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És a nossa Fé!

Os melhores golos do Sporting (1)

Tenho a honra de começar uma série que irá animar esta casa nos próximos tempos. O Pedro Correia já tinha destapado um pouco o véu na crónica do nosso último jantar, pelo que hoje dou o pontapé de partida. 

 

Golo de DIEGO CAPEL

Sporting-Athletic Bilbao

19 de Abril de 2012, Quinta-feira, 20h05, Estádio José de Alvalade

 

Nessa época, tremida e demasiado instável para o investimento que tinha sido feito no plantel, o Sporting alimentava então duas esperanças: chegar à final e vencer a Liga Europa, conquistar a Taça de Portugal. O título já não estava ao nosso alcance. Nessa noite europeia, orientados por um treinador muito querido entre os adeptos, Ricardo Sá Pinto, jogava-se a 1ª mão das meias-finais da Liga Europa. Do outro lado, o forte e competitivo Athletic Bilbao. Alinhámos com o seguinte 11: Rui Patrício (e que época fez o nosso guardião!), Insúa, João Pereira, Anderson Polga, Xandão, André Martins, Daniel Carriço, Schaars, Izmailov, Diego Capel e Ricky Van Wolfswinkel. 

 

Nas bancadas, uma fraca assistência: 37.286 espectadores para uma meia-final europeia é pouco Leão para tamanha empresa (fosse hoje e tínhamos gente pendurada na cobertura do estádio). No campo, eles batiam-se, batiam-se, mas o Bilbao - principalmente o seu meio-campo - não era pêra doce. Ao intervalo, 0-0. A começar a 2ª parte, balde de água fria. Aurtenetxe inaugurava o marcador para os bascos. Livre da direita cobrado por Susaieta para a área, mau alívio de Insúa, com a bola a sobrar ao segundo poste para Aurtenetxe, que só teve de encostar. O Sporting sofreu mais um bocadinho e os falsos espanhóis quase que faziam o segundo (poupou-nos o poste da baliza de Patrício aos 60').

Nos últimos 25 minutos, começou uma noite europeia inesquecível. Aos 68', entrava Carrillo e o Sporting parecia endiabrado. Chegámos ao tento do empate ao minuto 75' com uma cabeçada estranha, raivosa, mas certeira do lateral-esquerdo argentino Insúa.

 

E a seguir chegou a magia que justifica este texto e o sorriso com que estou enquanto escrevo estas linhas: nas bancadas cantava-se "Aperta com eles, Sá Pinto!" (música que nos acompanhou na recta final dessa época 2011/2012).

Sá Pinto apertava, gesticulava, gritava, não parava um segundo. O banco do Sporting parecia outro onze que queria entrar e jogar. Aquele jogo tinha de ser nosso. E foi nosso devido a uma jogada que ligou a Sevilha à Rússia, fazendo estremecer meia Lisboa: Izmailov faz meio terreno adversário com a redondinha agarrada aos pés, deixa para Capel, que remata forte e rasteiro de fora da área, sem hipóteses de defesa para o guarda-redes Iraizoz.

Grande golo de Diego Capel.

Eu tive a oportunidade de ver a bola dirigir-se para dentro da baliza sul, visto que me encontrava na Superior Sul com o Frederico Dias de Jesus. O estádio explodiu. O sonho de ir a Bucareste começava a parece algo fazível para os nossos rapazes. O povo leonino ficou endoidecido com Diego Capel. Se já era querido por todos nós (pese algumas limitações técnicas e tácticas), essa noite transformou-o no herói da ocasião.

Partilho aqui o link de um dos melhores vídeos que existem no Youtube desse mesmo momento (com relato Antena 1 e TSF). É emocionante, dá vontade de voltar a essa noite de Abril de 2012 para sentir aquela loucura em Alvalade. 

 

 

Neste blog, então ainda muito jovem, festejou-se nos dias seguintes (e de que maneira) essa vitória, esses golos e o momento decisivo de Diego Capel. O Bernardo Pires de Lima, o José Navarro de Andrade, o João Távora, o Adelino Cunha e o David Dinis, entre outros, deram nota da nossa alergia e orgulho. Um golo e uma noite europeia para a história desta grande instituição.

