Rafael Camacho, farto de ser defesa-direito e sobretudo de ser pouco utilizado em Liverpool, regressou a Portugal para jogar pelo Sporting. Aos 19 anos e por um valor apreciável para um clube português, terá pensado que "pegava de estaca". Não pegou. Mas, ainda participou em 26 jogos. Não foi o ala que Amorim queria que fosse e esta época, não tem contado, tendo estado a um passo do Dínamo Zagrebe, no verão. Joga agora na terceira divisão, no Sporting B. Pelo que sei, não se queixa, não cria mau ambiente e sobretudo, leva seis jogos a bom nível, tendo ontem marcado um grande golo, de livre. Aos 20 anos, está a fazer por merecer nova oportunidade, sobretudo quando Tabata vai ficar afastado e se fala no empréstimo de Plata. E que tal oferecer-lhe um bilhete já para Leiria?
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre RAFAEL CAMACHO:
- Leonardo Ralha: «É curioso que o melhor de Rafael Camacho tenha ocorrido quando passou a lateral-direito com jurisdição alargada à ala inteira, justamente aquela posição em que Klopp, que mais ou menos à mesma hora disputava o Mundial de Clubes contra o Flamengo de Jorge Jesus, tanto o quis experimentar. Certo é que o lance do 2-2, com movimentos momentaneamente perpétuos dentro da grande área do Portimonense a antecederem o remate em arco, foi a demonstração mais perfeita do que deve sair dos pés de um camisola 7 que o Sporting viu em muitos e muitos anos.» (23 de Dezembro)
- Paulo Guilherme Figueiredo: «Respondeu, em Portimão, de forma espectacular, às dúvidas que se colocavam em relação à sua contratação.» (29 de Dezembro)
- Eu: «Exibição muito positiva do jovem extremo de 19 anos que veio do Liverpool no Verão passado. Desta vez actuou como titular e fez jus à prova de confiança que o técnico nele manifestou. Imperou no corredor direito, sobretudo na primeira parte, destacando-se igualmente em tarefas defensivas. Foi protagonista das duas únicas ocasiões de golo do Sporting: aos 13', levou a melhor no duelo com Ferro e rematou com força, levando a bola a embater no poste; aos 33', cabeceou como mandam as regras à boca da baliza, forçando Vlachodimos a uma grande defesa.» (18 de Janeiro)
- José Cruz: «Rafael Camacho (20), numa posição diferente, também deixou muito boas indicações. Com mais calma será um jogador top mundial.» (5 de Junho)
- Luís Lisboa: «Luta ainda consigo próprio pela adaptação ao lugar.» (13 de Junho)
- JPT: «Por mais apreço que haja no seminário ainda não vi ninguém que gabasse Camacho como... suficiente.» (12 de Julho)
- Eduardo Hilário: «Não podemos estar dependentes deste jovem jogador e devemos permitir que cresça. Se o fizermos sem pressão, podemos assistir ao melhor Rafael que existe.» (5 de Agosto)
O esquema táctico de 3-4-2-1 é, talvez, o mais difícil de interpretar. Os princípios tácticos de Rúben Amorim assentam numa primeira fase de construção paciente e de passes verticais. Os movimentos de ruptura, dos três da frente (Vietto?), para explorar a profundidade era uma constante.
Este modelo de jogo, não tenho dúvidas, é muito mais fácil de fazer resultar no Braga. Pelo plantel diferente, mas também porque a maior parte dos adversários do Sporting se apresenta num bloco baixo. As "zonas de criação" entre a linha defensiva e do meio-campo do adversário não podem ficar exclusivas de um Sporar, que baixa para tocar e criar espaço nas costas. A chegada dos médios centrais é essencial para podermos jogar de forma mais apoiada e compacta.
De qualquer das formas, tivemos treinador antes do jogo [de quinta-feira em Guimarães]. Foi audaz e correcto na escolha do 11 inicial. No jogo não foi capaz de "inventar novas dificuldades" para apresentar ao Guimarães. Limitou-se a fazer cumprir o guião pré-estabelecido. Principalmente, quando ficámos em superioridade numérica, tinha que pedir algo diferente.
Gostei imenso do Quaresma. Não foi uma surpresa, mas a confirmação de que estamos perante o jovem de maior potencial dos sub-23, juntamente com Joelson.
