Depois da vergonha dos 7% nas últimas eleições, depois de mais um título nacional no futebol com as contribuições decisivas daqueles jogadores com os quais eles andaram num processo de bullying nojento toda a época, como Paulinho, Esgaio, St. Juste, Trincão e Edwards, até o melhor jogador do plantel, Pedro Gonçalves, foi chamdo do pior, este último resultado financeiro da SAD com contas positivas, ao contrário do grande rival, foi mais uma bofetada na cara aos letais com uma toalha bem molhada.
Ao terceiro ano consecutivo com resultados líquidos positivos - o quarto nos último cinco anos, com excepção do ano da pandemia - a auditora responsável pela certificação legal das contas e relatório de auditoria, pela primeira vez em mais de 20 anos, "removeu do seu parecer a incerteza material relacionada com a continuidade da Sporting SAD".
Depois da recompra das VMOCs entendo que esta é uma conquista de enorme valor, apenas possível, num ano sem Champions e com a conquista do título nacional, pela grande competência da gestão financeira da SAD.
Mas voltando aos letais, como a maior parte deles deixou de participar na vida do clube como fez o seu grande lider, muitos deixaram até de pagar quotas e abdicaram dos seus direitos de voto, desertaram das AGs, os blogues e podcasts de martelar "no Varandas" a cargo de adeptos a falar de parte incerta quase desapareceram, resta apenas a tal tasca para perceber o ambiente na seita.
E a azia não podia ser maior, a começar pelo candidato a director de alguma coisa naquela candidatura dos 7%.
Falam do contrato da NOS como se o Bruno de Carvalho tivesse encontrado a NOS algures no deserto e não a NOS o Sporting como a MEO o Porto, esquecem o plantel que recebeu de Godinho Lopes incluindo a melhor equipa B de sempre, esquecem o rombo colossal que foi o assalto a Alcochete quando ele desertou do Funchal, falam no aumento da dívida não tendo a mínima noção do que vale actualmente o plantel e como não há nenhuma SAD que contrate a pronto sem negociar tranches e datas de pagamento.
Não há dúvida nenhuma que Bruno de Carvalho fez um grande trabalho no Sporting no seu primeiro mandato, e por isso foi reconduzido como presidente com uma votação da ordem dos 90%, o meu voto incluído.
Não há dúvida também que os pontos negativos que já vinham do primeiro mandato foram exponenciados ao nível da alucinação no segundo, com Jorge Jesus e Pinto da Costa a serem os maiores catalizadores da sua deriva suicida.
Não há dúvida também que existem seitas que não aceitam o presente, querem reescrever o passado e que, endoutrinadas e aditivadas, são capazes de assaltar a sede de poder do seu clube ou até do país. Aconteceu no Sporting, nos EUA e no Brasil por exemplo.
Também não há dúvida de que o Sporting, como clube e como SAD, está muito - mas muito - melhor agora do que pelo mesma altura do ano em 2018.
Se alguma coisa distinguiu pela negativa a presidência de Bruno de Carvalho - e coisas houve que a distinguiram pela positiva, como o pavilhão João Rocha e a recuperação das modalidades - foi Alcochete.
O aparente desprezo pelo local afastado de Alvalade, muito perto de vacas e muito longe de Lisboa como ele dizia, a marginalização e/ou afastamento de personagens como Diogo Matos ou Aurélio Pereira, a obsessão pelos títulos na formação, o autocarro de Sackos, Dramés e Gazelas do Augusto Inácio para a B que conduziu ao afundamento e extinção da equipa, aquela frase indigente na estátua antecidida por uma cartilha que foi repudiada pelos pais, e depois disso tudo... o assalto a Alcochete pela claque ou por elementos influentes da mesma com quem mantinha relações de promiscuidade por demais perigosas e que causou um rombo impressionante na SAD.
Foi Alcochete mais Jorge Jesus mais as trapalhadas da vida pessoal mais a corte de idiotas de que se rodeou no final que cumulativamente destruiram a presidência de Bruno de Carvalho, mas o dia em que tudo acabou para ele no Sporting foi 15 de Maio de 2018, o dia mais negro na história do Sporting, pelo menos nos últimos 50 anos.
Frederico Varandas, que estava bem por dentro da situação, colocou Alcochete no centro das prioridades, prestou todo o apoio ao mestre caído em desgraça, apostou na recuperação das infraestruturas e na reestruturação completa da formação com Tomaz Morais.
Passados seis anos sente-se que muito foi feito mas muito há ainda por fazer. Alcochete, que tinha sido pioneira e definido o rumo da formação em Portugal, havia sido completamente ultrapassada. Aqueles que estão a chegar ou poderiam estar a chegar hoje à primeira equipa com 19 anos tinham 13 na altura. Mateus Fernandes é um desses casos, chegou ao Sporting em 2016. Formar jogadores é como plantar árvores, é preciso dar tempo para ver resultados.
Mas de repente, e com o anúncio do futuro aeroporto em Alcochete, a academia entretanto baptizada como Cristiano Ronaldo ficou às portas do futuro aeroporto Luís de Camões. O valor da infraestrutura obviamente vai multiplicar-se.
Ainda há pouco a equipa do Sporting apanhava o avião em Beja para evitar a confusão da Portela. Daqui a uns anitos pode olhar para o céu e ver o charter a aterrar. Parece que terá uma estação de TGV ali ao lado também, para deslocar-se rapidamente para o Norte, para o Algarve ou para Madrid.
