O Sporting terminou da melhor forma a época desportiva das modalidades colectivas principais com a terceira vitória no dérbi do futsal e a correspondente festa no pavilhão da Luz. Muitos parabéns a Nuno Dias, ao capitão João Matos, a todos os brilhantes jogadores e ao "presidente" das modalidades, o Miguel Afonso.
Foi uma época marcada pelo investimento muito forte do nosso rival, que gasta cerca de três vezes mais do que nós para um nível semelhante de ecletismo, o que significou equipas recheadas de craques estrangeiros contra as quais é muito difícil competir. No futsal ganhámos não só pela superior competência do Nuno Dias, mas muito pela estabilidade e experiência desta equipa e o seu espírito de equipa fantástico potenciado pelo peso da formação. É mesmo um exemplo interno de ADN Sporting, do caminho que com muito esforço, dedicação e devoção conduz à glória.
Como foi a temporada no que às principais modalidades de pavilhão diz respeito? O maior indicador é a posição final nos campeonatos respectivos. Se atribuirmos 5 pontos ao 1.º lugar, 3 ao 2.º lugar, 1 aos lugares restantes e 0 à não participação, temos o seguinte:
2022/2023
Sporting
Benfica
Porto
Braga
Futsal
5
3
0
1
Andebol
3
1
5
0
Basquetebol
3
5
1
0
HóqueiPatins
3
5
1
0
Voleibol M
1
5
0
0
Voleibol F
3
1
5
0
18
20
12
1
No ano passado foi assim :
2021/2022
Sporting
Benfica
Porto
Braga
Futsal
5
3
0
1
Andebol
3
1
5
0
Basquetebol
1
5
3
0
HóqueiPatins
1
3
5
0
Voleibol M
3
5
0
0
Voleibol F
1
0
5
0
14
17
18
1
Ou seja, o Braga manteve, o Benfica melhorou mas o Sporting também, quem perdeu foi o Porto.
E como tem sido a evolução do Sporting nos últimos anos pelo mesmo critério (excluindo o ano da covid)?
Sporting
2017
2018
2019
2021
2022
2023
Futsal
5
5
3
5
5
5
Andebol
5
5
3
3
3
3
Basquetebol
0
0
0
5
3
3
HóqueiPatins
1
5
1
5
3
3
Voleibol M
0
5
3
1
3
1
Voleibol F
0
0
0
1
1
3
Total
11
20
10
20
18
18
Ficam aqui os dados para discussão. Comentários idiotas de trolls, comentários com nicks roubados da tasca seguem directamente para o lixo.
PS: Por algum motivo o último quadro não apareceu todo, pelo que corrigi a situação acrescentando também o ano de 2017.
Podíamos ter entrado com uma táctica à Fernando Santos, o número 9 e o número 11 iam de férias, entravam mais dois trincos para defender o zero a zero.
Felizmente (na minha opinião) o Sporting entrou para vencer (há quem defenda que Fernando Santos é que sabe, que a táctica na Suiça foi adequada).
Resultado, Sporting campeão, seis a zero.
Na Suiça, a selecção portuguesa perdeu.
Cada um que tire as conclusões sobre o que prefere, um futebol vistoso, acutilante e com os melhores jogadores, sempre ou uma equipa a jogar para o empate com atletas que defendam bem.
Espero ouvir e cantar "Campeões, Campeões, nós somos Campeões!!!" Foram poucos os jogos em casa a que não assisti esta época e raramente cantámos isto, quando devia abrir e fechar todos os jogos. Já que amanhã será, previsivelmente, o último jogo em que podemos dizer isto, que me dizem? Cantamos?
Surgiu uma explicação para mais uma brilhante vitória da seleção portuguesa de futsal, baseada num cartaz da assistência da final de ontem: "o bagaço é melhor que vodca". Esse cartaz tem pilhéria e está a ser muito partilhado nas redes sociais. Mas se considerarmos o clube de origem da maior parte daqueles jogadores, a explicação deve ser outra. A que me ocorre resulta de ver este vídeo, com uma entrevista ao marcador do primeiro golo. Muitos parabéns à seleção portuguesa!
Terminou o tempo em que se destacava este ou aquele para denegrir os restantes. Cada elemento da equipa conta.
