Os prognósticos passaram ao lado
Ninguém acertou nos prognósticos do Sporting-Braga (1-1).
Pouca ou nenhuma surpresa.
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Ninguém acertou nos prognósticos do Sporting-Braga (1-1).
Pouca ou nenhuma surpresa.
Gyökeres fez tudo para vencer: não merecia, de todo, o ponto perdido frente ao Braga
Foto: Lusa
Nenhum momento é bom para perder pontos. Mas este foi pior ainda: ocorreu quando precisávamos mesmo de vencer para mantermos a liderança no campeonato, prolongando uma proeza só interrompida por breves dias em Dezembro, quando o Benfica ocupou fugazmente o comando.
Só uma vitória nos interessava. Estava perfeitamente ao nosso alcance, contra um Braga que havíamos vencido com brilhantismo na primeira volta, por 4-2 lá na pedreira. A mesma equipa que no campeonato anterior foi goleada em Alvalade por 5-0.
É certo que a turma orientada por Carlos Carvalhal, já em 2025, foi à Luz vencer o Benfica (1-2) e derrotou o FC Porto no seu terreno (1-0). Mas nada que devesse atemorizar os leões nessa noite de segunda-feira.
O jogo dificilmente poderia ter começado melhor.
Logo aos 3', numa das suas emocionantes arrancadas pelo lado esquerdo, Gyökeres conduziu a bola com o brilhantismo técnico a que nos habituou e disparou com excelente colocação, metendo-a lá dentro. Balde de água gelada: o golo foi anulado por alegada "deslocação"... de 30 milímetros. Atentado ao futebol de ataque, como sempre sustentei. Nenhuma "linha virtual" pode comprovar a existência dum fora-de-jogo milimétrico. É algo anti-científico: andam a vender-nos gato por lebre.
E atenção: isto tanto vale nos casos em que somos prejudicados (Pedro Gonçalves viu, em 2021, um golo ao Moreirense anulado por 20 milímetros!) como quando somos beneficiados (lembro o nosso desafio em Barcelos contra o Gil Vicente, para a Taça de Portugal, em que a equipa visitada viu o que seria o golo do empate invalidado por 30 milímetros).
Esta gente anda a assassinar o futebol de ataque.
Esta gente, que desatou a aplicar regras absurdas, anda a dar cabo do futebol.
Voltemos ao Sporting-Braga, ocorrido há três dias. A anulação do que deveria ser golo limpo não desmoralizou o avançado sueco, novamente melhor leão em campo. Aos 15', Viktor marcou mesmo - e dando espectáculo, de livre directo, levando a bola rasteira a um ângulo de acesso impossível ao guarda-redes Horníček. Soou um clamor de alegria nas bancadas: dir-se-ia que estava aberto o caminho a goleada.
Mas as aparências iludem. É certo que o Sporting dominou toda a meia hora inicial do jogo, com Geny e Quenda tomando conta das alas em missão ofensiva, mas o talento do guardião checo dos braguistas (que não me importaria de ver um dia no Sporting) impediu que a nossa maré ofensiva se traduzisse em novos golos. Ainda na primeira parte, travou novo remate perigoso de Gyökeres (37'). Impedindo-o de apontar o 45.º golo da temporada.
Já no segundo tempo, manteve a baliza incólume perante uma investida de Quenda (58').
Ao intervalo, vantagem tangencial.
Precisávamos de voltar do descanso com ímpeto de campeões para impedir o Benfica de se isolar no topo. Infelizmente, sucedeu ao contrário: recuámos linhas, deixámos o Braga tomar conta do meio-campo (onde só tínhamos "um e meio", Morten sem o devido apoio de Debast) e fomos abrindo uma avenida no flanco direito da turma minhota. Matheus Reis era constantemente atraído para posições interiores deixando a ala livre e Gonçalo Inácio revelava-se demasiado hesitante nas dobras.
Estava escrito que viria dali má surpresa.
Assim aconteceu, na única verdadeira oportunidade de que o Braga dispôs em todo o jogo. Zalazar cruzou à vontade daquele corredor e centrou para a área, onde havia dois colegas: Diomande marcou um, Eduardo Quaresma esqueceu-se de anular o outro - precisamente o que estabeleceu o empate. Um miúdo de 18 anos, em estreia absoluta como artilheiro na Liga 1. Miúdo com nome de craque: Afonso Patrão. Tornou-se ele o herói do jogo - ao dar o empate, um ponto e um lugar no pódio ao Braga.
Aconteceu aos 88'. Quase todos receávamos o que iria acontecer, tanta era a passividade dos nossos jogadores. Que pareciam ter recebido ordem do técnico para "segurar a vantagem mínima", reter a bola, pausar jogo, tentar adormecer o adversário. Com Viktor Gyökeres na frente sem ser servido e Trincão a trocar remates por passes a Horníček.
Rui Borges só tinha mexido uma vez na equipa, trocando Geny por Maxi Araújo e Debast por Felicíssimo. Já com o desafio empatado, ainda se atreveu a nova mudança: saiu Matheus Reis, entrou Harder. Mas era já tarde para inverter a marcha do resultado.
Vários jogadores pareciam cansados - mesmo assim ficaram duas substituições por fazer. Das duas uma: ou o treinador não acredita em vários elementos do plantel ou reage muito ao retardador. Até que o provável se torna impossível.
Desta vez o Benfica só pode agradecer.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (5) - Boa defesa a remate de Zalazar (42'). No golo sofrido aos 88' nada pôde fazer.
Eduardo Quaresma (4). Lapso grave ao deixar o jovem Afonso Patrão livre para marcar o golo.
Diomande (5) - Não comanda como Coates, mas cumpriu no essencial. À frente, não fez a diferença.
Gonçalo Inácio (4) - Regressou ao onze titular longe dos seus melhores dias. Deixou Zalazar cruzar para golo.
Geny (5) - Demasiado intermitente. Momentos de rasgo alternando com falta de envolvimento colectivo.
Morten (6) - Protagonizou boas recuperações (11', 30', 67'). Mas foi mal auxiliado: não podia fazer tudo.
Debast (4) - Passivo, muito posicional. Deixou claro que é um central adaptado, ainda sem rotinas de médio.
Matheus Reis (5) - Titular em vez de Maxi para dar consistência defensiva à ala esquerda. Resultou até aos 88'.
Trincão (4) - Esbanjou duas oportunidades de golo, aos 74' e aos 83'. Notória falta de confiança na finalização.
Quenda (6) - Imperou na faixa direita, onde o Braga não criou perigo. Quase marcou (58'). Serviu Trincão aos 74'.
Gyökeres (7) - Marcou dois: o primeiro foi anulado por 3 cm. Horníček impediu novo golo dele, aos 37'.
Felicíssimo (4) - Rendeu Debast aos 73'. Sem melhorar o meio-campo. Estático, intranquilo.
Maxi Araújo (4) - Substituiu Geny aos 73'. Falhou oportunidade de marcar no minuto seguinte.
Harder (5) - Rendeu Matheus Reis aos 90'. Entrou demasiado tarde. Mas ainda fez expulsar Moutinho.
«Nos últimos jogos em que o Harder entrou, deu pouco ou nada à equipa. Não segurou bolas... muito trapalhão... quis entrar muitas vezes no um-para-um... Porque ele não joga naquela posição (extremo). Nós acreditamos muito nele, acreditamos que a energia dele às vezes é boa, mas especificamente neste jogo precisávamos de gente para segurar mais o jogo, para ficar com a bola, para pausar o jogo...»
Palavras do treinador do Sporting, na noite de segunda-feira. Lamentáveis, por vários motivos. Transformando Conrad Harder, injustamente, no bode-expiatório do empate leonino contra o Braga que nos fez perder o comando do campeonato.
