematou para defesa apertada do guarda-redes. Nota positiva, apesar de tudo.

PEDRO MARQUES. Estreia na equipa principal. Já marcou presença em dez partidas do campeonato sub-23, tendo apontado três golos. Caiu demasiadas vezes em situações de fora de jogo. Tendência para mergulhar na área não parece favorecê-lo. Mas alguns pormenores revelam que tem potencial para actuar com mais regularidade no onze principal. Pode beneficiar da lesão de Montero.

 

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SINAL VERMELHO

 

COATES. Será talvez cansaço. O uruguaio tem revelado momentos crescentes de inaceitável desconcentração, além da falta de velocidade a que já nos habituou. Voltou a acontecer neste jogo, felizmente sem consequências graves, por exemplo ao falhar uma intercepção a Careca, forçando Petrovic a falta de cartão amarelo. É um dos elementos que está a pedir - quase a implorar - uma cura de banco.

THIERRY. Foi, dos três sub-23 que saltaram do banco, o único sem prestação positiva. Correu bastante, mas nem sempre com discernimento na definição do passe. Conduziu a bola aos 85' num lance que viria a disperdiçar quando tinha o colega Pedro Marques isolado a seu lado. Na manobra defensiva também não deslumbrou - longe disso. Parece faltar-lhe alguma humildade, sempre proveitosa para quem está em início de carreira.

Quem joga para empatar acaba por perder

Os jogadores entraram ontem em campo, num estádio José Alvalade muito bem composto com mais de 40 mil assistentes, sabendo que se exibiam em palco europeu. Sendo muito baixas as expectativas dos espectadores, a nossa actuação durante a primeira parte merece nota positiva. Foi também o período do jogo em que o visitante Arsenal - ontem desfalcado de diversas peças importantes, com Ozil e Lacazette no banco - se apresentou quase em ritmo de treino, sem pressionar muito, poupando energias após um desgastante embate com o Leicester três dias antes.

 

Ristovski lesionou-se à beira do intervalo, forçando José Peseiro a uma substituição prematura, à revelia do plano de jogo. O nível exibicional baixou de imediato: Bruno Gaspar teima em não demonstrar qualidade para o plantel leonino. Mas não foi só por isso que o Sporting quebrou na segunda parte desta partida da Liga Europa, concedendo quase toda a iniciativa de jogo à turma inglesa: foi também por manifesto colapso físico que afectou alguns dos jogadores que mais tinham rendido durante o período inicial, designadamente Acuña e Nani. Neste contexto, a inevitável entrada de Jovane pecou por tardia.

 

Sofremos o golo a 12 minutos do fim do tempo regulamentar, numa comprovação prática da ineficácia do dispositivo táctico montado pelo treinador, que desta vez apostou num trio de médios defensivos no corredor central, forçando o Arsenal a utilizar as alas. Peseiro acreditava piamente num zero-a-zero. Os planos saíram-lhe furados, em obediência a um velho mandamento do futebol: equipa que joga para empatar acaba por perder.

 

O melhor dos nossos foi, sem discussão, o guarda-redes Renan.

 

 

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SINAL VERDE

 

RENAN. Sai deste embate como o mais sério candidato a guarda-redes titular, embora sem fazer esquecer Rui Patrício. Balanço muito positivo da exibição do brasileiro que chegou a Alvalade por empréstimo do Estoril. Sem ele, teríamos perdido por dois ou três golos. Único jogador leonino com exibição acima da média registada em desafios anteriores.

ACUÑA. Merece nota positiva sobretudo pelo trabalho desenvolvido na primeira parte, em que foi o melhor do Sporting. Todos os lances com princípio, meio e fim do nosso escasso fluxo ofensivo tiveram a marca dele, criando desequiíbrios, vencendo no confronto individual e infiltrando-se na grande área do Arsenal. Caiu fisicamente no segundo tempo.