Com muito disparate pelo meio na desmesurada arquitectura empresarial que engendrou, não há dúvida que José Roquette teve visão no que respeita a Alcochete. Aquilo que faltou a Bruno de Carvalho sobre o mesmo tema, sobre Pinto da Costa e sobre muitas outras coisas.
Depois da derrota em Atalanta, a quinta desta temporada, há muito Sportinguista dado à bipolaridade que já tem dúvidas sobre a valia do treinador, dos jogadores, da capacidade de lutar pelo título nacional e pela taça, de haver condições para chegar ao fim com os "canecos" na mão.
Então sabe bem ouvir o nosso ex-presidente, aparentemente "resuscitado" por alguns "amigos da onça", se calhar os mesmos que o empurraram para a fogueira vai fazer cinco anos, a dizer que acredita mesmo na equipa.
Disse ele, na véspera da deslocação a Bérgamo: "Se o Sporting for campeão este ano, e vai ser, os portistas e os benfiquistas não fiquem já chateados comigo, eu envolvo-me nas próximas eleições do Sporting. Se o Sporting for campeão, eu envolvo-me nas próximas eleições do Sporting (…) Posso não ser sócio, mas não fui morto. Tentaram, mas não fui morto."
Não sei se o seu amigo Pinto da Costa ficará chateado com ele, se calhar terá outros assuntos com que se preocupar, parece até que roubaram o museu e levaram as tarjas, mas o que fica de mais relevante é que pelo menos ele acredita que vamos ser campeões.
Contra tudo e contra todos, até contra aquela seita que passa os jogos a malhar em Rúben Amorim e nos jogadores, e que se alberga numa tasca digital mantida por um ex-candidato à Direcção do Sporting numa lista liderada por um seu ex(?)-apoiante.
E eu estou com ele. Eu também acredito que vamos ser campeões.
Sócios e adeptos que enchem os estádios onde joga o Sporting acreditam também, ouvem-se cânticos nas bancadas impulsionados pelas claques que falam em acreditar, falam em campeões, falam em Amorim, falam em Gyökeres, falam em Paulinho. Por muito que isso custe a quem não põe lá os pés, é isso que se passa. Quem não acreditar que aumente o som nas transmissões dos jogos.
Hoje em Alvalade vai ser assim mais uma vez. E eu vou lá estar.
Quando houver eleições lá estarei também para não votar na lista dele. Obviamente.
Na sequência do post que fiz sobre as contratações de Frederico Varandas, faço aqui uma listagem das contratações de Bruno de Carvalho nas 5 épocas em que foi presidente, incluindo também aquelas que efectuou para a época seguinte. Foram Augusto Inácio e Jorge Jesus os seus directores desportivos nessas épocas.
A fonte para a informação é a Wiki Sporting, lá estão os planteis A e B das épocas respectivas e as contratações da época.
Foram então 91 (19 + 15 + 13 + 26 + 18 ) os jogadores contratados em 5 anos por Bruno de Carvalho.
Sublinho aqueles que acho que justificaram a contratação dos 95 listados. Apenas 28. Claro que podem acrescentar mais um ou outro, a opinião é minha. De qualquer forma chegarão à conclusão que bem mais de metade dos jogadores contratados foram erros de casting colossais, seria interessante ouvir os dois directores desportivos sobre o assunto, ou então o ex-presidente que nalguns casos se gabou de ter sido ele mesmo a descobrir o jogador, mas desconfio que nunca iremos perceber as razões.
A frase de Bruno de Carvalho inscrita no Monumento ao Leão -- logo debaixo da palavra Glória -- mantém-se lá apesar de o antigo presidente do Sporting já nem sequer ser sócio do Clube.
É uma frase como o Melhoral: não faz bem nem mal. Não aquece nem arrefece.
Ora o referido cavalheiro tem escrito várias outras, muito recentemente, naquela que agora parece ser a sua rede social favorita, o Twitter.
Aqui transcrevo algumas. Deixando ao critério dos nossos estimados leitores a escolha daquela que mais gostariam de ver inscrita naquele monumento.
«[Os sportinguistas] provaram ser os adeptos mais burros da história do futebol.»
«Injustos, manipuláveis, desprezíveis e não merecedores de nada.»
«Fica a vergonha de ter liderado um bando de idiotas (nem todos, existem 10 que se aproveitam).»
«Nunca irei perdoar aos sportinguistas a sua injustiça, ignorância e a forma como passados 3 anos ainda espalham ódio só porque podem e querem.»
«Jamais perderia um minuto da minha vida a liderar um bando de cretinos.»
«Não valem o ar que respiram.»
«Vão-se catar, vão-se esconder por debaixo das pedras onde vivem, vão chatear o Camões e vão morrer longe.»
A AG de sábado, a que com muita pena eu e alguns outros Sportinguistas a 920km de Alcochete não pudemos comparecer para com as nossas dezenas de votos tornarmos a vitória ainda mais esmagadora, marcou, se calhar duma forma definitiva, o ocaso do Brunismo no Sporting.
