A classificação está aí e não mente, ou melhor, mente. António Salvador sabe bem como é que o Porto conquistou o terceiro lugar. É a vida, há umas épocas foi o Braga a ficar em terceiro graças a um "favorzinho" do FC Porto na última jornada.
O Sporting em 34 jogos sofreu duas derrotas (em Guimarães e na Luz) ambas por cortesia dos apitadores foi o vencedor incontestado, mais 10 que o Benfica, mais 18 que o Porto e mais 22 que o auto-denominado terceiro grande, tudo somado ficou com mais 50 pontos que o trio perseguidor.
Na última jornada, mais do mesmo, um Benfica igual à si próprio, conseguiu um lisonjeiro empate, sem o colo talvez se classificasse para a Liga Conferência, sobre o Braga vs. FC Porto há pouco a dizer, o presidente dos minhotos disse tudo, o clube do Bom Jesus foi impedido de disputar o jogo, uma expulsão injusta* aos 12 minutos condicionou a discussão do resultado e Nuno Almeida encarregou-se de ir inclinando o campo, bem inclinadinho até ao apito final.
*Por falar em expulsão injusta, a expulsão do jogador do Chaves, também, o foi. Agarrar, sacudir o pó, empurrar, puxar a camisola é normal em futebol, a síncope cardíaca simulada que acometeu Morten era desnecessária.
Em Alvalade, foi bonita a festa, pá, fiquei contente.
Foi bom contarmos por vitórias todos os desafios em Alvalade, foi bom chegarmos aos 90 pontos, podiam ter sido mais.
Jornada 33, o campeão está decidido, falta decidir o terceiro e o quarto lugar.
Este fim-de-semana para além do futebol masculino e feminino, decidia-se a Liga dos Campeões de Hóquei em Patins.
Decidia-se e decidiu-se, Benfica, Barcelona, FC Porto e Oliveirense ficaram pelo caminho e o campeão foi o Sporting Clube de Portugal.
No futebol feminino, infelizmente, a melhor equipa não foi campeã.
O Sporting venceu duas vezes o Benfica para o campeonato, chegou à última jornada a precisar de vencer -venceu dois zero- e a precisar que o Benfica empatasse ou perdesse. O Benfica sofreu um golo e marcou zero em lances de bola corrida. Quando terminou o seu jogo o Sporting era campeão mas a seguir veio o empurrão, o penalty que não era penalty.
As milionárias tinham de vencer fosse como fosse e venceram.
Bons jogos no Coimbra da Mota e no Afonso Henriques, jogos bem disputados, com incerteza no resultado e no estádio minhoto com o tempero do apito. Depois de ter sido, escandalosamente, beneficiado no jogo com o Sporting desta vez os vitorianos ficaram a choramingar contra a arbitragem.
Nos jogos do Benfica e do Porto interessava ver o desempenho dos fugitivos, o desempenho de Rafa que cuspiu na águia e o desempenho de Taremi que cuspiu no dragão. O FC Porto venceu, a jogar contra dez, venceu "à Porto" um golo depois da hora, cortesia do confeiteiro Artur Soares Dias, golo esse marcado pelo bilheteiro (jogou com o bilhete de avião para Milão bem guardado no bolso dos calções) persa.
Rafa, também, esteve muito bem, os benfiquistas adoram-no tal como idolatraram Vale e Azevedo, Luís Filipe Vieira e agora Rui Costa, estão bem uns para os outros.
Quanto ao Sporting manter o foco, faltam dois jogos para terminar a época com o despromovido Chaves e com o clube do destituído Pinto da Costa. Atenção máxima para os dois jogos que faltam.
O futebol tapa muita coisa, dizia-me um dia destes um familiar muito assisado. Nada mais verdadeiro, mais ainda quando a política em Portugal por estes dias anda tão rasteira, cheira tão mal que tresanda de oportunismos e malandrices - que se lixe a Pátria.
Em boa hora, é neste panorama deprimente que o Sporting se sagra campeão nacional. Uma estonteante alegria infantil que venho saboreando, aficionado que sou do futebol, sportinguista de corpo e alma, uma pertença que recebi de família, que ao longo da vida nem sempre foi leve. Talvez por isso nestas alturas usufrua o acontecimento com desmesurado e intenso prazer. Até um crónico derrotado como eu, sempre do lado minoritário da barricada, merece o sabor goloso duma vitória destas, mesmo no lado lúdico da vida - é o que levamos daqui.