Sporar esteve muito bem, apesar de ser um atleta que não me convence. Talvez a minha opinião esteja condicionada pelo seu preço (6M quando valia 2,5M) e pelas passagens falhadas pela 2.ª divisão alemã e campeonato suíço. Acho curto para um Sporting que se quer campeão. Gostei do esforçado Jovane e do atrevido Plata.
Não gostei, nem tenho gostado, do Max. É o nosso Moreira. Precisamos de um Quim, no mínimo.
Não gostei de Camacho. Apesar de ser a posição ideal para ele, estava a fazer um frete. E quando tem a oportunidade de fazer algo, a bola é só dele. Egoísta.
Não gostei de Vietto. É um "pila mole".
Não gostei dos dois do centro do terreno. Imagino ali um Uros Racic e o Adrien Silva (Wendel).
O excelente Acuña, tinha a pilha gasta.
Pela primeira vez nesta temporada, conseguimos ver e ter uma ideia de jogo.
Não é suficiente para um Sporting campeão, mas podemos ter aqui uma base interessante.
Texto do nosso leitor Pedro Sousa, publicado originalmente aqui.
Sim, não vencemos. Sim, não foi uma exibição de encher o olho. Sim, temos um treinador que foi caro e não vence todos os jogos. Todas estas conclusões são óbvias e até justas. Mas não consigo deixar de sentir orgulho no meu/nosso Clube.
Foi dito que iria ser feita uma aposta na formação e que Rúben Amorim tinha sido contratado para potenciar jogadores e foi isso que vi ontem em campo. Matheus Nunes (21) e Eduardo Quaresma (18) fizeram o seu primeiro jogo pela equipa A. E que jogão de Eduardo Quaresma, diga-se! Jovane Cabral (21) foi o grande motor ofensivo da equipa e meteu quatro (4!) bolas de golo nos pés de Vietto e Sporar. Infelizmente só um entrou mas o princípio está lá.
Rafael Camacho (20), numa posição diferente, também deixou muito boas indicações. Com mais calma será um jogador top mundial.
Ainda na baliza esteve Max (21) e a primeira substituição foi Gonzalo Plata (19).
Há futuro para o Sporting. Por muito que isso doa a quem prefere a terra queimada.
Desafiou uma maldição com mais de um quarto de século em Alvalade, aceitando jogar com o n.º 7 estampado nas costas. Um algarismo que pouca ou nenhuma sorte deu a anteriores titulares. Basta recordar, por exemplo, Pongolle, Vukcevic, Izmailov, Bojinov, Jeffrén, Magrão, Shikabala, Alan Ruiz, Campbell ou Rúben Ribeiro.
Rafael Camacho chegou no Verão passado, vindo do Liverpool, onde chegou a actuar no plantel principal e recebeu palavras elogiosas do treinador Jürgen Klopp. Para este jovem que anteontem festejou o 20.º aniversário, tratava-se de um regresso às origens: natural de Lisboa, nasceu para o futebol na Academia de Alcochete. E gosta até de recordar que se estreou no Sporting como apanha-bolas. Rumou na adolescência ao Reino Unido acompanhando os pais, emigrantes. Em três épocas, cumpriu 70 jogos na equipa sub-23 do Liverpool, marcando 25 golos.
Este regresso munido de um contrato por cinco épocas, anunciado a 27 de Junho, custou 5,6 milhões de euros aos cofres leoninos e resultou de uma "aposta pessoal" de Frederico Varandas, conforme garantiu à época a imprensa mais conotada com a liderança leonina. Marcel Keizer não parece ter ficado muito impressionado, remetendo o jovem reforço para a equipa sub-23. Depois Rafael sofreu uma lesão prolongada, mantendo-se fora dos relvados.
Foi só com Silas que calçou enfim, mostrando os seus dotes como ala direito. Com notável exibição no Portimonense-Sporting que a 21 de Dezembro permitiu ao Sporting, contra todos os prognósticos, rumar à meia-final da Taça da Liga. Foi dele o segundo golo, operando a reviravolta quando tínhamos um jogador a menos e havíamos encaixado duas bolas na meia-hora inicial. Um golo extraordinário, que vale a pena ver e rever. O Jogo destacou-o como melhor em campo. E com razão, pois Camacho evidenciou-se não apenas no plano ofensivo mas na cobertura defensiva. Revelando capacidade de desequilíbrio e bom domínio da bola. Não foi por acaso que chegou a treinar com Firmino, Mané e Salah...
