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És a nossa Fé!

Soma e segue

Diziam que está "velho". Alguns, os mais imbecis, zurram isto desde o final da década passada.

Aos 39 anos, Cristiano Ronaldo continua a calar estes idiotas. Acaba de marcar mais um golo decisivo, outro golo que deu o triunfo à selecção nacional. Desta vez contra a da Escócia.

Aconteceu aos 88', repetindo-se o que sucedera na partida anterior, frente à da Croácia: cruzamento perfeito do nosso Nuno Mendes e o melhor do mundo a enfiá-la no sítio certo. Pouco antes, aos 82', já havia enviado duas vezes a bola aos ferros. E aos 77', num precioso toque de calcanhar, ofereceu de bandeja um golo que o rapaz Félix desperdiçou, bem ao seu estilo.

Para tingir ainda mais de verde a noite da Luz, o primeiro golo (54') resultou de um grande disparo de Bruno Fernandes. Que hoje celebra o 30.° aniversário. Foi ele a oferecer a prenda...

Seguimos invictos na campanha da Liga das Nações. Com CR7 igual a si próprio: soma e segue. São já 901 golos, 132 pela selecção. 

Mais uma noite de pesadelo para a falange anti-Ronaldo: devem tomar doses reforçadas de pastilhas contra a azia. É a vida.

Ecos do Europeu (9)

Vencer e convencer, silenciando adeptos turcos

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Queriam uma exibição categórica da selecção nacional neste Campeonato da Europa? Pois tiveram-na. Queriam uma vitória clara da equipa das quinas neste certame? Registou-se ontem em Dortmund, num estádio que abarrotava sobretudo de adeptos turcos. Durante a meia hora inicial assobiaram estrondosamente todos os nossos jogadores cada vez que tocavam na bola. Em decalque ampliado do pior que vemos nas bancadas portuguesas.

Antes do jogo diziam que a Turquia iria ser um "sério adversário", temível, capaz de nos travar o passo. Depois do jogo, afinal, alguns dos tais passaram a dizer que enfrentámos um onze menor, correspondente à segunda divisão do futebol europeu, portanto ao vencê-lo não teremos revelado grande mérito.

Há gente em Portugal assim, sempre pronta a denegrir o futebol que praticamos. Esteja o seleccionador que estiver, a música é sempre a mesma. Por mais elogios que nos façam lá fora.

 

Lamento contrariar tal gente, mas superámos com brilhantismo esta prova. Os tais assobios foram-se calando e no estádio onde se disputou o Portugal-Turquia, já perto do fim, apenas se ouviam aplausos às nossas cores. 

Qual o segredo? Superioridade total do princípio ao fim. Maturidade até no plano psicológico: aquelas estrondosas vaias entraram a cem, saíram a mil. Até emudecerem. Primeiro com o golo de Bernardo Silva, aos 21', culminando excelente lance colectivo. Depois, aos 28', com um autogolo turco que entrou de imediato no anedotário do futebol: Akaydin, central do Fenerbahce, jamais esquecerá esta humilhação. Finalmente, aos 56', quando Bruno Fernandes fixou o 3-0, emudecendo de vez os turcos. Até porque quem o assistiu neste golo foi um gigante: Cristiano Ronaldo, aos 39 anos, voltou a cumprir 90 minutos em campo numa inédita sexta participação em fases finais de campeonatos da Europa.

Nunca ninguém participou em tantos, nunca ninguém marcou em tantos, ninguém assistiu mais do que ele. Silenciando até aqueles que tentam denegrir o astro maior da formação leonina por ser supostamente incapaz de "futebol associativo". Revejam este golo em que Ronaldo recupera, progride com bola, se isola perante o guardião e a endossa ao companheiro que surge entretanto à sua esquerda, ainda mais bem colocado.

Pensar em movimento é isto. Um hino ao futebol como verdadeiro desporto de equipa.