O jovem atacante dinamarquês - que fazia 20 anos naquele dia - não merecia ter ouvido isto. Ele não é um Viktor Gyökeres, seguramente. Mas é o segundo melhor artilheiro da equipa. E não pode ser apontado como responsável por desaires - muito menos contra a equipa minhota, pois foi precisamente ele, ao bisar em Braga, que nos garantiu os três pontos. Ainda com Ruben Amorim ao leme da equipa.
Mas não só por isto.
Como é que o técnico lhe aponta agora o dedo se praticamente não lhe tem concedido oportunidades? Contra o Estrela da Amadora, Harder entrou só aos 84'. Contra o Rio Ave, aos 78'. Anteontem na nossa recepção ao Braga, só saltou do banco ao minuto 90 - já em desespero, quando a equipa adversária tinha acabado de empatar e a última coisa de que precisávamos era de alguém que «segurasse a bola e pautasse o jogo».
Conrad Harder tentou, nos escassos seis minutos que Rui Borges lhe concedeu. E, sim, arriscou no um-para-um. Fez bem: sem isso, João Moutinho - um dos melhores do Braga - não teria sido expulso ao ver o segundo amarelo. Infelizmente aconteceu já aos 90'+4, faltava quase nada para o apito final.
Repito: o jovem avançado, com dez golos e cinco assistências em 1251 minutos no Sporting, não merecia ter ouvido tão duras palavras após uma partida em que o Sporting só pode queixar-se de si próprio. Começando pela incapacidade do treinador em delinear as soluções necessárias para conquistar os três pontos.
Com franqueza, Rui Borges: isto não se faz.
Não gostei
Deste empate com o Braga em casa. Não é derrota, mas parece. Contra uma equipa que tínhamos goleado por 5-0 nos três anos anteriores. Empate (1-1) consentido aos 88', na única verdadeira oportunidade de golo dos visitantes. Um duche de água gelada para os 45 mil adeptos no estádio - e para centenas de milhares de sportinguistas que acompanharam o desafio pela televisão. Sem que a turma braguista tenha actuado melhor do que na visita à Luz, no início do ano, quando venceu o Benfica por 2-1.
De Trincão. Péssima exibição do avançado minhoto, que pareceu tremer defronte da baliza adversária. Mais facilmente o víamos fazer dobras no sector recuado, como se fosse essa a sua missão, do que na zona onde devia fazer a diferença. Pareceu despertar só no quarto de hora final, mas mesmo aí foi acumulando más decisões. Nem marcava nem libertava a bola para colegas em melhor posição. Aos 74', isolado, acabou por fazer um passe ao guarda-redes. Exasperando as bancadas - e com razão.
De Debast. Ontem percebeu-se sem margem para dúvida que é um central adaptado a médio. Habituado a posicionar-se de frente para o jogo, revelou muita dificuldade em receber a bola vinda de trás. Lento a tomar decisões, preso de movimentos, incapaz de municiar o fluxo atacante, deixou muitas vezes Morten isolado nos decisivos duelos do corredor central.
Da nossa defesa. Imperdoável desconcentração do nosso bloco mais recuado, que falhou por completo no lance do golo bracarense, marcado por um miúdo que nunca tinha facturado na equipa A. Maxi Araújo, que parecia já cansado apesar de ter entrado pouco antes, abriu uma avenida na ala direita do Braga. Gonçalo Inácio concedeu espaço e tempo a Zalazar para centrar com calma e precisão a partir dali. Diomande não comandou as operações como devia. E Eduardo Quaresma falha por completo a abordagem ao lance, deixando o jovem artilheiro (Afonso Patrão, 18 anos) cabecear à vontade. Foi ele o improvável herói do jogo.
Do golo anulado a Gyökeres. Logo aos 3', coroando uma impressionante arrancada do craque sueco - novamente o melhor Leão em campo. O golo acabou anulado pelo árbitro Luís Godinho, seguindo intervenção do VAR Bruno Esteves. Por alegada "deslocação" de 3 centímetros! Uma vez mais protesto: estas decisões, visem a equipa que visarem, constituem um atentado ao futebol.
Do treinador. Inexplicável, a apatia de Rui Borges, que assistiu sem reacção ao recuo das nossas linhas depois de uma péssima entrada do Sporting na segunda parte, com o Braga a mandar no meio-campo depois de o treinador adversário, Carlos Carvalhal, ter desviado Ricardo Horta da ala para o centro, desequilibrando as forças. Num jogo que precisávamos em absoluto de vencer, o técnico leonino pareceu apostado sobretudo em defender o precário 1-0, abdicando das trocas que se impunham para conferir dinâmica ofensiva à equipa. Tinha tudo para correr mal - e correu.
Da exclusão de Harder. Rui Borges ainda estava então em Guimarães, mas não pode ignorar este facto: devemos ao dinamarquês - que ontem festejou o 20.º aniversário - a vitória contra o Braga, por 4-2, ao bisar na emocionante partida da primeira volta. Em vez de ser recompensado, o jovem atacante pareceu ter ficado agora de castigo o tempo quase todo. Foi já em desespero que o técnico o mandou saltar do banco ao minuto 90 - apenas com os seis de prolongamento para mostrar o que vale. Mesmo assim, ainda conseguiu fazer expulsar João Moutinho, facto raríssimo na carreira do antigo capitão do Sporting, agora com 38 anos.
Da escumalha das claques. Decorria o minuto 79, o Sporting protagonizava um rápido lance ofensivo visando a baliza do Braga, quando da Curva Sul começam a ser lançadas tochas para o relvado, forçando o árbitro a interromper o jogo. O fumo demorou vários minutos a dissipar-se, a jogada de ataque perdeu-se. São assim estes energúmenos: letais ao Sporting. Vão tornando o Estádio José Alvalade infrequentável.
De ver o Sporting relegado para o segundo posto a seis jornadas do fim. O sonho não morreu, mas fica agora mais distante. O sonho de conquistarmos o bicampeonato que nos foge há 73 anos. Após a goleada imposta pelo Benfica no Dragão, dependemos só de nós para celebrar o título. Antes desta jornada, poderíamos ir à Luz, na penúltima ronda da Liga 2024/2025, e sair de lá com um empate. Agora, com menos dois pontos do que os encarnados, não nos resta alternativa: temos mesmo de vencer. Não exigimos menos do que isto aos jogadores e à equipa técnica.
Gostei
De Gyökeres. Ele, mais do que ninguém, merecia ter saído de Alvalade com os três pontos. Fez por isso. Foi dele o nosso golo solitário, apontado com inegável classe de livre directo, castigando um derrube de Geny à margem das regras. Teve outra soberba oportunidade de marcar, aos 37', de ângulo apertado: só uma grande intervenção do guardião checo Horníček, melhor em campo, impediu a bola de rumar às redes. Sexto jogo seguido do campeonato a marcar, 31.º golo dele neste campeonato. Ainda está connosco e já figura para sempre no Quadro de Honra do Sporting.
De Quenda. Jogando encostado à linha direita, precisamente onde mais rende, foi incansável a subir e a descer o corredor. Não por acaso, o Braga não criou dali qualquer lance de perigo. Rematou com força para golo, aos 58': só Horníček o impediu. Aos 74', serviu Trincão de bandeja: infelizmente a cabeça do colega parecia não estar lá. Nem a cabeça nem o pé.
Da meia-hora inicial. Domínio claro do Sporting neste período, em que marcámos dois - mas só um valeu. Antes do adormecimento que viria a ser fatal para as aspirações da nossa equipa.
Era gajo para escrever um post.
É melhor não.
Ou talvez sim; Ou assim, assim, que lixe. Lá vai:
Era previsível que isto um dia acontecesse e se querem a minha opinião, antes a sete jogos do fim que no último, que aí é que Almeirim não teria produção que chegasse, do seu fruto mais célebre.
