Magnífica lição de desportivismo
Rafael Nadal, no adeus definitivo às competições de ténis após uma carreira inesquecível. Reconhecer o mérito dos adversários: eis outra forma de ser campeão.
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Rafael Nadal, no adeus definitivo às competições de ténis após uma carreira inesquecível. Reconhecer o mérito dos adversários: eis outra forma de ser campeão.
Voltamos a sagrar-nos campeões de futsal. À medida que os títulos se sucedem, parece quase uma conquista banal. Nada disso. Esta é a primeira vez em que existe um tetracampeão português da modalidade. Somos nós, com a vitória de ontem sobre o Braga, por 6-3, no jogo decisivo que teve como palco o Pavilhão João Rocha.
Outra proeza numa temporada fértil nelas. O nosso 19.º título numa modalidade em que temos hegemonia incontestada: somos a maior potência a nível nacional e uma das maiores do mundo. Com mais 11 troféus do que o Benfica, que segue num distante segundo lugar.
Parabéns ao grande treinador Nuno Dias, insuperável coleccionador de títulos: nove em 12 épocas. Parabéns aos nossos heróis do futsal. Ao Merlim, ao Zicky Té, ao Pauleta, ao João Matos, ao Paçó, ao Pany Varela, ao Gonçalo Portugal, ao Diogo Santos, ao Taynan, ao Sokolov.
Todos contribuíram de novo para tormar o nosso Sporting tão grande como os maiores da Europa. Honrando o mais possível o nosso lema: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
O Sporting tornou-se a equipa mais vezes campeã nesta década que ainda nem chegou a meio.
Triunfámos tanto como FC Porto e Benfica juntos.
Rúben Amorim é claramente o treinador de referência nestes anos 20 do futebol português: duas vezes campeão. Roger Schmidt e Sérgio Conceição ocupam os restantes lugares do pódio, cada qual só com um título na Liga desde o início da década.
As coisas são o que são.
Dos outros clubes não sei nem quero saber. Interessa-me o Sporting apenas.
Fica o registo dos últimos 60 anos, não me apetece recuar mais no tempo:
1965/1966 - Fomos campeões com mais 9 pontos (1 SLB + 8 FCP)
1969/1970 - Fomos campeões com mais 18 pontos (8 SLB + 10 V. Setúbal)
1973/1974 - Fomos campeões com mais 6 pontos (2 SLB + 4 V. Setúbal)
1979/1980 - Fomos campeões com mais 7 pontos (2 SLB + 5 FCP)
1981/1982 - Fomos campeões com mais 5 pontos (2 SLB + 3 FCP)
1999/2000 - Fomos campeões com mais 12 pontos (4 FCP + 8 SLB)
2001/2002 - Fomos campeões com mais 12 pontos (5 Boavista + 7 FCP)
2020/2021 - Fomos campeões com mais 14 pontos (5 FCP + 9 SLB) 2023/2024 - Fomos campeões com mais 28 pontos (18 FCP + 10 SLB)
Faz grande diferença.
Foi brutal agora.
Há quem não goste deste Sporting treinado por Rúben Amorim?
Paciência, vão afogar as mágoas à tasca mais próxima.
Campeões nacionais no futebol, campeões da Europa no hóquei em patins, agora campeões nacionais no andebol.
Isto demonstra que este Sporting de Frederico Varandas não se resume ao futebol, nem Rúben Amorim é o único grande treinador do Sporting, nem Coates é o único grande capitão do Sporting. Existe de facto uma política desportiva transversal com grandes treinadores, grandes capitães e equipas que sentem a camisola que envergam e produz resultados que orgulham os sócios. O que não quer dizer ganhar sempre numa modalidade e muito menos em todas, pois os adversários não dormem e alguns gastam o que o Sporting se recusa a gastar. Nem que não existam modalidades e temporadas onde tudo o que havia de mal para acontecer, acontece, como aconteceu este ano no basquetebol.
Esta equipa de Ricardo Costa - e hoje os seus filhos Martim e Francisco estiveram em dia menos bom - é um belo exemplo do ADN Sporting e do seu lema "Esforço, dedicação, devoção e glória". Juventude para correr, talento para resolver, alma para sofrer, na luta com aquele adversário que joga na atitude, leia-se na tentativa de arranjar confusão e condicionar os árbitros. Depois da expulsão clara do Salina logo a abrir por palmada na casa, as exclusões por 2 minutos dos nossos jogadores foram acontecendo em momentos-chave e impediram que o Sporting estivesse confortável no resultado.
Depois dum começo com dificuldades chegámos ao intervalo com cinco golos de vantagem, subimos aos sete a abrir a 2.ª parte, mas depois foi sempre a descer, embora lentamente, até aos três golos a 4 minutos do fim (32-29), momento em que o capitão Salvador Salvador, então o melhor em campo, sai lesionado, carregado em ombros pelos colegas e a esperar-se o pior. Recorde-se que o Sporting precisava do empate para se sagrar campeão.
Nessa altura tambem o Martim já andava limitado. Falha o remate e os golos vão acontecendo dos dois lados até ao 34-32 a entrar no último minuto com posse no Porto. Livre de 7 metros, margem mínima e defesa homem a homem pelo Porto. Time-out do Ricardo Costa a meio minuto do fim, e... Nathan acerta na parte interna do poste e dá golo. Confusão instalada pelos estrangeiros do Porto, alguns com contrato assinado para zarpar, e por alguns internacionais portugueses que deviam ter vergonha na cara. Foi nesse momento que a equipa do Sporting formou o quadrado: deram as mãos, recusaram a javardice e focaram-se no que estava em jogo.
Reposta a bola em jogo, o capitão Rui Silva do adversário logo a colocou no chão, levantando a bandeira branca. O Sporting era campeão. Abraços e choros, a começar pelo gigante norueguês Vag, que pelo banco tinha ficado. Simplesmente inesquecível.