No final de 2019, elegi-o aqui como promessa do ano. Espero não me enganar: seria um inequívoco sinal de que a maldição estava quebrada. Compete-lhe agora demonstrar aos adeptos que consegue muito mais que isso.
De perder com o Benfica. Segunda derrota em cinco meses frente ao nosso mais velho rival. Depois da goleada na Supertaça, no estádio do Algarve, ontem perdemos por 0-2 em Alvalade. Sete golos sofridos, nenhum marcado. Com dois treinadores. O da primeira derrota, Marcel Keizer, despediu-se praticamente com aquele péssimo resultado. Resta agora ver quanto tempo Silas irá aguentar.
Do onze inicial. Ter Battaglia (enfim recuperado) no banco e preferir Idrissa. Ter Neto já disponível e preferir Ilori. Ter Pedro Mendes enfim inscrito e preferir Luiz Phellype. Incompreensíveis opções do treinador para os titulares deste clássico. Nenhuma resultou.
Das péssimas construções ofensivas. Durante quase toda a primeira parte, a nossa saída com bola viu-se gorada em cerca de dois terços das situações devido à pressão alta exercida pelos jogadores do Benfica, obedecendo às instruções do seu treinador, Bruno Lage. Destaque pela negativa, neste capítulo, para Ilori, Wendel e Idrissa Doumbia.
Das substituições falhadas. Com o resultado em branco, aos 74', Lage apostou na vitória ao trocar Chiquinho por Rafa - arma secreta que saiu do banco e apontou os dois golos encarnados, aos 80' e aos 90'+9. Silas esperou demasiado para mexer na equipa, limitou-se a ser reactivo nas substituições e esteve mal nas trocas - Bolasie por Plata (79'), Idrissa por Pedro Mendes (86') e Camacho por Borja (90'+2).
De Ilori. Definitivamente, este jogador não tem categoria para integrar o plantel do Sporting. Os dois golos que sofremos nascem de erros dele - o primeiro ao propiciar que Rafa se apoderasse da bola numa série de ressaltos em zona proibida, o segundo ao entregá-la com um corte defeituoso. Há sete anos, fez questão de abandonar o Sporting, mostrando extrema ingratidão pelo clube que o formou. Agora somos nós que fazemos questão de que ele saia. Quanto mais cedo melhor.
De Idrissa Doumbia. Andou errante no primeiro tempo, parecendo sempre fora de posição, e demonstrou muita dificuldade em receber a bola e distribuí-la com critério. Impressiona, a sua debilidade no capítulo técnico - sobretudo num jogo desta dimensão, contribuindo para a intranquilidade da equipa. Tentou o golo, aos 63', mas sem pontaria.
De Wendel. Terá sido ontem o campeão dos passes falhados, em zonas cruciais do terreno. Silas mandou-o posicionar-se em linha com Idrissa na posição de médio defensivo - missão que não parece agradar ao brasileiro. Logo aos 2', numa perda de bola, permitiu que Gabriel se infiltrasse na nossa área. Aos 30', ao desinteressar-se de um lance junto à ala esquerda, foi ele a forçar Acuña a fazer falta para cartão amarelo. Revela défice de combatividade, sobretudo nas situações de bola disputada, em que parece fugir do contacto físico.
De Luiz Phellype. Voltou a ser uma nulidade, como já tinha acontecido frente ao FC Porto e ao V. Setúbal. Parece esconder-se do jogo: está sempre onde não é necessário e falha nos momentos cruciais. O cúmulo da sua ineficácia aconteceu aos 34', quando estava em claríssimo fora-de-jogo: procurou desviar a trajectória da bola disparada por Acuña, que foi certeira para o fundo das redes, sem conseguir tocá-la, mas interferindo no lance ao ponto de tornar ilegal o golo. Aos 57', viu um cartão amarelo (que bem podia ter sido vermelho) por uma falta absolutamente desnecessária muito longe de uma zona de perigo. Lento, apático, pesado, é sem dúvida um dos protagonistas deste fracassado Sporting 2019/2020 no terreno de jogo.