Chegámos aqui órfãos de um treinador, seguidos de uma aposta kamikaze do presidente em alguém que provavelmente nunca será treinador de jeito e que demorou a ser descartado e seguidos ainda da contratação de um outro, rapaz simpático, que provavelmente não voltará a passar de clubes de meio da tabela. "É o que é", parafraseando Rui Borges, mas poderia ter sido melhor, se houvesse algum arrojo na substituição de Amorim. Foi o que foi.
Chegámos aqui também com imensas feridas, i.e. gente em barda na enfermaria. E graças à teimosia do presidente em apenas contratar um guarda-redes, excelente é verdade, no mercado de Inverno, chegámos à gyokeresdependência que até ontem disfarçou os equívocos na "armação" da equipa, por falta de efectivos às vezes e por falta de arrojo outras. Foi a diferença entre um rato velho, Carvalhal, que não tinha nada a perder e um novato que tinha o primeiro lugar em risco, um jogou para ganhar, o outro, vendo-se a ganhar, confiou nas arrancadas do sueco e muita fé em Deus, tanta que deixou um dinamarquês no banco que poderia ter feito a diferença, talvez por ser viking e o seu deus ser outro, vá-se lá saber. Ora o sueco ontem resolveu jogar sozinho e a coisa correu mal, tal como correu mal ao Trincão que se acha com o mesmo estatuto e ambos os dois poderiam ter sentenciado o jogo, não fosse olharem apenas para a sua pilinha. Também ficámos sem saber se as mudanças "lá atrás" foram pensadas para ganhar ou para não perder, é que trocar o Geny pelo Maxi para este fazer a ala, foi não só estúpido (já não tinha sido grande coisa o moçambicano naquele posto), como fatal, já que a auto-estrada por onde passou o bólide que fez o cruzamento para o golo do empate foi aberta pelo sul-americano. Claro que o central de marcação ao avançado, Diomande, poderia ter saído do chão e talvez tivesse cortado o lance, mas o rapaz tem o cu pesado e isso dá muita canseira.
Com o resultado de ontem, as coisas acalmarão. Pote já não fará falta e vai finalmente ser deixado em paz, Morita pode, com calma e com toda a paciência de japonês que é semelhante à de qualquer chinês, explicar a Varandas o que é um kamikaze e o Daniel Bragança pode finalmente fazer aquele alisamento japonês que o Morita, outra vez, tanto lhe recomenda e tratar da sua lesão enquanto troca umas larachas com a menina do salão. O Nuno Santos pode passar pela vidraria "Mil Espelhos" e saber o orçamento para a marquise nova e o puto Simões pode deixar as canadianas e ficar no ginásio até às férias grandes.
Nada está perdido, claro. É ganhar todos os seis jogos até final e isso implica ganhar em casa do rival directo. Caramba, se o Farense, mesmo com as linhas enviesadas, quase lá ganhou...
E como há que justificar a foto que encima este post que o não é, esperemos que o Leão não fique sem dentes entretanto e possa fazer o resto do campeonato a rasgar.
Nota: Na imagem um dente-de-leão, para quem não seja versado em botânica e coisas.
O futebolês é curto para aqui carpir a imensa mágoa que a filial minhota do SLB me impôs ontem em nossa casa. Para desabafar as frustrações causadas pelo desgraçado jogo contra o Braga só serve a língua portuguesa e dela, sobretudo, a palavra estaleca.
Custa muito "morrer na praia", depois duma noite descansada de Rui Silva e de Gyökeres ter passado perto dum "hat-trick", mas não é a primeira vez que perdemos pontos/jogos desta forma com Rui Borges (Leipzig, AVS, Porto, etc), e quando as coisas se repetem e repetem é porque existem razões para isso.
Cada jogo destes teve a sua história, mas a principal razão para termos deixado fugir ontem a vitória foi porque Rui Borges mexeu tarde e mal na equipa. Já ao intervalo se percebia que Catamo era incapaz de ligar jogo, sendo alvo fácil para o meio-campo do Braga (com excepção do amarelo a Moutinho), numa posição que não é a melhor para ele, viciado que está a jogar pela direita de pé trocado. Para fazer slaloms de olhos fechados até perder a bola já lá estava Trincão, que mesmo com Gyökeres desmarcado ao lado resolve fazer um chapéu ao guarda-redes adversário.
Com os dois em campo não me recordo de um lance de combinação ala-interior pelas laterais. Sem isso ficámos aprisionados pelo meio-campo adversário.
O ponto fraco do Braga estava na defesa, que tremia de cada vez que a bola chegava a Gyökeres. Fazia todo o sentido lançar Harder e insistir num jogo mais directo sobrevoando o meio-campo contrário. Mas Rui Borges fez o contrário: deixou Debast esgotar-se na luta no miolo, acabando por fazer uma dupla substituição que nada melhorou. Felicíssimo e Maxi entraram a frio na luta do meio-campo numa fase em que os alas já eram defesas laterais e o Braga, excelentemente comandado por Moutinho, pôde prosseguir a rodar a bola dum lado ao outro do campo até encontrar a nesga, no centro ou na banda. Essa nesga apareceu na direita, aconteceu um bom centro e um grande golo de cabeça dum miudo que tinha entrado pouco antes, aproveitando o pior de Quaresma.
Foi então, com o jogo a acabar, que entrou Harder, que tinha sido o herói da vitória em Braga, combinando excelentemente com Gyökeres. Na conferência de imprensa ouvi Rui Borges comentar o assunto e mais valia ter estado calado: não esperava aquilo dele.
Enfim. O Sporting entrou bem no jogo e teve excelente meia-hora inicial, baixou o ritmo e deixou o Braga pegar no jogo tentando o contra-golpe. Depois do intervalo o Braga mandou no jogo através do seu forte meio-campo e o Sporting ficou limitado a lances avulsos de contra-ataque. O golo do Braga chegou mais cedo do que o apito final, sem que o Sporting tivesse esgotado as substituições para refrescar a equipa.
Existiam soluções no banco? Apesar de tudo, estavam lá. Amorim muitas vezes mudava a equipa mexendo na linha defensiva, e ontem Fresneda e St. Juste poderiam ter dado outra dinâmica ao lado direito libertando Quenda para o lugar de Trincão. Do outro lado, Maxi entrando ao intervalo tinha dado outro conforto a Matheus Reis e a Debast.
Sobre Harder já falei. Quem não tem cão (Morita e Pote) tem que lá ir com gato.
Melhor em campo? Gyökeres, ontem ainda mais.
Arbitragem? Deixou jogar com critério uniforme, nada a apontar.
E agora? Ganhar todos os jogos que faltam, qual é a dúvida?
SL
Segunda-feira, nove menos um quarto da noite. Eis a hora "festiva", em véspera de dia laboral, a que terá início o Sporting-Braga.
É jogo crucial - aliás como serão todos até final do campeonato.
Restam sete, este é o primeiro dos últimos.
O desafio da primeira volta, a 10 de Novembro, foi para nós alegre e triste ao mesmo tempo.
Alegre porque fomos a Braga vencer por 4-2, na nossa maior reviravolta no marcador desde 2019. Ao intervalo perdíamos 0-2. Depois Morita (58'), Morten (81') e Harder (89' e 90'+4) trataram do assunto.
Triste porque foi o jogo da despedida de Ruben Amorim como treinador após 231 desafios no Sporting (164 vitórias, 34 empates e só 33 derrotas).
Triste também por ali se ter lesionado Pedro Gonçalves, logo aos 23'. Já lá vão cinco meses e continua sem jogar. Algo incompreensível.
No campeonato anterior goleámos a equipa minhota em Alvalade: 5-0. Golos de Trincão, Eduardo Quaresma, Gyökeres, Daniel Bragança e Nuno Santos. Desta vez os dois últimos, lesionados de longa duração, não poderão repetir a proeza.
Qual o desfecho do embate de amanhã? Venham daí os vossos prognósticos. Só para sportinguistas, claro. Lampiões e morcões serão chutados daqui para fora.