Veio a entrega do troféu e das medalhas. O treinador e três jogadores do Porto portugueses e internacionais lá estiveram a assistir, os outros foram digerir a frustação. Enorme festa no pavilhão João Rocha.
E agora? Repetir hoje no Jamor com o mesmo adversário, mas em futebol. O Neto e o Bragança estiveram a assistir. Lá estarei também.
Viva o Sporting!!!
SL
Antonio Adán
Daniel Bragança
Dário Essugo
Eduardo Quaresma
Gonçalo Inácio
Luís Neto
Matheus Reis
Nuno Santos
Paulinho
Pedro Gonçalves
Sebastián Coates
Noite inesquecível em Alvalade, sábado passado: desta vez não houve limites à celebração
Foto: António Pedro Santos / Lusa
Fomos campeões, sim. Mas já não havia novidade nisto: o título estava garantido há duas semanas. Repetimos a proeza de há três anos, desta vez com maior brilhantismo. E uma diferença fundamental: com público no estádio, o que não aconteceu em 2021 devido às severas medidas sanitárias que vigoravam durante a pandemia, de tão má memória.
Este Sporting-Chaves da 34.ª e última jornada do campeonato era, portanto, um jogo para cumprir calendário. Mas também para servir de novo pretexto para acrescidos festejos, desta vez no José Alvalade. E ainda para reforçarmos outras estatísticas desta época tão bem-sucedida - a melhor deste século, a melhor do último meio século.
Terminámos pela primeira vez o campeonato com 90 pontos - segunda melhor marca absoluta de sempre no futebol português, quatro pontos acima do nosso anterior recorde, fixado em 2016, com os 86 conquistados na primeira época de Jorge Jesus.
Chegámos ao fim com 96 golos marcados, tantos como os da gloriosa época 1973/1974, a do Título da Liberdade, faz agora 50 anos. Terceira melhor na história da nossa participação na principal prova de futebol a nível nacional, superada apenas pelos 123 golos de 1946/1947 e pelos 100 de 1948/1949, ambas alcançadas em plena era dos Cinco Violinos.
E nunca antes tínhamos chegado ao fim com tanta diferença em relação aos nossos dois rivais históricos: mais 28 pontos que eles. Feitas as contas finais, temos mais 18 do que os portistas e mais dez do que os encarnados. Números que dizem tudo sobre a inequívoca superioridade leonina, sem concorrência possível em 2023/2024.
Outras marcas justificam registo. Pela primeira vez numa competição em 34 rondas, vencemos todos os jogos disputados em casa. Triunfámos em 29 das 34 partidas - outro máximo superado. Marcamos há 42 jornadas consecutivas - contabilidade iniciada ainda na época 2020/2023. E Rúben é o primeiro técnico leonino a sagrar-se campeão duas vezes com as nossas cores.
Outro registo: nunca a Liga teve oito campeões em oito anos. Alternância inédita, o que muito valoriza a competição. E o próprio futebol português.
O sinal mais foi dado, nesta recepção ao Chaves, logo ao minuto 4, quando Gonçalo Inácio, após cobrança de livre lateral por Pedro Gonçalves, cabeceou ao poste. Foi desafio quase de sentido único durante a primeira parte. Com o nulo inicial a ser desbloqueado quando Morita, em acção ofensiva dentro da área, levou um central adversário a desviar com o braço. Penálti. Convertido aos 23' pelo suspeito do costume: Viktor Gyökeres. Que só queria marcar o golo seguinte, percebia-se bem.
E assim fez. Aos 37', em rotação após receber a bola, libertando-se de qualquer marcação no termo de excelente lance colectivo do Sporting - o melhor do encontro, com participações de Trincão, Pedro Gonçalves e Esgaio. Não havia hipótese: o craque sueco perseguia a meta dos 30 golos no campeonato. Não lhe bastava o troféu como goleador supremo da competição: tinha também em vista aquele número redondo. Que não chegou a alcançar, mas andou lá muito perto. Conseguiu 29.
Ao intervalo, 2-0. No segundo tempo houve menos intensidade, notando-se já o desejo dos jogadores de abrandarem a velocidade. Com excepção de Gyökeres, que nunca tirou o pé do acelerador. A tal ponto que no fim foi protestar junto do árbitro por ter concedido apenas dois minutos de tempo extra. Melhor em campo? Ele, claro.
Neste período, houve um lance de magia absoluta, digno de ser visto e revisto. Aconteceu ao minuto 55, quando o incansável Nuno Santos correu para impedir a bola de ultrapassar a linha de fundo na meia-esquerda. Conseguiu dominá-la e logo a tocou para Paulinho, que num fantástico pontapé de vólei a meteu lá dentro, sem a menor hipótese para o guarda-redes Gonçalo Pinto, por sinal formado na Academia de Alcochete.
O estádio aplaudiu, em ondas de alegria e emoção, com milhares de gargantas entoando o nome de Paulinho. Que chegou ao fim com 15 golos - quarto melhor artilheiro da Liga. Cumprindo assim a sua melhor época de sempre, orgulhosamente de leão ao peito.
Vencemos, convencemos. Faltava receber o troféu correspondente a esta nova conquista. Terceiro campeonato do Sporting no século XXI, Rúben Amorim conduziu a equipa em duas destas três épocas vitoriosas. Desde a década de 50 que não havia um treinador tão associado a triunfos no Sporting.
No estádio cheio, transbordando de entusiasmo, prestou-se justa homenagem a dois bicampeões que se preparam para deixar Alvalade: Adán e Luís Neto. Ambos capitães. O Clube deve-lhes muito.
Foi um sábado tingido de verde, este de há três dias.