MONTERO. Jamais será um substituto de Bas Dost: faltam-lhe características de avançado fixo. Mas teve um importante jogo posicional, arrastando a defesa adversária, no chamado trabalho sem bola a que muitos adeptos ficam indiferentes. Carregado em falta por Sokratis, o árbitro fingiu não ter visto o lance que daria expulsão ao grego: "El Avioncito" já se isolava rumo à baliza - bem ao seu jeito, correndo como quem desliza.

 

 

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SINAL AMARELO

 

RISTOVSKI. A mais recente "contratação" da concorrida enfermaria leonina.  O lateral direito "fez piscinas" durante a primeira parte, naquele seu estilo muito mais voluntarioso do que habilidoso. Queria empurrar a equipa para diante, mas esteve quase sempre muito desacompanhado. Lesionou-se antes do apito para o intervalo.

ANDRÉ PINTO. Cumpriu, dentro da mediania, com um toque muito característico: procura passar quase despercebido durante uma partida inteira. Ineficaz nos lances ofensivos de bola parada, onde nunca foi capaz de impor a sua altura. Mas atento às dobras na lateral esquerda para compensar as frequentes ausências de Acuña, sobretudo na primeira parte.

PETROVIC. Obedece aos parâmetros tácticos, revelando-se incapaz de rasgos criativos. Funcionou diversas vezes como terceiro central, de modo a conter o ímpeto inglês, cumprindo em jogo posicional mas inapto na construção ofensiva. Exigir-lhe um passe de ruptura, a mais de cinco metros, é quase pedir-lhe o impossível.

BRUNO FERNANDES. Abusou do remate para onde estava virado, chutando três vezes a bola para a bancada ao longo dos primeiros 45 minutos. Médio ofensivo em teoria, médio-ala por adaptação, na prática vimo-lo aparecer em quase todo o terreno, num estilo que fica bem na fotografia: corre imenso, gesticula, barafusta, mas só a espaços se torna útil.

NANI. A idade, no caso dele, é um posto. E o estatuto de campeão europeu também. É, com frequência, o único capaz de pensar o jogo e agir em conformidade. Com e sem bola. Das bancadas gritam-lhe que "chute", mas ele sabe a importância da temporização. Nota positiva na primeira parte. Na segunda, por evidente quebra física, perdeu muita influência. Substituído à beira do fim por Diaby.

JOVANE. Mexeu com o jogo ao substituir o inútil Gudelj quando estavam decorridos 71'. Procurou criar desequilíbrios e surpreender a defesa do Arsenal, que jogou muito subida na segunda parte. Mas faltou-lhe tempo e sabedoria para contrariar a perda de energia física e anímica do nosso colectivo, já então gritante.

 

 

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SINAL VERMELHO

 

COATES. Parece um filme em reprise. Cada vez que jogamos em competições internacionais, o uruguaio persiste em pregar-nos um susto. Cumpriu a tradição ao falhar a intercepção de um passe, colocando em jogo Welbeck, que sentenciou a partida. Desta vez nem sequer fez a habitual gracinha conduzindo um lance ofensivo. Para esquecer.

GUDELJ. Com ele ao lado, formando o chamado "duplo pivô defensivo", Battaglia perde protagonismo e torna-se um jogador banal. Efeito de contágio proporcionado por este sérvio que persiste em lançar dúvidas sobre o mérito da sua contratação. Insuficiente no processo defensivo, ineficaz na construção ofensiva. Na China, de onde veio, não jogava. Percebe-se porquê.

BATTAGLIA. Tem-se mostrado em bom nível na selecção argentina, mas não rende neste Sporting, asfixiado pelo sistema de duplo trinco. Gosta de dispor de espaço e percebe-se que fica tolhido com Gudelj a pisar o mesmo terreno, sem proveito para a equipa. Em termos de construção ofensiva, voltou a ser uma sombra da época passada.

BRUNO GASPAR. Subsiste o enigma: por que motivo terá sido contratado este lateral direito que teima em tornar evidente a sua inaptidão ao lugar e a uma equipa com as naturais ambições do Sporting? Jogou toda a segunda parte e teve o condão de nos fazer sentir saudades de Cédric, Piccini e até de Schelotto. 