Um aspecto particularmente fascinante, mesmo que não seja exclusivo do futebol, mas que me agrada de sobremaneira, é a vertente colectiva desta apaixonante modalidade: uma equipa liderada com o espírito certo atinge resultados muito superiores à soma dos seus elementos. O espírito de grupo, a solidariedade e complementaridade entre os elementos, cada um fundamental para a dinâmica e motivação em vista. Repare-se como a retirada de um elemento num determinado confronto, se momentaneamente fragiliza a prestação, o restante grupo, se coeso e bem liderado, supera-se em solidariedade e empenho. Se alguém cai, logo outro o levanta ou substitui na função. É isso que de mais belo a humanidade consegue ser. Fazer.
Assim aconteceu com o meu Sporting esta temporada, com exibições de encher o olho, entusiasmantes de alegria e nota artística. Um sinal de que o fado não é uma fatalidade. E que, pelo menos na bola, os meus por uma vez dão a volta ao texto, dão a volta à História, viram o jogo e ocupam o lado de cima, sobem ao céu. Contra ninguém.
Os Sportinguistas têm a oportunidade de, de uma vez por todas, adoptar o discurso pouco trágico dos vencedores, um sítio gostoso de olhar o Mundo e expulsar o estigma da modéstia e da derrota, da vitória moral, do caminho de morte, sintoma de fim. De deixarmos de justificar as derrotas com as nossas virtudes morais, uma narrativa enganosa, do receio da felicidade, da luz do sol encadeante, que ilumina o gosto pelo sucesso, a recompensa pelo esforço.
O futebol tapa muita coisa mas também desvenda muita coisa. O sucesso é uma coisa boa, aliada à virtude, à luminosidade, à verdade. A vitória do Sporting neste campeonato, jogado às claras, sem equívocos ou batotas, com público nas bancadas e competições europeias é um verdadeiro consolo. Uma vitória que, propositadamente, não atribuo a nenhum protagonista especial, porque é uma vitória de grupo, de equipa, de conjunto, de uma cultura, de uma comunidade. Em que todos os protagonistas, do adepto ao roupeiro, da bancada ao camarote ou à equipa técnica, do guarda-redes ao ponta de lança, todos foram fundamentais. Talvez a fechar uma página da nossa história, um fado de gerações.
Viram bem as faces felizes, os sorrisos francos, as lágrimas de felicidade, que correram por esse Portugal inteiro, a desaguar na rotunda no Domingo? E se Portugal todo se pudesse inspirar neste fenómeno?
A hora é de euforia, é de comemoração, ainda assim gostaria de recordar a competição em que estivemos menos bem esta época, a Taça da Liga.
Dir-me-ão: "Varandas é o presidente, em funções, com melhor desempenho nessa competição". É verdade, Pinto da Costa em 42 anos conquistou uma, António Salvador em 21 anos conquistou três, Rui Costa, zero e Frederico Varandas em, apenas, sete anos já conquistou três Taças da Liga (dois Campeonatos, uma Super-Taça e uma Taça de Portugal) sete anos, sete troféus (que podem ser oito) no museu.
Podemos e queremos conquistar a "dobradinha" mas se não tivéssemos claudicando na Taça da Liga podíamos conquistar todas as competições internas em que participámos.
Uma breve nota para referir os jogos dos nossos adversários, para lá do Marão "mandaram" os que lá não estão, uma expulsão anedótica em Trás-os-Montes conseguiu manter a luta acesa pelo terceiro lugar. Pela qualidade futebolística este FC Porto estaria a lutar com o Benfica e com o Portimonense por um lugar no "play-off" da manutenção. Bem o Braga num jogo com sete golos e com incerteza no resultado até ao apito final. Bem o Famalicão a vulgarizar uma equipa vulgar, a "trubinar" dois golos que podiam ter sido três.
Pés assentes no relvado, cabeça no sítio, concentração ao máximo.
Ainda há muito para conquistar até ao fim da época.