Terminou o tempo em que havia quem gritasse "Zero ídolos" para diminuir os jogadores, separando-os da massa adepta, enquanto idolatrava chefes de claque.
Este Sporting campeão revê-se nos seus jogadores e atletas campeões. Os que conquistam campeonatos, títulos e troféus a sério, não na playstation. Ídolos com letra grande.
Mais uma demonstração cabal da força da fórmula Sporting, que só consegui ver já pela madrugada: um grande treinador (Nuno Dias), um enorme capitão (João Matos), um plantel que não é mais do que uma mistura alicerçada muito bem trabalhada de Guittas com Zickys Tés (os Zidanes e Pavones doutros tempos do Real Madrid), cada uns com os seus sentimentos, valores e ambições, uma estrutura na retaguarda bem comandada por Miguel Afonso que resolve problemas no momento certo (como foi o caso da renovação de Guitta) e muita tranquilidade e confiança de todos para ultrapassar momentos menos bons (como foi o caso duma derrota muito por culpa própria no segundo jogo da série, onde soçobrámos no prolongamento depois de estar a ganhar por duas vezes por 2 golos de vantagem).
Foi o pleno no futsal. Depois da competição máxima europeia, a Champions da modalidade, e da Taça de Portugal, agora foi a vez da Liga Placard. Derrotando o Benfica no play-off e com Porto a perder por falta de comparência, poupa aqui o que vai gastar no andebol e no basquetebol, o que ainda dá mais mérito ao desempenho global do Sporting esta época.
Como o Pedro Correia documenta noutro post, não há dúvida que está a ser a melhor época desportiva do Sporting desde há muito. Infelizmente não pudemos estar no estádio e no pavilhão para desfrutar, mas quando lá pudermos voltar temos também nós de estar à altura destas brilhantes equipas e ajudá-las a atingir novas vitórias e sucessos. E vamos mesmo estar.
E agora só falta...
#OndeVaiUmVãoTodos
PS: Não anda por aí nenhum Zicky futeboleiro? Um ponta de lança / pivot indomável ? O rapaz é mesmo um craque da cabeça aos pés. Pois é, já temos o Nuno Mendes, mas...
«A diferença entre as duas equipas não é de 6-2, apesar de ter sido essa a diferença no marcador tanto neste jogo como no da Taça da Liga. O equilíbrio é a nota dominante. O Benfica não merecia ter acabado assim. Jogou muito bem, fez um trabalho enorme, foram uns dignos vencidos e estão de parabéns.»
«O Sporting inicia a época com três juniores como contratações. Faz uma época com quase 50 jogos, sofre uma derrota no prolongamento, conquista todas a scompetições, depois de na fase regular ter sido primeiro, com mais golos marcados, menos sofridos... Um orgulho enorme nesta equipa com tanto miúdo, que fez a melhor época do futsal, provavelmente até a nível mundial. A superar todas as adversidades, como por exemplo com o Cardinal, que se lesiona em janeiro. Chamámos o Neves. Com sofrimento, com uma qualidade enorme... O Guitta, o melhor guarda-redes do Mundo, o Merlim com uma categoria enorme, o Zicky com um crescimento enorme. O Matos que é um grande capitão. O Pany... Todos fizeram um trabalho soberbo. Agora vamos de férias, que estou mortinho para largar o futsal»
A noite de 11 de Maio de 2021 foi gloriosa, as estrelas foi cá em baixo que brilharam. Primeiro no relvado de Alvalade depois desfilando junto de nós comuns mortais.
Nessas inesquecíveis horas vi-me a caminho do Marquês e dos 50 miúdo. Uma criança só tocada pela felicidade.
Passada larga, ritmo acelerado, sôfrego, assim fui ao encontro dos meus heróis. Nenhum deles de capa e espada ou com super-poderes, apenas super-humanos. E por isso maiores e mais extraordinários que qualquer dos presentes no Olimpo da Marvel. A cada passo entre a multidão que os exultava como eu, o seu heroísmo e a sua heroicidade seguiam em crescendo.
De olhos marejados e postos naquele mar de riscas verdes e brancas fui reconfirmando a imensa grandeza do clube que tem o leão como emblema e que ali recuperava o seu lugar natural. Reconquistava o trono com sangue, suor e lágrimas. À minha volta vozes gritando “Campeão!”, “Campeões!” numa magnífica vozearia existencial. O singular Sporting. O plural nós os do Sporting.
