Este jogador do Rio Ave que está sentado chama-se Carlos Mané e ontem não comemorou os golos da sua equipa contra o Sporting Clube de Portugal. Mesmo depois de tudo o que alguns responsáveis do Clube - agora e no passado - lhe fizeram e com o corolário que se sabe. Quero agradecer a Carlos Mané a atitude e desejar-lhe o maior sucesso para a sua carreira de profissional de futebol. Pena que muitos dos que estão agora no plantel, muitos dos que acabaram de chegar e muitos dos que virão não percebam bem o que significa ser do Sporting. Mas é isto mesmo.
Não conheço Carlos Mané, mas sempre tive dele a melhor das impressões, do ponto de vista pessoal. As palavras carinhosas que hoje Bruno Fernandes lhe dedica dizem-me que as minhas impressões podem ter razão de ser. E quando falamos de uma boa pessoa, sportinguista, desejamos-lhe sempre o melhor. Que Carlos Mané tenha sorte e faça uma grande época em Vila do Conde. Aos 25 anos, terá mais umas dez épocas pela frente, para brilhar. Mané, que esteve no Sporting desde os sub-9, esteve sempre em destaque nas camadas jovens, acabando por não conseguir impor-se totalmente nos seniores. Mas é injusto, na hora da saída, pensar nele como um fracasso. Pela equipa A, jogou 94 vezes e marcou 14 golos (dados do portal ZeroZero). Não são números de deitar fora e que fazem com que, para além de lhe desejar boa sorte, lhe agradeça.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre CARLOS MANÉ:
- Pedro Azevedo: «Pareceu ter uns tijolos nos pés, enfiando um pastel com (a) canela por cima da barra.» (4 de Outubro)
- Eu: «Ainda acusa a prolongada inactividade de um passado recente: falta-lhe intensidade e consistência.» (1 de Novembro)
- Leonardo Ralha: «Irrequieto ao longo do jogo inteiro, mesmo que isso tenha implicado foras de jogo e perdas de posse de bola, a esperança adiada da Academia de Alcochete demonstrou vontade de recuperar o tempo perdido. Não ficou nada longe de marcar, ainda que tenha preferido jogar para a equipa.» (14 de Dezembro)
- JPT: «Depois de mais esta vitória, contra os simpáticos polacos ou ucranianos ou lá o que eram, com seis ex-juniores (como se dizia antes) em campo, o Mané e mais cinco putos, sinto-me obrigado à penitência. Pública.» (14 de Dezembro)
- José Navarro de Andrade: «Acabámos com Mané e Petrovic - é preciso dizer mais?» (24 de Dezembro)
João Goulão: «Se alguém souber (e tiver a certeza...), é capaz de me informar quem são os "empresários" de Miguel Luís, Jovane Cabral, Francisco Geraldes e Mané?» (22 de Janeiro)
...além dos três guarda-redes suplentes, continuam o central Marcelo, o lateral-esquerdo Lumor, o médio Bruno César e o polivalente Carlos Mané.
Ainda a época vai em apenas cinco jogos oficiais mas há quem vá descolando do pelotão de Peseiro, tal como também acontece aos médios Misic e Petrovic e ao avançado Castaignos, estando por apurar qual será a utilização futura de Wendel e Diaby.
Entre aqueles que ainda não fizeram a estreia nesta temporada destaco o caso de Lumor, que não é opção apesar das exibições aquém de cintilantes de Jefferson, tornando-se cada vez mais evidente que a luta pela posição está a ser travada com Acuña. Mas qualquer treinador dirá que os suplentes têm que trabalhar ainda mais do que os titulares e que os não convocados têm que trabalhar ainda mais do que os suplentes.
A equipa técnica do Sporting prepara-se para dispensar Carlos Mané e Matheus Pereira. Lá irão eles, recambiados para longe de Alvalade. Depois de terem sido despachados Geraldes, Palhinha, Demiral e Domingos Duarte. Tudo em escassas semanas.
Resta Jovane, solitário sobrevivente desta expulsão em massa dos jogadores formados na nossa Academia. Haverá alguém capaz de me explicar o que se passa? Eu, por mais que tente, não consigo perceber.
Hoje fala-se no regresso de Carlos Mané a Alvalade. Espero que não aconteça. O dinheiro da sua venda (15 milhões de euros) dará mais jeito do que o seu contributo em campo e o rapaz, que parece boa pessoa e verdadeiro sportinguista, merece jogar e não ficar no banco como penso que aconteceria. Aliás, Jesus bloqueou a sua saída em janeiro de 2016 e depois pouco o utilizou.