Bruno de Carvalho foi reeleito em 04/03/2017 com quase 90% dos votos, entre o qual o meu e de muitos outros como eu, que não gostando particularmente da sua forma de ser e estar como presidente do Sporting, soubemos ser gratos pelo muito de bom que ele conseguiu para o Sporting, incluindo o pavilhão João Rocha, e fazer por esquecer muito do resto.
Nessa altura não deu para perceber qual seria a percentagem de Sportinguistas verdadeiramente alinhados com o pensamento dele e a verdade é que nem ele mesmo o sabia, e a prova é que passou os meses seguintes com a questão dos estatutos a tentar separar Sportinguistas de Sportingados, o que só contribuiu para o seu progressivo desnorte. É dessa altura o célebre desabafo que se sentia ameaçado e que se os Sportinguistas não o defendessem iriam dar cabo dele.
Mas quem deu cabo dele foi ele mesmo. A questão mal resolvida das "pazes" de Jesus com o Vieira conduziu-o a uma guerrilha estúpida com o plantel, a principal claque, também ela em guerra interna, meteu-se no assunto e ocorreu a invasão de Alcochete. O ex-líder da claque acabou de se apresentar na prisão para cumprir a pena a que foi condenado.
E na AG do Pavilhão Atlântico de 23/06/2018 finalmente encontrou o que procurava. As águas foram separadas, quem se revia na linha seguida foi lá defendê-lo e ficou a saber que o Brunismo estava reduzido a 30% dos votos. Essa percentagem manteve-se ainda nas AGs que o suspenderam e expulsaram de sócio. Mas pouco mais de três anos depois, nesta última AG,, a 23/10/2021, o processo de rejeição às contas liderado por Miguel Fonseca / Nuno Sousa conseguiu apenas cerca de metade, 15%.
O peso eleitoral do Brunismo no Sporting pode ter passado em quatro anos duma boa parte de 90% para 15%. Verdade seja dita, existem dois grandes responsáveis por isto:
- Por um lado, Frederico Varandas, que teve a oportunidade de o conhecer muito bem no melhor e no pior, soube entender o que o Sporting precisava, ganhou as eleições, construiu uma equipa que acertou mais que falhou, acertou no vice-presidente das modalidades (só quem não põe um pé no pavilhão não se apercebe do trabalho notável realizado por Miguel Afonso nas modalidades, do magnífico conjunto de técnicos e atletas que conseguiu manter ou recrutar em tempos completamente conturbados e sob o assédio do rival do norte), depois duns passos em falso acertou no treinador principal do futebol, Rúben Amorim, que conseguiu dar coerência e efectividade a todo o projecto baseado na formação, conquistou grandes títulos no futebol e nas modalidades, e ainda se impôs às claques, que agora voltaram aos seus lugares de Alvalade para apoiar a equipa.
E cujos vários e notórios defeitos têm o condão de confundir o Brunismo: num dia era banana no outro ditador, num dia "gayola" noutro rambo; nunca conseguiram perceber bem com quem estão a lidar. Ele é o único presidente do Sporting que disse Não à claque histórica do clube e afirmou em público sobre Pinto da Costa o que João Rocha e Dias da Cunha (que, muito débil pela idade, não deixou de ir à AG) muitas vezes terão dito em privado, mas souberam o que era a personagem.
- Por outro, o próprio Bruno de Carvalho. Este, uma vez legítima mas porventura ingratamente expulso de sócio mas ilibado em tribunal pelo assalto a Alcochete, em vez de fazer como Napoleão Bonaparte e ir para a sua ilha de Elba esperando o melhor momento para o regresso triunfal, resolveu entrincheirar-se nas redes sociais e nas suas esferas de influência, recontar a história a seu jeito e metralhar sem piedade o presidente em exercício. Ao mesmo tempo, foi destruindo qualquer hipótese duma nova personagem credível e com carisma emergir da sua área, a começar por Carlos Vieira e os restantes colegas retratados acima. E assim os seus "compagnons de route" foram-no abandonando um a seguir ao outro, como o já tinha abandonado Bruno Mascarenhas antes daquele evento. O Brunismo "Leal" ficou cada vez mais reduzido ao seu representante para todo o serviço, Miguel Fonseca, e a uns tantos de fidelidade canina ao seu mestre espiritual.
A festa Sportinguista vivida um pouco por todo o lado na conquista do título da época passada, pelo que se percebe, foi o "tiro na testa" do Bruno de Carvalho comentador/doutrinador. Aparentemente dedicou-se a gozar a vida e faz muito bem.
Depois há o Brunismo... "Desleal", aquele de "o gajo tinha tudo para ser o rei do Sporting mas passou-se da cabeça, temos pena mas é assim", que anda às voltas como uma galinha sem cabeça a tentar encontrar alguém que tenha as virtudes do Bruno sem os defeitos, e consiga resistir ao teste do algodão: "Mas então para si o fundamental no Sporting é a reintegração como sócio do Bruno de Carvalho, não é ???"
Obviamente, com esta vitória esmagadora e salvo qualquer catástrofe que surja até Março, Frederico Varandas ficou com a reeleição mais que assegurada, quaisquer sejam as voltas que queiram dar ao assunto. Basta passar os olhos nos sítios conhecidos: os Brunistas "Leais" e "Desleais" percorrem mais uma vez as etapas do ciclo do luto, o choque, a negação, a raiva, a negociação consigo mesmos, a depressão, ainda longe da aceitação do facto de que o "O Sporting é nosso" foi bom enquanto durou e que agora o Sporting de Clube de Portugal segue no rumo certo.