A noite foi do Sporting Clube de Portugal porque foi do Sporting Clube de Portugal a época 2020/2021. Conquistada com o sangue, o suor e as lágrimas deles. Dos 28 magníficos. Os verdadeiros campeões nacionais de futebol. Aqueles que serão heróis leoninos para sempre.
A chegada apoteótica dos nossos realizadores de sonhos assisti na companhia de um grande amigo com quem há anos apoio da bancada do nosso estádio as nossas equipas. Como ele chorei lágrimas iguais às dos milhares comovidos como nós, a emoção confirmando o quanto somos semelhantes: Irmãos, pais, filhos, netos, avós, todos família, feitos da mesma massa, vindos das mesmas dores e frustrações, umas provocadas por sacanices várias que a todos revolta e une, outras causadas pela incompetência que a todos custa e todos pode desunir.
Resistentes devotos e leais dedicados, ali estávamos fruto dos mesmos sonhos. Premiados.
Obrigado.
Que festa maravilhosa fizemos. Que maravilha de festa tivemos. Para trás ficavam cinco horas passadas em inúmeras ligações a pé para trás para frente, para cima para baixo Imaviz/Saldanha/Campo Pequeno/Saldanha/Imaviz. Uma tareia de cansaço e frio aumentada pelo desgaste da espera.
Valeu a pena.
Como coisa própria da magia vendo-os ali tão perto tudo se dissipou. Parecia que ali chegáramos poucos minutos antes. Sim! O que são cinco horas na imensidão de 19 longos anos de uma travessia do deserto? E tivessem sido mais as horas de espera que a recepção teria sido a mesma.
Inebriados saltámos e pulámos avenidas abaixo, cachecol no ar, totalmente indiferentes à chuva, entregues ao papel que nos cabia na guarda de honra aos campeões. Envoltos em fumo verde, iluminados pelo incessante fogo de artifício, sobre nós desceu ainda o espírito eterno de Maria José Valério e marchando leoninos demos também graças por não termos nascido lampiões. Confirmámos ao mundo que o mundo sabe que por este amor somos doentes e que faremos o nosso melhor para o ver sempre na frente. Faremos o que pudermos pelo nosso Sporting.
Mas a coroa da minha glória foi ter conseguido agradecer aos campeões. Era esse o meu maior desejo. Gloriosos eram eles. O lugar no Olimpo leonino é deles. A mim restava-me rebentar de orgulho e de emoção enquanto que da minha boca pouco mais saía que a palavra Obrigado! Obrigado!
Em bom rigor a minha linguagem foi sobretudo a não verbal. No meio dos festejos, do ruidoso entusiasmo, tolhido por emoções à flor da pele e por baixo dela, abafadas as palavras, a mímica apresentou-se-me como a melhor voz para lhes dizer o que tinha para dizer. O punho cerrado atirei-o dezenas de vezes contra o meu peito, ao encontro do leão, do lindíssimo emblema, das letras SCP.
Sorte a minha! Os verdadeiros guerreiros retribuíram a comunhão e como eu cerraram o punho e atiraram-no sobre o peito ao encontro do leão, do lindíssimo emblema, das letras SCP. Eles lá em cima eu cá em baixo, juntos, gritando Sporting! Família. Todos da mesma família.
Estive a um palmo dos nossos heróis e tive muita sorte. Olhei para o nosso capitão Coates e ele olhou para mim. Acredito que houve cumplicidade entre os dois. Que ele percebeu o quanto lhe estou grato. Igual ao que dele vemos em campo, mesmo no meio do rebuliço, do gigantesco alvoroço, Coates mantinha-se Coates. Discreto, sem bazófia ou vaidade, ele era mais uma vez a figura de referência, o comandante. Também ali o patrão da defesa se apresentava compenetrado, sério, solene, totalmente alinhado com o marco histórico celebrado. Dentro e fora de campo capitão e imperial, porque a representação cabal de toda a equipa. A taça era ele que a segurava e a imagem disso dava-nos a garantia de que o troféu, o tão ansiado e desejado título será bem defendido. Mais facilmente continuará em Alvalade do que o contrário.