Foi bonita a festa. Ninguém queria arredar pé. Cheio de cenas memoráveis, com a do filho mais velho de Neto com lágrimas nos olhos. Como se quisesse que o pai ali permanecesse para sempre. Herói perpétuo da nação leonina.
Breve análise dos jogadores:
Diogo Pinto - Invicto no segundo jogo a titular. Agarrou pela primeira vez a bola aos 43'. Saiu aos 82' sem ter feito uma defesa digna desse nome.
Neto - Titular como capitão: mereceu a homenagem. Quase marcou de cabeça aos 33'. É ele a iniciar o terceiro golo, num passe longo. Ovacionado ao sair (58').
Coates - VAR descobriu uma falta que terá feito aos 45'+1 invalidando golo de Gyökeres. Despediu-se da Liga em boa forma: venceu todos os duelos aéreos.
Gonçalo Inácio - Esteve a centímetros de marcar logo aos 4', quando encaminhou de cabeça a bola contra o ferro. Pena: merecia aquele golo.
Esgaio - É dele a assistência para o segundo golo. Grande centro aos 45'+1: Pedro Gonçalves devia ter marcado. Saiu aos 73'.
Morten - Regressou ao onze em forma: excelentes recuperações aos 14' e 30'. Falta sobre ele (45'+6) deixou Chaves reduzido a dez.
Morita - Com o seu talento para se movimentar entre linhas, sacou penálti (20'). Grande passe para Trincão (41'). Saiu aos 73'.
Nuno Santos - Lançou Morita no lance do penálti. Assistiu no terceiro golo e quase repetiu a dose aos 81'. Termina Liga com 10 assistências.
Trincão - Soberbo lance individual (14'). Passe para quase-golo de Neto (33'). Inicia o segundo golo. Remate em arco, ligeiramente ao lado (41').
Pedro Gonçalves - Cruzou para Gonçalo (4'). Interveio no segundo golo, com pré-assistência. Falhou emenda aos 45'+1. Atirou à trave (83'). Rei das assistências na Liga (12).
Gyökeres - Mais dois golos. E outro, aos 45+1, invalidado. Quase outro, aos 60'. Total na Liga: 92. Desde Bas Dost (34 em 2018) ninguém no SCP marcava tanto.
Paulinho - Substituiu Morten na segunda parte. Golaço aos 55'. Ofereceu golo a Gyökeres aos 60'. Três jogos seguidos a facturar.
St. Juste - Entrou para o lugar de Neto aos 58'. Notável na precisão dos passes.
Daniel Bragança - Substituiu Morita aos 73', mantendo a solidez do nosso meio-campo.
Edwards - Rendeu Esgaio aos 73'. Tentou alguma coisa, conseguiu muito pouco. Apagadíssimo.
Francisco Silva - Substituiu Diogo Pinto aos 82'. Dez minutos em estreia na equipa A para se sagrar também campeão nacional de futebol.
Não faço a mínima ideia de quem é adepto o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas Frederico Varandas que se ponha a fancos, que pela fervorosidade sportinguista da intervenção que proferiu na cerimónia a que presidiu nos Paços do Concelho, Carlos Moedas estará garantido como candidato à presidência do Sporting, se ou quando acabar o seu mandato na Câmara da capital do país (modo irónico ligado). Carlos Moedas teve uma intervenção notável (de sportinguismo, direi eu) onde enalteceu o óbvio, o que nos tempos que correm é coisa rara, tal como a entrega dos jogadores e equipa técnica, a competência da direcção, a homenagem aos Paulinhos, a Neto, Coates, Adán e Amorim, o convite a dois ex-presidentes da Câmara e do Sporting, Santana Lopes e Carmona Rodrigues, enfim, um discurso inflamado e inteiramente justo para com aqueles que convidou para homenagear.
Interveio também o presidente Frederico Varandas, num discurso assertivo, conciso, calmo, incisivo, puxando a brasa à sua sardinha naturalmente, mas ninguém lhe leva a mal por isso. Gostei do teor da intervenção. Gostei do protagonismo deixado aos verdadeiros obreiros da vitória. Varandas a marcar pontos positivos. Muito bem.
Mas meus senhores, tudo isto foram trocos (Moedas) comparado com os momentos ptotagonizados pela nova Mizé Valério. Cuca Roseta, de verde vestida, personificando todas as lindas leoas do nosso imenso plantel, entoou o hino do Sporting no início da cerimónia e no final, em apoteose com os sócios e adeptos que encheram a Praça do Município, cantou o Mundo Verde e Branco de forma sublime.
Posto isto, tenho dois pedidos a fazer:
1 - Que na próxima segunda-feira seja Cuca novamente a encantar;
2 - O João Botas que me perdoe, mas que na próxima época seja esta linda cantora a speaker do estádio! :)
«Vencer ajuda muito. Mas não há nada mais forte, mais aglutinador, mais inspirador do que vencer sob os nossos valores. O Sporting demonstra que é possível vencer com coragem, com dignidade, com integridade, sem a mancha de processos judiciais e sem qualquer guarda pretoriana paga.»
Frederico Varandas, esta tarde, na homenagem à nossa equipa que foi promovida pela Câmara Municipal de Lisboa
Gostei
Do apogeu da festa do título em Alvalade. Triunfo concludente sobre o Chaves, por 3-0, confirmando um campeonato vitorioso - o mais verde campeonato deste século. Estádio cheio (48.628 espectadores), adeptos vibrantes, famílias efusivas, benfiquistas e portistas rendidos ao nosso mérito, hienas e chacais em fúria. Tudo está bem quando acaba bem.