Carlos Mané, emprestado pelo Sporting ao Estugarda, brilha na selecção sub-21, marcando dois dos três golos da vitória portuguesa frente à República Checa.
...a bela exibição de Carlos Mané, pelo Estugarda, ontem na Taça da Alemanha, ante do Borussia M´gladbach. O extremo fez um jogo de sacrificio, correndo quilómetros, ajudando a defender e sendo dos melhores a atacar. Não chegou para seguir em frente, mas a atuação do camisola 15 ficou na retina.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre CARLOS MANÉ:
- Edmundo Gonçalves: «Trapalhão, não ganhou um lance de jeito ao defesa direito russo. Complicou o que parecia fácil e abusou dos passezinhos curtos com Jefferson. Um figo para o lateral contrário.» (18 de Setembro)
- Duarte Fonseca: «Foi preciso entrarem Martins, Mané e (principalmente) Montero para que o Sporting tivesse algumas variações ao jogo que fazia desde o início da segunda parte, que consistia em lateralizar e cruzar ao calhas em busca de um cabeceador.» (22 de Setembro)
- José Navarro de Andrade: «O Mané arrasta-se ociosamente em campo, tenta uns berloques quando recebe a bola para perdê-la com arte, ou corre com ela por entre os pinos dos adversários até que um estica a perna e rouba-lha, eu começo a insultá-lo cá de cima e ele acaba por me calar com um toque, um toquezinho apenas, que resolve a coisa.» (22 de Setembro)
- Eu: «Estiveste bem, miúdo. Agora quero ver-te jogar na nossa equipa com a mesma alegria, a mesma vivacidade e o mesmo talento. Não esperes que a inspiração te visite: trabalha sempre. Porque a sorte só sorri a quem a conquista com muito trabalho.» (15 de Novembro)
Balanço positivo: um golo e uma assistência primorosa na vitória por 4-0 da nossa selecção sub-21 contra a Albânia.
Foste considerado muito justamente o melhor em campo pela imprensa desportiva. "Determinante", escreveu A Bola.
Estiveste bem, miúdo. Agora quero ver-te jogar na nossa equipa com a mesma alegria, a mesma vivacidade e o mesmo talento. Não esperes que a inspiração te visite: trabalha sempre. Porque a sorte só sorri a quem a conquista com muito trabalho.
«Sendo provavelmente o Matheus e o Gelson dois dos maiores talentos a sair da academia nos últimos anos, preocupa-me um pouco o "desaparecimento" de Mané, que, se bem trabalhado, pode perfeitamente fazer também o papel de segundo avançado.»
1) A inteligência colectiva e o jogo entre linhas será sempre a melhor forma de entrar numa defesa povoada. Foi preciso entrarem Martins, Mané e (principalmente) Montero para que o Sporting tivesse algumas variações ao jogo que fazia desde início da 2a parte, que consistia em lateralizar e cruzar ao calhas em busca de um cabeceador(mento) perdido. Verdade seja dita que Bryan Ruiz e Gelson também tentaram variar as opções, mas no caso deste último o que pensa ainda não é acompanhado pela forma como executa;
2) Como é possível alguém dizer-se profissional de futebol se não tem a mínima afinidade com a bola de...futebol? Sim, estou a falar de Slimani. Que além de ser dos jogadores menos inteligentes que vi jogar, adiciona uma odiosa relação com a bola que chega a ser chocante. É impressionante a quantidade de jogadas de ataque com potencial que são interrompidas por este homem;
3) Já estava na hora de Jefferson acordar para esta época. Bem sei que assimilar princípios defensivos aos 27 anos não é fácil, sobretudo para quem tinha muito pouca noção de posicionamento, mas a verdade é que tem que render muito mais;
4) O Patrício entre a 5a feira passada (jogo com o Lokomotiv) e o jogo de ontem aprendeu que pode sair da baliza para recolher uma bola metida em profundidade pelos adversários. Um dia destes ainda vai aprender a controlar a profundidade e a sair dos postes;
5) Continuo a achar piada ao facto da maioria das pessoas não perceberem Esgaio. Sim, é verdade que errou 3 ou 4 passes curtos e de fácil execução, mas na primeira parte foi um dos melhores em campo, raramente comete erros posicionais, tem capacidade de jogo interior e tecnica e cognitivamente é muito superior a João Pereira. Neste momento é, sem dúvida, a melhor opção.
RUI PATRÍCIO (6). Tranquilo. Não fez uma só defesa neste jogo. Mas soube sempre transmitir segurança à equipa. Saiu aos 77'.
JOÃO PEREIRA (6). Determinado. Fez frequentes incursões pela sua ala, apoiando o ataque, sobretudo na primeira parte. Percebe-se que é um dos jogadores mais à imagem e semelhança de Jorge Jesus. Saiu aos 78'.