Se calhar porque muitos deles chegaram ontem ou anteontem e nunca perceberam bem o que é este clube e o pensamento do seu fundador, José de Alvalade. Um clube que não foi criado na farmácia ou na tasca, um clube que não entra em cafés com leite nem em adoçantes, um clube que atrai e fideliza muito mais pelos valores que defende do que pelas vitórias que consegue, um clube que idolatra treinadores e atletas que o conduziram à glória, glória essa que muitas vezes constitui o bálsamo que cura as feridas causadas por muitas jornadas de desilusão, onde o muito "esforço, dedicação e devoção" não chegou para triunfar.
A coisa é mais do âmbito da política, mas há quem a queira adaptar a outros campos da sociedade.
Todos nos lembramos da atitude asquerosa do Benfica, quando retirou a foto de Jorge Jesus do painel de vencedores do campeonato, quando este foi descartado e posteriormente assinou contrato com o Sporting. Hoje a foto já deve ter sido restaurada, mas ainda assim a atitude está registada para a história.
História também é que o Sporting Clube de Portugal teve como seu presidente um homem de nome Bruno de Carvalho. Por situações várias que todos reconhecemos, uns mais que outros, uma maioria larga de sócios que meses antes lhe tinha dado a maior maioria de sempre em eleições, entendeu destitui-lo e posteriormente expulsá-lo de sócio.
Falou a vontade da maioria dos sócios e estes são soberanos e justa ou injustamente a decisão foi tomada.
Para o bem e para o mal, Bruno de Carvalho foi presidente do Sporting, para uns muito bem e para outros muito mal, mas faz parte.
Não me parece que faça grande sentido, nem está nos nossos pergaminhos, levar a cabo uma qualquer Revolução Cultural. Não é assim que nos unimos e custa-me, passados quase dois anos sobre a eleição de um outro presidente e CD que finalmente começou a conquistar títulos que nos enchem de orgulho sportinguista, ler, ouvir e ver pessoas a quem um ex-presidente e ex-sócio continua a incomodar tanto.
Para nos afirmarmos diferentes tomámos uma atitude em Democracia. Não resvalemos para o patamar abaixo, é o que se nos exige a todos.
O Sporting foi campeão com todo o mérito e, para isso, muito contribuiu a estabilidade emocional transmitida pela direção. Direção, essa, que se foi abstendo de aparecer e só veio a terreiro em dois momentos onde já não era possível ficar em silêncio: após o roubo épico em Famalicão e após a rábula dos falsos positivos na Taça da Liga.
Não pretendo reescrever a História, tenho plena noção de que o Sporting podia já não existir sem o trabalho realizado por Bruno de Carvalho no seu primeiro mandato. A negociação com os bancos e a capacidade de voltar a mobilizar os adeptos foram aspectos fundamentais para o Sporting poder voltar a respirar confiança.
Comparo esse período da vida do Clube a uma revolução e, raramente, os líderes durante a revolução são bons líderes para tempos que se querem de paz. O seu constante modo guerrilha não ajuda à estabilização emocional.
Isso notou-se logo no primeiro ano desta direção, com a vitória na Liga dos Campeões de Futsal. Ninguém tem dúvidas do contributo de Bruno de Carvalho na construção do plantel mas também ninguém tem dúvidas da pressão desmedida que introduziu e que causou uma espécie de performance anxiety nos atletas. Na primeira final, após a sua saída, campeões europeus. Dois anos passados, campeões europeus novamente.
O mesmo aconteceu no futebol. Depois de um ano terrível, o pior de sempre no que toca a derrotas, o Sporting manteve a compustura e sagrou-se campeão. Sem dramas. Foram quatro títulos em três épocas (Um Campeonato, uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga).
Não há nenhum segredo escondido neste tipo de padrões. É muito normal em qualquer empresa, país, etc. Existem pessoas capazes de agarrar num projecto e levá-lo de A a B mas, nem sempre a melhor pessoa para levar algo de A a B é a melhor para levar de B a C. Foi o que aconteceu ao Sporting.
Dito isto, foi muito útil ao Sporting ter havido um primeiro mandato de Bruno de Carvalho e está a ser muito útil ao Sporting haver um Frederico Varandas. É importante que quem dirige o Sporting perceba que não está no cargo para ficar na História mas sim para enriquecer a História do Clube.
Se todos o fizerem, o nosso palmarés agradecerá enquanto nós celebramos títulos.
Para o saudoso João Rocha também não havia dúvida nenhuma de quem era Pinto da Costa: foi à guerra, ganhou umas batalhas, perdeu outras. Perdemos Futre, Inácio e Eurico, fomos buscar Oliveira, Jaime Pacheco, Sousa (adorava saber a quem Manuel José, outro que conhece bem Pinto da Costa, se referia quando falava dum certo Sporting-Porto onde alguns de verde e branco facilitaram a vitória ao adversário), e no campo perdemos mais do que ganhámos. Para Dias da Cunha, também não havia dúvidas sobre "o sistema" comandado por Pinto da Costa, bem explicado no livro "Golpe de Estádio" de Márinho Neves. Jornalista que foi também ameaçado e agredido.