Já vamos à jornada 31, por enquanto ficamos com esta maravilhosa imagem, um lance que podia ter decidido este campeonato.
O jogo na Luz caminhava para o fim, dez valorosos leões estavam a vencer onze cansados lampiões.
Artur Soares Dias faz levantar uma placa com o algarismo seis, seis minutos de tempo extra. Este lance, o lance do segundo golo do Benfica, marcado em fora-de-jogo óbvio, basta ver a forma como a linha está colocada, ocorre depois de se esgotarem esses seis minutos e só é validado aos cento e tal minutos, o Benfica graças a esses "malabarismos" passou de uma desvantagem de seis pontos na classificação para uma igualdade, ficou com os mesmos pontos do Sporting.
Olhem, novamente, para a imagem, o VAR validou o golo por 4 cm mas a realização da Benfica TV escreveu 41 cm.
Ontem, no Porto, estava preparado o mesmo, o FC do Porto de Villas-Boas ia fazer ao Sporting o mesmo que o FC Porto de Pinto da Costa fizera ao Benfica. Ia golear. 5-0 pelo menos.
Estava tudo bem encaminhado, não contaram com os indiscutíveis internacionais, do lado esquerdo o indiscutível da selecção portuguesa, Nuno Santos, cruza para o indiscutível da selecção sueca, golo. Do lado direito o indiscutível da selecção inglesa, Edwards, cruza rasteiro, para o mesmo sueco, golo. Sente-se o cheiro do pânico no Dragão. Galeno perde a cabeça e espeta uma cabeçada em Edwards, o inglês é expulso com vermelho directo. O FC Porto passa o resto do jogo a queimar tempo e consegue segurar o empate, ficam a 18 pontos do Sporting.
Aí estão, os resultados e a classificação. Este foi o fim-de-semana sob o signo 42, 42 anos que foram interrompidos por uma derrota estradaçante. 42 são os pontos que separam o Sporting Clube de Portugal dos três perseguidores.
Por falar em perseguidores, o cotovelo de Otamendi perseguiu, furiosamente, o rosto de Zalazar, mas agredir Zalazar no pós 25 de Abril é permitido, o rapaz lá foi receber assistência com o rosto ensanguentado e teve sorte, não viu vermelho, como Edwards.
Mais uma jornada, mais uma vitória esmadora do Sporting e mais do mesmo nos outros três jogos.
Para os pândegos da Sport TV o jogo entre o Marceneiro Conceição e o Marques Amorim será decisivo, tão decisivo que na foto os Conceições devem estar de salto alto, Amorim e Pedro Gonçalves descalços, só assim compreendemos a diferença de alturas.
Aquilo que se decidirá no Porto é se depois do jogo o Sporting continua com mais 18 pontos que o clube de Villas-Boas, se amplia para 21 pontos ou se o FC Porto consegue ficar "apenas" a 15 pontos do Sporting.
Estes foram os resultados, Braga e FC Porto a venceram pela diferença mínima, sendo que o clube da cidade presidida por Rui Moreira precisou de umas ajudas, tudo se resolveu e continua em quarto lugar empatado com o terceiro.
Na capital do Algarve mais uma noite quente, os adeptos do Benfica descontentes, sabem que só venceram o jogo graças à arbitragem e até para eles o que é demais parece mal, querem que a equipa jogue à bola mas com matrecos como António Silva, como Bah, como João Neves, enfim, teria dos nomear quase todos, não é fácil. A equipa do Benfica parece um grupo de conhecidos que se juntou para fazer um jogo solteiros contra casados, parecem mais interessados no petisco a seguir ao jogo do que em suarem a camisola quando estão no campo.
O jogo entre o Sporting e o Vitória SC foi um hino ao futebol bem jogado e bem arbitrado.
Não vou falar em futebol vertical, coisa que não existe, a única coisa vertical no futebol são os postes das balizas e os das bandeirolas de canto. Um passe vertical nunca seria um passe para a frente seria um passe para cima, um "charuto", no estádio do Sporting esse tipo de passes são, potencialmente, perigosos, podem atingir algum avião.