PAULO OLIVEIRA (7). Pendular. Foi o único jogador do Sporting que alinhou hoje durante toda a partida: isto diz muito sobre a confiança que o treinador tem nele. Fez um bom corte mesmo no fim da primeira parte.
NALDO (7). Sereno. Cumpriu a missão que lhe foi confiada no eixo da defesa. Autor de vários cortes com classe e de passes bem colocados. Parece ter agarrado a titularidade. Saiu aos 59'.
JEFFERSON (8). Veloz. Revela óptima condição física e é um dos melhores jogadores a bater bolas paradas no futebol português. Partiu dele o primeiro sinal de perigo, logo aos 3', na marcação de um livre. Autor do canto que aos 63' originou o golo de Slimani. Três minutos depois, ao marcar outro livre, quase ofereceu um golo a Montero. Saiu aos 77'.
ADRIEN (6). Combativo. Ocupou o lugar que costuma ser de William Carvalho, no vértice mais recuado do meio-campo, sempre com grande sentido posicional. Bom distribuidor de jogo. Enorme pulmão. Saiu aos 78'.
JOÃO MÁRIO (7). Batalhador. Contribuiu em grande parte para o equilíbrio da equipa no meio-campo. Desempenhou bem a missão de conduzir a bola das linhas mais recuadas até à frente. Grande remate aos 50'. Saiu aos 59'.
CARRILLO (6). Desequilibrador. Começou a jogar na ala direita, flectindo com frequência para o eixo central do ataque com a sua excelente técnica individual. Nem sempre foi bem sucedido nesta manobra, mas esforçou-se sempre. Saiu aos 78'.
BRYAN RUIZ (6). Estreante. Recém-chegado ao Sporting, o internacional da Costa Rica ocupou o flanco esquerdo do ataque, de onde partiam os seus passes diagonais. Movimentou-se bem embora naturalmente ainda sem rotinas articuladas com os seus companheiros. Saiu ao intervalo.
TEO GUTIÉRREZ (5). Errante. O elo mais fraco do ataque leonino. Jogou no eixo do ataque, atrás de Slimani, sem arriscar incursões às linhas. Ainda demasiado preso de movimentos. Saiu aos 59'.
SLIMANI (8). Ousado. Desfez o nulo aos 63' ao marcar um golo de cabeça na sequência de uma grande elevação, correspondendo a um canto de Jefferson. É o jogador que dá mais profundidade do ataque do Sporting em missões de contínuo desgaste da defesa adversária. Saiu aos 70'.
CARLOS MANÉ (8). Matador. Só jogou na segunda parte: tempo suficiente para marcar um grande golo (aos 69'), culminando uma notável jogada de futebol colectivo, e fazer quase uma assistência de golo para Slimani, aos 55', num excelente passe em profundidade no eixo central que constituiu a melhor jogada do encontro. Merece ser titular.
RUBEN SEMEDO (5). Discreto. Substituiu João Mário aos 59', posicionando-se como médio mais recuado. Bom corte aos 77'. Mas perdeu a bola em zona perigosa aos 86', irritando o treinador.
MONTERO (7). Sólido. Substituiu Teo aos 59'. Com vantagem para a equipa. Excelente movimentação aos 66' quase resultou num golo. Grande passe para André Martins aos 90'. Nunca perdeu o foco da baliza.
TOBIAS FIGUEIREDO (6). Discreto. Entrou aos 59' para o lugar de Naldo. Aguentou a pressão atacante italiana, sem comprometer.
ANDRÉ MARTINS (6). Acutilante. Rendeu Slimani aos 70'. Soberbo cabeceamento aos 90', após cruzamento de Montero. Quase resultou em golo.
GELSON MARTINS (5). Tecnicista. Substituiu Carrillo aos 70'. Bom pormenor aos 82' em que demonstrou a sua boa técnica individual.
MARCELO BOECK (5). Resistente. Passou a defender a nossa baliza aos 77'. Tal como Rui Patrício, também não fez uma defesa. A longa permanência no banco não o desmoraliza.
JONATHAN SILVA (5). Zeloso. Rendeu Jefferson aos 78'. Carregado em falta numa entrada violenta aos 90'+2. Cumpriu.
ESGAIO (5). Competente. Substituiu João Pereira aos 78'. Também cumpriu.