Obrigado, Diego Capel. Obrigado, Sporting!

O estranho caso de Diego Capel

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Não sei o que se passa com este jogador. Foi durante duas épocas um símbolo inequívoco de espírito leonino. Entrava em campo com fome de bola, entregava-se ao jogo com alma de leão, percorria a linha lateral na obsessão permanente de fazer cruzamentos com perigo, era o primeiro a ser castigado em falta pelos adversários, a quem sacou inúmeros cartões amarelos ou vermelhos.

Compensava em combatividade aquilo que lhe faltava em virtuosismo técnico. As bancadas adoravam-no. As claques gritavam pelo nome do andaluz que chegou a jogar na selecção espanhola.

Subitamente, no ano passado, Diego Capel parece ter perdido o fulgor. Quando era chamado, revelou-se apático e ausente, sem a energia anímica de outros tempos. Apesar de continuar a ser um dos elementos mais bem pagos do plantel.

Passou a ser convocado menos vezes e a jogar menos minutos quando entrava em campo. E nessas ocasiões raras vezes justitificou a aposta nele feita pelo treinador, Marco Silva.

Com a chegada da actual pré-temporada e o desembarque de um novo técnico em Alvalade, surgiu-lhe outra oportunidade. Jorge Jesus não tardou em fazer constar para a imprensa que lhe reconhecia mérito e tencionava apostar nele. Uma espécie de tónico psicológico que parece não ter surtido efeito em Capel. De tal maneira que já se fala no andaluz como um dos prováveis dispensados da nova época - a par de Labyad, Slavchev, Sarr, Viola, Heldon, Diogo Salomão e Wilson Eduardo. E ele parece resignado, baixando os braços sem mostrar o que vale nos treinos.

Confesso que para mim é um mistério.

Balanço (19)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre CAPEL:

 

- Eu: «Capel cada vez mais carta fora do baralho.» (25 de Agosto)

- Duarte Fonseca: «Que apenas saia o Capel, nesta fase pouco mais há fazer que não seja proteger os melhores elementos do plantel e dispensar alguns dos piores.» (1 de Setembro)

- Luciano Amaral: «Li hoje num jornal que Jesus está a pensar ficar com Capel para o adaptar a lateral esquerdo. É a famosa parábola, precisamente intitulada "Jesus e o lateral esquerdo", que (salvo erro) vem no Evangelho segundo Marcos, de acordo com a qual Jesus começa com Coentrão, passa por David Luiz e Melgarejo, para acabar com Eliseu.» (7 de Junho)

O jogo e o mercado

O jogo

 

Podíamos ter ganho ontem.

 

Após os primeiros 15 minutos, domínio total sobre o campeão e pelo menos 3 oportunidades claras de golo aproveitando a instabilidade emocional da defesa dos de Carnide. Capacidade impressionante de pressionar deste Sporting, um Slimani incansável nesta tarefa e um André Martins de nível superior durante toda a primeira parte. Foi de longe o melhor jogador da equipa nos primeiros 45 minutos. A quantidade de bolas que roubou, as aberturas que fez, os passes que não errou, as decisões acertadas que tomou. Muita qualidade.

 

Na segunda parte, sofremos imenso durante os primeiros 20 minutos, muito por culpa da intranquilidade (um eufemismo) de Maurício que fez com que a equipa tivesse receio de pressionar tão à frente e do desgaste físico de Slimani, Martins e Adrien. Após essa fase de maior aperto, Nani assumiu a liderança da equipa e foi ele quem conseguiu serenar a equipa, levando-a a equilibrar o jogo. Pelo meio um enorme Rui Patrício entre os postes, calando todos aqueles que querem fazer dele um guarda-redes medíocre. No final, a cereja não foi parar ao bolo, porque Artur se redimiu com uma grande defesa, em resposta a um lance de ataque rápido exemplarmente executado.