DIABY. Valeu a pena adquirir um avançado por tão elevado preço, no atribulado defeso leonino, se ninguém consegue vê-lo actuar mais de cinco minutos por jogo? Foi o que ontem sucedeu, para não fugir à regra. Tarda em integrar-se no onze leonino, por motivos mais que óbvios. E assim vai atrasando a sua ligação aos adeptos. Sabe-se lá até quando.

De bestial a besta em quatro minutos

Azarado? Quem é azarado?

Deficiente leitura de jogo? A sério?

Incapacidade de pôr os jogadores a rodar? Têm a certeza?

 

Na segunda parte do desafio da tarde de ontem, disputado na Ucrânia com bastante frio e a horas impróprias, José Peseiro fez questão de contrariar todos os profetas da desagraça que lhe iam apontando um imenso rol de defeitos. Já tinha cumprido aquilo que alguns de nós esperávamos dele ao escolher sem temor um onze nunca experimentado, face à necessidade de rodar jogadores, acautelar a partida de domingo em Portimão e dar mais rodagem àqueles que são por sistema deixados no banco ou na bancada. 

O Sporting alinhou inicialmente frente ao Vorskla - quarto classificado do campeonato ucraniano - com cinco novidades em relação ao onze inicial do desafio anterior, contra o Marítimo. Destaque para as apostas em Bruno Gaspar, Carlos Mané e Diaby - o mais caro reforço da pré-temporada leonina.

 

Confrontado com um golo sofrido logo aos 10' e com a apatia generalizada daquele grupo de jogadores incapaz de desfazer o nó ucraniano, o técnico mexeu cedo na equipa, mandando Mané para o duche aos 58'. Fez entrar Montero, muito moralizado por ter sido o melhor no desafio contra os madeirenses. Doze minutos depois, entravam Raphinha e Jovane - um deles substituindo Petrovic. Ficávamos sem nenhum médio defensivo de raiz, prova inquestionável da filosofia atacante do treinador. Que produziu resultados. Montero, com superior execução técnica, marcou um belo golo no último minuto do tempo regulamentar. Quatro minutos depois, Jovane ganhava um ressalto e transformava o empate em vitória. O puto-maravilha deu mais três pontos e algum dinheirinho ao Sporting.

 

Peseiro, que já estava a ser insultado de péssimo para baixo nos locais do costume, tornou-se o herói do dia.

Azarado, o tanas.

 

 

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SINAL VERDE

 

SALIN. Traído pela sua defesa, ainda se fez ao lance no golo ucraniano, tocando na bola mas já sem capacidade de impedi-la de entrar. Não voltou a ter problemas. Sai da Ucrânia com nota positiva.

COATES. Na hora em que é necessário remar contra a maré, ele está lá. Ontem demonstrou a Petrovic como pode ser um 6 eficaz e a Bruno Fernandes como deve actuar um 8 ao liderar o processo ofensivo, com a bola dominada, aos 55', 72' e 86'. Uma lição aos companheiros que andavam a arrastar-se em campo.

JEFFERSON. Actuação positiva do lateral brasileiro, naquela que foi até agora a sua melhor exibição nesta temporada. Esteve ligado ao melhor momento do Sporting na primeira parte, assistindo Nani para um golo que este falhou, e é ele quem faz o passe longo (à William Carvalho) de onde sai o golo de Montero.

ACUÑA. Parece ser o jogador mais polivalente neste Sporting de Peseiro. Ontem regressou á posição de médio-centro, pois a ala esquerda começou por estar entregue a Mané. Cumpriu no essencial: foi sempre um dos mais inconformados. E aquele seu potente remate em arco a rasar a trave, aos 53', merecia ter sido golo.

RAPHINHA. Desta vez começou no banco. Mas o jogo estava mesmo a pedir a intervenção dele. Peseiro deu-lhe ordem para entrar, substituindo Diaby. Estavam decorridos 70' e a partir daí o campo passou a estar inclinado a nosso favor. Raphinha foi o dínamo habitual, em energia e velocidade. Tentou o golo aos 73', fez um bom passe aos 76' e aos 90' coube-lhe o cruzamento-assistência felizmente fatal para as nossas cores.