 

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Criança interrompeu jogo para se fotografar com CR7: jogo deu para tudo, até para isto

 

Este segundo triunfo colectivo, após o 2-1 aos checos, transporta-nos de imediato à liderança do Grupo F e consequente qualificação automática para a partida dos oitavos-de-final, a 1 de Julho, contra um adversário ainda incerto. Dois jogos, duas vitórias, cinco marcados e só um sofrido. Enquanto Chéquia e Geórgia empatavam

Do nosso lado, além dos jogadores já mencionados, quase todos os outros justificam destaque. Cancelo subiu de rendimento, Vitinha manteve o nível da partida anterior, Palhinha mostrou que merece muito mais um lugar no onze do que Dalot, entretanto excluído. Todo o bloco defensivo funcionou na perfeição, desta vez numa linha de quatro da qual emergiu um talento superior: Nuno Mendes, para mim o melhor em campo. Mais talentoso ala esquerdo português da actualidade, sempre em rotação, sempre como seta apontada à baliza adversária sem temor de qualquer espécie.

O mais fraco foi novamente Rafael Leão. Segundo cartão amarelo por simulação grosseira - os árbitros têm instruções da UEFA para serem implacáveis nestes casos. Tal como simulou ter sido agredido em Maio de 2018, no assalto dos bisontes à Academia de Alcochete.

Já não regressou para a segunda parte. Fica fora do próximo desafio, por demérito próprio.

 

Outra nota insólita: pelo menos cinco espectadores invadiram o campo para se fazerem fotografar com Ronaldo. O astro português ainda sorriu ao primeiro, uma criança. Mas deixou de achar graça à invasão. Actos deste género podem constituir séria ameaça aos jogadores, além de lesarem o espectáculo.

Os turcos, estranhamente, iniciaram a partida mantendo no banco duas das suas maiores estrelas, Yildiz (Juventus, 19 anos) e Güler (Real Madrid, 19 anos). Quando ambos entraram, no segundo tempo, já era tarde: a equipa estava partida, extenuada, desmoralizada. Nas bancadas quase só se escutavam cânticos portugueses.

Çalhanoglu, centrocampista que organiza o jogo turco, quase passou despercebido, engolido pela vertigem ofensiva lusa. O benfiquista Kokçu "assistiu" Bernardo no primeiro e limitou-se a fazer cócegas a Diogo Costa, seguro entre os postes.

Mas gostei de rever um central formado na nossa Academia: Demiral, que entrou aos 75'. Hoje com 26 anos, actua no Al-Ahli da Arábia Saudita. Ainda lamento que só tenha cumprido um jogo oficial pelo Sporting. Tanto prometia, tão cedo saiu. 

 

E pronto. Página virada, objectivo cumprido, seguimos em frente. O jogo contra a Geórgia, pela nossa parte, servirá apenas para cumprir calendário. Tomem nota: será na próxima quarta-feira, dia 26.

Espécie de intervalo nas conversas de café, orais ou escritas. Convém sempre fazer uma pausa, até nesse passatempo nacional que é dizer mal da selecção.

 

Portugal, 3 - Turquia, 0

Ontem houve festa em Alvalade

Só vitórias: a nossa melhor campanha de sempre

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Bruno Fernandes: golaço neste regresso a um estádio onde voltou a ser feliz

Foto: Rodrigo Antunes /Lusa

 

Ontem voltou a haver festa em Alvalade. Mesmo sem jogar o Sporting. Casa cheia, no nosso estádio, para ver ao vivo a selecção nacional. Portugal-Islândia: vencemos por 2-0. Com golos de Bruno Fernandes (golaço, com assistência magistral de Bernardo Silva) aos 37' e de Ricardo Horta aos 66'. 

Cristiano Ronaldo desta vez não marcou, mas fez por isso. Cabeceou para defesa apertada do guarda-redes (21') e participou no lance do segundo golo. Com energia inesgotável durante os 90'+4. Ninguém diria que vai a caminho dos 39 anos.

Festa da equipa das quinas, pois. Desta vez sem assobios para ninguém - até João Félix e João Neves foram muito aplaudidos. Merece registo.

Havia bons motivos para isto: estamos talvez perante a nossa melhor selecção de sempre, qualificada para o Euro-2024 sem necessidade de máquina de calcular.

Ontem foram batidos dois recordes. A nossa melhor prestação até hoje em fases de qualificação de Europeus ou Mundiais: dez jogos, dez vitórias, uma campanha imaculada. E também a nossa qualificação com mais golos marcados: 36 nestas partidas, ultrapassando os 35 registados no apuramento para o Mundial da Alemanha em 2006. Com apenas dois sofridos.

Parabéns aos jogadores - todos, sem distinção clubística. Parabéns ao seleccionador Roberto Martínez: até agora só sete outras selecções haviam concluído, desde sempre, uma fase de apuramento 100% vitoriosa.