 

Nota ainda para o incansável apoio dos sportinguistas. Éramos 3.000 mil e durante a maioria do jogo abafámos por completo os adeptos da equipa adversária. Incrível demonstração de apoio e crença.

 

 

O mercado

 

Tenho dois desejos:

- que apenas saia o Capel, nesta fase pouco mais há fazer que não seja proteger os melhores elementos do plantel e dispensar alguns dos piores;

- que venha um central, Maurício era um soldado que até cumpria, mas não tem estofo para general (já dizia o Peter).

Balanço (12)

 

O que dissemos aqui, durante a temporada, sobre CAPEL:

 

- Eduardo Hilário: «Diego Capel é o eterno lutador com "garra de leão", fazendo-me recordar a devoção de Ricardo Sá Pinto.» (26 de Julho)

- João Paulo Palha: «É um jogador hábil, embora não excepcional deste ponto de vista, é muito rápido, a pensar e a executar, imprimindo normalmente grande rapidez aos ataques, cruza muito bem e, sobretudo, exibe um atributo que bem pode ser considerado uma sua marca distintiva, ele nunca desiste.» (7 de Novembro)

- Eu: «Gostei dos raides de Capel. Grande velocidade, grande visão de jogo. Muito mais eficaz do que Carrillo no corredor esquerdo, inventando linhas de passe para os colegas do eixo central.» (8 de Dezembro)

- Francisco Melo: «A dedicação de Capel e a sua entrega ao Sporting constituíram, durante largo tempo, o único estímulo de milhares de jovens adeptos para se manterem sportinguistas, e não passarem a torcer por outros clubes.» (9 de Maio)

¡gracias!

Muito provavelmente, domingo próximo será o dia do último jogo de Diego Capel pela nossa equipa.

O sevilhano fez uma época tranquila, mas infelizmente não sobressaiu como no 1.º ano de leão ao peito. E isso, para uma equipa que para o ano ambiciona muito mais, é pouco.

A dedicação de Capel e a sua entrega ao Sporting constituíram, durante largo tempo, o único estímulo de milhares de jovens adeptos para se manterem sportinguistas, e não passarem a torcer por outros clubes.

Capel pode não ter feito o pleno para o treinador de bancada, pode não ter corrigido as suas limitações, mas ninguém lhe tira a admiração por, nos últimos 3 anos, ter personificado, melhor do que ninguém, o que é um verdadeiro "leão" em campo.

Vou ter saudades de Capel. Jogadores com aquela vibração não abundam com frequência por Alvalade.

Apesar de não poder ir ao estádio no domingo, espero que os 35,000 adeptos que lá forem não deixem de prestar o tributo que este jogador merece pela forma exemplar como vestiu e suou a nossa camisola.

Faz hoje um ano

 

Depois da vitória concludente de Bruno de Carvalho nas urnas, dando voz à livre e genuína vontade dos sócios, vinham as pressões dos chamados "poderes fácticos", inconformados com a derrota. Talvez nenhuma dessas pressões tenha sido tão transparente como a que veio reflectida num despacho da agência Lusa que originou títulos como este, no Expresso: "Sporting enfrenta estrangulamento financeiro após negociações goradas com a Banca". Que, por sua vez, surgia na sequência desta manchete do Correio da Manhã: "Bruno de Carvalho sem investidores - Sporting pede 80 milhões à banca".

Foi a 9 de Abril de 2013: faz hoje um ano. Faltavam 12 dias para o Benfica-Sporting dessa temporada. E logo os sectores afins ao presidente cessante, Godinho Lopes, se apressaram a sublinhar a alegada situação de "incumprimento definitivo" que, caso se concretizasse, afundaria o nosso clube num inédito abismo.

 

No mesmo dia, o Daily Mirror anunciava que o Liverpool estava disposto a pagar 11,7 milhões de euros pela transferência de Diego Capel, cuja cláusula de rescisão está fixada em 30 milhões.