Houve muitos prognósticos, mas apenas um acertou no alvo: o do José Pimentel Teixeira (jpt). Só ele foi capaz de prever a grande vitória, por 4-2, do Sporting em Braga. Resultado que reflecte a óbvia diferença já existente, à 11.ª jornada, entre a equipa que lidera o campeonato e a que segue em quinto, imediatamente atrás do Santa Clara.
Fica assinalada a dupla proeza. Da nossa equipa e daquele nosso ex-colega de blogue, a quem endereço merecidos parabéns.
Rúben Amorim num abraço apertado a Conrad Harder: despedida em grande do Sporting
Foto: Hugo Delgado / Lusa
Faz hoje uma semana, em Braga, aconteceu uma das mais saborosas vitórias do Sporting. Reviravolta com tintas épicas. A segunda em poucos dias após o extraordinário triunfo em Alvalade frente ao Manchester City, considerado melhor equipa do mundo, sob o comando de Pep Guardiola, o treinador com mais fama nos nossos dias.
Primeira parte fraca, com demasiados erros individuais e falta de dinâmica colectiva. A turma anfitriã foi superior nesta fase, marcando duas vezes. Assim chegou o intervalo: perdíamos 0-2. Mais de 20 mil espectadores na Pedreira - parte dos quais sportinguistas.
Para agravar a situação, o melhor jogador português deste Sporting que sonha com o bicampeonato lesionou-se. Sozinho: problema muscular. Estavam decorridos apenas 23 minutos quando Pedro Gonçalves se viu forçado a abandonar o relvado. Ia em lágrimas, sabendo que voltaria também a falhar uma convocatória da selecção nacional. Só regressará às competições em 2025.
Geny teve de aquecer com rapidez. Entrou aos 26' para interior esquerdo.
O intervalo fez muito bem aos nossos jogadores. Parecia outra equipa. Mais veloz, mais acutilante, pressionando o Braga, forçando os adversários a recuar, impondo a superioridade natural. Aí ficou patente a excelente organização colectiva leonina, reforçada por jogadores com inegável talento.
Debast já não regressou para a segunda parte: St. Juste rendeu-o. A equipa ganhou com a substituição, beneficiando também com as trocas de Maxi Araújo por Harder e de Daniel Bragança por Morita ao minuto 56.
Neste confronto no Minho em que disse adeus ao Sporting antes de rumar a Manchester, Amorim confirmou uma das suas maiores virtudes: saber ler o jogo. Muito mais do que a famosa "estrelinha" do treinador, isto explica a reviravolta. Que não tardou a ocorrer, operada pelos jogadores recém-entrados.
St. Juste, num cabeceamento ao poste, e Morita, aproveitando o ressalto em remate fulminante, começaram a reduzir aos 58'.
O Braga vencia ainda, mas estava encostado às cordas.
Foi ao tapete no minuto 81', com um disparo fortíssimo de Morten, a cerca de 30 metros da baliza. Golaço indefensável: Matheus foi incapaz de travá-lo. Sério candidato a golo do mês. O internacional dinamarquês, nosso capitão, estreou-se assim a marcar na Liga 2024/2025.
Faltava entrar em cena um compatriota de Morten: Conrad Harder. Deu festival em campo nos minutos finais, levando ao delírio a massa adepta leonina. Aos 89', num remate cruzado, fortissimo. E aos 90'+4, repetindo a dose e fixando o resultado: 2-4.
Fabuloso bis, com parte do estádio a ovacioná-lo e o resto em silêncio.
De imediato todos os jogadores rodearam o treinador que se despedia, num comovente e eloquente abraço colectivo a demonstrar a força do balneário deste Sporting campeão, mais forte que nunca.
Faz sentido: vamos com 32 jogos seguidos no campeonato sem perder. Nesta Liga, com 33 pontos em 11 jornadas, temos 39 marcados e apenas 5 sofridos. Média impressionante: 3,54 golos por jogo.
Amorim sorria, provavelmente já com saudades antecipadas. E também certamente com sensação de orgulho.
Pôs fim ao maior período da história do SCP sem vencer o campeonato. Foi o primeiro treinador do Sporting a triunfar na Alemanha (goleando o Eintracht). Foi determinante na nossa mais lucrativa venda de sempre, com a transferência de Ugarte (aposta sua) para o PSG. Deixa o plantel mais valioso de Portugal: 443,5 milhões de euros, segundo o Transfermarkt.
Ficam os números deste grande treinador, para memória futura: 231 jogos no Sporting com 164 vitórias, 34 empates e só 33 derrotas.
Tornou-se sportinguista entre nós. Devemos-lhe algumas das nossas melhores recordações desportivas de sempre.
Breve análise dos jogadores:
Israel (5) - Sofreu dois golos, aos 20' e aos 45': nada frequente nele. Mas está isento de culpa em qualquer dos lances.
Debast (2) - Há dias em que mais vale não calçar. Foi esse o dia para o belga. Ofereceu o primeiro golo ao Braga e marcou com os olhos no segundo, desconcentrado. Já não veio do intervalo.
Diomande (5) - Sentiu dificuldades notórias na primeira parte, mas impôs a voz de comando no segundo tempo, ajudando a blindar o nosso reduto defensivo.
Matheus Reis (5) - Titular em vez de Gonçalo Inácio, começou muito intranquilo, parecendo por vezes não saber o que fazer à bola. Melhorou no segundo tempo.
Quenda (7) - Um dos obreiros da reviravolta. Genial, um passe cruzado de 40m a isolar Gyökeres aos 51'. Serviu de aperitivo ao golo, iniciado 7' depois por ele, na marcação dum canto.
Morten (7) - Líder incontestado do meio-campo, muito atento às incursões adversárias. Destacou-se sobretudo no golaço que apontou aos 81' - a sua estreia como artilheiro nesta Liga.
Daniel Bragança (4) - Estranhamente apático, sem velocidade nem ritmo. Falhou no confronto com João Moutinho, perdendo a bola no segundo que sofremos. Saiu aos 56'.
Maxi Araújo (5) - Protagonizou bons cortes, aos 8' e aos 12', mas ainda lhe faltam rotinas no corredor esquerdo. O melhor que fez, na frente, foi atirar à malha lateral (43'). Saiu aos 56'.
Trincão (7) - Poucos como ele revelam tanta qualidade com a bola em espaços curtos. Já faz boa parceria ofensiva com Quenda à direita. É dele o passe para Harder no quarto do Sporting.
Pedro Gonçalves (3) - Noite azarada para o craque transmontano. Viu um amarelo aos 13' por protestos. Aos 23', esticou demasiado a perna e sentiu dor forte: foi substituído aos 26'.
Gyökeres (6) - Noite estranha: ficou em branco. Quase marcou, aos 51': Matheus travou-o. Falhou por pouco a emenda a centro de Geny (60'). Útil nos cartões: forçou três ao Braga (38', 45' e 68').
Geny (6) - Substituiu Pedro Gonçalves aos 56'. Ajudou a encostar a turma braguista às cordas, pressionando na meia esquerda. Remate forte aos 72', para defesa apertada do guardião.
St. Juste (7) - Substituiu Debast na segunda parte. Com larga vantagem, atrás e à frente. Cabeceamento ao ferro que deu golo na recarga (58'). Inicia o terceiro golo numa recuperação.
Morita (8) - Substituiu Daniel aos 56'. Era o dínamo de que a equipa precisava: saiu do banco para abrir a conta leonina. Transformado em "n.º 10", assistiu no terceiro golo.
Harder (9) - Entrou aos 56', substituindo Araújo. Viria a ser o protagonista do jogo - e o melhor em campo - ao bisar, aos 89' (passe de Morita) e aos 90'+4 (passe de Trincão). Está cada vez melhor.
Gonçalo Inácio (7) - Substituiu Matheus Reis no minuto 80. Tal como os outros suplentes utilizados, imprimiu qualidade e talento à equipa. Foi dele o passe para o golaço de Morten.