E, claro, parabéns ao nosso Cristiano Ronaldo - que ontem regressou a um palco que tanto lhe diz. Marcou dez golos nas nove partidas em que participou nesta qualificação encerrada em festa. Merece, sem discussão, todos os aplausos dos adeptos do futebol. 

Bruno e Gonçalo, protagonistas da goleada

Histórico 9-0 de Portugal ao Luxemburgo

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Gonçalo Inácio acaba de estrear-se como artilheiro da selecção: todos o cumprimentam

 

Jogo histórico, resultado inédito, partida de sonho de Bruno Fernandes, que marcou um golo e participou na construção de outros quatro. Na goleada de ontem da selecção portuguesa ao Luxemburgo por esmagadores 9-0. Em dez remates: aproveitamento quase total. O resultado mais dilatado de que há registo na equipa das quinas. Nunca antes tinha sucedido em 667 desafios disputados.

Gonçalo Inácio, também ele protagonista de uma partida de sonho. Nesta terceira vez em que representou a selecção A, marcou dois golos. Ambos de cabeça, ambos a passe de Bruno Fernandes. Numa exibição irrepreensível que o torna sério candidato a titular de longa duração do onze nacional como central à esquerda.

 

Roberto Martínez prossegue o registo cem por cento vitorioso como comandante deste nosso percurso com vista ao Campeonato da Europa 2024. Seis jogos, seis triunfos, 24 golos marcados, nenhum sofrido. Nunca tal tinha acontecido numa campanha portuguesa para uma fase final de um Mundial ou de um Europeu.

Quem não compareceu no Estádio do Algarve e manteve o televisor desligado, perdeu um festival de futebol de ataque. Desmentindo todos aqueles que vinham criticando a equipa nacional. Por "jogar feio", com fio de jogo previsível e algo sonolento. Por faltar nota artística.

Nem sabem do que falam. 

 

Para memória futura, assinalo a evolução do marcador. 12': Gonçalo Inácio. 17': Gonçalo Ramos. 33': Gonçalo Ramos. 45'+4: Gonçalo Inácio. 57': Diogo Jota. 67': Ricardo Horta. 77': Diogo Jota. 83': Bruno Fernandes. 88': João Félix.

Melhor em campo, sem discussão: o nosso Bruno. Revelação deste desafio, também indiscutível: o nosso Gonçalo.

Os birrentos que recusaram assistir ao jogo, acometidos de clubite aguda ou de aversão visceral à selecção, a esta hora já estarão arrependidos. Queriam futebol de ataque? Grandes exibições? Muitos golos? Houve tudo isto. 

Quem viu, viu; quem não viu, tivesse visto. Parafraseando António Oliveira, que foi um grande sportinguista sem ter deixado de ser portista.

Soma e segue

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Bruno Fernandes: grande golo em Bratislava no dia dos seus 29 anos - passaporte para o Euro-24

 

A selecção das quinas foi ontem a Bratislava vencer a da Eslováquia por 1-0. Primeira derrota dos eslovacos, primeiro golo sofrido em casa deles nesta campanha do apuramento para o Campeonato da Europa 2024.

O nosso Bruno Fernandes resolveu o assunto com um excelente golo iniciado por ele em grande estilo e concluído com imensa classe, aos 43'. Magnífica prenda oferecida a si próprio no dia em que festejou 29 anos.

Balanço da nossa campanha neste apuramento sob o comando do seleccionador Roberto Martínez: cinco jogos, cinco vitórias, 15 golos marcados, zero golos sofridos. Qualificação para o Europeu garantida. Difícil fazer melhor.

Números inéditos. Nunca antes a selecção portuguesa tinha vencido cinco partidas seguidas num apuramento para uma fase final de uma grande competição.

Há quem não goste? Paciência. Empurre para a borda do prato e engula em seco. A "equipa de todos nós" soma e segue, indiferente às birras de alguns adeptos.

Cristiano: dura e dura e dura

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Cristiano Ronaldo enfrenta a muralha defensiva bósnia

Foto: Miguel A. Lopes / EPA

 

Bruno Fernandes, aos 77' e aos 90'+3, marcou dois dos nossos três golos na concludente vitória (3-0) da selecção portuguesa ontem, contra a Bósnia-Herzegovina, no estádio da Luz.