Entre João Rocha e Bruno de Carvalho sucederam-se presidentes no Sporting da linha Bruno de Carvalho ou da linha Varandas / João Rocha / Dias da Cunha. Negócios foram feitos, uns melhores outros piores. O caso João Moutinho foi exemplar dum "chito" à moda do Porto.
Pinto da Costa sempre percebeu que o Porto nunca teria sucesso contra os dois grandes da capital se eles se unissem, e assim sempre procurou estar em paz com um e em guerra com o outro. Foi assim com Fernando Martins e João Rocha, foi assim também com Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho.
E a verdade é que com este presidente, que teve a coragem de "chamar os bois pelos nomes" (ao contrário do ex-treinador do B-SAD no túnel do Jamor), 1 Taça de Portugal e 2 Taças da Liga já cá moram, conquistadas a esse "senhor".
E estou em crer que a coisa não vai ficar por aqui...
Imediatamente antes do jogo Sporting-Aves, que marcou a estreia de Rúben Amorim como treinador do Sporting, houve junto ao nosso estádio uma manifestação contra o presidente Frederico Varandas com a presença de largas centenas de adeptos e a entusiástica adesão da chamada Juventude Leonina.
A manifestação acabou por se prolongar nas bancadas do estádio, sobretudo na curva sul, de onde logo no início da partida já se escutavam indignadíssimos gritos não apenas contra os dirigentes do clube mas contra os próprios jogadores.
«Há duas atitudes que nunca tomei nem tomarei: assobiar quem preside ao clube enquanto estou na bancada do Estádio José Alvalade e integrar protestos públicos em dias de jogo. Desde logo porque uma coisa e outra desestabilizam a equipa e dão alento aos nossos adversários. E eu apoio sempre a equipa - seja quem for o presidente, seja quem for o treinador.»
E mais este:
«Respeito quem se manifestar mas considero um erro que este protesto público ocorra imediatamente antes do Sporting-Aves - tratando-se ainda por cima do jogo em que se estreia o sucessor de Silas, que a partir de hoje é o timoneiro do plantel leonino, gostemos ou não do tempo e do modo como foi contratado.»
Para concluir: «Serei sempre o último a contestar o direito à manifestação. Mas estarei sempre entre os primeiros que advogam uma separação clara entre dia de protesto e dia de jogo. É quanto basta para não aparecer lá.»
Na caixa de comentários, reagindo ao que escrevi, logo apareceu o antigo presidente Bruno de Carvalho, que à epoca aqui surgia com alguma regularidade. Com tanta rapidez, nesse dia, que até foi um dos primeiros a comentar:
Correndo o risco de ser acusado de andar a atirar foguetes antes da festa como fez há cinco anos, vem agora Bruno de Carvalho dizer, e a coisa que ele mais detesta é não lhe darem atenção, que acredita que o Sporting vai ser campeão. Diz ainda que o mérito dos bons resultados é de quem está à frente do clube.
Mas de quem afinal? Aquele que perpretou uma golpada e usurpou ilegitimamente o poder? Que já se devia ter demitido há muito? O mérito é do pior presidente de sempre, do incontinente da mentira, o mérito é do Varandas??? Não pode. Não pode mesmo. Mas se ele o diz...
Só não entendi uma coisa... Se o Sporting for campeão não vai ao Marquês porquê? Por causa da divisão? Do resultado da guerra aberta e sem quartel que moveram a esse tal Varandas desde o dia em que foi eleito? Das destituições e expulsões? Não vai ao Marquês por causa do Bruno?
Então, e no caso do Sporting ser campeão, é deixar o Bruno em casa, vestir a camisola, pôr o cachecol, agarrar na bandeira e dar corda aos sapatos mais o primo rumo ao Marquês!
"É engraçado verificar que o Sporting ainda não pagou o Rúben Amorim, e a quem é que vai comprar o Paulinho? Ao Braga, que é o clube que sabe a dificuldade que tem tido receber do Sporting. E aí, tenho de tirar o chapéu ao Salvador, que, não tenho dúvida nenhuma que, a seguir ao Pinto da Costa, e por muito que me tenha metido com ele e ele comigo, não tenho dúvida que, a seguir ao Pinto da Costa, é o melhor presidente que há em Portugal. O que ele conseguiu fazer do Sporting de Braga, e não vamos falar das comparações com o Sporting, não há comparação possível… Mas é uma equipa respeitada, que conta, muito interessante, e ele tem mérito nisso. Esta venda do Paulinho, apesar de ter a certeza absoluta que ele o queria manter até ao final da época, estas verbas envolvidas num jogador de 29 anos, que o Salvador sabia que no final da época sairia, quando chegaram a estes valores , ele sabia que nunca iria receber mais no fim da época… Tenho de dizer: Brilhante."
Poderia ter sido eu a escrever algo semelhante. É um facto que Pinto da Costa transformou o seu clube, de um clubezeco que se borrava todo assim que passava a ponte da Arrábida para sul, num grande clube a nível nacional e internacional. Eu escreveria isto, mas não me esquecia de mais de trinta anos de vigarices, café e chocolatinhos e de profissionais do sexo, de roubos de igreja, de pagamento de favores, de viagens de férias a árbitros e outros agentes do futebol e não só, do favorecimento de agentes do poder judicial e por aí fora (vai chegar aqui um azeiteiro ou outro e dizer que ganharam na Europa e no Mundo e a resposta vai antecipada, para não me chatearem a molécula: Com o dinheiro ganho com vigarice, deu para fazer excelentes equipas e ganhar. Se quiserem eu depois explico melhor). Resumindo, vigarizando os resultados, dentro e fora de campo.