Gostei
Da nossa vitória em Braga. Nova reviravolta no resultado, novo desafio épico em menos de uma semana. Após a goleada ao Manchester City em Alvalade, virámos agora por completo um resultado desfavorável na Cidade dos Arcebispos. Fomos para o intervalo a perder por dois-a-zero, mas no segundo tempo marcámos quatro, fixando o resultado: 2-4. Com golos de Morita (58'), Morten (81') e Harder (89' e 90'+4). Continuamos invictos. Continuamos imbatíveis.
De termos igualado o melhor início de campeonato de sempre. Onze jogos iniciais, onze vitórias, 33 pontos. Há 34 épocas que não começávamos tão bem, desde a temporada 1990/1991, com Marinho Peres. Rúben Amorim despede-se do Sporting, para treinar o Manchester United, deixando a equipa ainda mais bem colocada para concretizar o sonho que alimentamos há 74 anos: a conquista do bicampeonato nacional de futebol.
Do treinador. Comprovando o seu talento como técnico capaz de ler os jogos, Amorim fez as substituições que se impunham: trocou Debast por St. Juste no recomeço da partida e Daniel Bragança por Morita aos 56': a dinâmica alterou-se de imediato, com pressão total do onze leonino rumo à baliza adversária. A troca de Maxi Araújo por Harder, também aos 56', acentuou esta tendência: o Braga foi encostado às cordas. A substituição de Matheus Reis por Gonçalo Inácio, aos 80', contribuiu para acentuar a fluidez do nosso jogo. Não só vencemos: voltámos a convencer.
De Harder. Não chegou a estar 40 minutos em campo, mas merece ser apontado como o melhor dos nossos. Por ter bisado, em dois grandes remates de meia-distância - fortes, muito bem colocados, com clara intenção de a meter lá dentro. Aproveitamento máximo das oportunidades de que dispôs. Foi graças a ele que trouxemos três pontos de Braga. O empate saberia a pouco, ficaria aquém dos objectivos, deixar-nos-ia sem hipóteses de igualar (e depois superar) o recorde de melhor início de sempre da maior prova desportiva nacional.
Do golo de Morten. Daqueles de fazer levantar um estádio. Golaço - sem dúvida o melhor da jornada, um dos nossos melhores até agora. Este golo, num pontapé fulminante, pôs fim a um período inédito, prolongado por mais de 80 minutos: foi a primeira vez em que estivemos a perder neste campeonato. O capitão dinamarquês, em estreia a marcar nesta Liga, não foi importante apenas por isto: voltou a ser também comandante absoluto do meio-campo.
De Morita. Grande partida do internacional japonês: mudou o fio de jogo leonino mal entrou em campo, tornando a equipa mais veloz, mais objectiva, mais acutilante. Actuando numa espécie de "número 10", estava no local certo para apontar o primeiro golo, apenas dois minutos depois de saltar do banco: foi de recarga, na sequência de um canto muito bem apontado por Quenda e de um cabeceamento de St. Juste ao poste. Foi também ele a fazer o passe para o nosso terceiro golo. Exibição sem mácula.
Do ambiente no estádio. Havia 20.585 espectadores nas bancadas da Pedreira, mas em largos períodos da partida escutavam-se sobretudo os apoiantes do Sporting. O chamado "12.º jogador" mostra-se activo e influente como nunca: também nisto se vê a dinâmica de um clube que sonha ser bicampeão.
Da união da equipa. Mal foi marcado o quarto golo, os jogadores correram em direcção a Rúben Amorim envolvendo-o num forte, caloroso e prolongado abraço. Símbolo bem expressivo do saudável ambiente do balneário, onde coesão e união são muito mais do que simples palavras. Não podia haver despedida mais empolgante e comovente do melhor treinador de sempre do Sporting.
De termos disputado 32 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 20 triunfos nas últimas 21 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
De ver o Sporting marcar há 53 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
Do nosso desempenho nesta temporada oficial. Dezoito jogos disputados, 16 vitórias. São números que dizem quase tudo.
Do balanço após quase um terço da prova. Melhor ataque (39 golos), melhor defesa (só cinco sofridos), melhor goleador: Gyökeres. Desde 1973/1974 não facturávamos tanto nas primeiras onze rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, cem por cento vitoriosa. Perseguimos um objectivo cada vez mais próximo: a conquista do bicampeonato. Só faltam 23 jornadas.
Não gostei
Dos dois golos sofridos. Consequência da boa dinâmica inicial do Braga, que bloqueou os nossos corredores laterais, com Bruma e Ricardo Horta a entrarem à vontade na grande área perante a passividade do trio defensivo - sobretudo Debast, com responsabilidades em ambos os golos (20' e 45') por manifesta desconcentração. Não admira que o belga já não tenha regressado após o intervalo.
Da nossa primeira parte. Sem uma oportunidade de golo, sem um remate enquadrado. O melhor que se fez foi um remate de Maxi Araújo às malhas laterais. Para esquecer.
Dos dois cartões exibidos por protestos. Primeiro Pedro Gonçalves (13'), depois Diomande (80'). Os jogadores devem ter especial atenção às novas regras para evitarem ser amarelados desta forma. Mas o árbitro Luís Godinho não teve critério uniforme, poupando João Moutinho a um cartão que devia ter visto ao protestar de forma ainda mais exuberante.
Da lesão de Pedro Gonçalves. O melhor jogador português do Sporting viu-se forçado a sair, com forte dor muscular, logo aos 23'. Baixa para a equipa, baixa (de novo) para a selecção nacional quando já estava convocado para os próximos encontros da equipa das quinas. Esperemos que consiga recuperar nesta pausa do campeonato motivada pelos confrontos internacionais.
Da despedida. Desta vez é que foi: Rúben Amorim deixou de orientar a nossa equipa principal de futebol após mais três desafios suplementares em boa hora impostos por Frederico Varandas. Valeu a pena: vitórias sucessivas contra o Estrela da Amadora (5-1), Manchester City (4-1) e Braga (4-2). Que tenha a maior das sortes em Manchester. Bem a merece, após o excelente trabalho em Alvalade durante quatro anos e oito meses - a mais longa permanência de um treinador neste posto em cerca de oito décadas no Sporting.
E pronto, finalmente caiu a ficha, agora é mesmo verdade, já não há volta a dar.
Bye, bye Ruben, good luck at your new home, fui pensando em inglatónico enquanto os nossos jogadores iam batendo uma imensa sesta e o gordinho da APAF ia fazendo cagada atrás de cagada, permitindo que passasse em claro uma falta sobre Francisco Trincão que seria penalti logo no início do jogo e deixando sem sanção uma acção de um Sansão sobre Franco Israel que permitiu que o incapaz do Horta, que em dez jornadas tinha marcado o impressionante número de UM golo, fizesse logo dois, um com a colaboração da honorável instituição belga Debast de apoio a pontas de lança com pés de sebo, e outro com o alto patrocínio da APAF, nas pessoas de Godinho e do seu amigo VAR.
E estava eu pensando con mis botones que com mais tempo de descanso a gente deveria andar a duzentos à hora e não estar descansadinhos da silva espojados na pedreira, quando o Pedro Gonçalves fez um favor ao careca espanhol, que foi o de não ter que explicar porque o não meteu a jogar nesta próxima jornada da selecção. E saiu a chorar o nosso virtuoso médio, não sabemos se de felicidade, porque levar negas do seleccionador como ele tem levado, ter-se lesionado até cheira a vingança e se foi, é "munta" bem feita!
E ao contrário do jogo de terça-feira, em que empatámos antes do intervalo, levando um amasso dos ingleses, desta vez os dois golos foram para uns gajos que pouco fizeram para os marcar mas que nos deram porrada da grossa. A vida por vezes dá-nos pedras, ou não fosse o jogo disputado numa "fábrica" delas.