Foi a figura do jogo, com grande exibições também de Diogo Costa (de longe o melhor guarda-redes português actual, salvou dois golos com monumentais defesas, aos 22' e aos 89'), Danilo na defesa, Palhinha no meio-campo e Bernardo na ponta direita (o primeiro golo é dele, aos 44', com assistência de Bruno, o melhor em campo em noite de sonho).

 

Mas hoje apetece-me realçar Cristiano Ronaldo, que jogou a partida inteira, foi elemento fulcral na manobra ofensiva da equipa e até recuperou bolas, com notável trabalho táctico. Participa em dois dos golos, iniciando o lance do primeiro e arrastando defesas para Bruno cabecear à vontade no segundo. Oferece dois de bandeja: aos 37', a João Félix (defesa apertada do guarda-redes bósnio para canto); aos 88, a Diogo Jota (desperdiçando excelente oportunidade só com o guardião pela frente). E ainda viu um grande golo dele, a centro de Cancelo, anulado por fora-de-jogo milimétrico (23').

Aos 38 anos, diziam que estava "acabado" - andam a zurrar isto pelo menos desde 2015. Ele insiste em demonstrar que essas vozes agoirentas voltam a estar erradas. Fechou a temporada com mais 17 golos no seu currículo - número escasso para o que nos habituámos nele, mas no Sporting, em toda a temporada, só Pedro Gonçalves conseguiu fazer melhor.

 

Uma palavra final para o seleccionador Roberto Martínez. Concluiu uma série de três partidas à frente da selecção com folha limpa: três jogos, três vitórias, 13 golos marcados, nenhum sofrido. Prossegue em bom ritmo o nosso apuramento para o Europeu de 2024. E até já fala um excelente português, desmentindo aquela ideia absurda de que os espanhóis «não conseguem» exprimir-se noutras línguas.

Fica a lição também para os jogadores de fala castelhana residentes há anos em Portugal e que continuam sem a menor vontade de proferir três ou quatro frases no nosso idioma. Ponham os olhos em Martínez.

Super-Bruno põe Portugal nos oitavos

Mundial 2022: triunfo contra o Uruguai (2-0)

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Bruno Fernandes, melhor em campo, celebra segundo golo contra o Uruguai

(Foto:  Kirill Kudryavtsev/AFP)

 

Outro dia péssimo para os profetas da desgraça, que andam a salivar para cair em cima da selecção nacional, ansiando por derrotas. São tempos complicados para estes tugas sempre prontos a denegrirem as nossas cores e os nossos jogadores. Apoiam seja quem for que actue contra nós.

Tiveram azar. Portugal venceu ontem o Uruguai, por 2-0, num desafio em que foi claramente superior. Segundo triunfo consecutivo, após a nossa vitória frente ao Gana (que ontem derrotou a Coreia do Sul) na ronda inaugural do Grupo H do Campeonato do Mundo.

Este desafio superado com sucesso teve um sabor muito especial. Por ser a desforra da partida que há quatro anos nos afastou do Mundial 2018, nos oitavos-de-final, com dois golos de Cavani enquanto Pepe marcava pelo nosso lado. Desta vez o veterano avançado uruguaio ficou em branco, tal como os seus compatriotas Darwin Nuñez, ex-Benfica, e Luis Suárez.

 

Jogo de sonho para Bruno Fernandes, de novo o melhor em campo no Catar. Marcou os dois golos, aos 54' e aos 90'+3 - este de grande penalidade. E teve duas excelentes oportunidades para ampliar a vantagem mesmo ao cair do pano, aos 90'+8 e aos 90'+9: a primeira só travada por grande defesa do guardião Rochet, a segunda foi ao poste.

Destaque também para Pepe, que regressou à equipa das quinas para se confirmar como eficaz patrão da defesa, Diogo Costa (desta vez sem deslizes) com duas defesas dignas de nota muito elevada e Cristiano Ronaldo, que mesmo sem marcar teve intervenção decisiva no nosso primeiro golo, com desmarcação que baralhou Rochet. 

Justificam igualmente aplauso os "nossos" João Palhinha e Matheus Nunes, em campo desde o minuto 82: ambos contribuíram para consolidar o domínio leonino. Deviam ter entrado mais cedo.

Nota negativa para a saída de Nuno Mendes, aos 41, aparentemente por agravamento da lesão que já sofrera. Enquanto esteve em campo foi um dos melhores. Ao contrário do apagadíssimo João Cancelo e do desinspirado Rúben Neves. Diogo Dalot e Palhinha merecem ser titulares.