Do pavor que se apodera da equipa em cada lance de bola parada defensiva. Quase todos os jogadores do Sporting tremem nestas ocasiões, algo absolutamente incompreensível. Apetece perguntar o que fazem nas sessões de treino. E onde estão os especialistas em motivação competitiva e apoio psicológico prometidos pelo presidente da SAD no início da época.
Do árbitro Hugo Miguel. Deixou sem punir dois jogadores encarnados em faltas muito duras sobre Bruno Fernandes: primeiro o inimputável Pizzi, aos 38', que travou à margem das leis de jogo uma arrancada do nosso capitão que prometia terminar em golo; depois Gabriel, que agrediu Bruno com a mão no baixo ventre. A impunidade do costume: em termos disciplinares, o Benfica continua a ser um caso à parte, eternamente protegido pela arbitragem portuguesa. O caso só muda de figura quando joga nas competições da UEFA.
Da insegurança no Estádio José Alvalade. É inadmissível que os agentes policiais proíbam os espectadores que pagam os seus bilhetes de entrarem com bolos e sandes enquanto fazem vista grossa à entrada de material pirotécnico, como ontem sucedeu, levando à interrupção do jogo durante quase seis minutos e à debandada de muita gente que se encontrava nas bancadas, sobretudo com filhos menores, enquanto o relvado ardia e milhares de pessoas eram forçadas a inalar fumos tóxicos.
Da segunda derrota consecutiva em casa. Após termos cedido os três pontos frente ao FCP, aconteceu agora o mesmo contra o SLB. E ainda só estamos na primeira volta. Na segunda, teremos de ir a Braga, a Guimarães, a Vila do Conde, a Famalicão, ao Dragão e à Luz. De momento temos mais derrotas do que Benfica, Porto, V. Guimarães, Famalicão, Gil Vicente, Boavista, Marítimo e V. Setúbal.
Gostei
De Rafael Camacho. Exibição muito positiva do jovem extremo de 19 anos que veio do Liverpool no Verão passado. Desta vez actuou como titular e fez jus à prova de confiança que o técnico nele manifestou. Imperou no corredor direito, sobretudo na primeira parte, destacando-se igualmente em tarefas defensivas. Foi protagonista das duas únicas ocasiões de golo do Sporting: aos 13', levou a melhor no duelo com Ferro e rematou com força, levando a bola a embater no poste; aos 33', cabecou como mandam as regras à boca da baliza, forçando Vlachodimos a uma grande defesa. No segundo tempo, aos 65' e 66', protagonizou excelentes jogadas de ataque do Sporting.
De Acuña. Mesmo condicionado por um cartão amarelo quando ainda faltava mais de uma hora de jogo, não esmoreceu nem deixou de se entregar à luta. Foi sempre um dos elementos mais desequilibradores da nossa equipa e um dos raros que se mantiveram em bom nível do princípio ao fim. Merecem destaque uma recuperação de bola aos 6', um cruzamento perfeito para a cabeça de Camacho aos 33' e o golo que chegou a marcar no minuto seguinte, também num centro a partir da esquerda, invalidado por fora de jogo posicional de Luiz Phellype. Infelizmente, o cartão amarelo que o argentino viu nesta partida deixa-o fora da meia-final com o Braga para a Taça da Liga, já na próxima quarta-feira.
De Mathieu. Persiste em ser uma das escassas referências de qualidade no onze titular leonino. Destacou-se numa sucessão de cortes providenciais - aos 8', 29', 37', 56', 62' e 79'. Mesmo ao cair do pano, já aos 90'+8, tentou o golo com um remate acrobático que saiu ao lado. O internacional francês bem o teria merecido.
De Max. Sem responsabilidade nos golos sofridos, esteve em bom nível ao travar um tiro de Pizzi aos 12' e ao desviar para cima da baliza um cabeceamento de Gabriel, à queima-roupa, na sequência de um canto, aos 21'.
De Bruno Fernandes. Terá sido o seu último jogo de verde e branco em Alvalade? Se foi, merecia seguramente outro cenário. Sem tochas arremessadas para o relvado nem incêndios nas bancadas, sem greve aos aplausos promovida pelas duas claques leoninas durante o primeiro tempo, sem as faltas impunes que foi sofrendo ao longo da partida e sobretudo sem este triste resultado, que em nada se coaduna com o seu valor.