De Gyökeres. Terminou o jogo com energia transbordante, como se estivesse a iniciá-lo naquele momento. E nem parecia cem por cento satisfeito: "apenas" marcou dois golos - outro bis na Liga 2023/2024. Queria mais um, quer sempre marcar mais um. É a imagem de marca deste Sporting campeão. Um verdadeiro craque. Goleador da Liga, rei dos artilheiros, um dos melhores avançados que passaram desde sempre por Alvalade. Meteu-a 29 vezes no fundo da baliza só em desafios do campeonato. Na tarde de ontem, o primeiro foi de penálti, aos 23'. O segundo, aos 37' - recebendo, rodando e fuzilando. Melhor em campo, claro. Melhor de toda a prova. Melhor de toda a época.
De Paulinho. Confirmou o triunfo com um espectacular golo convertido aos 55', fazendo levantar o estádio. Assim culminou a sua melhor época de sempre: 15 marcados, só no campeonato. Mesmo não tendo sido titular em vários jogos, como desta vez voltou a acontecer - só fez a segunda parte. E ainda ofereceu golo a Gyökeres, aos 60': a bola só não entrou devido a enorme defesa do guarda-redes da turma flaviense. Quarto artilheiro da Liga 2023/2024 com pontaria mais afinada.
De Nuno Santos. Voltou a ser elemento decisivo, reforçando o estatuto de titular absoluto neste Sporting campeão. Assistência magistral para o golo de Paulinho após corrida bem sucedida para evitar que a bola saísse pela linha de fundo. É ele também quem isola Morita, aos 20', num lance de que resultaria o penálti desbloqueador do empate a zero.
De toda a jogada do nosso segundo golo. Façam o favor de revê-la: é um exemplo vivo da arte de jogar futebol. Trincão conduz a bola dominada na meia direita, serpenteando pela defesa adversária sem dar hipótese de intercepção, com toque de génio. Liberta-a para Pedro Gonçalves, que já na área toca para Esgaio e este dá ordem à gorduchinha para chegar aos pés de Gyökeres. O sueco dispara à meia volta, trocando os olhos e os rins ao central Ygor Nogueira, que tentava bloqueá-lo. Um espectáculo.
De Trincão. Começou o campeonato apagado, termina em grande: foi um elemento decisivo da nossa brilhante segunda volta. Tornou-se imprescindível: é um dos criativos do plantel leonino, tem-se valorizado de jogo para jogo. Ontem fez quase tudo bem, só lhe faltou marcar. Mas esteve perto disso com um remate em arco aos 41' que levou a bola a passar muito perto do poste.
Da estreia de Francisco Silva. O jovem guarda-redes da nossa formação, com apenas 18 anos, saltou do banco e substituiu Diogo Pinto, quase tão jovem como ele. Aconteceu aos 82': estreia absoluta pela equipa principal para ganhar direito, também ele, à faixa de campeão. Tal como 28 dos seus colegas. Parabéns.
De Rúben Amorim. Merece todos os elogios. Por ter transformado esta equipa do Sporting numa «peça de joalharia», como justamente lhe chama o Expresso. Melhor treinador leonino desde a década de 50.
De ver o Sporting marcar há 42 jogos consecutivos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde a Liga anterior. Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
Das 17 vitórias em casa, fazendo o pleno. Cem por cento vitoriosos nos jogos disputados em Alvalade nesta temporada para o campeonato. Nunca nos tinha acontecido com 34 jornadas na prova máxima do futebol português. E há 20 anos que não sucedia a nenhuma equipa, desde a marca alcançada por José Mourinho, em 2004, no FC Porto. Registo perfeito.
Do guarda-redes da turma visitante. Apesar dos golos sofridos (sem ter culpa em nenhum), grande exibição de Gonçalo Pinto, em estreia na baliza flaviense. Negou golos a Neto (33') e Gyökeres (60'). Vale a pena assinalar o facto, até porque se trata de um jovem formado na Academia de Alcochete. Mais um.
De termos disputado 21 jogos consecutivos sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota aconteceu na distante jornada 13, disputada em Guimarães, a 9 de Dezembro. A contabilizar já para a próxima época.
De termos marcado 140 golos em 2023/2024. Destes, 96 foram na Liga - a nossa melhor marca goleadora do último meio século, igualando a de 1973/1974. Agora só falta a final da Taça.
Dos 90 pontos amealhados na prova. Melhor pontuação de sempre no Sporting em toda a história do campeonato nacional de futebol. Superando por quatro golos a anterior marca, estabelecida há oito anos, quando a equipa era treinada por Jorge Jesus. Percentagem de aproveitamento: 88,2%. A nossa maior em décadas - e terceira melhor do futebol português neste século.
Da comovente homenagem final a Neto e Adán. Despediram-se do Sporting sob uma prolongada e calorosa ovação dos adeptos. Tornando ainda mais bonita a festa da entrega da taça correspondente à conquista do campeonato. Bicampeões, um e outro. Teremos saudades deles.
Da onda verde. «Orgulho»: lia-se em frase inscrita numa tarja exibida no estádio. Eis como uma palavra basta para resumir toda a nossa época.
Não gostei
Daquela bola ao poste. Logo aos 4', cabeceada por Gonçalo Inácio, após conversão de livre lateral. Esteve a centímetros de entrar.
De termos demorado 23 minutos a marcar. Todos ansiávamos por um golo ainda mais cedo.
Do 2-0 ao intervalo. Sabia a pouco.
Impossível falar deste último jogo da Liga sem mencionar as despedidas de Neto e de Adán, os minutos dados a Francisco Silva - que seria o quinto guarda-redes no princípio da época - para ser campeão e o lugar de honra atribuído ao capitão Coates na entrega das medalhas. É assim que se constrói um Sporting campeão, não é com um presidente aos saltos a concentrar nele todo o protagonismo.
O jogo foi o possível pela medíocre arbitragem que conseguia ver tudo ao contrário e pela falta de desportivismo da equipa do Chaves. A cair tanto assim no relvado não admira que tenham caído para a 2.ª Liga.