I'm a believer, portanto acredito piamente nas palavras de Ruben acerca do que se passou ao intervalo e que foi que o pé canhão que marcou o golo do empate, ameaçou de morten os colegas se eles não dessem às canetas no segundo tempo. Eu sei que foi o Ruben que mexeu na equipa, e permitiu que Morita se redimisse da fífia de terça-feira, numa bela jogada de bilhar às três tabelas com um dos mais cristalinos jogadores (ou não fosse ele tão quebradiço) e o poste direito da baliza de Matheus. Perante uma ameaça de morten, só um santo poderia ter dado início à reviravolta e mesmo colado com cuspe, o espírito do grande craque que é catapultou a equipa para uma segunda parte em que partiu a pedra toda. Foi uma tarefa harder, mas o mocinho ainda teve tempo para semear duas batatas num terreno daqueles, concluindo o jogo com um hat-trick dinamarquês, o que só pode ser obra de Odin.
Felizmente não tive de ouvir o Freitas Lobo, que, segundo li no post do Vitor Hugo Vieira, passou ao lado de uma segunda parte de luxo, mais uma, do Sporting.
Para finalizar, estou imensamente solidário com o jornalista que pede uma palavra de conforto para as meninas lá de casa, na conferência de imprensa.
Foi bom, mas não se acabou, que o Ruben goes mas os rapazes ficam, com o Morten à cabeça e eles que se ponham a pau senão o dinamarquês abre-lhes a dita.
E para ser sincero, o que eu adorava mesmo é que daqui a dez anos ele voltasse e por cá se mantivesse até final da carreira. E eu que assistisse, mas isto já será esticar muito a corda.
Já dizia Napoleão que escolhia os seus generais pela sorte que tinham. E o facto é que a sorte dá imenso trabalho, ou dito de outra forma, quem trabalha muito bem estará sempre próximo de ter sorte.
Rúben Amorim é um treinador com muita sorte. Ninguém diria que ao intervalo, a perder por 2-0 e completamente subjugado pela “ratice “ de Carvalhal, substituía um defesa por outro, e acabaria a ganhar o jogo por 4-2.
Quem não tem sorte nenhuma é a recente coligação entre letais e lampiões, e a tal tasca do candidato dos 7% é disso testemunho: até reproduziram o artigo do putativo candidato à sucessão do "princepezinho", Diogo Luís, que nos foram enchendo os ouvidos sob a saída imediata de Amorim assim que foi conhecida a sua saída. Depois dos muitos insultos na primeira parte lá tiveram de engolir mais uma vez a pastilha verde e branca.
Nestes quatro jogos que Frederico Varandas impôs ao Man.United estiveram alguns dos maiores feitos com que Amorim vai ser lembrado por muitos e muitos anos no Sporting: o 4-1 ao Man.City e este 4-2 ao Sp.Braga. O que teria acontecido se em vez dele estivesse alguém como o líder espiritual lá dessa tasca? Mais um assalto a Alcochete?
Eu estou-lhe muito agradecido por isso. O coração aguentou, os meus berros hoje chegaram aos vizinhos aqui próximos, o Laphroig tratou do resto.
Sobre o jogo, o Sporting entrou em campo a passear superioridade técnica e o adversário agradeceu. Depressa anularam o trio que jogava atrás do sueco: Bragança, Trincão e Pedro Gonçalves, e com isso… não houve sueco. Nem sueco nem remates enquadrados. O que houve foram três contra-ataques que deram dois golos, onde o azar se misturou com erros próprios e com aquele sentido APAF de meter o punhal para agradar aos seus “stakeholders”.
Ao intervalo saiu o tenrinho/azarado Debast e entrou o lesionado crónico St. Juste, o tal que foi passar férias ao seu país nos últimos meses, se calhar até andou na “má-vida” ou nas “coffee-shops”, e foi ele que deu a volta ao texto, fazendo do lado direito com Quenda uma fonte de perigo para o adversário, e cabeceando ao poste no primeiro golo. Só depois vieram os “vikings” dar cabo do adversário.
Foi assim, e muita pena tive de lá não estar.
Melhor em campo? St.Juste mudou o jogo. Depois o trio “viking”, o grande capitão Hjulmand, Gyökeres e Harder.
Arbitragem? Marca APAF, quem manda é o árbitro mesmo que sejam asneiras atrás de asneiras, marcando diferente faltas iguais, castigando com cartões quem protesta e marcando golo num lance em que o guarda-redes está no chão depois de ser abalroado por um atacante contrário. Posso admitir que pudesse ser marcado penálti, por falta de Quenda, agora validar o golo com o guarda-redes caído só dá para perceber porque é que estas “estrelas” APAF não valem nada em termos da UEFA/FIFA.
E agora? Obrigado, Amorim, passa bem que nós também. Amanhã vai ser outro dia…
SL
- Ruben Amorim: O melhor treinador que vi no Sporting, virou o jogo com as mexidas que fez na equipa.
- Harder: Algumas equipas conseguem suster um nórdico goleador, mas muitas poucas aguentam com dois nórdicos goleadores.
- Hjulmand: que Golaço!
- Dr. Luís Freitas Lobo: Hoje teve uma prestação do nível "se é para isto vou deixar de pagar a merda da Sportv e meter pirataria". Que falta de isenção, que falta de capacida de análise, passou 89 minutos a elogiar o Braga, uma equipa que fez três remates no jogo todo e marcou dois golos, com muita sorte à mistura. Só quando o Sporting estava a ganhar 3-2 é que se ouviram plavaras positivas à exibição do Sporting, mas aí também eu sou um grande analista, se me limitar a elogiar quem está a ganhar.
- Carlos Carvalhal: Mais um da colecção de ressabiados com o Sporting. Ainda hoje deve achar que foi despedido injustamente, depois da época de sonho que fez em 09/10, um 4.º lugar a 30 pontos do 1.º.
- Toda a equipa do Braga. Para ver se aprendem que o futebol não é só dar cacetada e fingir que se sofreu uma falta assim que um adversário está por perto.
- Luís Godinho: Num jogo com bastante cachaporra da parte do Braga, conseguiu ainda assim dar mais amarelos por protestos do que por faltas cometidas. Não viu ainda um encosto de ombro a Trincão na área do Braga, em que o ombro do jogador da casa eram os dois braços e o ombro do Trincão era o seu peito, nem viu que Franco Israel foi atropelado por um adversário no lance do primeiro golo, estando no chão no momento do remate devido a isso mesmo.
O jogo de amanhã promete ser emocionante. Sobretudo por estes dois motivos: será o da despedida efectiva de Rúben Amorim antes de rumar à Premier League e nele poderemos igualar um recorde estabelecido há 34 anos: disputar as onze jornadas iniciais do campeonato nacional de futebol somando apenas vitórias.
O apito inicial deste Braga-Sporting está previsto para as 18.45.
O que aconteceu no campeonato anterior? Fomos lá empatar 1-1, à quarta jornada, com golo de Pedro Gonçalves. Quando já liderávamos a classificação.
Vingámo-nos na segunda volta. Houve goleada em Alvalade: 5-0. Com Trincão a sobressair: foi o melhor em campo.
Como será desta vez? Venham daí os vossos prognósticos.
Acho Robert Martínez bastante coerente na convocatória que fez e que agora foi anunciada para o Euro-2024.
Convocou os jogadores, que jogam no Campeonato Nacional, de acordo com a classificação desse mesmo campeonato. Assim,
o Sporting, por ter ficado em Primeiro teve direito a um jogador convocado;
o Benfica por ter ficado em segundo teve direito a dois jogadores convocados;
o Porto por ter ficado em terceiro teve direito a três jogadores convocados.
Fica a pergunta: porque não teve o Braga, quarto classificado, quatro jogadores convocados?
Acho uma injustiça para o clube minhoto.