Não teremos de esperar novos 19 anos para sentir esta alegria imensa. Acredito nisto. Acredito num futuro radioso para o nosso Sporting. Garantido pela formidável liderança de Amorim e do presidente Varandas, acima dele. Assegurado pela grandeza deste emblema comprovada pelos milhares e milhares de miúdos, alguns crianças, que vi desfilar noite dentro cachecol verde e branco no ar cantando emocionados as músicas com que todos vibramos. Também eles certos que o Sporting é campeão. E se o é sempre será. Seja-o durante anos consecutivos. De dois em dois anos. De cinco em cinco anos. Ou de dezanove em dezanove anos.
O Sporting é campeão. O Sporting sempre será campeão.
Se considerarmos a hora na terra de Pedro Gil, o nosso capitão, o Sporting dia 16 de manhãzinha venceu o Benfica e à tarde venceu o Porto e é campeão europeu.
Mais um triunfo com esforço, com dedicação, com devoção, só assim, no Sporting, conquistamos a Glória.
Escrevi aqui no passado mês, sobre superstições que não tenho. Pois bem, evitei falar de um assunto até se confirmar o - não me canso - SPORTING CAMPEÃO.
Costumo fazer um post no meu instagram, depois de cada jogo da equipa de futebol, pelo menos aos que assisto. Fazia-o nos jogos em Alvalade ou outros a que fosse, e fi-lo para cada jogo deste campeonato (falta o último). Normalmente são selfies com qualquer coisa alusiva ao Sporting. Pode ser uma peça de roupa, um bilhete, um cartão, um pin. E faço, conforme me apeteça, um resumo do jogo ou do que sinto no momento. Coisas curtas e por vezes, admito, talvez meio encriptadas. Afinal, cada um vive o Sporting como entende.
Ali por Fevereiro ou Março, apercebi-me que no primeiro post que fiz este campeonato, como se vê na foto, foi com uma camisola do Sporting com as quinas de campeão. Pelo sim, pelo não, não quis falar antes, não agoirar, não quis sequer respirar nos últimos jogos. Agora já posso contar, também eu guardei uma superstição mesmo que não as queira ter e alimentar. Que las hay...
"Sporting Clube de Portugal é o título duma associação composta de indivíduos de ambos os sexos, de boa sociedade e conduta irrepreensível."
Artigo 1 (dos primeiros estatutos do Sporting em 1907)
Aqui chegados, é importante não esquecermos o caminho que aqui nos trouxe, e homenagear os resistentes que tornaram esta incomensurável alegria possível, resgatada a ferros de tempos sombrios e difíceis. De volta às grandes vitórias que fizeram do Sporting Clube de Portugal tão grande e popular, por estes dias de euforia lembremos todos os sportinguistas caídos nos últimos anos e aqueles que permaneceram até ao fim fiéis a este nosso emblema. Relembro em particular o meu saudoso tio Manuel de Castro, que me abriu os olhos para a beleza de um jogo de futebol no estádio, e principalmente me ensinou os valores da perseverança e do fair-play, que são as mais sólidas fundações do nosso clube.
Hoje deixemos para segundo plano uma equipa de jovens promessas, a maioria delas nascidas sob a bandeira das cinco quinas. Hoje pomos de lado o presidente vilipendiado mas corajoso que, herdando um conjunto de escombros, conseguiu inverter a decadência do nosso clube. Hoje não falarei do jovem e inspirado treinador, que liderou um balneário heterogéneo para as páginas mais douradas da nossa História. Hoje esqueçamos as claques predatórias e outras enfermidades que nos quiseram roubar a esperança de voltarmos a ser felizes. Porque hoje é dia de lembrarmos todos aqueles que não desistiram de estar onde era preciso nos momentos mais negros da nossa História, para resgatar a dignidade que nos tinha sido roubada. Que com obstinação nunca desistiram do Sporting naqueles dias tristes que pareciam ter chegado para sempre. Hoje é dia de homenagear os associados que se mantiveram firmes nas filas das assembleias, nos lugares do nosso estádio, naqueles tempos sombrios, sempre a apoiar o clube para que pudesse sobrevir um amanhã de esperança. É essa a alma enorme que nos distingue dos demais.
Foi essa alma enorme que eu aprendi com o meu tio Manuel que partiu cedo demais. Uma lição que espero deixar de legado aos meus filhos. O Sporting somos nós, a vitória foi nossa. Somos nós os campeões.
{ Blogue fundado em 2012. }
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