 

Os tais profetas andavam a uivar maus agoiros há largas semanas. Enganaram-se redondamente até ao momento. A selecção portuguesa é apenas a terceira a qualificar-se para a fase seguinte, ainda antes de disputar o terceiro jogo - será na sexta-feira, contra a Coreia do Sul treinada por Paulo Bento. Além de nós, por enquanto, só França e Brasil confirmaram presença nos oitavos-de-final.

O que fazer? Manter o apoio, claro. Falo por mim - e tenho a certeza de que falo pela esmagadora maioria dos portugueses.

Os outros vão continuar a resmungar e a lançar pragas. Mas agora em tom mais baixo, quase em surdina. É outra boa notícia.

Egoísmo e altruísmo

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O último postal que escrevi aqui foi sobre egoísmo.

Hoje temos de falar sobre altruísmo, a forma como o capitão, um verdadeiro capitão, Cristiano Ronaldo, comemora o primeiro golo de Bruno Fernandes, comemora-o como se fosse dele, braços abertos, olhos esbugalhados, nariz em posição de espirro, bochechas salientes, todo um movimento facial de satisfação, como se todo o rosto de Ronaldo dissesse:

- Obrigado Bruno Fernandes.

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Parabéns, Bruno

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Venho dar-te os meus calorosos parabéns, meu caro Bruno. Felicitando-te pelo teu jogo de ontem. Foste a figura do decisivo desafio que acaba de nos colocar na rota do Campeonato do Mundo - e bem mereces esta distinção. Vencemos por 2-0 a briosa Macedónia do Norte que havia derrotado a Alemanha e eliminado a Italia, campeã da Europa.

Os dois golos da partida foram marcados por ti.

Espero que tenham servido para calar de vez os teus detractores. Aqueles que insistem em dizer que não deves ser titular da selecção nacional. Que não rendes, que não corres, que não brilhas, que não marcas.

São os do costume: aqueles que estão sempre prontos a denegrir os compatriotas que se destacam da mediania, alvejando-os com estas balas letais que são as palavras. Dando assim razão a uma escritora francesa contemporânea que nos alerta: «A liberdade de odiar jamais esteve tão descontrolada nas redes sociais, mas a liberdade de falar e de pensar nunca esteve tão vigiada na vida real.» 

 

Por vezes até parece que precisamos de pedir licença para elogiar os nossos. Para enaltecer aqueles que demonstram estar à altura dos melhores futebolistas do globo.

Não por acaso, a tua saída do Sporting para o Manchester United constituiu a maior receita de sempre em Alvalade.

Não por acaso, tens brilhado na Premier League. Confirmando esta triste realidade: é sempre mais fácil um português suscitar aplauso entre os estrangeiros do que entre os próprios compatriotas.

Pergunta ao Cristiano Ronaldo, que ontem esteve a ser alvejado durante largos minutos por vários comentadores na TV. Coitado, ele cometeu o pecado de não ter assinado qualquer golo contra a Macedónia. Apenas te ofereceu de bandeja o primeiro, que tão bem marcaste.

 

Se alguém merece estar no Mundial és tu, meu caro Bruno Fernandes.

Confesso-te que vibrei ainda mais com esta qualificação de Portugal - a sexta consecutiva, não falhámos uma presença numa fase final do certame máximo do futebol neste século XXI - por teres sido tu a figura do jogo. E ver-te ovacionado por 48 mil espectadores no Dragão, incluindo por gente que ali certamente te assobiou noutros tempos, quando lá jogaste vestido de verde e branco.

Aquele teu segundo golo, que aos 65' confirmou a nossa presença no Catar fazendo levantar o estádio, é um excelente emblema desta modalidade que continua a apaixonar o mundo. Previste a manobra do Jota, que te serviu a partir da esquerda com um magnífico passe longo, correste para o local exacto onde a bola ia cair e nem a deixaste pousar: trataste logo de disparar a bomba com o teu pé-canhão.

 

Um dos primeiros a felicitar-te, aposto, foi o teu amigo Stefan Ristovski. Ontem, por uma vez, eram adversários. Mas ele até colaborou naquela perda de bola aos 32' que permitiu um rapidíssimo contra-ataque português - e o teu primeiro golo, em parceria com o Ronaldo. Confirmando que o valor supremo do futebol é demonstrar à sociedade que o todo consegue ser maior do que a soma das partes.