Tratava-se afinal de uma renotícia - ou seja, uma notícia requentada. Já a 21 de Maio de 2013 o mesmo tablóide britânico dera nota do interesse do mesmíssimo clube no nosso médio-ala. E a 6 de Novembro de 2013 o Mirror insistira no interesse do Liverpool em Capel. Só os números variavam: em Maio falava-se em quatro milhões de libras (cerca de 4,7 milhões de euros); seis meses depois, esta quantia subia para cinco milhões de libras. E daí saltava-se para os 11,7 milhões de Abril, numa espécie de leilão jornalístico que parecia confundir os desejos de alguns com a realidade.

Três notas sobre o jogo de sábado

1. Têm sido raras as vezes em que discordo de Leonardo Jardim. Mas não posso concordar com o que disse no final do jogo de sábado sobre Magrão. Recordo que Leonardo Jardim na conferência de imprensa disse que: Magrão, ao contrário das opiniões gerais, é um bom jogador e que sempre que foi chamado à equipa, correspondeu.

Infelizmente não posso, de todo, concordar com estas declarações. Apesar de compreender o seu alcance. Magrão significa, para mim, o tipo de jogadores que quero esquecer (e que num passado recente estiveram em força nos nossos plantéis), o tipo de jogadores que nada fizeram ou fazem para merecer vestir a camisola mais bonita do mundo. Ao contrário de Jardim, não acho que tenha qualidade nem sequer que tenha correspondido minimamente.

 

2. Apesar de não se ter dado relevância ao facto, na minha opinião, a entrada de Capel em campo foi decisiva para o desfecho do jogo de sábado contra o Braga. Permitiu ganhar posse de bola e verticalização, mas acima de tudo foi a entrada de Capel que fez com que Jorge Paixão sentisse necessidade de alterar a estrutura defensiva (Dabó já tinha amarelo e quando Capel entrou arrancou-lhe logo duas faltas), mudando Baiano para a direita e colocando Sasso, um defesa central, na lateral esquerda. Foi Sasso que cometeu o penalti sobre Mané, perdendo um lance interior. E foi o golo de penalti que lançou a equipa, porque até então nada perfilhava uma vitória leonina no jogo, antes pelo contrário.

 

3. Carrillo está a um pequeno passo de estabilizar num patamar acima do que tem demonstrado (para depois subir outro). Na primeira parte do jogo de sábado fez algo que raramente tinha feito. Ajudou sempre nos processos defensivos (evitou dois cruzamentos que poderiam levar perigo para a nossa baliza) e nos dois lances em que teve oportunidade de desequilibrar no ataque fez uma clara assistência de golo, infelizmente não concretizada. No segundo tempo desapareceu do jogo e quando teve oportunidade de desequilibrar decidiu mal. No dia em que conseguir ser consistente nos processos ofensivos (desequilíbrio e decisão) e defensivos ao longo de 65 minutos do jogo (com as suas capacidades não precisa de mais tempo em jogo) dará o salto. No sábado só lhe faltaram 20 minutos.

De ontem. Sempre irritante perder ali, mas obrigada

Lá fui. Não tenho ido sempre, mas sempre com pena, é dos jogos que mais gosto na época, seja taça ou campeonato. Ir à Luz é ir à Luz, para mim é assim há muitos anos. Nunca escondi a importância que dou ao derby. Ontem lá fui, e tenho a salientar antes de mais que fui bem recebida, estive entre amigos de Sporting e Benfica e segui depois para o meu lugar. No que diz respeito a entradas e saídas também correu tudo lindamente. Num minuto estava no meu lugar, em cinco fora do recinto (e foram cinco porque era muita gente a sair ao mesmo tempo, mas tudo correu bem). O meu lugar era próximo - mesmo ao lado - dos sectores onde ficaram os adeptos do Sporting e tratei de me juntar a quem vi ser do nosso clube. Por nada de mais, ninguém me ia fazer mal, eu é que preferi estar mais à vontade para falar, cantar, comemorar eventuais golos (e felizmente houve 3 golos a celebrar). Fiquei até toda a equipa sair do campo, ouvi o hino do Benfica até ao fim para poder aplaudir a rapaziada. Este ano tudo me correu francamente melhor que há dois anos (segunda parte aqui).