Mas vou falar em futebol bem jogado, em futebol com passes, com desmarcações, com paciência, a tal circulação de bola, com arranques com a bola controlada, com a ocupação perfeita dos espaços, a inteligência de um jogador de futebol vê-se quando ele não tem a bola, o que está a fazer? De que modo está a contribuir para o colectivo? Este Sporting tem isso tudo, a classificação e a diferença entre golos marcados e sofridos mostram bem a superioridade do clube de Alvalade neste campeonato.
O Benfica venceu por três a zero o Gil Vicente, o FC Porto empatou com o Rio Ave e o Sporting "perdeu", não conquistou nenhum ponto nessa jornada 20. O Benfica era líder e, tal como no tempo de Bruno Lage ou de Rui Vitória, venceria todos os jogos até ao fim do campeonato e seria campeão. Só que não. No Dragão e em Alvalade encaixou 7 e marcou 1, maldito 7-1, pelo caminho foi escorraçado da Taça de Portugal.
Setepontososcalaram
Setecornos ezagaias
Setevassourasmontaram
Meninadassetesaias
Aqui estão os resultados da jornada 20 para avivarmos a memória.
Aqui está a classificação.
Sporting com quatro resultados negativos, Benfica com sete (maldito sete).
A cinco jornadas do fim, quinze pontos, o campeonato está ao rubro (em todos os sentidos mas já lá iremos) quem será o terceiro, o quarto e o quinto classificado?
A Norte continua o descalabro, querem tirar os clubes a norte do Sado da Liga, é pena porque, parecendo que não, são muitos.
Este campeonato ficará conhecido como o campeonato da marca amarela, Estoril, Arouca, Famalicão e Sporting.
Sporting?
Sem querer fazer aquilo que o Francisco Chaveiro Reis faz muito bem, mostrarmo-nos equipamentos espectaculares, penso que a Nike podia fazer uma camisola especial para o jogo no Dragão. Se a jogar de verde e branco em Alvalade lhes espetámos quatro, imaginemos o que seria no Porto a jogarmos de amarelo.
Entretanto no Alto dos Moinhos (deve ser o único país no mundo onde é cortado o acesso a um hospital de manhã, por causa de um jogo que se realiza à noite, o Benfica é um estado dentro do Estado) o vento apitou a favor. Muito a favor. Desta vez não houve queixinhas da arbitragem, nem empurrões nos túneis. Uma vergonha. Mais uma.
Ainda não tinha falado do Sporting, aí está uma vitória, mais uma por números que não deixam dúvidas.
A única dúvida que tenho é quem irá sentar o rabo no banco do Famalicão. Armando Evangelista ainda não evangelizava na altura da birra dos polícias, se fosse um jogador não poderia jogar e o treinador poderá orientar?
Numa altura em que o campeonato se aproxima do final, esta jornada mostrou-nos que não é assim que vamos lá, não é assim que o futebol português ganha credibilidade internacional.
Esta foi a jornada da barracada.
Barracada em Alvalade com Artur Soares Dias, crónica de uma barracada anunciada. O murro de Di Maria no nariz de Pedro Gonçalves devia ter sido punido com cartão vermelho. É uma opinião unânime. Para cada cartão vermelho ou penalty perdoado ao Benfica há uma cortina de fumo. "ASD errou ao não expulsar Di Maria mas compensou ao não expulsar Morten". Quem diz, escreve ou pensa isto é estúpido. O que aconteceu no lance do primeiro amarelo a Morten? O dinamarquês preparava-se para rematar à baliza à entrada da área do Benfica sofre uma falta técnica (aprendemos, nesta jornada, que a falta técnica é sempre punida com amarelo) cometida pelo meia-leca algarvio que, obviamente, não viu amarelo, é empurrado e injuriado por Otamendi e vê amarelo por três razões, ter sofrido falta, ter sido empurrado e ter sido injuriado. Mesmo que Morten tivesse dado um murro em Otamendi (seria bem dado) e outro em João Neves (não se perdia nada) como vimos no lance de Di Maria/Pedro Gonçalves isso não seria motivo para amarelo. Termino com a simulação de Geny que viu amarelo e com a simulação de Otamendi (já tinha amarelo) que finge uma agressão provocada por Viktor e consegue sacar uma falta inexistente, numa clara oportunidade de golo para o Sporting (Duarte Gomes veio pedir desculpa por ter analisado mal este lance e confirma a expulsão perdoada a Otamendi).