MONTERO. O melhor em campo entrou apenas aos 58', rendendo o incipiente Mané. Não tardou a agitar o jogo, baralhando as marcações ucranianas e dinamizando o nosso ataque. Aos 79' esteve quase a marcar, de pontapé de bicicleta, aquele que seria um golo do outro mundo. Aos 90', passou do entretanto ao finalmente quando a meteu mesmo lá dentro com uma recepção perfeita seguida de simulação e disparo - usando peito, pé direito e pé esquerdo. Irrepreensível.

JOVANE. Voltou a funcionar como arma secreta e talismã do treinador. Segunda intervenção em provas internacionais, segundo golo marcado ao cair do pano. Desta vez entrou aos 70', rendendo Petrovic, e aos 90'+4 sentenciou a partida ao aproveitar da melhor maneira uma bola que Bruno Fernandes desperdiçara. Alguém pode presumir que se trata de mera coincidência?

 

 

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SINAL AMARELO

 

PETROVIC. Funciona como tampão à entrada da nossa grande área, mas limitou-se a defender com os olhos o autor do golo ucraniano, que se movimentou como quis na sua zona de influência. Ajudou depois a segurar o jogo, mas nunca se articulou bem com Bruno Fernandes ou Acuña nem foi capaz de construir lances ofensivos. O costume.

BRUNO FERNANDES. Médio de transição, voltou a exibir-se muito abaixo dos seus melhores dias. Foi quem errou mais passes, após Bruno Gaspar, e chutou demasiadas vezes para onde estava virado. No lance do segundo golo, teve uma recepção deficiente da bola, muito bem servida por Raphinha. Felizmente Jovane andava por perto.

NANI. Recuperou a titularidade e a braçadeira de capitão, mas não recuperou a antiga forma que tantas vezes nos levou a aplaudi-lo em pé. Teve o seu melhor momento no tempo extra da primeira parte, quando rematou à figura do guarda-redes, a dois passos da baliza. Vem demonstrando que joga melhor em distâncias curtas no eixo do que nas alas.

 

 

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SINAL VERMELHO

 

BRUNO GASPAR. Uma desgraça a atacar, um descalabro a defender. O lateral direito alternativo errou passes, falhou intercepções, foi incapaz de fazer um centro em condições. Percebe-se agora melhor por que motivo Peseiro tem apostado em Ristovski.

ANDRÉ PINTO. Sai da Ucrânia com nota negativa por ter estado ligado ao golo da equipa anfitriã devido a um mau alívio para zona proibida, iam decorridos apenas 10 minutos. Um erro raro nele, mas que pode acontecer aos melhores. 

CARLOS MANÉ. Preso de movimentos, sem ritmo competitivo, com apenas minuto e meio de actuação em campo nos últimos 15 meses, foi presa fácil para os ucranianos. Peseiro deu-lhe a oportunidade que muitos lhe pedíamos, mas ficou evidente que por enquanto o jovem extremo formado em Alcochete ainda não é alternativa válida.

DIABY. Estreia a titular do avançado maliano que veio da Bélgica com rótulo de goleador. Foi o mais caro reforço do defeso, mas ontem esteve muito aquém dos pergaminhos. Teve nos pés quase um golo cantado, logo aos 6', mas falhou por deficiência técnica. Merece nova oportunidade após ter desperdiçado esta.

Duche antecipado

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Mal ultrapassam as fronteiras, os impunes elementos do clube ainda presidido por Vieira sentem o peso da justiça desportiva. Acaba de acontecer ao menino Rúben, sarrafeiro-mor dessa agremiação, que foi tomar duche mais cedo na partida contra o AEK ao receber um segundo cartão amarelo -- "justo e perfeitamente escusado", escreve uma pena insuspeita.

Se o critério por cá fosse o mesmo, raras vezes o rapazola do pé em riste permanecia em campo até ao apito final.

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