WALLYSON (4). Esforçado. Pouco mais de dez minutos em campo. Não deslumbrou nem comprometeu.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre CARLOS MANÉ:
- Francisco Melo: «Uma tripla como Nani, Carlos Mané e Carrillo faz-nos sonhar.» (19 de Setembro)
- Eu: «Às vezes os melhores reforços estão no próprio clube. Carlos Mané foi demonstrando isto ao longo de todo o ano de 2014, tornando-se desde já uma das mais sólidas promessas do futebol leonino. Poderá até, como alguns vaticinam, tornar-se um novo Nani: basta-lhe aperfeiçoar as qualidades que evidencia, trabalhar cada vez mais e nunca perder aquele fundo de humildade que costuma caracterizar os verdadeiros campeões.» (1 de Janeiro)
- Edmundo Gonçalves: «Esteve quase sempre bem e marcou um excelente golo. A propósito, alguém terá já dito a Marco Silva que Carlos Mané era ponta-de-lança nas camadas jovens e que facturava "p'ra caramba"? Ele que pense nisso...» (6 de Março)
Entre os dois últimos campeonatos ganhos pelo SCP, que emolduram o nascimento deste milénio, um jogador chamado Martelinho ajudou o Boavista a conquistar o seu primeiro e único título nacional de futebol. Para muitos, o voluntarioso extremo é um ficheiro que a memória já se encarregou de apagar, como o faz cada vez mais assertivamente com aqueles a quem falta o carisma, predicado indispensável à dimensão mítica. Martelinho foi um empregado talentoso, uma simples peça do xadrez. Porque o evoco, então, no meu primeiro post enquanto membro da equipa do És a Nossa Fé? Por razões de ordem diversa: antes de mais porque me disponho aqui, qual Martelinho, a colocar o talento que me possam reconhecer ao serviço de algo maior - o blogue e, claro, acima de tudo, o SCP; depois porque a simpatia com que lembro o jogador e o inesperada que resulta a sua evocação reflectem ambas a sensação que me causou o convite do Pedro Correia, um ex-colega de redacção no Diário de Notícias; ainda porque as festas de S. João já se anunciam e, como bom portuense, também eu conto passar mais uma noite de martelinho na mão; mas principalmente porque, e isto é uma dor de alma para quem ainda se sente jornalista, são cada vez mais as notícias a martelo o que enche as páginas, os ecrãs e o éter dos nossos órgãos de comunicação social. A que hoje me traz aqui é a de dois extremos que se diz quererem jogar no extremo oposto ao de Martelinho: Carrillo e Mané. Daquele, os três diários desportivos quase garantem que se recusa a renovar; deste, um deles chama à primeira página a revelação de que está a "forçar a saída". Ora, Carrillo, como se sabe, nunca jogou a ponta dum corno até esta época, aparecendo e desaparecendo em fogachos inconsistentes que mais não davam do que para lhe detectar um potencial tremendo e lamentar o seu não aproveitamento; caso, na verdade, ele se recuse a renovar, estamos em presença de alguém que cospe literalmente na sopa que lhe foi dada a comer. O SCP teve a paciência de o trabalhar, de insistir com ele, de não o deixar cair, de fazer dele o grande jogador que finalmente prova ser. E a resposta é: agora que estou bom, até à vista. Mané ainda tem de comer muito pão para se alcandorar ao topo, mas, a acreditar nos jornais, quer dar um passo maior do que a perna. À revelia do clube. Em ambos os casos, estas notícias espalham a noção de que o SCP não é um clube-destino, é um clube-passagem. Diminuem o SCP. E, logo aí, têm de ser lidas com o devido distanciamento. O distanciamento crítico de quem sabe qual é hoje a importância estratégica dos jornais no "negócio do futebol" (termo recorrentemente usado e que eu detesto) e como eles a usam. Olhemos um pouco mais em detalhe para a notícia sobre Mané. Na capa d'A Bola ele "força" a saída. Lá dentro, já é o Mónaco que lhe oferece um salário não sei quantas vezes maior que o do SCP. Ou seja, o rapaz não pia, que se saiba. A Carrillo também ainda ninguém ouviu dizer nada de esclarecedor, mas a ordem do(s) dia(s) faz-se com a inevitabilidade da sua despedida. Isto num quadro em que Marco Silva, alegadamente, e desde o Natal, já prepara a nova época noutras paragens. O irónico de tudo isto, se formos a ver, é que se há clube português que tem fugido com dignidade ao fado de ser barriga de aluguer, ele chama-se SCP. E por isso é um exemplo. Podem os jornais espelhar a inveja e o ressabiamento dos outros, tentando de todas as maneiras pegar fogo à casa leonina, no que contam com a ajuda de tantos pretensos sportinguistas. Cada vez mais, a informação fidedigna sobre o SCP é difundida pelo SCP. E a comunicação social tem de se capacitar da sua culpa. A credibilidade está num extremo, a pirotecnia noticiosa no outro. Chamem-me ingénuo, se quiserem: para mim, Mané e Carrillo são dos nossos. Os jornais, esses, podem gastar o defeso inteiro a martelar na mesma tecla.