Barraca em Braga, na Pedreira.
Na semana em o presidente, conhecido como trolha, contratou o treinador do Arouca para a próxima temporada, pensando obter algum benefício, não obteve um benefício, obteve três, Daniel Sousa foi generoso e mostrou que é um homem com carácter, o que não abunda no nosso futebol.
Barraca no Dragão que relança o interesse no campeonato.
Quem será o terceiro classificado?
É de realçar mais uma expulsão do cangaceiro calvo e mais uma choraminguice com a arbitragem. Penalty perdoado após um toque em Galeno na área. Será que os jogadores de futebol são meninos com quinze meses que se desiquilibram com o vento e caem com o rabo (e com a fralda) no chão ao mínimo toque? O futebol é um desporto de contacto. Os jogadores de futebol são atletas de topo bem treinados. Galeno podia resistir àquele contacto sem se aventar para o chão? Poder, podia mas não era a mesma coisa.
No entanto, nem tudo são más notícias para o FC Porto, o empate do Moreirense faz com que o clube de Luís Beleza Gonçalves tenha, pelo menos, o quinto lugar assegurado, presença certa nas Confederações ou lá o que é.
Colo na Luz, onde o clube de António Costa, de Medina e de André Ventura, só com muito carinho, só com muito mimo , só com três penalties, só com cafunés conseguiu vencer o adversário, o último da tabela. O Desportivo de Chaves cometeu doze faltas e viu oito cartões amarelos, recorde mundial.
No Estoril, também amarelou mas devia ter avermelhado mais.
Bem Sérgio Conceição ao reconhecer as suas limitações como treinador:
"Sou fraco, não gostava de ter um treinador como eu" disse ele, a antecipar mais uma derrota.
Visto de fora, constatamos a evidência, bem revertido o penalty na Amoreira, mal concedido um dos penalties na Luz, o repetido.
Muito bem o guarda-redes do Chaves, Hugo "Neneca" Souza:
"Quantos penalties tenho de defender para ser considerado o melhor em campo?"
["Me chamam Neneca mas o Benfica é que é carregado às costas" devia ter acrescentado o goleiro do Mengão emprestado aos flavienses]
Na Amadora e em Portimão tudo normal, venceram as melhoras equipas, sem favores e sem casos nem casinhos.
Esta jornada fica marcada por dois escândalos, um em Rio Maior, outro no Porto.
O de Rio Maior foi mais mediático, não há ninguém que diga que não foi penalty de certeza absoluta. Não há provas, não há certezas, parece que...
Parece-me que em caso de dúvida se deve proteger quem ataca, o Casa Pia estava a atacar, não há certezas?
Então é penalty.
"Muitos anos depois perante a sua consciência o capitão Pepe Caceteiro haveria de recordar aquela tarde remota em que marcara na própria baliza mas o árbitro resolvera tudo ao expulsar, injustamente, um jogador adversário"
Poderia ser o princípio de um livro chamado:
"Cem anos de podridão".
Onze contra onze:
Sporting 6, Braga 2, Benfica 1, Porto 0, nos golos marcados.
Adenda:
Tó, isto é uma agressão?
Pepe é um criminoso que há muito devia estar afastado do futebol?
Pepe tudo fará hoje para inutilizar Gyokeres até ao fim da época?
Se levar cartão vermelho pela selecção o carniceiro do Bolhão poderá continuar, tranquilamente, a dar porrada na Liga Portuguesa.
Em fim de semana de eleições vamos ver quem foram os vencedores e os que se abstiveram.
O grande vencedor destas eleições foi o Sporting. Três golos sem resposta num terreno mais propício a plantar batatas que a jogar futebol. Ainda assim, marcámos um golo de Genyo e, ao contrário do que diz A Bola, o nosso futebol não foi pragmático, foi ganhático.
O Braga, em Vila do Conde, absteve-se de marcar golos mas não se absteve de protestar, parece que o presidente Salvador foi à cabine do árbitro e não terá sido para levar um ramo de flores.
O FC Porto em Portimão (uma espécie de sucursal portista no norte de África [desculpa CAL ]) teve mais uma vez a passadeira azul estendida.