Interessava ganhar e não sofrer golos e isso aconteceu. O 3-0 foi escasso para as oportunidades de golo que aconteceram, interessava treinar para o Jamor e Morita, Pote e Gyökeres aproveitaram muito bem, o ponto fraco esteve nos alas a defender. Melhor em campo? Gyökeres de volta à boa forma.
Arbitragem? Medíocre como é de costume com este apitadeiro, obrigando a excesso de zelo do Costa amigo e vizinho, furando o protocolo no lance do penálti anulado, no lance do golo anulado ficou próximo. E depois roubou uns 5 minutos ao jogo no final pondo o sueco num estado de nervos compreensível.
E agora? Ganhar no Jamor, fazendo votos de que o inevitável Pinheiro não faça o que o Soares Dias fez na Luz ou o algarvio fez hoje em Braga. Inclinar assim o campo é fácil, nem o VAR se pode meter no assunto.
SL
Luís Neto, esta tarde, na comovente homenagem que lhe foi prestada por quase 50 mil adeptos no Estádio José Alvalade. Um pormenor, entre tantos outros, da inesquecível festa verde-e-branca de que ele foi um dos obreiros.
Vai retirar-se após cinco épocas no Sporting e 107 jogos de leão ao peito - quinze dos quais nesta temporada.
Retira-se em apogeu, como campeão. Um dos nossos 11 bicampeões sob o comando de Rúben Amorim. Convém lembrar os outros, por ordem alfabética: Adán, Coates, Daniel Bragança, Dário, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Matheus Reis, Nuno Santos, Paulinho e Pedro Gonçalves.
Paulinho celebra o golo que nos valeu mais três pontos, com estádio da Amoreira a transbordar
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
Após dias de apoteose e festejos, confirmada a nossa conquista do campeonato nacional de futebol, entrámos em campo descontraídos. Não era jogo só para cumprir calendário, esta nossa deslocação ao Estoril - mas até parecia. De tal modo que a primeira parte se foi disputando em ritmo lento, quase a passo. Noutro contexto, os adeptos que enchiam o estádio da Amoreira talvez ficassem descontentes. Mas desta vez deixaram passar. Só houve tempo, espaço e vontade para aplaudir a equipa.
O Estoril também estava tranquilo. Acabara de assegurar a permanência no primeiro escalão do futebol português, facto que recompensava o esforço da equipa, de inegável qualidade. Por isso não faltou quem estranhasse que nesta recepção ao Sporting os "canarinhos" se apresentassem com excessivas cautelas defensivas, num bloco compacto e muito baixo, sem tentarem discutir o resultado. Agarrados à perspectiva de conservarem o empate a zero à medida que os minutos se escoavam.
Se não era, pelo menos parecia. Durante quase toda a primeira parte mal incomodaram a baliza leonina, desta vez entregue a Diogo Pinto, formado na Academia de Alcochete e em estreia absoluta na equipa principal. Mas antes do apito para intervalo o jovem guardião de 19 anos apanhou um susto ao ver a bola embater num poste.
Da nossa parte, quase nada. Gyökeres, vigiado de muito perto por Pedro Álvaro, parecia metido num colete de forças: mal conseguia espaço de manobra. Quando enfim se libertou, aos 37', serviu de bandeja Daniel Bragança, mas o jovem médio desperdiçou a oferta, atirando muito por cima.
Havia que alterar alguma coisa. E assim fez o treinador leonino. Aos 57' mandou sair Matheus Reis, trocando-o por Nuno Santos, e Daniel Bragança, que cedeu lugar a Paulinho. Notou-se logo a mudança: a equipa tornou-se mais veloz, mais objectiva, mais acutilante. Foi apertando o Estoril, condicionando-lhe não só o espaço de manobra como a própria lucidez táctica. Estava escrito que o Sporting não sairia da Amoreira sem os ambicionados três pontos.
Avisos da reviravolta em curso não faltaram. Saídos dos pés de Esgaio (62'), Gyökeres (63') e Trincão (76'). Nenhum deles marcou devido a extraordinárias defesas de Marcelo Carné: o brasileiro parecia travar tudo, naquela tarde de sábado, dia 11, em que disputámos o penúltimo desafio do campeonato em curso.
Mas nem ele foi capaz de impedir o golo concebido e executado pela dupla que havia saltado do banco - a mesma que já brilhara na partida anterior, contra o Portimonense. Cruzamento milimétrico de Nuno Santos e finalização perfeita de Paulinho com o seu pé menos bom, o direito. Nona assistência de Nuno, 14.º golo do avançado nesta Liga 2023/2024. Números que dizem muito do desempenho de ambos.
O Estoril ainda tentou reagir, em busca do empate, mas mostrou-se incapaz de transformar este desejo em realidade. Os caminhos para a baliza leonina estavam tapados, mesmo sem o nosso maior recuperador de bolas em campo: Morten foi poupado. Ainda houve tempo para Rúben Amorim dar minutos a outro miúdo da nossa formação, Miguel Menino, em estreia pela "equipa grande" logo com o título de campeão nacional. Um dos 28 actuais leões que até à data se podem orgulhar disso.
Repetiu-se o padrão: festa no relvado, festa nas bancadas, milhares de adeptos felizes a celebrar a vitória e a refestejar o título. E dois novos recordes superados, comprovando que não era jogo a feijões: atingimos a nossa maior pontuação de sempre num campeonato: 87, superando a marca de 2016. E batemos o nosso recorde de vitórias na prova máxima do futebol português: 28 em 33 partidas. Apenas doze pontos desperdiçados desde Agosto.
Mérito de Amorim e dos jogadores que formam uma das melhores equipas leoninas de todos os tempos. Ainda a vemos intacta e já começamos a sentir saudades dela.
Breve análise dos jogadores:
Diogo Pinto - Estreia absoluta na nossa equipa principal, face às ausência por lesão de Adán e Israel. Talvez tenha temido, mas não tremeu.