O trolha transformou o Braga também, é verdade. E também é verdade que muito à custa do Sporting, com quem fez negócios leoninos em que não me lembro de termos saído por cima e muito, muito, à custa de Jorge Mendes, que é quem efectivamente manda naquilo, não serão precisos grandes dotes sherlockianos para se lá chegar. Não compra a arbitragem, nem distribui chocolates e fruta, que se saiba, mas a influência de Mendes, a sua teia de influências tem sido suficiente para manter o Braga a um nível que não sonhariam os braguistas há uma dúzia de anos.
Eu só não escreveria isto, se pudesse ser comparado com ambos e inevitavelmente sair mal no retrato. Falar do Paulinho e da saída a custo zero no final da época para elogiar um ex-par e esquecer André Carrillo, ou é ingenuidade, ou Alzheimer, já que o que aconteceu com este foi no Sporting e não foram seis meses, foi um ano a receber sem jogar, para acabar por sair sem o Sporting nada receber. E isto terá acontecido ao Braga duma forma e ao Sporting de outra, porquê? Já expliquei lá atrás, Mendes! Que foi diabolizado (e com alguma razão não o nego) e é hoje idolatrado, porque ele e o Braga do trolha são uma e a mesma entidade.
Eu também não gosto da presidência actual do Sporting, mas isso não faz com que eu esteja aqui todos os dias a zurzir nos seus membros, presidente incluído. Houve tempo, durante a época passada, em que se tornou urgente a realização de eleições. Por razões várias, entre elas a pandemia e outras duvidosas que não me interessa agora aflorar, não caiu a direcção. Esta época as coisas estão a correr bem e mesmo que haja muitos aspectos que continuem precisamente na mesma, ou seja mal, a equipa está a fazer uma época a todos os títulos notável e é obrigação de todos os sportinguistas remarem todos para o mesmo lado. A Liga dos Campeões é o objectivo primeiro, o título é o mais ambicionado e não é andando a dar bicadas diariamente nas redes sociais, que ajudamos a atingir estes objectivos.
Desenganem-se os que pensam que o momento que estamos a viver se deve aos jogadores que conquistam em campo as vitórias, ao grupo seleccionado de "manos" de Alcochete, ao Rúben Amorim que lidera brilhantemente o grupo, ao Hugo Viana que desencanta em Espanha Adán, Porro ou Feddal, a Frederico Varandas que arrisca forte nas contratações e nas batalhas legais.
Nada disso.
Tudo isto se deve... aos poderes satânicos do... Antero.
Pelo menos é o que twitta (Bruno de Carvalho (@BrunodC72) / Twitter) o nosso ex-presidente. Parece que existe um plano secreto liderado pelo Antero com a cumplicidade de Jorge Mendes e apoiado numa santa aliança Sporting-Benfica para relegar o Porto para o 4.º lugar, «O objectivo final é a "benfiquisação" do Porto e o "controlo" do Mendes dos quatro maiores Clubes portugueses», diz ele. E remata: «A) Vibrem com as vitórias que bem merecemos; B) Não se deixem enganar novamente; C) Tenham medo, tenham mesmo muito medo.»
Eu por exemplo já fiquei cheio de medo, nem vou conseguir dormir esta noite. Imaginar um Antero assim no Marquês dá-me pesadelos, é mesmo de mais para mim.
Mas mesmo assim não percebo uma coisa. Onde é que entra o Barbini???
E Janeiro está no fim, com o Sporting na liderança da Liga e com uma Taça conquistada.
E vem aí um Fevereiro que vai ser decisivo. Vamos ter Benfica (C), Marítimo (F), Gil Vicente (F), Paços de Ferreira (C), Portimonense (C) e Porto (F). No final do próximo mês, com quase 2/3 dos jogos efectuados, vamos realmente perceber até onde podemos chegar esta época.
O Sporting está bem e recomenda-se. Desde logo porque todos os reforços do início de época já ultrapassaram o necessário período de adaptação, recuperaram de situações anteriores, e mesmo do Covid, e estão em bom momento de forma. Pedro Gonçalves, Adán e Porro já mereceram distinções, Palhinha, João Mário, Feddal, Nuno Santos, Tabata e Antunes estão aí para o que for preciso.
Do lado dos mais jovens a moral é tremenda, o atrevimento também. Nuno Mendes, Inácio, Tiago Tomás, Matheus Nunes, Jovane e Plata estão a conseguir fazer coisas muito para além do que seria antecipável, e Max, Quaresma e Daniel Bragança também têm estado bem.
Os restantes, "El patrón" Coates, o seu fiel escudeiro Neto e Sporar com as virtudes e defeitos de cada um, fecham um plantel competitivo, onde impera um grande espírito de equipa e um enorme respeito pelos valores do nosso Sporting.
Muito disto é resultado do trabalho e da liderança de Rúben Amorim. O modelo de jogo, único no futebol português, foi assimilado por todos e maximizou as capacidades de alguns, e constitui uma mais-valia dentro do campo. Claro que num jogo ou outro, o adversário procurará adaptar-se alterando o seu modelo habitual, mas é como diz Amorim, nesse caso quem mais treina a mesma coisa estará sempre em vantagem.