Irá singrar no Sporting? Sou capaz de apostar que sim. E ele já deu um indício claro disso, ao apontar um extraordinário golo no mais recente jogo da nossa equipa - o segundo contra o Portimonense na Taça da Liga, que contribuiu para virar a partida, quando tínhamos um jogador a menos e recuperávamos de dois golos sofridos na meia hora inicial.
Rafael Euclides Soares Camacho fez o início da sua aprendizagem futebolística nas escolinhas do Sporting antes de rumar com os pais a Inglaterra, onde actuou nos escalões de formação do Liverpool. Jurgen Klopp, que o conhece bem, apostou nele não apenas como extremo direito - posição preferida do jovem de ascendência angolana nascido há 19 anos em Lisboa - mas também como lateral. E foi precisamente a percorrer todo o corredor direito, fazendo duas posições, que ele se destacou no recente confronto em Portimão em que saiu enaltecido pela imprensa como o melhor em campo.
Regressou ao Sporting em Junho, como aposta da SAD leonina para reforçar o plantel após duas partidas pelo plantel principal do Liverpool, onde treinou ao lado de craques como Firmino, Mané e Salah. «Gosto de ter liberdade para jogar, fugir dos defesas, driblar, assistir e fazer golos.» Assim se definiu numa das primeiras entrevistas concedidas após assinar o contrato que o faz jogar de Leão ao peito, a troco de uma generosa quantia: o Sporting pagou cinco milhões de euros para o ver de verde e branco.
Demorou a dar nas vistas, com uma lesão pelo meio, mas vem conquistando claramente a confiança de Silas, que não hesita em atribuir-lhe cada vez mais responsabilidade. Ele tem respondido, com notável aptidão técnica e capacidade de desequilíbrio nos confrontos individuais. O golaço a que me referi é um excelente exemplo disso.
Klopp telefonou-lhe quando viu na televisão as imagens desse golo. Rafael certamente sentiu orgulho ao receber um elogio daquele que muitos consideram hoje o melhor treinador do mundo. Fazemos votos, da nossa parte, para que ele nunca se arrependa de ter trocado Anfield por Alvalade. Seria excelente por vários motivos - até para sacudir de vez a maldição do n.º 7, que vem assombrando o Sporting desde a partida de Luís Figo.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Portimonense-Sporting pelos três diários desportivos:
Camacho: 19
Luís Maximiano: 19
Plata: 18
Luiz Phellype: 17
Bruno Fernandes: 17
Vietto: 16
Coates: 15
Battaglia: 14
Wendel: 14
Idrissa Doumbia: 12
Mathieu: 12
Acuña: 11
Bolasie: 10
Ristovski: 10
A Bola elegeu Max como melhor jogador em campo. O Record optou por Bruno Fernandes. O Jogo escolheu Rafael Camacho.
Já não é só no futebol profissional sénior masculino, que apresenta o pior início de época desde a temporada 1966/1967, com seis derrotas e apenas quatro vitórias em 12 jogos - e acaba de registar um triste recorde de 70 anos com esta eliminação da Taça de Portugal por um adversário do terceiro escalão. O descalabro parece contaminar outros redutos do desporto-rei leonino. No futebol feminino, levámos 3-0 do Benfica. E na Liga Revelação perdemos igualmente frente ao velho rival, por 2-1. Neste caso com a agravante de defrontarmos uma equipa com uma média etária claramente inferior e termos a nossa equipa reforçada (com ou sem aspas) com o craque Rafael Camacho, que custou cinco milhões de euros aos cofres leoninos e praticamente ainda não jogou na equipa principal.
É um gosto ver-te por cá novamente - agora com estatuto reforçado, naturalmente, por teres integrado os escalões finais da formação do Liverpool e a equipa de sub-23 do actual campeão inglês e campeão europeu. Por lá cumpriste um total de 70 jogos em três épocas, com 25 golos marcados.
Apesar disto, chegas com humildade. Sem te pores em bicos de pés. Lembrando até o tempo em que foste apanha-bolas no nosso clube. Que é teu também.
Já eras um pequeno craque quando equipaste de verde e branco, dos 8 aos 13 anos: este vídeo comprova.