Diomande - Tarde tranquila na Amoreira, acorrendo às dobras de Esgaio. Por vezes a brilhar, como aconteceu aos 89'.
Coates - Fez valer a experiência. Corte providencial aos 2', grande intercepção aos 88'. Tentou o golo, cabeceando ao lado (90'+2).
Gonçalo Inácio - Pareceu demasiado descontraído e algo desconcentrado, sobretudo no primeiro tempo. Depois melhorou.
Esgaio - Bom passe ofensivo aos 37'. Disparo com selo de golo aos 62', testando reflexos do guarda-redes Carné. Saiu aos 89'.
Daniel Bragança - Não esteve nos seus dias mais inspirados. Desperdiçou oferta de Gyökeres atirando por cima (37'). Saiu aos 57'.
Morita - Pareceu ressentir-se da ausência de Morten, seu parceiro mais habitual. Aos 90'+1 cedeu lugar a Koba.
Matheus Reis - Regressou ao onze titular mais de um mês depois. Actuação demasiado discreta. Saiu aos 57'.
Trincão - Grande lance individual aos 29': passou por quatro. Disparou tiro com pé-canhão: foi quase golo (79').
Pedro Gonçalves - Algo errante, pareceu alheado do jogo. Atirou muito por cima (11'). Entregou bola (27'). Substituído aos 89'.
Gyökeres - Libertou-se enfim da marcação para rematar uma bomba aos 63': Carné defendeu in extremis. Iniciou construção do golo.
Nuno Santos - Entrou aos 57', substituindo Matheus. Grande cruzamento aos 62'. Outro ainda melhor, aos 81': a bola entrou.
Paulinho - Substituiu Daniel Bragança (57'). Faltava desatar o nó: ele conseguiu, marcando golo solitário. Melhor em campo.
Menino - Jogador da formação, teve estreia absoluta na equipa A ao render Pedro Gonçalves, aos 89'.
Fresneda - Entrou para o lugar de Esgaio aos 89'. Rendeu quase nada, continua sem deslumbrar.
Koba - Substituiu Morita aos 90'+1. Entrou só para queimar algum tempo. Muito aplaudido no seu antigo estádio.
Bancadas festejam, jogadores agradecem apoio, claques aplaudem sem reservas: festa foi bonita
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
Este foi o jogo da consagração. O jogo do título. O jogo que permitiu desfazer as definitivas dúvidas. O jogo que nos manteve invictos no nosso estádio durante toda a temporada 2023/2024. Proeza notável, associada a tantas outras que ainda se mantêm em aberto. Poderemos registar também a nossa melhor pontuação de sempre num campeonato. E o maior número de vitórias nesta prova.
E chegar ainda aos cem golos marcados - objectivo difícil, mas não impossível.
Passámos a ter 92 após esta recepção ao Portimonense que terminou com três golos sem resposta. Com outra exibição de encher o olho num estádio José Alvalade que quase transbordou: havia 49.557 espectadores. Sinal de comunhão perfeita entre adeptos e equipa - mérito inequívoco do presidente Frederico Varandas neste Maio do nosso contentamento. Tão diferente daquele triste Maio de 2018, quando o Sporting bateu no fundo. Foi só há seis anos, mas parece ter sido há uma eternidade. Felizmente.
Faz hoje oito dias que se disputou esta partida. Que terminou em vitória, que culminou em euforia com a certeza de termos garantidos 84 pontos, mas faltava a cereja em cima do bolo: viria no dia seguinte, quando o Benfica foi ao tapete em Famalicão, onde exibiu péssimo futebol e sofreu derrota por 2-0.
Só nesse domingo, dia 5, o povo leonino saiu à rua em genuína e espontânea celebração do título. O 24.º campeonato nacional de futebol da nossa história. O segundo desta década. O segundo da era Amorim, já hoje um dos mais bem-sucedidos treinadores do Sporting Clube de Portugal.
Foi, portanto, festejo a dois tempos. Um em nossa casa, há uma semana. Outro na noite e madrugada dos dias imediatos. Desejamos muito que esta tarde, no Estoril, aconteça o terceiro marco das celebrações.
A festa assim, em várias etapas, sabe ainda melhor.
O Portimonense apresentou-se em Alvalade com o autocarro estacionado frente à sua baliza, obedecendo à "táctica" do técnico Paulo Sérgio. Mas o ferrolho não tardou a ser arrombado. Logo ao minuto 13, em jogada exemplar de futebol geométrico: centro do veloz Nuno Santos, uma das figuras do encontro, e Paulinho a finalizar sem mácula de pé direito, que nem é o seu mais dotado para a arte futebolística.
Ovação merecida para ambos: foi o 13.º golo de Paulinho no campeonato, foi a 14.ª assistência de Nuno Santos. No minuto 36 a mesma dupla esteve a centímetros de conseguir o segundo, mas desta vez a bola embateu no poste. Havia vantagem mínima ao intervalo. E chegaram até a soar uns absurdos assobios a Coates, quando o excelente capitão leonino temporizava o jogo: há gente que nestes dias não devia sair de casa.
Vantagem ampliada aos 70' quando Nuno Santos voltou a estar em grande ao lançar Paulinho no corredor esquerdo e o colega a recolher a bola quase em cima da linha final antes de cruzar recuado para a grande área onde Trincão - outra das figuras da partida - não perdoou, batendo o guarda-redes Nakamura. Que já tinha negado o golo a Pedro Gonçalves (21'), Gonçalo Inácio (45') e Paulinho (45' e 60').
Mesmo sem Gyökeres a marcar haveria festa rija. Mas foi mais vibrante ainda porque o craque sueco acabou por fazer o gosto ao pé, já no minuto 90'+2. Completando excelente lance protagonizado dentro da área algarvia por Daniel Bragança, que por sua vez fora servido de modo exemplar por um passe teleguiado de Gonçalo Inácio a 30 metros de distância.