 

Sim, o Sporting perdeu. Sim, saímos da taça. E não, não gosto de nenhuma das duas. Perder com o Benfica é sempre irritante? É. Se quiserem ainda, não não gosto de ver que podia ter havido um penalty aqui ou ali, mas recuso-me a fazer como tenho ouvido, reduzir o jogo que vi ontem a má arbitragem. Nem acho que devêssemos entrar por aí enquanto instituição, mas quanto a isso não posso fazer nada, as paixões falam mais alto e nessa hora não há como pedir calma. É saudável comentar arbitragem, não ignorar, mas o jogo de ontem não merece ser reduzido a Duarte Gomes. 

 

Era um jogo a eliminar, mas ainda não mudei o modo como comecei a ver esta época: fomos ao fundo, estamos em recuperação, estamos a construir uma equipa (o primeiro golo revela alguma imaturidade, por exemplo). Correu bem logo de início e tenta-se chegar mais longe, naturalmente. Mas ainda há coisas a fazer, a consolidar, e ainda bem que assim é e acima de tudo ainda bem que Leonardo Jardim mantém essa postura. Porque só pode vir a ser melhor com estes miúdos. Acredito que depois do quarto golo o animo que se viu na segunda parte e parte do prolongamento tenha esmorecido, foi um golpe duro para todos. Do meu lugar vi o lance em camara lenta e não queria acreditar, não por culpar alguém, mas por ser tão injusto assim numa altura daquelas. Deu para tudo, ontem. 

Falando do meu lugar, o único golo que não foi na "minha" baliza foi o de Capel. É claro que o vi, mas um lugar com vista directa para 6 golos foi um prazer. Eu não gosto que o Sporting tenha perdido, juro, mas marcou três golos na Luz, e só quem lá estava sabe o que foi celebrar o terceiro já nos descontos. Só quem esqueceu um Sporting que quando só precisava de um golo falhava invariavelmente não dá valor a isto. 

 

Gosto bem mais deste Maurício, mas eu tenho uma coisa por centrais que marcam bons golos, e ele às vezes esquece-se do resto e eu também. Ainda assim, acho que pode ser grande. Já de Rojo não sei bem o que pensar, voltou a não mostrar inteligência e no seu caso não vejo perspectiva de melhoras. Houve nervoso miudinho (no pun intended) na equipa mas lá se foi conseguindo organizar, reagir e marcar. Mais que isto, só mesmo a vitória. Do meio campo para a frente todos melhores e a melhorar. É este o caminho (desculpa Rinaudo, ainda te amo). 

Das substituições embora as perceba, tenho sempre pena que a atitude de Capel saia de campo.  

  

À saída, vinha uma senhora do Benfica à minha frente a dizer "eu não venho cá mais, uma pessoa só se enerva. Fico em casa, sei os resultados e pronto". Há-de haver gente assim em todo o lado, juro que não entendo esta postura. É melhor ficar em casa, de facto. 
Regra geral saio de um derby perdido extremamente irritada, nem me apetece falar com a fúria (e se eu sou capaz de ficar horas calada, senhores), e ontem nem por isso. Fiquei triste mas não furiosa. Porque gostei muito e vibrei com a reacção e atitude que vi em campo. Lamento mas ainda tenho muito presentes as últimas épocas para só ficar triste com o que vi ontem, só quem não gosta de futebol pode ficar. Demos luta, marcaram-se três golos, houve recuperação de um 3-1 para 3-3. Gostei muito apesar do resultado e consequência.

Diz o mister: "Estou satisfeito pela atitude e qualidade. Queríamos ir ao Jamor. Não conseguimos e saímos tristes, mas com a sensação de que a equipa evolui a olhos vistos" e é muito isto para mim também. 

Os nossos comentadores merecem ser citados

«Capel tem uma capacidade impressionante de se esquivar dos adversários. O último jogador que me lembro de "sacar" tantos amarelos aos adversários era o infame Simão Sabrosa. Na época em que Domingos foi o treinador, jogámos inúmeras vezes com mais um pois Capel já tinha feito das suas, partindo para cima dos defesas, tirando amarelos atrás de amarelos aos adversários até à estocada final.»