O Benfica, na Luz, por entre lenços brancos, assobios e frangos do tamanho de avestruzes, lá conseguiu vencer o jogo e desenterrar a cabeça da areia.
Agora temos os jogos europeus e no próximo fim-de-semana há mais, jogo a jogo, sempre.
5 golos golos marcados pelo Sporting nos dois últimos jogos.
Duas vezes 5 os pontos perdidos que separam o primeiro do terceiro.
Duas vezes 5 (à condição) os pontos que separam o primeiro do quarto.
Quatro vezes 5 (à condição) a diferença de golos entre o primeiro e o quarto.
No dia 26 de Fevereiro, p.30 d' A Bola, escrevia José Manuel Delgado:
"João Neves e António Silva, ao dizerem-se em condições de jogar em Toulouse (...) mostraram uma força mental que é própria dos campeões."
Não concordo. João e António abdicaram dos direitos como trabalhadores para colocarem os interesses da entidade patronal acima dos seus. Péssimo exemplo.
"Não sejas mariquinhas, só porque morreu a tua mãe não vens trabalhar, lembra-te do que fez João Neves, excelente exemplo de dedicação à empresa" temo que este discurso venha a ser ouvido com frequência.
O esforço de João e António foi em vão, nos quatro jogos em análise, Toulouse e os três posteriores, o Benfica empatou um, venceu um e perdeu dois, se isso é força mental de campeões, estamos conversados.
Faltam dez jogos (onze ao Sporting) vamos manter a cabeça no lugar, os pés bem assentes no chão e vamos jogo a jogo. Foi assim que fomos campeões em 2020/2021. Esta época podemos ser campeões, vencer a Liga Europa e a Taça de Portugal.
Os resultados estão aí e dizem tudo ou melhor não dizem nada, não dizem que o Sporting foi roubado.
Hoje o Correio da Manhã fala do silêncio do Sporting e de Orelhas puxado ao plantel.
Sobre os erros de arbitragem e sobre aquilo que a direcção do Sporting devia fazer já escrevi ontem (o texto vai com cerca de 100 comentários, aproveito para agradecer a quem o comentou, debater opiniões é importante).
A grande notícia de hoje, a acreditar no Correio da Manhã, é a integração, o puxamento de Orelhas para o plantel. Como jogador livre, sem clube, pode ser inscrito em qualquer altura. Sérgio Conceição quererá este jogador no plantel não pelas qualidades futebolísticas mas sim pelo carácter, pela garra, pela virilidade que poderá ensinar aos jogadores que jogam de pantufas.
Os quatro da frente venceram (o Sporting foi o único a vencer fora).
A história mais relevante desta jornada terá sido a cara lavada do Benfica, A Bola fez uma excelente lavagem.
Aqui vemos Neres, de cara lavada, a ultrapassar um jogador do Vizela, sentado no chão, com a cara suja, presumo.
Termino com uma constatação, Rúben Amorim, ao contrário de Filipa Reis, não será grande apreciador de "slalons, cuecas, nós cegos, valeu tudo". Para Rúben (para mim, também, não, como escrevi na altura) não vale tudo.
Desta vez Edwards ficou a reflectir qual é o objectivo de um jogador de futebol:
Um Sporting fragilizado após ter sido afastado da final da Taça da Liga pela equipa do Artur Jorge. Este não é o Artur Jorge poeta de bigode farfalhudo é o Artur Jorge que calado seria um poeta. Na antevisão do jogo o falador, de barba mal semeada, disse que o Braga era superior ao Sporting e que o futebol bonito não interessa nada, interessa é vencer.
No fim do jogo foi soluçar para os braços do trolha, espero que tenha aprendido a lição ou melhor as cinco lições.
Em Guimarães a cavalaria vermelha voltou a ser levada, levada sim. Mais um jogo fraquinho apadrinhado pelo Godinho. A expulsão de Borevkovic aos 64' foi determinante para, as tropas do alemão, trazerem um ponto da cidade berço. Benfica soma e segue, mais um jogo, mais uma expulsão dum jogador adversário.
O FC Porto deslocou-se ao rio Arda e ardeu.
É Carnaval, ninguém leva a mal. Os adeptos dos dragões imbuídos de espírito carnavalesco chamaram, carinhosamente, palhaços, aos soldados do capitão Pepe.