Nota-se a equipa mais consistente e a falhar menos nas acções individuais, defensivas e atacantes. Claro que num ou outro jogo, por exemplo contra o Rio Ave, a equipa perde o ritmo, a caixa de velocidades engasga-se, e torna-se estéril a atacar e aflita a defender.
Nota-se também que Amorim está a introduzir aos poucos coisas novas, coisas de equipa grande. Nas bolas paradas, lançamentos longos com a mão para a área e cantos bem batidos; no restante, cruzamentos perigosos em diagonal, cruzamentos atrasados da linha de fundo, passes a rasgar desde a defesa.
Continua a faltar a dimensão aérea atacante, quase não me recordo de um lance com Nuno Mendes ou Porro a centrar para a cabeça de alguém e golo. Ora é um verdadeiro desperdício ter estes dois e mesmo um Plata ou Antunes nas alas, todos eles sabem centrar tenso e colocado desde longe, e não ter um ponta de lança exímio no jogo aéreo.
Vamos ver se o problema se resolve até ao fecho do mercado.
#OndeVaiUmVãoTodos
PS: Não queria deixar de dar os parabéns a personalidades... Sportinguistas como Nuno Sousa, Carlos Vieira, Augusto Inácio ou Bruno de Carvalho, pelos seus comentários e mensagens vibrantes nas redes sociais na sequência de mais uma Taça conquistada, ou seja, mais uma jornada de glória para o Sporting Clube de Portugal.
André Geraldes, ex-director geral do futebol do Sporting, o outro ex-funcionário e o próprio clube foram ilibados por falta de provas de toda e qualquer questão no âmbito do processo Cashball, concluiu a investigação conduzida pela Polícia Judiciária. Uma óptima notícia para o Sporting e para todos os Sportinguistas.
Por outro lado, a investigação policial decorrente do processo veio trazer a lume as largas quantidades de dinheiro vivo que circulavam pelo clube, controladas da mesma forma que as mercearias noutros tempos, à mercê de qualquer um mais necessitado, com contas para pagar ou dívidas para liquidar.
Voltando ao André Geraldes, trata-se de alguém, adepto do clube e com passagem pela bancada das claques (não sei se chegou mesmo a integrar a Juveleo), que entrou no Sporting pela mão de Bruno de Carvalho e que o acompanhou durante a sua presidência, primeiro como OLA e depois como Director Geral do Futebol Profissional. O André estudou Gestão de Desporto na Lusófona, teve uma carreira profissional maioritariamente ligada à coordenação comercial de unidades de negócio do tipo "call center" e foi pontualmente técnico de futebol. Depois de se ter desligado do Sporting na sequência daquele processo, foi gerir a SAD do Farense e está agora como CEO do novo Estrela da Amadora. Ou seja, foi alguém que não se afundou no sofá ou na depressão, nem foi parar ao hospital intoxicado no dia das eleições, nem anda a vender a raiva ao metro, mas antes, depois de ser falsamente acusado daquilo que não fez, e ver-se em todos os noticiários do país na pior situação possível, cerrou os dentes e partiu para a luta.
Nas funções atrás referidas, a ideia que me deixou a mim e a quase todos os Sportinguistas, é a de alguém competente, focado, discreto e trabalhador, amigo de consensos, que chegou e depressa conquistou a amizade de Octávio Machado e de Jorge Jesus (o que não deve ser nada fácil mas para alguém não fica nada bem), uma pessoa que foi apanhada no meio duma guerra estúpida desencadeada pela mão de quem tinha entrado no clube.
O próprio retrata a sua experiência nesses tempos, diz que parecia o homem da ONU que tentava apaziguar a situação e por as duas partes em diálogo. Depois de tudo acabar em desastre, levou ainda com a raiva dos leais ao dito cujo, incluindo a oferta duma pizza (com os sicilianos era um peixe, mas por aqui pelos vistos a coisa é mais napolitana) endereçada por um tal alguém com o nome do dito. O ex-presidente, naquele seu jeito característico de tratar abaixo de cão quem o teve de aturar durante algum tempo e depois disse basta, veio agora dizer que se tratava "duma personalidade sinistra", um verdadeiro Maquiavel.
Junto aqui algumas entrevistas que documentam a postura do André Geraldes e o que pensa dele Bruno de Carvalho. Talvez um dia, quando muito deste pó tiver assentado e se calhar noutras funções, ele possa ter uma nova oportunidade para regressar ao Sporting e logo se verá o que poderá fazer num ambiente menos tóxico. Até lá que seja feliz, mas que o Sporting B fique em primeiro do grupo.
A imagem do dirigente desportivo português começou a mudar depois do 25 de Abril. Depois dos dirigentes institucionais clássicos, cinzentos, começaram a surgir presidentes populistas, nos quais o povo se revia. Pimenta Machado, Valentim Loureiro, Vale e Azevedo e outros trouxeram para o dirigismo desportivo conceitos da politica e da comunicação populista que não mais o abandonaram.
No Sporting, dirigentes como Jorge Gonçalves, Sousa Cintra e Santana Lopes (por esta ordem) inauguraram essa gestão populista no nosso clube. A eles, sucedeu-se uma nova vaga de institucionalistas e gestores profissionais que começou com José Roquette.