Vencemos e convencemos. Uma vez mais. O nosso eterno capitão Manuel Fernandes, com doença grave, não pôde comparecer no estádio. Mas assistiu pela televisão e ficou certamente grato e comovido com a magnífica homenagem prestada pelos adeptos ao exibirem cartolinas com o seu rosto enquanto jovem e ao levantarem-se em aplauso no minuto 9. Em homenagem ao número que o nosso Manel exibiu na camisola nas doze saudosas épocas em que actuou de leão ao peito.
«O sonho será real», lia-se numa tarja da Juventude Leonina.
É verdade: tornou-se real. Fomos campeões. Somos campeões.
Breve análise dos jogadores:
Israel - Jogou tocado e em esforço - viria a saber-se depois. Mas não comprometeu. Aliás nem chegou a fazer uma defesa digna desse nome.
Diomande - Como central à direita, sua posição natural, até parece outro. Muito melhor. Grande corte aos 9'. Cabeceou ao lado num canto (38').
Coates - Com o contrato renovado, o capitão fechou o caminho para a nossa baliza. Aos 17' cabeceou a poucos centímetros do poste. Magnífico passe longo aos 45'.
Gonçalo Inácio - Intervenção directa em dois golos, que começou a construir com passes à distância. O primeiro e o terceiro. Nakamura roubou-lhe golo aos 45'.
Esgaio - Regressou ao onze evidenciando as virtudes e as limitações que bem lhe conhecemos. Melhor momento: bom centro logo aos 4'.
Morten - Cumpriu muito bem a missão de equilibrador do meio-campo leonino. Destacou-se em recuperações de bola (7' e 19', por exemplo).
Pedro Gonçalves - Novamente remetido ao meio-campo, com autorização para deambular entre linhas, quase marcou aos 21': Nakamura impediu-o.
Nuno Santos - Voltou a ser titular. Cumpriu com distinção com uma assistência e uma pré-assistência para golo. Foi sempre seta apontada ao Portimonense.
Trincão - Outro golo para a sua conta pessoal: o nosso segundo, aos 70'. Passe genial a servir Pedro Gonçalves (21'). Pareceu carregado na área, em lance duvidoso (16').
Paulinho - Melhor dos nossos em campo nesta sua centésima vitória de leão ao peito. Marcou o primeiro (13'), assistiu no segundo e ainda enviou uma bola ao poste (36').
Gyökeres - Batalhou como sempre, venceu vários duelos. Acabou premiado: marcou mais um. O terceiro, aos 90'+2. Seu 27.º golo na Liga, 17.º em Alvalade. Um dos reis da festa.
Geny - Entrou para o lugar de Esgaio, aos 68'. Desta vez sem fazer a diferença.
Daniel Bragança - Substituiu Pedro Gonçalves (68'). Assistiu Gyökeres no terceiro golo com domínio perfeito da bola: belíssimo lance técnico.
Morita - Substituiu Morten aos 80'. Refrescando o meio-campo contra um Portimonense inofensivo.
Eduardo Quaresma - Substituiu Diomande (80'). Preciso no passe, atento às incursões na sua ala.
Matheus Reis - Substituiu Nuno Santos aos 89'. Veio de lesão, já não jogava há um mês.
Viktor Gyökeres: 31 jogos/2735 minutos
Pedro Gonçalves: 30 jogos/2411 minutos
Gonçalo Inácio: 30 jogos/2303 minutos
Morten Hjulmand: 29 jogos/2154 minutos
Sebastián Coates: 27 jogos/2100 minutos
Ousmane Diomande: 25 jogos/2027 minutos
Hidemasa Morita; 27 jogos/1981
Antonio Adán: 22 jogos/1980 minutos
Nuno Santos: 29 jogos/1950 minutos
Geny Catamo: 27 jogos/1680 minutos
Francisco Trincão: 29 jogos/1515 minutos
Matheus Reis: 26 jogos/1365 minutos
Ricardo Esgaio: 26 jogos/1342 minutos
Marcus Edwards: 25 jogos/1332 minutos
Paulinho: 29 jogos/1214 minutos/11 golos
Eduardo Quaresma: 20 jogos/957 minutos
Daniel Bragança: 26 jogos/947 minutos
Franco Israel:10 jogos/900 minutos
Jeremiah St Juste: 10 jogos/512 minutos
Luís Neto: 6 jogos/73 minutos
Iván Fresneda: 4 jogos/34 minutos
Dário Essugo, 4 jogos/29 minutos
Koba Koindredi: 3 jogos/29 minutos
Afonso Moreira: 1 jogo/26 minutos
Mateus Fernandes: 1 jogo/2 minutos
Rafael Pontelo: 1 jogo/1 minuto
A foto que resume e explica e simboliza o Sporting 23/24.
(Nuno Santos a festejar com os apanha-bolas o segundo golo - o golo fatal - contra o slb).
Cristiano... vamos à Champions. :)
Parabéns, Sportinguistas!
1. Nuno Santos
É provável que seja impossível ter sucesso sem um jogador com esta fibra, tarimba e sabedoria de como estar no campo. Espero que vá ao Europeu.
2. Quaresma
A redenção deste defesa feito de Sporting é umas das histórias mais bonitas da temporada.
3. Departamento médico
A ciência tem sido um dos principais aliados dos treinadores e jogadores, em todos os clubes. Este ano, os nossos discretos médicos, massagistas e fisioterapeutas estiveram à altura.
4. Os fãs
Por todo o lado, em especial nas redes, no estádio e pelo país. Acredito que o apoio seja importante para os atletas, técnicos e dirigentes, muitos dos quais não sabem que nos anos 80 nos chamavam a “melhor massa associativa do mundo”.
O que fãs e adeptos têm feito é um justo legado aos sofredores do antigamente.