Bruno Cardoso, neste texto do João Paulo Palha

Os nossos jogadores (1): Diego Capel

 

 

Diego Capel é bem o tipo de jogador de futebol que eu gosto de ver no Sporting. Tal como disse há dias neste blogue, ele dá velocidade ao jogo, transmite entusiasmo aos colegas e empolga o público. Tudo isto porque reúne qualidades, psicológicas e técnicas, de carácter e de talento, que não é frequente vermos associadas num mesmo atleta.

 

É um jogador hábil, embora não excepcional deste ponto de vista, é muito rápido, a pensar e a executar, imprimindo normalmente grande rapidez aos ataques, cruza muito bem e, sobretudo, exibe um atributo que bem pode ser considerado uma sua marca distintiva, ele nunca desiste. É um gosto - que quase me cansa - ver a vontade com que corre com a bola, a aplicação, quando em atitude defensiva, com que persegue os adversários, a maneira entusiasmada e entusiasmante como festeja os golos, o modo, em suma, como se esforça por merecer cada um dos cêntimos que cada um dos sócios e o clube  lhe pagam. Diego Capel é, ainda por cima, um jogador correctíssimo, educado com os adversários e com o público, ao contrário do que a sua exuberância atlética - apesar de baixo, a energia que põe em todos os lances parece, muitas vezes, amarrotar outros aparentemente mais poderosos - poderia fazer supor.

 

Gosto mais de vê-lo jogar do lado direito, a sua capacidade de perfuração é aí, em minha opinião, mais evidente do que no lado esquerdo, embora depois, nas proximidades da linha final, tenha alguma dificuldade em concluir as jogadas. De qualquer maneira, se afinar a sua capacidade de remate, em que, é um facto, mostra algumas deficiências, poderá tornar-se um jogador temível jogando no lado direito. No jogo com o Marítimo, deu um seguro sinal disso.

 

Todas as equipas têm  jogadores que, embora reconhecidamente importantes ou, mesmo, decisivos no futebol por si praticado, são incapazes de arrastar um espectador que seja para os estádios. Só um masoquista pagaria bilhete para ver um jogador, por muito bom que seja, catalogado como carregador de piano. São jogadores como Capel, jogadores que sabem jogar à bola, que levam o público ao campo, que fazem mexer as equipas, são jogadores como Capel, que não poupam esforços, que respeitam os companheiros e as bancadas, que, não obstante muitos defeitos e carências técnicas e de outro tipo que possam apresentar, entusiasmam os adeptos e os fazem ter orgulho nos seus clubes.

 

Fica connosco muito tempo, Diego Capel, e continua a arrebatar-nos com o teu futebol! 

Dúvidas para o Clássico (2)

 

Quem irá acompanhar Fredy Montero e Wilson Eduardo no tridente atacante do Sporting para domingo: Diego Capel ou André Carrillo?

Diego Capel regressou aos relvados após algumas semanas de fora a recuperar de lesão. Mostrou bom nível no jogo da taça de Portugal, embora sempre se possa dizer que o adversário não era de “alta montanha”.

Carrillo, na ausência de Capel, assumiu o lugar no 11, dando boa conta de si (ainda que com alguma intermitência).

Surge a dúvida: deverá Capel regressar ao lugar que, em condições normais, é seu? Ou, deverá Leonardo Jardim manter Carrillo, que vem assegurando a posição nas últimas partidas, no início do jogo? Capel joga melhor no coletivo do que Carrillo. Por outro lado, o peruano é mais imprevisível no 1 contra 1 do que o sevilhano.

Jogar a sério do princípio ao fim

Como de costume, a imprensa especializada em futebol limitou-se a sublinhar o óbvio: o exelente desempenho de Montero no golo que fechou a sua conta individual - e a do Sporting - na vitória por 5-1 contra o Arouca.