Desporto colectivo, como antes se dizia, quando os comentadores usavam uma linguagem simples e clara.

Se alguém percebe disso, és tu.

 

Deixa os imbecis ganir.

Deixa os invejosos destilar fel anónimo nas redes ditas sociais.

Não dês importância àqueles que se dizem sportinguistas mas ainda te insultam quando já comprovaste ser mais Leão do que qualquer deles. 

Tu vais ao Mundial - supremo patamar na carreira de um futebolista. Enquanto eles ficam, cada vez mais afundados no sofá.

Quando um leão sai, logo outro chega

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Faz hoje um ano, perdíamos o nosso melhor jogador da década: Bruno Fernandes deixava o Sporting, rumo ao Manchester United, onde não tardou a fazer sucesso e a tornar-se ídolo nesse emblema. 

Foi um momento triste para nós. Mas que soubemos aproveitar da melhor maneira: quando um leão cai, logo outro se levanta; quando um leão sai, logo outro chega.

Perdemos Bruno Fernandes, como depois perderíamos Mathieu e Acuña, por exemplo. Mas ganhámos Porro, Pedro Gonçalves, Nuno Mendes, Adán, Matheus Nunes, Tiago Tomás, Nuno Santos. 

No Sporting-Benfica da próxima segunda-feira não contaremos com João Palhinha, vergonhosamente amarelado por Fábio Veríssimo numa autêntica declaração de guerra ao Sporting. Este afastamento compulsivo, sem qualquer motivo que o justificasse, só beneficia o Benfica - clube do coração do árbitro - pois Palhinha é um dos elementos nucleares do onze leonino.

Mas tal como nos reconvertemos há um ano sem Bruno Fernandes, também o Sporting saberá demonstrar em campo tudo quando vale mesmo sem Palhinha. Para dedicarmos a vitória nesse clássico ao jogador que saiu do Bessa lavado em lágrimas, revoltado com o atentado à verdade desportiva que Veríssimo acabara de cometer.

Esta é a força do Sporting: a força que assenta num verdadeiro colectivo. A força de uma equipa em que o todo ultrapassa largamente a soma das partes. 

2020 em balanço (6)

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DESPEDIDA DO ANO: BRUNO FERNANDES

Foi a mais elevada transferência de sempre de um jogador do Sporting. Aconteceu vai fazer um ano, a 29 de Janeiro: Bruno Fernandes, o melhor elemento do plantel leonino, abandonava Alvalade no mercado de Inverno rumo a Inglaterra, onde estava destinado a brilhar ao serviço do Manchester United. Para desgosto de muitos de nós, trocava a camisola verde e branca por um equipamento vermelho.

Saía tarde de mais, na opinião de alguns - aqueles que o foram insultando, vezes sem conta, nas redes sociais desde que Sousa Cintra o trouxe de volta, ainda mal refeito do susto que uns letais encapuzados lhe provocaram na Academia de Alcochete. Saía cedo de mais, na opinião de outros, que anteviam o final da temporada 2019/2020 como o melhor momento para a transferência pois essa época deveria culminar com o Campeonato da Europa. Que afinal não se realizou, como sabemos.

A saída ocorreu portanto no melhor momento. Para os depauperados cofres leoninos, que viam assim entrar 55 milhões de euros acrescidos de outros 15 milhões em objectivos - parte dos quais já concretizados. Um mês depois declarava-se a pandemia em território europeu, o futebol parava, os recintos desportivos ficavam interditos ao público. No meio do azar, neste aspecto, a sorte sorriu-nos.

O United beneficiou - e de que maneira - deste reforço. Transferido aos 25 anos, Bruno não tardou a brilhar em Old Trafford assim que as competições foram retomadas. Tornou-se titular indiscutível, ascendeu a capitão da equipa, e em Dezembro foi eleito pela terceira vez no ano melhor jogador da Premier League, algo que não sucedia a nenhum outro desde 2017. Nesta temporada leva 16 jogos cumpridos, com onze golos e sete assistências. Já facturou tanto como Son, do Tottenham.

A esta distância, continuamos a desejar-lhe o melhor. E até aqueles que antes o insultavam fingem agora ser seus admiradores, queixando-se de que voou de Lisboa a Manchester por preço demasiado baixo. A verdade é que o seu valor actual de mercado já ronda os 90 milhões, com tendência para continuar a subir.