Vencedor absoluto e solitário, nesta mais recente ronda de prognósticos, foi o meu colega e amigo Edmundo Gonçalves. Acertou em cheio, sem dúvida de qualquer espécie, no 5-0 que o Sporting aplicou ao Braga.
A nossa equipa está de parabéns. E ele também.
Eduardo Quaresma muito aplaudido na estreia como goleador ao marcar o segundo ao Braga
Foto: Filipe Amorim / Lusa
Foi um festival de golos em Alvalade. Uma vez mais. Aqueles que nos faltaram no recente encontro com o Braga na meia-final da Taça da Liga, disputada em Leiria, apesar das seis ou sete oportunidades claras que tivemos nessa partida quase de sentido único, desta vez aconteceram. E de que maneira: goleámos a turma minhota por 5-0, reeditando o resultado obtido no Sporting-Braga do campeonato anterior e a vitória pela mesma marca, também no nosso estádio e contra a mesma equipa, na edição da Taça da Liga 2022/2023.
A saúde do onze leonino é notória: vulgarizámos por completo o conjunto comandado por Artur Jorge. Entrada fulgurante dos leões, com pressão intensa sobre os visitantes, confinados ao seu reduto defensivo. Cedo este domínio se traduziu num golo: Trincão, aproveitando da melhor maneira um passe transviado perto da linha da grande área, tomou conta da bola e aplicou-lhe o tratamento adequado em remate cruzado e rasteiro, encaminhando-a para as redes.
Estavam decorridos 8 minutos: começava a festa em Alvalade, anteontem com quase 40 mil espectadores neste jogo iniciado às 18 horas do Domingo de Carnaval. Sem que os do Braga tivessem qualquer motivo para rir.
O segundo não tardou. E foi uma obra-prima: Eduardo Quaresma recuperou a "gordinha" lá atrás, junto à linha direita defensiva, e conduziu-a em ziguezague com nota artística campo fora, contornando todas as tentativas de intercepção. Na grande área braguista, a bola foi tocada para Pedro Gonçalves que tentou centrar já em desequilíbrio: sobrou para Edu, que prosseguira sem pisar o travão: com ela novamente nos pés, não perdoou: estreava-se assim como artilheiro na equipa principal do Sporting ao fim de 25 desafios como profissional de leão ao peito. O estádio explodiu de euforia. E o jovem jogador também: escutou aplausos prolongados, mais do que merecidos.
Assim se foi para o intervalo sem que Adán tivesse sido importunado. Tinhamos a noção de que os três pontos estavam garantidos, mas aquele 2-0 sabia a pouco.
O Braga voltou do balneário a tentar finalmente discutir o jogo: durou cerca de 20 minutos esta veleidade. O Sporting, que fingira estar adormecido, voltou a carregar no acelerador, conduzindo ataques alternados pelos corredores laterais, baralhando as marcações dos minhotos, novamente empurrados para os 30 metros do seu reduto.
Aí voltou a brilhar Trincão, o melhor em campo. Tomou posse da bola na meia-direita e já não a largou, fintando dois adversários e atirando-a teleguiada para a zona do primeiro poste, onde Gyökeres rematou com êxito a meia altura, sem hipóteses para Matheus. O astro sueco voltava a brilhar, já sem José Fonte nem Paulo Oliveira a policiá-lo, aumentando o seu registo como rei dos artilheiros do campeonato.
Foi aos 71'. Bastaram dois minutos para a bola se anichar outra vez nas redes braguistas, desta vez muito bem encaminhada por Daniel Bragança, pouco depois de render Morita. «Só mais um!», gritavam os adeptos.
Nuno Santos fez-lhes a vontade aos 85' com um tiro de trivela, igualmente indefensável. Aquecendo ainda mais a chuvosa noite de Inverno no nosso estádio.
Havia nas bancadas quem falasse em "vingança". Mas aconteceu algo maior do que isso: uma exibição de exuberante superioridade das nossas cores. Não demos a menor oportunidade ao Braga para medir forças connosco. Confirmando que o recente tropeção em Leiria foi mero infortúnio que não deixou marcas.
Quem duvide, fará bem em espreitar a classificação do campeonato nacional. O Sporting segue em primeiro, em igualdade pontual com o Benfica (ambos com 52 pontos), mas menos um jogo disputado - o que faz muita diferença.
E o Braga? Segue em quarto, com menos 12 pontos. Deve acautelar-se com o V. Guimarães, já a morder-lhe os calcanhares. Quase tão mal está o FC Porto, que ontem sofreu a primeira derrota de sempre em Arouca (3-2) e está agora 7 pontos abaixo do Sporting - que podem ser 10 quando se disputar finalmente o nosso desafio em Famalicão.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Partida relativamente tranquila para o guardião espanhol, que brilhou aos 62', protagonizando excelente defesa ao negar o golo a Álvaro Djaló quando vencíamos por 2-0.
Eduardo - Enorme capacidade de chegada à área braguista, excelente visão de jogo, atrevimento no melhor sentido. Estreia a marcar como profissional leonino. Mereceu por completo.
Coates - Desta vez só se destacou no sector recuado: lá na frente, nos cantos, não fez a diferença. Mas cumpriu com o zelo habitual na defesa. Cortes oportunos aos 34', 51' e 66'.
Gonçalo Inácio - Dobrou Nuno Santos quando este se adiantava no corredor esquerdo, fez parceria perfeita com Coates e inicia a construção do quarto golo com soberbo passe vertical.
Geny - Foi o primeiro a criar desequilíbrios pondo o Braga em sentido com várias acções de ruptura na ponta direita. Sem nunca descurar as missões defensivas enquanto manteve o fôlego.
Morten - Exímio no passe, olhando o jogo de frente, sem virar a cara à luta. E com capacidade de aparecer lá na frente, como quando sacou um livre directo aos 28' quase à entrada da área.
Morita - O menos exuberante do onze inicial, ainda a acusar algum desgaste da participação na Taça Asiática ao serviço do Japão. Irá com certeza recuperar a forma no próximo jogo.
Nuno Santos - Batalhador. Foi um dos principais obreiros da avalancha ofensiva leonina. Quase marcou aos 60, num remate cruzado que rasou o poste. Aos 85', meteu-a mesmo lá dentro.
Pedro Gonçalves - Rúben Amorim devolveu-o ao trio atacante. E foi lá que ele teve participação directa em dois dos golos - o segundo e o quarto. No essencial, missão cumprida.
Trincão - Sexto golo nos últimos cinco jogos da Liga. Foi ele a abrir a goleada em lance que construiu do princípio ao fim. Fez a assistência para o terceiro. Já convence até os mais cépticos.
Gyökeres - Atacou a profundidade e deu largura ao ataque leonino, sem se deixar intimidar pelas marcações. Na primeira oportunidade de que dispôs, meteu-a lá dentro. À campeão.
Daniel Bragança - Aos poucos, vai-se tornando mais influente. Substituiu Morita aos 51': bastaram-lhe 12 minutos para marcar o quarto golo leonino. O seu quarto da temporada.
Matheus Reis - Sempre jogador útil. Em campo desde o minuto 75', quando rendeu Quaresma, três minutos depois protagonizou grande corte pondo fim a uma situação de perigo.
Edwards - Substituiu Pedro Gonçalves aos 75'. Abusa dos lances individuais, tentando fintar meia equipa. Aos 90'+1, desperdiçou oportunidade de marcar o sexto.
Esgaio - Em campo desde o minuto 84, preenchendo o lugar de Geny. Entrou bem: no minuto seguinte centrou com precisão, dando início ao lance do quinto golo. Outro bom centro aos 90'.
Paulinho - Rendeu Gyökeres aos 84'. Sem pontaria, falhou cabeceamento em zona de decisão (90'). Em cima da linha final, assistiu Edwards de calcanhar: esteve quase a ser golo (90'+1).