5. Os outros
Como Matheus Reis, Israel, Esgaio, Geny, St. Juste. Em muitas fases da época, o Sporting foi uma equipa com 15 ou 16 titulares.
6. O VAR
Falo por mim, mas tão importante como Varandas, Viana e Amorim, tem sido o VAR.
Não que o Sporting precise do empurrão do VAR, mas não há êxito possível sem que o jogo seja igual para todos. Para ganhar, o Sporting precisa de equidade. Por exemplo, desde que há VAR, tornou-se muito mais difícil invalidar golos limpos.
Noutro tempo, e falando do jogo com o Portimonense, nos velhos tempos seria simples anular o primeiro golo (“por fora-de-jogo”) e o terceiro (por “pé em riste do Bragança” ou "falta do Viktor sobre o defesa"). Quem viveu o futebol dos 80 e 90, sabe bem do que eu estou a falar. Aliás, basta lembrar o soco que um jogador nosso levou num jogo recente e que não foi ao VAR para se perceber como o “não haver VAR” pode influir.
Quantos atletas, dirigentes e treinadores do Sporting dos oitenta e noventa não teriam tido palmarés diferentes se o VAR existisse no tempo deles?
Campeões já o éramos. O Sporting é há décadas campeão. O que arrepia e sempre arrepiará é o reforço da certeza da grandeza do nosso clube que é fora de série, especial. Único. É de estirpe rara o Sporting.
A nossa grandeza não se mede pelos títulos conquistados. Pelas taças levantadas. A nossa grandeza é conferida pela militância, pela entrega, pela crença, pela nossa fé no Sporting e no sportinguismo, o de cada um e o de nós todos. Essa tantas vez cantada força brutal.
Extraordinário como o aparentemente redundante lema fundacional do clube inscreve toda a nossa genética: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
E que gloriosa noite a que vivemos, a que se viveu no Marquês. Iluminada pela claríssima evidência de que o gigante adormecido acordou. De infindável alegria e orgulho, a noite, a festa de campeão, a consagração do dono do trono, do rei do futebol nacional, foi arrebatadora, mas, ao mesmo tempo - é assim a beleza de tudo o que é complexo e profundo -, a noite glorificante nem por isso foi menos conciliadora, apaziguadora, serena. Natural. Afinal, campeões já o éramos. O Sporting é há décadas e décadas e décadas campeão. É um dos grandes de Portugal, dizem alguns, eu digo que é o maior.
Só uma grande, imensa força identitária como a nossa resistiria a tantas frustrações, sonhos gorados, roubos e corrupção, atentados constantes à verdade desportiva. Só um gigante como nós sobrevive, poderia sobreviver, a anos e anos de quases. Quase vencedor. Quase campeão. Época atrás de época.
Só o Sporting Clube de Portugal era capaz de aguentar as imemoriais campanhas de apoucamento da nossa grandeza lançadas por históricos rivais e pretendentes a sê-lo, sem perder a noção de que o passado não é museu mas sim identidade, capital, património, herança, legado. E não nos apoucaram porque o Sporting somos nós! Fiéis depositários de glórias antigas. Temos sido nós os portadores dessa tocha. Nunca a apagámos e sempre a alimentámos. Um clube com adeptos como nós é eterno.
E que festa tão bonita. Inesquecível. Que sintonia entre nós, guardiães do emblema, entre nós que nos abraçámos uns aos outros, com uns e outros cantámos e nos emocionámos, forças da mesma raiz, em plena harmonia com eles, leões ao serviço do Leão.
Tenho 50 anos e nunca vi o nosso Sporting Clube de Portugal tão poderoso. Tão unido. Com um rumo tão claro. Gerido pelas pessoas certas. Nunca vi o Sporting tão bem presidido e dirigido. Com tanto amor-próprio, assertivo, sempre dando-se ao respeito. Tudo conquistando por direito e observando o seus deveres. Um Sporting verdadeiramente leonino.
Fã de Rúben Amorim, o artífice de uma equipa demolidora, temida, respeitada, elogiada, exemplar; o obreiro, afinal, de uma verdadeira equipa feita de entrega, na qual as peças sabem o que é a responsabilidade, o compromisso, a humildade, a capacidade de sacrifício e de trabalho; a Rúben Amorim serei para sempre grato, mas ao presidente Frederico Varandas também.
Sem o nosso presidente não teríamos aqui chegado. Foi este Varandas quem trouxe Amorim, contra quase tudo e contra quase todos. Estava certo. Certíssimo. Viu o que muito poucos viram. Vislumbrou o sucesso por chegar. E estava certo. Certíssimo. Líder de gestos medidos, liberto de humores ou vaidades vãs, a presidência tem-na exercido com determinação.
Também ele porta-estandarte da imensa importância, valor e responsabilidade que o clube tem para e com a sociedade nacional, a liderança de Varandas é também ela inspiradora. Exemplo disso foi-nos dado ontem quando, a desafio do nosso Paulinho, Varandas recusou discursar, optou por dar o palco aos heróis que marcam golos e evitam que os soframos. Que nos fazem vibrar. O presidente podia ter falado, eu gostaria que o tivesse feito, mas optou pelo silêncio. Liderou pelo exemplo. Sportinguista, militante, humilde, grato, rendido à grandeza do Sporting, festejou como nós. Que grande, grande clube.
O gigante adormecido acordou. Voltaremos ao Marquês muitas e muitas mais vezes. Muitas! Cimeiro. Rei. Já lá está, sempre esteve e estará o leão.
Termos a melhor equipa.
Termos o balneário blindado e motivado.
Termos o Clube unido como raras vezes aconteceu.
Temos o melhor treinador de sempre: Rúben Amorim é o mais jovem técnico português a sagrar-se bicampeão nacional de futebol. E o primeiro bicampeão leonino desde 1953.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.