Mas faltou ir um pouco mais longe. Para se perceber bem até que ponto esta é uma equipa renovada, em que a vontade de vencer prevalece sobre tudo o resto. Sendo o futebol um desporto colectivo, nunca é de mais destacar esta dimensão de uma modalidade que tanto nos fascina.

 

A jogada do quinto golo, por exemplo, transcendeu muito o celebrado virtuosismo do avançado colombiano. Teve outros intervenientes que merecem destaque. Porque, cada qual a seu modo, todos simbolizam a nova atitude de um Sporting que se quer leão não apenas no símbolo.

Jefferson iniciou o lance ofensivo, encostado à linha esquerda. A equipa vencia já por 4-1, a poucos minutos do fim: o mais cómodo seria atrasar a bola, devolvê-la porventura ao guarda-redes. Mas para Jefferson recuar não era opção: neste Sporting joga-se para a frente, não para trás. E assim fez.

Capel recolheu-a. E acelerou ainda mais, rumo ao único objectivo que interessava: a baliza adversária. Já tinha feito uma assistência para golo, a equipa vencia por uma vantagem dilatada, mas não lhe bastava isso. Era preciso mais. Podia entreter as bancadas com uns floreados. Mas para Capel a jogada inócua não era opção. O jogador - um dos grandes ídolos de Alvalade - voltou a fazer um passe cirúrgico tendo Montero por destinatário.

E, enfim, o colombiano. Já tinha marcado dois, já tinha sido brindado com aplausos merecidos. Podia fazer de conta que tentava mais um golo. Mas para Montero fazer de conta não era opção: ele ambicionava outro - o terceiro golo, o mais requintado do ponto de vista técnico, o que lhe garantiu uma ovação ainda maior.

 

Três intervenientes nesta brilhante jogada colectiva. Três leões.

Tarde de despedidas em Alvalade

Era o último jogo de Wolfswinkel em Alvalade, mas isso quase passou despercebido quando tantos craques se estavam a despedir dos adeptos. Rui Patrício recebeu a homenagem pelo 250. jogo com um espírito de adeus tão imenso que nem me espantaria se Marcelo Boeck iniciasse a sua era em Aveiro. E depois houve o golo magnífico de Diego Capel, aquele que ganha mais do que o novo orçamento permite, embora o rendimento em campo supere o de Carrillo e Jeffrén juntos. Já seria um grande reforço se ele não fosse embora.

2012 em balanço (9)

 

VITÓRIA DO ANO: MEIA FINAL DA LIGA EUROPA

Foi há poucos meses, mas parece ter sido há uma eternidade. O Sporting fez alguns jogos internacionais que nos fizeram vibrar em aplauso incondicional à prestação da equipa. Pelo caminho foram ficando vários adversários: o Legia de Varsóvia, o Manchester City e o Metalist. Uma das vitórias mais saborosas aconteceu em nossa casa, corria o mês de Março e estava Sá Pinto no banco: cheio de megacraques, o City saiu de Alvalade com um golo sem resposta, de asa caída. A vitória por 3-2 na segunda mão, em Manchester, foi insuficiente para os ingleses virarem a eliminatória: a equipa que viria a sagrar-se campeã inglesa tombava assim, nos oitavos de final da Liga Europa, frente ao Sporting.

Sonhámos alto naqueles dias. E assim chegámos às meias-finais, contra o Atlético de Bilbau. Com a certeza da vitória, que parecia ao nosso alcance. E esteve mesmo: vencemos por 2-1 e convencemos naquele dia 19 de Abril. Com uma extraordinária exibição de Capel, autor do primeiro golo. E grandes prestações também de Insúa (que marcou o segundo golo, de cabeça), João Pereira, André Martins, Pereirinha e Izmailov. Este ainda muito antes de se chamar Izmaylov, como parece agora fazer questão, vá-se lá saber porquê.

Saímos do estádio eufóricos: a presença na final da Liga Europa parecia cada vez mais possível. Não foi: em Bilbau, na semana seguinte, perderíamos 1-3.

O sonho esfumou-se. Mas o doce sabor desta vitória em Alvalade já ninguém nos tirou.

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