Bernardo Silva foi para o Mónaco há um ano por 15,7 milhões de euros depois de ter jogado apenas oito minutos no campeonato pelo Benfica e 31 minutos com a camisola encarnada ao longo da temporada.
Um mistério que nem Poirot nem Sherlock Holmes em conjunto conseguiriam resolver...
Surgem agora notícias de que o mesmíssimo Mónaco cobiça Carlos Mané. E "está disposto" a dar por ele uma quantia que "ronda os 10 milhões de euros", segundo leio no Record.
Uma brutal discrepância de valores. Ainda maior pelo facto de Carlos Mané - com 21 anos e uma enorme margem de progressão no futebol - ter jogado 1354 minutos na Liga 2014/15, correspondentes a 29 jogos, onde marcou seis golos. Contabilizando um total de nove golos em todas as competições desta temporada.
Um pedido, presidente: sugira-lhes que contratem antes o Belfodil.
Da consistência da nossa equipa. Num campo impróprio para a prática de futebol de qualidade, o Sporting funcionou sempre como colectivo, mostrando domínio de bola, boa organização no terreno e grande força anímica.
Da recuperação. Aos 24' perdíamos em casa do Arouca. Mas a reviravolta não tardou. É difícil virar resultados naquele estádio, mas o espírito leonino prevaleceu.
De Montero. Voltou a marcar frente ao Arouca. E, com esse golo, abriu caminho à nossa vitória. Teve ocasião de confirmar os seus dotes técnicos em vários outros lances. Atravessa um momento bem melhor do que há um ano, quando iniciara já uma longa seca de golos.
De Carlos Mané. Regressou à titularidade, devido à ausência de Nani, e justificou a confiança que Marco Silva nele depositou. Logo aos 9' fez um magnífico passe quase acrobático, de calcanhar, para Montero dentro da grande área do Arouca. Destacou-se a baralhar as marcações da defesa adversária. Partiram dos pés dele as assistências para os nossos dois primeiros golos - aos 30' (Montero) e aos 63' (Carrillo). Merece ser distinguido como melhor em campo.
Da estreia de Tobias Figueiredo a marcar. Bom golo de cabeça do nosso jovem central, que saltou muito bem ao primeiro poste na sequência de um canto marcado por Carrillo. Estavam decorridos 77'. Com este golo, o nosso terceiro, o Sporting ampliava a vantagem e decidia o jogo.
Do nosso meio-campo. Exibições muito sólidas, revelando grande capacidade física e mental do triângulo formado por William Carvalho, Adrien e João Mário. Houve um lance emblemático, aos 75', quando William e Adrien organizaram um ataque à saída da nossa grande área conduzindo a bola com tabelinhas rápidas e bem demonstrativas da qualidade de passe de ambos. Um lance que apetece rever.
De vencer com uma equipa sub-23. Raras vezes o Sporting terá jogado com um onze titular tão jovem. Montero (27 anos), Rui Patrício (26) e Adrien (25) formavam o trio de "veteranos" deste conjunto que bateu o Arouca.
De vencer com oito portugueses. O Sporting alinhou de início com Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, Tobias, William Carvalho, Adrien, João Mário e Carlos Mané - sete deles formados na nossa academia. E aos 81' ainda entrou outro, André Martins, substituindo Adrien.
De vencer mesmo sem três jogadores-chave. Nani e Jefferson (por castigo) e Slimani (ausente em representação da selecção da Argélia) não jogaram em Arouca. Mas a equipa não se ressentiu destas ausências.
De mais três pontos conquistados fora de casa. E já totalizamos 42 neste campeonato.
Não gostei
Do péssimo estado do terreno. Não é possível praticar futebol de qualidade num lamaçal como o de Arouca.
Do penálti que esteve na origem do golo dos anfitriões. A bola, rematada a muito curta distância, foi claramente à mão de Tobias Figueiredo - e não o contrário. Confirma-se: abriu a época da caça aos penáltis com bolas disparadas às mãos dos jogadores dentro da grande área. Um absurdo, tolerado e avalizado por árbitros menos competentes.
De ver Iuri Medeiros a jogar contra nós. Bem sei que o Sporting o emprestou ao Arouca, para rodar e ganhar experiência, até ao fim da temporada. Mas mesmo assim faz-me alguma impressão vê-lo com outra camisola.
{ Blogue fundado em 2012. }
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