Só é pena que Rúben Amorim não tenha contado com ele. Quando um chegou, o outro acabara de sair. Algum dia se encontrarão no mesmo clube?

 

Despedida do ano em 2012: Polga

 Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel

Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim

Despedida do ano em 2015: Marco Silva

Despedida do ano em 2016: Slimani

Despedida do ano em 2017: Adrien

Despedida do ano em 2018: Jorge Jesus

Despedida do ano em 2019: Bas Dost

Pódio: Bruno Fernandes, Jovane, Vietto

Em jeito de balanço, aqui fica a lista dos jogadores que receberam a menção de melhores em campo no último campeonato, em resultado da soma das classificações atribuídas pelos diários desportivos após cada jornada.

De salientar que Bruno Fernandes liderou as três classificações, pelo terceiro ano consecutivo, mesmo só tendo cumprido de verde-e-branco pouco mais de metade da Liga 2019/2020.

Jovane e Vietto compartilharam desta vez o pódio com o actual jogador do Manchester United, apesar de nenhum deles ter sido também titular absoluto ao longo do campeonato. Na época anterior o segundo e o terceiro posto haviam sido ocupados por Raphinha e Nani.

 

Quanto aos jogadores que já integravam o plantel do Sporting na temporada 2018/2019, verifica-se o seguinte: Jovane desta vez subiu muito (de 4 para 15 pontos), Wendel subiu ligeiramente (de 1 para 4) e Mathieu registou uma ligeira progressão (de 4 para 6).

Acuña e Luiz Phellype mantiveram a pontuação.

Coates, que ficara excluído há um ano, desta vez recebeu dois pontos.

 

Em relação aos reforços, e para além de Vietto, merece destaque a boa posição de Plata, sem esquecer que também Bolasie aqui figura, apesar da sua fugaz passagem por Alvalade, onde foi sempre mal-amado. Sporar, que só começou a jogar em Fevereiro, ultrapassa Luiz Phellype à tangente. Rafael Camacho (3 pontos) e Neto (2) não são esquecidos.

No confronto de guarda-redes, Max supera Renan por escassa margem.

Dos jovens da formação leonina lançados por Rúben Amorim na recta final do campeonato, o maior destaque vai para Nuno Mendes, que chegou a ser considerado melhor em campo pelos três diários desportivos. Com entrada directa nos dez mais.

 

Finalmente, pequenas curiosidades. A Bola entendeu mencionar Joelson, apesar de o extremo ainda júnior ter actuado menos de 45 minutos nesta Liga. Borja e Francisco Geraldes apenas surgem destacados no Record. E O Jogo tem aquela que é talvez a escolha mais polémica da temporada: conseguiu eleger Eduardo Henrique como melhor sportinguista em campo numa partida. Difícil entender porquê.

 

Bruno Fernandes: 19

Jovane: 15

Vietto: 12

Plata: 8

Acuña: 6

Mathieu: 6

Bolasie: 4

Max: 4

Wendel: 4

Nuno Mendes: 3

Sporar: 3

Rafael Camacho: 3

Renan: 3

Raphinha: 2

Luiz Phellype: 2

Coates: 2

Neto: 2

Joelson: 1

Francisco Geraldes: 1

Eduardo Henrique: 1

 

A Bola: Bruno Fernandes (7), Jovane (5), Vietto (4), Plata (3), Mathieu (2), Acuña (2), Bolasie, Coates, Renan, Luiz Phellype, Rafael Camacho, Max, Neto, Wendel, Sporar, Joelson, Nuno Mendes.

Record: Bruno Fernandes (7), Jovane (5), Vietto (3), Bolasie (2), Plata (2), Acuña (2), Wendel (2), Renan, Raphinha, Mathieu, Rafael Camacho, Borja, Max, Neto, Sporar, Coates, Francisco Geraldes, Nuno Mendes.

O Jogo: Bruno Fernandes (5), Jovane (5), Vietto (5), Plata (3), Mathieu (3), Max (2), Acuña (2), Renan, Raphinha, Bolasie, Eduardo Henrique, Luiz Phellype, Rafael Camacho, Wendel, Nuno Mendes, Sporar.

 

Nota:

Há um ano foi assim.

Há dois anos foi assim.

Há três anos foi assim. 

Há quatro anos foi assim.

{ Blogue fundado em 2012. }

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