Gostei
Da goleada de ontem ao Braga em Alvalade. Aplicámos uma manita à turma braguista: terceira seguida na deslocação desta equipa ao nosso estádio. Num jogo que dominámos do princípio ao fim. Aproveitamento de quase todas as oportunidades de que dispusemos. Os golos foram surgindo em cadência alucinante para os minhotos de visita a Lisboa: por Trincão aos 8', por Eduardo Quaresma aos 18', por Gyökeres aos 71', por Daniel Bragança aos 73' e por Nuno Santos aos 85'. A melhor equipa em Portugal é hoje a nossa, sem a menor dúvida. Como esta partida comprovou: quinta goleada em 2024.
Da atitude da nossa equipa. A cada jogo, o Sporting mostra-se ainda mais consistente, confiante, motivadíssimo. Tanto no processo defensivo como ofensivo. Um colectivo cheio de força, cheio de vontade, cheio de energia anímica. Inquebrantável.
De Gyökeres. Muito marcado na primeira parte, em que raras vezes conseguiu exibir a qualidade do seu futebol, o sueco soltou-se na meia hora final e voltou àquilo que melhor sabe: marcar. Assinou o terceiro, num remate a meia altura que desfez por completo qualquer veleidade do Braga em conseguir levar um ponto de Alvalade. Tem números impressionantes: este foi o seu 16.º golo no campeonato e o 27.º em todas as competições da temporada. Consolida a sua posição, já indiscutível, de melhor jogador da Liga 2023/2024.
De Trincão. O melhor em campo. Grande exibição do avançado que teve formação futebolística em Braga (e por isso não festejou o golo) e confirma agora todas as qualidades que levaram à sua contratação. Voltou a marcar num lance iniciado por ele próprio com uma recuperação muito oportuna, abrindo caminho à goleada. E foi dele a assistência para o terceiro, num magnífico trabalho na meia-direita ofensiva, sentando dois adversários antes de cruzar para Gyökeres. Já leva seis golos marcados nos últimos cinco desafios do campeonato.
De Eduardo Quaresma. Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Mais do que merecido. Ao ser substituído, no minuto 75, recebeu calorosa ovação no estádio.
De Nuno Santos. O corredor esquerdo foi todo dele. Tanto a atacar (quase sempre) como a defender. Anda a mostrar, de jogo para jogo, que tem valor para estar entre os pré-convocados para o Europeu de França. Exibição coroada com o quinto golo - um golaço, de trivela. Justificando aplauso.
De Gonçalo Inácio. Será talvez a última época dele no Sporting: vai deixar saudades. Outra exibição de grande nível. Controlou por completo a manobra defensiva da nossa equipa, acorrendo às dobras dos colegas sempre que necessário, vencendo todos os duelos individuais, destacando-se na precisão do passe na fase de construção. Num desses passes, deu início ao quarto golo. Cortes fundamentais aos 15' e aos 62'. Neutralizou Djaló no seu sector.
De ver o Sporting transformado numa poderosa máquina de fazer golos. Somos, de longe, a equipa mais concretizadora: média de 2,79 golos por jogo na temporada. Reforçamos a primeira posição com o melhor ataque do campeonato: 58 golos marcados nas 20 jornadas que disputámos. Marcámos em todas as rondas da prova. E continuamos invictos no nosso estádio: 11 jogos, 11 vitórias. Melhor ainda: há um ano que não perdemos em casa para a Liga - desde 12 de Fevereiro de 2023.
De termos mantido as nossas redes intactas. Terceiro jogo consecutivo sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal e contra o Casa Pia em Alvalade (8-0). Balanço destas três partidas em números: 16 marcados, nenhum sofrido. É obra.
Do árbitro. Boa actuação de António Nobre, que valorizou o espectáculo evitando ser a figura mais em foco no relvado. Aplicou o chamado critério largo, à inglesa, sem exibir nenhum cartão. Gostava que no futebol português houvesse mais árbitros como ele.
Da festa nas bancadas. Quase 40 mil pessoas presentes nas bancadas do nosso estádio: 39.851. Quarta maior afluência de público da temporada, apesar da forte chuva que foi caindo, quase todo o tempo, nesta partida iniciada às seis da tarde de ontem - enfim um horário decente, com reflexo óbvio na bilheteira. Exceptuando as escassas centenas de adeptos do Braga, todos saíram satisfeitos.
Não gostei
Do Braga. Equipa vulgar, sem criatividade, sem intensidade nem chama. Parece ter entrado em campo já derrotada. Criou uma única oportunidade de golo, que Adán impediu, aos 62', com magnífica defesa a remate de Álvaro Djaló. Nada mais.
De chegarmos ao intervalo só a vencer por 2-0. Sabia a pouco.
Do primeiro canto a nosso favor ter ocorrido apenas aos 54'. Podia e devia ter acontecido mais cedo.
De voltar a ver Moutinho em Alvalade. Justamente assobiado cada vez que tocou na bola. Não merece outro tratamento, por ter feito o que fez. Ao contrário de outros jogadores agora no Braga que vestiram as nossas cores, como José Fonte (que fez sete anos da formação leonina), Borja e Paulo Oliveira, profissionais dignos de respeito.
Este Sporting-Braga mais uma demonstração cabal da enorme diferença que existe entre as duas equipas e os dois clubes, que só mesmo num dia muito estranho, ou pela arbitragem ou pela sorte, resulta num desaire para as nossas cores. Coisa que alguns papagaios que por aqui aparecem fazem por esquecer. Nestas duas épocas foram 3V 2E 1D, 18-4 em golos, as 3 vitórias foram por 5-0 "sem espinhas", os empates e derrotas foram o que sabemos. No ano passado o peso da Champions do nosso lado abriu-lhes a oportunidade do 3.º lugar. Este ano, com o peso do lado deles, já estão a perder de vista.
Se antes lá fomos buscar Amorim, Palhinha, Paulinho e Esgaio, e todos deram muito jeito, agora mesmo nem para suplentes serviriam. Enfim, com boa vontade o Djaló, para juntar a Trincão, Edwards e Catamo.
Uma primeira parte completamente dominada pelo Sporting, uma lição muito bem estudada, a equipa criava perigo pela direita, com Catamo a passar "de mota" por Borja, pela esquerda com Nuno Santos e Pedro Gonçalves, e por todo o lado onde o sueco se resolvesse desmarcar. Trincão era o "joker", tão depressa na esquerda como no centro do ataque confundindo as marcações da defesa do adversário. Na defesa, Quaresma em grande e Coates a voltar ao seu melhor, no meio-campo Hjulmand patrão, Morita na triste forma com que sempre volta da selecção. Nenhum remate enquadrado do Braga na 1.ª parte.
Na 2.ª parte o Braga subiu linhas, arriscou no ataque, Moutinho nem sempre marcado em cima pelo sueco foi determinante nessa subida, e começou a criar perigo. Falhou uma oportunidade, o Sporting marcou o terceiro golo e resolveu o encontro. Depois foi refrescar a equipa e aproveitar a desorientação do adversário para chegar à "manita". Mais uma.
Melhor em campo? Trincão, sempre a correr, atacando e defendendo, rematando e desarmando, muito menos agarrado à bola, muito mais procurando assistir colegas desmarcados. Mas Quaresma esteve enorme em tudo, e não só no golo marcado, aquele corte na 1.ª parte dum centro que poderia apanhar um adversário solto nas costas foi excepcional. Diomande está a voltar da CAN, mas há muitos jogos para jogar e lugar para todos.
Arbitragem? O árbitro é o mesmo daquela canalhice em Alvalade em que até expulsou o Diomande ou é o irmão gémeo? Levou alguma lavagem cerebral entretanto? Hoje até parecia um árbitro europeu.
E agora? Bom, agora que o Benfica, mesmo com mais uma expulsão do adversário (devem ter um acordo com a APAF e pagam ao vermelho), deixou 2 pontos em Guimarães, o que o Sporting tem de fazer é... ir ganhar ao Moreirense. E depois se verá.
SL
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