Essa geração, sem eu saber bem qual a origem disso, às tantas, começou a ser designada por “croquetes”, enquanto sinónimo de indivíduos privilegiados. Nesse momento, criou-se o sistema de castas no Sporting e foi lançada à terra a semente da divisão interna.
A partir daí, foram-se marcando as clivagens entre uma elite governativa de favorecidos e a massa adepta anónima, o povo sportinguista, sendo a primeira alimentada pelo esforço da segunda através do dízimo da quota. Ao mesmo tempo que isto acontecia, os sportinguistas passaram a olhar para os seus dirigentes com os mesmos olhos com que olhavam para os treinadores: se não ganhas, não serves, tens de ir embora.
Até ao dia em que essa geração foi destronada em favor de um dos nossos. “O Sporting é nosso” foi o mote. O populismo, na figura de Bruno de Carvalho, surgiu em força no Sporting e o Presidente passou a ocupar o espaço mediático, através duma dependência compulsiva do facebook. O Presidente confundiu-se com o Sporting (o Sporting somos nós) e criou as bases para o desenvolvimento dum culto de personalidade nunca visto no Sporting, o qual originou um movimento de massas: o brunismo.
Líderes populistas e carismáticos associados a movimentos como Ídolos Zero tornam os jogadores em profissionais privilegiados que não honram a camisola (quando não são mesmo mercenários) e catapultam-se a eles próprios para o palco das paixões.
Enquanto continuarmos a utilizar no nosso discurso vocábulos divisionistas, como croquetes, sportingados e outros, sem percebermos que essas designações têm muitíssimo mais de artificial do que de real, o que nos acontecer de bom será apenas circunstancial.
Texto do leitor V. Guerreiro, publicado originalmente aqui.
Foi o que o ex-presidente Bruno de Carvalho afirmou ontem (?) no programa/podcast Primeiro Tempo do site Rugido Verde, onde mais uma vez tentou justificar as asneiras que cometeu, se lamentou do triste fim que teve, elogiou a capacidade comunicacional e manipulatória da actual Direcção, lamentou a nulidade ("nada") dos diferentes candidatos da praça, incluindo Dias Ferreiras, Ricciardis e Beneditos. e apelou à "intifada socialite" (dos "cús sentados" das redes sociais), mesmo que (segundo ele) uns sejam hipócritas, e outros que "agarrem-me, mas vais lá tu".
Mas se a maioria dos sócios do Sporting se tornaram imbecis, já não basta campanhas de "um sócio, um voto", não é pelos sócios mais velhos e mais ignorantes (palavras dele) terem mais votos e acreditarem em tudo o que lhes impingem Varandas, Rogério e companhia limitada, que algum dia os Leais ao Bruno e os seus "compagnons de route", como as claques ressabiadas, terão oportunidade de fazer seja o que for no Sporting.
Mas se, segundo ele, a maior parte dos sócios do Sporting se tornaram imbecis, se calhar quando ele foi destituído, suspenso e expulso ainda não o eram, e então só tem de reconhecer a justiça das decisões. Que não reconhece.
No que respeita à próxima AG do dia 26, Bruno de Carvalho vem dizer que não se devia realizar, que viola os estatutos e que a tropa do costume já meteu uma previdência cautelar algures, que o resultado da AG não tem qualquer implicação substancial para o governo do clube, mas que mesmo assim... se este Orçamento e Contas for aprovado... é mesmo uma catástrofe (ia a dizer outra coisa, mas contive-me). Uma grande catástrofe. Uma catástrofe mesmo grande. Para muita gente, ele incluído.
Se calhar o imbecil fui eu e muitos Sportinguistas, quando, fechando os olhos a muita coisa, ajudámos a reeleger com 90% dos votos esta personagem para receber em troca uma guerra civil no clube que culminou no assalto a Alcochete. Mas não o vou ser no próximo dia 26 quando depositar os meus votos para aprovar Contas e Orçamento do Sporting Clube de Portugal.
Porque não se trata dum voto de louvor a Frederico Varandas e à sua gestão do futebol e da SAD. Ele será devidamente avaliado de acordo com os resultados obtidos em campo, mas trata-se das C&O do Sporting Clube de Portugal, da sustentação do ecletismo e das modalidades de pavilhão, exactamente aquela área onde Miguel Afonso, Miguel Albuquerque, diferentes seccionistas, treinadores, capitães e atletas têm feito um grande trabalho numa conjuntura de pandemia extraordinariamente complicada, trabalho esse traduzido em títulos internacionais e lugares cimeiros nos diferentes campeonatos.
A sério? Ninguém diria... Enfim... eu e outros por acaso aquando da contratação dissemos que a coisa tinha tudo para acabar mal. E acabou... para ele e para o Sporting.
Já agora:
1. O que é que disse ao Jesus quando soube do tratado de paz deste com o Vieira no final de 2017, se calhar já a criar as bases para um regresso posterior?
2. Porque é que lançou a braçadeira ao chão no final do jogo com o Benfica quando viu o Jesus em amena cavaqueira com os jogadores do Benfica?
3. Porque é que não foi ao Funchal, um jogo em que estavam em disputa com o tal clube 40M€, e onde poderiam existir fortes suspeitas de que o mestre da táctica metesse folga?
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
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