Em seis pontos possíveis com o Arouca os de Pinto da Costa perderam cinco.
Cinco é o algarismo que define esta jornada.
Cinco golos sofridos por FC Porto e Benfica, um ponto.
Cinco golos sofridos pelo Braga, zero pontos.
Cinco golos marcados pelo Sporting, três pontos.
Cinco pontos conquistados pelos cinco primeiros classificados. Três para o Sporting, os outros dois a dividir por quatro, média: 0.5 pontos.
Já vamos perceber, o amarelo canário (como a bandeira da Suécia) a energia de Midus a ser descarregada nas cordas e vocalização, o engenho de Mário Gramaço a construir letras simples, a sabedoria do moçambicano Jorge Loução (infelizmente, encantou-se cedo) a unir tudo com uma batida forte, ao mesmo tempo aconchegante.
Estávamos em 1981, a editora era a Rádio Triunfo, a música e o futebol eram, essencialmente, ouvidos na rádio.
"Vi uns tipos a fazer uma algazarra infernal (...).
Dizem que o treze é o número do azar mas neste jogo dá dinheiro até estoirar"
Era assim o Totobola, nessa altura ter treze no totobola dava mais dinheiro que uma estante do IKEA bem recheada.
Já falei em Suécia, já falei em amarelo (Estoril), já falei em triunfo e já falei em treze.
Treze foram os golos do Sporting marcados nos dois últimos jogos do campeonato, graças ao sueco Viktor e aos seus (dele) companheiros/colegas/camaradas construímos dois triunfos sólidos; 2-5 e 8-0.
Enquanto isso o Porto ficou a assistir à Taça da Liga no sofá e foi a Faro vencer o treinador da mão de Ronny (até hoje, o careca ex-Paços de Ferreira não pediu desculpa ao Sporting).
O Benfica, foi Benfica.
Conseguem ver o cartão vermelho? Mais um jogo em que estiveram a perder, ocorre a expulsão milagrosa e acabam a vencer o jogo.
Aí está a diferença entre golos marcados e sofridos e a classificação.
Sporting, 34 na diferença de golos, Braga 16, menos de metade.
A maior diferença de golos entre marcados e sofridos vence campeonatos, a menor pode vencer taças da liga.
Para terminar à Roquivários, diria:
"Benfica, FC Porto e Braga não vão levar a mal mas a beleza (o futebol bem jogado) é fundamental".
Adenda:
Braga 1 - Chaves 1.
Os guerreiros do Minho guerrearam tudo junto ao castelo de Leiria. Na pedreira atiraram com uma pedra aos de Chaves, os transmontanos ripostaram com outra e empataram-se. Resumindo, o Braga perdeu dois pontos, desde que Dário assinou os flavienses ainda não perderam nenhum jogo.
Primeiro vamos analisar a jornada 18 que como vemos acima, para os quatro clubes em análise se estendeu por três dias; quinta, sexta e sábado.
Na quinta-feira ocorreu o escândalo minhoto na linda cidade de Famalicão, como foi possível o Benfica de Braga, o Braga vencer o jogo?
Esteve muito bem o presidente do Famalicão em protestar, quem não se sente não é filho de boa gente. O Famalicão/Braga teve quase 20' de descontos; o Braga/Sporting (ontem) teve 4' (4'?, sim).
A seguir no mesmo dia, um Vizela/Sporting, mais do mesmo, dois penalties sonegados ao Sporting, golo duvidoso do Vizela, golos duvidosos roubados ao Sporting, enfim, quando é que isto pára?
Na sexta-feira, o regresso do colinho, faltas por assinalar a favor do Boavista, amarelos a condicionar os jogadores da invicta, um árbitro com a lição bem estudada.
No sábado repetiu-se a receita, o árbitro a ser o melhor em campo, Galenadas, jogadores do Moreirense ensanduichados, o normal.
Quanto à Liga, à Taça da Liga foi daqueles jogos que o FC Porto, o Benfica e agora, também, o Braga não perderiam. O Braga não o perdeu.
(o penalty claro e óbvio cometido por José Fonte não seria assinalado se fosse a favor da trindade acima referida?)
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.